Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959) – Os Chôros Completos (CD 1 de 4)

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio, pelos motivos expostos AQUI

 

Os Choros – ou Chôros, utilizando a grafia do início do século XX – , escritos entre 1920 e 1929, iriam desde o número um até o quatorze, se as partituras dos dois últimos não tivessem sido perdidas… Há também duas peças não numeradas: a Introdução aos Choros e os Choros Bis. Não acredito muito, mas dizem que 12º nunca foi gravado, apesar de eu jurar já tê-lo visto por aí. O mesmo vale para o Choros Bis.

Se as Bachianas Brasileiras são a parte mais popular da produção musical de Villa-Lobos, os Choros, compostos ao longo da década de 20, são considerados a parcela mais representativa e expressiva. Na juventude, Villa-Lobos era um “chorão” e tocava com os músicos de rua do Rio de Janeiro, tendo daí extraído a inspiração para o ciclo. A exemplo das Bachianas, os Choros foram pensados para diversas formações.

Ao contrário das Bachianas, suítes de dois a quatro movimentos, os Choros são peças de movimento único (à exceção do Choros n.º 11, para piano e orquestra, em três movimentos, mas tocados sem interrupção) e suas durações variam desde 2min30 (N° 2) até pouco mais de 60 minutos (N° 11).

Esta é a instrumentação utilizada nos Choros:

Introdução aos Choros – violão e orquestra (1929)
n° 1 – violão solo (1920)
n° 2 – flauta e clarineta (depois transcrita para piano) (1924)
n° 3 – coro masculino e septeto de sopros (Picapau) (1925)
n° 4 – três trompas e trombone (1926)
n° 5 – piano solo (Alma Brasileira) (1925)
n° 6 – orquestra completa (1926)
n° 7 – septeto (sopros e cordas) (Settimino) (1924)
n° 8 – orquestra, incluindo dois pianos (1925)
n° 9 – orquestra (1929)
n° 10 – coro e orquestra (Rasga o Coração) (1926)
n° 11 – piano e orquestra (1928)
n° 12 – orquestra (1925)
n° 13 – duas orquestras e banda sinfônica (1929)
n° 14 – orquestra, banda sinfônica e coro (1928)
Choros Bis – violino e violoncelo (1928/1929).

Os posts relativos aos Choros se dividirão assim:

Post 1/3: Choros de 1 a 7
Post 2/3: Choros de 8 a 10
Post 3/3: Choro Nº 11 e Choros Bis

O material acima foi em parte copiado, em parte escrito por mim, mas fiz tantas consultas que só lembro da Wiki. Então, vamos lá:

Heitor Villa-Lobos: Chôros de 1 a 7

1. Introduction To The Chôros
2. Chôros No.1 For Guitar
3. Chôros No.2 For Flute And Clarinet
4. Chôros No.3 “Pica-Pau” For Male Chorus And Wind Instruments
5. Chôros No.4 For Three Horns And Trombone
6. Chôros No.5 “Alma Brasileira” For Piano
7. Chôros No.6 For Orchestra
8. Chôros No.7 “Settimino” For 8-Part Chamber Ensemble

Carlos Oramas – Guitar
Johanne-Valérie Gélinas – Flute
Radovan Cavallin – Clarinet
Sergio Alonso – Piano
Coro De La Filarmônica De Gran Canaria
Luis García Santana
Orquesta Filarmônica De Gran Canaria
Adrian Leaper

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Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959) – Bachianas Brasileiras Completas (CD 3 de 3)

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio, pelos motivos expostos AQUI

 

BACHIANAS BRASILEIRAS: VILLA-LOBOS E A INFLUÊNCIA DE BACH (continuação do post anterior relativo às Bachianas).

Por Fabio Gomes, para o Brasileirinho

Bachianas nº 8 – Escrita para orquestra em 1944, foi uma das que estrearam fora de casa – em Roma, em 6 de agosto de 1947, com a Orquestra da Academia de Santa Cecília, regida pelo autor. É das poucas, junto com a 4, a ter duplo arranjo. Sua quarta parte foi transformada na “Fuga Vocal da Bachiana nº 8”, para coro misto. Este arranjo foi incluído junto com músicas de Bach e outros no livro Solfejos Vol. 2 (1945), editado pelo MEC visando o ensino de música e canto orfeônico nas escolas. Sobre a obra, C. Paula Barros escreveu: “É um tema rico de coloridos vivos e que traduz a modinha brasileira, apaixonada e sentimental, como a expressão psicológica do povo brasileiro. E porque ela é tão acentuadamente nacional, nos faz vibrar violentamente”. O regente francês Paul Paray, ouvindo a nº 8 numa noite em Paris, exclamou: “Il fait pleurer”… (Ele faz chorar).

Bachianas nº 9 – A última do ciclo, composta para orquestra de cordas, é de 1945. Contou com Eleazar de Carvalho dirigindo a orquestra que a apresentou ao público em 17 de novembro de 1948.

Outras obras de Villa com influência de Bach

Kiefer aponta como “bachiano” também o “Estudo nº 1 para Violão” (1929), tonal. Para encontrarmos ecos do mestre de Leipzig em outras obras, precisamos recorrer ao próprio Villa-Lobos. Adhemar Alves da Nóbrega citava numa palestra de 1970 uma classificação que Villa fizera de sua obra, dividindo-a em cinco agrupamentos, considerando a maior ou menor presença do folclore em cada um deles. As “Bachianas” estavam no 4º grupo, assim definido: “Com transfigurada influência folclórica, impregnada do ambiente musical de Bach”. Junto às “Bachianas”, figuravam os “6 Prelúdios para violão” (1940), a série de “Marchas” religiosas para orquestra (1913-25), o oratório “Vidapura” para orquestra (1919), as “Suítes 1 a 3 do Descobrimento do Brasil” (1937), “Sertaneja (3ª parte da Suíte para Canto e Violino)” (1923), “Poema de Itabira” para canto e orquestra (1943), “José” para coro a capela (1945), o “1º Quarteto de Cordas” (1915) e o “Allegro Troppo e Final (4º movimento do 1º Trio para Piano, Violino e Violoncelo)” (1911).

Não tenho como confirmar ou refutar tal classificação, afinal destas obras só conheço as da suíte “O Descobrimento do Brasil” (recomendo!). Também não sei de ninguém que tenha conseguido, ou ao menos tentado, mostrar que não há Bach nessa ou aquela composição desta lista. Só posso dizer que, nas obras de Villa-Lobos que conheço escritas antes de 1917, noto influência de Puccini e do impressionismo francês, e praticamente nenhum traço brasileiro. Notem que o “Estudo nº 1” citado por Kiefer não figura nesta relação – no total dos cinco agrupamentos, as únicas peças para violão que Villa arrolou foram os “Prelúdios” de 1940.

Arranjos de Villa-Lobos para obras de Bach

No período em que compôs as “Bachianas Brasileiras”, Villa-Lobos dedicou-se paralelamente a escrever arranjos para obras de seu ídolo Bach. São de 1930 as transcrições para violoncelo e piano dos “Prelúdio e Fuga” nºs 10 e 14 e o “Prelúdio nº 8”. Em 1938, foi a vez dos arranjos para orquestra do “Prelúdio e Fuga nº 4”, regido por Villa a 1º de maio de 1944; antes, a 3 de abril de 1944, ele dirigira a estréia de “Tocata e Fuga nº 3” e “Prelúdio e Fuga nº 6” (assisti a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, regida pelo fantástico Henrique Morelembaum, executar este arranjo a 22 de agosto de 2000 e devo dizer que era possível distinguir aqui e ali o estilo ou ao menos alguns maneirismos típicos do Villa). Também de 1938, o arranjo para “Fantasia e Fuga nº 3” permaneceu inédito.

Já em 27 de outubro de 1941, Edoardo Guarnieri regeu as estréias dos arranjos de Bach que Villa escrevera naquele ano, todos para orquestra de violoncelos: “Fugas” nºs 1, 5 e 21; “Prelúdio e Fuga nº 8” e “Prelúdios” nºs 14 e 22.

Durante o período em que dirigiu a SEMA (Superintendência de Educação Musical e Artística) do Distrito Federal, Villa-Lobos realizou arranjos para coro de muitas obras de Bach. O maior destaque desse ciclo foi a apresentação da “Missa em Si menor”, cuja primeira audição no Brasil, comemorando os 250 anos do alemão, se deu através do Orfeão de Professores no Teatro Municipal do Rio, em 9 de novembro e 11 de dezembro de 1935. O Orfeão era um coro de cerca de 250 professores das redes municipal, federal e particular da Capital da República, criado por Villa em 1932.

No primeiro ano da SEMA, em 1932, Villa arranjou e dirigiu a estréia de “Fuga nº 5”, para 4 vozes, “Fuga nº 21”, para 5 vozes, e “Prelúdio nº 22”, para coro misto a capela. Estes dois últimos foram interpretados pelo Orfeão, sob direção de Villa, na comemoração do Dia da Pátria, no Teatro João Caetano do Rio de Janeiro, em 7 de setembro de 1932. As obras voltaram a ser cantadas no Concerto aos Operários, no mesmo local, a 28 de abril de 1935, e, juntamente com o “Prelúdio nº 14”, a 18 de dezembro de 1937, na primeira parte do Concerto Cultural Popular, no Municipal, desta vez em novos arranjos sem palavras.

Em 23 de junho de 1933, regeu a estréia dos arranjos das “Fugas” nº 1 e 8, ambas para 4 vozes, escritos no mesmo ano. Em julho, aconteceu a primeira audição de seu arranjo para coro misto à capela do “Prelúdio nº 8”. Esta obra apareceu, arranjada para coro misto a 6 vozes, no livro Corais de Diversos Autores, editado pelo MEC.

Em 1934, novo arranjo para coro misto a capela: “Prelúdio nº 14”, incluído depois no livro Obras Corais, Originais e Arranjos, numa versão para 4 vozes.

Enfim

Com isso, creio que fica em definitivo desautorizado dar crédito ao que diz a jornalista americana Lisa Peppercorn em seu livro Villa-Lobos, afirmando que a partir de 1930 o compositor “chamou de Bachianas Brasileiras tudo o que compunha (como havia feito alguns anos antes ao usar o nome de Choros para uma série de obras) mesmo que não houvesse nenhuma relação íntima entre a composição e o seu título”. Eu, hein?

P.Q.P. Bach

Bachianas brasileiras No. 8 for Orchestra
Performed by: Royal Philharmonic Orchestra
Conducted by: Enrique Bátiz
I. Preludio
II. Aria: Modinha
III. Toccata: Catira batida
IV. Fuga

Bachianas brasileiras No. 9 for String Orchestra
Performed by: Royal Philharmonic Orchestra
Conducted by: Enrique Bátiz
I. Prelude: Vagaroso e mistico
II. Fugue: Poco apressado

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Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959) – Bachianas Brasileiras Completas (CD 2 de 3)

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BACHIANAS BRASILEIRAS: VILLA-LOBOS E A INFLUÊNCIA DE BACH

Por Fabio Gomes, para o Brasileirinho

O ciclo de nove “Bachianas Brasileiras” é um dos destaques no conjunto da obra de aproximadamente mil músicas de Heitor Villa-Lobos (1887-1959). Ele mesmo afirmava isso. Alguns críticos chegam a esboçar que o ciclo dos “Choros” tem igual peso, mas ninguém se arrisca a apontar a superioridade deste sobre aquele. Basta lembrar que duas das peças mais gravadas de Villa-Lobos são desse ciclo: a “Ária (Cantilena)” que abre a “Bachianas Brasileiras nº 5” e a “Tocata (O Trenzinho do Caipira)”, quarta parte da “Bachianas Brasileiras nº 2”. A motivação para compor as obras do ciclo, de acordo com o próprio Villa-Lobos, foram as semelhanças que encontrou entre músicas folclóricas do sertão brasileiro e a obra do alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750).

(Antes de prosseguir, duas observações importantes: 1ª, o uso do nome do ciclo no plural, mesmo quando se trata de uma música isoladamente, era prática usual de Villa-Lobos tanto em relação aos “Choros” quanto com as “Bachianas Brasileiras”; 2ª, geralmente, fala-se em “movimentos” das “Bachianas Brasileiras” – exemplo: “O Trenzinho do Caipira” seria o 4º movimento da “Bachianas nº 2”. Ocorre que dentro de cada “movimento” há significativas alterações de andamento, assinaladas na partitura – assim na “Bachianas nº 2” temos um Tempo de Marcha dentro da 2ª parte, “Ária”, que inicia e termina num clima de modinha. Desta forma, eu prefiro adotar o termo “parte”, em vez de “movimento”, para melhor compreensão).

Villa-Lobos afirmou a influência de Bach em sua obra muitas vezes ao longo da vida, tendo esporadicamente incluído a seu lado nomes como os do francês Florent Schmitt (1870-1958) e do russo Igor Stravinsky (1882-1971)(embora ele tenha usado o termo “me interessaram”, e não “me influenciaram”, em entrevista ao português Fernando Lopes Graça em 1958). Vários comentaristas ampliaram a lista, com os nomes dos austríacos Franz Joseph Haydn (1732-1809) e Wolfang Amadeus Mozart (1756-1791), dos alemães Richard Wagner (1813-1883), Robert Schumann (1810-1858), Felix Mendelssohn-Bartoldy (1809-1847) e Ludwig van Beethoven (1770-1827), do italiano Giácomo Puccini (1858-1924), do húngaro Franz Liszt (1811-1886), do francês Claude Debussy (1862-1918) e do polonês Fréderic Chopin (1810-1849); entre aqueles que ao menos admirava, constavam ainda os franceses Paul Dukas (1865-1935) e Vicent d’Indy (1858-1931).

A respeito da influência

Maria Maia, em Villa-Lobos – Alma Brasileira (2000) cita uma frase do maestro: “Logo que sinto a influência de alguém, me sacudo todo e pulo fora”.

O termo “influência” parece carregar uma certa culpa, na língua portuguesa (e em outras também, senão ninguém se lembraria de denominar influenza ao vírus da gripe!). É comum lermos que “Fulano sofreu a influência de Beltrano”, ou, mais suavemente, “Sicrano admite a influência de Fulano em sua obra”. Parece a confissão de um pecado capital. Só que é impossível a um cidadão, principalmente artista, viver no mundo, tendo contato com outros cidadãos e com obras de arte, e não se influenciar. Se ele vai usar essa influência para melhorar ou piorar a obra que vier a produzir, é outra história. Na maior parte das vezes, inclusive, o artista não tem consciência das influências que utiliza em sua obra – ao menos não todas. A não ser, claro, no caso particular de bandas de rock atual, que anunciam que buscam, por exemplo, um guitarrista com influência de Jimi Hendrix…

Sobre Bach, é preciso que se diga que ele nunca saiu de seu país, nem parece ter se importado em algum momento com a divulgação ou preservação de sua obra. Durante quase 80 anos após seu falecimento, Bach era conhecido praticamente apenas pelo estudo de seus prelúdios e fuga para instrumentos de teclado. Foi assim que Haydn, Mozart e Beethoven tiveram contato com ele. Depois de sua redescoberta, promovida a partir de 1829 por Mendelssohn, a obra de Bach passou a ser editada, estando completamente disponível por volta do centenário de sua morte, em 1850. Isso permitiu que os compositores do período romântico pudessem estudá-lo. Mais que isso, propiciou que, no início do século 20, em meio a várias tendências de vanguarda, ocorresse o movimento Retorno a Bach, cuja principal figura era o alemão Max Reger (1873-1916). As ouras principais figuras deste movimento Jovem Classicismo (ou Novo Classicismo) foram o italiano Ferruccio Busoni (1866-1924), os alemães Paul Hindemith (1895-1963) e Kurt Weill (1900-1950), o russo Dimitri Shostakovich (1906-1975)… e o brasileiríssimo Villa-Lobos.

O próprio Bach foi influenciado, naturalmente. Entre os compositores que ele apenas estudou, constam o francês François Couperin (1668-1733) e os italianos Antonio Vivaldi (1675-1741) e Tommaso Albinoni (1671-1751). Mas há as influências apontadas pelos estudiosos: o italiano Girolamo Frescobaldi (1583-1644), os alemães Johann Jacob Froberger (1605-1687) e Johann Pachelbel (1653-1705) e o dinamarquês Dietrich Buxtehude (1637-1707). Esse último devia ser muito bom MESMO, porque Bach, em 1705, foi capaz de andar a pé de Arnstald, na Turíngia, onde era organista, até Lübeck, capital do Holstein (ambas hoje integrando a Alemanha reunificada), para poder ouvir Buxtehude. O dinamarquês chegou a dar aulas para Bach durante alguns meses. Só para efeitos de comparação, a distância entre Arnstald e Lübeck, tomada em linha reta no mapa, é de aproximadamente 313 quilômetros – Bach teria percorrido o equivalente à distância entre Porto Alegre (RS) e Tubarão (SC), ou entre São Paulo e Ribeirão Preto. Nada como ter 20 anos!

Pra fechar esse capítulo de influências, temos que dizer que outros autores foram influenciados por Villa-Lobos. Um deles, curiosamente, teria sido Stravinsky, no entender de Tom Jobim – aliás, também um dos discípulos de Villa, e não só musicalmente. Basta olhar a foto da capa do CD Antônio Brasileiro (1994) para ver que Villa estava influenciando até a imagem artística de Tom (que, compenetrado, acende um charuto, uma das marcas registradas de Villa – e de Jobim).

Villa encontra Bach no sertão

O contato de Villa-Lobos com as obras de Bach se deu ainda na infância, através do grupo de amigos de seu pai, todos músicos amadores, que tocavam em sua casa, duas vezes por semana. Quando a música interpretada era de Bach, o jovem Heitor saía da cama, em camisa de dormir, e se escondia embaixo da escada para escutar. Sua tia paterna Zizinha (Maria Carolina Rangel) sabia que bastava iniciar uma peça de “O Cravo Bem Temperado” ao piano para ver surgir o pequeno sobrinho.

Vários autores afirmam, em coro: Villa-Lobos, já adulto, localizou no sertão brasileiro músicas que, neste ou naquele aspecto (melodia, contraponto, modulação), tinham afinidade com aspectos da obra de Bach que ele conhecia da infância. Certo, mas quais aspectos seriam esses e onde ele os encontrou?

O único biógrafo a encarar o desafio foi o mais próximo de Villa, C. Paula Barros, autor de O Romance de Villa-Lobos (1950) e seu parceiro em clássicos como “O Canto do Pajé” (normalmente, Barros, Mário de Andrade e outros escritores que letraram músicas do maestro afirmavam, cheio de dedos, serem seus “colaboradores”, como se usar o termo “parceiro” fosse uma ofensa…). Escreve Barros às páginas 36-37:

“Nas suas Bachianas, por exemplo, sente-se muito das cousas sertanejas. Nessa prodigiosa polifonia que é a nº 1, conseguida apenas com oito violoncelos, está nítido o panorama das caatingas, sob o galope dos touros bravos e dos vaqueiros. Julgamos que nessa obra mestra do artista, vive o mistério que povoa a alma do sertanejo.Só depois
que Villa-Lobos nos contou como havia encontrado esses elementos melódicos à maneira de Bach, em plenos sertões, em meio de vaqueiros e cantadores, foi que compreendemos bem como está adequado esse título de ‘Bachianas Brasileiras’.

(…) o jovem caçador de ritmos, um belo dia, meteu-se numa barcaça de pescadores do rio São Francisco, entre Bahia e Minas Gerais. Como seriam as cantigas e toadas daquela gente?… Aí ele, estupefato, anotou melodias arrítmicas semelhando músicas eslavas. De outra feita, no Espírito Santo, na fazenda de um tal Coronel Gervasio, teve ocasião de observar uma outra forma de música, de origem européia, porém, executada empiricamente, de modo todo especial. Música para uma dança rude, quase brutal, com bater de ombros, que em muitas ocasiões, lançavam os pares ao chão. Essa dança chama-se ‘esquinado’ e um dos seus objetivos é tornar (sic) um vencedor.”

Aparentemente, tudo muito simples. Villa-Lobos, convencido dessa semelhança, teria escrito as “Bachianas” utilizando-se desses motivos populares e de citações de obras de Bach, certo?

Errado.

Só em uma “Bachianas” há citação popular direta, de acordo com Bruno Kiefer em Villa-Lobos e o Modernismo na Música Brasileira (1986): na nº 4, nas partes terceira – “Ária (Cantiga)” – e quarta – “Dança (Miudinho)”. Quanto a trechos de obras do mestre de Leipzig… não há NENHUM! E agora, José? (como diria Carlos Drummond de Andrade num poema que Villa-Lobos musicou).

Kiefer nos socorre, esclarecendo: Villa “escreve à moda de Bach e brasileiramente!” Com ele concordam o musicólogo americano Ölin Downes e os brasileiros Andrade Bello, Andrade Muricy, Luiz Heitor, Arnaldo Senise e Maria Maia, entre outros.

Ainda é Kiefer que explica como essa síntese era possível. Primeiramente, Villa voltava, a partir das “Bachianas” 1 e 2, a escrever obras tonais com armadura de clave, ou seja, indicações de alterações de notas, através do emprego de bemóis e/ou sustenidos na partitura. Esse procedimento, bastante comum em música tonal ou modal, não vinha sendo empregado pelo compositor mesmo quando trabalhava em outras releituras de temas populares, como “A Prole do Bebê nº 2” (1921). Porém, a simples presença de armadura de clave em Villa não implicava necessariamente em música tonal, como no “Choros nº 5 (Alma Brasileira)” (1925). Nas “Bachianas”, também é constante a simplicidade e o emprego de métodos muito próximos da tradição musical.

As pianistas Lúcia Silva Barrenechea e Cristina Capparelli Gerling (autoras de Villa-Lobos e Chopin: O Diálogo Musical das Nacionalidades, in: Três Estudos Analíticos – Villa-Lobos, Mignone e Camargo Guarnieri, 2000) identificam na série o emprego de uma matriz tonal estável no longo prazo e discernível por cadências bem delineadas. Em Três Estudos Analíticos, Lúcia e Cristina citam ainda a visão do compositor Lorenzo Fernandez (expressa no artigo A Contribuição Harmônica de Villa-Lobos para a Música Brasileira, 1946). Fernandez “observou a maneira pela qual Villa-Lobos explora o uso de dissonância nas cadências: o compositor invariavelmente constrói acordes de tônica e dominante com tons agregados e apojaturas sem resolução. Este procedimento gera sonoridades em clusters e também acordes politonais. O uso da politonalidade tão disseminado nas décadas medianas do século vinte é no entanto apenas uma maneira de combinar e sobrepor sonoridades pouco comuns com um vocabulário tonal.”

Outra característica constante na série é que cada parte de uma “Bachianas” tem nome duplo: à denominação clássica de música de concerto corresponde a designação do ritmo popular ao qual se remete – por exemplo, a primeira parte da “Bachianas nº 3 chama-se “Prelúdio (Ponteio)”.

As “Bachianas”: composição, estréia e comentários

Bachianas nº 1 – Composta em 1930, para conjunto de 8 violoncelos, teve a primeira audição dirigida pelo autor, em 22 de setembro de 1932. C. Paula Barros afirmava ver nela religiosidade e possível evocação ao pai do compositor, Raul Villa-Lobos – nada mais justo, afinal, ele “apresentara” Bach ao filho! Barros acrescenta: “As ‘Bachianas nº 1’ nos envolvem num esplendor de ritmos e motivos surpreendentes pela cor e pela sugestão do que mais possa haver de subjetiva brasilidade”. Em outra passagem, diz encontrar nela “ecos dos ritmos das vaquejadas dos campos marajoaras”. Adhemar Alves da Nóbrega, autor de um livro sobre o ciclo das “Bachianas”, considera a 1 a mais original, principalmente para os “não iniciados”. Sobre a terceira parte, “Fuga (Conversa)”, o próprio Villa-Lobos comentava:

“A cabeça do tema inicial se caracteriza numa espécie de transfiguração de certas células melódicas, típicas e populares dos antigos seresteiros da Capital Federal, à maneira de Sátiro Bilhar. Bilhar (1861-1929) foi um velho e incorrigível boêmio, cantador e tocador de violão que acumulava as funções de funcionário público com a de seresteiro habitual.

A forma e o estilo da fuga representam, primeiro, a espiritualização da maneira de Bach, e depois uma idéia musical da conversação entre quatro chorões, cujos instrumentos se disputam a primazia temática, em perguntas (sujeito) e respostas sucessivas, num crescendo dinâmico, mas sempre conservando a mesma cadência rítmica.”

Bachianas nº 2 – Também de 1930, para orquestra, estreou em Veneza, sob regência de Alfredo Casella. Em sua primeira parte, “Prelúdio (Canto do Capadócio)”, Kiefer detecta a substituição de uma importante característica de Villa, a invenção contínua, pela progressão, um procedimento típico do Barroco. Além disso, um sax tenor chora uma melodia bem modinheira-seresteira, num esquema geral ABA’ (ou seja, executam-se dois movimentos da parte sem repetição, retornando após ao tema do primeiro movimento, modificado). A segunda parte, “Ária (Canto da Nossa Terra)”, alterna modinha e tempo de marcha, com os violoncelos num pizzicato grave lembrando os baixos cantantes dos violões das serestas. A imponência do início da parte, para Kiefer, evoca inequivocamente Bach. No tempo de marcha, a atmosfera bachiana é deixada de lado. O clima é tonal. Um solo de trombone marca a terceira parte, “Dança (Lembrança do Sertão)”, em que movimentos modais emolduram um centro tonal. Já a quarta parte, a célebre “Tocata (O Trenzinho do Caipira)”, é atonal, pois sugere o bater de ferros de uma locomotiva em movimento.

Bachianas nº 3 – Escrita em 1938 para piano e orquestra, só chegou ao público em 19 de fevereiro de 1947, com José Vieira Brandão ao piano, acompanhado da orquestra CBS regida por Villa-Lobos.

Bachianas nº 4 – Foi composta em 1930 para piano solo, tendo estreado com Vieira Brandão, em 27 de novembro de 1939. O arranjo para orquestra, de 1941, foi mostrado ao público em 15 de julho de 1942, regido pelo autor. O pianista Arthur Moreira Lima destaca, do ponto de vista do intérprete, “a grandiosidade do ‘Prelúdio (Introdução)’, a riqueza de timbres do ‘Coral (Canto do Sertão)’, a nostalgia da ‘Ária (Cantiga)’, interrompida por um ritmo sincopado típico do Nordeste, e a complexidade técnica da ‘Dança (Miudinho)'”. Para quem estranhou que a 4 tenha sido escrita antes da 3, esclarecemos que Villa costumava fazer isso – por exemplo, o “Choros nº 7” é de 1924, anterior ao 3, de 1925.

Bachianas nº 5 – A mais famosa do ciclo, para soprano e conjunto de 8 violoncelos. Teve a primeira parte, “Ária (Cantilena)”, composta em 1938. Sua primeira audição se deu pela voz de Ruth Valadares Corrêa, também autora dos versos. A segunda parte, “Dança (Martelo)”, letrada por Manuel Bandeira em 1945, estreou com Hilda Ohlin em Paris, a 29 de outubro de 1947. David Nasser escreveu nova letra para a primei
ra parte, gravada por Elizeth Cardoso com conjunto, em arranjo e regência de Radamés Gnattali em 1979. Para dar uma idéia da popularidade desta composição, basta lembrar o que o pianista Vieira Brandão (“Brandãosinho”) contou a C. Paula Barros: tendo sido Villa chamado aos Estados Unidos em 1947 para escrever sob encomenda a opereta Madalena, os empresários da companhia sugeriram-lhe usar a “Bachianas nº 5” como abertura… Villa ameaçou voltar ao Brasil, suspendendo a temporada toda, fato que os levou a ceder. Felizmente eles eram de palavra, pois Villa não pôde ensaiar a companhia, devido a ter sido hospitalizado com gravidade antes da estréia da opereta, em 1948.

Bachianas nº 6 – Composta em 1938 para flauta e fagote, estreou em 24 de setembro de 1945.

Bachianas nº 7 – De 1942, para orquestra, teve primeira audição regida pelo autor, em 13 de março de 1944. Foi escolhida pelo diretor do Departamento de Difusão Cultural da Prefeitura do Distrito Federal, professor Francisco Gomes Maciel Pinheiro, para abrir um Festival Villa-Lobos no Teatro Municipal, em 29 de abril de 1950 (houve um segundo Festival pouco depois). Tendo o concerto sido aberto com as “Bachianas nº 7”, a jornalista e musicóloga Beatriz Guimarães comentou com C. Paula Barros: “Bach deveria estar aqui para ouvir estas ‘Bachianas'”.

(O final do texto acompanhará a postagem das Bachianas nros. 8 e 9)

P.Q.P. Bach

Bachianas Brasileiras No.4
I. Preludio: Introducao
II. Coral: Canto do Sertao (Song of the Bush)
III. Aria: Cantiga
IV. Danza: Miudinho
Performed by:Royal Philharmonic Orchestra
Conducted by:Enrique Bátiz

Bachianas Brasileiras No.5
I. Aria: Cantilena
II. Danza: Martelo
Barbara Hendricks – Soprano
Eldon Fox – Solo Cello

Bachianas Brasileiras No.6
I. Aria: Choro
II. Fantasia
Lisa Hansen – Flute
Susan Bell – Bassoon

Bachianas Brasileiras No.7
I. Preludio: Ponteio
II. Giga: Quadrilha Caipira (Country Quadrille)
III. Toccata: Desafio (Joust)
IV. Fuga: Conversa (Conversation)
Performed by:Royal Philharmonic Orchestra
Conducted by:Enrique Bátiz

BAIXE AQUI (DOWNLOAD)

Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959) – Bachianas Brasileiras Completas (CD 1 de 3)

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio, pelos motivos expostos AQUI

 

Atualização de 24/11/2007:

Aqui está o arquivo que substitui as faixas 7 e 8 deste CD. Acho estranho que, após 634 downloads, tais faixas passem a apresentar problemas, ainda mais se considerarmos que ouvi os arquivos mp3 que foram upados e eles estão OK. Coloco as duas faixas porque um comentarista disse que o problema estava localizado na faixa 7, Prelúdio das Bachianas Nº 3, só que a faixa 7 é O Trenzinho Caipira, último movimento das Bachianas Nº 2. Então, subi as duas.

– Quem foram os maiores artistas brasileiros?
– Guimarães Rosa, Machado, Tom Jobim, Portinari, Iberê, Drummond, Bandeira, Oscar Niemeyer…
– Ah, não vai citar Villa-Lobos? Então toma!

(Quando estamos sem tempo para escrever algo decente, a gente ficamos engraçadinhos…)

P.Q.P. Bach

Bachianas Brasileiras No. 1 for Cello Ensemble
Performed by:Royal Philharmonic Orchestra
Cellos Conducted by:Andrew Mogrelia
I. Introduction: Embolada
II. Preludio: Modinha
III. Fugue: Conversa (Conversation)

Bachianas Brasileiras No. 2 for Chamber Orchestra, “O trenzinho do Caipira”
Performed by:Royal Philharmonic Orchestra
Conducted by:Enrique Bátiz
I. Preludio: O Canto do capadocio (Scamp’s Song)
II. Aria: O Canto da nossa terra (Song of Our Land)
III. Danza: Lembranca do Sertão (Remembrance of the Bush)
IV. Toccata: O trenzinho do Caipira (The Peasant’s Little Train)

Bachianas Brasileiras No. 3 for Piano and Orchestra
Jose Feghali, piano
Performed by:Royal Philharmonic Orchestra
Conducted by:Enrique Bátiz
I. Preludio: Ponteio
II. Fantasia: Devaneio (Digression)
III. Aria: Modinha
IV. Toccata: Picapau

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Heitor Villa-Lobos (1887-1959) – Obra Completa para Violão Solo

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio, pelos motivos expostos AQUI

 

Antes deste notável CD, uma explicação: o blog P.Q.P. Bach é construído desorganizada e maravilhosamente (…?) através do acervo pessoal de três melômanos, um de Porto Alegre, RS, Brasil (P.Q.P. Bach, o fundador), o segundo de Blumenau, SC, Brasil (F.D.P. Bach, que foi convidado nos primeiros dias de vida do blog) e agora temos uma terceira colaboradora, recém chegada de Portugal (Clara Schumann, nossa musa inspiradora da qual nunca vimos sequer uma foto). Não conhecemos pessoalmente um ao outro, não temos uma programação de postagens, não temos poder de veto sobre os posts, não temos freqüência pré-definida de uploads e não sabemos claramente porque fazemos isto. A melhor explicação foi-me dada por uma querida e benigna amiga que me disse que o que fazíamos era uma polinização de beleza que, se não dá sentido às vidas de outras pessoas, dá-lhes valor. Quando li tal opinião, aspirei bastante ar e pensei: puxa, gostei disso. Espero que tal definição faça-nos a mim, à Clara e ao F.D.P. crescer alguns centímetros. No meu caso, é necessário; só tenho 1,70m.

Era isso.

Abraços aos homens, beijos às mulheres e boas audições a todos. (Se a Clara quiser inverter esta saudação de despedida, que o faça!).

 

P.Q.P. Bach.

Sobre Turíbio Santos: violonista desde criança, Turíbio tem mais 50 registros em discos e CDs. O primeiro foi aos 18 anos, para o Museu Villa-Lobos. Foi também o primeiro disco do Museu, no qual foram gravados os 12 estudos de Villa-Lobos. Mas Turíbio pretendia ser arquiteto. Em março de 1964, quando ocorreu o Golpe Militar no Brasil, Turíbio estava cursando o 3.º ano de Arquitetura e, em razão da situação do país, decidiu abandonar o curso para ser violonista, pois pensou que assim teria mais controle sobre sua vida.Em junho de 1965 ele venceu o Concurso Internacional da Rádio e Televisão Francesa. O Concurso da ORTF abriu uma série de possibilidades para ele na Europa. Logo após, foi convidado a lecionar no maior conservatório municipal de Paris, com 1500 alunos. Decidiu que iria ficar um ano, mas acabou ficando dez. Lá, nasceram seus dois filhos.

Em 1974, regressou ao Brasil por não desejar que os filhos perdessem o vínculo com o país. Hoje, além de suas atividades como concertista, dirige o Museu Villa-Lobos. Em 2002 Turíbio Santos lançou um livro autobiográfico Mentiras … ou não? Uma quase autobiografia pela editora Jorge Zahar, em comemoração aos seus 40 anos de atividade profissional. Coordena a série Violão Amigo, de partituras de obras brasileiras, também da Zahar, já com três volumes publicados.

Sobre esta gravação: você deve baixar este CD e guardar direitinho, com back-up e tudo. Escandalosamente, o CD Villa-Violão – Obra Completa para Violão Solo de Villa-Lobos, na interpretação do genial Turíbio Santos, está fora de catálogo. É melhor que você carregue nos seus ouvidos e memória este que é um de nossos maiores legados culturais: Villa-Lobos. Não confie nas gravadoras, nas salas de concertos, em ninguém. Afinal, Villa está virando raridade no Brasil e, para conseguir algumas obras, só importando… Sim, é para se matar.

Cinco Prelúdios (1940)
1. Prelúdio Nº 1
2. Prelúdio Nº 2
3. Prelúdio Nº 3
4. Prelúdio Nº 4
5. Prelúdio Nº 5

6. Choros Nº 1 (1920)

Doze Estudos (1929)
7. Estudo Nº 1
8. Estudo Nº 2
9. Estudo Nº 3
10. Estudo Nº 4
11. Estudo Nº 5
12. Estudo Nº 6
13. Estudo Nº 7
14. Estudo Nº 8
15. Estudo Nº 9
16. Estudo Nº 10
17. Estudo Nº 11
18. Estudo Nº 12

Suíte Popular Brasileira
19. Mazurka-Choro (1908)
20. Schottisch-Choro (1908)
21. Valsa-Choro (1912)
22. Gavota-Choro (1912)
23. Chorinho (1923)

Turíbio Santos, violão.

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50 anos sem Heitor Villa-Lobos (1887-1959): Guia Prático de 1 a 9

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio, pelos motivos expostos AQUI

Cheio de alegria, o Guia Prático são composições — na maior parte das vezes são “transcrições” de canções populares — para piano solo, “cantadas” aqui por Sonia Rubinsky. Por ser uma coleção de mais de cem peças baseadas em canções tradicionais de todas as regiões do Brasil, montado por Villa-Lobos para o Conservatório Nacional do Coral Canto, o Guia Prático foi largamente utilizado no ensino brasileiro de meados do séculoXX. Esta coleção da Naxos traz pela primeira vez todas as peças do Guia Prático para piano solo. Elas foram registradas completas, na sua ordem original. Infelizmente, não possuo o CD complementar com o Guia Prático X e XI.

VILLA-LOBOS: Piano Music, Vol. 5 (Guia pratico I-IX)

Guia pratico I
1. No. 1. Acordei de madrugada (I Woke up Very Early) 00:01:30
2. No. 2. A mare encheu (The Tide Flowed) 00:01:34
3. No. 3. A roseira (The Rosebush) 00:01:00
4. No. 4. Manquinha (The Little Limping Girl) 00:02:12
5. No. 5. Na corda da viola (On the String of the Guitar) 00:01:52

Guia pratico II
6. No. 1. Brinquedo (Play) 00:01:05
7. No. 2. Machadinha (Little Axe) 00:01:15
8. No. 3. Espanha (Spain) 00:00:53
9. No. 4. Samba – Lele 00:01:34
10. No. 5. Senhora Dona Viuva (Mrs. Widow) 00:01:53

Guia pratico III
11. No. 1. O pastorzinho (The Little Shepherd) 00:01:03
12. No. 2. Joao Cambuete 00:01:20
13. No. 3. A freira (The Nun) 00:00:59
14. No. 4. Garibaldi foi a Missa (Garibaldi went to Mass) 00:01:26
15. No. 5. O piao (Oh Whirligig) 00:01:10

Guia pratico IV
16. No. 1. O pobre e o rico (The Pauper and the Rich) 00:00:44
17. No. 2. Rosa amarela (Yellow Rose) 00:02:19
18. No. 3. Olha o passarinho, domine! (Look at the Little Bird, Domine!) 00:00:40
19. No. 4. O gato (The Cat) 00:02:21
20. No. 5. O sim! (Oh Yes!) 00:00:53

Guia pratico V
21. No. 1. Os pombinhos (The Little Doves) 00:00:39
22. No. 2. Voce diz que sabe tudo (You Say You Know Everything) 00:02:21
23. No. 3. Co, Co, Co! 00:01:26
24. No. 4. O bastao ou mia gato (The Stick or Cat Miaow) 00:01:44
25. No. 5. A condessa (The Countess) 00:02:46

Guia pratico VI
26. No. 1. Sonho de uma creanca (A Child’s Dream) 00:01:35
27. No. 2. O corcunda (The Hunchback) 00:00:56
28. No. 3. Caranguejo (Crab) 00:01:27
29. No. 4. A pombinha voou (The Little Dove Flew Away) 00:01:40
30. No. 5. Vamos atraz da serra, oh! Calunga! (Let’s Go Behind the Mountain, Oh! Calunga!) 00:01:18

Guia pratico VII
31. No. 1. No fundo do meu quintal (In My Backyard) 00:01:09
32. No. 2. Vai abobora! (Some Pumpkin!) 00:00:55
33. No. 3. Vamos, Maruca (Let’s Go, Maruca) 00:01:41
34. No. 4. Os pombinhos (The Little Doves) 00:00:55
35. No. 5. Anda a roda (Round the Circle) 00:01:53

Guia pratico VIII
36. No. 1. O limao (Oh Lemon) 00:00:49
37. No. 2. Carambola 00:00:29
38. No. 3. Pobre cega (Poor Blind One) 00:01:08
39. No. 4. Pai Francisco (Father Francisco) 00:01:06
40. No. 5. Xo! passarinho (Shoo! Little Bird) 00:01:07
41. No. 6. Sinh’Aninha (Miss Aninha) 00:00:37
42. No. 7. Vestidinho branco (Little White Dress) 00:01:01

Guia pratico IX
43. No. 1. Laranjeira pequenina (Small Orange Tree) 00:00:59
44. No. 2. Pombinha, rolinha – brinquedo de roda (Little Dove, Little Pigeon – round song) 00:01:40
45. No. 3. O ciranda, o cirandinha – round song 00:00:45
46. No. 4. A velha que tinha nove filhas (The Old Woman Who Had Nine Daughters) 00:01:06
47. No. 5. Constante (Faithful) 00:00:57
48. No. 6. O castelo (The Castle) 00:01:22

Total Playing Time: 01:03:14

Sonia Rubinsky, piano

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50 anos sem Heitor Villa-Lobos (1887-1959): Música para Piano – Bachianas Brasileiras No. 4 / Carnaval das Crianças

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio, pelos motivos expostos AQUI

Bachianas Nº 4 em grande interpretação. Prescinde de comentários, certo?

VILLA-LOBOS: Piano Music, Vol. 4 (Bachianas Brasileiras No. 4 / Children’s Carnival)

Bachianas brasileiras No. 4 for Piano
1. Preludio: Introducao 00:06:18
2. Coral: Canto do sertao 00:04:36
3. Aria: Cantiga 00:05:28
4. Dansa: Miudinho 00:03:30
Sonia Rubinsky, piano

Poema singelo (Simple Song)
5. Poema singelo (Simple Song) 00:06:09
Sonia Rubinsky, piano

Carnaval das Criancas (Children’s Carnival)
6. I. O Ginete do Pierrozinho (The Little Pierrot’s Pony) 00:01:08
7. II. O Chicote do Diabinho (The Little Devil’s Wrap) 00:01:40
8. III. A Manha da Pierrete (The Pierrette’s Ruse) 00:02:14
9. IV. Os Guizos do Dominozinho (The Little Domino’s Jingle Bells) 00:01:11
10. V. As Peripecias do Trapeirozinho (The Little Ragpiper’s Adventures) 00:01:31
11. VI. As Traquinices do Mascarado Mignon (The Masked Boy’s Pranks) 00:01:35
12. VII. A Gaita de um Precoce Fantasiado (The Fife of a Precocious Daydreamer) 00:02:50
13. VIII. A Folia de um Bloco Infantil (The Gaiety of a Children’s Band) 00:03:15
Tatjana Rankovich, piano
Sonia Rubinsky, piano

Francette et Pia
14. Francette et Pia 00:15:35
Tatjana Rankovich, piano
Sonia Rubinsky, piano

A Fiandeira (The Spinner)

15. A Fiandeira (The Spinner) 00:02:56
Sonia Rubinsky, piano

Simples Coletanea (Simple Collection)
16. Valsa mistica (Mystic Valtz) 00:01:40
17. Num berco encantado (In an Enchanted Cradle) 00:02:33
18. Rhodante (Round Dance) 00:01:52
Sonia Rubinsky, piano

Valsa romantica
19. Valsa romantica 00:03:43
Sonia Rubinsky, piano

Total Playing Time: 01:09:44

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Eugène Ysaÿe (1858-1931): Sonatas for Violin Solo, Op. 27

Este coleção de sonatas para violino solo do desconhecido Ysaÿe, mostra um desempenho impressionante de algumas das músicas mais difíceis do repertório erudito. Os modelos reconhecíveis de Ysaÿe foram Bach e Paganini, mas sua inspiração veio alegadamente de seis amigos e colegas a cujas sonatas são dedicadas e especialmente concebidas para seus dons interpretativos. Ysaÿe era violinista, claro, e derramou sobre estas sonatas seu conhecimento do violino e de seus recursos. Mas é também é música de primeira linha. Thomas Zehetmair recupera a tais músicas num grande CD que existe graças à ECM. Destaque para a Sonata Nº 2, onde o autor ter realiza uma brilhante “desconstrução” de uma Sonata de Bach para o mesmo instrumento solo.

Este grande CD foi “Editor’s Choice” da Gramophone. Não deixe de conferir.

Ysaÿe – Sonatas for Violin Solo, Op. 27

1. Sonata No.1 in G minor (for Joseph Szigeti) – 1. Grave
2. Sonata No.1 in G minor (for Joseph Szigeti) – 2. Fugato
3. Sonata No.1 in G minor (for Joseph Szigeti) – 3. Allegretto poco scherzoso
4. Sonata No.1 in G minor (for Joseph Szigeti) – 4. Finale con brio

5. Sonata No.2 in A minor (for Jacques Thibaud) – 1. Obsession
6. Sonata No.2 in A minor (for Jacques Thibaud) – 2. Malinconia
7. Sonata No.2 in A minor (for Jacques Thibaud) – 3. Danse des ombres
8. Sonata No.2 in A minor (for Jacques Thibaud) – 4. Les furies

9. Sonata No.3 in D minor ‘Ballade’ (for George Enescu)

10. Sonata No 4 in E minor (for Fritz Kreisler) – 1. Allemanda
11. Sonata No 4 in E minor (for Fritz Kreisler) – 2. Sarabande
12. Sonata No 4 in E minor (for Fritz Kreisler) – 3. Finale

13. Sonata No.5 for G major (for Mathieu Crickboom) – 1. L’Aurore
14. Sonata No.5 for G major (for Mathieu Crickboom) – 2. Danse rustique

15. Sonata No.6 in E major (for Manuel Quiroga)

Thomas Zehetmair, violin

Recording: September 2002, Propstei St. Gerold, Austria

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Georg Phillip Telemann (1681-1767): Concerto in D for 3 Horns & Violin; La Bouffonne; Grillen-Symphonie; Alster Ouverture

Este é um baita CD. Certamente FDP Bach ainda passará pela sensacional Abertura Alster, mas sou obrigado a me atravessar para apresentar uma das gravações de que mais gosto neste mundo. A versão da Alster por Simon Standage e o Collegium Musicum 90, uma gravação de 1994. Muita atenção às faixas 15, 16, 18 e 19, verdadeiras lições de bom humor em música.

IM-PER-DÍVEL !!!!

Sobre a obra-prima que é a Abertura Alster, Milton Ribeiro nos mostrou o seguinte vídeo no último domingo:

Telemann: Concerto in D for 3 Horns & Violin; La Bouffonne; Grillen-Symphonie; Alster Ouverture

1. Concerto for 3 Horns and Violin in D major, TWV 54: D2: I. Allegro Simon Standage 4:07
2. Concerto for 3 Horns and Violin in D major, TWV 54: D2: II. Grave Anthony Halstead 3:27
3. Concerto for 3 Horns and Violin in D major, TWV 54: D2: III. Presto Simon Standage 2:45

4. Overture (Suite) in C major, TWV 55: C5, “La bouffonne”: I. Overture Simon Standage 7:09
5. Overture (Suite) in C major, TWV 55: C5, “La bouffonne”: II. Loure Simon Standage 2:17
6. Overture (Suite) in C major, TWV 55: C5, “La bouffonne”: III. Rigaudon I and II Simon Standage 3:11
7. Overture (Suite) in C major, TWV 55: C5, “La bouffonne”: IV. Menuett I and II Simon Standage 3:36
8. Overture (Suite) in C major, TWV 55: C5, “La bouffonne”: V. Entree Simon Standage 2:30
9. Overture (Suite) in C major, TWV 55: C5, “La bouffonne”: VI. Pastourelle Simon Standage 3:04

10. Sinfonia in G major, TWV 50:1, “Grillen-Symphonie”: I. Etwas lebhaft Simon Standage 3:44
11. Sinfonia in G major, TWV 50:1, “Grillen-Symphonie”: II. Tandelnd Simon Standage 2:38
12. Sinfonia in G major, TWV 50:1, “Grillen-Symphonie”: III. Presto Simon Standage 3:05

13. Overture (Suite) in F major, TWV 55: F11, “Alster”: I. Overture Simon Standage 5:15
14. Overture (Suite) in F major, TWV 55: F11, “Alster”: II. Die canonierende Pallas (Pallas in canon) Simon Standage 3:01
15. Overture (Suite) in F major, TWV 55: F11, “Alster”: III. Das Alster-Echo (Alster Echo) Simon Standage 1:56
16. Overture (Suite) in F major, TWV 55: F11, “Alster”: IV. Die Hamburgischen Glockenspiele (Hamburg Carillons) Simon Standage 2:37
17. Overture (Suite) in F major, TWV 55: F11, “Alster”: V. Der Schwanen Gesang (Swan Song) Simon Standage 2:53
18. Overture (Suite) in F major, TWV 55: F11, “Alster”: VI. Der Alster Schaffer Dorff Music (Village music of the Alster shepherds) Simon Standage 2:03
19. Overture (Suite) in F major, TWV 55: F11, “Alster”: VII. Die concertierenden Frosche und Krahen (Concertizing frogs and crows) Simon Standage 3:02
20. Overture (Suite) In F Major, Twv 55: F11, “Alster”: VIII. Der Ruhende Pan (Pan At Rest) Simon Standage 3:51
21. Overture (Suite) in F major, TWV 55: F11, “Alster”: IX. Der Schaffer und Nymphen eilfertiger Abzug (The hurried departure of nymphs and shepherds) 3:29

Collegium Musicum 90
dir. Simon Standage

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Georg Phillip Telemann (1681-1767): Tafelmusik completa com o Musica Antiqua Köln

Mano F. D. P. Bach mostra o caminho, eu vou atrás. Foi assim nos lagos de belas adormecidas da semana passada e agora eu respondo às aberturas de Telemann com um petardo de quatro discos do MAK apresentando a Tafelmusik completa. Claro que trata-se de uma brincadeira, mas como os amantes do barroco alemão estão bem servidos nos últimos dias! A obra de Telemann — o compositor mais famoso na região na época de Bach — é muito boa. Por exemplo, o Concerto em Lá maior (CD1) é obra-prima. A ária (Tempo Giusto) da Abertura em ré maior, idem — esta ária foi depois utilizada por Handel num de seus concertos para órgão. E assim por diante. A interpretação de Goebel e amigos é, para variar, impecável. Mas vocês têm de trabalhar muito agora, afinal, são 580 MBytes do mais puro barroco em 320 kbps. Boa sorte!

O motivo pelo qual estão todos juntos é que fiz um CD-R com todas as 70 faixas para ouvir no carro… Tornei-me fã da Tafelmusik de Telemann desde que comprei a caixa de vinis da Telefunken com o jovem Frans Bruggen e o Concerto Amsterdam. Isso há mais de 30 anos atrás. O registro de Bruggen ainda é bom… Mas Goebel o supera em todos os pontos que realmente contam.

Telemann – Musique de Table – 4 CDs

DISC 1

PRODUCTION I (Teil • Part • Partie • Parte I)

I. Ouverture — Suite
e-moll • in E minor • en mi mineur • in mi minore
1. Ouverture: Lentement — Vite — Lentement
2. Rejouissance
3. Rondeau
4. Loure
5. Passepied
6. Air. Un peu vivement
7. Gigue

II. Quatuor G-dur • in G major • en sol majeur • in sol maggiore
8. Largo — Allegro — Largo
9. Vivace — Moderato — Vivace D. c.
10. Grave
11. Vivace

III. Concert A-dur • in A major • en la majeur • in la maggiore
12. Largo
13. Allegro
14. Gratioso
15. Allegro

DISC 2
IV. Trio Es-dur • in E flat major • en mi bemol majeur • in mi bemolle maggiore
1. Affettuoso
2. (attacca) Vivace
3. Grave
4. Allegro

V. Solo
5. h-moll • in B minor • en si mineur • in si minore
6. Cantabile
7. Allegro
8. Dolce
9. Allegro

VI. Conclusion e-moll • in E minor • en mi mineur • in mi minore Allegro — Largo — Allegro D. c.

PRODUCTION II (Teil-Part Partie-Parte II)
I. Ouverture — Suite D-dur • in D major • en re majeur • in re maggiore
10. Ouverture: Lentement — Vite — Lentement
11. Air. Tempo giusto
12. Air. Vivace
13. Air. Presto
14. Air. Allegro

DISC 3 II. Quatuor d-moll • in D minor • en re mineur ■ in re minore

1. Andante
2. Vivace
3. Largo
4. Allegro

III. Concert F-dur in F major • en fa majeur • in fa maggiore
5. Allegro
6. Largo
7. Vivace

IV. Trio e-moll • in E minor ■ en mi mineur • in mi minore
8. Affettuoso
9. Allegro
10. Dolce
11. Vivace

V. Solo A-dur • in A major • en la majeur • in la maggiore
12. Andante
13. Vivace
14. Cantabile
15. Allegro — Adagio — Allegro — Adagio

VI. Conclusion D-dur • in D major ■ en re majeur • in re maggiore
16. Allegro — Adagio — Allegro D. c.

DISC 4

PRODUCTION III (Teil • Part • Partie • Parte III)

I. Ouverture — Suite B-dur • in B flat major • en si bemol majeur • in si bemolle maggiore
1. Ouverture: Lentement — Presto — Lentement
2. Bergerie. Un peu vivement
3. Allegresse. Vite — Meno mosso — Vite D.c.
4. Postilions
5. Flaterie
6. Badinage. Tres vite
7. Menuet

II. Quatuor e-moll • in E minor • en mi mineur • in mi minore
8. Adagio
9. Allegro
10. Dolce
11. Allegro

III. Concert Es-dur • in E flat major • en mi bemol majeur • in mi bemolle maggiore
12. Maestoso
13. Allegro
14. Grave
15. Vivace

IV. Trio D-dur • in D major • en re majeur • in re maggiore
16. Andante
17. Allegro
18. Grave — Largo — Grave
19. Vivace

V. Solo g-moll • in G minor • en sol mineur • in sol minore
20. Largo
21. Presto
22. Tempo giusto
23. Andante
24. Allegro

VI. Conclusion B-dur • in B flat major • en si bemol majeur • in si bemolle maggiore
25. Furioso

Jonathan Cable
Phoebe Carrai
Florian Deuter
Werner Ehrhardt
Reinhard Goebel
Friedemann Immer
Laura Johnson
Andrew Joy
Andras Keller
Manfred Kramer

Musica Antiqua Köln
Direção: Reinhard Goebel

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Piotr Ilich Tchaikovsky (1840-1893) – O Lago dos Cisnes (completo)

Depois da Bela Adormecida, nada melhor do que Cisnes nadando por duas horas e meia. Ouvi e detestei, mas trata-se de um registro raro, pois é completo e sabe-se que poucos maestros suportam. De bom mesmo, só a faixa 10 do Ato 3. A gente lembra de Renata Vasconcellos… Ah, tesão de mulher. Esqueçamos os cisnes, por favor.

Tchaikovsky / Swan Lake, Ballet in 4 Acts, Op.20
(Melodiya – 1969 / BMG – 1999)(2CD)

01. Introduction(2:48)
02. Act I – No. 1 / Scene. Allegro guisto(2:52)
03. Act I – No. 2 / Valse. Tempo di valse(6:52)
04. Act I – No. 3 / Scene. Allegro moderato(3:41)
05. Act I – No. 4 / Pas de trois – Intrada. Allegro(2:02)
06. Act I – No. 4 / Pas de trois – Andante sostenuto(2:31)
07. Act I – No. 4 / Pas de trois – Allegro semplice – Presto(1:10)
08. Act I – No. 4 / Pas de trois – Moderato(1:03)
09. Act I – No. 4 / Pas de trois – Allegro(1:05)
10. Act I – No. 4 / Pas de trois – Coda. Allegro vivace(1:38)
11. Act I – No. 5 / Pas de deux – Tempo di valse ma non troppo vivo, quasi moderato(2:09)
12. Act I – No. 5 / Pas de deux – Andante – Allegro(5:02)
13. Act I – No. 5 / Pas de deux – Tempo di valse(1:32)
14. Act I – No. 5 / Pas de deux – Coda. Allegro molto vivace(1:50)
15. Act I – No. 6 / Pas d’action. Andantino quasi moderato. Allegro(1:43)
16. Act I – No. 7 / Sujet(0:36)
17. Act I – No. 8 / Danses des coupes. Tempo di polacca(5:58)
18. Act I – No. 9 / Finale. Andante(2:46)

19.Act II – No. 10 / Scene. Moderato(2:40)
20. Act II – No. 11 / Scene. Allegro moderato – Allegro vivo, L’istesso tempo(4:46)
21. Act II – No. 12 / Scene. Allegro – Moderato assai, quasi andante(3:25)
22. Act II – No. 13 / Danses des cygnes – Tempo di valse(2:24)
23. Act II – No. 13 / Danses des cygnes – (Solo Odette) Moderato assai – Molto piu mosso(1:31)
24. Act II – No. 13 / Danses des cygnes – Danses des cygnes. Tempo di valse(1:46)
25. Act II – No. 13 / Danses des cygnes – Allegro moderato(1:18)
26. Act II – No. 13 / Danses des cygnes – Pas d’action (Odette et le prince). Andante-Andante non troppo-Allegro(6:35)
27. Act II – No. 13 / Danses des cygnes – Tout le monde danse. Tempo di valse(1:28)
28. Act II – No. 13 / Danses des cygnes – Coda. Allegro vivo(1:37)
29. Act II – No. 14 / Scene. Moderato(2:32)

1.Act III – No.15: Allegro giusto(2:24)
02. Act III – No.16 Danses du corps de ballet et des nains: Moderato assai – Allegro vivo(2:30)
03. Act III – No.17 Scene (La sortie des invites et la valse): Allegro – Tempo di valse(7:29)
04. Act III – No.18 Scene: Allegro – Allegro giusto(1:34)
05. Act III – No.19 Pas de six: Intrada. Moderato assai(2:24)
06. Act III – No.19 Pas de six: Var.1. Allegro(1:35)
07. Act III – No.19 Pas de six: Var.2. Andante con moto(3:14)
08. Act III – No.19 Pas de six: Var.3. Moderato(1:02)
09. Act III – No.19 Pas de six: Var.4. Allegro(0:53)
10. Act III – No.19 Pas de six: Var.5. Moderato – Allegro semplice – Allegro molto(1:20)
11. Act III – No.19 Pas de six: Coda. Allegro molto(1:41)
12. Act III – Appendice 1 – Pas de deux: Introduction. Moderato – Andante(4:14)
13. Act III – Appendice 1 – Pas de deux: Var.1. Allegro moderato(0:43)
14. Act III – Appendice 1 – Pas de deux: Var.2. Allegro(0:49)
15. Act III – Appendice 1 – Pas de deux: Coda. Allegro molto vivace(2:29)
16. Act III – No.20 Danses hongroise. Czardas: Moderato assai – Allegro moderato – Vivace(2:24)
17. Act III – Appendice 2 – Danse russe: Moderato – Andante semplice – Allegro vivo – Presto(4:40)
18. Act III – No.21 Danse espagnole: Allegro non troppo (Tempo di bolero)(2:25)
19. Act III – No.22 Danse napolitaine: Allegro moderato – Andantino quasi moderato – Presto(1:54)
20. Act III – No.23 Mazurka: Tempo di mazurka(3:44)
21. Act III – No.24 Scene: Allegro – Valse Allegro vivo(3:26)

22. Act IV – No.25 Entr’acte: Moderato(1:55)
23. Act IV – No.26 Scene: Allegro non troppo(2:16)
24. Act IV – No.27 Danses de petits cygnes: Moderato(4:21)
25. Act IV – No.28 Scene: Allegro agitato – Allegro vivace(2:58)
26. Act IV – No.29 Scene finale: Andante – Allegro agitato – Alla breve – Moderato e maestoso – Moderato(6:05)

Gravado em Moscou, 1969
Tempo Total: 148min19

Soloists:
Mikhail Chernyakhovsky – violin
Victor Simon – cello
Olga Erdeli – harp
Suren Gevorkian – trumpet

USSR RTV Large Symphony Orchestra
Gennady Rozhdestvensky

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PQP

Vixe, esqueci de te contar!

Vixe PQP, esqueci de te contar uma coisa engraçada que me aconteceu em São Paulo. Lá estava eu na fila da Sala São Paulo tentando conseguir ingressos para o Zubin Mehta (os quais eu não consegui), e encontro um grupo de amigos lá por perto. Minha amiga me apresenta para um desconhecido como Gilberto, que estuda composição. E não é que o cara vira e me pergunta:

— Gilberto Agostinho, aquele que publicou no PQP?

Tô ficando famoso graças a você.

Grande abraço,
Gilberto Agostinho (por e-mail)

PQP

Do leitor que assina apenas “Benedito”

Em seu premiado livro “The rest is noise” sobre a musica clássica do século XX, Alex Ross, crítico de música da revista New Yorker aponta em seus apêndices 5 gravações que ele considera altamente recomendáveis (séc.XX).

1- Schoenberg, Berg and Webern – Pieces for Orquestra, Berlin Philharmonic (DG)
2- Stravinsky, Rite of Spring/ Bartók, Miraculous Mandarim, Esa-Pekka Salonen Los Angeles Philharmonic (DG)
3- Britten, Peter Grimes, Royal Opera House (Philips)
4- Messiaen, Quartet for the end of time, Tashi (RCA)
5- Reich, Music for 18 musicians, Steve Reich and musicians (ECM).

Verificando na página do Steve Reich, há quatro gravações de Music for 18 musicians, a que está no post acima “revalidado” é a do grupo Amadinda Percussion Group “Live in Budapest”.

PQP, parabéns… importante e oportuno post.

(Obrigado, Benê!)

Steve Reich (1936-): Music for 18 Musicians – link revalidado

Este disco, comprado em vinil no ano de 1980, foi a maior das surpresas. Em primeiro lugar, era editado pela ECM mas não era absolutamente jazz; segundo, era uma música minimalista muito mais complexa e bem acabada do que a composta por um certo Philip Glass. Era um minimalista mesmo! Sua música tinha as mesmas repetições das de Glass, só que suas variações eram muito mais rápidas, inteligentes e interessantes, às vezes quase inaudíveis, mas sempre ocorrendo sem possibilidade de mesmice. Fiquei fascinado. Ouvi este disco de olhos fechados talvez dezenas de vezes, procurando entender e visualizar o que todos os 18 músicos realizavam, às vezes abrindo os olhos para ver suas fotos no bolachão da ECM. Vinte anos depois, comprei a gravação de um grupo húngaro que refazia a “Música” com extraordinário entusiasmo. É esta gravação que posto em P.Q.P. Bach. Ainda me seduzo pela incrível sucessão de harmonias mostradas por Reich. É uma audição lúdica e de complexidade nunca diminuída. É um clímax perpétuo, algo que nem os Viagras conseguem. Mas não posso fazer analogias com orgasmos, pois 61 minutos de orgasmo seria como esconder-se no Orgasmotron do filme “O Dorminhoco”, de Woody Allen.

Depois conheci Adams e outros, mas… (Grande parte do texto abaixo foi traduzido da Wikipedia espanhola por mim.)

Todos os músicos do passado, começando na Idade Média, estavam interessados na música popular. A música de Béla Bartók se fez inteiramente com fontes de música tradicional húngara. E Igor Stravinsky, ainda que gostasse de nos enganar, utilizou toda a sorte de fontes russas para seus primeros balés. A grande obra-prima Ópera dos Três Vinténs, de Kurt Weill, utiliza o estilo de cabaret da República de Weimar. Arnold Schoenberg e seus seguidores criaram um muro artificial, que nunca existiu antes. Minha geração atirou o muro abaixo e agora estamos novamente numa situação normal. Por exemplo, se Brian Eno ou David Bowie recorrem a mim e se músicos populares reutilizam minha música, como The Orb ou DJ Spooky, é uma coisa boa. Este é um procedimento histórico habitual, normal, natural.

Steve Reich

Em 1974, Reich começou a escrever Music for 18 Musicians, o número de integrantes de seu “ensemble”, uma peça que acabaria dois anos mais tarde. Seguramente é a obra de Reich que obteve maior êxito e, para muitos, é que se chamaria sua obra principal. Esta peça trouxe consigo muitas idéias novas, ainda que outras já houvessem sido escutadas em peças anteriores. A obra se organiza ao redor de um ciclo de onze acordes introduzidos no princípio, seguidos por pequenas variações em cada acorde, e por um retorno ao ciclo original. É complicado mesmo e sei lá como alguém consegue interpretar tal música ao vivo, como fazem esses húngaros malucos. As seções chamam-se conveniente, «Pulsos», «Seção I-XI» e novamente, «Pulsos». Esta foi a primeira tentativa de Reich de escrever uma obra para um conjunto maior de executantes, o que permitiaria um maior alcance dos efeitos psicoacústicos, fato que fascinou a Reich, que declarara na época que gostaria de «explorar mais esta idéia» («explore this idea further»). Reich comentou que este trabalho continha mais movimento harmônico em seus primeiros cinco minutos do que qualquer outro trabalho que escrevera antes. A Deutsche Grammophon gravou a peça, mas não estava nada segura de lançá-la depois do relativo fracasso de vendas de Drumming. Foi proposto a Reich um lançamento pela ECM. Ele logo rechaçou a idéia dizendo que sua obra não era jazz. Porém Bob Hurwitz — então na ECM (logo depois foi para a Nonesuch) —, o convenceu. Venderam mais de 100.000 copias nos dois anos seguintes, promovendo a obra em emissoras de rádio de rock progressivo e jazz experimental. Para Reich, foi uma sorte haver concordado, pois desde aquele momento passou a gozar de um amplo prestígio e respeito no cenário musical internacional.

Imperdível esta gravação ao vivo feita por este extraordinário – e concentradíssimo! – grupo húngaro. Procurem ouvir sem interrupção e com atenção. Vale a pena.

Steve REICH – MUSIC for 18 MUSICIANS – Amadinda Percussion Group

Os Músicos:

1 Ida Szabó – ének / voices
2 Ágnes Dobszay – ének / voices
3 Zsuzsanna Lukin – ének / voices
4 Katalin Károlyi – ének / voices
5 László Melis (Group 180) – hegedu / violin
6 Ákos Pásztor (Group 180) – gordonka / cello
7 Gellért Tihanyi (Group 180) – klarinét, basszusklarinét / clarinet, bass clarinet
8 János Maczák – klarinét, basszusklarinét / clarinet, bass clarinet
9 Béla Faragó (Group 180) – zongora / pianos
10 Zoltán Rácz – zongora / pianos
11 György Oravecz – zongora, maracas / piano, maraca
12 Zsolt Sárkány – marimba
13 Zoltán Váczi – marimba
14 Károly Bojtos – xilofon, zongora / xylophone, piano
15 Benedek Tóth – xilofon / xylophone
16 Tibor Nemes – marimba, zongora / piano, marimba
17 Gergely Bíró – marimba, maracas
18 Aurél Holló – vibrafon, zongora / vibraphone, piano

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.: interlúdio :. Keith Jarrett: Solo Concerts: Bremen & Lausanne

De vez em quando, Keith Jarrett fazia apresentações que pareciam um stand-up. Ele ia lá para a frente do palco e deixava o piano deitar falação. E falava bem. E havia tantos momentos verdadeiramente sublimes que virou mania. Depois houve outras gravações, sempre com nomes cidades acompanhados de datas e ali tinha sempre algo que se aproveitava. Como estas gravações. (Que me parecem muito adequadas para um despertar dominical como fiz onde moro. Não demorou muito — era 9h30 da manhã — para aparecerem duas mulheres me perguntando que maravilha era aquilo… Ofereci-lhes café, torradas, suco de laranja, ora.)

Keith Jarrett: Solo Concerts: Bremen & Lausanne

1. Bremen, July 12, 1973 Part I – 18:04
2. Bremen, July 12, 1973 Part II – 45:12
3. Lausanne, March 20, 1973 – 1:04:57

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Antonio Vivaldi (1678-1741): Obra completa para alaúde italiano + Giovanni Zamboni (?-?): Sonata + J. S. Bach (1685-1750): Prelúdio, Fuga e Allegro

Não é o melhor dos negócios misturar Bach com outros compositores. Há opções mais inteligentes. Não obstante, este CD é excelente. O concerto que abre o CD — música conhecidíssima — é muito bonito, depois vêm algumas composições mais ou menos obscuras, fechando com a obra-prima que é o Prelúdio, Fuga e Allegro de papai. Mais um CD com a esplêndida orquestrinha de Drottningholm. A gravadora sueca Bis, quando produz música barroca, acerta sempre. Sei lá por quê. Grande disco.

Antonio Vivaldi – Concerto In D Major
01 – Concerto In D Major: I. (Allegro Guisto)
02 – Concerto In D Major: II. Largo
03 – Concerto In D Major: III. Allegro

Nils-Erik Sparf, violin
Tullo Galli, violin
Kari Ottesen, cello
Alf Petersen, violone
Maria Wieslander, organ

Antonio Vivaldi – Trio Sonata In G Minor
04 – Trio Sonata In G Minor: I. Andante Molto
05 – Trio Sonata In G Minor: II. Larghetto
06 – Trio Sonata In G Minor: III. Allegro

Jacob Lindberg , lute
Nils-Erik Sparf, violin
Kari Ottesen, cello
Maria Wieslander, organ

Antonio Vivaldi – Trio Sonata In C Major
07 – Trio Sonata In C Major For Violin, Lute And Basso Continuo, RV 82: I. Allegro…
08 – Trio Sonata In C Major For Violin, Lute And Basso Continuo, RV 82: II. Larghe…
09 – Trio Sonata In C Major For Violin, Lute And Basso Continuo, RV 82: III. Allegro

Jacob Lindberg , lute
Nils-Erik Sparf, violin
Kari Ottesen, cello
Maria Wieslander, organ

Antonio Vivaldi – Concerto In D Minor
10 – Concerto In D Minor For Viola D’Amore, Lute And Orchestra: I. Allegro (Moderato)
11 – Concerto In D Minor For Viola D’Amore, Lute And Orchestra: II. Largo
12 – Concerto In D Minor For Viola D’Amore, Lute And Orchestra: III. Allegro

Jacob Lindberg , lute
Monica Huggett, viola d’amore
Drottningholm Baroque Ensemble

Giovanni Zamboni – Sonata In C Minor
13 – Sonata In C Minor For Archlute: I. Preludio
14 – Sonata In C Minor For Archlute: II. Alemanda
15 – Sonata In C Minor For Archlute: III. Giga
16 – Sonata In C Minor For Archlute: IV. Sarabanda
17 – Sonata In C Minor For Archlute: V. Gavotta

Jacob Lindberg , archlute

J.S.Bach – Prelude, Fugue & Allegro In E Flat Major
18 – Prelude, Fugue And Allegro In E Flat Major For Lute, BVM 998: I. Prelude
19 – Prelude, Fugue And Allegro In E Flat Major For Lute, BVM 998: II. Fugue
20 – Prelude, Fugue And Allegro In E Flat Major For Lute, BVM 998: III. AllegroJacob Lindberg , lute

Jakob Lindberg, lute

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Antonio Vivaldi (1678-1741): Concertos para Flauta

Um excelente CD que creio não ser preciso comentar. É dos repertórios barrocos mais conhecidos. O solista e o conjunto responsável pela interpretação são esplêndidos.

Vivaldi: Concertos para Flauta

1. Concerto in C minor RV441, 1. Allegro non molto
2. Concerto in C minor RV441, 2. Largo
3. Concerto in C minor RV441, 3. Allegro

4. Concerto in C major RV444, 1. Allegro non molto
5. Concerto in C major RV444, 2. Largo
6. Concerto in C major RV444, 3. Allegro molto

7. Concerto in F major RV433, La tempesta di mare, 1. Allegro
8. Concerto in F major RV433, La tempesta di mare, 2. Largo
9. Concerto in F major RV433, La tempesta di mare, 3. Presto

10. Concerto in C major RV443, 1. Allegro
11. Concerto in C major RV443, 2. Largo
12. Concerto in C major RV443, 3. Allegro molto

13. Concerto in F major RV434, 1. Allegro ma non tanto
14. Concerto in F major RV434, 2. Largo e cantabile
15. Concerto in F major RV434, 3. Allegro

16. Concerto in G minor RV439, La notte, 1. Largo
17. Concerto in G minor RV439, La notte, 2. Presto, Fantasmi
18. Concerto in G minor RV439, La notte, 3. Largo
19. Concerto in G minor RV439, La notte, 4. Presto
20. Concerto in G minor RV439, La notte, 5. Largo, Il Sonno
21. Concerto in G minor RV439, La notte, 6. Allegro

Drottningholm Baroque Ensemble
Dan Laurin: recorder

Gravação:
1991-06-21/13, Västerled Church, Stockholm, Sweden

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G. F. Handel (1685-1759): Chandos Anthems (CD 2)

FDP Bach passa por momentos de justificada revolta contra seu provedor, contra a zona rural onde mora, contra o rapidshare, o paypal, o mundo. É tanta revolta que, quando perguntei a ele se ele um dia tinha a pretensão de terminar esta série aqui começada… Não, engana-se quem pensa que ele me mandou tomar no cu. Ele apenas respondeu, agastado: toma esse link, ¡carajo! Bom, eu não vou ter coragem de pedir os outros dois CDs desta bela série. Fica o trabalho para vocês. Mas peçam com delicadeza. Não lembrem a ele a existência daquele provedor que promete uma velocidade de X e lhe dá apenas (X / 20). Nem dos raios que assolam Santa Catarina e que insistem em queimar os valiosos (MUITO VALIOSOS MESMO, DE VERDADE) HDs de seus briosos computadores. Muito cuidado, o homem está puto, mas não desse jeito de dar a bunda, entendem? Ele não é disso, não o irritem, por favor!

Finalizo este belo comentário sobre Handel indicando esse excelente CD que apenas reafirma meu lema de sexo, drogas e música sacra.

George Frederic Handel – Chandos Anthems – CD 2
1. O sing unto the Lord, HWV 249b, “Chandos Anthem No. 4”: Sonata Ian Partridge 2:54
2. O sing unto the Lord, HWV 249b, “Chandos Anthem No. 4”: O sing unto the Lord a new song! ? (Soprano, Chorus) James Bowman 1:54
3. O sing unto the Lord, HWV 249b, “Chandos Anthem No. 4”: Declare his honour unto the heathen ? (Chorus) Ian Partridge 2:39
4. O sing unto the Lord, HWV 249b, “Chandos Anthem No. 4”: The waves of the sea rage horribly ? (Tenor) James Bowman 1:35
5. O sing unto the Lord, HWV 249b, “Chandos Anthem No. 4”: Duet: O worship the Lord in the beauty of holiness ? (Soprano, Tenor) Ian Partridge 3:15
6. O sing unto the Lord, HWV 249b, “Chandos Anthem No. 4”: Let the whole earth stand in awe of him ? (Chorus) James Bowman 0:49
7. O sing unto the Lord, HWV 249b, “Chandos Anthem No. 4”: Let the heav’ns rejoice ? (Chorus) Ian Partridge 1:36
8. I will magnify thee, O God, HWV 250a, “Chandos Anthem No. 5A”: Sonata Ian Partridge 3:38
9. I will magnify thee, O God, HWV 250a, “Chandos Anthem No. 5A”: I will magnify thee, O God my King ? (Chorus) Ian Partridge 1:46
10. I will magnify thee, O God, HWV 250a, “Chandos Anthem No. 5A”: Ev’ry day will I give thanks unto thee ? (Tenor) Ian Partridge 3:31
11. I will magnify thee, O God, HWV 250a, “Chandos Anthem No. 5A”: One generation shall praise thy works ? (Chorus) Ian Partridge 2:06
12. I will magnify thee, O God, HWV 250a, “Chandos Anthem No. 5A”: The Lord preserveth all them that love him ? (Tenor) Ian Partridge 2:31
13. I will magnify thee, O God, HWV 250a, “Chandos Anthem No. 5A”: The Lord is righteous in all his ways ? (Soprano) Ian Partridge 3:07
14. I will magnify thee, O God, HWV 250a, “Chandos Anthem No. 5A”: Happy are the people that are in such a case ? (Tenor) Ian Partridge 3:57
15. I will magnify thee, O God, HWV 250a, “Chandos Anthem No. 5A”: My mouth shall speak the praise of the Lord ? (Tenor, Chorus) Ian Partridge 2:51
16. As pants the hart, HWV 251b, “Chandos Anthem 6A”: Sonata James Bowman 3:26
17. As pants the hart, HWV 251b, “Chandos Anthem 6A”: As pants the hart for cooling streams ? (Chorus) Ian Partridge 3:07
18. As pants the hart, HWV 251b, “Chandos Anthem 6A”: Tears are my daily food ? (Soprano) James Bowman 3:08
19. As pants the hart, HWV 251b, “Chandos Anthem 6A”: Now, when I think thereupon ? (Tenor) Julie Miller 1:32
20. As pants the hart, HWV 251b, “Chandos Anthem 6A”: In the voice of praise and thanksgiving ? (Chorus) James Bowman 1:40
21. As pants the hart, HWV 251b, “Chandos Anthem 6A”: Duet: Why so full of grief, O my soul? (Soprano, Tenor) Ian Partridge 4:22
22. As pants the hart, HWV 251b, “Chandos Anthem 6A”: Put thy trust in God ? (Tenor, Chorus) James Bowman 2:55

The Sixteen Choir & Orchestra
dir. Harry Christophers

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Francesco Maria Veracini (1690 – 1768): Sonatas

Este CD mereceu atenção especialíssima da Gramophone há alguns anos. Puxa, e ele é mesmo bom pra caraglio. Valeu o pequeno investimento. A música de Veracini é inteiramente italiana e de qualidade extraordinária, porém… seu trabalho sobre a Sonata de Corelli é o melhor do CD. É para se ouvir de joelhos. O desNorte também deu destaque a este CD. Copio abaixo a nota biográfica que mestre Heitor, editor titular do desNorte e admirador da voz e da plástica (mais da última, creio-sinto) de Anna Netrebko, escreveu:

Terça-feira, Outubro 31, 2006
CDs #102: Veracini Sonatas

Francesco Maria Veracini (1690-1768) viajou frequentemente pela Europa, tendo sido um dos primeiros violinistas freelancers, numa altura em que o grande objectivo de qualquer músico era obter um posto permanente (veja-se o caso de Bach, por exemplo, de quem Veracini foi contemporâneo). Nascido no seio de uma família de violinistas, fez os estudos musicais com o tio, Antonio Veracini (1659-1733), e não tardou que iniciasse a ronda europeia: Veneza (1711-1712), Londres (1714), Dusseldorf (1715), Londres de novo, Dresden (1717-1722), Florença (1723-33) e regresso a Londres (1741-1745).

O virtuosismo de Veracini está bem expresso nos escritos do historiador inglês Charles Burney (1726-1814), um antigo aluno de Thomas Arne (1710-1778): “The year 1714 was rendered an important period for the progress of the violin in this country by the arrival of Geminiani and Veracini, as the abilities of these masters confirmed the sovereignity of the instrument over all others, in our theatres and concerts”.

À carreira de violinista, que lhe trouxe fama e fortuna, Veracini juntou a de compositor, tendo escrito música vocal (óperas, cantatas, oratórios, canções), concertos e sonatas para violino (à volta de 60). Veracini faleceu há 238 anos, no dia 31 de Outubro de 1768.

Sonatas de Francesco Veracini

1. Sonata No. 1 in G minor (from Sonata a violino solo e basso op. 1) – Overtura. Larga – Allegro 5:40
2. Sonata No. 1 in G minor (from Sonata a violino solo e basso op. 1) – Aria. Affetuoso 4:40
3. Sonata No. 1 in G minor (from Sonata a violino solo e basso op. 1) – Paesana. Allegro 1:51
4. Sonata No. 1 in G minor (from Sonata a violino solo e basso op. 1) – Minuet. Allegro 1:19
5. Sonata No. 1 in G minor (from Sonata a violino solo e basso op. 1) – Giga “Postiglione”. Allegro 4:28

6. Sonata No. 5 in C Major (from Sonata a violino, o flauto solo, e basso) – Largo 2:18
7. Sonata No. 5 in C Major (from Sonata a violino, o flauto solo, e basso) – Allegro 2:17
8. Sonata No. 5 in C Major (from Sonata a violino, o flauto solo, e basso) – Largo 2:53
9. Sonata No. 5 in C Major (from Sonata a violino, o flauto solo, e basso) – Allegro 3:16

10. Sonata No. 1 in D Major (from Dissertazioni… sopra l’opera quinta del Corelli) – Grave – Allegro 3:11
11. Sonata No. 1 in D Major (from Dissertazioni… sopra l’opera quinta del Corelli) – Allegro 2:41
12. Sonata No. 1 in D Major (from Dissertazioni… sopra l’opera quinta del Corelli) – Allegro 1:01
13. Sonata No. 1 in D Major (from Dissertazioni… sopra l’opera quinta del Corelli) – Adagio 2:51
14. Sonata No. 1 in D Major (from Dissertazioni… sopra l’opera quinta del Corelli) – Allegro 2:06

15. Sonata No. 6 in A Major (from Sonate accademiche op. 2) – Siciliana. Larghetto 3:06
16. Sonata No. 6 in A Major (from Sonate accademiche op. 2) – Capriccio. Allegro, e con affetto 5:02
17. Sonata No. 6 in A Major (from Sonate accademiche op. 2) – Andante moderato 3:28
18. Sonata No. 6 in A Major (from Sonate accademiche op. 2) – Largo 5:37
19. Sonata No. 6 in A Major (from Sonate accademiche op. 2) – Allegro assai

John Holloway: violin
Jaap ter Linden: violoncello
Lars Ulrich Mortensen: harpsichord

September 2003, Propstei St. Gerold

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Heinrich Schütz (1585-1672) – Musicalische Exequien

Este é um CD de arrepiante beleza. Schütz, juntamente com tio Bux, constituiu-se na maior influência para o compositor que foi meu pai e estas Musicalische Exequien são fundamentais para aquilo que seriam as suas Cantatas. (Ouçam a Cantata BWV 4 para conferir, ouçam!) Colocado numa encruzilhada histórica, Schütz ora parece olhar o passado e ora ser presciente em sua ousada e austera polifonia. Foi um grande gênio.

O tratamento que o Knabenchor de Hannover dá a estas peças é quase inacreditável. O som do conjunto e do pequeno grupo que as acompanha é digno de todos os prêmios que este CD recebeu quando de seu lançamento. Comprei este disco na Itália, sem saber nada a respeito. Talvez o som de Schütz tenha me obrigado a visitar mais igrejas do que seria razoável…

CD IM-PER-DÍ-VEL para os amantes do barroco!

Schütz – Musicalische Exequien SWV 279-281, Op. 7

1. Concert in Form einer teutschen Begräbnis-Missa: Intonatio (TI)
2. Concert in Form einer teutschen Begräbnis-Missa: Soli (T,T,B)
3. Concert in Form einer teutschen Begräbnis-Missa: Capella
4. Concert in Form einer teutschen Begräbnis-Missa: Soli (S,S,TI)
5. Concert in Form einer teutschen Begräbnis-Missa: Capella
6. Concert in Form einer teutschen Begräbnis-Missa: Soli (A,B)
7. Concert in Form einer teutschen Begräbnis-Missa: Capella
8. Concert in Form einer teutschen Begräbnis-Missa: Intonatio (TI)
9. Concert in Form einer teutschen Begräbnis-Missa: Favoritchor
10. Concert in Form einer teutschen Begräbnis-Missa: Capella
11. Concert in Form einer teutschen Begräbnis-Missa: Soli (S II,B I)
12. Concert in Form einer teutschen Begräbnis-Missa: Capella
13. Concert in Form einer teutschen Begräbnis-Missa: Soli (S I, B)
14. Concert in Form einer teutschen Begräbnis-Missa: Capella
15. Concert in Form einer teutschen Begräbnis-Missa: Soli (T,T)
16. Concert in Form einer teutschen Begräbnis-Missa: Capella
17. Concert in Form einer teutschen Begräbnis-Missa: Solo (A)
18. Concert in Form einer teutschen Begräbnis-Missa: Soli (S,S,B)
19. Concert in Form einer teutschen Begräbnis-Missa: Solo (T I)
20. Concert in Form einer teutschen Begräbnis-Missa: Soli (A,T,T,B)
21. Concert in Form einer teutschen Begräbnis-Missa: Capella
22. Concert in Form einer teutschen Begräbnis-Missa: Soli (B,B)
23. Concert in Form einer teutschen Begräbnis-Missa: Capella
24. Concert in Form einer teutschen Begräbnis-Missa: Solo (TI)
25. Concert in Form einer teutschen Begräbnis-Missa: Capella
26. Concert in Form einer teutschen Begräbnis-Missa: Favoritchor
27. Concert in Form einer teutschen Begräbnis-Missa: Capella

28. Herr, wenn ich nur dich habe SWV 280

29. Canticum B. Simeonis Herr, nun lässest du deinen Diener in Frieden fahren”, SWV 281

30. Herr, nun lässest du deinen Diener im Friede fahren, SWV 432

31. Herr, nun lässest du deinen Diener im Friede fahren, SWV 433

32. Das ist je gewisslich wahrm SWV 277

33. Nun danket alle Gott, SWV 418

34. Vater unser, SWV 411

Knabenchor Hannover
Ensemble UCS
Heinz Hennig

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PQP Bach

Paul Hindemith (1895 – 1963): Sinfonia Matias, o pintor / Nobilissima Visione / Metamorfoses Sinfônicas

A sinfonia Mathis der Maler (Mathias, o pintor) foi estreada em 12 de março de 1934, em Berlim, sob a direção de Wilhelm Furtwängler. De caráter descritivo, o primeiro movimento (Concerto de anjos) é o prelúdio ao primeiro ato da ópera que inicia de forma lenta e calma seguido do canto popular Es sungen drei Engel ein süsses Lied (Três anjos cantavam uma doce melodia) enunciado pelos trombones e retomado pelos sopros; o segundo tema aparece com as cordas, de caráter lírico, com dois motivos que se unem em forma fugato. O segundo movimento, Grablegung (Descida ao túmulo) é um interlúdio entre duas cenas do sétimo ato da ópera. É uma lamentação fúnebre na qual um oboé e depois uma flauta descrevem sua infinita tristeza. O terceiro movimento Versuchung des heiligen Antonius (Tentação de Santo Antonio) inspira-se no sexto ato da ópera, com uma cena onírica na qual Mathias se vê sob as feições de Santo Antonio atormentado pelos demônios. Um grande recitativo dramático antecede uma entrada furiosa do coro dos demônios em um contraste surpreendente. As cordas será finalmente dominada pelas madeiras expressando sob a forma de hino o coral Lauda, Sion, Salvatorem. É com toda a potência dos metais que, com o Alleluia final, virá o final da obra.

Nobilissima Visione continua o espírito metafísico de Matias. Sua bela Passacaglia final é uma comovida oração para que o nobre Adriano Menezes e Albuquerque não venha mais ao blogue. Sério!

As Metamorfoses Sinfônicas sobre Temas de Carl Maria von Weber, escritas no exílio americano do compositor, têm humor e fantasia que não penetram em meu coração, apesar do Screzo que — tá, tudo bem — é legalzinho.

Mathis der Maler Symphony
1. Engelkonzert: Ruhig bewegt – Ziemlich lebhafte Halbe 00:08:44
2. Grablegung: Sehr langsam 00:04:38
3. Versuchung des heiligen Antonius: Sehr langsam, frei im Zeitmass – Sehr lebhaft 00:13:02

Nobilissima Visione: Tanzlegende
4. Einleitung und Rondo 00:08:24
5. Marsch und Pastorale 00:08:00
6. Passacaglia 00:05:33

Symphonic Metamorphosis on Themes of Carl Maria von Weber
7. Allegro 00:04:18
8. Turandot: Scherzo 00:08:10
9. Andantino 00:03:39
10. Marsch 00:04:20

Total Playing Time: 01:08:48

New Zealand Symphony Orchestra
Franz-Paul Decker

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PQP

Culpa de P.Q.P. Bach, de Britten e de C.D.F. Bach

Eu, PQP Bach, ouço TODOS os CDs deste blog. Os meus (que posto após as audições) e os dos outros (já postados). Como a gente publica muito, estou ainda no dia 8 de abril de 2009. Pois agora me aconteceu de ouvir este CD há uma semana. Sem parar. E só posto o que ouço. Como estou perdidamente apaixonado, parei de postar.

Paciência, esperem sem pressões que eu me desapaixone.