Mais planos deste que vos fala. Ah, quem vos fala é P.Q.P. Bach.
– Hoje, a versão verdadeiramente monumental – e talvez um pouquinho arrastada – de Celibidache;
– em 1º de novembro, a versão quase-perfeita de Harnoncourt;
– a de Gardiner, só tenho em vinil e acho-a tão parecida com a de Harnoncourt que não valeria a pena postar;
– em 1º de dezembro, a versão ultra-camarística e boa, muito boa, de Parrot;
– a de Richter fica de fora por ser decididamente patchy e
– em 1º de janeiro, a versão perfeita de Leonhardt.
Isto até o momento… E na minha opinião perfeitamente contestável.
Consulte qualquer enciclopédia de música, leia qualquer musicólogo, acesse o Google e você concluirá que muita gente considera a Missa em Si Menor, BWV 232, uma das maiores obras já compostas. Grande parte daqueles comentaristas que tem o viciante hábito de criar classificações de maiores e melhores, costumam colocar a Missa como a maior obra musical de todos os tempos. Não gosto deste tipo de afirmativa e estou treinando intimamente para não sair impondo às pessoas frases do tipo “é um grande filme”, “é o maior dos livros”, etc. Melhor antecedê-las de um “em minha opinião…” ou “penso que…”, etc.
Tenho ouvido a Missa desde minha adolescência e parece-me que sempre descubro nela um detalhe a mais, um novo encanto. Voltei a ouvi-la ontem e, por quase duas horas, acreditei em Deus. A noção de divindade sempre evitou este cético que vos escreve, mas, como afirmou o também descrente Ingmar Bergman, é impossível ignorar que Bach (1685-1750) nos convence do contrário através de sua arte perfeita.
A grandeza da Missa não é casual. Bach escreveu-a em 1733 (revisou-a em 1749) com a intenção de que ela fosse uma obra ecumênica. Seria a coroação de sua carreira de compositor sacro. Suas outras obras sacras (Missas, Oratórios, Paixões, Cantatas, etc.) foram sempre compostas em alemão e apresentadas em igrejas luteranas, porém na Missa Bach usa o latim que, em sua opinião, seria mais cosmopolita e poderia trafegar entre outras religiões, principalmente a católica. O texto utilizado não foi o das missas de sua época, é mais antigo e inclui alguns versos retirados após a Reforma, como o significativo Unam sanctam Catholicam et apostolicam Ecclesiam, que é cantado no Credo. É como se Bach pretendesse demonstrar a possibilidade de entendimento entre católicos e protestantes. Curiosamente, esta obra tão profundamente erudita e religiosa, é hoje mais apresentada em salas de concertos do que em igrejas, pois suas necessidades de tempo (105 a 120 minutos) e de grupo de executantes são maiores do que as igrejas normalmente dispõem. Não obstante este problema, Bach consegue transformar tanto as salas de concerto quanto nossas casas em locais de devoção – musical ou religiosa.
(continuo o texto em 1º de novembro)
1. Chorus: Kyrie Eleison
2. Duet: Christe Eleison
3. Chorus: Kyrie Eleison
4. Chorus: Gloria In Excelsis
5. Chorus: Et In Terrra Pax
6. Aria: Laudamus Te
7. Chorus: Gratias Agimus Tibi
8. Duet: Domine Deus
9. Chorus: Qui Tollis Peccata Mundi
10. Aria: Qui Sedes Ad Dexteram Patris
11. Aria: Quoniam Tu Solus Sanctus
12. Chorus: Cum Sancto Spiritu
13. Chorus: Credo In Unum Deum
14. Chorus: Credo In Unum Deum, Patrem Omnipotentem
15. Duet: Et In Unum Dominum
16. Chorus: Et Incarnatus Est
17. Chorus: Crucifixus
18. Chorus: Et Resurrexit
19. Aria: Et In Spiritum Sanctum
20. Chorus: Confiteor
21. Chorus: Et Exspecto Resurrectionem
22. Chorus: Sanctum
23. Chorus: Osanna In Excelsis
24. Aria: Benedictus Qui Venit
25. Chorus: Osanna (Da Capo)
26. Aria: Agnus Dei
27. Chorus: Dona Nobis Pacem
Soprano: Barbara Bonney;
Mezzo-soprano: Ruxandra Donose;
Alto: Cornelia Wulkopf;
Tenor: Peter Schreier;
Baritone: Yaron Windmüller;
Bass: Anton Scharinger
Orchestra/Ensemble: Münchner Philharmoniker Bach Choir of the Johannes Gutenberg University Mainz (Chorus Master: Joshard Daus)
Conductor: Sergiu Celibidache
Parte 1: BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
Parte 2: BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
Parte 3: BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
Parte 4: BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
São duas horas de música. O motivo de tantos downloads é eu ter baixado a coisa em 320 kbps. Um exagero desnecessário. Enganei-me. Para deixar tudo certinho é só baixar todas as quatro partes num diretório e descompactar o primeiro arquivo. O WinRar tratará de encontrar os outros. SE VALE A PENA? CLARO QUE VALE!!!!