BTHVN
Sonatas para Piano Nos. 27 – 29
Hammerklavier
Steven Osborne
Uma boa festa de aniversário tem seus diferentes momentos, tais como a chegada dos primeiros convidados, os últimos retoques na decoração, os animadores atuando. Com sorte, um número de mágica. Se a festa é para um adulto, boa parte da diversão vem das conversas, papos entre pessoas que há muito não se veem, até alguns distantes desafetos, essas coisas. Com o decorrer da festa, certos protocolos se fazem necessários, fotos com parentes ou amigos mais íntimos e o momento mais aguardado, de cantar parabéns, apagar as velinhas e cortar o bolo. Daí em diante é debandada geral, a festa está terminando.
Mais ou menos é este o sentimento aqui nestas postagens – de que o momento de cantar parabéns está próximo e assim nosso projeto #BTHVN250 inicia suas últimas voltas em órbita e se prepara para reentrar na atmosfera.
Mas ainda há oportunidades de rememorar grandes momentos do aniversariante. No caso do Ludovico, eu preciso ainda mencionar algumas obras que são muito significativas. É claro, toda a sua obra está sendo meticulosamente postada num trabalho cuidadoso especialmente do Vassily, mas eu gostaria de lhes falar daquelas que me são especialmente caras. Pois agora vos falo da Hammerklavier. Não foi uma amizade – uma relação – assim fácil, desde o início. Nosso caso realmente ficou sério depois da gravação feita por Emil Gilels para a Deustche Grammophon. Com certeza esta gravação está por aí postada por algum de meus colegas de blog, pois que esta turma está ativa há um bom tempo e eles não dão mole em serviço.
Eu já fiz uma postagem de uma gravação que considero também maximal (isto é, uma gravação que atingiu, na minha concepção, um nível artístico insuperável, mas que não pode ser comparada com outra gravação maximal, como a de Gilels, pois que estas coisas não são comparáveis como se estivéssemos em um torneio ou em um concurso) feita por Murray Perahia também para a Deutsche Grammophon.
Mas, hoje, no contexto do #BTHVN250, apresento-vos a gravação feita pelo Steven Osborne, para a Hyperion. Magistral! Muscular, física, intensa! Eu fiquei de queixo caído. Claro, cada um tem a sua gravação preferida, uma interpretação que chegue tão próximo quanto possível de sua imagem de gravação ideal da tal obra. Pois nestes dias estranhíssimos deste ano de 2020, para mim, Osborne, que tem sobrenome de roqueiro, é o cara da Hammerklavier. E para arredondar o disco, as duas outras sonatas que a antecederam, que formam assim um estranho, mas interessante triunvirato. Uma sonatinha com dois movimentos (Opus 90), uma sonata com quatro movimentos, os dois últimos ligados um ao outro (Opus 101) e a grande sonata Hammerklavier! Mas, no disco, elas são dispostas ao contrário da ordem cronológica.
Espero que você tenha a oportunidade de ouvir este disco lindo, gravado com os altíssimos padrões técnicos da Hyperion, com a produção sempre excelente de Andrew Keener. Achei que a capa foi feita pela equipe que estava de plantão quando o time oficial saiu de férias. Mas, tão pequena queixa não chega a macular o disco.
Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)
Sonata para Piano No. 29 in si bemol maior, Op. 106 ‘Hammerklavier’
- Allegro
- Scherzo: Assai vivace – Presto
- Adagio sostenuto, appassionato e con molto sentimento
- Largo – Allegro – Allegro risoluto
Sonata para Piano No. 28 in lá maior, Op. 101
- Allegretto ma non troppo (Etwas lebhaft und mit der innigsten Empfindung)
- Vivace alla marcia (Lebhaft, Marschmäßig)
- Adagio, ma non troppo, con affetto (Langsam und sehnsuchtsvoll) + IIIb. Allegro (Geschwind, doch nicht zu sehr, und mit Entschlossenheit)
Sonata para Piano No. 27 in mi menor, Op. 90
- Mit Lebhaftigkeit und durchaus mit Empfindung und Ausdruck
- Nicht zu geschwind und sehr singbar vorgetragen
Steven Osborne, piano
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FLAC | 281 MB
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
MP3 | 320 KBPS | 177 MB
Veja o que disse a mídia sobre o disco:
[this] is about the big picture, objectivity and a powerful kinaesthesia that could propel rockets into space…the result is a virtuoso apotheosis as brilliant as molten iron from a blast furnace Grammophone – 2016
The Scottish pianist plays with an authority built on intelligent, very human musicianship: his accounts of these three late-period Beethoven sonatas are hugely personal but are never about him. The Guardian – 2016
Aproveite!
René Denon
Eu não deixaria de visitar estas postagens:
Beethoven (1770-1828): Hammerklavier & Moonlight – M. Perahia – DG
Não encontrei nenhum defeito na gravação. Também não encontrei nenhuma qualidade. Aliás, não encontrei a gravação: não tem link!
Jocoso Sr.
Obrigado por apontar a inoperância dos links.
Creio que agora estão ativos.
René
Sim, agora sim. Obrigado!
Eu gosto bastante da gravação recente do Johnatan Biss, mas vou conferir o Osborne. Acho a interpretação dele para as sonastas 6 a 8 do Shostakovich magistral.
Ótimo!
Eu tenho as gravações do Biss e conheço algumas, especialmente as que ele gravou já há algum tempo. Ele começou na EMI ou talvez em outra gravadora, mas a crise o fez seguir mudando.
Espero que goste!
Abraços do
René