Béla Bártok (1881-1945): Sonatas para Violino e Piano e 3 Canções Populares Húngaras (Oistrakh / Bauer / Kremer / Maisenberg)

Duas gravações ao vivo com enorme diferença de qualidade sonora. Claro, Oistrakh (1908-1974) e Kremer (1947) são de gerações bem diferentes, mas o disco foi lançado e está aí, eu é que não vou explicar. As interpretações de ambos são boas.

As duas sonatas para violino de Bartók são vacas sagradas para os entusiastas da música moderna e para aqueles interessados ​​no repertório de violino e piano. Como representantes de maior prestígio de seu gênero no século 20, elas atraíram a atenção de vários artistas, apesar da dificuldade para os ouvintes casuais. Esta versão eslava clássica contribui para a impressionante variedade de opções disponíveis para o ouvinte. As duas Sonatas para Violino e Piano foram escritas em 1921-2, aproximadamente na época de O Mandarim Miraculoso e entre o segundo e terceiro quartetos de cordas. Fiquei especialmente intrigado com a Primeira Sonata desde que lutei para ouvi-la pela primeira vez. É provavelmente a peça mais intransigente de Bartók, meia hora de modernismo dissonante sem tréguas, filtrada pelo prisma do folclore do Leste Europeu. São esses recursos, juntamente com a influência rítmica da música folclórica, que dão à música de Bartók seu som característico, seja no seu mais complexo (como aqui) ou em um disfarce mais familiar — como, por exemplo, no Concerto para Orquestra. A segunda Sonata é irmã gêmea da primeira em intensidade, complexidade e necessidade de precisão. Como os quartetos de cordas tardios ​​de Beethoven, estas obras não mostram seus segredos facilmente.

Béla Bártok (1881-1945): Sonatas para Violino e Piano (Oistrakh / Bauer / Kremer / Maisenberg)

Sonata para violino e piano No. 1, Op. 21
01 – Sonate no. 1, 1. Allegro appassionato
02 – Sonate no. 1, 2. Adagio
03 – Sonate no. 1, 3. Allegro

Canções Populares Húngaras
04 – Chansons populaires hongroises, no. 6 Allegro
05 – Chansons populaires hongroises, no. 13 Andante
06 – Chansons populaires hongroises, no. 18 Andante non molto

David Oistrakh, violino
Frida Bauer, piano

Sonata para Violino e Piano No. 2
07 – Sonate no. 2, 1. Molto moderato
08 – Sonate no. 2, 2. Allegretto

Gidon Kremer, violino
Oleg Maisenberg, piano

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Bartók não parece muito confortável nesta foto com seu (muito amado) filho

Carlinus

14 comments / Add your comment below

  1. Gosto muito da sonoridade da musica do leste europeu, tem aquele ar exótico, cigano, místico. Seria interessante vcs colocarem gravações de música tradicional do leste europeu, não só música erudita

  2. Muitíssimo obrigado, nada como Bártok para começar o dia. Estava ouvindo as Danças Romenas na interpretação da New Century Chamber Orchestra (em CD com a suíte Impressions de Clarice Assad) quando abri o site, e encontrei essa ótima surpresa…

  3. Olá,

    Estou aprendendo a ouvir a música clássica. Penso que a maioria das pessoas adéptas a este estilo deve-se ao conhecimento dos instrumentos e da partitura dando-os uma visão clara sobre uma boa composição.
    Não é o meu caso. Sou completamente neófito neste estilo musical limitando-me aos grandes compositores e suas principais obras. Isso já muita coisa. Não domino a partitura e nenhum instrumento, contudo ao ouvir estes “monstros” da música erudita sinto-me encantado e impressionado com tanta riqueza cultural.
    Ao acessar seu blog descobri que nada sei. Mas é nada mesmo. Inicialmente estava a procura da 9ª sinfonia de Beethoven completa, mas me perdi em tantas opções.
    Gostaria de parabenizar-lhe pelo trabalho.
    Peço-lhe, se possível, indicações de bons compositores ou boas composições para aqueles que estão, ainda, nos pródomos do conhecimento do gênero clássico.
    Um abraço!
    Adalberto

  4. Tenho que agradecer mais este inestimável serviço público que é uma postagem de Bartók. Tenho certeza absoluta que bach, onde quer que esteja, agradece também. Bartók não é pouca coisa.

  5. Oba! Mais Bartók. Estou na fase de Bartók, Bruckner, Mahler e Shostakovich. São ótimos pra se ouvir correndo, além do insuperável Bach é claro. Obrigado pela postagem Carlinus. Admiro também seus textos.

  6. Obrigadoo!! PQP enviei para o teu email a um tempo atraz o Quarteto Op 1 do Glenn Gould, gostaria de um dia ver uma postagem desse quarteto aqui, abraço

  7. Essas sonatas são o negócio. Conheço praticamente a obra inteira do compositor, e nada para mim alcança a mesma profundidade e vigor (ainda que não sejam poucas as obras interessantes). Quando tive a chance de ouvir ao vivo a segunda, eu tremia de alegria e não sabia se queria mais continuar no concerto, tamanha era a vontade de manter aquele sabor na cabeça. A interpretação do Gidon Kremer alcança flexibilidade e naturalidade incríveis. Nem parece que a peça é tão difícil, pela desenvoltura que ele tem.

  8. O blog tá de parabens, mesmo com a infinidade de musicas e videos a disposição na internet, ainda há poucos blogs que desponibilizam musicas eruditas para download gratis. Continuem o trabalho.

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