Então vamos continuar com a dupla Carmignola / Vivaldi.
Junte dois dos melhores violinistas da atualidade, um dos melhores conjuntos barrocos da atualidade, e o resultado só pode ser um: UM CD IM-PER-DÍ-VEL !!! E não estou falando isso apenas por ser fã confesso de Mullova e de Carmignola, mas porque realmente é belíssimo, com um show de virtuosismo dos dois solistas, um prazer para os ouvidos.
A parceria entre os dois funciona tão bem que ás vezes temos a impressão de que trata-se de apenas um violinista fazendo as duas partes. Sensacional.
Lembrei-me a pouco que me pediram esse cd há alguns anos atrás, mas o tempo passou e esqueci da solicitação. Com atraso, estou atentendo esse pedido.
01. Double Concerto in G, RV 516 I. Allegro molto
02. Double Concerto in G, RV 516 II. Andante
03. Double Concerto in G, RV 516 III. Allegro
04. Double Concerto in D, RV 511 I. Allegro molto
05. Double Concerto in D, RV 511 II. Largo
06. Double Concerto in D, RV 511 III. Allegro
07. Double Concerto in d, RV 514 I. Allegro non molto
08. Double Concerto in d, RV 514 II. Adagio
09. Double Concerto in d, RV 514 III. Allegro molto
10. Double Concerto in Bb, RV 524 I. Allegro
11. Double Concerto in Bb, RV 524 II. Andante
12. Double Concerto in Bb, RV 524 III. Allegro
13. Double Concerto in c, RV 509 I. Allegro ma poco e cantabile
14. Double Concerto in c, RV 509 II. Andante molto
15. Double Concerto in c, RV 509 III. Allegro
16. Double Concerto in a, RV 523 I. Allegro molto
17. Double Concerto in a, RV 523 II. Largo
18. Double Concerto in a, RV 523 III. Allegro
Dei um tempo nas postagens dessa caixa de Sibelius para poder disponibilizar outro material para os senhores, mas agora vou me encaminhar para sua conclusão, pois faltam apenas dois cds.
Temos então neste quarto cd as sinfonias de nº 5 e 7, além da belíssima “Pelleas and Melisande”. A música de Sibelius não é para qualquer ouvido, digamos que temos de nos acostumar com a sonoridade de sua orquestra, muitas vezes parece que o regente está tirando leite de pedra, tamanha a complexidade de suas harmonias. Felizmente, Sir John Barbirolli cumpre com maestria a função de nos apresentar essa obra.
1 Symphony No.5 in E Flat Op.82 – 1. Tempo molto moderato – Alegro moderato – Presto
2 Symphony No.5 in E Flat Op.82 – 2. Andante mosso, quasi allegretto
3 Symphony No.5 in E Flat Op.82 – 3. Allegro molto – un pochettino largamente
4 Pelleas and Melisande Suite Op.46 – 1. At the Castle Gate
5 Pelleas and Melisande Suite Op.46 – 2. Mélisande
6 Pelleas and Melisande Suite Op.46 – 3. Mélisande at the Spinning Whell
7 Pelleas and Melisande Suite Op.46 – 4. The Death of Mélisande
8 Symphony No.7 in C Op.105 – 1. Adagio
9 Symphony No.7 in C Op.105 – 2. Un pochettino meno adagio – Vivacissimo – Adagio
10 Symphony No.7 in C Op.105 – 3. Allegro molto moderato
11 Symphony No.7 in C Op.105 – 4. Vivace – Presto – Adagio
Primeiro uma ponte entre o erudito e o jazz, depois uma postagem mostrando exclusivamente o lado erudito de Goodman. Agora que tal algo totalmente jazzístico?!?!? O álbum traz 16 canções, com destaque para a melancólica e adorável Goodbye.
.oOo.
Benjamin David Goodman era filho de um alfaiate e sua família tinha poucos recursos. Começou seus estudos musicais na sinagoga que frequentava e na Hull House. Menino prodígio, fez sua primeira apresentação aos 12 anos, no Teatro Central Park de Chicago, e logo passou a tocar com músicos adultos.
Goodman estudou clarineta desde cedo, tendo formação musical clássica na época em que Chicago entrava na era do jazz, vindo de New Orleans. Em 1926, aos 16 anos, juntou-se à banda do baterista Ben Pollack, fundada dois anos antes, e com ela fez seu primeiro disco.
No início dos anos 1930, passou a participar de gravações com diversos grupos de jazz, entre os quais os de Red Nichols, Joe Venuti-Eddie Lang e Jack Teagarden, até poder formar a sua própria orquestra, em 1934.
Um programa de rádio divulgou a orquestra, que se tornou muito popular, sobretudo depois do sucesso obtido na apresentação no Palomar Ballroom de Los Angeles, em 1935, e no Congress Hotel de Chicago, entre 1935e 1936.
Goodman, com estilo, precisão e inventividade, foi reconhecido como O Rei do Swing e o mais genial clarinetista de todos os tempos. Sua fama não demorou a correr o mundo, iniciando a Era do Swing, que se estenderia por dez anos.
Sua orquestra foi o primeiro grupo de jazz a se apresentar em público integrando músicos brancos e negros (Teddy Wilson, Lionel Hampton, Cootie Williams e Charlie Christian).
No dia 16 de janeiro de 1938, Benny Goodman e sua orquestra foram consagrados no histórico concerto realizado e gravado no Carnegie Hall de Nova York. Nos anos 1930 e 1940, Goodman ajudou a projetar, além dos já citados, solistas como Harry James (trompete), Georgie Auld (sax tenor) e Jess Stacy (piano).
Sua orquestra tornou-se, em 1962, a primeira jazz band norte-americana a visitar a União Soviética. Como não podia deixar de acontecer, sua clarineta e sua orquestra seriam requisitadas pelo cinema, em vários filmes, como “Folia a Bordo” (1937), “Hotel de Hollywood” (1938), “Cavalgada de Melodias” (1941), “Noivas de Tio Sam” (1943), “Música, Maestro” (1946), entre outros, como “Entre a Loura e a Morena” (1943), com Carmem Miranda.
A história de sua vida foi contada no filme “The Benny Goodman Story”, com Steve Allen como Goodman, e o clarinetista atuando na trilha sonora.
Após 1945, Goodman limitou-se a tocar em grupos pequenos, além de ter atuado em orquestras clássicas como solista.
Por motivo de doença, de 1970 a 1985 faz um intervalo em sua atividade artística. Sua volta se deu no Kool Jazz Festival de Nova York, vindo a falecer pouco depois.
01. Let’s Dance 2:34
02. Don’t Be That Way 4:26
03. Avalon 4:16
04. Flying Home 3:15
05. Memories Of You 3:13
06. Somebody Stole My Gal 3:04
07. Clarinet a la King 2:55
08. Jersey Bounce 2:56
09. Why Don’t You Do Right? 3:14
10. After You’ve Gone 2:33
11. Stompin’ At The Savoy 5:54
12. Sing, Sing, Sing 12:15
13. Symphony 03:08
14. Liza (All The Clouds’ll Roll Away) 2:55
15. How Am I To Know? 3:09
16. Goodbye 3:21
Meu pai amava os Concertos para Piano de Mozart. Devo ter ouvido cem vezes cada um deles. Seus temas e estruturas parecem estar definitivamente instalados em minha memória. Isto até o alemão chegar, claro.
Este é o terceiro dos Concertos para Piano de Mozart que Angela Hewitt grava para a Hyperion. Aqui, Hewitt é acompanhada por seus compatriotas da National Arts Centre Orchestra do Canadá e por seu frequente colaborador Hannu Lintu para belas execuções dos Concertos 22 e 24. Ambas as obras foram escritas entre dezembro de 1785 e março de 1786. No 22, pela primeira vez em uma orquestração de concerto para piano, Mozart usa clarinetes — um instrumento que se tornaria membro regular de orquestras apenas na década de 1780. Já o 24 é um trabalho sombrio e apaixonado.
W. A. Mozart (1756-1791): Concertos para Piano Nos. 22 & 24
Piano Concerto No. 22 in E flat major, K 482
1. Allegro 13:43
2. Andante 8:01
3. Allegro 10:57
Piano Concerto No. 24 in C minor, K 491
4. Allegro 13:56
5. Larghetto 7:18
6. Allegretto 9:22
Angela Hewitt, píano
National Arts Centre Orchestra
Hannu Lintu
A 22 de Outubro de 1730, El-Rei D. João V, conhecido como “Rei Magnânimo”, celebrou, mais uma vez, os seus anos. Não iria ser, contudo, um aniversário qualquer, uma vez que seria o primeiro e principal dia de uma semana de cerimónias e celebrações que fizeram parte da sagração da nova Basílica de Mafra, centro eclesiástico de um palácio-convento já em construção havia uns treze anos e que iria ser completado ao longo de mais vinte. Os detalhes deste primeiro dia, bem como dos dias que se seguiram, foram descritos pelo Mestre de Cerimónias, Frei João de São José do Prado, no seu Monumento Sacro da fábrica, e solemnissima sagração da Santa Basílica do Real Convento de Mafra (Lisboa, Oficina de Miguel Rodrigues, 1751). Iniciou-se pelas 5 horas da manhã, com a chegada do Rei, acompanhado por um toque de trompetes, terminando à noite, após a conclusão da Missa de encerramento. No decorrer deste dia extenso, respeitou-se rigorosamente, em todos os seus pormenores, o rito de sagração tal como estabelecido no Pontificale Romanum, livro oficial litúrgico das cerimónias presididas por bispos, não omitindo nada e inserindo, às horas certas, os Ofícios diários. Foi esta cerimónia que o concerto de abertura do II Festival Internacional de Música de Mafra (1998) procurou, em parte, reconstituir – uma versão bastante reduzida, com duração de apenas duas horas e meia, usando música que se pode supor ter sido executada, com alguma justificação, nas duas capelas que o monarca mantinha, como Rei – a Capela Real, em Lisboa – e como Duque de Bragança – a Capela Ducal, em Vila Viçosa. Apesar de todos os pormenores litúrgicos e musicais incluídos, Frei João omite qualquer menção acerca do compositor de qualquer das obras em questão. As composições gravadas neste disco baseiam-se numa selecção de entre as incluídas nessa reconstituição. O estabelecimento da paz, bem como o início do abastecimento de metais preciosos provindos do Brasil, criou a D. João V uma prosperidade estável de que o país não gozava havia quase duzentos anos. A sua própria propensão religiosa, juntamente com o seu amor pelas artes, em especial pela música, conduziu-o a criar infra¬-estruturas que permitiram um verdadeiro florescimento da música sacra. Em 1713, fundou o Seminário Patriarcal, a primeira escola de música da capital, com a intenção de formar jovens músicos para as igrejas do país. Em 1715, introduziu-se na Capela Real o Rito Romano, tendo sido esta instituição elevada, no ano seguinte, à dignidade de Sé Patriarcal e Metropolitana. A esta elevação de estatuto correspondeu uma elevação na música exigida pelo Rei. Em 1719, Domenico Scarlatti (1685-1757), então Mestre de Capela da Capella Giulia em Roma, foi nomeado para este cargo na Capela Real de Lisboa. Iria continuar a desempenhar esta função até à sua partida para Espanha, no início de 1729, no séquito da Infanta Maria Barbara. A música das Capelas do monarca era bastante variada. Uma parte substancial cantava-se simplesmente em Canto Gregoriano. O Rei apreciava igualmente o canto a cappella – Palestrina, Victoria e, entre os compositores portugueses, Fernando de Almeida, Mestre de Capela no Convento de Tomar uns cem anos antes. Seria, porém, um erro grave considerar D. João V como conservador. De facto, a nomeação de Scarlatti demonstrou o seu empenho no que respeita às tendências musicais actuais, bem como as bolsas de estudo que atribuiu a novos músicos promissores para que aperfeiçoassem os seus estudos em Roma. Já na década de 1730 o seu investimento se revelava proveitoso, como evidenciam de forma admirável João Rodrigues Esteves (c. 1700-1751), Francisco António de Almeida (c. 1702-c. 1755) e António Teixeira (1707-após 1770), nas suas obras que sobreviveram ao devastador terramoto que atingiu Lisboa em 1755. Todas as obras corais seleccionadas para este disco exemplificam estas tendências modernas, sendo todas acompanhadas por um baixo contínuo e, com excepção da Missa, no chamado estilo concertato. isto e, com solos que contrastam com o coro. O motete de Francisco António de Almeida, In dedicatione templi, como indica o seu titulo, deve ter sido composto para uma cerimónia de sagração. Dividido em quatro secções, a primeira, para coro, é constituída por um andamento alegre em ritmo ternário, e a segunda, igualmente para coro, por uma fuga A terceira e um dueto para soprano e contralto, sendo a quarta uma repetição da segunda O texto verbal do dueto é derivado do responsõrio Fundata est domus, o qual se encontra no inicio da liturgia da sagração, durante a primeira aspersão do exterior da igreja Este facto sugere que o motete de Almeida teria sido destinado para a abertura de tal cerimónia. A versão de Domenico Scarlatti do Salmo 121, Laetatus sum, é uma obra extensa em várias secções. O Allegro que inicia o Salmo utiliza o coro e dois solistas (soprano e contralto). Seguem-se uma secção em forma de fuga, apenas para o coro, e outra mais breve, em ritmo ternário, para coro e solistas. O Gloria começa com uma curta e sustentada secção para o coro, antes de um Allegro final para solistas e coro onde surgem as palavras Sicut erat in principio (“Como era no principio”). Como acontece com alguma frequência, esta última secção volta a utilizar material temático da primeira parte da obra – um trocadilho no significado do texto verbal. (O Magnificat de J. S. Bach providencia um exemplo melhor conhecido desta convenção.) Na liturgia da Sagração, este salmo destina-se a acompanhar a primeira aspersão das paredes interiores do edifício. Ignora-se qualquer informação sobre o compositor italiano Giovanni Battista Bassetti. Contudo, o número de manuscritos existentes das suas Vésperas (Biblioteca Nacional, Lisboa; Arquivo da Sé Patriarcal de Lisboa; Paço Ducal, Vila Viçosa) indica que estas composições eram bastante estimadas. Para além disso, esta suposição encontra-se reforçada por referências aos salmos deste conjunto no Breve Rezume, uma descrição manuscrita (na Bibilioteca do Palácio da Ajuda, Lisboa), aparentemente proveniente da década de 1730, do que se cantava habitualmente na Capela Real. A versão de Bassetti do Salmo Lauda Jerusalem destina-se a quatro solistas e coro. É constituída por duas secções ligadas sem intervalo: o Salmo propriamente dito, em que existe uma alternância entre o coro e os solistas, e o Gloria, apenas para o coro. Durante a liturgia da sagração, canta¬-se este salmo durante a unção das paredes. A cerimónia de sagração termina com uma Missa. A versão de João Rodrigues Esteves destina-se a oito vozes, divididas em dois coros de quatro vozes cada Os cinco andamentos habituais (Kyrie; Gloria; Credo; Sanctus e Benedictus; Agnus Dei) evidenciam um domínio das técnicas que o compositor aprendera em Roma, bem como um grande dom na combinação de magnificência e intimidade. O Breve Rezume mostra-nos de forma bastante clara o que se cantava na Capela Real na década de 1730, e uma série de livros de coro em Vila Viçosa indica o repertório da Capela Ducal. No entanto, não possuímos fontes comparáveis no que diz respeito à música de órgão executada. Na ausência de indícios, as obras escolhidas para a reconstituição da sagração realizada em Mafra e, assim, para este disco procuram reflectir as mesmas tendências: música de compositores portugueses então vivos – nesta instância, Carlos Seixas (1704-42) -, de compositores italianos dos cem anos anteriores – dos quais Bernardo Pasquini (1637-1710) é o representante -e de compositores nacionais do século XVII (dois exemplos anónimos).
(texto do organista David Cranmer – extraído do encarte do CD)
Ouça! Ouça! Deleite-se!
A CAPELA DO REI MAGNÂNIMO
Música Sacra Portuguesa do Século XVIII.
Francisco António de Almeida (c.1702 – 1751)
01. In Dedicacione Templi José António Carlos de Seixas (1705 – 1742)
02. Sonata nº 75 em lá menor, I. Largo
03. Sonata nº 75 em lá menor , II. Minuete Domenico Scarlati (1685 – 1757)
04. Laetatus Sum Bernardo Pasquini (1637 – 1710)
05. Sonata em dó menor Giovanni Battista Basseti (séc. XVIII)
06. Lauda Jerusalem Anónimo (séc. XVIII)
09. Fantasia de 5º tom
08. Obra de 2º tom João Rodrigues Esteves (c.1700 – 1751)
09. Missa a 8 vozes, I. Kyrie eleison
10. Missa a 8 vozes, II. Gloria in excelsis Deo
11. Missa a 8 vozes, III. Credo in unum Deum
12. Missa a 8 vozes, IV. Sanctus – Benedictus
13. Missa a 8 vozes, V. Agnus Dei
Coro de Câmara de Lisboa
David Cranmer, órgao
Teresita Gutierrez Marques, regente
Lisboa, 2000
AINDA PELOS 330 ANOS DE J.S.B.
Postagem original: julho de 2010
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Arquivos digitalizados a partir de um vinil original em mono, cujo estado de conservação deixa a desejar: valerá a pena postar?
Se os senhores têm sensibilidade, estou certo que dirão que sim. E que não economizarão qualificativos como “preciosidade” para esta raridade!
Ascendino Theodoro Nogueira nasceu em 1913 em Santa Rita do Passa Quatro, mas viveu boa parte da vida em Araraquara, ambas no interior de São Paulo. Aluno de Camargo Guarnieri, deixou composições para as mais diversas combinações instrumentais e vocais, porém a obra maior de sua vida parece ter sido sua vasta pesquisa sobre a viola brasileira – origens, técnicas de execução etc. – tendo em vista o reconhecimento de sua nobreza e potencial para todos os tipos de música.
Foi nesse sentido que incluiu uma viola brasileira na instrumentação da sua Missa, que escreveu o Concertino para Viola Brasileira e Orquestra de Câmara (1963?) e os 7 Prelúdios nos Modos da Viola Brasileira, e que realizou as presentes cinco transcrições de peças de Bach para violino solo (Theodoro era também violinista de formação), havendo preparado para executá-las um aluno seu, também compositor, Geraldo Ribeiro.
O disco foi lançado em 1971, com um artigo de Theodoro na contracapa “Anotações para um estudo sobre a viola: origem do instrumento e sua difusão no Brasil” – cuja imagem escaneada está incluída na postagem.
Que possa valer como um tributo especial ao velho João Sebastião Ribeiro por ocasião dos seus 330 anos (cumpridos ontem, em 31.03.2015), da parte de um país cuja música, por mil caminhos, lhe deve tanto!
BACH NA VIOLA BRASILEIRA
Transcrições de A. Theodoro Nogueira
Execução: Geraldo Ribeiro
Gravação: Fermata, 1971
A1 Prelúdio (da Partita 3 para violino solo) 4:00
A2 Loure (da Partita 3 para violino solo) 3:46
A3 Gavota (da Partita 3 para violino solo) 3:25
A4 Fuga (da Sonata 1 para violino solo) 4:27
B Chacona (da Partita 2 para violino solo) 12:14
Esse cd é uma delícia. Traz poemas sinfônicos de Säint-Saens, incluindo a conhecidíssima “Dança Macabra” e o belíssimo Concerto para Piano nº1, com Pascal Rogé. Charles Dutoit dirige com a competência habitual a ótima Philharmonia Orchestra.
O destaque, como não poderia deixar de ser, é a sensacional “Dança Macabra”. Gostei da definição da wikipedia para essa expressão:
“Dança macabra (em francês Danse macabre, em alemão Totentanz), é uma alegoria artístico-literária do final da Idade Média sobre a universalidade da morte, que expressa a ideia de que não importa o estatuto de uma pessoa em vida, a dança da morte une a todos.”
01. Phaeton, Op.39
02. Le Rouet d’Omphale, Op.31
03. Danse macabre, Op.40
04. La Jeunesse d’Hercule, Op.50
05. Marche heroique in E flat, Op.34
06. Piano Concerto No.1 in D, Op.17 _ 1. Andante – Allegro assai
07. Piano Concerto No.1 in D, Op.17 _ 2. Andante sostenuto quasi adagio
08. Piano Concerto No.1 in D, Op.17 _ 3. Allegro con fuoco
Kyung Wa Chung – Violin
Pascal Rogé – Piano
Philharmonia Orchestra
Charles Dutoit – Conductor
Talvez, para o nosso tempo, seja difícil entender o homem que foi Johann Sebastian Bach. Ele nasceu há 330 anos, em 31 de março de 1685 (*), no que hoje é a Alemanha, numa família de músicos. Era um tempo em que era comum os filhos adotarem a profissão dos pais. Na região da Saxônia, o nome Bach era de tal forma relacionado à música que alguém com tal sobrenome só poderia ser músico e provavelmente trabalhava em alguma igreja. Seguindo a árvore genealógica da família Bach, dos 33 Bach, 27 foram músicos. Só que o talento explodiu espetacularmente no menino Johann Sebastian. É claro que ele, além de exercer outras funções, também trabalhou como Kapellmeister — termo que designa o diretor musical de uma igreja.
https://youtu.be/aCOKi4nFjpw
Durante um longo período de sua vida, escreveu uma Cantata por semana. Em média, cada uma tem 20 minutos de música. Tal cota, estabelecida por contrato, tornava impossível qualquer “bloqueio criativo”. Pensem que ele tinha que escrever a música e ainda ensaiar. Isso fez com que ele nos deixasse uma imensa obra vocal. Também escreveu muito para um instrumento fora de moda, o órgão. E, se em Weimar as obrigações de Bach estavam prioritariamente vinculadas ao serviço religioso e como organista na corte cristã, na corte calvinista de Köthen, Bach pode dedicar-se à música secular, criando um dos mais imponentes e impressionantes conjuntos de obras solo para teclado, violoncelo, flauta e violino da história da música ocidental. Deixou-nos mais de 1000 obras de todos os gêneros, à exceção da ópera.
Obs. sobre o vídeo acima: na época, era proibido que as mulheres cantassem em igrejas.
Este raro disco me foi dado por uma aluna que teve o privilégio de adquiri-lo ao visitar a Bachhaus em Eisenach. A peças são interpretadas nos instrumentos que lá estão expostos e que teriam pertencido ao bom Pai João Sebastião e à sua manada musical. Infelizmente me foi dada uma cópia sem a capa original, com apenas o repertório e a relação dos instrumentos utilizados em cada faixa. A impressão que me vem ao ouvi-lo, talvez devido ao afeto por J. S. Bach, é de um musical aconchego, que penso, talvez vocês também venham a senti-lo; especialmente ouvindo a obra tocado no órgão doméstico, a Partita diverse sopra il Corale O Gott du frommer Gott. Viva o Mestre Maior, que Ele nos abençoe a todos.
Compartilho com todos o meu Salmo Bachiano:
J. S. Bach é meu pastor, nada me faltará. Deitar-me faz em sonoros pastos, guia-me mansamente por pautas tranquilas, afina minha alma, guia-me pelos compassos por amor do seu nome.
Ainda que eu tocasse pelas sombras da mídia não temeria mal algum, seu contraponto e sua harmonia me consolam.
Prepara uma tocata perante mim, unge meus ouvidos com cânons, meu espírito transborda.
Certamente que sua maestria e infinitude me seguirão todos os dias de minha vida, e habitarei em seu polifônico reino de sons por longos dias.
Assim Seja.
J. S. Bach – Partita c-Moll BWV 826 *
Johann Christian Bach – Sonate c-Moll opus 17/2 **
J. S. Bach – Invenção F-Dur BWV 779 ***
J. S. Bach – Invenção h-Moll BWV 786 ***
J. S. Bach – Sinfonie G-Dur BWV 796 ***
J. S. Bach – Menuett F-Dur BWV Anh. 113 ****
J. S. Bach – Menuett G-Durr BWV Anh. 116 ****
J. S. Bach – Partita diverse sopra il Corale O Gott du frommer GottBWV 767 *****
Wilhelm Friedmann Bach – Fuge f-Moll ****
Carl Phillipp Emanuel Bach – Fantasie Es-Dur Helm 348 *
Instrumentos:
Cembalo 1765 *
Clavecin royal (Hammerklavier) 1788 **
Cembalo 1715 ***
Spinett 1765 ****
Hausorgel, um 1750 *****
Definitivamente, Richard Galliano é um grande instrumentista e não se intimida diante de projetos que o desafiam. Foi assim com Astor Piazzolla. Sua compreensão da obra do músico argentino o levou a ultrapassar as dificuldades não apenas técnicas, mas, principalmente culturais e nos mostrou, assim como Gidon Kremer, que um europeu pode sim tocar Piazzolla como um argentino.
Mas aqui o negócio é outro. Aqui trata-se de Bach. a dificuldade de adaptar a obra de Bach para o acordeon deve ter sido enorme. Nós, filhos de Bach, temos de tirar o chapéu para o desafio que ele encarou.
Fã que sou desse cara, sou até suspeito para classificar esse CD como IM-PER-DÍ-VEL!!!. Mas os clientes da amazon concordam comigo em lhe dar cinco estrelas:
“There’s more to the accordion than “Bella Notte;” Richard Galliano beautifully provides the proof.” “A Bach Masterpiece” “Bach de nuevo por las nubes”
Detalhe: foi seu primeiro disco de música clássica, e sua estréia no selo Deutsche Grammophon. Com certeza, uma estréia cinco estrelas.
01 – Badinerie
02 – Violin Concerto BWV1041
03 – Violin Concerto
04 – Violin Concerto
05 – Air
06 – Prelude
07 – Harpsichord Concerto
08 – Harpsichord Concerto
09 – Harpsichord Concerto
10 – Siciliano
11 – Allemande
12 – Concerto for Oboe and violin
13 – Concerto for Oboe and Violin
14 – Concerto for Oboe and Violin
15 – Contrapunctus 1
16 – Aria
Para marcar os 330 anos de nascimento de Johann Sebastian Bach, no dia de hoje, 31 de março, estamos postando uma série de gravações do gênio de Leipzig.
Minha contribuição até então estava sendo um tanto quanto modesta, com um CD de Richard Galliano tocando Bach no acordeon. Por este motivo resolvi preparar outra postagem, esta mais “substancial”, nunca jamais desprestigiando o belo CD de Richard Galliano. E também serve de homenagem ao nosso querido maestro Claudio Abbado, falecido há pouco mais de um ano.
Claudio Abbado nasceu em 1933 e morreu em 2014, com 81 anos de idade. Esta gravação dos Concertos de Brandenburgo foram realizadas em 1976, quando o maestro tinha 43 anos de idade e era Diretor Artístico do famoso Teatro Alla Scalla, em Milão, sua terra natal. Se utiliza de um pequeno conjunto de câmara, formado por músicos da própria orquestra do teatro. Trata-se de uma gravação rara, que estava fora de catálogo, até ano passado, quando o selo Sony resolveu tirar a poeira de cima e relançá-lo junto com uma caixa com 39 CDs com todas as gravações que Abbado realizou pelo selo.
CD 2
01-Concerto_No_4_in_G_Major_BWV_1049_Allegro
02-Concerto_No_4_in_G_Major_BWV_1049_Andante
03-Concerto_No_4_in_G_Major_BWV_1049_Presto
04-Concerto_No_5_in_D_Major_BWV_1050_Allegro
05-Concerto_No_5_in_D_Major_BWV_1050_Affettuoso
06-Concerto_No_5_in_D_Major_BWV_1050_Allegro
07-Concerto_No_6_in_B-Flat_Major_BWV_1051_A
08-Concerto_No_6_in_B-Flat_Major_BWV_1051_Adagio ma non tanto
09-Concerto_No_6_in_B-Flat_Major_BWV_1051_Allegro
I solisti dell’orchestra del Teatro alla Scala
Claudio Abbado – Conductor
Este é um repertório pouco percorrido dentro da obra de Johann Sebastian. A Viola da Gamba é um instrumento difícil de manter afinado e inexistente na música moderna. Quem se aventura a este repertório costuma fazê-lo empunhando um violoncelo. Mas isso não significa que estamos num terreno de obras menos importantes de Bach. Elas também são do período de Köthen. A interpretação que mostramos aqui está a cargo de especialistas do assunto. Divirtam-se porque não sempre que se postam essas Sonatas.
J. S. Bach (1685-1750): As Sonatas para Viola da Gamba
1 Sonata No. 1 in G Major, BWV 1027: I. Adagio 4:07
2 Sonata No. 1 in G Major, BWV 1027: II. Allegro ma non tanto 3:42
3 Sonata No. 1 in G Major, BWV 1027: III. Andante 2:22
4 Sonata No. 1 in G Major, BWV 1027: IV. Allegro moderato 3:15
5 Capriccio in B-Flat Major, BWV 992: I. Arioso – Adagio 2:03
6 Capriccio in B-Flat Major, BWV 992: II. [ ] 1:18
7 Capriccio in B-Flat Major, BWV 992: III. Adagiosissimo 3:36
8 Capriccio in B-Flat Major, BWV 992: IV. [ ] 0:39
9 Capriccio in B-Flat Major, BWV 992: V. Adagio poco – Aria de il Postiglione 1:06
10 Capriccio in B-Flat Major, BWV 992: VI. Fuga al Imitatione di Posta 2:45
11 Sonata No. 2 in D Major, BWV 1028: I. Adagio 1:59
12 Sonata No. 2 in D Major, BWV 1028: II. Allegro 4:00
13 Sonata No. 2 in D Major, BWV 1028: III. Andante 4:43
14 Sonata No. 2 in D Major, BWV 1028: IV. Allegro 4:07
15 Capriccio in E Major, BWV 993 6:39
16 Sonata No. 3 in G Minor, BWV 1029: I. Vivace 5:36
17 Sonata No. 3 in G Minor, BWV 1029: II. Adagio 5:16
18 Sonata No. 3 in G Minor, BWV 1029: III. Allegro 3:54
Jaap ter Linden, viola da gamba
Richard Egarr, cravo
Essa postagem estava dobrada: uma com o álbum comprado em Havana pelo Bisnaga e outra com o álbum cedido pelo Professor Paulo Castagna ao Avicenna. Repostamos hoje unindo ambas.
La música es la verdadera historia viviente de la humanidad. (Elias Canetti, Bulgaria, 1905 – Suiza, 1994, Premio Nobel de Literatura)
…E a internet resolveu fazer Avicenna novamente de vítima (esta postagem foi ao ar inicialmente em uma segunda-feira em que nosso amigo estava sem internet)…
Por sorte o telefone ainda funcionava e ele me ligou em busca de um socorro: não era admissível deixar que a segunda-feira ficasse vazia de música colonial! Não sei por que cargas d’água ele foi telefonar justo para mim, que devo ter o menor acervo dentre os colegas pequepianos, mas, já que estou aqui, vamos ver o que acho no meio das minhas coisas… Foi então que me veio uma luz celeste dourada e uma voz grave, impostada e poderosa disse-me: “posta aquele CD cubanoooo“!
Sim, sim! Com essa iluminação, resolvi preencher este espaço com El Eco de Indias: Villancicos del Barroco Americano, adquirido em Havana, Cuba, numa escala de dois dias feita numa viagem que me levava a um congresso. Foi uma aquisição movida pela curiosidade, totalmente despretensiosa. Nunca achei que um dia divulgaria este álbum!
Bom, e do que se trata? Como o nome diz, el Eco de Indias é resultado de um belíssimo trabalho do grupo Ars Longa, de resgate de Cânticos do Barroco Hispano-Americano, com obras de compositores de seis países: Cuba, Peru, Colômbia, Bolívia, México e Espanha. O mais interessante é a preocupação do conjunto de recuperar cantos profanos, que são a maior parte dos que compõem o álbum. Geralmente a música religiosa era mais organizada, mais oficiosa: as igrejas tinham seus mestres de capela, seus maestros e compositores e, por isso, a grandessíssima maioria das composições do período colonial americano que chegou até nossos dias é a que ficou registrada em partitura e foi arquivada, feita para e guardada pela Igreja. A música popular existia e era executada em grande número, porém, essa música era mais casual e muitas vezes os executores apenas a reproduziam por memorização, sem que houvesse qualquer registro físico da melodia. Poucas eram as músicas profanas transcritas em partitura e muito raras as que foram preservadas e chegaram aos dias de hoje. Neste álbum, até mesmo as músicas de Natal e Corpus Christi são de caráter popular, ou seja, têm características diversas das estritamente religiosas e não foram encomendadas pela Igreja para tais festividades. Eram cantadas nas casas, nas ruas, nas festas familiares e, por um felicíssimo acaso do destino, acabaram escritas seus registro sobreviveram. E não por coincidência, mas com muita pesquisa, esses cânticos foram encontrados aqui e ali, em arquivos, em salas poeirentas nos fundos de igrejas, misturados a partituras sacras, e foram primorosamente selecionados e executados pelo Ars Longa, com instrumentos de época e todos os cuidados para reconstituir suas sonoridades originais da forma mais fiel possível.
Cantar los villancicos de América nos acerca a un interesante mundo de transculturaciones que dieron diferentes estilos a un mismo género. La expresión musical en las nuevas tierras conquistadas, aún bajo el influjo de las escuelas europeas, va adquiriendo poco a poco determinados matices y rasgos autóctonos que le confieren una identidad enteramente americana.
Ars Longa, partiendo de una incesante labor de investigación, nos propone en el presente disco una selección de villancicos americanos de los siglos XVII y XVIII. Estos no se hallan asociados solamente a la tradicional festividad de la Navidad, sino que también se dedican a la Virgen, la celebración del Corpus Christi y otras festividades populares con obras exponentes de las diferentes variantes del villancico como son: de negros, juguetes, rorros y jocosos.
En España, ya desde finales del siglo XV y principios del XVI, los villancicos eran cantados como parte del oficio divino, intercalados entre los responsorios de la hora de maitines durante las fiestas de Navidad. Esta costumbre permaneció hasta entrado el ochocientos. En el siglo XVII el villancico, tradicionalmente polifónico, incorpora rasgos estilísticos del barroco como la monodía, la policoralidad, el bajo continuo y la composición de partes instrumentales.
La tradicional estructura estribillo-copla-estribillo, se amplía en el siglo XVIII – época de auge del villancico religioso – hasta semejar la estructura de una especie de cantata barroca que incorpora introducción instrumental, recitados y arias.
El trasplante a América del villancico produjo, como en toda nuestra música, un proceso de interinfluencias que de acuerdo al acervo cultural de cada país aportó a este género una amplia gama de modos de hacer en la melodía, el ritmo, y otros medios expresivos.
Existe una encarnizada polémica sobre la manera en que se deben interpretar las obras del barroco americano en cuanto a los medios expresivos y al acompañamiento. Se discute acerca de si es correcto o no añadir instrumentos que no aparezcan originalmente en la partitura. Sobre este tema coexisten dos criterios fundamentales: uno aboga por la ejecución exacta de la partitura y otro añade instrumentos de la época o justificados por él carácter festivo y danzado de la obra, como sucede con la percusión que se añade a los villancicos de negros, de Corpus y juguetes.
Ars Longa, evadiendo un principio arqueológico, reinterpreta los villancicos con una visión musical contemporánea que trata de acercarnos a lo real maravilloso del mundo sonoro ameriano. No se trata de reconstruir con un criterio museable los cantos entonados en nuestras iglesias y catedrales en los siglos XVII y XVIII, sino de que a las puertas del siglo XXI y a cuatrocientos años de distancia sonora de estas obras, disfrutemos la música de Nuestra América.
(Miriam Escudero Suástegui, extraído do encarte)
O álbum inteiro é uma grande raridade: as músicas são raras e nem encontramos o CD no Amazon para venda; seria necessário viajar para Cuba para adquiri-lo. Para poupá-los de tão extensa viagem (embora a recomende fortemente), lhes trago hoje estes sonoros ecos das Índias.
Ouça com muita atenção estas pérolas! Inestimáveis!
Acha que eu tô brincando? Escute essa faixa:
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Ars Longa
El Eco de Indias: Villancicos del Barroco Americano Anônimo (Peru, séc. XVIII)
01. Pasaqualyto – Anônimo (Peru, século XVIII) Tomás de Torrejón y Velazco (Espanha, 1644 – Peru, 1728)
02. Desvelado dueño mío Anônimo (Peru, séc. XVIII)
03. Un Juguecito de fuego Juan Gutiérrez de Padilla (Espanha, 1590 – México, 1664)
04. Oíd Zagales Atentos Juan de Herrera (Colômbia, c. 1665 – 1738)
05. A la Fuente de Bienes Juan de Araujo (Espanha, 1646 – Peru, 1712)
06. Ay andar, andar Anônimo (Peru, séc. XVIII)
07. Un monsieur y un estudiante Esteban de Sala y Castro (Cuba, 1725 – 1803)
08. Un musiquito nuevo
09. Que niño tan bello Anônimo (Bolívia, séc. XVIII)
10. El día del Corpus Antonio de Salazar (México, 1650 -1715)
11. Digan, digan quien vio tal Alonso Torices (Espanha, séc. XVIII)
12. Toca la Flauta
Ars Longa, Conjunto de Música Antiga (Cuba)
Tereza Paz, soprano e flautas doces
Gertrudis Vergara, soprano e flautas doces
Raquel Rubí, Mezzo-soprano e percussão
Iván César Morales, Tenor e percussão
Alain Alfonso, contratenor, contrabaixo, flautas doces
Ariel Sarduí, violino
Reinier Guerrero, violino
Aland Lopez, viola de mão
Judith Jardines, harpa
Taylis Fernándes, viola da gamba
Tereza Paz, direção
1998
O pianista Herbert Henck tem uma série de CDs na grande ECM que vale muito a pena explorar. Este disco une duas importantes figuras — por muito tempo ignoradas — da música americana moderna. Sabemos que muitas vezes se passam anos entre a inovação e a sua aceitação geral. Hoje, nós tiramos de letra o distorcido jazz dos anos 30 presente nas composições eruditas modernosas de Nancarrow e Antheil.
Ficou complicado levar George Antheil (1900-1959) a sério nos EUA após o fracasso de seu Méchanique Ballet. Ele foi um ser humano severamente multifacetado. Escreveu muita música e também foi escritor. Sua excelente e divertida autobiografia, “O Bad Boy da Música”, é elogiadíssima. Sua música alegre e cheia de invenção fazia discreto sucesso… na França. Esta é uma seleção bem dele, e mostra seu amor pelo ritmo e o interesse pelo jazz. Vários dos títulos aludem às máquinas. Leiam abaixo, a relação de obras mais parece um rol de equipamentos industriais. Há uma Sonatina para rádio (?) e outra chamada de “O Aeroplano”, mas também uma Sonata Sauvage… E aquele monte de “Acelerandos” ali?
Conlon Nancarrow (1912-1997) é conhecido por seus estudos para o piano, que também incluía aquelas pianolas mecânicas das quais acabo de esquecer o nome. Algumas de suas obras são tão complexas em termos de ritmo que é melhor programar o piano com aqueles rolos de papel (ei, alguém me ajude!). Somente em seus últimos anos de vida, Nancarrow desfrutou de fama internacional e seus estudos chegaram ao status de cult. (Ouvi uma vez a música programada em rolos de papel, achei mais apaixonante do que bela).
A capa do CD da ECM traz uma vaquinha tão triste quanto o destino da música moderna em nossos dias — vejam o ocorre com o pianista na imagem que finaliza o post. Triste fiquei eu ao notar que o CD tem apenas 38 minutos!
Conlon Nancarrow (1912-1997) / George Antheil (1900-1959): Música para Piano
1. Nancarrow – Three 2-part studies – I. Presto
2. Nancarrow – Three 2-part studies – II. Andantino
3. Nancarrow – Three 2-part studies – III. Allegro
4. Nancarrow – Prelude (Allegro molto)
5. Nancarrow – Blues (Slow Blues Tempo)
6. Antheil – Sonatina für Radio (allegro moderato)
7. Antheil – Second Sonata, ‘The Airplane’ – I. To be played as fast as possible
8. Antheil – Second Sonata, ‘The Airplane’ – II. Andante moderato
9. Antheil – Mechanisms
10. Antheil – A machine
11. Antheil – Sonatina (Death of the Machines) – I. Moderato
12. Antheil – Sonatina (Death of the Machines) – II. Accelerando
13. Antheil – Sonatina (Death of the Machines) – III. Accelerando
14. Antheil – Sonatina (Death of the Machines) – IV. Accelerando
15. Antheil – Jazz Sonata (Sonata No. 4)
16. Antheil – Sonata Sauvage – I. Allegro vivo
17. Antheil – Sonata Sauvage – II. Moderato
18. Antheil – Sonata Sauvage – III. Moderato/Xylophonic, Prestissimo
19. Antheil – (Little) Shimmy
Sibelius denominou essa obra como um “Poema Sinfônico para Orquestra, Solistas e Coro”. Trata-se de obra de juventude, o compositor tinha pouco mais de vinte e cinco anos de idade quando o compôs, e estava fortemente inspirado na época pelo folclore e cultura de seu pais.
Gostei muito dessa versão do maestro Neeme Järvi, nos tempos em que ele dirigia a Sinfônica de Gothenburg. A orquestra pode ser sueca, o maestro pode ser letão, mas tanto o magnífico coral quanto os solistas são finlandeses. O booklet que segue em anexo traz maiores detalhes sobre a obra e sobre os solistas.
1. Introduction. Allegro Moderato
2. Kullervo’s Youth. Grave
3. Kullervo And His Sister. Allegro Vivace
4. Kullervo Goes To War. A La Marcia
5. Kullervo’s Death. Andante
Karita Mattila – Soprano
Jorma Hynninen – Baritone
The Laulun Ystävät Male Choir
Gothenburg Symphony Orchestra
Neeme Järvi – Conductor
Chegou o outono, e para comemorar a troca das estações nada melhor que ouvir a obra prima de Haydn, “Die Jahreszeiten”, ou traduzindo, “As Estações”, minha obra haydniana favorita. É alegre, festiva, seus corais são divinos, quase celestiais, e nos deixa muito bem com a vida.
Karajan montou um timaço para realizar essa gravação, lá nos idos de 1972, dentro de uma igreja, onde aliás, realizou inúmeras gravações com a Filarmônica de Berlim. Gundula Janowitz e Walter Berry lideram o time de solistas, em uma gravação cinco estrelas.
Vale muito a pena conferir.
CD 1
01. Der Frühling – Seht, wie der strenge Winter flieht!
02. Komm, holder Lenz!
03. Vom Widder strahlet jetzt
04. Schon eilet froh der Ackersmann
05. Der Landmann hat sein Werk vollbracht
06. Sei nun gnadig, milder Himmel
07. Erhort ist unser Flehn
08. O wie lieblich ist der Anblick
09. Ewiger, machtiger, gutiger Gott!
10. Der Sommer – Im grauen Schleier ruckt heran
11. Der muntre Hirt versammelt nun
12. Sie steigt herauf, die Sonne
13. Nun regt und bewegt sich alles umher
14. Die Mittagssonne brennet jetzt
15. Dem Druck erlieget die Natur
16. Willkommen jetzt, o dunkler Hain
17. Welche Labung fur die Sinne!
18. O seht! Es steigt in der schwulen Luft
19. Ach, das Ungewitter naht
20. Die dustern Wolken trennen sich
CD 2
01. Der Herbst – Einleitung
02. Was durch seine Blute
03. So lohnet die Natur
04. Seht, wie zum Haselbusche dort
05. Ihr schonen aus der Stadt, kommet her!
06. Nun zeiget das entbloset Feld
07. Seht auf die breiten Wiesen hin
08. Hier treibt ein dichter Kreis
09. Hort das laute Geton
10. Am Rebenstocke blinket jetzt
11. Juchhe! Juchhe! der Wein ist da
12. Der Winter – Einleitung
13. Nun senket sich das blasse Jahr
14. Licht und Leben sind geschwacht
15. Gefesselt steht der breite See
16. Hier steht der Wandrer nun
17. So wie er naht, schallt in sein Ohr
18. Knurre, schnurre, knurre!
19. Abgesponnen ist der Flachs
20. Ein Madchen, das auf Ehre hielt
21. Vom durren Osten dringt ein scharfer Eishauch
22. Erblicke hier, betorter Mensch
23. Wo sind nun, die hoh’n Entwurfe
24. Dann bricht der grose Morgen an!
Gundula Janowitz – Soprano
Werner Hollweg – Tenor
Walter Berry – Bass
Chor der Deutsches Oper, Berlin
Berliner Philharmoniker
Um bonito disco de música sacra francesa da época de Rameau e Lully. Campra escreveu várias “tragédias em música”, mas seu principal mérito foi o de ser o criador de um novo gênero, a ópera-ballet, que deve ser ainda pior do que a ópera… Ele também escreveu três livros de cantatas, bem como música religiosa, incluindo um réquiem. Já Couperin — muito mais famoso — era um “músico poeta” que acreditava na “habilidade da música para expressar-se em “sa prose et ses vers” (sua prosa e sua poesia). Ele acreditava que se entrássemos na poesia da música, descobriríamos que ela é “plus belle encore que la beauté” (mais bela que a beleza).
Um disco para quem ama este período francês, o que está longe de ser o meu caso.
André Campra (1660-1744) e François Couperin (1668-1733): Salve Regina (Petits Motets)
André Campra
1 Salve Regina 5:50
François Couperin
2 Audite Omnes Et Expavescite (Meditatio De Passione Christi) 10:09
3 Respice In Me 5:46
4 Salve Regina 10:48
5 Usquequo, Domine 6:38
André Campra 8:50
6 Insere Domine 8:50
François Couperin
7 Quid Retribuam Tibi Domine 6:23
Este CD foi produzido após um minucioso processo de recuperação e remasterização de fitas cassetes de diversas épocas com gravações particulares que registraram informalmente os concertos. Essas gravações careciam de qualidade técnica, mesmo porque não foram utilizados equipamentos profissionais. Alguns ruídos, defeitos e distorções não puderam ser eliminados por completo, mas certamente o material aqui apresentado possui irrefutável valor histórico.
Victoria Kerbauy canta Almeida Prado
1. Modinha nº 1 “A saudade é matadoura”, opus 1
2. Trem de ferro
3. A minha voz é nobre
4. Rosamor
5-7. Lembranças do coração
8-10. Três canções: I. Manhã molhada; II. Bem vinda; III. O Luandê-luá
11-13. Três episódios de animais: I. Sinimbu; II. Tamanduá; III. Anta
14-25. Portrait de Nadia Boulanger
26-28. Livro Brasileiro – II caderno: I. à noite; II. à manhã; III ao sol
29-32. Quatro poemas de Manuel Bandeira: I. Andorinha; II. Teu nome; III. Belo belo; IV. A estrela
33-42. Espiral II
Então Julia Fischer gravou um cd inteiro dedicado a Pablo de Sarasate, o grande violinista espanhol do século XIX, um dos maiores instrumentistas de todos os tempos.
Confesso que até então conhecia dele apenas a “Carmen Fantasy”, baseado na famosa ópera de Bizet. Dez entre cada dez violinistas tem eu seu repertório alguma peça do espanhol para o bis. Suas peças são difíceis, extremamente técnicas, e exigem do solista muito virtuosismo. Digamos que Sarasate tenha sido o Paganini da segunda metade do século XIX, em matéria de fama e sucesso enquanto violinista. Outra cusiodade sobre ele é que o compositor Camile Saint-Säens compôs em sua homanagem sua famosa a “Introduction and Rondo Capriccioso”.
Estou anexando ao arquivo o booklet onde Julia Fischer explica os motivos por ter gravado um CD inteiro dedicado ao violinista espanhol. A alemãzinha já é conhecida aqui no PQPBach, e seu talento é mais que reconhecido. Vale a pena conhecer esse CD.
01. Danzas españolas 4 Helf, op.26 – VII. Vito
02. VIII. Habanera
03. Jota Aragonesa, op.27
04. Serenata andaluza, op.28
05. El canto del ruiseñor, op.29
06. Danzas españolas 1 Helf, op.21 – I. Malagueña
07. II. Habanera
08. 2 Helf, op.22 – III. Romanza Andaluza
09. IV. Jota Navarra
10. 3 Helf, op.23 – V. Playera
11. VI. Zapateado
12. Caprice Basque, op.24
13. Zigeunerweisen, op.20
Devido à escassez dos arquivos causada pelo terramoto de 1755, pelas invasões francesas e pelas várias revoluções, poucas referências temos à vida de Estevão de Brito em Portugal. Sabemos apenas que terá nascido em Serpa, cerca de 1575, tendo depois ido para Évora, onde estudou com Filipe de Magalhães. Assim, Brito é um dos representantes da chamada terceira geração da escola de Évora, a par de figuras como Lopes Morago, Frei Manuel Correia (igualmente alunos de Magalhães), António Fernandes e Manuel Machado (discípulos de Duarte Lobo). A grande qualidade da sua obra é atestada pelo seu percurso profissional, inteiramente decorrido em Espanha, numa época em que teve de competir com compositores formados pelas escolas das grandes catedrais de Espanha, incluindo a Catedral Flamenga de Madrid. Estevão de Brito foi nomeado Mestre de Capela da Catedral de Badajoz em 1597, sendo no entanto provável que já lá desempenhasse funções desde finais do ano anterior. Em 1605, Brito regressa a Évora, convalescendo de uma doença, e trazendo uma mensagem do cabido da catedral para o Arcebispo de Évora, pedindo concordância para a sua ordenação. Foi efectivamente ordenado em 1608 tendo sido, no mesmo ano, nomeado capelão do coro. As obras mais importantes escritas por Brito nos seus anos em Badajoz são, provavelmente, os seus vilancicos para as festas do Natal e Corpo de Deus. Como se tornou hábito no séc. XVII, o mestre de capela era dispensado das suas funções habituais para ter tempo para a composição dos vilancicos, cujas primeiras audições eram aguardadas ansiosamente. Assim, Brito obteve sistematicamente dispensas dos cabidos de Badajoz e Málaga durante toda a sua vida para este efeito. Infelizmente, e apesar de constarem trinta e um, de três a dez vozes, do catálogo da Livraria del Rey D. João IV, não chegaram até nós quaisquer vilancicos da autoria de Estevão de Brito. Em 1613, Estevão de Brito foi eleito entre cinco candidatos (sendo os outros Francisco Paéz, Juan Gutiérrez, Martínez Avalos e Fulgencio Méndez) para o posto de mestre de capela da Catedral de Málaga, sucedendo a Francisco Vázquez. E importante não esquecer que no séc. XVI Cristóbal de Morales tinha também estado em Málaga, razão pela qual Brito tomou contacto com a obra deste grande mestre espanhol da Renascença. Apesar de lhe ter sido oferecido o posto de Mestre de Capela da Capela Real, em Madrid, Brito permaneceu em suas funções em Málaga até à sua morte, em 1641, conservando-se na Catedral desta cidade toda a sua produção musical que chegou até nós.
O Officium Defunctorum de Estevão de Brito encontra-se num livro de facistol, na catedral de Málaga e compreende três lições, do ofício de Matinas, a missa de defuntos, três motetos fúnebres e dois responsórios. O manuscrito contém ainda uma Pro Defundis Missa e um moteto da autoria de Cristóbal de Morales. As três lições, com textos do livro de Job, são a 1ª, 4ª e 7ª das Matinas, ou seja, a primeira de cada Nocturno. No entanto, não era intenção do autor que fossem executadas em liturgia no mesmo dia, destinando-se a primeira às segundas e quintas feiras, a segunda às terças e sextas feiras e a terceira às quartas feiras e sábados. Os textos do Breviarium Romanum tridentino são respeitados na íntegra. A nível musical notamos influências de Morales e de Victoria, cujo Officium Defunctorum contém também uma lição das Matinas, a 2ª Taeclet animam meam. Porém, Brito não é tão rígido na utilização da homofonia, utilizando, por vezes frases imitativas e madrigalismos. (…) De acordo com o Prof. Dr. Aires Nascimento, a pronúncia do texto encontrar-se-ia na linha tradicional da pronúncia do latim. Excluímos assim a pronúncia italianizada ou romanizada utilizada nos meios eclesiásticos e que data do início deste século.
(extraído do encarte)
Mas muito, muito bom mesmo! Ouça! Ouça! Deleite-se!
Estevão de Brito (1575-1641)
Officium Defunctorum
01. Parce Mihi, Domine
02. Responde Mihi
03. Spiritus Meus Attenuabitur
04. Introitus – Requiem Aeternam
05. Kyrie
06. Graduale – Requiem Aeternam
07. Tractus – Absolve, Domine
08. Offertorium – Domine Jesu Christe
09. Sanctus
10. Agnus Dei
11. Communio – Lux Aeterna
12. Ad Dimittendum – Requiescat in Pace
13. Circumdederunt Me
14. Homo Natus de Muliere
15. Heu, Domine
16. Libera Me, Domine
17. Memento Mei
18. Ad Dimittendum – Requiescat in Pace
Grupo Vocal Olisipo
Armando Possante, regente
Saint Georges Church, Lisboa, 1995
A clássica canção de Burt Bacharach dá nome a este impecável CD, da nossa diva canadense Diana Krall. Além de linda, ela toca piano e canta divinamente. Entenderam o porque de “Diva”? Sua voz parece sempre um sussurro, e ela sabe trabalhar seu timbre com uma sensualidade única, nunca forçada.
Os arranjos deste CD foram feitos pelo lendário maestro e produtor Claus Ogerman, que também conduz a Sinfônica de Londres além da Los Angeles Session Orchestra. E estes arranjos são um detalhe a parte deste CD. A canção de Burt Bacharach, ” The Look of Love” , é um primor de sensibilidade, clareza e objetividade. O grupo de músicos que acompanha Diana é de primeira, com brasileiros entre eles, como o percussionista Paulinho da Costa e Dori Caymmy.
Diana Krall – The Look Of Love
01. S’Wonderful
02. Love Letters
03. I Remember You
04. Cry Me A River
05. Besame Mucho
06. The Night We Called It A Day
07. Dancing In The Dark
08. I Get Along Without You Very Well
09. The Look Of Love
10. Maybe You’ll Be There
Diana Krall – Piano, Vocals
Christian McBride – Bass
Jeff Hamilton – Drums
Peter Erskine – Drums
Paulinho da Costa – Percussion
Dory Caymmy – Guitar
Russel Malone – Guitarra
Três membros do Oregon — Ralph Towner, Paul McCandless e Glen Moore — estão no grupo há 42 anos. É óbvio que os três têm outros bem sucedidos projetos, mas sempre retornaram ao grupo em todos estes anos e mais de vinte LPs e CDs gravados. E é fantástico ouvi-los. O Oregon vai muito bem, cheio de criatividade. Family Tree traz cinco novas composições de Towner, duas de McCandless, uma de Glen Moore e duas composições coletivas que incluem o percussionista Mark Walker como compositor.
Este Family Tree é um dos melhores CDs do grupo. O Oregon está muito diferente do que era com Walcott ou Gurtu na percussão, tornou-se outro, mas permanece como um grande grupo de jazz. Vale muito a audição.
Oregon – Family Tree (2012)
1 Bibo Babo
2 Tern
3 Hexagram
4 Creeper
5 Jurassic
6 Family Tree
7 Stritch
8 Mirror Pond
9 Moot
10 Julian
11 Max Alert
12 Carnival Express
Encontrei essa coleção por acaso, há algum tempo atrás, quando fuçava na internet. Não conhecia, nem imaginava que existisse algo parecido. Mas pensando bem, quando se trata de um músico do nível de Chick Corea, podemos esperar tudo.
Em um primeiro momento pensei que ele seguia os passos de Keith Jarrett, que também gravou seis cds no mesmo local, mas em formato de trio, ou seja, piano, baixo e bateria. Corea foi além. Montou uma banda, Origin, com seis músicos, para tocar também seis dias seguidos no mesmo local. O resultado está aqui. Tirem suas próprias conclusões, pois eu já tirei as minhas: achei sensacional, o que é meio óbvio de se dizer quando se trata de um cd desse excepcional músico.
P.S. A sequência dos cds é meio esquisita, não entendi o critério. Mas isso não importa. O que importa é a qualidade da música e dos músicos que a interpretam. Divirtam-se.
Show 1
1. Say it again (Part 1)
2. Say it again (Part 2)
3. Double Image
4. Bewitched
5. Bird Feathers
Show 2
6. Say it again (Part 1)
7. Say it Again (Part 2)
8. Tempus Fugit
Chick Corea – Piano
Steve Wilson – Flute, Soprano Sax, Alto Sax and Clarinet
Bob Sheppard – Flute, Soprano Sax, Tenor Sax and Bass Clarinet
Steve Davis – Trombone
Avishai Cohen – Bass
Adam Cruz – Drums