Francis Poulenc (1899-1963): Aubade – Les Biches

Estava eu navegando pelos milhões de mares dessa imensa blogosfera, procurando por gravações de Satie, quando me deparei com esse primor de álbum. Adoro Satie, Milhaud e o Les Six como um todo, porém tenho em Poulenc, a figura mais talentosa do grupo. Um CD tipicamente com a cara de Poulenc e do irônico e extrovertido Les Six.

A seguir, um trecho retirado da WIKIPÉDIA, sobre a vida pessoal de Poulenc.

A vida de Poulenc foi uma vida de constante luta interna (“meio monge, meio bad boy”). Tendo nascido e sido educado na religião católica, Poulenc debatia-se com a conciliação dos seus desejos sexuais pouco ortodoxos à luz das suas convicções religiosas. Poulenc referiu a Chanlaire que “Sabes que sou sincero na minha fé, sem excessos de messianismo, tanto como sou sincero na minha sexualidade Parisiense.” Alguns autores consideram mesmo que Poulenc foi o primeiro compositor abertamente gay, embora o compositor tenha mantido relações sentimentais e físicas com mulheres e tenha sido pai de uma filha, Marie-Ange.

A sua primeira relação afectiva importante foi com o pintor Richard Chanlaire, a quem dedicou o seu Concert champêtre: “Mudaste a minha vida, és o sol dos meus trinta anos, uma razão para viver e trabalhar“. Em 1926, Francis Poulenc conhece o barítono Pierre Bernac, com o qual estabelece uma forte relação afectiva, e para quem compõe um grande número de melodias. Alguns autores indicam que esta relação tinha carácter sexual, embora a correspondência entre os dois, já publicada, sugira fortemente que não. A partir de 1935 e até à sua morte, em 1963, acompanha Bernac ao piano em recitais de música francesa por todo o mundo. Pierre Bernac é considerado como “a musa” de Poulenc.

Poulenc foi profundamente afetado pela morte de alguns dos seus amigos mais próximos. O primeiro foi a morte prematura de Raymonde Linossier, uma jovem com quem Poulenc tinha esperanças de casar. Embora Poulenc tivesse admitido que não tinha nenhum interesse sexual em Linossier, eram amigos de longa data. Em 1923, Poulenc ficou chocado e inane durante um par de dias depois da morte aos 20 anos, na sequência de febre tifóide, do seu amigo, o romancista Raymond Radiguet. Já em 1936, o seu grande amigo Pierre-Octave Ferroud foi decapitado num acidente de automóvel na Hungria, na sequência do qual visitou a Virgem Negra de Rocamadour. Em 1949, a morte de outro grande amigo, o artista Christian Bérard, esteve na origem da composição do seu Stabat Mater.

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Poulenc: Aubade – Les Biches

Les Biches, suite for orchestra (from the ballet), FP 36
1. Très lent – Subito allegro molto 3:23
2. Adagietto 3:38
3. Rag-Mazurka, Presto 6:05
4. Andantino 3:03
5. Final, Presto 3:44

Les animaux modèles, suite for orchestra, FP 111
6. Le Petit Jour – Dawn (Très Calme) 4:26
7. Le Lion Amoureux – The Amorous Lion (Passionnéjment Animé) 1:43
8. L’Homme Entre Deux Âges Et Ses Deux Maîtresses – A Middle-Aged Man And His Two Mist 2:05
9. La Mort Et Le Mûcheron – Death And The Woodcutter (Très Lent) 5:46
10. Les Deux Cogs – Two Roosters (Très Modéré) 3:31
11. Le Repas De Midi – Midday Meal (Très Doux, Calme Et Heureux) 3:12

12. Matelote provençale, for orchestra (for collab. work, La guirlande de Campra), FP 153: No. 5 {From ‘La Guirlande De Campra’} 1:32

13. Pastourelle, ballet movement (for collab. work, L’éventail de Jeanne), FP 45 1:55

14. Valse (pour Micheline Soulé), for piano in C major (for collab. work, Album des Six), FP 17 1:50

15. Discours du général, ballet movement (for collab. ballet, Les mariés de la Tour Eiffel, by Les Six), FP 23/1 0:58

16. La baigneuse de Trouville, ballet movement (for collab. ballet, Les mariés de la Tour Eiffel, by Les Six), FP 23/2 1:49

Aubade, choreographic concerto for piano & 18 instruments, FP 51
17. Toccata (Lento Et Pesante; Molto Animato) 2:41
18. Récitatif: Les Compagnes De Diane (Larghetto) 1:46
19. Rondeau: Diane Et Compagnes (Allegro)/Entrée De Diane (Più Mosso)/Sortie de Diane (Céder un peu) 3:21
20. Presto: Toilette De Diane (Presto) 1:35
21. Récitatif: Introduction À La Variation De Diane (Larghetto) 2:12
22. Andante: Variation De Diane (Andante Con Moto) 3:07
23. Allegro Féroce: Désespoir De Diane 0:39
24. Conclusion: Adieux Et Départ De Diane (Adagio) 4:58

Deux préludes posthumes et 3e gnossienne (orchestraton of 3 piano works of Erik Satie), FP 104
25. No. 1, ‘Fete donnee’ 3:34
26. No. 2, ‘1er prelude du Nazareen’ 3:43
27. No. 3, ‘3eme gnossienne’ 2:14

Pascal Rogé, piano
Orchestre National de France, Charles Dutoit

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Poulenc
Poulenc, de longe, o mais talentoso do Les Six

Marcelo Stravinsky

9 comments / Add your comment below

  1. Muito bom! Gosto bastante do Poulenc, tenho um disco aqui com algumas peças de câmera dele, acedito que seja até da mesma leva que esse disco aí, porque o pianista também é o Pascal Rogé.

  2. PRESENTAÇO, Strava! Poulenc, mesmo com o ideal de leveza dos “seis”, não é de modo nenhum um compositor menor. GRANDE contribuição para o blog… que ao que parece está superando sua relativa francofobia – o que só o fará ficar ainda mais rico! (Assina Ranulfus medius Mónacus medius Puer Malus, i.e., bad boy…)

    [PS: se puder olhe a resposta que lhe deixei no post Chopin-Franck do Carlinus]

  3. Que domingo! Desse jeito estou ferrado pois vão pedir o divórcio. Não dá para sair da frente do computador. Uma postagem boa atrás da outra. E Poulenc!? Tenho dois CDs que nunca ouvi e agora maravilhado tenho prazer de conhecer de fato sua música. A música clássica é um filão inesgotável. Só me resta agradecer!

    1. A música de Poulenc é bem delineada, extremamente agradável e fácil de ouvir. Além de Satie, a música de Milhaud também me agrada bastante, porém quase não tive oportunidades de escutar alguma coisa dos outros, a não ser em trabalhos colaborativos do Les Six.

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