Sim, a capa é feia pra dedéu (esse Carlos Gomes desproporcional, mãozudo… tsc, tsc…), mas não se deixe levar pela embalagem: o LP aí em questão é um prazer só! Aqui, quando se retira a letra das músicas e troca-se a voz humana pela flauta, é possível ao ouvinte observar com mais clareza a melodia. E aí então, com certeza, se concluirá após a audição que Antônio Carlos Gomes era um grande melodista: suas árias e suas modinhas são obras de alta beleza.
Modinha, momento musical de emoção. Participar dessa linguagem onde a linha melódica flutua sobre as palavras não poderia ser privilégio exclusivo dos cantores. A voz do instrumento desligada do texto pode nos reconduzir ao sentido oculto da poesia, emoção pura. A alma brasileira lírica tem na modinha uma das suas fontes mais significativas de expressão. A modinha sempre foi uma presença constante nas serenas e nos palcos, anônima ou assinada pelos nomes dos maiores compositores nacionais. Carlos Gomes, ao longo da sua vida, no Brasil e na Itália, confiou à modinha seus sentimentos mais íntimos: amizades, paixões e saudades, numa linguagem melódica original e refinada que apresentamos aqui em versão instrumental.
(Odette Ernest Dias, texto extraído do encarte)
Pra completar o álbum, os músicos ainda executam a cândida “Sonho”, do irmão de Carlos Gomes, José Pedro de Sant’Anna Gomes, compositor de grande qualidade e que hoje conhecemos muito pouco: se a obra do mano Tonico foi bastante olvidada, a música de Juca foi ainda mais negligenciada. É um cara pra se conferir e, ambos, para se apreciar.
Ouça! Ouça! Deleite-se!
Antonio Carlos Gomes (1836-1896)
José Pedro de Sant’Anna Gomes (1834-1908)
Modinhas sem Palavras
Antonio Carlos Gomes (Campinas, SP, 1836 – Belém, PA, 1896)
01. Quem sabe
02. Foi meu amor um sonho (da ópera Joanna de Flandres)
03. Noturno
José Pedro de Sant’Ana Gomes (Campinas, SP, 1834 – 1908)
04. Sonho
Antonio Carlos Gomes (Campinas, SP, 1836 – Belém, PA, 1896)05. Canta ancor
06. Anália ingrata
07. Suspiros d’alma
08. Lontana
09. Rondinella
10. Conselhos
11. Al chiaro di luna
12. C’era una volta un príncipe (da ópera Il Guarany)
Odette Ernest Dias, flauta
Elza Kazuko Gushiken, piano
Jaime Ernest Dias, violão
1987
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FLAC encartes em 3.0Mpixel (137Mb)
MP3 encartes em 3.0Mpixel (69Mb)
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Bisnaga
Olá, Bisnaga. Estive viajando e muito ocupada depois que voltei, sem tempo de visitar esse maravilhoso blog. Assim que retornei, dei uma olhadinha e vi o Avicenna reclamando que ninguém estava comentando, em especial suas postagens, e tentei deixar uma mensagem dizendo que viajei e sumi, mas não sou mal-agradecida. E não consegui, nem para voce nem para Avicenna. Acho que é por isso que ninguém comenta, não conseguem. Bem, agradeço todas as postagens do último mes – agora vou tentar tirar o atraso e ver o que perdi nesse período.
Vivelo, sempre sentimos a sua falta quando você, comentadora assídua, não nos deixa umas palavrinhas.
Já estamos mal acostumados. Hehehe.
Continue sempre apreciando o PQP.
Um abração
Muito feliz por encontrar modinhas.
Obrigada!!!