Eli-Eri Moura (1963) – Réquiem contestado [link atualizado 2017]

Acho que não se pode alegar conhecer a produção erudita brasileira atual sem conhecer este autor – e esta obra, absolutamente extraordinária. Baixem e ouçam e me digam se não é verdade! (Ranulfus)
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Eu iria esperar passar o fim de semana para enviar meu segundo post, mas pensei depois que esse é o período que muitos têm para dar uma escutada no que baixaram de segunda a sexta. *** Tentem se lembrar de um compositor erudito nordestino… “Alberto Nepomuceno… José Siqueira…” Eu ajudo: Lindembergue Cardoso, Hekel Tavares, Euclides Fonseca (conhecem Euclides Fonseca? Nem eu. Quase não há nada gravado dele, que parece ter sido o maior operista de Pernambuco)… Todos estão mortos. Vamos tentar os vivos. “Marlos Nobre…” Aê, pelo menos um vocês sabem. Outro empurrão: Danilo Guanais, Liduíno Pitombeira, Eli-Eri Moura, Wellington Gomes, Clóvis Pereira. Aos poucos vou postar o que eu tiver/conseguir deles. Começo com um da Paraíba: Eli-Eri Moura (se diz “Eliéri”). Professor da UFPB, 45 anos de idade, Mestre e Doutor em Composição pela McGill, no Canadá (mais informações, veja no Compomus, o Laboratório de Composição Musical da universidade, que ele fundou), Eli-Eri vive pacatamente em João Pessoa (onde estou neste momento, visitando meu Café do Rato Preto, na praia de Tambaú), cidade de maior estímulo à música clássica na década de 80 – tanto que, até hoje, o mainstream da música clássica nacional tem uma boa imagem da Paraíba, ainda que a única celesta daquele Estado esteja atualmente parada devido aos cupins. Não é pobreza. As capitais nordestinas dispõem de muito dinheiro porque concentram grandes indústrias. Falta é um Neschling por lá, como falta no resto do país todo (e um Mário Covas para dar carta branca). O Covas daquela era de esplendor em João Pessoa se chamava Tarcísio de Miranda Burity, ex-governador de 79 a 82 e de 86 a 90, famoso pelo Caso Gulliver, em 1993. Foi o seguinte: Ronaldo Cunha Lima, rival político de Burity e governador naquele período, partiu para defender a “honra” do filho Cássio (atual governador, que luta contra a cassação determinada pelo TRE, e então superintendente da Sudene) das críticas que sofrera do opositor. Defendeu-a no melhor estilo coronelista: entrou no restaurante onde Burity estava, o Gulliver, e deu-lhe três tiros na boca… Burity faleceu de problemas cardíacos, dez anos depois. Ele tinha uma irmã pianista, Isabel, e por influência dela injetou um senhor dinheiro na Sinfônica da Paraíba. A OSPB (por favor é a sigla da orquestra, não a velha disciplina escolar Organização Social e Política Brasileira) passou a chamar somente maestros ignotos, como Aylton Escobar, Neschling, Karabtchevsky e Eleazar de Carvalho e se tornou a primeira do país a gravar um CD, em 1988. Gravaram nos States, motivo pelo qual somente se podia comprá-lo importado. Nesse mesmo ano, abri minha filial do Café, perto de onde se situa o Mercado de Artesanato da Paraíba. Some-se a essa aurora da música clássica naquele Estado a fundação do Departamento de Música da UFPB, em 1984, salvo engano. A obra Enfim, Eli-Eri Moura tinha um sobrinho a quem era muito ligado, Franklin Moura, que morreu aos 29 anos, em 1991, duma infecção causada por uma bactéria desconhecida. Dois anos depois, o compositor voltou ao Brasil de seu mestrado no Canadá e procurou o amigo e poeta W. J. Solha para compor um réquiem. “Pra que um libretista prum réquiem, se basta o compositor recorrer ao texto litúrgico?” Bem, estamos falando de uma obra que se chama Réquiem Contestado. Coube a Waldemar José Solha inserir acréscimos perturbadores em momentos cruciais da missa fúnebre. Assim, após um intróito estático, belíssimo, o coral entoa, indignada e repetidamente, “Quero a lei, só!” em vez de “Kyrie Eleison”. Daí vem a subversão da estrutura do restante do réquiem. O Gloria, o Confiteor e o Credo – que não são rezados no réquiem tradicional, só na missa – aparecem aqui, e em ordem invertida. É bom explicar que as três orações são inapropriadas à missa de encomenda de almas por sua própria natureza: o Gloria é um canto de júbilo; o Confiteor (costumeiramente recitado, não cantado) e o Credo são, respectivamente, a confissão dos pecados e a profissão de fé, coisas que o defunto não pode fazer mais, nem ninguém pode fazer em nome dele. Sendo talvez redundante, talvez detalhista, pressupõe-se que o réquiem só pode ser rezado a quem admitiu os pecados (o Confiteor é obrigatório na Extrema-Unção) e subscreveu o “Creio em Deus Pai” em vida. Solha transformou o Credo, introduzido por arabescos oboísticos, em Non credo, interrompendo o coral com o protesto do narrador: “Não, não, não, não!!! Não creio que Tu, Deus, sendo a Bondade Suprema, tenha quase exterminado o gênero humano com o dilúvio…”. No Confiteor, onde o coral adquire mais magnificência e clama “Mea culpa”, o narrador acusa e contesta: “Amar a Deus? Quem conhece o ser humano sabe que não tem nada de secreto o fato de que ninguém ama por decreto”. No Gloria, voltam a atmosfera tensa e as palavras do Kyrie: a turba se enfurece com o narrador contestador e dá “Glória a Deus” para que, dessa forma, Ele faça justiça contra o herege. O contestador responde “Triste é a lei só!” e se dirige aos céus: “‘Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem!’ Viste? É a pura luz! Que Te cega do alto da cruz”. Então, vem a Sequentia, a seqüência de orações do Proprio. O Proprio é o texto da missa que pode ser modificado de acordo com as circunstâncias em que ela é rezada, diferente do Ordinario (que, como o nome diz, é o texto da missa ordinária). No réquiem, o Proprio consta de trechos da Bíblia extraídos do Apocalipse e dos Salmos. Aqui, estão os três mais comuns: o Dies irae, o Rex tremendae e o Confutatis. As contestações do narrador continuam, sempre em confronto aos fiéis (o coral), e se tornam cada vez mais persuasivas ao soprano e ao tenor solistas, que ora recitam o texto litúrgico, ora o questionam. Em seguida, viria o Ofertorium – não a oferenda do dízimo, mas a seqüência de outros trechos bíblicos, para a encomenda da alma do falecido. Solha e Eli-Eri decidem não se estender e partem direto para o Communio, a retomada da prece por luz eterna aos mortos, cabendo ao narrador a devida encomenda, mais resignado: “Lembra-te, Senhor, de todos os que viveram, lutaram e morreram angustiados, nestas centenas de milhares de anos, sem saber a que vieram” Acontece que o Communio sucede três orações do Ordinario antes de encerrar o réquiem: Sanctus, Benedictus e Agnus Dei. O Communio, psicologicamente, foi o ponto final do pesar dos fiéis, que os permitiu voltar a expressar seu júbilo, porém eles retomam a ordem das orações de onde ela parou, do Sanctus. No meio da alegria da turba, o contestador revela quem realmente é. Os fiéis entendem o sentido de todas as “blasfêmias” proferidas até ali e ouvem o “Ite missa est” (“Ide, vossa missão está concluída”). O nome de Deus já está bendito e não é necessário rememorar o cordeiro que foi morto por Ele. Apêndice Este CD não foi lançado comercialmente e é raríssimo de se encontrar. As cordas do Quinteto da Paraíba, as quatro madeiras do Quinteto de Sopros Latino-Americano, o recitante e o Coral Gazzi de Sá são irrepreensíveis, somente os cantores solistas poderiam ter voz mais madura (embora cantem límpido e nos façam, assim, entender o texto). Com certeza, esta não é uma obra para ficar ignorada, e se você gosta da serenidade dos réquiens, aceite minha efusiva recomendação.

Eli-Eri Moura
Requiem Contestado

1. Introitus
2. Kyrie
3. Non credo
4. Confiteor
5. Gloria
6. Dies irae
7. Rex tremendae
8. Confutatis
9. Communio
10. Sanctus

Vianey Santos, tenor
Wanini Emery, soprano
Tião Braga, recitante
Coral Universitário da Paraíba
Gazzi de Sá
Orquestra de câmara formada por integrantes do Quinteto da Paraíba, do Quinteto de Sopros Latino-Americano e convidados.
Regência e composição: Eli-Eri Moura

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CVL
Repostado por Bisnaga

35 comments / Add your comment below

  1. very interesting!!! I’d never have been able to detect this work if You hadn’t posted it…
    thank You very much!
    Berni (Graz, Austria)

  2. Thank you, Berni.

    I considerate the Réquiem Contestado (Contested Requiem) the most important requiem written in Brazil in the last century even it’s totally unknown – and it’s not a strict requiem (a liturgical one, I mean).

    As its name says, the RC has some added texts (created by the libretist, the poet W. J. Solha) that contest the standard texts (the Ordinario and the Proprio). These modifications remind Britten’s War Requiem and Brahms’ A German Requiem, but they have the intention – through Contestant’s voice, the narrator – to confront the unreflexed praying and the consequent blind faith. The final of the piece is really surprising.

    I’d like to translate all my words about the RC into English but I have no time. I hope you find a person who helps you or that you try by yourself.

    One thing more.

    I liked your country. This year I spent three days in Vienna, on the weekend the UEFA’s Euro Cup began, then I traveled to Florence, Italy. Our bus broke right next to Graz, where there is a small castle on the top of a hill, so beatiful. I want some day go back to Austria to visit the cities I couldn’t that time: Klagenfurt (I passed by it, incredible the See around the city), Graz, Salzburg and Innsbruck.

    Best Regards.

    1. hi,
      I’ll be very happy to have You at my place then as a guest!
      Just write before You’ll arrive.
      If You want I can send You some pics of Graz, too. (therefore You should send me a mail address, whereto I can send them – my mail address is this one which I use for comments…).
      thx for the friendly words concerning this so interesting and beautiful requiem…
      many greetings
      Yours Berni

  3. Vivo por aqui mesmo, na Paraíba, e tudo o que CVL escreveu é a mais pura verdade (como se precisasse ser confirmada!). Escrevo isso porque me sinto tão pessoal(ainda que indireta)mente referido que não posso deixar de falar: estive numa das apresentações do Réquiem Contestado no Teatro Santa Roza, no centro da capital. Algo realmente forte e, para mim, tocante.
    PQP Bach em minha terra!
    Bem-vindo seja, CVL…
    Rameau

  4. Ai vai uma dúvida: Estava fuçando em alguns comentários aqui no Blog e me deparei com Clara Schumann que deve ser uma velha conhecida de vcs. Ela realmente é uma Schumann ou ela é uma adoradora do compositor e faz uma referência a ele desta forma?

  5. Parabéns pela postagem, mas…

    Parei a leitura no “Falta é um Neschling por lá, como falta no resto do país todo (e um Mário Covas para dar carta branca)”.

    Não, não, o amigo se equivoca. Provavelmente desconhece os bastidores da questão. Não queira um Neschling por lá. Os músicos profissionais deste país não precisam de mais regentes com tendências ditatoriais, e nossas contas públicas não precisam de regentes com salários misteriosos e mirabolantes.

    Falta sim, e no Brasil inteiro, investimento pesado e contínuo em cultura erudita, e isso são, nas palavras do próprio Neschling (crédito a ele no que ele merece), o que faz a diferença. Quem fez isso foi o Estado de São Paulo, não o indivíduo X ou Y.

    Falta, ainda, profissionalização e qualidade no ensino musical porco que é oferecido às nossas crianças. Vale lembrar que a OSESP é o que é não só graças ao Neschling, mas também graças a uma boa quantidade de instrumentistas estrangeiros de nível relativamente superior à média dos nativos.

    E este Réquiem é a prova de que é possível aos nativos realizarem música erudita atual e original, sem a necessidade de Neschlings.

  6. Tudo em ordem, prezado. Há um bom tempo, deixer de ficar reiterando meus pontos de vista em fóruns abertos na Internet, principalmente quando as duas partes têm convicções definidas e quando eu não tenho tempo suficiente pra tal ocupação (e concordo com a porcalhice do ensino musical infantil).

    Espero que aprecie o Réquiem, que é o principal da história.

    Este fim de semana vou rever Ensaio de orquestra, de Fellini, para rememorar o quão delicada e arcana é essa relação entre maestros e músicos.

  7. Victor, Clara Schumann é colaboradora (e não apenas comentadora) deste blog desde o início. Seu nome não é esse, digamos que seja uma espécie de nome artístico. Ela geralmente posta obras do renascimento e do barroco francês, sua especialidade, digamos.

  8. Amigo, também não sou adepto de polêmicas virtuais, apenas quis deixar registrado meu ponto de vista divergente, bom que compreendeste. Não sou dos que demonizam Neschling, embora talvez tenha parecido. Apenas não o considero essencial e tenho outras referências de bom regente e líder.

    A verdade é que a figura do maestro é realmente algo arcaica e militaresca, como bem retrata a obra-prima de Fellini.

  9. É.
    A História da Orquestra Sinfônica de Paraiba tem vários detalhes que, um dia, um bom pesquisador levantará e esclarecerá.
    Por sinal, o Neschling fazia parte do grupo de músicos que foram convidados pelo Reitor de então, (da Universidade Federal da Paraiba) para um Seminário cujo objetivo foi, justamente, o de analisar e definir se ali iria ser feita uma Orquestra do tipo Armorial (como defendia o Ariano Suassuna) ou uma Orquestra Sinfônica de qualidade, como defendiam os demais músicos.
    O Reitor não era músico e tampouco entendia muito de música. No entanto era um administrador fantástico (que, para mim, é o que está faltando no Brasil).
    O Governador Burity entrou mais tarde, na História.
    Os músicos estrangeiros foram convidados e vieram por haver, realmente, falta de bons instrumentistas de cordas no Brasil.
    Ai eu fico meio envergonhado.
    O ensino da música, por aqui, até que não é essas coisas de ruim.
    Mas… …e depois?
    O que é que o pessoal vai fazer?
    Um desses “concursinhos” ridículos para ganharem uns vintens ensinando em escolas federais, estaduais ou municipais?
    Ou vão embora para o exterior, fazendo lá o que não podem fazer aqui?
    Aqui?
    O que eles vão fazer?
    Vão entrar num “coco de roda”, num Bumba Meu Boi (que tem financianmento dos Governos quando a AMBEV já financia?)
    Nessas duas últimas semanas, seis franceses ficaram hopedados em minha casa.
    Vieram fazer o que?
    Bem, pesquisar e aprender o que fosse possível desses baticum bum bum que aqui se faz bem a bessa.
    O que foi que nos deixaram, em troca?
    Nada! Quer dizer… …nada não… …uns vinhos, queijos e coisas assim, exclentes…
    Além disso… …absolutamente nada!
    Bem… …mas, voltando à Orquestra de Paraiba, foi-se, realmente,buscar músicos no Chile, na Argentina, no Uruguai e alguns poucos na Europa e pouquíssimos brasileiros (mas havia alguns).
    Bem, o autor de tudo isto foi “um grupo” e quando um grupo é bem entrosado e tem o respaldo de quem pode financiar, as coisas tendem a caminhar direito.
    A execução da seleção e atrativo dos estrangeiros para a Paraiba (o que não foi muito difícil)teve o comando de Ana Lucia Altino, a quem a Paraiba deve muito.
    Mas devemos ter sempre em mente que, na realidade, quando um bom grupo trabalha bem, as coisas tendem a acontecer.
    Mesmo que tenhamos de buscar estrangeiros para isto.
    Os norte-americanos são fantásticos em captar mão de obra excelente.
    Naturalizam todo mundo e parece que os gênios são americanos. …mas… …não são…
    Aliás, esses estrangeiros que vieram para a Paraiba, fizeram um trabalho fantástico!
    Não apenas tocando e trabalhando muito bem para fazerem o melhor (e foi, efetivamente, a melhor Orquestra Sinfônica Brasileira da época) mas deixando “preparadíssimos” seus substitutos (já que todos nós tendemos a envelhecer).
    Há pouco tempo fui convidado para ouvir o Concerto de Heckel Tavares e o nº1 de Beethoven com uma jovem pianista de Recife como solista.
    É de chorar!
    Não por que os músicos da Orquestra ou a solista sejam ruins… …é de chorar porque eles são ÓTIMOS!!!
    ÓTIMOS INSTRUMENTISTAS e JOVENS!!!
    …mas… …ganham uma miséria e quase nunca têm ensaios… …e ficam por ai, …TOCANDO AQUI E ALI PARA poderem SOBREVIVER.
    Olha minha gente!
    Podem dizer o que quiserem de um regente.
    Mas, sem ele a coisa não funciona.
    O que o Neschling ajudou a fazer no nordeste e o que fez em São Paulo não é qualquer um que é capaz de fazê-lo.
    Além do que ele é um ótimo Regente.
    Agora, ficam por ai reclamando que um bom Regente ganha muito… …ora minha gente… …ninguém por aqui ganha muito salvo se for Jogador de Futebol, Deputado, Senador, Juiz de Direito ou do grupo dessas “autoridades” por ai a fora… …ou… …bem… …que tenham um Banco ou… … um Café que acolheu a Nadia Boulanger com rapadura e tudo (espero que tenha sido “mineira” a rapadura)… …por falar nisto, você estudou composição com ela ou com o outro Villa, além de ser um craque em cafeterias e correlatos?
    Não é por bisbilohtisse não.
    É, realmente, por interesse em saber.
    Gente! O Brasil tem 190 minlhões de habitantes e necessita importar músicos do Chile, da Argentina, do Uruguai, países esses que, isoladamente, nem têm a população da cidade de São Paulo.
    Atualmente, tenho me interessado muito pela cultura asiática.
    Vi os dois chineses (16 e 17 anos) que tiraram o primeiro e o segundo lugar no Concurso Villa-Lobos, como estou vendo, desde o Zubin Meta, os asiáticos se assenhoreando da cultura ocidental.
    Eles que têm uma cultura milenar e tão diferente da nossa.
    Eles, têm, também, o seu folclore e sua música popular, como têm sua própria música erudita.
    Sabem o que está ocorrendo?
    Eles sabem que quem domina a cultura dominam o mundo. …e nós, vamos ficando por aqui, ouvindo os contos da corochinha de nossas autoridades e continuando lá no fim da fila dos que sabem menos… …e… …não duvidem… …vamos ficar lá por muito tempo, deixando o nosso povo sem assitência de qualquer espécie, perdidos por ai esperando que acobteçam milagres…
    Coreanos, Vietinamitas, Chineses, Japoneses, Indus etc. etc. etc. estão dominando nos concusrsos internacionais… …eu nunca tinhna visto ou ouvido alguém tocar o Scarbo, de Ravel como a Martha Argerich. Pois bem… …a chinezinho, de 16 anos, Primeiro Colocado no concurso Villa-Lobos (do Neschllin) tocou!!! Tocou sim!!!
    … …é isto o que está acontecendo e é isto que estamos vivendo, como se fosse uma “novela de televisão” na qual sempre vai tudo mal mas, no final, tudo se arranja…
    Acho que o Brasil parou!
    Olha em volta e acha que é tudo lorota de Televisão e nós somoa, apenas, espectadores passivos, que s´pode ver e comentar…
    Agora… …estou me perguntando… …porque perdi esse tempo todo dizendo tudo isto e fazendo você perderem o precioso tempo quem têm?
    É! É bobagem mesmo!
    Mas… …já escrevi… …então… la vai…
    Um grande abraço a todos.
    Felicidade, paz e luz enquanto é possível esperar que isto possa ocorrer….
    Então? Um abrção a todos.
    Edson

  10. Bem, Edson, não há palavras que se percam se jogadas às nuvens quando há ouvidos que anseiam por chuvas de idéias.

    Li e comungo de tudo que você falou nesse post. Enquanto isso, a gente reza pra ver se melhora, enquanto fazemos nossa parte neste plano de existência.

    Depois do réquiem de Eli-Eri Moura, vou atacar em breve de Padre Penalva, pra ver se o “Ora pro nobis” fortalece nossas fileiras de boas orquestras.

    Não queria tocar no nome da Professora Ana Lúcia porque queria saber quem eram os outros envolvidos na estruturação da OSPB, mas ela foi a cabeça e é uma música fenomenal.

    O que ela fez na Paraíba, está fazendo há dez anos no Recife, a cidade dela (e sua), com o Virtuosi (www.virtuosi.com.br). O único evento de porte e decente de música clássica durante o ano em Pernambuco, que já rendeu dois desdobramentos, um no Festival de Inverno de Garanhuns e outro durante o mês de junho, o Virtuosi Brasil.

    Tem a Mimo (www.mimo.art.br), mas me parece que a MPB instrumental e o jazz estão dominando essa mostra.

    No mais, nesses dias apareço no Recife.

    Grande Abraço.

  11. Chuvas se idéias!
    VBejam!
    Cada Estado do Nordeste, tomado separadamente, é relativamente pobre de idéias e de ações em matéria de formação e pérformance musical.
    No entanto, por exemplo, em todos os Estados do Norte e do Nordeste há uma Orquestra Sinfônica e algumas de Câmera.
    Nos dias de hoje os jovens do Norte e do Nordeste não têm a oportunidade de se apresentarem ao público para mostrarem aquilo de que são capazes, salvo se forem filhos ou afilhados de algum regente ou cacique político.
    Se, aon invés de ficar ao critério do Regente C ou Y,o critério de escolher “A” ou “B” para realizarem um tournée por todo o o Norte e Nordeste do Brasil, promovêssemos Concursos Anuais, INICIALMENTE, entre os jovens de até 23 ANOS ibjetivando que que os dois prumeiros colocados ganhassem essa tournée remunerada, e claro, aumentaríamso, em muito, as entidades desejosas de patrocinara tais eventos, o número de jovens que iriam parar de pensar em “concorrência provinciana” não profissional de ir ali tocar em Garanhuns, e o p´rofissionalismo real começaria a instalar-se, com tal força, que os Estados do Centro e os do Sul, provavelmente, iriam querer ter seus jovens ganhand tournées brasileiras que, repois poderiam virar Sul-Americanas et. etc. etc.tendo, o repetório, um Concerto com Orquestra de um Compositor Brasileiro e outro de um grande nome internacional que atraísee grande massa de público,
    OP invetuimento inicial seria oequeno em termos financeiros, pois, as orquestras existem. Interessar cada Estado Nordestino a participar disto não é difícil. Encontrar patrocinadores para um evento que terá abrangência nacional não será difícil. O difícil mesmo será convencer aos “coronéis” que o coronelismo acabou e que haverá um grupo de coordenação e outro de execussão dos trabalhos.

  12. Olá Villa!
    Olá todo vocês, meus amigos.
    Bem!
    Havia aqui escrito, ainda há pouco, um Projeto que mostrava como seria viável e fatível desenvolver a música por aqui. Quando o enviei, ele sumiu.
    Como era longo, detalhado e sobretudo porque, quando escrevo, raciocínio muito pouco, não da para escrevê-lo de novo.
    Aliás, da sim!
    Mas teria que inserir minha percepção “cognitiva” em minha caixa de Pandora e não iria dar certo.
    Espero que o que está ai em cima sugira algo do muito que ecrevi de detalhei..
    Um grande abraço à paciência de todos vocês.
    Edson

  13. Absolutamente impressionante – não só a qualidade da composição & a inventividade significativa da concepção, mas também que se tenha conseguido um coro e uma orquestra de tamanha qualidade na Paraíba. Os solistas realmente deixam um pouco a desejar… inclusive o narrador, para o que talvez se devesse ter chamado um bom ator. Mas sou IMENSAMENTE grato de me haverem colocado na pista de uma obra (e ao que parece também uma PESSOA) como a do Eli-Eri Moura).

    Tem biografia dele e mais uma série de peças isoladas pra baixar em http://www.compomus.mus.br/membros.php?sobre=elieri&titulo=Eli-Eri+Moura , acho que vale a pena fuçar!!

  14. PS: Vejo que o Eli-Eri foi aluno do José Alberto Kaplan. Assisti uma aula do Kaplan uma vez, em Curitiba, sobre ensino do piano: um filósofo da educação, além do mais! A Paraíba foi realmente privilegiada, é de torcer que isso tudo não venha a se perder!… Ai, quando é que vai se achar a fórmula de conciliar democracia com continuidade nas coisas que requerem continuidade??

  15. Trabalho maravilhoso e profundo!!! Musicalmente e Teologicamente!!! É um verdadeiro debate teológico sobre a Soberania de Deus X Responsabilidade/Culpabilidade/Liberdade do Homem! É incrível como este debate é tão bem vivenciado na letra e na música. (Estou louco para escrever alguma coisa sobre os aspectos teológicos desta obra!) Como é que uma obra desta não foi divulgada?

    Onde encontro o texto completo? Os trechos em latim e em português? Já pesquisei, mas não encontrei quase nada.

    Este blog é um oásis em meio à sequidão cultural de nosso país.

    1. Caro Geraldo,

      Por falta de tempo, fiz o reload sem o encarte escaneado.

      ***

      Caso algum visitante que tenha baixado o primeiro arquivo passe por aqui, peço ao eventual abençoado por gentileza que – se puder – faça o upload só dos encartes e me informe para eu colocar em um link permanente.

  16. Teria como tentar fazer novamente o upload? O megaupload, como sabemos, saiu do ar e seria uma pena perder definitivamente o acesso a essa obra.

    Obrigado!

  17. Leo, vou perguntar ao CVL: caso ele esteja sem possibilidade ou intenção de revalidar, eu me encarregarei disso. É realmente uma obra excepcional e com certeza pouquíssimo acessível. Acho que merece ser mantida no ar para sempre…

  18. C.I. nº 2657493857674/2012

    Ilustríssimo senhor Cícero Villa-Lobos

    Tendo feito anteriormente consulta a Vossa Senhoria sobre o interesse ou não em, atendendo ao clamor da multidão, revalidar o link desta preciosa obra, e em não havendo recebido resposta de Vossa Senhoria…

    … comunico que nosso departamento já tomou a liberdade de revalidá-lo mesmo na ausência de sua resposta…

    … esperando que Vossa Senhoria não julgue ser um caso que justifique o envio de tropas para cercar nosso humilde departamento.

    Outrossim, reafirmamos que o post continua seu, e deixamos ao seu inteiro critério atualizar a data de postagem ou não.

    Com os nossos melhores protestos de estima e consideração,

    Ranulfus Mônacus
    Monge da mui honrada e destrambelhada Ordem de São Mário de Andrade, o mártir

  19. Eu não conhecia esse maravilhoso compositor e , sem sombra de duvidas acho que é a obra mais intrigante que ouvi nos ultimos tempos. O anti-requiem.
    Uma maravilha da música !

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