O Grande Pai surge para embelezar e divinizar a nossa manhã de feriado – aqui, na Capital Federal, a chuva cai preguiçosa. Andei dando uma olhada e verifiquei que o PQP já postou estas mesmas Partitas do seu pai com Schiff, Nikolayeva e Angela Hewitt. PQP adora fazer laudatórios sobre o pai dele. Mas eu também faria caso tivesse um pai daquele. A seguir, uma sucinta explicação histórica a cerca dessas partitas tão especiais: “Em 1723, Bach já tinha estabelecido sua reputação de virtuoso tecladista quando ele foi apontado kantor da Igreja de São Tomás e diretor de música em Lípsia. Ele também era, igualmente, um compositor bem sucedido e muito hábil ao improvisar no órgão. Ele também já tinha provado que podia compor para vários estilos, de altamente complexas fugas à peças galantes como as suítes. Neste novo emprego, Bach pode ter querido impressionar os seus patrões, na ocasião, e mostrar que ele era mais do que capaz de manter a posição para qual fora chamado a assumir, pois para a comissão dos jurados na sua admissão ele apresentou uma série de trabalhos recentes que ele mesmo tinha preparado, noutrora, para alunos. Entre estes trabalhos, incluíam-se: “Invenções e Sinfonias” (1723), e “O Cravo Bem Temperado” (1722). O ocupante da cadeira que Bach iria assumir, até o último ano, era um compositor da mais alta reputação musical, Johann Kuhnau (1660-1722), este que tinha estabelecido as fundações da escola musical do cravo, na Alemanha. Bach já tinha também trabalhado com Kuhnau, em Halle, em 1716, examinando um órgão. Alem disto, o sobrinho de Kuhnau, Johann Andreas Kuhnau, era o copista das partes musicais das cantatas de Bach. Logo, era meio indicativo que Bach tinha que dar uma boa impressão aos seus novos empregadores e este legado da amizade entre os dois serviu para incentivar Bach a escrever as Seis Partitas. Era o outono de 1726, quando Bach finalmente publicou a primeira partita. Esta se seguiu com as: nº 2 e 3, em 1727, nº 4 em 1728, nº 5 e 6, em 1730. Em 1731 Bach juntou as seis e publicou mais uma vez como uma coletânea, pelo título de “Opus I”. Ele poderia capitalizar mais ainda em trabalhos já preparados e publicados anteriormente e com o dinheiro dos ganhos durante as primeiras publicações investir em futuras produções.
Johann Sebastian Bach (1685-1750) – 6 Partitas (Piano) – Vladimir Ashkenazy
DISCO 01
Partita No. 1 in B flat major. BWV 825
01. I. Praeludium
02. II. Allemande
03. III. Corrente
04. IV. Sarabande
05. V. Menuet I
06. V. Menuet II
07. VI. Giga
Partita No. 2 in C minor, BWV 826
08. I. sinfonia Garev adagio – Andante – Allegro
09. II. allemande
10. III. Courante
11. IV. Sarabende
12. V. Rondeaux
13. VI. Capriccio
Partita No. 3 in A minor. BWV 827
14. I. Fantasia
15. II. Allemande
16. III. Corrente
17. IV. Sarabande
18. V. Burlesca
19. VI. Scherzo
20. VII. Gigue
DISCO 02
Partita No. 4 in D major, BWV 828
01. I. Ouverture
02. II. Allemande
03. III. Courante
04. IV. Aria
05. V. Sarabande
06. VI. Menuet
07. VII. Gigue
Partita No. 5 in G major, BWB 829
08. I. Preambulum
09. II. Allemande
10. III. Corrente
11. IV. Sarabande
12. V. Tempo di Minuetto
13. VI. Passepied
14. VII. Gigue
Partita No. 6 in E minor, BWV 830
15. I. Toccata
16. II. Alemande
17. III. Corrente
18. IV. Air
19. V. Sarabanda
20. VI. Tempo di Gavotta
21. VII. Gigue
Vladimir Ashkenazy, piano
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Carlinus
Bah, nada mal pra essa manhazinha de feriado em Porto Alegre, muito obrigado! Um brinde ao João Sebastião Ribeiro!
Abraços!
Eu detesto transcrições para piano das obras barrocas, mas tenho que comentar a minha admiração pelo Daphnis et Chloé do maestro Ashkenazy, que assiti no youtube recentemente.
Olha só! Sensacional!
Um complemento ao texto: o nome “partita”, já um pouco antiquado para a época, era outra homenagem/referência ao camarada Kuhnau. Esse é um dos motivos pelos quais as outras 12 obras para teclado são chamadas suítes inglesas e francesas.
sou extremamente conservador e nem me dou ao trabalho de baixar obras escritas para o cravo e transcritas para o piano… tenho preconceito…
falando nisso, onde posso encontrar as mesmas partitas executadas EXCLUSIVAMENTE ao cravo?
Lípsia = Leipzig
Alguém aí imagina o que é Estugarda?
Poderia ser Sttutgart,PQP .
Kyrios, creio que vais encontrar a gravação do Leonhardt tocando estas partitas ao cravo, aqui mesmo no PQP, postada pelo próprio. Acho que o link ainda está ativo.
Exato, Stuttgart.
Off Topic, mas tratando de piano e boa música. Alguém aí já escutou o récem lançado “Rio” do Keith Jarrett, fruto da gravação de um dos dois concertos dele no Brasil esse ano? Minha opiniõa, em uma palavra: extraordinário. Aos interessados, o link
http://www.mediafire.com/?mjzz1tqolc4vuu2