Richard Wagner (1813-1883) – Tristão e Isolda (Tristan und Isolde), ópera em três atos, WWV 90

Tristan und Isolde (“Tristão e Isolda”, em alemão) é uma ópera em três atos com música e libreto do compositor alemão Richard Wagner, baseada em uma lenda medieval narrada por Gottfried Von Strassburg. A estreia da obra foi em 10 de Junho de 1865, em Munique, no Teatro da Baviera, sob regência do maestro Hans von Bülow. A partitura de Tristan und Isolde é um marco importantíssimo da música erudita moderna por apontar para a dissolução da tonalidade, cuja consequência será o atonalismo do século XX.

Tristão e Isolda é uma história lendária sobre o trágico amor entre o cavaleiro Tristão, originário da Cornualha, e a princesa irlandesa Isolda (ou Iseu). De origem medieval, a lenda foi contada e recontada em muitas diferentes versões ao longo dos séculos. O mito de Tristão e Isolda tem provável origem em lendas que circulavam entre os povos celtas do norte da Europa, ganhando uma forma mais ou menos definitiva a partir de obras literárias escritas por autores normandos no século XII. No século seguinte a história foi incorporada ao Ciclo Arturiano, com Tristão transformando-se em um cavaleiro da távola redonda da corte do Rei Artur. A história de Tristão e Isolda provavelmente influenciou outra grande história de amor trágico medieval, a que envolve Lancelote e a Rainha Genebra. A partir do século XIX até os dias de hoje o mito voltou a ganhar importância na arte ocidental, influenciando desde a literatura até a ópera, o teatro e o cinema. O mito de Tristão e Isolda foi retratado de diferentes maneiras na Idade Média. Em linhas gerais a história pode ser descrita assim:

Tristão, excelente cavaleiro a serviço de seu tio, o rei Marcos da Cornualha, viaja à Irlanda para trazer a bela princesa Isolda para casar-se com seu tio. Durante a viagem de volta à Grã-Bretanha, os dois acidentalmente bebem uma poção de amor mágica, originalmente destinada a Isolda e Marcos. Devido a isso, Tristão e Isolda apaixonam-se perdidamente, e de maneira irreversível, um pelo outro. De volta à corte, Isolda casa-se com Marcos, mas Isolda e Tristão mantêm um romance que viola as leis temporais e religiosas e escandaliza a todos. Tristão termina banido do reino, casando-se com Isolda das Mãos Brancas, princesa da Bretanha, mas seu amor pela outra Isolda não termina. Depois de muitas aventuras, Tristão é mortalmente ferido por uma lança e manda que busquem Isolda para curá-lo de suas feridas. Enquanto ela vem a caminho, a esposa de Tristão, Isolda das Mãos Brancas, engana-o, fazendo-o acreditar que Isolda não viria para vê-lo. Tristão morre, e Isolda, ao encontrá-lo morto, morre também de tristeza.

Informações DAQUI e DAQUI

Richard Wagner (1813-1883) – Tristão e Isolda (Tristan und Isolde), ópera em três atos, WWV 90

DISCO 01

01. Vorspiel
02. Westwärts schweift der Blick
03. Brangäne, du? Sag – wo sind wir?
04. O weh! Ach! Ach, des Übels, das ich geahnt!
05. Frisch weht der Wind der Heimat zu
06. Mir erkoren, mir verloren
07. Hab acht, Tristan! Botschaft von Isolde
08. Darf ich die Antwort sagen?
09. Weh, ach wehe! Dies zu dulden!
10. Wie lachend sie mir Lieder singen
11. Von seinem Lager blickt’ er her
12. O Wunder! Wo hatt’ ich die Augen?
13. Da Friede, Sühn’ und Freundschaft
14. O Süße, Traute! Teure! Holde! Goldne Herrin!
15. Ungeminnt den hehrsten Mann
16. Kennst du der Mutter Künste nicht?
17. Auf! Auf! Ihr Frauen!
18. Herrn Tristan bringe meinen Gruß
19. Nun leb wohl, Brangäne!
20. Langsam Listen
21. Begehrt, Herrin, was ihr wünscht
22. Da, du so sittsam, mein Herr Tristan
23. Nun will ich des Eides walten

DISCO 02

01. War Morold dir so wert
02. Ho! He! Ha! He! Am Obermast die Segel ein!
03. Du hörst den Ruf?
04. Auf das Tau! Anker los!
05. Tristan!… Isolde!
06. Was träumte mir von Tristans Ehre?
07. Schnell, den Königsschmuck!
08. Vorspiel
09. Hörst du sie noch?
10. Der deiner harrt – o hör mein Warnen!
11. O laß die warnende Zünde
12. Und mußte der Minne tückischer Trank
13. Isolde! Geliebte!… Tristan! Geliebter!
14. Das Licht! Das Licht!
15. Der Tag! Der Tag
16. In deiner Hand den süßen Tod
17. O nun waren wir Nacht-Gweihter!
18. O sink hernieder, Nacht der Liebe
19. Einsam wachend in der Nacht
20. Lausch, Geliebter!
21. Unsre Liebe? Tristans Liebe?

DISCO 03

01. Doch unsre Liebe
02. So stürben wir, um ungetrennt
03. Habet acht! Habet acht!
04. O ew’ge Nacht, süße Nacht!
05. Rette dich, Tristan!
06. Tatest du’s wirklich?
07. Wozu die Dienste ohne Zahl
08. Dies wunderhehre Weib
09. Nun, da durch solchen Besitz mein Herz
10. O König, das kann ich dir nicht sagen
11. Wohin nun Tristan scheidet, willst du, Isold’, ihm folgen?
12. Als für ein fremdes Land
13. Verräter! Ha! Zur Rache, König!
14. Hirtenreigen auf einer Schalmei
15. Kurwenal! He! Sag, Kurwenal!
16. Öd’ und leer das Meer!… / Hirtenreigen auf einer Schalmei / Die alte Weise
17. Wo du bist? In Frieden, sicher und frei!
18. Dünkt dich das? Ich weiß es anders
19. Scene 1. Isolde noch im Reich der Sonne!

DISCO 04

01. Noch losch das Licht nicht aus
02. Mein Kurwenal, du trauter Freund!
03. Hirtenreigen auf einer Schalmei / Noch ist kein Schiff zu sehn!
04. Nein! Ach nein! So heißt sie nicht!
05. Der Trank! Der Trank! Der furchtbare Trank!
06. Mein Herren! Tristan! Schrecklicher Zauber!
07. Das Schiff? Siehst du’s noch nicht?
08. Wie sie selig, hehr und milde
09. Hirtenreigen auf einer Schalmei / O Wonne! Freude! Ha! Das Schiff!
10. O diese Sonne! Ha, dieser Tag!
11. Ich bin’s, ich bin’s, süßester Freund!
12. Die Wunde? Wo? Laß sie mich heilen!
13. Kurwenal! Hör! Ein zweites Schiff
14. Sie wacht! Sie lebt! Isolde!
15. Mild und leise wir er lächelt
16. Heller schallend, mich umwallend

* As informações sobre os músicos intérpretes estão contidas no último disco.

Philharmonia Orchestra
Chorus of the Royal Opera House, Convent Garden
Wilhelm Furtwangler, regente

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Carlinus

18 comments / Add your comment below

  1. Nossa PQP vc não é mole não em cara! O melhor Tristão que existe vc conegiu colocá-lo aqui à nossa disposição. Grandes cantores e o maior wagneriano de todos os tempos. Vou baixá-lo já. Muito obrigado pela postagem. Só falta agora o LOHENGRIN DO KEMPE pra detonar o resto.

  2. Não quero pretender ser muito assertivo, mas parece-me que o resumo que este post dá da história de Tristão e Isolda não é o mesmo que Wagner usou para a sua ópera.
    De qualquer modo, muito obrigado por esta obra.

  3. Sim, Siegfried, o texto que o Carlinus colocou aí acima expõe apenas uma das inúmeras formas que a lenda céltica do século 13 assumiu, como ele mesmo disse.

    Segundo o musicólogo inglês Alfred Newman, Wagner transformou um romance de capa-espada típico da Idade Média em uma “obra de estados de espírito”.

    Eis algumas outras modificações no drama musical wagneriano: Não existe a Isolda de Alvas Mãos da Bretanha, apenas a Isolda da Irlanda. A poção da Morte que Tristão e Isolda pretendiam tomar foi trocada por Brangaene, que a substituiu pela poção do Amor. Não fica claro se Isolda se casa com o Rei Marcos, as indicações são de que não. Tristão é ferido mortalmente pela espada de Melot, cortesão do Rei, na presença do próprio Rei e de Isolda.

  4. Já baixei o primeiro cd e fiquei impressionado com a qualidade tecnica impressionante dos cantores, ausente nas gravações até dos maestros mais exigentes como Karajan. A ópera ficou gostosa de ouvir e não monótona e massante como em outras gravações.

  5. Uma história que ouvi dizer não sei se é verdade, vamos ver se alguem sabe responder:Devido à voz de Kirsten Flagstad ser muito grave e ela não conseguir atingir alguns agudos; Elizabeth Swrazkopff foi chamada para cantar as partes agudas. É uma história sem sentido não é? Ou será verdade?

  6. Olá amigos do PQP! Vejam o que li a respeito dessa gravação no orkut:
    “20- Wagner, Tristan und Isolde – Kirsten Flagstad, Ludwig Suthaus, Blanche Thebom -Orquestra Philarmonia – Wilhelm Furtwängler – EMI London Kingsway Hall 10-23 de Junho de 1952.

    Esta gravação essencial quase não foi feita. Furtwängler disse à EMI que nunca mais trabalharia com o insidioso produtor Walter Legge, a quem acusava de ter sabotado sua carreira para promover Karajan. Flagstad, a grande intérprete de Isolda, disse à gravadora que não gravaria sem Furtwängler, em quem confiava implicitamente, ou sem Legge, que discretamente se propôs a substituir os dois dós agudos do segundo ato, que ela não conseguia alcançar, pela voz da esposa dele, Elizabeth Schwartzkopf. O impasse era insuperável, e o tempo passava rápido. Flagstad estava com 57 anos e já havia anunciado sua retirada dos palcos.
    Chegou-se então a um acordo. Legge pediu desculpas por escrito à Furtwängler por quaisquer danos causados pelos motivos “alegados”. O regente, por sua vez, reconheceu a excelência da orquestra londrina de Legge e voltou atrás quanto à sua exigência de gravar em Berlim ou em Bayreuth. O elenco foi rapidamente formado. Tristão e Brangäne foram segundas opções – Lauritz Melchior foi considerado velho demais para o papel de Tristão e Martha Mödl estava prestes a cantar Isolda para o impronunciável karajan. Furtwängler enxertou Suthaus, a quem havia dirigido como Tristão em 1947; Flagstad recomendou Thebom, uma americana de origem sueca, sua protegida. Josef Greindl e Dietrich Fischer-Diskeau cantaram ótimos Rei Mark e Kurnewal. Os holofotes, no entanto, ficaram para o regente e o soprano.
    Flagstad canta uma Isolda capaz de derreter um iceberg, mais carinhoso do que erótico; seu amor por Tristão se aprofunda com a maturidade. Seu som enche o espaço como uma inundação, não deixando espaço algum para a descrença. Furtwängler, intelectualmente desconfortável com a indústria da gravação, jamais regera uma ópera em estúdio. Ele reprovou a sala do subsolo e o ruído dos trens passando ao lado, o que não o impediu de conduzir com tranquila segurança e assumir inspirados riscos; sua saúde estava abalada, e ele vivia ansioso por deixar um legado de sua interpretação.
    Quando tudo terminou, ele colocou um braço em volta dos ombros de Legge e disse: “Meu nome será sempre lembrado por isso, mas é o seu que deveria ser.” Legge revelou, em caráter privado, que este foi o único elogio que ele recebeu do maestro em quarenta gravações que fizeram juntos. Sobravam duas horas no final da última sessão, e Legge sugeriu que Furtwängler podia usá-las para gravar as “Canções de um viajante”, de Mahler, com Fischer-Diskeau. O regente voltou-se bruscamente e disse: “Eu prometi Tristão, e é apenas isso que você vai ter.” Eles nunca mais voltaram a trabalhar juntos.”

  7. Eu conheci a esta pela peça por uma coletanea chamada ”A History of Western Music ” com varios cds com dos periodos da musica , ( apenas trechos , mas é legal pra conhecer).

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