Ferruccio Busoni (1866-1924) – String Quartet in C, Op.19 e String Quartet in D, Op.26

Não tenho conseguido parar de ouvir estes quartetos do compositor italiano Ferruccio Busoni. Ele apareceu pouco por aqui. Busoni era filho de músicos e possuía habilidades incomuns. Deu o seu primeiro concerto público aos sete anos de idade, o que o coloca na categoria de um Mozart ou de um Mendelssohn. Sua música é complexa. A wikipédia diz que a música de Busoni “é feita de diversas linhas melódicas entremeadas. Ainda que sua música não seja jamais de fa(c)to atonal no sentido schönbergiano do termo, suas obras tardias distinguem-se freqüentemente por uma tonalidade indeterminada, como as últimas de Franz Liszt. Nas notas de programa para sua Sonatina seconda de 1912, Busoni descreve sua peça como sendo senza tonalità (italiano para: sem tonalidade). Johann Sebastian Bach e Franz Liszt são regularmente citados como tendo tido uma influência decisiva sobre o compositor italiano, pois sua música contém elementos de neoclassicismo, e inclui melodias que se assemelham à aquelas de Wolfgang Amadeus Mozart. Busoni escreveu numerosas peças para piano”. Ouça e tire as suas conclusões. Uma boa experimentação.

Ferruccio Busoni (1866-1924) – String Quartet in C, Op.19 e String Quartet in D, Op.26

String Quartet in C, Op.19
01. I. Allegro moderato, patetico
02. II. Andante
03. III. Menuetto
04. IV. Finale. Andante con moto, alla marcia

String Quartet in D, Op.26
05. I. Allegro energico
06. II. Andante con moto
07. III. Vivace assai
08. IV. Andantino – Allegro con brio

Pellegrini-Quartett
Antonio Pellegrini, violino
Thomas Hofer, violino
Charlotte Geselbracht, viola
Helmut Menzler, cello

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Carlinus

.: interlúdio :. Pat Metheny – Zero Tolerance for Silence (1992)

Se você não suporta o free jazz, a Segunda Escola de Viena e as liberalidades de uma forma geral, fuja deste disco. Não se engane, o brilhantíssimo guitarrista Pat Metheny tem outra criatura dentro dele, mas não como você, leitor que sexualiza tudo, pensou. Há Dr. Jeckyll: o Metheny doce, melódico, brando, que poderia criar um trabalho com o titulo de Zero Tolerance for Noise; e Mr. Hyde: o parceiro de Ornette Coleman de Song X e autor deste agressivíssimo Zero Tolerance for Silence.

“A gravação mais radical da década…”. “Um novo marco na música para guitarra elétrica…”. “O instrumento queima, voa, são fragmentos retorcidos da imaginação de um incendiário mestre do imprevisível, um desafio para aqueles que se aventuram…”. Estes foram alguns trechos escritos para Zero Tolerance for Silence pelo guitarrista do Sonic Youth, Thurston Moore, em sua crítica. E é difícil expressar melhor a sensação — porque trata-se disso, de sensação — de ouvi-lo.

Em dezembro de 1992, Pat entrou no New York Power Station armado apenas com uma guitarra elétrica, pôs nela toda a distorção possível e gravou as cinco partes que compõem este disco absolutamente selvagem. Nele, o caos impera de forma especialmente arbitrária: são acordes quebrados, métricas inviáveis, conversas entre duas guitarras que lembram Frank Zappa — mas sem suas confusas influências eruditas, porque aquilo são apenas influências — , escalas inexistentes e todo o arsenal que você pode imaginar para um processo rigoroso de desconstrução que deixaria o free jazz tonto. Muitos, virando-lhe as costas, chamariam o CD de vanguardista ou o acusaria de ter apenas ruído como conteúdo, mas, desculpem, o fato é que há uma lógica estrutural nesta estranha suíte. A “situação” da primeira parte (18 minutos) torna-se logo depois mais agradável e melódica — de uma forma canhestra pra caralho — na parte 2, trazendo de volta lembranças de uma outra composição, “Parallel Realities” (com Jack DeJohnette, 1990), não ortodoxa. Neste mundo cheio de referências é dífícil ser totalmente original e os acordes de Metheny passam a lembrar Jimi Hendrix. Depois, o tema cerne do CD está agonizando e as notas se parecem com o movimento das garras de um animal morrendo… A parte 4 recebe um toque decididamente roqueiro reforçado pela presença de um terceira guitarra largando seus acordes em meio ao desarticulado diálogo dos dois principais instrumentos.

Um CD absolutamente radical, indicado apenas àquelas pessoas que não nada de varizes e conservadorismo em seus ouvidos.

IM-PER-DÍ-VEL, mas, repito, só para radicais !!!

Pat Metheny – Zero Tolerance for Silence (1992)

1. Part 1
2. Part 2
3. Part 3
4. Part 4
5. Part 5

Pat Metheny, guitarras

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PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sinfonia No. 3 em Mi bemol maior, Op. 55 – "Heróica"

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Depois de uma semana de silêncio pleno, estou de volta com um baita CD, daqueles que fazem a gente perder a voz e ouvir com absurda devoção. Afinal, trata-se de Beethoven, do inominável Beethoven. Entre as sinfonias do alemão, a de número 3 é uma das minhas preferidas. Ela constitui uma plêiade de sentimentos morais. É um micro-mundo, uma representação da existencialidade complexa de Beethoven. O compositor era um campo de batalha. Este CD é um portento. Uma maravilha. É uma gravação realizada no ano de 1958 por Ferenc Fricsay à frente da Filarmônica de Berlim. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sinfonia No. 3 em Mi bemol maior, Op. 55 – “Heróica”
01. Allegro con brio
02. Marcia funebre: Adagio assai
03. Scherzo: Allegro vivace
04. Finale: Allegro molto

Berliner Philharmoniker
Ferenc Fricsay, regente

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Carlinus

Johannes Brahms (1833-1897) – String Quartet in C menor, Op. 51 no. 1 e String Quartet in A menor, Op. 51 no. 2 (CD 1 de 5)

Já venho há dois meses com o intento de postar os quartetos de cordas de Brahms, uma joia, uma pérola, algo para qual nos falta palavras. Mas foi somente hoje que disse para mim mesmo: “Hoje a criança nasce!”. E como estou entusiasmado com estas postagens! Nutro uma profunda admiração pela música brahmsiana. Com o compositor não havia tempo para devaneios ou produções que fugiam àqueles elementos tão típicos da música genuinamente clássica. Deve ser por isso que ele não compôs balê ou ópera. Seus pés estavam fincados no terreno da música pura. Música-música (se é que existe esta expressão). Toda as vezes que vou postar Brahms corre dentro de mim certa expectação reverente. A alemão não era brincadeira. Sua música é um atestado de sua competência e seriedade. Em sua época o que vigorava eram as megalomanias de Wagner e dos compositores programáticos. Brahms conseguiu se impor compondo música absoluta – a mesma que compusera Beethoven, Mozart e Haydn. Tudo isso amalgamado ao espírito profundo do Romantismo. Resta-nos apenas ficar com o primeiro CD com os dois primeiros quartetos – O opus 51 no. 1 e 2. Estes quartetos são verdadeiras obras primas. Possuem uma capacidade de síntese, concentração e honestidade musical invejáveis, dificilmente encontráveis em outros compositores. Prestem atenção: falo “dificilmente”. Páro por aqui: é preciso ouvir para sentir estas duas maravilhas. Aprecie sem moderação, incontidamente!

Johannes Brahms (1833-1897) – String Quartet in C menor, Op. 51 no. 1 e String Quartet in A menor, Op. 51 no. 2

String Quartet in C menor, Op. 51 no. 1 [30:10]
01. Allegro
02. Romanze. Poco Adagio
03. Allegretto molto moderato e comodo – Un poco piu animato
04. Allegro

String Quartet in A menor, Op. 51 no. 2 [31:04]
05. Allegro non troppo
06. Andate moderato
07. Quasi Minuetto, moderato – Allegretto vivace
08. Finale. Allegro non assai

Amadeus Quartet

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Carlinus

Antonio Vivaldi (1678-1741): Le Passioni dell'Uomo / Concertos para Violino

Esplêndido CD duplo da Deutsche Harmonia Mundi! Todos nós conhecemos e caracterizamos Totonho por seus concertos. Dos 241 concertos para violino que compôs, muitos deles têm títulos programáticos. O violinista barroco italiano Enrico Casazza, selecionou seis concertos cujos nomes referem-se às paixões humanas (L’Amoroso ou L’Inquietudine). O CD bônus inclui quatro concertos inicialmente compostos para outros instrumentos que não o violino. Estes trabalhos foram arranjados para violino e orquestra de cordas por Pablo Queipo de Llano. A orquestra de nome modestíssimo — La Magnifica Comunità — é, tá bom, bem boa mesmo.

Vivaldi (1678-1741): Le Passioni dell’Uomo / Concertos para Violino

Disco 1

01/03. Concerto for Violin in E minor, RV 277 “Il Favorito”
04/06. Concerto for Violin in D major, RV 234 “L’Inquietudine”
07/09. Concerto for Violin in E major, RV 271 “L’Amoroso”
10/12. Concerto for Violin in C minor, RV 199 “Il Sospetto”
13/15. Concerto for Violin in B minor, RV 387 “Per Signora Anna Maria”
16/18. Concerto for Violin in C minor, RV 761 “Amato bene”

Disco 2

01/03. Concerto for Violin in B minor, RV 378R
04/06. Concerto for Violin in G minor, RV 320
07/09. Concerto for Violin in B flat major, RV 432R (originally for Flute)
10/12. Concerto for Violin in G minor, RV 322 (reconstructed)

Enrico Casazza, Violino e regência
La Magnifica Comunità

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PQP

Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736) – Dixit Dominus – Confitebor tibi, Dominem – Chi non ode e chi non vede – Salve Regina in A minor – Abbado – Orchestra Mozart

Dando continuidade ao meu projeto de postar obras de Pergolesi, começo a postar a série de três CDs que Claudio Abbado gravou ente 2009 e 2010, com a excelente “Orchestra Mozart”, e neste cd, com o excelente “Coro della Radiotelevisione Svizzera”.
Adoro obras corais sacras. Claro que devido à clara influência de Bach e Handel, mas existem diversos outros compositores barrocos, contemporâneos de Bach, que também produziram magníficas obras, mas devido ao gigantismo de Johann e de Handel, ficaram um tanto quanto obscurecidos e esquecidos.  A índústria fonográfica vem tentando nos últimos tempos suprir estas carências e muitos músicos vêm se especializando nestes repertórios.
Desde a primeira vez que ouvi a voz celestial de Emma Kirkby cantando o “Stabat Mater” me apaixonei pela obra de Pergolesi. E nestes últimos anos venho procurando outras obras, mas trata-se de tarefa um tanto quanto difícil. Mas creio que com este projeto de Claudio Abbado, dedicando-se durante algum tempo ás obras principalmente sacras, um maior número de orquestras, ou músicos, venham a gravá-las. Inclusive, está sendo um sucesso a postagem da Anna Netrebko cantando o “Stabat Mater”, já são mais de 350 downloads em uma semana. Daí vemos o interesse de nossos leitores-ouvintes de terem acesso à estes cds, que de outra forma que não fosse esta, seria quase impossível adquirir. A não ser, é claro, que tenham cartão de crédito internacional, além de um bom saldo na conta corrente, e paciência para esperarem por até três meses para receber o produto.
Este CD que estou postando traz o magnífico “Dixit Dominus”,
Bem, problemas à parte, espero que apreciem a beleza destas obras. Em anexo, segue booklet com informações sobre as obras e as letras das mesmas.
1 – CONFITEBOR TIBI, DOMINE. I. Confitebor tibi, Domine
2 – II. Confessio et magnificentia opus eius
3 – III. Fidelia omnia mandata eius
4 – IV. Redemptionem misit populo suo
5 – V. Sanctum et terribile nomen eius
6 – VI. Gloria Patri
7 – VII. Sicut erat in principio

Julia Kleiter – Soprano
Rosa Bove – Contralto
Coro della Radiotelevisione Svizzera
Orchestra Mozart
Claudio Abbado – Conductor

8 – CHI NON ODE E CHI NON VEDE. I Aria_ Chi non ode e chi non vede
9 – II Recitativo_ Di costei parlo
10 – III – Largo_ Tu dovresti, Amor tiranno
11 – Recitativo_ Ma dove io mi rivolgo_
12 – Largo stentato_ Miseri affetti miei
13 – Aria. Presto_ Cadro contento

Rachel Harnisch – Soprano
Orchestra Mozat
Claudio Abbado

14 – SALVE REGINA a-moll. I. Salve Regina
15 – II. Ad te clamamus
16 – III. Eia ergo
17 – IV. O clemens, o pia

Julia Kleiter – Soprano
Orchestra Mozart
Claudio Abbado – Conductor

18 – DIXIT DOMINUS. I. Dixit Dominus
19 – II. Virgam virtutis
20 – III. Dominare
21 – IV. Tecum principium
22 – V. Juravit Dominus
23 – VI. Dominus a dextris tuis
24 – VII. Gloria Patri

Rachel Harnisch – Soprano
Lucio Gallo – Bass – Barítono
Coro dela Radiotelevisione Svizzera
Claudio Abbado – Conductor

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FDPBach

Coleção Grandes Compositores 15/33: Piotr Tchaikovsky (1840-1893) (2)

Queriam mais Tchaikovsky?! Pois bem, este é mais um daqueles raros compositores que mereceram bis nesta coleção. O repertório é semelhante ao volume anterior. Um concerto; desta vez temos o Concerto para Violino em Ré. Duas peças orquestrais avulsas; a Fantasia Romeu e Julieta e a Marcha Eslava. Uma suíte de balé; agora com O Quebra Nozes. Faltou uma sinfonia, mas temos a belíssima Serenata para Cordas em Dó para finalizar o álbum. Enfim, um excelente repertório e uma grande oportunidade para os iniciantes terem, um pouco mais, contato com as mais populares obras de um dos maiores compositores de todos os tempos.

Nascido de uma família russa de classe média, Tchaikovsky parecia destinado à carreira jurídica. Aos 19 anos, tendo completado seus estudos de direito, ele arranjou um emprego como funcionário do Ministério da Justiça. Mas a atração pela música, que ele sentia desde criança, demonstrou-se irresistível. Entrou para o conservatório musical de São Petersburgo e abandonou o emprego para dedicar-se inteiramente à arte.
Desde o início, ele foi uma voz musical forte e independente. Mantinha relações amistosas com Balakirev e Rimsky-Korsakov, compositores nacionalistas russos. Mas, ainda que com frequência Tchaikovsky buscasse inspiração nas canções folclóricas de sua terra, continuava a usar as formas e técnicas dos mestres clássicos de maneira absolutamente pessoal. Os primeiros anos que dedicou à música foram difíceis, mas trouxeram-lhe crescente reconhecimento. Apesar de inseguro sobre as suas habilidades e atormentado por sua homossexualidade, produziu uma série de composições famosas – óperas, sinfonias, balés e outras partituras -, que são o legado de sua genialidade.

Na última década do século XIX, Tchaikovsky já era reconhecido como o maior compositor russo. Fora condecorado pelo czar, suas obras eram aplaudidas por toda a Europa e até por plateias da América. O caminho para a fama e o sucesso, no entanto, havia sido tortuoso e marcado pelas angustiantes crises emocionais que continuariam a assombrar o compositor até o final de sua vida.

Fonte: Encarte do álbum.

Uma ótima audição!

.oOo.

Coleção Grandes Compositores Vol. 15 – Piotr Tchaikovsky (2)

DISCO A

Violin Concert in D,Op. 35
01 Allegro moderato (17:51)
02 Canzonetta: Andante; Finale: Allegro vivacissimo (16:43)
Kyung Wha Chung, violin
Orchestre Symphonique de Montréal, Charles Dutoit

Romeo and Juliet, Fantasy Overture
03 (19:36)
Cleveland Orchestra, Riccardo Chailly

Marche Slave, Op. 31
04 (10:46)
Orchestre Symphonique de Montréal, Charles Dutoit

DISCO B

Nutcracker Suite, Op. 71a
01 Miniature overture; Characteristic dances (3:13)
02 March (2:23)
03 Dance of Sugar-Plum Fairy (1:44)
04 Russian Dance (1:08)
05 Arabian Dance (Coffee) (3:54)
06 Chinese Dance (Tea) (1:05)
07 Dance of the Reed-Pipes (2:26)
08 Waltz of the Flowers (6:40)

Serenade of Strings in C, Op. 48
09 Pezzo in forma di sonatina: Andante non troppo – Allegro moderato (8:52)
10 Waltz: Moderato (Tempo di valse) (3:37)
11 Elégie: Larghetto elegiaco (8:54)
12 Finale: (Tema Russo): Andante – Allegro con spirito (7:07)

Academy of St. Martin-in-the-Fields, Sir Neville Marriner

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Marcelo Stravinsky