Thomas Adès (1972): A Tempestade

Comprei o álbum dessa ópera de Thomas Adès (qualquer semelhança do nome do compositor com o do leite de soja é mera coincidência) pensando que ela iria me agradar tanto quanto Powder her face, mas joguei dinheiro fora: é um chatice do início ao fim – no ovo mesmo (pense numa cólica menstrual sonora…).

Vou ver se com essa propaganda negativa consigo o recorde de zero download aqui no blog.

Pelo menos esse disco me rendeu uma coisa boa: no CD 1 tem um software que dá acesso ao perfil do compositor no Open Disc e a um monte de novidades da gravadora, incluindo releases, vídeos e áudios inéditos (ou é no 1 ou no 2, não lembro).

***

Faço um update em 21/11/11 com o comentário que o compositor Harry Crowl deixou para este post. Muito significativo.

“Acho muito curioso chamarem o Thomas Adès de jovem promessa. Ele é o mais celebrado compositor britânico já há uns 15 anos. Jovem promessa noutros países tem até 21, 22 anos de idade…Ele é de 1972!

O que mais me chama a atenção é o fato de que tanto na Inglaterra, como em todos os países nos quais as orquestras são subsidiadas pelo governo, os compositores residentes são sempre domésticos. Se são estrangeiros, são residentes no país em questão. O novo compositor residente da OSESP é o finlandês Magnus Lindberg. Compositor com muito mais prestígio internacional que o Adès, que é famoso somente na Inglaterra, e que tem sido executado eventualmente em Berlin graças ao Simon Rattle, sob protestos dos alemães. É curioso também o fato de que esses compositores aportam por aqui como grandes “descobertas” da OSESP quando o interesse neles já está em franco declínio. Quanto à música dos dois, me reservo o direito de não opinar em público por razões éticas, embora me identifique mais com o Lindberg do que com o Adès. Concluindo, os ingleses fazem um marketing tremendo em cima dos compositores deles, mas, normalmente, eles não conseguem nem atravessar o Canal da Mancha. Ficam restritos aos países de língua inglesa e seu círculo de influência, como os países nórdicos. Com todas as bravatas dos anglófonos, em termos de música de concerto, eles sempre correram e correrão atrás dos alemães, russos e franceses e, no máximo, se equipararão a países que consideram menos importantes cultural e musicalmente…”

***

Thomas Adès: The Tempest

Royal Opera House Orchestra & Chorus (Orchestra), Kate Royal (Performer), Ian Bostridge (Performer), Simon Keenlyside (Performer), Toby Spence (Performer), Philip Langride (Performer)

Disc 1
1. The Tempest, Act 1: Scene I: Hell Is Empty
2. The Tempest, Act 1, Scene II: Oh Father
3. The Tempest, Act 1, Scene II: Miranda – You Are My Care
4. The Tempest, Act 1, Scene II: What You Have Told Me
5. The Tempest, Act 1: Scene III: Fear. Fear To The Sinner
6. The Tempest, Act 1: Scene IV: Sorcerer Die
7. The Tempest, Act 1, Scene V: Sir? Have You Recovered Them?
8. The Tempest, Act 1, Scene V: Five Fathoms Deep
9. The Tempest, Act 1: Scene VI: As i Sat Weeping
10. The Tempest, Act 2, Scene I: Alive, Awake
11. The Tempest, Act 2, Scene I: I Had The Notion I Flew
12. The Tempest, Act 2, Scene II: A Monster!
13. The Tempest, Act 2, Scene II: Friends Don’t Fear…
14. The Tempest, Act 2, Scene II: We’ll Find The Prince
15. The Tempest, Act 2: Scene III: They Won’t Find Him
16. The Tempest, Act 2: Scene IV: What Was Before

BAIXE AQUI

Disc 2
1. The Tempest, Act 3, Scene I: (Orchestral)
2. The Tempest, Act 3, Scene I: This Way
3. The Tempest, Act 3, Scene II: Spirit Must I Right
4. The Tempest, Act 3, Scene II: Fool. You’ve Tired Us Out
5. The Tempest, Act 3, Scene II: Murder!
6. The Tempest, Act 3, Scene II: Help Us!
7. The Tempest, Act 3, Scene III: Father
8. The Tempest, Act 3, Scene III: Murder This Man
9. The Tempest, Act 3, Scene IV: Quietness
10. The Tempest, Act 3, Scene IV: How Good They Are
11. The Tempest, Act 3, Scene IV: How Things
12. The Tempest, Act 3: Scene V: Who Was Here

BAIXE AQUI

CVL

29 comments / Add your comment below

  1. Pelo menos uma vantagem, CVL – o softwere. Não terá zero download. Vou baixar e ouvir.

    Se for pé no saco como você falou, abortarei a missão no meio do caminho.

    Abraços!

  2. poxa, CVL, com esses comentários vc nunca vai conseguir o “0” de postagens. Sempre quando vc fala que o CD é ruim eu baixo pra ver se é mesmo ruim e conheço mais uns 2 amigos que fazem o mesmo. rsrsrsrsrsrsrsrs

      1. Fico até pensando que futuro eu teria como crítico de música: tentei ferrar o pobre do Messiaen e os três CDs (catálogo dos pássaros) já passaram dos 300 dloads…

  3. Again. Very fast, but the same problem. Jdownloader skips the 2-04 track. And when i try with 7-zip, CRC error, the track don’t reaches its end (4:03), but ends at 3:41.

  4. Yes. My name is Jose Luis and don’t speak, neither portuguese nor english. But i understand easily the first, so i’m…. 😉
    And i believe that my horrible english will be better for you than an horrible portuguese.

    Muito obrigado

  5. Jose Luis is a portuguese name? I know Jose Afonso, but no famous Jose Luis portugueses… And i remember LuiZ Bonfa and Luiz Gonzaga, but no other portuguese LuiS. Os Luisiadas maybe… In Spain 😀 , we have Jose Luis Moreno (uuuuuuuuff), Jose Luis Perales (auuuuuuuuuuuuuggg), Jose Luis y su guitarra… and, please, our president, Jose Luis Rodriguez Zapatero (no comment). It’s a very very common name in Spain, or better, it was… 60 years ago.

    And if we continue, this post will finally reach a record. 😉

    1. Ok, now I mean, Jose. I have suspected, after I asked you, that you are from a Spanish-speaker country – and I also understand your preference in talking in English instead of Portuguese: I do the same.

      And you are totally right when appoint that Luis in Portuguese is Luiz, but in Brasil you can find both forms.

      Please enjoy our blog the most you can and be always welcome.

      ***

      Only a correction: the poem is called Os Lusíadas, from the root “Luso”, that means “From Lusitania (Portugal)”.

  6. Shamed by the correction… obvious, but from my childhood i believe it’s “Luisiadas”.. A la cama no te irás / sin saber una cosa más.
    Thank four your wishes. I enjoy your blog.

  7. Curiosidade, já ouviu falar? haha! vou baixar sim, e ainda indicar pra uns amigos falando do post que por sinal me fez rir litros.

  8. Opa, então você tem Powder Her Face?? Alguma chance de postar? E valeu pela Tempestade, mesmo que tenha postado a contragosto, hehehe…

  9. De fato, o leite de soja Ades é com certeza bem mais saboroso e digerível que a obra do Thomas Ades, o que não chega a constituir grande elogio para o leite de soja.

  10. Ontem a OSESP apresentou o programa inteiro com peças de Thoas Adès, com regência do prórpio autor e participação especial do violinista Anthony Manwood. Há muito tempo não ouvia nada tão excitante, brilhante, jovial.
    É uma pena nossos amigos prefirem leite de soja a essa grande promessa. Sugiro que ouçam com mais atenção o que esse jovem compositor está escrevendo. Adès não faz a vanguarda, nem é revolucionário mas faz uma excelente música contemporânea.

    Yesterday nigth OSESP (Sao Paulo Symphonic Orchestra) showed a complete program on Adès compositions who conducted the orchestra in a very lustrous nigth.
    I kindly suggest to our bros who said to prefer a soyan milk than the composer to take a more accurate time to hear this great prommise on contemporary music.
    Thomas isn´t a avant-garde composer, nor a revolutionary but he gave us a very correct contemporary music.

    Best regards

  11. Acho muito curioso chamarem o Thomas Ades de jovem promessa. Ele é o mais celebrado compositor britânico já há uns 15 anos. Jovem promessa noutros países tem até 21, 22 anos de idade…Ele é de 1971!
    O que mais me chama a atenção é o fato de que tanto na Inglaterra, como em todos os países nos quais as orquestras são subsidiadas pelo governo, os compositores residentes são sempre domésticos. Se são estrangeiros, são residentes no país em questão. O novo compositor residente da OSESP é o finlandês Magnus Lindberg. Compositor com muito mais prestígio internacional que o Ades, que é famoso somente na Inglaterra, e que tem sido executado eventualmente em Berlin graças ao Simon Rattle, sob protestos dos alemães. É curioso também o fato de que esses compositores aportam por aqui como grandes “descobertas” da OSESP quando o interesse neles já está em franco declínio. Quanto à música dos dois, me reservo o direito de não opinar em público por razões éticas, embora me identifique mais com o Lindberg do que com o Ades. Concluindo, os ingleses fazem um marketing tremendo em cima dos compositores deles, mas, normalmente, eles não conseguem nem atrvessar o Canal da Mancha. Ficam restritos aos países de língua inglesa e seu círculo de influência, como os países nórdicos. Com todas as bravatas dos anglófonos, em termos de música de concerto, eles sempre correram e correrão atrás dos alemães, russos e franceses e, no máximo, se equipararão a países que consideram menos importantes cultural e musicalmente…

  12. PQP, há alguma possibilidade de repostar esse álbum? estes links não estão mais funcionando. tenho imenso interesse em ouvi-lo e não o encontro em lugar algum. tentei inclusive comprá-lo pelo iTunes, mas descobri que ele não está disponível na loja brasileira. espero que tu possas me ajudar.

Deixe um comentário para cvl Cancelar resposta