The essential of Heitor Villa-Lobos

Nota: esta postagem, assim como todas as demais com obras de Heitor Villa-Lobos, não contém links para arquivos de áudio, pelos motivos expostos AQUI

 

Esse CD de prateleira de Lojas Americanas é uma compilação (não mencionada nos créditos) do box de CDs Villa-Lobos par lui même, da EMI. Como costumo dizer, vale como registro histórico, porque meu pai regendo era um ótimo jogador de bilhar. Surpresa foi ouvi-lo tocar piano direitinho numa das Modinhas e das Miniaturas.

Para eu não sair lacônico, deixo a título de curiosidade a letra da cantiga nordestina anônima incorporada ao terceiro movimento da quarta Bachianas, gravada por Milton Nascimento, Teca Calazans e outros cantores e que voltou à tona com o filme Orquestra dos Meninos.

Ó, mana, deixa eu ir
ó, mana, eu vou só
ó, mana, deixa eu ir
para o sertão do Caicó

Eu vou cantando
com uma aliança no dedo
eu aqui só tenho medo
do mestre Zé Mariano

Mariazinha botou flores na janela
pensando em vestido branco
véu e flores na capela

***

The Essential of Heitor Villa Lobos

1 – Bac. Bras. n° 2 – IV. O trenzinho do caipira
2 – Bac. Bras. n° 5 – I. Cantilena
3 – Bac. Bras. n° 5 – II. Martelo
4 – Miniaturas n° 2 – Viola
5 – Modinhas e canções, vol. 1 n° 3 – Cantilena
6 – Momoprecoce
7 – Bac. Bras. n° 4 – I. Prelúdio (Introdução)
8 – Bac. Bras. n° 4 – II. Coral (O canto do Sertão)
9 – Bac. Bras. n° 4 – III. Ária (Cantiga)
10 – Bac. Bras. n° 4 – IV. Dança (Miudinho)
11 – Choros n° 10

Com a Orchestre National de la Radiodiffusion Française, regida por Villa-Lobos (exceto faixas 4 e 5)
Piano: Heitor Villa Lobos (faixas 4 e 5)
Piano: Magda Tagliaferro (no Momoprecoce)
Soprano: Victoria de los Angeles (na quinta Bachianas)
Violoncelo Solo: Fernando Benedetti (na quinta Bachianas)
Baritono: Frederick Fuller (faixa 5)
Chorale des Jeunesses Musicales de France, regido por Louis Maetini (no Choros n° 10)

BAIXE AQUI

CVL

5 comments / Add your comment below

  1. Em relação à letra da música “Ó, mana deixa eu ir”, adicionada pelo amigo ‘CVL’.

    Essa melodia faz parte do folclore paraibano, e foi apresenta a Heitor Villa-Lobos, por Gazzi de Sá, maestro e pedagogo.
    Na verdade, essa melodia foi apresentada ao Gazzi de Sá por sua própria esposa Ambrosina Soares de Sá, mais conhecida como Dona Santinha).
    Maiores informações podem ser encontradas na tese de doutorado da Professora Luceni Caetano (UFPB), cujo título é:
    Gazzi de Sá compondo o prelúdio da educação musical da Paraíba: uma história musical da Paraíba nas décadas de 30 a 50

    Abaixo deixo um breve release do Gazzi de Sá, extraído do site da Prefeitura de João Pessoa.

    Abraço a todos.

    Gazzi de Sá, maestro
    O paraibano Gazzi de Sá [1901-1981] é o autor de um conceituado e inovador método de musicalização que proporciona um estágio avançado de consciência coral. O compositor, pianista e educador esteve ligado não só a grandes cargos artísticos da Paraíba, como também, abriu caminhos, mobilizou a opinião pública e sensibilizou vocações e valores. Chegou a estudar Medicina, no Rio de Janeiro, mas seu amor pela música foi maior. Gazzi de Sá foi o pioneiro e artífice na utilização da música elevada como expressão autêntica do paraibano. Fundou a Escola de Música Antenor Navarro que formou grandes instrumentistas, como o pianista Antônio Guedes Barbosa, e ensinou música a uma grande parcela do clero paraibano. Em 1937 fundou o Coral Villa-Lobos que marcou o desenvolvimento musical no Estado. Em 1947, foi convidado pelo maestro Villa-Lobos para integrar o corpo docente do Conservatório Nacional de Canto Orfeônico e chegou a substituir o maestro na direção do conservatório. Seu trabalho contribuiu para que o presidente da República Juscelino Kubitschek decretasse o reconhecimento do canto orfeônico da Paraíba, em 1960. Segundo depoimento de José Lins do Rego (A União – 1948), “Gazzi de Sá abandonou sua província, mas deixou na terra boas sementes plantadas”.

  2. Gostei muito do post… Maestros e sinuqueiros são dois artistas que têm grandes problemas pra resolver: um com uma simples batuta, outro com um taco… enfim, não vêm ao caso as possíveis criticas ao talento de alguns deles 🙂
    Muito valioso do ponto de vista documental, pois se trata da interpretação do próprio autor e assim, contém se não que perfeita tecnicamente mas muito da intenção original.
    Um pergunta: quem é o soprano da Bachiana nr. 5? Seria a Bidu Sayão? Sabe-se que ela viajou ao Rio de Janeiro na época de 1950 para gravar esta peça, por insistência do Villa-Lobos. Sayão já havia abandonado os palcos e os estudios e seria esta uma das últimas gravações suas. Alguem pode confirmar se é mesmo B Sayão e se este post se trata da mesmo da famosa gravação?? Muito obrigado. Parabéns!!

  3. O Francisco Roberto atingiu o cerne da questão. A regência do Villa pode não ser “Toscaniniana”, mas é muito relevante com relação à visão dele sobre suas obras. A soprano da gravação é, quase certeza, a espanhola Victoria de Los Angeles.

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