Franz Schubert (1797 – 1828) – Fantasia para violino e piano / Sonata D. 960 – Harmonia Mundi – 50 years of music exploration – CD 26 de 29

Eu não disse para vocês que a partir do 26 só viriam discos impecáveis? Pois este é o primeiro. O libreto que acompanha a caixa da HM diz que este CD e o próximo são dedicados a uma nova geração de grandes instrumentistas. Isabelle Faust, Alexander Melnikov e Paul Lewis de modo algum nos decepcionam, muito pelo contrário, dão um show nestas peças fundamentais do imenso repertório do compositor predileto de nossa colega bissexta Clara Schumann. A Fantasia para violino e piano veio logo após outra, a Wanderer, com quem guarda estreito parentesco, principalmente no abandono de formalismos. Já a Sonata D. 960 é sua maior sonata, em proporções e qualidade, trazendo em si a alegria e inventividade dos lieder schubertianos, TÃO POUCO EXPLORADOS POR ESTE NOTÁVEL BLOG.

Imperdível.

CD 26

Fantaisie en Ut majeur op. posth.159, D.934 Franz Schubert 22’49
1. Andante Molto
2. Allegretto
3. Andantino
4. Allegro Vivace
Isabelle Faust, violin
Alexander Melnikov, piano

Sonate D.960 Franz Schubert 36’31
5. Molto Moderato
6. Andante Sostenuto
7. Scherzo. Allegro Vivace Con Delicatezza – Trio
8. Allegro, Ma Non Troppo
Paul Lewis, piano

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PQP

4 comments / Add your comment below

  1. Um dos CDs de Paul Lewis(são quatro) das(integral) Sonatas de Beethoven acaba de ganhar simplesmente o CD do Ano da Revista Gramophone

  2. Sim, o Cesar neto tem razão: em Beethoven esse Lewis é mto bom, e todos os intérpretes da Harmonia Mundi nos brindam com excelsas interpretações de Schubert – pessoalmene, tb gosto mto do Planès, no piano! Obrigadíssima, PQP!
    (Bissexta? Só comento de dois em dois posts? :P)
    bjs!

  3. Oh “bon dieu”!
    Eis que a música ressurge!!!
    Que interpretações maravilhosas!!!
    Que Schubert belíssimo!!!
    Qual é a idade desses músicos?
    Oh 21º!
    Eu estou fazendo uma pesquisa relativa à idade dos intérpretes e à maior ou menor capacidade de “contemplação da vida” que os mesmo têm (o que quivale a dizer “contemplação da Arte”).
    Seria possível postarem sempre a idade dos mesmos?
    Veja bem: eu digo contemplação da vida.
    Aprendi isto ensinando a uma pianista de técnica assombrosa mas que agia como se ritmo e compasso fossem a mesma coisa e que o tempo musical é medido pelo metrônomo.
    Convidei-a a passear comigo durante um fim de semana.
    Fomos a um campo florido, em dia claro e luminoso.
    Durante o trajeto, comecei a andar como um militar marchando em desfile de 7 de setembro.
    Ela perguntou por que eu estava andando assim.
    Eu parei de andar como militar que marcha e comecei a imitar os movimentos de um robô que anda.
    Ela me disse, novamente: porque você está fazendo isto?
    Eu lhe disse: estranho, não?
    Então eu lhe perguntei: como é que você classifica esta paisagem que se estende diante de nós?
    Ela respondeu feliz: “colorida, alegre, luminosa, deixa-nos descontraídos e com vontade de rolar na grama”.
    Então eu lhe apontei para um local no qual se via, claramente, uma caverna bastante escura.
    Ao lado da mesma corria um límpido riacho que brincava de esconde-esconde por entre as pedras.
    Perguntei-lhe: aquela caverna escura não destrói a sua impressão colorida, alegre, luminosa, com vontade de rolar na grama?
    Ela disse: não!
    Eu insisti: como não? Por que então você se espantou quando eu marchava e quando eu andei como um robô?
    Bem, disse ela, “você destoava do conjunto. Mas aquela caverna realça o conjunto…” …e completou: “da mesma forma que realçam o conjunto os contrates de cores, das várias tonalidades do verde, das pétalas laranja, das flores azuis, das pessoas sentadas em bancos, atentas ao que lêem, e outras a brincar, correndo com os filhos e contando estórias aos conhecidos.”

    Então eu lhe disse: é isto!

    Assim é a vida!
    Assim é a arte!
    Composições de contrastes.
    Os contrates se auto-valorizam.
    Se tudo aqui fosse verde com a mesma tonalidade por toda parte, em breve geraria a monotonia do deserto no qual, justamente, faltam contrastes que se realcem uns aos outros. O sol muito claro do deserto do Sahara, não é sinônimo de festa e alegria.
    Ao contrário! Significa tortura, talvez morte.
    Quando estamos aqui andando descontraidamente, nossos movimentos são plásticos e flexíveis.
    Causa espanto que eu comece a marchar como em um desfile militar.
    Não combina com o todo.
    Andar como um robô? Combina ainda menos!
    Mas há momentos nos quais você precisa marchar e outros nos quais deve ser tão regularmente milimétrica quanto um robô.
    Nos tempo atuais, vivemos entre máquinas e estamos competindo com elas.
    Eis porque não mais temos tempo de contemplar a vida e de tirarmos, por exmplo, a lição de que “alegria” não é sinônimo de “claridade”.
    Alegria são contrates que se auto-valorizam e nos quais podem haver sombras e mesmo a escuridão das cavernas.
    Não é marchar bem depressa, em tempos iguais como um militar sob o sol do dia 7 de setembro, que nos passará a idéia de felicidade. Poderá passar a idéia de firmeza. Até mesmo a de orgulho! Mas felizes?. É, antes, andar descontraído, acelerar nossos passos para segurarmos a bola que nos jogou a criança que ri ou diminuir a marcha parar contemplarmos o entorno e nos alegrarmos com o pequeno pássaro que beija ternamente as flores que o alimentam.
    A vida é toda assim e nossos sentimentos são o reflexo do que ela causa em nossas almas, no amor ou na dor, na esperança ou no desespero.
    É preciso saber diferenciar os desertos monótonos cheios de infernal claridade, dos locais bucólicos como este no qual nos encontramos, alegres e felizes por sabermos valorizar os contrastes.

    Aplicando isto a sua música…

    Ela é clara! Luminosa!
    Agressivamente luminosa como o deserto do Saara.
    Mas nunca é límpida como o riacho cristalino que brinca de esconde-esconde.
    Ela marcha sem descanso.
    Não tem tempo de ver as sombras e as cores que valorizariam os contrastes.
    Você tem uma técnica espantosa.
    Mas tem um ritmo militar inflexível.
    Quase robótico.
    Não há cores contrastantes que se misturam felizes, nem está presente a ternura de poder diminuir seus passos para apreciar o pequeno pássaro e as alegres borboletas que enriquecem o prazer de estarmos aqui.
    Aqui!
    Isto aqui que longe está de ser um deserto CLARO E HOSTIL.
    Esta é a melhor aula que eu posso lhe dar.
    Você pode aproveitá-la ou ignorá-la.
    Vai ser difícil para você parar de marchar quando a marcha destoar do ambiente.
    Vai ser difícil ser mais livre, pois, você não conhece os limites da liberdade.
    Vai ser difícil sentir que nem tudo é máquina e que a vida respira flexível.
    Mas… …também vai ser fácil muito fácil fazer tudo isto.
    Foi você quem me disse que os contrastes se auto-valorizam.
    Então?
    Basta sentir os movimentos da vida e sentir como ela se expressa.
    Você, uma grande pianista, será melhor ainda: uma grande artista.

    Infelizmente ela não conseguiu.

    Mas foi uma grande professora que faleceu há pouco.

    Estou dizendo tudo isto porque hoje estou sentindo que as máquinas vão perder!
    Hoje tivemos 3 magníficos artistas e grandes pianistas e violinista.
    Parabéns por esta bela postagem.
    A biografia desses intérpretes?
    É possível obtê-las?
    É muito bom testemunhar esta mudança.
    Parabéns, novamente.
    Que maravilhoso Schubert nos foi dado.
    Um grande abraço fraterno a todos.
    Edson

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