Antonio Vivaldi (1678-1741) – Concertos em transcrições para cravo solo

Seu sobrenome é Baiano, mas ele pode fazer as coisas velozmente… O cravista Enrico Baiano parece uma figura retirada das páginas de um livro de Pirandello. Bigodudo, óculos enormes e uma incrível cara de quem está maquinando alguma coisa contra alguém. Mas ele se acabou se ralando, pois sua gravadora (a obscura Symphonía Digital italiana) fechou e este CD tornou-se uma raridade a ponto da Amazon ostentar a palavrinha “discontinued” na apresentação que faz do disco. Com tanta porcaria por aí, é uma ocorrência imerecida para este bom Baiano de movimentos rápidos cercando os delicados os adágios, largos, andantes e que tais vivaldianos. Os concertos foram retirados do Estro Armonico e da Stravaganza o que é garantia de um pedigree veneziano autêntico. Abaixo, mostro a vocês a latinha de Enrico Baiano. Não, não o acho bonito, contudo confesso que ela (a cara dele) me faz como se visse um personagem muito esperto de uma comédia italiana do passado. A propósito, Baiano gravou elogiados CDs de Sonatas de Domenico Scarlatti. Basta ouvir este CD para concluir que ele nasceu para tocar Scarlatti, o homem que tinha um caso com a princesa portuguesa Maria Bárbara de Bragança, fato verídico que Clara Schumann, direto da cidade do Porto, insiste em negar.

Vivaldi – Concerti pour clavecin, du Manuscrit de Ann Dawson (Bibliothèque de Manchester)

Origem dos concertos: Op. IV:10, IV:6, IV:3, IV:4, IV:1 de La Stravaganza; Op. III:7, III:9, III:5, III:12 de L’Estro Armonico

01 Opus IV, 10-1-Spiritoso
02 Opus IV, 10-2-Adagio
03 Opus IV, 10-3-Allegro

04 Opus IV, 6-1-Allegro
05 Opus IV, 6-2-Largo
06 Opus IV, 6-3-Allegro

07 Opus IV, 3-1-Allegro
08 Opus IV, 3-2-Largo
09 Opus IV, 3-3-Allegro Assai

10 Opus III, 7-1-Andante
11 Opus III, 7-2-Adagio, Allegro
12 Opus III, 7-3-Adagio, Allegro

13 Opus VII, 4-1-Allegro
14 Opus VII, 4-2-Grave
15 Opus VII, 4-3-Allegro assai

16 Opus III, 9-1-Allegro
17 Opus III, 9-2-Andante
18 Opus III, 9-3-Allegro

19 Opus III, 5-1-Allegro
20 Opus III, 5-2-Adagio e cantabile
21 Opus III, 5-3-Allegro

22 Opus IV, 1-1-Allegro
23 Opus IV, 1-2-Largo e cantabile
24 Opus IV, 1-3-Allegro assai

25 Opus III, 12-1-Allegro
26 Opus III, 12-2-Largo
27 Opus III, 12-3-Allegro

Enrico Baiano, clavecin François-Etienne Blanchet de 1733, copie de Olivier Fadini

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Johann Pachelbel (1653-1706) – Cantatas de Páscoa

Aproveitando as comemorações pascoais do próximo domingo, eu — que não sou louco nem nada — faço uma postagem alusiva à efeméride, entre a compra de um ovo de chocolate e outro. Como chocólatra incondicional, amo a Páscoa! Este é CD belissimamente interpretado por este conjunto que desconhecia e que merece inteiramente estar com cinco estrelas na cotação dos visitantes da Amazon. Claro, Pachelbel não é Bach, talvez não seja nem mesmo Schütz, mas não julgo possível que os pequepianos mais afeitos ao barroco torçam seus sensíveis narizes para estas peças muito difíceis de se encontrar por aí. Bom Coelhinho para todos!

Pachelbel – Cantatas de Páscoa

1. Deus In Adjutorium
2. Christ Lag In Todesbanden
3. Halleluja! Lobet Den Herrn
4. Christ Ist Erstanden
5. Jauchzet Dem Herrn
6. Magnificat In C Major

La Capella Ducale
Musica Fiata
Roland Wilson

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PQP

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Piano Concertos nº6, K. 238 in B, nº 17, K. 453, in G – (CD 5-10)

Mais Mozart. E hoje estou decididamente mozartiano, não me perguntem o motivo. Talvez porque Mozart consiga acalmar nossos corações, sua música penetra nossa alma e nos faz sentir melhores, ou seja, nada melhor que o gênio de Salzburg para nos fazer ver que a vida, apesar dos pesares, continua. Falo isso pelo fato de estar em luto, juntamente com a família de minha esposa, devido ao falecimento de minha sogra.

Immerseel nos traz mais dois concertos aqui. Um menos famoso, o de nº6 e o de nº 17. Sobre este, já se escreveu muito, e muitos grandes intérpretes o gravaram, inclusive o próprio Pollini e Brendel, gravações já postadas aqui no blog.

Enfim, mais dois grande momentos mozartianos. Espero que o apreciem.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) – Piano Concertos nº6, K. 238 in B, nº 17, K. 453, in G

1 – Piano Concerto nº6, K. 238 – 1- Allegro aperto
2 – Piano Concerto nº6, K. 238 – 2 – Andante un poco adagio
3 – Piano Concerto nº6, K. 238 – 3 – Allegro Rondó
4 – Piano Concerto nº 17, K. 453 – 1 – Allegro
5 – Piano Concerto nº 17, K. 453 – 2 – Andante
6 – Piano Concerto nº 17, K. 453 – 3 – Allegretto

Jos van Immerseel – Pianoforte & Conductor
Orchestra Anima Eterna

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FDP

J. S. Bach (1685-1750) – Sonatas para flauta e baixo contínuo

Esta é ou deve ser a terceira versão destas obras que postamos em PQP Bach. Sem problemas. O registro da flautista Philippa Davies é bom, porém é difícil sobreviver à comparação com o suíço Aurèle Nicolet, na minha opinião o campeão destas obras. Davies tenta algumas novidades e fraseados. Até funcionam, mas sendo bem sincero, a gravação de Nicolet grudou de tal forma em meu cérebro que qualquer desvio parece erro… Mas para quem não conhece essas sonatas, Philippa é um excelente começo.

J.S. Bach – Sonatas para flauta e baixo contínuo

1. Sonata in b minor, BWV 1030: Andante
2. Sonata in b minor: Largo e dolce
3. Sonata in b minor: Presto-Allegro
4. Sonata in E major, BWV 1035: Adagio ma non tanto
5. Sonata in E major: Allegro
6. Sonata in E major: Siciliano
7. Sonata in E major: Allegro assai
8. Sonata in A major, BWV 1032: Vivace
9. Sonata in A Major: Largo e dolce
10. Sonata in A Major: Allegro
11. Sonata in e minor, BWV 1034: Adagio ma non tanto
12. Sonata in e minor: Allegro
13. Sonata in e minor: Andante
14. Sonata in e minor: Allegro
15. Sonata in E flat major, BWV 1031: Allegro moderato
16. Sonata in E flat major: Siciliano
17. Sonata in E flat major: Allegro

Philippa Davies, flute
Maggie Cole, harpsichord
Alison McGillivary, cello

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PQP

Gustav Holst (1874-1934) / György Ligeti (1923-2006) / Tom Zé (1936) e Rita Lee (1947) – Os Planetas / Lux Aeterna / 2001

Vamos a um papo sideral, mas não siderado, ainda: Holst, nascido em 12 de Setembro de 1874 de mãe inglesa e pai sueco, devia ser um desses chatos que adoram astrologia. Nada contra, o problema é que essas pessoas gostam de expressar sua admiração por esta ciência e fazem perguntas, perguntas, perguntas… A fama de Gustav Holst procede principalmente desta obra. Escreveu The Planets durante os finais de semana enquanto trabalhava como professor na St. Paul´s Girls´School de Hammersmith (Inglaterra). Doente de asma, Holst não pode chegar a ser o concertista de piano que ambicionava ser. Seu interesse pelo hinduísmo o levou a aprender o sâncristo… Era um bicho-grilo doente, algo assim. Fruto do seu apaixonado interesse pelo misticismo hindu escreveu ópera Sita (1899-1906) em três atos. Como todo bicho-grilo que se preze, era vegetariano. Já viram.

Composto entre 1913 e 1916, depois que Holst se interessara profundamente pela astrologia, Os Planetas descreve musicalmente as influências planetárias no horóscopo. De Marte expressava seu espírito independente e ambicioso; de Vênus, seu indiscutível afeto e capacidade emotiva; de Mercúrio sua adaptabilidade, rapidez e inteligência e de Júpiter sua capacidade de nos dar abundância e perseverança, algo de que nunca duvidei. Também foi influenciado pelas leituras do um astrólogo qualquer que demonstrava o autêntico papel dos planetas sobre os acontecimentos mundiais. Um super bicho-grilo!

Não obstante, é boa música.

Ligeti era mais razoável e foi levado ao estrelato por outro gênio, Stanley Kubrick, que utilizou justamente Lux Aeterna (1966) em 2001, Uma Odisséia no Espaço (para os brasileiros). Ao que me consta, era uma pessoa normal.

Lux Aeterna é espetacularmente caricaturizada na canção 2001 de Tom Zé e os Mutantes. O arranjador era um imenso talento: Rogério Duprat. Deixamos também esta obra-prima da música brasileira e da ironia universal para ser baixada no PQP Bach. Desta forma, somos obrigados a incluir Tom Zé e Rita Lee em nossa lista de autores. Já estou rindo das críticas daqueles que consideraram a inclusão do jazz um desvio da linha cultural do blog. Certamente terão de protestar novamente, mas desta vez já venho armado e aviso que não responderei aos comentários hostis. Afinal, preconceito é feio, burro e causa acne. Então, de forma profilática, mando-os de antemão tomarem no rabo. Bem, voltando a nosso assunto: exatamente aos 2 minutos da canção, entra Ligeti. Não vá se perder por aí.

Os Planetas

1. Marte, Deus da Guerra
2. Vênus, Deus da Paz
3. Mercúrio, Mensageiro Alado
4. Júpiter, Deus da Alegria
5. Saturno, Deus da Velhice
6. Urano, o Mago
7. Netuno, o Místico

Coro do Conservatório da Nova Inglaterra
Orquestra Sinfônica de Boston
William Steinberg

8. Lux Aeterna

Coro da Rádio do Norte da Alemanha
Helmut Franz

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2001 (Tom Zé-Rita Lee) pelos Mutantes
Arranjo de Rogério Duprat

BAIXE AQUI A 2001 DOS MUTANTES- DOWNLOAD HERE 2001 BY MUTANTES

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