Johannes Brahms (1833-1897) – Os dois Sextetos de Cordas

Dia desses, um amigo que também ama Johannes Brahms me telefonou para fazer elogios AO Sexteto de Brahms. É claro que achei que os louvores eram para o Sexteto Nº 1, só que ele se referiu a um segundo movimento Scherzo… Bom, o motivo do telefonema era o Nº 2! Olha, não chego a estranhar. Quando alguém fala NO Quarteto para Piano é a mesma coisa: cada vivente parece ter o seu preferido. Uma vez, eu e FDP fizemos a mesma confusão. Ele falava de um pelo MSN e eu de outro.

É que Brahms erra muito pouco. Quase tudo é denso, quase tudo é de primeira linha. É um tremendo compositor. Hoje à tarde, peguei este CD da Naxos e pude comprovar que o Sexteto Nº 2 em nada fica a dever a MEU preferido, ou ex-preferido, sei lá. É incrível, Brahms não parece ter sido imaturo; sim, ele teve uma grande e lógica evolução, mas esta não parte da imaturidade. Vá ser bom assim em Hamburgo! Mostro a vocês este CD para vocês possam fazer sua escolha, ou não.

Todas as músicas aqui citadas e inclusive as postadas já estão em nosso blog. É que FDP, outro apaixonado por Brahms, já postou a integral da obra de câmara do queridinho de Clara Schumann (não a nossa, a outra) em extraordinários registros. Então, esta postagem é só para dizer que Brahms abriga-se no melhor lugar de meu coração de pedra (vide post anterior).

P.S.- É acachapante a superioridade da versão postada por FDP dos Sextetos em relação a esta que ora posto!

Brahms – Os dois Sextetos de Cordas

1. String Sextet No. 1, B flat major, Op. 18: Allegro ma non troppo 11:03
2. String Sextet No. 1, B flat major, Op. 18: Andante ma moderato 9:32
3. String Sextet No. 1, B flat major, Op. 18: Scherzo: Allegro molto 2:50
4. String Sextet No. 1, B flat major, Op. 18: Rondo: Poco allegretto e grazioso 9:35

5. String Sextet No. 2, G major, Op. 36: Allegro non troppo 10:13
6. String Sextet No. 2, G major, Op. 36: Scherzo: Allegro non troppo 6:54
7. String Sextet No. 2, G major, Op. 36: Poco adagio 10:06
8. String Sextet No. 2, G major, Op. 36: Poco allegro 6:20

Stuttgart String Sextet

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6 comments / Add your comment below

  1. A verdade é que nem temos tantas opções assim para os sextetos e quintetos de Brahms e temos que nos contentarmos com as corretas gravações do Amadeus. Se falarmos nos trios e quartetos choverão de opções mas estes quintetos e sextetos?

  2. Minha relação com Brahms foi estranha, a primeira vez que o ouvi pensei seriamente ”porra se for para ouvir Beethoven vou no original”!Nesta época acabava de descobrir Wagner o que parece aumentou minha rejeição por Brahms. Depois aconselhado por sábios amigos voltei a Brahms para descobrí-lo de verdade, sim um Beethoven ,mas era como se Beethoven tivesse se levantado do túmulo para prosseguir sua obra , que mal tinha nisso? Pelo contrário, Brahms continua Beethoven porém praticamente dando sequência a sua obra. Não acho que tenha a força Sinfônica do Pai ,alias ele demorou um pouco para dominar o gênero sinfônico, vê-se pela sua primeira sinfonia e seu primeiro concerto para piano ainda um pouco desajeitados, mas na obra camerística ,exceção feita aos quartetos paternos,acho que ele consegue superá-lo.
    Se você quiser listar as maiores obras camerísticas de todos os tempos é provavel que as peças feitas para a Clarineta não possam ficar de fora de modo algum ,notadamente seu quinteto o opus 115, além do rio o opus 114 e se não formos assim tão rígidos na definiçõ de música de câmera e incluirmos suas sonatas para clarineta opus 120, então tudo fica completo; seu OPUS 40, que teimei até adquirir a antológica gravação com Busch ,Serkin e Aubrey Brain , é outra peça magnifica de uma tristeza medonha talvez comparável ao seu Réquiem.
    E suas pequenas peças para piano(e sonatas também) com Julius Katchen ou com Walter Klien são o que se tem de melhor,isto claro, não sendo, como falei, tão rígido com a definição de obra de câmera.
    Outra loucura que me permiti recentemente foi comprar a integral das obras de CLARINETA com o fabuloso Reginald Kell ,Complete DECCA RECORDINGS e tão somente para se ter as obras Brahmsianas.
    Enfim, se tenho uma coisa a lamentar é a de ter perdido um pouco de tempo até voltar a ouvir Brahms, além claro, do GOL ANULADO do DAGOBERTO contra o Inter, quando mais uma vez saquearam o tricolor.

  3. Luciano. No ar.

    Kaissor, acho que Brahms tem algo a ver com Machado de Assis, no sentido de que a abordagem a sua obra parece só ser completa se houver alguma maturidade. Eu o achava um compositor comum até ouvir a estupenda gravação de Harrel-Ashkenazy das Sonatas para cello e piano. Depois, houve a grande descoberta do quinteto Op. 115 através — vejam só — de Erico Verissimo que amava a obra ao ponto de chamar sua autobiografia de Solo de Clarineta para homenagear a obra. E pronto! Estava apaixonado.

    O gol de Dagoberto foi legal, mas pára com o choro porque ganhamos com folga…

  4. Não sabia da paixão de Érico pela obra, fato que só aumenta o bom conceito que tenho dele; é saudável quando decobrimos que estamos em boa cia…ehehe…quanto ao Tricolor já estamos acostumados a sermos prejudicados pelo Colorado,vide Libertadores.
    Parabéns pelo blog PQP, cada dia melhor e mais diverso ”Comme il faut”,acho eu.

  5. Vivendo e aprendendo… nunca iria imaginar que esta obra do Érico Veríssimo tem este nome por causa do op. 115. Preciso reler esta livro. Quando o li, há algumas décadas atrás, nem imaginava que existia um cara chamado Johannes Brahms.

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