The Sóstenes Files – Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sonatas para Piano (CDs de 6 a 10)

Então, vamos acabar com esse negócio de Sonatas de Beethoven. Aqui estão todas elas com Claudio Arrau (1903-1991). Não gostei do chileno nas últimas sonatas — CDs 9 e 10 desta coleção –, muitíssimo inferiores às que já postei com Maurizio Pollini. Mas não podemos pedir a Arrau que faça aquilo, né? Também ele me pareceu frouxo na Waldstein (CD 7), mas no restante ele se sai muito bem. É uma i

O excelente desNorte, em 6 de fevereiro deste ano, publicou a compreensiva notícia biográfica que transcrevemos aqui:

Nos finais de Agosto de 1973, Augusto Pinochet (1915-2006) tomou posse com chefe das Forças Armadas Chilenas tendo, nessa altura, jurado fidelidade ao presidente Salvador Allende (1908-1973). Duas semanas e meia depois, no dia 11 de Setembro de 1973, Pinochet liderou um golpe militar que depôs o governo e deu início a uma ditadura que iria durar 17 anos. Allende morreu nesse mesmo dia, em circunstâncias nunca totalmente esclarecidas. Algo não tão pouco habitual como isso, os Estados Unidos desempenharam um papel importante, primeiro na campanha eleitoral que, ao contrário do que pretendiam, acabaria por colocar Allende no poder, e depois no apoio aos autores do golpe militar.

Inconformado com o rumo que o seu país natal levava, o pianista Claudio Arrau viria a assumir cidadania americana em 1978. Curiosa, esta escolha, pela contribuição dos EUA na situação criada no Chile… Arrau, contudo, nunca deixaria de ser idolatrado pelos seus conterrâneos; desde a sua primeira e triunfal turné, efectuada em 1921, passando pelos recitais dos finais da década de 1930 e terminando com uma turné em 1984. Nessa altura Claudio Arrau tinha já 81 anos, e há 17 que não tocava no Chile.

A Sociedade Robert Schumann, fundada em 1979, conta com 3 membros honorários, sendo um deles Claudio Arrau. Os outros 2 são Dietrich Fischer-Dieskau (1925-) e o maestro alemão Wolfgang Sawallisch (1923-). Em homenagem a Arrau, a sociedade estabeleceu a Medalha Arrau, destinada a premiar os pianistas que mais se distinguiram na preservação da tradição pianística do chileno; até hoje os premiados foram András Schiff (1953-), Martha Argerich (1941-) e Murray Perahia (1947), aquele dos “outros”…

Disc: 6
Piano Sonata No. 16 in G
1. 1. Allegro vivace
2. 2. Adagio grazioso
3. 3. Rondo (Allegretto)

Piano Sonata No. 17, “Tempest” in D minor
4. 1. Largo – Allegro
5. 2. Adagio
6. 3. Allegretto

Piano Sonata No. 18 in E flat
7. 1. Allegro
8. 2. Scherzo (Allegretto vivace)
9. 3. Menuetto (Moderato e grazioso)
10. 4. Presto con fuoco

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Disc: 7
Piano Sonata No. 21, “Waldstein” in C
1. 1. Allegro con brio
2. Introduzione (Adagio molto) – Rondo (Allegretto moderato – Prestissimo)

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Disc: 8
Piano Sonata No. 23, “Appassionata” in F minor
1. 1. Allegro assai
2. 2. Andante con moto
3. 3. Allegro ma non troppo

Piano Sonata No. 24 in F sharp
4. 1. Adagio cantabile – Allegro ma non troppo
5. 2. Allegro vivace

Piano Sonata No. 26, “Les adieux” in E flat
6. 1. Das Lebewohl (Adagio – Allegro)
7. 2. Abwesendheit (Andante espressivo)
8. 3. Das Wiedersehn (Vivacissimamente)

Piano Sonata No. 27 in E minor
9. 1. Mit Lebhaftigkeit und durchaus mit Empfindung und Ausdruck
10. 2. Nicht zu geschwind und sehr singbar vorgetragen

Piano Sonata No. 20 in G
11. 1. Allegro ma non troppo
12. 2. Tempo di Menuetto

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Disc: 9
Piano Sonata No. 28 in A
1. 1. Etwas lebhaft und mit der innigsten Empfindung (Allegretto ma non troppo)
2. 2. Lebhaft, marschmäßig (Vivace alla marcia)
3. 3. Langsam und sehnsuchtsvoll (Adagio ma non troppo, con affetto)
4. 4. Geschwind, doch nicht zu sehr und mit Entschlossen- heit (Allegro)

Piano Sonata No. 29, “Hammerklavier” in B flat
5. 1. Allegro
6. 2. Scherzo (Assai vivace – Presto – Prestissimo – Tempo I)
7. 3. Adagio sostenuto
8. 4. Largo – Allegro risoluto

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Disc: 10
Piano Sonata No. 30 in E
1. 1. Vivace ma non troppo-Adagio espressivo-Tempo I 2. Prestissimo
2. 3. Gesangvoll, mit innigster Empfindung (Andante molto cantabile ed espressivo)

Piano Sonata No. 31 in A flat
3. 1. Moderato cantabile molto espressivo
4. 2. Allegro molto
5. 3. Adagio ma non troppo
6. 4. Fuga (Allegro ma non troppo)

Piano Sonata No. 32 in C minor
7. 1. Maestoso – Allegro con brio ed appassionato
8. 2. Arietta (Adagio molto semplice e cantabile)

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Claudio Arrau, piano.

26 comments / Add your comment below

  1. Estimado P. Q. P. Bach,

    Visitar su blog es para mí uno de los mayores acontecimientos de cada día. Además de ofrecer una música estupenda, está consiguiendo que poco a poco me aficione a leer en portugués.

    Una pregunta: ¿es imposible conseguir las pistas que le faltan al CD 7 ?

    En cualquier caso, enhorabuena por su magnífico trabajo.

    Un cordial saludo.

    Asterión.

  2. O Chile assim como a Espanha na década de trinta vivia o famoso dilema de se ficar ”entre o inseto e o inseticida”; totalitários dos dois lados,extrema esquerda de um lado e extrema direita do outro;melhor coisa a fazer realmente era dar o fora,qualquer que fosse o golpista,esquerda ,que estava prontinha também e a direita com o sanguinário Augustinho. Mas nem pensar que se a esquerda tomasse o poder realmente,como estava prestes a acontecer, rolaria menos sangue, só se inverteriam as vítimas.
    Pobre Chile!

  3. Caro PQP,

    Depois de inimaginável tempo, regresso ao fórum do site.
    Para, primeiramente, agradecer-lhes pelas postagens sempre excepcionais.

    E, depois, para sugerir (ou seria somente perguntar?) que algum de vocês pudesse postar a integral das sonatas de Mozart. Após esses Beethovens maravilhosos, um Mozart cairia bem.

    Abraços.

  4. Belíssima postagem, PQP!
    A propósito, a sugestão do Nicolas a respeito das sonatas de Mozart não é nada má, hein?
    Em todo caso, as horas preciosas com Beethoven alimentarão por um bom tempo as almas que visitam esse Éden virtual.
    Um abraço.

  5. A contribuição de Beethoven ao Universo da Sonatas para piano é algo que nenhum compositor, antes ou depois dele, fez. Trata-se de uma incrivel viagem a audição das 32 obras para piano solo. Esse conjunto de obras não deixa de ser uma clara Biografia do gênio de Bonn, contemplando toda a evolução do seu pensamento musical.

    Mas essas sonatas dizem muito mais: abrangem praticamente todos os periodos da musica tanto quanto a evolução da técnica pianistica e do proprio instrumento, elevando os generos musicais em nívels inimagináveis.

    Os temas em variações, a arte do contraponto, especialmente a arte fugal, o equilibrio arquitetonico nas formas classicas, especialmente das primeiras sonatas em reverencia a Haydn, a continuação e elevação da herança inconfundivel de Mozart, os modelos estéticos do romantismo que seriam mais tarde desenvolvidos por Schumann, Schubert, Chopin e Brahms, e por fim a grande espiritualidade do seu pensamento abstrato em suas ultimas sonatas fazem dessas obras um conjunto unico e dificilmente superável.

  6. Olá PQP!

    Se algum dia desses estiveres ouvindo as sinfonias de Nielsen, mencionadas no longínquo fevereiro do ano passado, não exite em postá-las, ok?

    Abraços!

  7. Caro PQP , um excelente acaso me trouxe até aqui .
    Adorei o espaço.
    Aproveito para pedir /sugerir GYORGY LIGETI.
    Não o conheço , mas recebi boas referências dele.
    Certamente você o conhece. O que me diz ?

    Uma excelente e musical semana!
    Até sempre

  8. Só queria salientar e lembrar que Arrau é, ao lado de Kempff e Schnabel, um dos grandes intérpretes de Beethoven da velha guarda. Mesmo que esbarremos em questões de gosto pessoal, não faz muito sentido comparar Arrau com Pollini, que além de não ter seu nome de fato associado a Beethoven, é um tipo de pianista muito diverso. Dificilmente apreciadores dos pianistas da “era dourada” (Rubinstein, Horowitz, Kempff etc) serão grandes fãs de Pollini. Se analisarmos pormenorizadamente o que grandes intérpretes fazem com Beethoven (e podemos incluir Annie Fischer, András Schiff e Alfred Brendel nesta casta), fica difícil engolir o que Pollini faz (ou melhor, não faz) em suas abordagens deste compositor (salvo na boa gravação das Spätere Sonaten pela D.G.).

    Os comentários do P.Q.P. são sempre viscerais, o que é bom e mal, e ás vezes sinto-me impelido a contra-argumentar diante de algumas “máximas”. Desculpe se isso parece inapropriado. E tudo que digo, digo sempre agradecendo às ótimas postagens do Blog, evidentemente. Abraços!

  9. Ticiano, estou totalmente de acordo com tuas críticas a mim. Escrevo muito rapidamente e sei que meus comentários são 100% “eu e a música”.

    Gostei dos elogios às postagens, mas também do reconhecimento educado de minhas limitações.

    Abraço.

  10. Caro P.Q.P., minha intenção nem foi a de salientar “limitações”, pois acho que isso tem mais a ver com uma questão de gosto do que de incapacidade ou desconhecimento, o que absolutamente não é o caso, claro. Foi mais uma reflexão sobre o universo pianístico, inevitável vindo de um pianista. No fim de tudo, o que vale é seu excelente trabalho com este Blog… O resto são elocubrações que caberiam melhor em outros lugares. Abraço!

  11. Tenho sempre reiterado que as minhas afirmações são totalmente subjetivas e baseadas em gosto pessoal.

    Embora eu considere Pollini o maior intérprete de Beethoven, mesmo levando em consideração que ele nao gravou a integral das Sonatas para piano, não deixo de passar pelo crivo da razão cada interpretação do italiano.

    Ticiano, um grande amigo com quem tenho aprendido muita coisa, por não possuir de minha parte o conhecimento tecnico que ele tem, faz algum tempo comentou comigo uma gravação das primeiras sonatas beethovenianas (op.2) por Pollini. Realmente, naquelas sonatas eu penso que Pollini não se saiu muito bem. Talvez por estarem mais ligadas ao universo de Haydn e Mozart e menos com os temas “curtos e afirmativos” de Beethoven, ou talvez por outro motivo. Não sei!

    Fiquei algum tempo pensando que Maurizio Pollini não caía bem no repertorio classico-romantico, mas que se dava muito bem nos modernos e nas obras que exigiam um virtuosismo sobre humano (vide ultimas sonatas, que tem um caráter mais cerebral).

    No entanto, ouvi duas gravações de Pollini que me fizeram mudar de opinião.

    A primeira delas foi um cd com as sonatas op.54 a op.90.

    Fiquei visivelmente espantada com a Apassionata de Pollini. A gravação que eu tenho em CD é a com Rubinstein, que considero maravilhosa!

    Quando ouvi aquela Sonata, percebi que os comentarios dos Usuarios da Amazon tinham razão em exaltar tanto aquele CD. Rubinstein tem um concorrente na Sonata 23 !!

    A segunda gravação: sonatas 13, 14 e 15. Esta eu comprei pela Amazon devido ao preço: 2 dolares e 35.

    Olha, tenho em arquivos a Sonata Pastoral com Gilels, Arrau, Annie Fischer… Nenhuma dessas gravações me convenceram tanto quanto a Sonata Pastoral de Pollini.

    A proposito PQP, podemos conseguir esse CD pra ser postado aqui. O que acha??

    Ouçam a Sonata ao Luar com Pollini, especialmente o famoso primeiro movimento. Os tempos dele chegam a ser mais lentos do que o Rubinstein… E com uma clareza impressionante!

    Acho que clareza é o que melhor define pollini, não?

    Mas… Tudo isso é questão de gosto realmente

  12. Agora, pensando em alguns pianistas que se notabilizaram em Beethoven, gostaria de matar uma curiosidade minha, que ja tive vontade de perguntar ao Kaissor e ao Ticiano, mas nao houve oportunidade.

    Richter tambem é um grande interprete de Beethoven não?

    Eu pergunto isso porque admiro muito Kempff. É um gigante do piano. Mas não sei o motivo, as interpretações de Richter me parecem mais convincentes.

  13. Lais,

    pra você ter uma idéia, pra mim ainda hoje, após décadas, a Appassionata do Richter continua no topo da minha lista. Foi a primeira que conheci, conheci outras magníficas, mas a dele…. Uau!

    Richter também se deu muito bem com os alemães do século XIX. O Brahms dele também é um estouro. E recentemente ele me impressionou muito positivamente num vídeo da década de 70 no qual executa com Fischer-DIeskau Lieder de Schubert. Maravilhoso!

    Kempff, às vezes, soa mesmo um pouco “sem vigor”, se é o que você quis dizer. Mas tenho hoje a certeza de que são poucos momentos nos quais isso acontece (acontece também com Arrau….). Kempff é grande, gigante, e a primeira escola de Viena dele é das coisas mais finas que existem gravadas.

    Quanto ao Pollini, queria ouvir a Op. 57. Nessas coisas, só acredito ouvindo. Gostaria muito que o Pollini me impressionasse, como até conseguiu na gravação das Spätare Sonaten (foi a única vez, entretanto). Infelizmente, geralmente, ele me soa mais como metralhadora do que como música, e você há de me perdoar por falar isso de seu predileto… 🙂

    Quanto à Op. 27/2, devo a András Schiff a compreensão correta do que trata seu primeiro movimento, uma historinha que envolve Don Giovanni, compasso Alla Breve, Marchas Fúnebres e uso revolucionário do pedal, mas que deixo para outra ocasião.

  14. Sv. Richter é um gigante e suas gravações, ao vivo inclusive,são maravilhosas;gosto muito mais de SV Richter do que Pollini.
    Quando comparei Pollini ,Ticiano, não foi com os antigos, mas sim com Brendel.
    Kempff em cds e Barenboim em DVD, hoje são os que mais ouço nestas sonatas, iniciei com Bredel e passei depois para Sv Richter que inclusive gostava mais do que Brendel. KOVACEVICH é outro de quem gosto muito.
    Paul Lewis, ninguém é tão elogiado assim por tanta gente conceituda à toa.

  15. Bom, Kaissor, Paul Lewis ainda é um mistério pra mim. Mas já faz muito tempo que o “clamor” mundial não me serve muito como base para eleger um intérprete como realmente bom. Exemplos há aos montes, desde nosso Antônio Meneses até a belíssima mas sem greça Anna Netrebko. Se fosse pela crítica, seria ardoroso apreciador de muita gente que não me diz nada. Com Pollini é quase assim. Espero que seja diferente com Lewis. Kovacevich é mesmo fantástico, de pleno acordo. Poderiam aparecer algumas gravações dele por aqui, não?

  16. Eu tenho a integral dele,Kovacevich, nas Sonatas de Beethoven , mas realmente sou analfa em informática e assim….gostaria muito de poder ajudar, mas não sei como.

  17. Amigo:
    Por favor sólo hablemos de música y no de política.
    Arrau se fue a USA por la poca actividad artística de Chile, no por política.
    Antes de vivir en USA vivió en Alemania y para poder trabajar en los ’30 debió afiliarse al partido nacionalsocialista (nazi) muy feliz.

    Saudos
    Eduardo

  18. Ya bajé este primer volumen de las sonatas de Beethoven por Arrau, creo que es incalculable el aporte hecho al arte con esta colección, considero a Arrau, junto con Richter, uno de los mejores pianista de la segunda mitad del siglo XX, y es un material que hace tiempo buscaba, desde ya muchas gracias, iré por más muy pronto.
    Saludos
    Arnoldo

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