.: interlúdio :.

A carreira de Mingus foi tão prolífica quanto polêmica. “The Underdog”, não raramente, saía a socos com os músicos nas sessões de gravação – ou mesmo no palco. Dos gênios do jazz moderno, talvez tenha sido o que pagou mais caro pelo dom. A personalidade difícil, de altos períodos criativos alternados à depressões infrutíferas – passando por comunicações com Deus e lutas raciais – não impediu que fosse um compositor e arranjador único, ambicioso e visionário.

Mingus trabalhava suas bandas não só baseado na técnica dos músicos, mas também em suas personalidades; partia de um princípio humano para as jam sessions e freqüentemente escalava desconhecidos ou iniciantes. Do amálgama, trabalhava composições onde mesclava suas referências – Ellington, as big bands de New Orleans – ao bop, criando um tipo de jazz inovador, aberto, flertando com o atonal e cimentando o free jazz com quase uma década de antecedência.

O primeiro vôo alto de Mingus – onde ele pôde realizar um trabalho onde teve total domínio – foi Pithecantropus Erectus, de 1956. A faixa-título, considerada um marco do jazz, pretende contar a evolução e o declínio do homem; num dos riffs mais silentes e marcantes do estilo, evoluem solos ousados, harmônicos e desencontrados, num equilíbrio poucas vezes ouvido. O riff, aliás, era uma das poucas coisas que Mingus tinha em mente ao chegar no estúdio, além de alguma idéia para as progressões. O resto, como de fato é o homem, saiu de improviso. Mingus, um baixista generoso, cria uma verdadeira cama onde os solistas se deitam e sonham e assim é “A Foggy Day (In San Francisco)”, tema londrino e melancólico dos Gershwein transformado em upbeat parade (com direito a “city sounds” – apitos, estrilos, buzinas produzidos nos instrumentos musicais – a interferir na canção. “Profile of Jackie” é a balada curta; um lamento tranqüilo em camadas de freqüência bastante distintas, onde sobressai-se o talento do baixista sobre o compositor. No fecho, a extensa “Love Chant” traz uma linha de piano hipnótica e majestosamente modal, composta por Mingus e executada com o suingue de Waldron, progredindo em ritmo e melodia; o objetivo confesso do autor era criar poemas jazzísticos, e de fato seus temas são altamente visuais. A atonalidade é usada como o caos interfere no andamento da vida. A arte de Mingus sempre foi a de elevar a narrativa humana usando a música.

De todos os grandes do jazz, Mingus é de verve mais complexa e cheia de idiossincrasias. Pithecantropus Erectus é um ótimo começo para recém-chegados e o deleite de sempre para velhos conhecidos. Rip em 320kbps; todos os timbres estão aí, vocês vão notar de cara.

Minguspith200 Charles Mingus – Pithecantropus Erectus (320)
Charles Mingus: bass
Jackie McLean: alto saxophone
J.R. Monterose: tenor saxophone
Mal Waldron: piano
Willie Jones: drums

Produzido por Nesuhi Ertegun para a Atlantic

download AQUI – 83 mB
01 Pithecanthropus Erectus – 10’36
02 A Foggy Day (G. Gershwin, I. Gershwin) – 7’50
03 Profile of Jackie – 3’11
04 Love Chant – 14’59

Boa audição!
Blue Dog

Maurice Ravel (1875-1937) – Ma Mère l´Oye, Une Barque sur l´océan, Alborada del Gracioso, Rapsodie espagnole, Boléro

Capa+recortada

Continuemos com os franceses, portanto. Em sua postagem anterior, nossa querida Clara Schumann optou por um Debussy nas mãos de Baremboim, num período em que este regente fez um belo trabalho frente à Orquestra de Paris.

FDP infelizmente deu de presente as versão do famigerado “Bolero”, de Ravel, na interpretação do mesmo Baremboim, frente à mesma orquestra. Dentre as inúmeras versões que ouviu dessa obra, essa versão foi a que mais lhe satisfez. O andamento conseguido pelo argentino foi o que mais lhe agradou, nem muito lento, nem muito rápido.

Eis que, em certa viagem feita a São Paulo já há alguns anos, encontrou em promoção esse maravilhoso cd, onde o grande Pierre Boulez interpreta Ravel, frente à Filarmônica de Berlim. Um francês regendo um francês, sim, era o que procurava, mesmo que estivesse frente à poderosa Filarmônica de Berlim. Nestes momentos é que podemos ver a versatilidade desta orquestra. Reconheço que a versão que Karajan fez desse mesmo Bolero frente à esta mesma orquestra não me satisfez nem um pouco. Achei-a um tanto pesada. Enfim, questão de gosto.

Serei um pouco mais generoso nessa postagem. Vou colocar junto o libreto em formato .pdf, com artigo bem elucidativo, claro, com a qualidade tradicional da Deutsche Grammophon. Com a famigerada capa, é claro…

Maurice Ravel (1875-1937) – Ma Mére l´Oye, Une Barque sur l´océan, Alborada del Gracioso, Rapsodie Espagnole, Boléro

01 – Ma Mére l´Oye – Prelude- Très lent

02 -Ma Mére l´Oye -Danse du rouet et scène- Allegro

03 -Ma Mére l´Oye -Pavane de la belle au bois dormant- Mouvement de Valse modéré

04 -Ma Mére l´Oye -Les entretiens de la Belle et la Bête- Mouvement de Valse modéré

05 -Ma Mére l´Oye -Petit Poucet- Très modéré

06 -Ma Mére l´Oye -Interlude

07 -Ma Mére l´Oye -Très Modé

08 – Ma Mére l´Oye – Apothése- Le jardin féerique- Lent et grave

09 – Une Barque sur L´océan – Très souple de rythme

10 – Alborada del Gracioso – assez vif

11 – Rapsodie espagnole – Prelude à la nuit- Très modéré

12 – Rapsodie espagnole – Malagneña- Assez vif

13 – Rapsodie espagnole – Habanera- Assez lent et d’un rythme las

14 – Rapsodie espagnole – Assez animé

15 – Boléro – Tempo di Bolero moderato assai

CD – BAIXE AQUI
LIBRETO – BAIXE AQUI

Johannes Brahms (1833-1897) – Complete Chamber Music – (CD 7 de 11) – Piano Quartet in A Major, op. 26, e Piano Trio nº 4, in A Major, Op. phost.

Volto às obras de câmera de Brahms, depois de alguns meses. Curiosamente, descobri que estou sem o cd 6 desta integral da Philips, ou emprestei para algum amigo da onça que nunca devolveu, ou ele se perdeu nas brumas do passado. Mas vou compensar, trazendo algumas gravações que possuo da integral da DG.
Bem, sei que o Quarteto op. 26 já foi postado, mas como pretendia dar seqüência à serie, resolvi postar novamente. E junto à ele, teremos um trio póstumo.
A interpretação, como de praxe nessa série da Phillips, está a cargo do Beaux Arts Trio.

Johannes Brahms (1833-1897) – Piano Quartet in A Major, op. 26, e Piano Trio nº 4, in A Major, Op. phost.

Piano Quartet No. 2 in A major, Op. 26 – I. Allegro non troppo
Piano Quartet No. 2 in A major, Op. 26 – II. Poco adagio
Piano Quartet No. 2 in A major, Op. 26 – III. Scherzo. Poco allegro
Piano Quartet No. 2 in A major, Op. 26 – IV. Finale. Allegro
Piano Trio No. 4 in A major, Op Posth. – I. Moderato
Piano Trio No. 4 in A major, Op Posth. – II. Vivace
Piano Trio No. 4 in A major, Op Posth. – III. Lento
Piano Trio No. 4 in A major, Op Posth. – IV. Presto

Beaux Arts Trio
Walter Tampler – viola

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Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Sinfonia Nº 5 e Sinfonia de Câmara

Hoje, dia 25, faz 101 anos que Shostakovich nasceu. P.Q.P. Bach lembrou e homenageia o mais humano dos compositores. Utilizamos versões clássicas um CD de versões clássicas a cargo de Leonard Bernstein e de Rudolf Barshai.

Sinfonia Nº 5, Op. 47 (1937)

Porta de entrada mais utilizada para Shostakovich, a Sinfonia N° 5 é sua obra mais popular. Recebeu incontáveis gravações e não é para menos. O público costuma torcer o nariz para obras mais modernas e aqui o compositor retorna no tempo para compor uma grande sinfonia ao estilo do século XIX. Sim, é em ré menor e possui quatro movimentos, tendo bem no meio um scherzo (o Alegretto) composto por um Haydn mais parrudo. Mesmo para os aficcionados, é uma obra apetitosa, por transformar a linguagem do compositor em algo mais sonhador do que o habitual. Foi a primeira sinfonia de Shostakovich que ouvi. Meu pai a trouxe dizendo que era uma sinfonia muito melhor que as de Prokofiev, exceção feita à Nº 1, Clássica, que ele, outro clássico, amava. Alguns consideram a quinta uma grande paródia; eu a vejo como uma homenagem ao glorioso passado sinfônico do século anterior. A abertura e a coda do último movimento (Allegro non troppo) costuma aparecer, com boa freqüência, em programas de rádio que se querem sérios e influentes…

Chamber Symphony

Sim, sim, não me culpem. É a quinta vez que publicamos esta pequena sinfonia de câmara, na verdade um arranjo do extraordinário Quarteto Nº 8 de Shosta. O que posso fazer se tal obra tornou-se a sobremesa padrão de muitos CDs? É uma iguaria triste, com um estranho gosto de morte, mas bela, muito bela. Houve uma postagem de três versões muito diferentes entre si num só arquivo (lembram?) e depois ela retornou naquele CD funéreo que também apresentava A Morte e a Donzela de Schubert. É grande música, vale a pena ouvir e reouvir.

P.Q.P. Bach.

1. Symphony no 5 in D minor, Op. 47: Moderato
2. Symphony no 5 in D minor, Op. 47: Allegretto
3. Symphony no 5 in D minor, Op. 47: Largo
4. Symphony no 5 in D minor, Op. 47: Allegro non troppo

Composer: Dmitri Shostakovich (1906 – 1975)
Period: 20th Century
Form / Genre: Symphony
Written: 1937
Country: USSR
Recorded: 07/1979
Studio / Live: Live
Venue: Bunka Kaikan, Tokyo, Japan
Conductor – Ensemble: Bernstein, Leonard – New York Philharmonic

5. Chamber Symphony in C minor, Op. 110a: Largo
6. Chamber Symphony in C minor, Op. 110a: Allegro molto
7. Chamber Symphony in C minor, Op. 110a: Allegretto
8. Chamber Symphony in C minor, Op. 110a: Largo
9. Chamber Symphony in C minor, Op. 110a: Largo

Composer: Dmitri Shostakovich (1906 – 1975)
Period: 20th Century
Form / Genre: Symphony
Written: 1960
Country: USSR
Recorded: 11/1995
Studio / Live: Studio
Venue: Concert Hall, Art Tower Mito, Japan
Conductor – Ensemble: Barshai, Rudolf – Mito Chamber Orchestra
This work is Rudolf Barshai’s 1960 arrangement of Shostakovich’s String Quartet No. 8.

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Giuseppe Tartini (1692 – 1770) – Il Trillo del Diavolo e outras peças

Num CD de uma das novas estrelas do barroco especialista em instrumentos originais – o violinista Andrew Manze – trazemos a famosa Devil`s Sonata ou a Sonata Il Trillo del Diavolo de Giuseppe Tartini. O curioso desta excelente gravação é que Manze a interpreta, assim como às outras obras de Tartini que constam no neste CD da Harmonia Mundi France, em versão solo.

Tal postura não é nada diabólica, nem do outro mundo. Afinal, o próprio Tartini escreveu:

“Em minhas pequenas sonatas às vezes utilizo o baixo contínuo apenas per cerimonia. O correto é tocá-las sem o baixo contínuo.”

Mas o habitual é ouvir-se a Sonata acompanhada – até ostensivamente! – por cravo ou viola da gamba mais cravo ou por piano.

A seguir, em itálico, deixo uma notícia biográfica de Tartini retirada daqui.

Giuseppe Tartini nasceu em Pirano d’Istria (Itália) a 8 de abril de 1692. Muito cedo recebeu as primeiras lições de música e violino. Mas até os vinte anos pouco se interessou pela arte, dedicando-se ao estudo de direito na universidade de Pádua. Sua vida de jovem aristocrata sofreu brusca mudança ao casar-se secretamente com a sobrinha de um cardeal, o que lhe valeu ordem de prisão. Disfarçado de frade, Tartini conseguiu evadir-se, encontrando refúgio no convento dos franciscanos de Assis.

Perdoado pelo cardeal, Tartini voltou em Pádua à companhia da esposa, iniciando então a carreira de concertista. O sucesso enorme atraiu-lhe inúmeros discípulos de vários países, fundando ele uma escola de violino em Pádua (1728), logo denominada Escola das Nações. Adquiriu grande reputação como virtuoso e professor, onde teve Nardini com aluno. Tartini morreu em Pádua a 26 de fevereiro de 1770.

Durante o seu retiro, Tartini entregou-se intensamente ao estudo do violino, inclusive pesquisando novas possibilidades sonoras do instrumento. Ao mesmo tempo dedicado à composição, escreveu a célebre Sonata n.º 2 Op. 1 – Trilos do Diabo, cujo apelido provém do espantoso encadeamento de trilos no terceiro movimento. Segundo depoimento que o compositor fez a Lalande – e que este reproduziu durante a sua Viagem à Itália (1790) – a realização dessa sonata teria sido sugerida em sonho pelo próprio demônio. Até hoje a obra permanece como “peça de resistência” no repertório dos virtuoses.

Seu devotamento ao ensino resultou na feitura de trabalhos didáticos, entre os quais o Tratado de música segundo a verdadeira ciência da harmonia (1754). Além de ser o maior violinista do século XVIII, Tartini distingui-se como compositor responsável pela evolução do concerto e da sonata. São as sonatas que mais lhe valem a dupla glória de intérprete e criador. Entre elas se destacam a Sonata n.º 11 em sol menor Op. 11 – Didone, a Sonata n.º 1 em si bemol maior Op. 6 – Imperador, além da já mencionada Sonata n.º 2 Op. 1 – Trilos do diabo. Também são notáveis as Variações sobre um tema de Corelli.

P.Q.P. Bach, de volta.

1. La Sonata del Diavolo in G Minor – Largo
2. La Sonata del Diavolo in G Minor – Allegro
3. La Sonata del Diavolo in G Minor – Andante, Allegro, Adagio

4. L’arte del Arco – Theme & variation 1
5. L’arte del Arco – Variations 2 & 4
6. L’arte del Arco – Variations 9, 15, & 12
7. L’arte del Arco – Variatios 10 & 20
8. L’arte del Arco – Variation 29
9. L’arte del Arco – Variation 30
10. L’arte del Arco – Variation 33
11. L’arte del Arco – Variation 34
12. L’arte del Arco – Variation 23
13. L’arte del Arco – Variation 38

14. Sonata in A minor – Cantabile
15. Sonata in A minor – Allegro
16. Sonata in A minor – Andante
17. Sonata in A minor – Giga
18. Sonata in A minor – Aria (with variations)
19. Sonata in A minor – Variation 1
20. Sonata in A minor – Variation 2
21. Sonata in A minor – Variation 3
22. Sonata in A minor – Variation 4
23. Sonata in A minor – Variation 5

24. Pastorale for violin in scordatura – Grave
25. Pastorale for violin in scordatura – Allegro
26. Pastorale for violin in scordatura – Largo, Presto, Andante

Andrew Manze. violino solo

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Antonin Dvorak (1841-1904) – Violin Concerto in A Minor, op. 53, Edward Elgar, Violin Sonata in E Minor, op. 82

Esta postagem é uma pequena provocação para meu irmão PQP Bach, que admite não nutrir muitos amores por Antonin Dvorak. Fiz um desafio à ele, então: ouvir com atenção esse concerto para violino. Creio que após essa audição, ele irá rever seu conceito sobre este magnífico compositor.
A provocação também diz respeito ao mais venerado violinista da atualidade, Maxim Vengerov. Alguns críticos o comparam até a David Oistrakh (um pouco exagerada esta comparação). PQP Bach já confessou inúmeras vezes sua veneração a este genial, e ainda jovem, violinista… e sua interpretação deste concerto beira as raias da perfeição. Portanto, deixemos que Vengerov se encarregue desta missão, a saber, fazer com que PQP venha a se interessar mais por esse compositor único. Assim, ele poderá encarar as sinfonias que virão por aí…
Juntamente com o concerto, Vengerov interpreta uma belíssima e sensível sonata para violino de Edward Elgar.

Antonin Dvorak – Violin Concerto in A Minor, op. 53

1 – Allegro ma non troppo
2- Adagio ma non troppo
3 – Allegro giocoso, ma non troppo

Maxim Vengerov – violino
New York Philarmonic Orchestra
Kurt Masur – Conductor

Edward Elgar – Sonata for violin & piano in E minor, Op. 82

4 – Allegro
5 – Andante
6 – Allegro non troppo

Maxim Vengerov – Violino
Revital Chachamov – Piano

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Camargo Guarnieri (1907-1993) – Concertos Nros. 3 e 4 para Piano e Orquestra

Antes de retirar-se por uns dez dias, P.Q.P. Bach deixa vocês com um CD de música brasileira da melhor qualidade. Estas gravações realizadas em 1969 e 1974 na Sala Cecília Meireles dão um panorama claro de qualidade da obra do paulista Mozart Camargo Guarnieri.

A obra musical de Camargo Guarnieri – importante compositor de nossa corrente nacionalista – é formada por mais de setecentas obras e ele é o segundo erudito brasileiro mais executado no mundo, superado apenas por Villa-Lobos.

Seu centenário, ocorrido a 1º de fevereiro deste ano foi esquecido e as homenagens, mesmo as de artistas brasileiros, quase inexistentes. Uma série de concertos em Brasília e pouca coisa em São Paulo. Enquanto isso, no exterior, a Naxos dedica-se cada vez mais a gravar seus concertos, sinfonias e suítes. Nada que me surpreenda. Quando vierem artistas estrangeiros interpretarem para nós Camargo Guarnieri, talvez o vejamos com maior consideração; afinal alguns latino-americanos parecem precisar que seus bens culturais sejam antes avalizados fora do país. Não é nosso caso. Então, fazemos aqui nossa homenagem ao grande amigo de Mario de Andrade e filho do imigrante Miguel Guarnieri, que batizava seus filhos com o nome de grandes músicos.

Concertos Nros. 3 e 4 para Piano e Orquestra

01. Concerto n° 4 para Piano e Orquestra – Resoluto
02. Concerto n° 4 para Piano e Orquestra – Profundamente triste – Vivo – Profundamente triste
03. Concerto n° 4 para Piano e Orquestra – Rápido

04. Concerto n° 3 para Piano e Orquestra – Allegro deciso -magoado
05. Concerto n° 3 para Piano e Orquestra – Festivo

Piano, Laís de Souza Brasil
Camargo Guarnieri, regência
Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio MEC

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Anton Bruckner (1824-1896) – Integral das Sinfonias – Sinfonia Nro. 4 – “Romântica”

A partir daqui teremos uma sucessão de grandes sinfonias, talvez a maior delas.

O livro História da Música Ocidental – um enorme calhamaço de mais de 1000 páginas –, de Jean e Brigitte Massin, divide as sinfonias de Bruckner em 3 períodos:

– As sinfonias de 00, 0, 1, 2 e 3 seriam as trágicas;
– As sinfonias de 4, 5 e 6 seriam as românticas (apesar de que a Quinta é conhecida também como “Católica”);
– e da sétima em diante seriam as espirituais ou de inspiração religiosa.

Estou ouvindo cada sinfonia antes de postá-las aqui e, apesar de minha má vontade, acabei me dobrando à classificação proposta pelo livro. É chocante a diferença que há entre a terceira e esta quarta sinfonia, a primeira das obras-primas de Bruckner e a mais fácil porta de entrada para seu mundo.

Fiquei na dúvida sobre a versão que postaria, ouvi várias vezes cada uma delas. Descartei de cara Jochum, prefiro-o na oitava e nas Missas, encantei-me com a incrível sonoridade da gravação de 1965 da Orquestra do Concertgebouw de Amsterdan com Bernard Haitink (1929) e pela extraordinária interpretação registrada ao vivo nos anos 90, tendo como protagonista o grande e quase desconhecido no Brasil Günter Wand (1912-2002) que, por sinal, gravou várias sinfonias de Bruckner que estão disponíveis em DVD. Entre a força interpretativa do bem humorado velhinho Wand e o som da orquestra de Haitink fiquei… com os dois.

Um conselho? Baixem as duas versões e comparem!

Vamos lá, então.

P.Q.P. Bach.

Sinfonia Nº 4 em mi bemol maior “Romântica”, de Anton Bruckner.

1. Bewegt, nicht zu schnell
2. Andante quasi Allegretto
3. Scherzo. Bewegt Trio. Nicht zu schnell, keinesfalls schleppend
4. Finale. Bewegt, doch nicht zu schell

Primeira alternativa:
NDR Sinfonieorchester (Live Recording)
Reg.: Günter Wand

BAIXE O WAND AQUI – DOWNLOAD WAND HERE

Segunda alternativa:
Royal Concertgebouw Orchestra
Reg.: Bernard Haitink

BAIXE O HAITINK AQUI – DOWNLOAD HAITINK HERE

Franz Joseph Haydn (1732-1809) – Symphonies 90, in C, e 93, in D

Bruggen
FDP volta ás sinfonias de Haydn. Desta vez, são as sinfonias de nº 90 e de nº93. A interpretação desta vez está a cargo de Fanz Brüggen e sua Orchestre of the 18th Century, também especializada em interpretações com instrumentos originais.
Enjoy it.

Symphony nº 90 in C

1 – Adagio – Allegro Assai
2 – Andante
3 – Menuet
4 – Finale (Allegro assai)

Symphony nº 93 in D

1 – Adagio – Allegro assai
2 – Largo cantabile
3 – Menuetto (Allegro)
4 – Finale (Presto ma non troppo)

Orchestre of the 18th Century
Frans Brüggen

BAIXE AQUI

Sergei Prokofiev (1891-1953) – Concertos para Violino Nº 1 e 2 – Sonata para Violino Solo

Este é um CD lindíssimo que eu volto a postar pela simples razão de que nossa primeira versão, postada por F.D.P. Bach – e com o grande Oistrakh! -, não tinha divisões de faixas (movimentos). Acontece nas melhores famílias, como a nossa.

Esta gravação de Tedi Papavrami não fica muito atrás e nos dá a liberdade de, por exemplo, ir diretamente ao segundo movimento do segundo concerto, uma maravilha de 10 minutos que deveria ser mais conhecida.

P.Q.P. Bach.

PROKOFIEV: Violin Concertos Nos. 1 and 2 / Sonata in D Major

Violin Concerto No. 1 in D major, Op. 19
Tedi Papavrami, violin
Performed by: Polish National Radio Symphony Orchestra
Conducted by: Antoni Wit
I. Andantino: Andante assai 09:32
II. Scherzo: Vivacissimo 03:55
III. Moderato – Allegro moderato – Moderato – Piu tranquillo 08:58

Violin Concerto No. 2 in G minor, Op. 63
Tedi Papavrami, violin
Performed by: Polish National Radio Symphony Orchestra
Conducted by: Antoni Wit
I. Allegro Moderato 10:30
II. Andante assai – Allegretto – Andante assai 10:04
III. Allegro, ben marcato 06:31

Violin Sonata in D major, Op. 115
Tedi Papavrami, violin
I. Moderato 04:38
II. Theme and Variations: Andante dolce 03:12
III. Con brio – Allegro precipitato 04:16

Total Playing Time: 01:01:36

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Johann Sebastian Mastropiero (? – ?) – Obras de diversos períodos com Les Luthiers

Mastropiero é sem dúvida um dos compositores que motivam maiores polêmicas entre os musicólogos. Por exemplo, diversos autores divergem em sua data de nascimento. Seria um 7 de fevereiro, mas não concordam quanto a ano nem século. Do mesmo modo, há vários países que disputam sua nacionalidade. Tampouco se conhece a data de sua morte. Nem se esta verdadeiramente ocorreu.

Há também controvérsias sobre seu nome, pois ele também foi conhecido por Peter Illich, Wolfgang Amadeus, etc. A grande dispersão de dados biográficos sobre o mestre e as grandes lacunas existentes acerca de determinados períodos de sua vida, fazem com que seja muito difícil escrever uma biografia minimamente completa.

Há 40 anos, o grupo argentino Les Luthiers dedica-se quase que com exclusividade à obra de Mastropiero. P.Q.P. Bach faz aqui um apanhado de onze obras mastropieranas, com destaque para as obras-primas Voglio entrare per la finestra, uma imensa ária para tenor, coro e orquestra e para a originalíssima e monumental Cantata Laxaton, dedicada a um produto medicinal ao qual o compositor estava especialmente agradecido. Há também a Vals del segundo e outras peças famosíssimas como El Rey Enamorado e Gloria hosana, that`s the question.

P.Q.P. Bach aproveita para avisar seus leitores/ouvintes que estará ausente entre os dias 15 e 23 de setembro pois irá a Buenos Aires com a finalidade de assistir ao espetáculo de comemoração dos 40 anos do Les Luthiers, entre outras cositas, claro.

Para quem não conhece o Les Luthiers, vejam aqui como não sabemos nada sobre nossos vizinhos. Os caras são pouco famosos…

Mais detalhes aqui, aqui ou com a Condessa Shortshot.

Coletânea de Mastropiero montada por P.Q.P. Bach, que os ouve há mais de 30 anos:

1. Voglio entrare per la finestra
2. Gloria hosana, that`s the question
3. Concierto grosso alla rustica
4. Quinteto de vientos
5. El Rey enamorado (*)
6. Vals del segundo
7. Payada de la vaca
8. Romanza escocesa sin palabras
9. El asesino misterioso
10. Una canción regia
11. Cantata Laxaton

(*) Que dedico à Meg.

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Gustav Mahler (1860-1911) – Sinfonia Nº 8 “Sinfonia dos Mil”

Mahler não gostava que chamassem sua oitava sinfonia de “Sinfonia dos MIl”, mas não é nenhum absurdo. Para ser executada, ela precisa de um contingente apenas 4 vezes menor do que o número de soldados americanos mortos no Iraque e é bom que o palco esteja mais firme que o governo Bush.

É uma obra mais impressionante do que bela e nem é bem uma sinfonia, mas uma gigantesca cantata. Sua execução exige, entre orquestra e coro, mais de mil figuras. Servem como textos o hino Veni creator spiritus e o coro final da segunda parte do Fausto de Goethe. Nem todos acham que o resultado justifica os colossais recursos exigidos. Dentre estes estou eu, P.Q.P. Bach.

O que me interessa nesta sinfonia é a rica polifonia empregada, um tributo a meu pai e às estruturas criadas por ele. Abaixo, em itálico, copiado daqui, está o detalhamento do exército empregado.

SINFONIA No.8
(para 8 solistas – 3 sopranos, 2 contraltos, tenor, barítono e baixo – 2 coros mistos, coro infantil, órgão e orquestra)
Apelido: ‘Dos Mil’
Tonalidade principal: Mi bemol Maior
Composição: 1906-1907
Revisão: não houve
Estréia: Munique, 12 de setembro de 1910 (solistas: Gertrud Förstel, Marta Winternitz-Dorda, Irma Koboth, Otillie Meyzger, Tilly Koenen, Felix Senius, Nicolo Geisse-Winkel, Richard Mayr. Leipzig Riedelverein, Viena Singverein, Coro Infantil da Escola Central de Munique, Orquestra do festival, regência de Mahler)
1a.Publicação: 1911 (Viena, Universal Editions)
Instrumentação:
2 piccolos
4 flautas
4 oboés
Corne-Inglês
Clarinete em Mib
3 clarinetes em Sib e La
Clarone
4 fagotes
Contrafagote
8 trompas
8 trompetes (4 fora do palco)
7 trombones (3 fora do palco)
Tuba
Tímpanos
Triângulo
3 pares de pratos
Bombo
Tam-Tam
Sinos grandes
Glockenspiel
Celesta
Piano
Harmônica
Órgão
2 harpas
Mandolim
Quinteto de cordas (violinos I, II, violas, cellos e baixos com corda C grave)
Soprano I (Magna Peccatrix)
Soprano II (Una poenitentium)
Soprano III (Mater Gloriosa)
Contralto I (Mulier samaritana)
Contralto II (Maria Aegyptiaca)
Tenor (Doctor Marianus)
Barítono (Pater ecstaticus)
Baixo (Pater profundus)
Coro infantil
Coro Misto SCTB I
Coro Misto SCTB II

Duração: aprox. 85-90 minutos

Movimentos:
I- Hymnus: Veni, Creator Spiritus
II- Final scene from Goethe’s ‘Faust’ part II

Texto:
1) ‘Veni, creator spiritus’, atribuído ao monge medieval Hrabanus Maurus
2) Cena final do Segundo Fausto de Goethe

Programa:
É um dos mais interessantes de Mahler, uma sinfonia muito significativa em termos filosóficos e espirituais para o compositor. O primeiro movimento é um hino medieval que evoca o espírito criador, e o segundo movimento é a redenção humana através do Amor cristão, que Mahler achou, muito propriamente, nas palavras de Goethe.

Comentários:
O subtítulo ‘Dos Mil’ foi colocado contra a vontade de Mahler, por razões comerciais, já que sua estréia realmente contava com um contingente instrumental de 1023 músicos. É a única sinfonia de Mahler inteiramente cantada, como uma grande cantata sinfônica, e que transparece um grande otimismo espiritual em seus únicos 2 movimentos. No último, entretanto, há subdivisões que indicam certa ordenação próxima à forma-sonata, ainda que bastante diluída. Somente o primeiro movimento e o final do segundo (o maior de Mahler, de aprox. 50 minutos) contém grandes efeitos de massa dignos da enorme instrumentação exigida, o que lhe valeram severas críticas e também raras execuções, apesar de poder ser executada com metade deste número (na estréia a orquestra e o coro estavam duplicados).

Gosto muito dos regentes russos (ou soviéticos). São exatos, rigorosos e é difícil superá-los quando está presente a polifonia que se faz ouvir aqui. Dentre as gravações modernas, as de Bernstein e de Solti são normalmente as mais elogiadas, mas quando procurei por gravações de Kondrashin (1914-1981), Mravinsky (1903-1988) e Svetlanov (1928-2002), encantei-me pela do último realizada em 1994 por obra e graça da Harmonia Mundi France.

P.Q.P. Bach.

Composer: Gustav Mahler
Regente: Evgeny Svetlanov
Regente do Coro: Viktor Popov
Coro e Orchestra da Russian State Symphony Orchestra

Disc: 1
1. Sym No.8 in E flat: Part I. Hymnus ‘Veni, Creator Spiritus’: Allegro Impetuoso

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Disc: 2
1. Sym No.8 in E flat: Part II. Scene Finale Du ‘Faust II’ De Goethe: Poco Adagio/Piu Mosso

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Nikolai Andreyevich Rimsky-Korsakov (1844-1908) – Sherazade e Capricho Espanhol

Grande compositor e notável orquestrador, Rimsky-Korsakov foi o principal membro do Grupo dos Cinco (os outros eram Mily Balakirev, Aleksandr Borodin, Césa Cui e Modest Mussorgsky), que buscava a produção de música autenticamente russa. Ele possuía uma certa queda por utilizar temas de contos de fada e isto, aliada a sua habilidade orquestral, nos deu obras de peculiar colorido sonoro. Gosto demais das obras deste CD. Fico devendo A Grande Páscoa Russa.

P.Q.P. Bach.

Scheherazade, symphonic suite for orchestra, Op. 35
Composed by Nikolay Andreyevich Rimsky-Korsakov

1. Scheherezade – Symphonic Suite, Op.35: The Sea and Sinbad’s Ship
2. Scheherezade – Symphonic Suite, Op.35: The Story of the Kalandar Prince
3. Scheherezade – Symphonic Suite, Op.35: The Young Prince and Princess
4. Scheherezade – Symphonic Suite, Op.35: The Festival of Bagdad – The Sea – The Ship goes to pieces on a rock summounted by a bronze warrior

Capriccio espagñol (Kaprichchio na ispankskiye temï), for orchestra, Op. 34
Composed by Nikolay Andreyevich Rimsky-Korsakov

5. Capriccio espagnol, Op. 34: Alborada
6. Capriccio espagnol, Op. 34: Variazioni
7. Capriccio espagnol, Op. 34: Alborada
8. Capriccio Espagnol, Op. 34: Scena e canto gitano
9. Capriccio Espagnol, Op. 34: Fandango asturiano

Performed by Royal Philharmonic Orchestra
Conducted by Barry Wordsworth

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.: interlúdio :.

John Scofield é um guitarrista de respeito – pavimentou sua carreira ao longo dos anos 70 tocando nos grupos de Mingus, Davis e Gary Burton. Bancado como talento de primeira linha pela Blue Note, gravou discos memoráveis como compositor no início dos 90 – entre eles, esta colaboração com a referência do assunto, Pat Metheny. Jazz contemporâneo de altíssima qualidade, raro e brilhante encontro complementar de talentos, inspirações e objetivos diferentes.Neste disco, gravado em dezembro de 1993, apenas composições próprias; os dois artistas se dividem em temais mais aveludados e etéreos (especialidades de Metheny) e blues de travo fusion, o estilo sofisticadamente cru de Scofield e suas composições quebradas, hard-bop. De um jeito ou de outro, uma jam brilhante e de muitas tonalidades – sem falar de riffs absolutamente cativantes e que persistem na memória (como na relaxante “No Matter What”, em quase-valsa na inebriante “S.C.O” – a preferida deste cão – ou em “You Speak My Language”, chiclete upbeat). Use seus fones e aproveite a competentíssima mixagem para ‘ver’ os músicos improvisando – Scofield fica na canal esquerdo, Metheny no direito. Ao centro, o baixo do colaborador de longa data de Scofield, o competente e discreto Steve Swallows, e a bateria classuda e extremamente bem colocada de Bill Stewart, um dos mais brilhantes da atualidade.

Image MiniJohn Scofield & Pat Metheny – I Can See Your House From Here (ogg VBR)

John Scofield: electric & steel-string acoustic guitar
Pat Metheny: electric & nylon-string acoustic guitar, guitar synthesizer
Steve Swallow: acoustic & electric bass
Bill Stewart: drums

Produzido por Lee Towsend para a Blue Note Records

download aqui – parte 1 (82mB)parte 2 (62mB)

UPDATE: para quem teve problemas com os arquivos ogg, ei-los em mp3, 192k, 99MB: AQUI

01 I Can See Your House From Here – 7’41
02 The Red One – 4’18
03 No Matter What – 7’09
04 Everybody’s Party – 6’13
05 Message To My Friend – 6’09
06 No Way Jose – 7’15
07 Say The Brother’s Name – 7’16
08 S.C.O. – 4’39
09 Quiet Rising – 5’23
10 You Speak My Language – 6’56

Boa audição! (E aos fãs do estilo, esperem ver Wes Montgomery, evidentemente, e porque não, Duofel, em breve por aqui.)

Blue Dog

Franz Joseph Haydn (1732-1809) – Symphonies 88 in G Major e 89 in F Major

FDP Bach volta à postagem das sinfonias de Haydn. O destaque da vez são as de nº 88 e 89. O regente ainda é o competente Sigiswald Kujiken, mas a orquestra da vez é “La Petite Bande”, conjunto orquestral por ele formado em 1972, especializado em interpretações com instrumentos de época.

Franz Joseph Haydn (1732-1809) – Sinfonias nº 88 in G Major e 89, em F major.

1 Symphonie 88 in G Major – Adagio – Allegro
2 Symphonie 88 in G Major- Largo
3 Symphonie 88 in G Major – Allegretto
4 Symphonie 88 in G Major – Allegro con Spirito
5 Symphonie 89 in F Major – Vivace
6 Symphonie 89 in F Major – Andante com Moto
7 Symphonie 89 in F Major – Menuet
8 Symphonie 89 in F Major – Vivace Assai

La Petite Bande
Sigiswald Kujiken – Director

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