.: interlúdio :.

Falar de Miles Davis é coisa pra vida toda. Então eu saio de fininho e deixo vocês com a certidão de nascimento de um gênero – o cool jazz, um jeito menos apressado, mais suave de fazer o virtuoso bop/hard bop. Três sessões de estúdio (com Gil Evans como arranjador, o que mostrava o caminho escolhido por Davis) nos inícios de 1949 e 1950; de brinde, apresentações ao vivo, radiofonadas – mostrando as músicas em seu pleno desenvolvimento, como uma peça histórica. (“Ladies and gentlemen, let’s give them a big hand for something new in modern jazz”, diz o apresentador.) O som do noneto – com tuba e french horns! – é macio e empolgante, inclusive por contar com composições do inspirado Gerry Mulligan, outra frente do cool jazz. Grupo de vida curta: a novidade, na contramão do mercado e do público (se ouvia bop, com o Charlie Parker de onde vinha Davis), não duraria muito. Mas as gravações – na verdade, uma coleção de 12 lados de 78rpm, só compilados pela primeira vez em 1957 – firmaram a posição de Miles como músico e de primeira linha.

11450528Miles Davis – The Complete Birth of the Cool (128)

Em estúdio:
Miles Davis (trumpet)
Kenny Hagood (vocals)
Lee Konitz (alto saxophone)
Gerry Mulligan (baritone saxophone)
J.J. Johnson, Kai Winding (trombone)
Junior Collins/Sandy Siegelstein/Gunther Schuller (French horn)
Bill Barber (tuba)
John Lewis/Al Haig (piano)
Al McKibbon/Joe Shulman/Nelson Boyd (acoustic bass)
Kenny Clarke/Max Roach (drums)

Ao vivo:
Miles Davis (trumpet)
Kenny Hagood (vocals)
Lee Konitz (alto saxophone)
Gerry Mulligan (baritone saxophone)
Mike Zwerin (trombone)
Junior Collins (French horn)
Bill Barber (tuba)
John Lewis (piano)
Al McKibbon (bass)
Max Roach (drums)

Produzido por Walter Rivers e Pete Rugolo para a Capitol


download AQUI
– 63mb
01 Move (Best) – 2’32
02 Jeru (Mulligan) – 3’11
03 Moon Dreams (MacGregor, Mercer) – 3’18
04 Venus De Milo (Mulligan) – 3’10
05 Budo (Davis, Powell) – 2’33
06 Deception (Davis) – 2’47
07 Godchild (Wallington) – 3’08
08 Boplicity (Henry) – 2’59
09 Rocker (Mulligan) – 3’04
10 Israel (Carisi) – 2’16
11 Rouge (Lewis) – 3’13
12 Darn That Dream (DeLange, Van Heusen) – 3’22
• 04/09/1948 – Royal Roost, NY
13 Birth Of The Cool Theme (live) – 0’17
14 Symphony Sid Announces The Band (live) – 1’02
15 Move (live) – 3’40
16 Why Do I Love You (live) – 3’39
17 Godchild (live) – 5’49
• 18/09/1948 – Royal Roost, NY
18 Symphony Sid Introduction (live) – 0’25
19 S’il Vous Plait (live) – 4’23
20 Moon Dreams (live) – 3’05
21 Budo (live) – 3’24
22 Darn That Dream (live) – 4’23
23 Move (live) – 4’47

Boa audição!

Blue Dog

George Gershwin (1898-1937) – An American in Paris, Rapshody in Blue, Concerto in F

Esta postagem é uma perfeita prova de como o jazz se associa ao que convencionamos chamar de música clássica. E ninguém melhor que George Gershwin para ilustrar esta questão. Exímio compositor de standards da música americana, assim como de obras imprescindíveis no repertório de qualquer músico dos últimos 60 anos, Gershwin se coloca como um catalizador de estilos. Inseriu elementos da música negra norte-americana em suas obras consideradas “clássicas”, como o concerto para piano, em “Rapshody um Blue”, “An American in Paris”, entre diversas outras canções, e em sua ópera “Porgy and Bess”, e as tornou imortais e fundamentais no repertório de diversos instrumentistas, sejam músicos de jazz, como Miles Davis, Louis Armstrong, Duke Ellington, e vou parar por aqui porque esta lista vai longe, além de pianistas, regentes e cantores líricos, como Bernstein, Previn, Ozawa, as irmãs Kátia e Marielle Labeque… enfim, a lista é imensa.

Esta gravação que estou postando foi ripada de um dvd. Trata-se de uma apresentação ao vivo da Filarmônica de Berlim, regida pelo Seiji Ozawa, acompanhada por um trio de jazz. Sim, é isso mesmo. O trio é formado pelo pianista Marcus Roberts, cego de nascença, acompanhado por Jason Marsalis na bateria e Roland Guerin no contrabaixo acústico. O repertório é unicamente dedicado a Gershwin. O improviso é regra de ouro aqui. O trio está perfeitamente sincronizado, e Ozawa se delicia com a performance do trio. Não esqueçamos que o mesmo Ozawa há alguns anos atrás participou de um projeto promovido pelo trompetista Wynton Marsalis, irmão do baterista Jason Marsalis, aliás, esta é uma tradicional família de músicos de jazz, originária da cidade que é considerada o berço deste estilo musical, New Orleans. e que também já gravou diversos cds dedicados a compositores eruditos.

Prestem atenção na versatilidade dos músicos, principalmente do trio de jazz, e como a poderosa Filarmônica de Berlim se rende ao ritmo… claro que não podemos esperar deles a ginga e swing americano dos músicos do trio, mas pode-se ver que antes de tudo, eles se divertem. Sugiro aos que puderem comprar que comprem este dvd. Não irão se arrepender.

CD 1

1 – An American in Paris
2 – Rhapsody in Blue

Marcus Roberts Trio
Marcus Roberts – Piano
Jason Marsalis – Bateria
Roland Guerin – Baixo
Orquestra Filarmônica de Berlim
Seiji Ozawa – Regente

CD 2
Concerto in F
1 – Allegro
2 – Andante con Moto
3 – Allegro agitato

4 – Cole after Midnight
5 – Strike up the Band
6 – I got Rhythm
7 – Berliner Luft

Marcus Roberts Trio
Marcus Roberts – Piano
Jason Marsalis – Bateria
Roland Guerin – Baixo
Orquestra Filarmônica de Berlim
Seiji Ozawa – Regente

CD 1 – BAIXE AQUI

CD 2 – BAIXE AQUI

Sergey Prokofiev – Piano Concertos

FDP Bach confessa: relutou muito em postar esta integral de seu compositor favorito do séc. XX, Prokofiev. Sua relutância se deve ao fato de não ser muito fâ de Vladimir Ashkenazy, mas esta incomodação nem diz respeito a esta gravação específica de Prokofiev, mas sim devido à uma Sonata ao Luar abaixo da crítica, que ouviu certa vez.
Mas este Prokofiev tem seus méritos, entre eles uma bela versão do concerto nº 2, isso FDP tem de reconhecer… mas deixemos de lado essa questão e vamos ao que interessa.

Sergey Prokofiev – Piano Concertos

Disc: 1

1. Piano Concerto No. 1 In D Flat Major, Op. 10: 1. Allegro brioso
2. Piano Concerto No. 1 In D Flat Major, Op. 10: 2. Andante assai-
3. Piano Concerto No. 1 In D Flat Major, Op. 10: 3. Allegro scherzando
4. Piano Concerto No. 4 In B Flat Major, Op. 53: 1. Vivace
5. Piano Concerto No. 4 In B Flat Major, Op. 53: 2. Andante
6. Piano Concerto No. 4 In B Flat Major, Op. 53: 3. Moderato
7. Piano Concerto No. 4 In B Flat Major, Op. 53: 4. Vivace
8. Piaon Concerto No. 5 In G Major, Op. 55: 1. Allegro con brio
9. Piaon Concerto No. 5 In G Major, Op. 55: 2. Moderato ben accentuato
10. Piano Concerto No. 5 In G Major, Op. 55: 3. Toccata: Allegro con fuoco
11. Piano Concerto No. 5 In G Major, Op. 55: 4. Larghetto
12. Piano Concerto No. 5 In G Major, Op. 55: 5. Vivo

Disc: 2
1. Piano Concerto No. 2 In G Minor, Op. 16: 1. Andantino
2. Piano Concerto No. 2 In G Minor, Op. 16: 2. Scherzo: Vivace
3. Piano Concerto No. 2 In G Minor, Op. 16: 3. Intermezzo: Allegro moderato
4. Piano Concerto No. 2 In G Minor, Op. 16: 4. Allegro tempestoso
5. Piano Concerto No. 3 In C Major, Op. 26: 1. Andante — Allegro
6. Piano Concerto No. 3 In C Major, Op. 26: 2. Terna con variazioni
7. Piano Concerto No. 3 In C Major, Op. 26: 3. Allegro, ma non troppo

Vladimir Ashkenazy – piano
Andre Previn – Regente
London Symphony Orchestra

CD 1 – BAIXE AQUI
CD 2 – BAIXE AQUI

Franz Schubert (1797-1828) e Dmitri Shostakovich (1906-1975) – A Morte e a Donzela e Chamber Symphony, Op. 110a (Quarteto Nº 8)

A Salzburg Chamber Soloists é a responsável pelo segundo ou terceiro CD mais baixado deste blog: este aqui. Não chega a surpreender. O programa de Vivaldi e Piazzolla é interessante, combina, e a interpretação da orquestra é cheia de intenções…

O segundo CD que possuo deles também é muito original. O regente Lavard Skou-Larsen, numa gravação ao vivo, faz algo estranho, unindo duas obras aparentemente inconciliáveis. Mas só aparentemente.

O que é estranho? Ele escreve um arranjo para orquestra a partir do quarteto de cordas “A Morte e a Donzela”. Pensando bem, não é tão estranho, pois Mahler, Schoenberg, Berg e outros já fizeram o mesmo. Para completar, usa o arranjo de Rudolf Barschai para o quarteto de Shosta e estamos prontos para o velório.

Schubert escreveu dramaticamente numa carta a um amigo, comentando sobre o quarteto: “Pense numa mulher cuja saúde nega-se a melhorar”. Shostakovich escreveu seu quarteto em três dias (!!!!) de 1960, em Dresden, após ver alguns filmes sobre a destruição na ex-Alemanha Oriental e dedicou-o às vítimas.

São duas obras que levam experiências pessoais com a morte e com grandes aflições a uma perspectiva mais ampla. Em sua paixão e revolta, tratam de situações brutais e inexoráveis e, como se fossem Réquiems, possuem o efeito de uma catarse. (Trad. por mim com muuuita liberdade a partir do encarte do CD.)

Curiosamente, Lavard Skou-Larsen é um portoalegrense. Seu pai tocava na Orquestra Sinfônica de Porto Alegre e ele nasceu em solo brasileiro. Skou-Larsen gravou para a Naxos as Sonatas para Violino e Piano de Camargo Guarnieri.

P.Q.P. Bach.

Franz Schubert
Dmitri Shostakovich
Salzburg Chamber Soloists
Lavard Skou-Larsen

Franz Schubert: String Quartet in d Minor D810 „Death and the Maiden“ (arr. for String Orchestra by Lavard Skou-Larsen) Premiere Recording
1. Allegro
2. Andante con moto
3. Scherzo. Allegro molto – Trio
4. Presto

Dmitry Shostakovich: Chamber Symphony Op. 110a (arr. for String Orchestra by Rudolf Barshai)

5. Largo
6. Allegro molto
7. Allegretto
8. Largo
9. Largo

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Atendendo aos pedidos de nosso clientes

Após longa reunião de 3 minutos no MSN, nosso SAC e a diretoria que ora manda e desmanda neste blog decidiu que os autores do mesmo devem seguir postando apenas o que estão ouvindo no momento, acrescido daquilo que lhes der na telha. Isto não significa que ignoraremos os pedidos, significa que os atenderemos em nosso prazo boêmio, sem maiores responsabilidades. Sim, pode acontecer e é até provável de que nunca os atendamos…

Por exemplo, eu, P.Q.P. Bach, juro que cumprirei minha promessa de publicar todos os quartetos de Beethoven e o Réquiem de Mozart assim que tiver vontade.

Juntos, chegamos à conclusão de que o P.Q.P. Bach não pode tornar-se motivo de preocupação e que será menos ansiogênico na medida em que formos mais esquizofrênicos. Isto aqui é puro fun.

Sendo o que tínhamos a proclamar no momento, despedimo-nos atenciosamente,

A Diretoria.

Uma coisinha bem simples

Na Bravo! deste mês, o polêmico maestro John Neschling é entrevistado:

Bravo!: Você escuta muita música?

John Neschling: Muita, constantemente.

B: Clássico?

JN: Clássico e jazz o tempo todo. Primeiro para ouvir coisas novas, para estar sempre atualizado sobre o que está se fazendo tanto no jazz como na música clássica, e para ouvir interpretações…

Neschling está longe de ser meu oráculo, mas também está distante de ser uma besta.

P.Q.P. Bach

.: interlúdio :.

Se muitas vezes se diz, ao ver um músico de jazz tocando com descontração, que “fulano toca como se estivesse brincando” – é preciso afirmar que ninguém se divertiu mais com sua própria música do que Thelonious Monk. Diz-se dele que tinha predileção em fazer as notas erradas soarem corretas. Monk, o compositor, era uma criança irriquieta: alterações de tempo/ritmo e predileções por harmonias dissonantes fizeram-no fundar e, depois, redescobrir o bebop em uma década.

Monk, o pianista, foi dono de um estilo percussivo e de improvisações surpreendentes e irreverentes. Além disso, não raro em uma jam session Monk terminava seu solo e levantava do piano, dançando em círculos. Embriagado da música. Levando pânico a um trompetista que estivesse desconcentrado.

Monk Corners SeloRejeitado em seus primeiros trabalhos por executar um jazz muito difícil, Monk reconciliou-se com público e crítica no seminal “Brilliant Corners”, gravado entre 17 e 23 de dezembro de 1956. Ao lado de ninguém menos do que Sonny Rollins e cercado pela solidez da cozinha de Max Roach e Oscar Pettiford, Monk registrou não apenas composições geniais – deixou um disco de rara variedade em sons, ritmos e texturas, de onde sairiam 4 standards do jazz. (Sendo que a faixa restante já era um deles.)

Brilliant Corners, faixa de abertura homônima ao disco, é considerada uma das mais difíceis composições do jazz de todos os tempos; levou mais de uma dúzia de takes para ser gravada, e a versão do disco foi editada com três deles. É um bebop swingado, cheio de clareiras melódicas para solos em tempos mutantes; um jazz ousado e que parece uma conversa entre bop e blue. E onde mais do que nunca aparecem os talentos do baixista Pettiford e, principalmente, do baterista Roach, cujo timing impecável permite que Monk angule as notas e o ritmo o quanto quiser sem que haja perda da coesão sonora.

Depois do desafio da primeira música, Monk solta o grupo numa jam longa, relaxada e cheia de groove, com tema blues: Moz Screenshot 4Moz Screenshot 5Ba-lue Bolivar Ba-lues-are. O lado B abre com a balada Pannonica, dedicada à “Baronesa do Bebop”, Nica (Rotschild) de Koenigswarter, amiga de Monk, Charlie Parker e diversos músicos do jazz à época. Nesta faixa Monk toca também celesta – em algumas passagens, junto com o piano.

I Surrender, Dear é o standard reinterpretado pelo grupo. Canção mais convencional do disco, onde Monk explora (à sua forma) camadas harmônicas, sincopando e interferindo no andamento normal. E para o final, outra versão para uma música sua já gravada, Bemsha Swing, que cheira a Gillespie e revisita as big bands – muito em parte pelo uso dos tímpanos na percussão.

Monk CornersThelonious Monk – Brilliant Corners (VBR)

Thelonious Monk: piano; celesta
Sonny Rollins: tenor saxophone
Ernie Henry: alto saxophone (faixas 1-4)
Oscar Pettiford: double bass (faixas 1-4)
Max Roach: drums; timpani
Clark Terry: trumpet (faixa 5)
Paul Chambers: double bass (faixa 5)

Produzido por Orrin Keepnews para a Riverside

download AQUI – 67mB
01 Brilliant Corners (Monk) – 7:42
02 Ba-lue Bolivar Ba-lues-are (Monk) – 13:24
03 Pannonica” (Monk) – 8:50
04 I Surrender, Dear (Barris-Clifford) – 5:25
05 Bemsha Swing (Monk-Best) – 7:42

Boa audição!

Blue Dog

Gustav Mahler (1860-1911) – A Sinfonia Nº 10 Reconstruída

Mahler morreu durante a décima, Beethoven fez nove, Bruckner também, Dvorak idem, Schubert escreveu nove e pimba!, bateu as botas, deixando curiosamente a oitava inacabada… Ou seja, há a maldição do número 10, quem quer chegar lá, morre antes!

Claro que sei que Haydn fez 104; Mozart, 40; Shostakovich, 15, etc. Mas deixemos a maldição como algo real, apenas para efeito dramático. Ah, antes que algum ignaro tente me fazer de vítima, digo que Mozart tem mesmo 40, porque a 37 não existe. Sabiam? Pois é. Ela tinha sido atribuída a Mozart, mas hoje sabe-se que é de autoria de Michael Haydn.

Uma das músicas mais belas que conheço é o Adagio desta Sinfonia. Apenas este movimento da décima foi finalizado por Mahler e ele está aqui em toda sua perfeição, o restante ficou inacabado em manuscritos, mas o inglês Joe Wheeler mergulhou nas 171 páginas da sinfonia e remontou-a… Há outras tentativas, como a do alemão Wollschläger, a do americano Carpenter, a do inglês Cooke e a do italiano Mazzetti. Todas elas são raríssimas de se ouvir em CDs, ficando mais na área acadêmica da musicologia. Wheeler fez seu trabalho entre 1952 e 1966. É a sua quarta e última versão que ouvimos aqui.

A gravação da orquestra polonesa é excelente. Coisa rara, portanto. Enjoy!

P.Q.P. Bach

Sinfonia Nº 10 (Versão de Joe Wheeler, de 1966, editada por Robert Olson)

1. Adagio (26min15)
2. Primeiro Scherzo (12min03)
3. Purgatorio ou Inferno (4min30)
4. Segundo Scherzo (12min15)
5. Finale (23min53)

Orquestra Sinfônica da Rádio Nacional da Polônia
Robert Olson

Tempo Total: 78min59

BAIXE AQUI (Download)

Dmitri Shostakovich (1906-1975) – Sonata para Piano Nº 2 e outras peças para piano solo

Lauro Machado Coelho escreveu 500 páginas sobre Shostakovich – em Shostakóvitch – Vida, Música, Tempo (Ed. Perspectiva, 2006) – e conseguiu não escrever uma linha a respeito desta sonata. Terá sido falha minha? Será que dormi naquela parte? Sei não. É um bom livro para quem quiser uma introdução à música de nosso amigo Shosta.

Otto Maria Carpeaux escreveu Uma Nova História da Música e ignorou um monte de compositores, mas Carpeaux era um diletante em música; na sua História da Literatura Ocidental foi mais memorioso. Acho que Lauro nunca ouviu esta sonata de espetacular terceiro movimento. Talvez o comentarista do encarte do CD tenha razão ao dizer que a culpa é da própria sonata: ela teria saído do repertório por ter sido escrita em 1943 e ser introspectiva, NÃO refletindo a atmosfera da guerra, porém, apesar de admirar o fato de possuirmos uma obra deste porte sobre alguém tão obscuro em nosso país quanto Shosta, acho inadmissível o cara deixar passar uma obra dessas.

O restante do CD é formado por obras menores. Sabidamente, Shosta era um pianista que compôs pouca coisa para quaisquer instrumentos solo, mesmo para o piano; então não há muito mais do que os monumentais 24 Prelúdios e Fugas (já divulgado por este prestigioso blog onde você se encontra) e esta sonata. Mas o restante é divertido. E Konstantin Scherbakov é excelente pianista. É um prazer ouvi-lo.

Ah, os Cinco Prelúdios (excertos) são excelentes. O de nro. 3 é uma linda modernagem.

PQP Bach.

Dmitri Shostakovich

Piano Sonata No. 2 in B minor, Op. 61
1. I. Allegretto 06:54
2. II. Largo 06:01
3. III. Moderato (con moto) – Allegretto con moto – Adagio – Moderato 11:12

Three Pieces (1919-20)
4. No. 1. Minuet 00:50
5. No. 2. Prelude 00:55
6. No. 3. Intermezzo 01:07

A Child’s Exercise Book, Op. 69
7. I. March: in the tempo of a March 00:41
8. II. Valse: in the tempo of a Waltz 00:33
9. III. Sad Tale: Adagio 02:07
10. VI. Merry Tale: Allegro 00:34
11. V. The Bear: Allegretto 00:48
12. VI. Clockwork Doll: Allegretto 00:45
13. VII. Birthday [no tempo indication] 01:12

14. Murzilka 00:49

Five Preludes, Op. 2 (excerpts) (1919-1921)
15. No. 2 in A minor: Allegro moderato e scherzando (Op. 2, No. 5) 02:17
16. No. 3 in G major: Andante (Op. 2, No. 2) 02:17
17. No. 4 in E minor: Allegro moderato 00:55
18. No. 15 in D flat major: Moderato (Op. 2, No. 7 or 8) 01:30
19. No. 18 in F minor: Andantino (Op. 2, No. 6) 01:08

The Limpid Stream, Op. 39 (excerpts) (piano trans. D. Shostakovich)
20. Act I Scene 1: No. 7. Scene and Waltz – Entr’acte: Allegretto 05:56
21. Act I Scene 2: No. 12. Dance of the Milkmaid and the Tractor Driver: Moderato con moto 02:20
22. Act I Scene 2: No. 13. Ballerina’s Waltz: Tempo di valse 02:56
23. Act II Scene 3: No. 23. Tango: Allegro – Andante – Allegro 04:39

Konstantin Scherbakov, piano

Total Playing Time: 46:26

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Johannes Brahms (1833-1897) – Lieder e Duetos

Um CD agradabilíssimo e diferente. Sempre relacionamos Brahms à densidade e ao rigor formal, porém aqui não há nada disso. É uma música de sarau, não tão simplesinha assim e boa de se ouvir nas noites em que estamos trabalhando em casa ou conversando com poucos amigos. Saibam que as faixas 1, 26 e algumas outras pararão a conversa ou interromperão nosso trabalho para que digamos ou pensemos: que coisa linda isso!

As cantoras Julie Kaufmann e Marilyn Schmiege possuem notável senso de estilo – coisa cada vez mais rara – e adaptam-se a cada canção dando a ela personalidade própria. Um maravilhoso CD da Orfeu que merece ser comprado por sua música e pelo excelente encarte com todas as letras. A relação de duetos e lieder é interminável e isto não é uma reclamação, imagine!

PQP Bach, o que acha autenticamente cômicas as opiniões de Adorno sobre jazz, assim como algumas previsões apocalípticas de outros…

1. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 61 Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
2. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 61 Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
3. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 61 Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
4. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 61 Track 4 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
5. Ausgewählte Lieder für Sopran und Klavier Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen
6. Ausgewählte Lieder für Sopran und Klavier Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen
7. Ausgewählte Lieder für Sopran und Klavier Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen
8. Ausgewählte Lieder für Sopran und Klavier Track 4 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen
9. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 2 Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
10. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 2 Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
11. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 2 Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
12. Ausgewählte Lieder für Mezzosopran und Klavier Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
13. Ausgewählte Lieder für Mezzosopran und Klavier Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
14. Ausgewählte Lieder für Mezzosopran und Klavier Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
15. Duette aus: Romanzen und Lieder op. 84 Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
16. Duette aus: Romanzen und Lieder op. 84 Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
17. Duette aus: Romanzen und Lieder op. 84 Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
18. Ausgewählte Lieder für Mezzosopran und Klavier Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
19. Ausgewählte Lieder für Mezzosopran und Klavier Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
20. Ausgewählte Lieder für Mezzosopran und Klavier Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
21. Ausgewählte Lieder für Mezzosopran und Klavier Track 4 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
22. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 66 Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
23. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 66 Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
24. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 66 Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
25. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 66 Track 4 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
26. Duette für Sopran und Alt mit Klavier op. 66 Track 5 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
27. Ausgewählte Lieder für Sopran und Klavier Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen
28. Ausgewählte Lieder für Sopran und Klavier Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen
29. Ausgewählte Lieder für Sopran und Klavier Track 3 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen
30. Duette aus: Balladen und Romanzen op. 75 Track 1 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege
31. Duette aus: Balladen und Romanzen op. 75 Track 2 Komponiert von Johannes Brahms, Johannes Brahms mit Julie Kaufmann , Donald Sulzen , Marilyn Schmiege

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P.Q.P. Bach agita-se

Gostaríamos orgulhosamente de anunciar que, nos próximos dias, agregaremos um novo personagem aos três que postam neste blog. Seu nome é Blue Dog e peço a vocês não estranharem a falta de maiores referências à musica erudita na alcunha escolhida…

…pois Mr. Blue Dog não postará música erudita, mas jazz.

Esta era uma vaga aspiração do fundador P.Q.P e que recebeu forte apoio de F.D.P. Bach e de Clara Schumann. Não, não, não pensem que nosso repertório esgotou-se ou que há qualquer problema, nada disso. Postaremos um pouco mais e agregando jazz, só isso. O que ocorre é que amamos jazz e achamos saudável sua companhia no blog. Aliás, eventualmente, postaremos jazz junto com Blue Dog.

Mas há um problema, não posso negar…

Minha família que insiste em chamar Blue Dog de Blauerhund. Depois de longas explicações de que é absurdo chamar o cara de “cão azul”, passaram a chamá-lo de Trauriger Hund. Menos mal.

PQP Bach.

F. J. Haydn – Sinfonias Nros. 22, 82 e 83

Com um sorriso de compreensão ao nada descortês Revoltado dos comentários do último post de Sonatas de Mozart, passo a fazer algumas postagens de Haydn. Este CD é uma curiosidade: trata-se de uma gravação antiga, era de meu pai e teoricamente deveria ser ruim, por ser da brasileira Movie Play… Só que amo as sinfonias deste CD, acho as interpretações excelentes – apesar da qualidade de som apenas aceitável – e é esta a versão que ouço. Tentei várias outras: a de Bernstein, a do Orpheus Chamber Orchestra e as de outras orquestras e regentes. Nada feito. O cedezinho da Movie Play é imbatível em meu coração avesso à grifes.

Segundo o opúsculo de Peter Gammond – com o qual concordo – Haydn teria sido tão grande quanto Mozart se tivesse sido mais infeliz. Só quando teve um contrato a cumprir é que ganhou aquela pitada de drama que o fez criar suas monumentais últimas sinfonias. O estresse fez-lhe um bem imenso. Só um homem com um coração duro como pedra é capaz de compor coisas tão incondicionalmente sorridentes e luminosas quanto algumas de suas obras. Adoro Haydn. Ouço demais suas Missas.

Ignoro o motivo pelo qual a sinfonia “O Filósofo” tem este nome, mas sou apaixonado por seu primeiro movimento monotemático. É uma sinfonia tão boa que até o minueto é legal! Já “A Galinha” e “O Urso” têm seus apelidos justificados pela própria música e não precisamos explicar nada.

P.Q.P. Bach

Sinfonia Nº 22 “O Filósofo”
1. Adágio
2. Presto
3. Minueto
4. Finale: Presto

Sinfonia Nº 82 “O Urso”
5. Vivace Assai
6. Allegretto
7. Minueto
8. Finale: Vivace Assai

Camerata Romana
Eugen Duvier

Sinfonia Nº 83 “A Galinha”
9. Allegro
10. Andante
11. Minueto
12. Finale: Vivace

Süddeutsche Philharmonie
Alexander von Pitamic

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Georg Philipp Telemann –(1681-1767) – Concertos for Flute

Ah, Rampal…. !!! Que músico estupendo…!!! Certa vez um tio meu comentou, ao ouvi-lo tocar, que o seu sopro era um sopro divino, vinha diretamente dos pulmões de Deus. Aquilo me tocou, e passei a prestar mais atenção às suas interpretações. E confesso que tive de me render àquele comentário. Era um dom divino o que aquele gigante francês (gigante em todos os sentidos) tinha. O som divino, originado pelo sopro divino de sua flauta transcende o ar, preenche os ambientes, cobrindo cada fresta com toda a sensibilidade e sutileza. Um grande mestre, um grande músico, que com certeza faz parte da orquestra do céu, ao lado de Heifetz, Oystrack, Rostropovich entre tantos outros que já se foram, mas que deixaram sua marca indelével aqui na terra.

Não preciso então dizer, portanto, que novamente destaco o intérprete ao invés do compositor. E que compositores… serão três postagens com este gênio da flauta: um dedicado à Telemann, outro a Vivaldi e Bach e um terceiro dedicado à Mozart, sim, novamente ele, não posso deixar de postar suas gravações dos concertos de Mozart.

Comecemos, pois, por Telemann.

Georg Philipp Telemann –(1681-1767) – Concertos for Flute

01-Ouverture E Minor I-Ouverture

02-Ouverture E Minor_ II-Rigaudon

03-Ouverture E Minor_ III-Carillon

04-Ouverture E Minor_ IV-Air

05-Ouverture E Minor_ V-Menuet 1&2

06-Ouverture E Minor_ VI-Gigue

07-Concerto G Major_ I Allegro ma non Troppo

08-Concerto G Major_ II-Adagio

09-Concerto G Major_ III-Allegro

10-Concerto D Major_ I-Moderato

11-Concerto D Major_ II-Allegro

12-Concerto D Major_ III-Largo

13-Concerto D Major_ IV-Vivace

14-Concerto E Minor_ I-Allegro

15-Concerto E Minor_ II-Adagio

16-Concerto E Minor_ III-Presto

17-Concerto E Minor_ IV-Adagio & V-Allegro

Jean Pierre Rampal – Flute

Ferenc Liszt Chamber Orchestra

Janos Rolla – Conductor

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William Byrd (1540-1623) – Consort Songs

FDP Bach volta agora seus olhos para a Renascença, para o conturbado período da História da Inglaterra em que se cortavam pescoços com a maior facilidade, bastando pra tanto ser contra os preceitos religiosos então em vigor.
William Byrd viveu neste período, e intensamente, diga-se de passagem. Atravessou um século riquíssimo em novas descobertas científicas, que se aplicaram a todas as áreas do conhecimento humano.
Músico da corte, favorito da própria Elisabeth I, William Byrd foi o músico e compositor mais famoso de sua época.
Neste cd que hoje está sendo postado, novamente temos Emma Kirkby com sua voz angelical, interpretando diversas canções daquele compositor. É acompanhada pelo excelente grupo de câmera Fretworks.

William Byrd (1540-1623) – Consort Songs

1 – My mind to me a kingdom is
2 – Fantasia a 6
3 – O Lord, how vain
4 – Content is rich
5 – Constant Penelope
6 – Pavan a 6
7 – Galliard a 6
8 – My mistress had a little dog
9 – O that most rare breast
10 – The noble famous Queen
11 – Fantasia a 4
12 – Out of the orient crystal skyes
13 – O Lord, bow down thine heavenly eyes
14 – Fantasia a 6
15 – Truth at the first
16 – O you that hear this voice
17 – He that all earthly pleasure scorns

Emma Kirkby – Soprano
Fretwork
Richard Boothby, Richard Campbell, Wendy Gillespie, Julia Hodgson, William Hunt , Suzanna Pell.

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W. A. Mozart (1756-1791) – Sonatas para Piano K. 330, 331 e 332

Este CD da Harmonia Mundi France foi o vencedor do Diapason d`Or de 2004. Se este fato coloca uma grife na gravação, sua audição coloca outras nestas obras que já receberam polêmicas abordagens, como as de Glenn Gould (no mínimo estranha e temperamental), as da “neo-brasileira” Maria João Pires (talvez a melhor) e de Mitsuko Uchida (a que mais ouvia, don`t ask me why). Pode ser que Uchida e Pires acabem substituídas por Staier como meu preferido, mas ainda é cedo para tais considerações que certamente não terão a menor repercussão fora dos poucos metros quadrados de minha sala…

Um anônimo deixou a nota a seguir num site norte-americano. Eu a assinaria, sem dúvida. Gostaria de imaginar que vocês também, após audição deste excelente trabalho de Andreas Staier.

P.Q.P. Bach.

A new standard for Mozart piano performance, June 8, 2005
By A Music Lover

First the essential information: This performance is on a period fortepiano, not a modern instrument. This performance is not always “pretty”, but often percussive and dynamic. Also, Mr. Staier chooses to add ornamentation that is not in the manuscript but is in accordance with the style and practice of the 18th century. Still interested? I hope so, because if you miss this, you will miss a very exciting performance of 3 of Mozart’s finest works. Not for the faint of heart or those who insist that Mozart always sound beautiful. There certainly are moments of beauty, and poignancy, but there is also fire. Mozart played as the logical precursor to Beethoven. Frankly, I’ve never completely been won over by Mozart’s piano sonatas. There always seemed to be something lacking, a feeling of them being almost, but not quite, perfect. This performance has convinced me that they are indeed masterworks. Staier’s choice of ornamentation is both tasteful and exciting, with an improvisatory feeling that adds to the almost operatic, vocal quality of the melodic line. Of course, these choices are “frozen” on disc and lose that improvisatory feel somewhat on repeated listenings, but overall I prefer this approach to a more “straight” reading. Staier doesn’t shy away from dynamic contrasts, either, at some points sounding as though he is pushing the instrument to its breaking point. But it works very well. This is a clear contender for recording of the year, along with Ronald Brautigam’s exciting fortepiano performances of Beethoven Sonatas on the Bis label.

Piano Sonata No. 10 in C major, K. 330 (K. 300h)
Composed by Wolfgang Amadeus Mozart
with Andreas Staier, pianoforte
1. Allegro Moderato
2. Andante Cantabile
3. Allegretto

Piano Sonata No. 11 in A major (“Alla Turca”) K. 331 (K. 300i)
Composed by Wolfgang Amadeus Mozart
with Andreas Staier, pianoforte
4. Andante Grazioso (Theme Et Variations)
5. Menuetto-Trio
6. Alla Turca. Allegretto

Piano Sonata No. 12 in F major, K. 332 (K. 300k)
Composed by Wolfgang Amadeus Mozart
with Andreas Staier, pianoforte
7. Allegro
8. Adagio
9. Allegro Assai

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F. Schubert (1797-1828) – Quinteto “A Truta” com Brendel / W.A. Mozart (1756-1791) – Quarteto para Piano, K. 478

A idéia de postar uma nova “Truta” não me foi inspirada pelo frio de zero grau de hoje em Porto Alegre (pela primeira vez, liguei o limpador de para-brisa e notei que não era água o que ali havia e sim gelo); veio-me por um motivo bem mais simples, humano e mau… Sabendo que nossa companheira Clara Schumann ama Franz Schubert e não ignorando sua paixão por Alfred Brendel, observei que ela havia postado uma versão deste grande e especialmente melodioso quinteto numa gravação muito boa, mas SEM Brendel. Logo concluí que ela não possuía este tesouro e decidi postá-lo.

Vocês pensarão que fui bonzinho… Que fiz um mimo à Clara… Grave erro! Ocorre que esta tedesca de finíssimo trato e humor apenas ouve CDs originais e já me confessou que nem sabe muito bem como fazer download… Sim, imagino o pasmo de nossos leitores ao saber que a grande postadora e colecionadora de música Clara Schumann não baixa CDs pela rede!!! Porém, é a pura e estarrecedora verdade.

Bem, o que dizer da Truta? Quase nada. Obra que ouço desde a infância e de que conheço cada nota. Obra que assobio quando caminho ou dirijo e que parece ter nascido dentro de mim… Nada a declarar. O quarteto de Mozart que a acompanha é excelente – a seriedade do primeiro movimento não parece nada mozartiana, porém, após o tranqüilo andante, a coisa deságua em puro Mozart no movimento final.

Enjoy!

P.Q.P.Bach.

Piano Quintet, “Trout” in A
Composed by Franz Schubert
with Thomas Zehetmair, Tabea Zimmermann, Richard Duven, Peter Riegelbauer, Alfred Brendel
1. Qnt for pn, vn, va, vc, & db in A, D.667 Trout: 1. Allegro vivace – Alfred Brendel/Thomas Zehetmair/Tabea Zimmermann/Richard Duven/Peter Riegelbauer
2. Qnt for pn, vn, va, vc, & db in A, D.667 Trout: 2. Andante – Alfred Brendel/Thomas Zehetmair/Tabea Zimmermann/Richard Duven/Peter Riegelbauer
3. Qnt for pn, vn, va, vc, & db in A, D.667 Trout: 3. Scherzo. Presto – Alfred Brendel/Thomas Zehetmair/Tabea Zimmermann/Richard Duven/Peter Riegelbauer
4. Qnt for pn, vn, va, vc, & db in A, D.667 Trout: 4. Thema. Andantino-Var I-V-Allegretto – Alfred Brendel/Thomas Zehetmair/Tabea Zimmermann/Richard Duven/Peter Riegelbauer
5. Qnt for pn, vn, va, vc, & db in A, D.667 Trout: 5. Allegro giusto – Alfred Brendel/Thomas Zehetmair/Tabea Zimmermann/Richard Duven/Peter Riegelbauer

Piano Quartet in G minor, K. 478
Composed by Wolfgang Amadeus Mozart
with Thomas Zehetmair, Tabea Zimmermann, Richard Duven, Alfred Brendel
6. Qt for pno, vn, va & vc in g, K.478: 1. Allegro – Alfred Brendel/Thomas Zehetmair/Tabea Zimmermann/Richard Duven
7. Qt for pno, vn, va & vc in g, K.478: 2. Andante – Alfred Brendel/Thomas Zehetmair/Tabea Zimmermann/Richard Duven
8. Qt for pno, vn, va & vc in g, K.478: 3. Rondo. Allegro moderato – Alfred Brendel/Thomas Zehetmair/Tabea Zimmermann/Richard Duven

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George Friederich Haendel (1685-1759) – Sacred Cantatas

Mais um momento sublime da maravilhosa Emma Kirkby: aqui ela interpreta cantatas sacras de Haendel acompanhada pelo pequeno conjunto London Baroque, que possui a seguinte formação:

Ingrid Seifert – violino

Richard Gwilt- violino

Charles Medlan – violoncello

Terence Charlston – órgão / cravo

Mais um tour de force de Kirkby, que nunca deixa de nos emocionar com a beleza de sua voz. O libreto em anexo traz as letras das canções e demais informações sobre as obras.

Fica aqui registrado novamente meu tradicional conselho: escolham a melhor poltrona, o melhor vinho, e relaxadamente degustem esta finíssima gravação, pois trata-se de música que nos produz elevação espiritual, que nos leva às estrelas.

Ah, pequena consideração técnica: também este cd foi ripado em arquivo único, no formato .wma. Mas nada que o bom e velho Media Player não reproduza.

George Friederich Haendel (1685-1759) – Salve Regina, O qualis de coelo sonus, Trio Sonata in G minor, Celestis dum spirit aura, Laudata Pueri

Salve Regina (H.W. 38)
1 – Largo – adagio. Salve Regina
2 – Allegro – Eja ergo advocata nostra
3 – Adagissimo – O clemens, o pia

O qualis de coelo sonus

4 – Sonata
5 – Recitativo – O qualis de coelo sonus
6 – Ad plausus ad jubila
7 – Recitativo – Eja ergo, mortalis
8 – Gaude, tellus benigna
9 – Allelluija

Trio Sonata in G Minor

10 – Andante
11 – Allegro
12 – Largo
13 – Allegro

Caelestis dum spirat aura

14 – Sonata
15 – Recitativo – Caelestis dum spirat aura
16 – Felix dies, praeclara, serena
17 – Recitativo – Vestro, religiosus principes
18 – Tam patrono singulari
19 – Allelujiah

Laudate Pueri (Psalm 112)

20 – Laudate Pueri Dominum
21 – Sit nomem Domini benedictum
22 – A solis ortu usque ad occasum
23 – Excelsus super omnes gentes Dominum
24 – Quis sicut Dominum
25 – Ut collocet eum cum principibus
26 – Que habitare facit
27 – Gloria Patri et Figlio e Spiritui Sancto

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Wolfang Amadeus Mozart (1756-1791) – Symphonie º 39 Es-Dur KV 543, Symphonie nº 40 G-moll KV 550 e Symphonie nº 41 C-Dur – “Jupiter Symphonie”

Aí está o segundo cd com as últimas sinfonias de Mozart, na interpretação sublime de Karl Böhm.
O que posso comentar que já não tenha sido comentado sobre a Sinfonia nº 39, ou minha favorita, a de nº 40, com seu conhecidíssimo primeiro movimento, ou então a de nº 41, corretamente chamada de Júpiter devido à grandiosidade da obra?
Façam bom proveito. Música de primeira, orquestra de primeira e regente de primeira.

Wolfgang Amadeus Mozart

Symphonie nº 39 Es -dur KV 543

1- Adagio – Allegro
2 – Andante com moto
3 – Menueto – Alegretto – Trio
4 – Finale – Allegro

Symphonie nº 40 G – moll KV 550
5 – Molto Alegro
6 – Andante
7 – Menueto – Allegretto – Trio
8 – Allegro Assai

Symphonie nº 41 C – Dur KV 551
9 – Allegro Vivace
10 – Andante cantabile
11 – Menuetto – Allegretto – Trio
1’2 – Molto Allegro

Berliner Philarmoniker
Karl Böhm

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Antonio Vivaldi (1678-1741) – Vespri per la Festa dell´Assunzione di Maria Virgine

Eis que FDP Bach encontra em seu acervo aquele seu CD de Vivaldi favorito. Sensibilizado pela beleza da última postagem vivaldiana de seu irmão PQP, trazemos outra primorosa gravação desta série da OPUS 111 com suas capas que são outro destaque: “Vespri per l’Assunzione di Maria Vergine”. Tratam-se de diversas obras, abaixo relacionadas, todas com interpretação deste maravilhoso conjunto italiano, o Concerto Italiano, dirigido por Rinaldo Alessandrini. A relação dos cantores estará mais abaixo.
FDP não perderá muito tempo tecendo considerações sobre as obras, ou sobre as interpretações. Deixará a critério de seus leitores/ouvintes a apreciação devida. O único comentário ao qual ele se permitirá será o seguinte:
Trata-se de música sublime e com interpretação também sublime… relaxem, sentem em sua melhor poltrona e apreciem sem necessariamente serem moderados… ao contrário, se extasiem com a beleza da música deste genial padre ruivo… não se preocupem em se excederem: garanto-lhes que este excesso não vai lhes fazer algum mal. Ao contrário. Ah, também não se preocupem com o fato dos cds terem sido ripados em arquivo único. Vocês não conseguirão mesmo parar de ouvi-los antes de acabarem…
Como se trata de obra extensa, trinta e quatro faixas cada cd, pedirei aos nossos ouvintes / leitores para consultarem o libreto que também estará disponível nesta postagem. Ali terão todas as informações necessárias sobre as faixas e respectivos solistas.

Antonio Vivaldi (1678-1741) – Vespri Solleni per la Festa dell´Assunzione di Maria Vergine
Riconstruzione di Fréderic Delamea e Rinaldo Alessandrini

Gemma Bertagnolli – soprano
Roberta Invernizzi – soprano
Anna Simboli – soprano
Sara Mingardo – contralto
Gianluca Ferrarini – tenore
Matteo Belloto – baritono
Antonio de Secondi – violino

Concerto Italiano – ensemble vocale e strumentale
Rinaldo Alessandrini – Direttore

CD 1 – BAIXE AQUI
CD 2 – BAIXE AQUI
Libreto – BAIXE AQUI

Antonio Vivaldi (1678 – 1741) – Stabat Mater, Concerto Fúnebre, Clarae Stelae, etc.

Logo que Vivaldi foi redescoberto, era comum comentar-se que ele havia escrito quinhentas vezes o mesmo concerto e dezenas de vezes as mesmas obras vocais. Uma afirmativa deste gênero não sobreviveria a este CD admirável de Rinaldo Alessandrini e do Concerto Italiano. A originalidade de cada concerto, a estilo próprio de cada obra aqui gravada, faria corar qualquer antigo comentarista. Só como amostra, ouça o primeiro movimento do Concerto Fúnebre e, lá por seus 1min40, note a enorme dramaticidade de que a música é tomada. Vai lá! Ouça!

Vale a pena adquirir este espetacular CD de 2000 da gravadora Opus111.

P.Q.P. Bach.


Cello Concerto, for cello, strings & continuo in G major,”Per la Solennità di San Lorenzo”, RV 413
Composed by Antonio Vivaldi
with Italiano Concerto
Conducted by Rinaldo Alessandrini
1. concerto per la solennità di s. lorenzo, rv556 : largo, allegro molto
2. concerto per la solennità di s. lorenzo, rv556 : largo e cantabile
3. concerto per la solennità di s. lorenzo, rv556 : allegro

Clarae stellae, scintillate, solo motet for voice, strings & continuo in F major, RV 625
Composed by Antonio Vivaldi
with Italiano Concerto, Sara Mingardo
Conducted by Rinaldo Alessandrini
4. clarae stellae, scintillate, rv625 : aria, allegro
5. clarae stellae, scintillate, rv625 : recitativo
6. clarae stellae, scintillate, rv625 : aria, allegro
7. clarae stellae, scintillate, rv625 : alleluia, allegro

Concerto, for violin & organ or violin ad lib & oboe, strings & continuo in C major, RV 554
Composed by Antonio Vivaldi
with Italiano Concerto
Conducted by Rinaldo Alessandrini
8. concerto en do majeur pour violon, violoncelle, oboé, órgão obligatto, cordas e baixo contínuo, rv554 : allegro
9. concerto en do majeur pour violon, violoncelle, oboé, órgão obligatto, cordas e baixo contínuo, rv554 : largo
10. concerto en do majeur pour violon, violoncelle, oboé, órgão obligatto, cordas e baixo contínuo, rv554 : allegro

Concerto funebre, for violin, oboe, chalumeau, 3 violas all’inglese, strings & continuo in B-flat major, RV 579
Composed by Antonio Vivaldi
with Italiano Concerto
Conducted by Rinaldo Alessandrini
11. concerto funebre en si bémol majeur, rv579 : largo
12. concerto funebre en si bémol majeur, rv579 : allegro poco
13. concerto funebre en si bémol majeur, rv579 : adagio, allegro

Stabat Mater, hymn for voice, strings & continuo in F minor, RV 621
Composed by Antonio Vivaldi
with Italiano Concerto, Sara Mingardo
Conducted by Rinaldo Alessandrini
14. stabat mater, rv621 : stabat mater dolorosa, largo
15. stabat mater, rv621 : cujus animam gementem, adagissimo
16. stabat mater, rv621 : o quam tristis, andante
17. stabat mater, rv621 : quis est homo, largo
18. stabat mater, rv621 : quis non posset, adagissimo
19. stabat mater, rv621 : pro peccatis suae gentis, andante
20. stabat mater, rv621 : eja mater, fons amoris, largo
21. stabat mater, rv621 : fac ut ardeat cor meum, lento
22. stabat mater, rv621 : amen

Sonata a 4 al Santo Sepolcro, for 2 violins, viola & continuo in E-flat major, RV 130
Composed by Antonio Vivaldi
with Italiano Concerto
Conducted by Rinaldo Alessandrini
23. sonate al santo sepolcro en mi bémol majeur, rv130 : largo molto
24. sonate al santo sepolcro en mi bémol majeur, rv130 : allegro ma poco

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