Em 2014, lembramos dos 250 anos de morte de Jean-Philippe Rameau. Porém, estranhamente, este disco apresenta também obras de um pioneiro musical do século 20: Ligeti! E a coisa funciona!
Vamos pensar um pouco? Rameau e Ligeti têm aqui uma abordagem semelhante: peças curtas, cheias de intenções e humor. Krier aborda as obras sem muitos rodeios ou reverência. Mas faz sentido combinar a música de um mestre barroco francês com obras de vanguarda escritas nos anos 50 do século passado? Pode-se colocar estes dois compositores — Jean- Philippe Rameau (1683-1764) e György Ligeti (1923-2006) — lado a lado? Será que eles têm algo em comum, e, em caso afirmativo, como podem ser vistos tais traços a partir dos pontos de vista de dois séculos totalmente diferentes?
A Musica Ricercata de Ligeti traz de volta um gênero barroco chamado ricercare, um precursor da fuga. A escolha do título foi uma homenagem a Girolamo Frescobaldi, o pai da ricercare. Como no caso da música barroca, Ligeti coloca em cada peça um conjunto rigoroso de regras e limitações. Tais limitações formais e estruturais tornam-se a base de sua escrita, que exibe uma abordagem totalmente intelectual à composição, sempre submetendo-a a um determinado conceito. Visto por esse ângulo, os dois compositores, Rameau e Ligeti…
Chega! Tudo isso é blá-blá-blá. O que interessa mesmo é o julgamento de nossos ouvidos. Ouça e julgue você mesmo.
Jean-Philippe Rameau (1683-1764) / György Sándor Ligeti (1923-2006): Rameau & Ligeti
RAMEAU – Pièces de clavecin – Suite En Sol
01. No. 1 Les tricotets. Rondeau
02. No. 2 L’indifferente
03. No. 3 Menuet – Deuxième menuet
04. No. 4 La poule
05. No. 5 Les triolets
06. No. 6 Les sauvages
07. No. 7 L’enharmonique
08. No. 8 L’égiptienne
LIGETI – Musica Ricercata (11 Stucke fur Klavier)
09. No. 1 Sostenuto – Misurato – Prestissimo
10. No. 2 Mesto, rigido e cerimoniale
11. No. 3 Allegro con spirito
12. No. 4 Tempo di valse – Poco vivace – “a l’orgue de Barbarie”
13. No. 5 Rubato. Lamentoso
14. No. 6 Allegro molto capriccioso
15. No. 7 Cantabile, molto legato
16. No. 8 Vivace. Energico
17. No. 9 Adagio. Mesto – Allegro maestoso (Béla Bartók in Memoriam)
18. No. 10 Vivace. Capriccioso
19. No. 11 Andante misurato e tranquillo (Omaggio a Girolamo Frescobaldi)
RAMEAU – Pièces de clavecin des Concerts
20. premier concert en ut mineur, CRT 7: No. 2, La livri
21. deuxième concert en sol majeur, CRT 8: No. 3, L’agacante
22. troisième concert an la majeur, CRT 9: No. 2, La timide
23. quatrième concert en si bémol majeur, CRT 10: No. 2, L’indiscrète
Como é que os franceses podem viver sem reis e rainhas? O repertório que ouvimos em filmes que querem mostrar a nobreza e grandiosidade dos monarcas está todo aqui. Eu tenho algum respeito por Adolf Scherbaum, mas este CD… Tem umas músicas famosíssimas que são usadas quando o filme tem reis e rainhas ou quando deseja fazer alguma caricatura da nobreza. Sabe aqueles toques de trompete bem famosos? São todos franceses e estão neste disco. Adolf Scherbaum têm gravações estupendas de música para trompete e órgão, por exemplo. Mas este aqui é dureza. Mouret é o compositor que 10 entre 10 reis absolutistas escolheriam. Um saco. Ah, a faixa 32 de Monsieur Delalande é plágio escarrado de uma suíte orquestral de papai Bach. Fuja deste CD, a não ser que você queira usar numa festa à fantasia onde todos aparecerão metamorfoseados como nobres.
Mouret (1682-1738), Delalande (1732-1807), Philidor (1726-1795), Lully (1632-1687), Charpentier (1643-1704): Música Barroca Francesa para Trompete e Orquestra (Scherbaum, Kuentz)
Fanfares: Première Suitte
Composed By – Jean-Joseph Mouret
(7:34)
1 1. [Sans Indication de mouvement] 1:51
2 2. Gracieusement, sans lenteur 3:17
3 3. Allegro 1:41
4 4. Gay 0:45
Simphonies: Seconde Suitte
Composed By – Jean-Joseph Mouret
(13:36)
5 1. Air Ou Prélude 1:51
6 2. Allegro 1:55
7 3. Gracieusement 2:27
8 4. A) Première Gavotte – B) Deuxième Gavotte 2:34
9 5. A) Fanfare – B) Air 2:02
10 6. A) Premier Menuet – B) Second Menuet 1:51
11 7. Allegro 0:56
Simphonies Pours Les Soupers Du Roy Quatrième Suitte
Composed By – Delalande*
(26:16)
12 1. Simphonie Du Te Deum 1:54
13 2. 2e Air Du “Concert De Trompettes Pour Les Festes Sur Le Canal De Versailles” 0:54
14 3. 1er Air Pour Concert De Trompettes 3e Air Pour Les Mêmes 1:25
15 4. 1er Menuet Pour Les Trompettes 0:38
16 5. 2e Menuet 1:01
17 6. Fanfare; Air En Écho 1:12
18 7. Air Grave De “L’amour Fléchy Par La Constance” 2:39
19 8. Sarabande 2:12
20 9. Légèrement 0:41
21 10. “Chantons Ce Héros”. Gayement 1:51
22 11. Sarabande De “Cardeino” 1:43
23 12. Air. Gay “Ballet De Mélicerte” À Fontainebleau Marrage De M. De Lorraine 0:41
24 13. Musette Du “Ballet De L’lnconnue” 0:43
25 14. Air. Gay 0:56
26 15. Rondeau Du “Ballet Des Cléments” 1:32
27 16. Rondeau Du “Ballet De Cardenio” 0:58
28 17. Doucement Et Pesamment 0:43
29 18 “La Pagode”. Doucement Et Pesament 1:46
30 19. 7e Air Du “Ballet De La Paix” 1:33
31 20. Chaconne En Écho Avec Les Trompettes 2:14
Sixième Suitte – Premier Caprice
Composed By – Michel Richard Delalande
(15:11)
32 1. Fièrement Et Détaché – Gracieusement – Un Peu Plus Gay – Viste 4:55
33 2. Gracieusement, Sans Lenteur – Vif 2:53
34 3. Trio. Doucement (attacca) 5:37
35 4. Fièrement – Vivement 1:46
36 Marche à Quatre Timbales
Composed By – André I Danican Philidor
2:42
Airs de Trompettes, Timbales Et Hautbois (LWV 72)
Composed By – Jean-Baptiste Lully
(5:57)
37 1. Prélude 3:11
38 2. Menuet 0:59
39 3. Gigue 0:54
40 4.Gavotte 0:53
41 Prélude du Te Deum (H. 146)
Composed By – Marc Antoine Charpentier
1:34
Bassoon – André Sennedat
Conductor – Paul Kuentz
Harpsichord – Huguette Gremy, Olivier Alain
Horns – Georges Barbouteu*, Jacky Magnardi
Oboe – Emile Mayousse, Maurice Bourgue
Orchestra – Orchestre De Chambre Paul Kuentz
Soprano Vocals – Edith Selig
Timpani [Kettle Drums] – Jacques Remy
Trumpet – Adolf Scherbaum
Na boa, sabem aquelas músicas que são usadas no cinema para a entrada de reis e rainhas? Pois bem, Delalande é o autor da maioria. É um especialista em babar ovos, ao que parece. Bem, é um emprego. Quantos de nós não poderíamos ser considerados perfeitos baba-ovos? Escuta, você é empregado? Admira seu chefe? Faz tudo o que ele quer só para que ele não fique na sua cola? Bem, este é o caminho. As “Sinfonias para os Sopros do Rei” são um blow job de primeira linha. Música boa para colocar quando da primeira visita do sogro em casa ou quando aquele sujeito com um ego imenso entra no recinto. No mais, Paillard e sua turma estão muito bem.
Michel Richard Delalande (1657-1726): Simphonies pour les Soupers du Roy (Paillard)
Concert De Trompettes Pour Les Festes Sur Le Canal De Versailles
1 Premier Air 1:33
2 Deuxième Air 0:56
3 Troisième Air : Chaconne En Écho 2:15
4 Quatrième Air : 1er Menuet, Cinquième Air : 2ème Menuet (Trio De Hautbois) 2:05
5 Sixième Air : Air En Écho, Fanfare 1:24
Premier Caprice Ou Caprice De Villers-Cotterets
6 Fièrement Et Détaché ; Gracieusement. Un Peu Plus Gay ; Viste 4:29
7 Augmentation, 1er Air Neuf : Gracieusement Sans Lenteur – Vif, Suitte De L’Ancien 3:04
8 Trio : Doucement – Augmentation, 2e Air Neuf (Fièrement) 5:31
9 Suitte De L’Ancien : Vivement, Doucement, Vivement 2:05
Deuxième Fantaisie Ou Caprice Que Le Roy Demandoit Souvent
10 Un Peu Lent : Vite : Doucement 6:19
11 Gracieusement : Gayement : Vivement 3:36
Troisième Caprice
12 1er Air : Gracieusement 2:30
13 2e Air : Mineur 2:14
14 3e Air : Presto 1:32
15 4e Air : Gigue (Gracieusement) 1:54
16 5e Air : Quator (Doucement) – Prélude 3:59
17 6e Air : Vif 1:38
Concert de trompettes pour les Festes sur le canal de Versailles
Premier Caprice ou Caprice de Villers-Cotterets
Deuxième Fantaisie ou Caprice que le Roy demandoit souvent
Troisième Caprice
Orchestre de Chambre Jean-Francois Paillard
Jean-Francois Paillard
Girolamo Frescobaldi é considerado um dos maiores compositores de música para cravo do século XVII. Foi também um organista reconhecido. Foi cantor e virtuoso de diversos instrumentos, entre os quais o órgão. São famosos os seus livros de tocatas publicados entre 1615 e 1627], em cujo prefácio antecipa a maneira de tocar com efeitos cantáveis que será, depois, típica do subsequente melodrama. Tendo-se transferido a Roma durante a juventude, frequentou a Accademia Nazionale di Santa Cecilia e foi organista na igreja de Santa Maria em Trastevere. Durante vinte anos foi organista em São Pedro. Teve cinco filhos de Orsola del Pino, com quem se casou em 1613.
Louis Couperin foi um compositor francês do barroco que contribuiu significativamente para o desenvolvimento da música para teclado naquele período. Sendo um excelente cravista, organista e gambista, foi um dos fundadores da escola francesa do cravo, tendo inventado o gênero de prelúdio non mesuré (sem compasso) para o cravo. Ele e seu sobrinho François Couperin, o Grande, foram os mais renomados membros da família Couperin.
Mas, ali no CD, ouvindo o extraordinário Gustav Leonhardt trabalhar, Couperin parece-nos muito mais compositor.
Girolamo Frescobaldi (1583-1643) e Louis Couperin (1626-1661): Peças para Cravo
1 Il primo libro d’intavolatura di toccate di cimbalo et organo, No.2, Toccata seconda – Girolamo Frescobaldi (4:45)
2 Ricercari, et canzoni franzese, Vol.1 No.15, Canzon Quinta. Nono Tono, for keyboard – Girolamo Frescobaldi (2:26)
3 Fantasie a quattro, No.4 “Fantasia quarta, sopra un due soggietti” – Girolamo Frescobaldi (6:14)
4 Capricci … et arie in partitura, Vol.1 No.5, Capriccio Quinto sopra la bassa fiammenga, for keyboard – Girolamo Frescobaldi (5:35)
5 Il secondo libro de toccate, canzone…di cimbalo et organo, No.7, Toccata Settima – Girolamo Frescobaldi (3:04)
6 Ricercari, et canzoni franzese, Vol.1 No.1, Recercar Primo, for keyboard – Girolamo Frescobaldi (4:58)
7 Il secondo libro de toccate, canzone…di cimbalo et organo, No.15, Canzona Terza – Girolamo Frescobaldi (3:55)
8 Il primo libro d’intavolatura di toccate di cimbalo et organo, No.8, Toccata otova – Girolamo Frescobaldi (4:18)
9 Prélude for harpsichord in D major (Pièces de clavecin, No. 2) – Louis Couperin (3:28)
10 Allemande for harpsichord in D major (Pièces de clavecin, No. 58) – Louis Couperin (3:30)
11 Courante for harpsichord in D major (Pièces de clavecin, No. 59) – Louis Couperin (1:08)
12 Sarabande for harpsichord in D major (Pièces de clavecin, No. 60) – Louis Couperin (1:46)
13 Gaillarde for harpsichord in D major (Pièces de clavecin, No. 61) – Louis Couperin (1:54)
14 Chaconne for harpsichord in D major (Pièces de clavecin, No. 62) – Louis Couperin (2:03)
15 Passacaille for harpsichord in G minor (Pièces de clavecin, No. 98) – Louis Couperin (5:07)
16 Prélude for harpsichord in E minor (Pièces de clavecin, No. 14) – Louis Couperin (1:19)
17 Allemade de la Paix, for harpsichord in E minor (Pièces de clavecin, No. 63) – Louis Couperin (3:02)
18 Courante for harpsichord in E minor (Pièces de clavecin, No. 64) – Louis Couperin (1:18)
19 Sarabande for harpsichord in E minor (Pièces de clavecin, No. 65) – Louis Couperin (1:54)
20 Pavane for harpsichord in F sharp minor (Pièces de clavecin, No. 120) – Louis Couperin (4:34)
Jean-Philippe Rameau escreveu três livros de Pièces de Clavecin. A primeira, Premier Livre de Pièces de Clavecin , foi publicado em 1706 ; o segundo , Pièces de Clavessin, em 1724 ; e o terceiro, Nouvelles Suites de Pièces de Clavecin, em 1726 ou 1727. Eles foram seguidos em 1741 pelo Pièces de Clavecin en concerts, em que o cravo pode ser acompanhado por violino e viola da gamba ou tocar sozinho. Uma parte isolada, “La Dauphine”, sobrevive de 1747. Tudo é bom, mas as peças finais da coleção são esplêndidas.
Mahan Esfahani é um jovem e grande mestre do cravo, alguém cujo aparecimento nos enche de alegria. Tem 38 anos e esperamos que grave a obra completa de Bach para o instrumento. Pode-se dizer que é um talento do tamanho de Gustav Leonhardt. Ou maior. Que amadureça!
Jean-Philippe Rameau (1683-1764): Pièces de clavecin
1. Suite No 1 in A minor | Prélude [2’04]
2. Suite No 1 in A minor | Allemande I [4’08]
3. Suite No 1 in A minor | Allemande II [1’55]
4. Suite No 1 in A minor | Courante [1’52]
5. Suite No 1 in A minor | Gigue [2’23]
6. Suite No 1 in A minor | Sarabandes I & II [2’58]
7. Suite No 1 in A minor | Vénitienne [1’29]
8. Suite No 1 in A minor | Gavotte [1’28]
9. Suite No 1 in A minor | Menuet [1’06]
10. Suite in E minor | Allemande [3’47]
11. Suite in E minor | Courante [1’36]
12. Suite in E minor | Gigues en rondeau I & II [3’36]
13. Suite in E minor | Le rappel des oiseaux [2’57]
14. Suite in E minor | Rigaudons I, II & double [2’07]
15. Suite in E minor | Musette en rondeau [2’14]
16. Suite in E minor | Tambourin [1’17]
17. Suite in E minor | La villageoise (rondeau) [2’31]
18. Suite in D major | Les tendres plaintes (rondeau) [2’58]
19. Suite in D major | Les niais de Sologne [5’15]
20. Suite in D major | Les soupirs [3’57]
21. Suite in D major | La joyeuse (rondeau) [1’16]
22. Suite in D major | La follette (rondeau) [1’27]
23. Suite in D major | Lentretien des Muses [5’49]
24. Suite in D major | Les tourbillons (rondeau) [2’11]
25. Suite in D major | Les cyclopes (rondeau) [3’05]
26. Suite in D major | Le lardon (menuet) [0’48]
27. Suite in D major | La boiteuse [1’01]
28. Menuet en rondeau in C major [0’35]
Disc: 2
1. Suite No 2 in A minor | Allemande [6’37]
2. Suite No 2 in A minor | Courante [3’51]
3. Suite No 2 in A minor | Sarabande [2’40]
4. Suite No 2 in A minor | Les trois mains [4’38]
5. Suite No 2 in A minor | Fanfarinette [2’37]
6. Suite No 2 in A minor | Le triomphante [1’28]
7. Suite No 2 in A minor |Gavotte [7’26]
8. Suite in G minor |Les tricotets (rondeau) [1’40]
9. Suite in G minor | Lindifferente [1’41]
10. Suite in G minor | Menuets I & II [3’02]
11. Suite in G minor | La poule [4’42]
12. Suite in G minor | Les triolets [3’59]
13. Suite in G minor | Les sauvages [2’18]
14. Suite in G minor | Lenharmonique [5’41]
15. Suite in G minor | Legiptienne [3’41]
16. La Dauphine [2’49]
17. Les petits marteaux [1’42]
Este CD do cravista francês Brice Sailly ganhou o cobiçado prêmio Diapason d’Or de l’année 2021 na categoria Barroco Instrumental. É evidente a intimidade do intérprete com o instrumento – réplica de um cravo por Tibaut de Toulouse, com som polido, redondo, aveludado como um bom vinho Bordeaux – e com as obras, que ele gravou após uma sessão intensa de estudos em casa devido ao isolamento social de 2020. Mas além disso, grande parte do charme do CD se dá, desde a capa, pelo fato de desconstruir o mito do genial Louis Couperin, grande nome do barroco francês do século 17 e tio de François Couperin, sendo este último um representante do barroco tardio como Rameau e J.S. Bach. Esses dois seriam os grandes compositores e os outros vários membros da família ocupariam notas de rodapé na história, com cargos de organistas de igreja, professores de cravo, cantoras e cravistas da corte em Versailles… Isso é o que achávamos que sabíamos, mas será verdade?
O manuscrito Bauyn é provavelmente a principal fonte conservada de música instrumental francesa da segunda metade do século 17. Ele contém peças de compositores como Chambonnières, Couperin (que aparece sem seu primeiro nome), Lebègue, La Barre, além do alemão Froberger e do italiano Frescobaldi. Desde o século 19, todas as obras desse manuscrito atribuídas a “Mr Couperin” (Monsieur Couperin, ou seja, Senhor Couperin) têm sido consideradas como de autoria de Louis Couperin (circa 1626-1661). Mais recentemente, pesquisadores têm encontrado boas razões para acreditar que parte das peças desse Couperin são de seus irmãos François Couperin (circa 1631-1701) e Charles Couperin (1638-1679).
As chaconas e passacailles tão característicos da obra de Couperin só se tornaram comuns na França nas obras de Lully no final da década de 1660. Da mesma forma, os minuetos só entraram nos balés de corte em uma data relativamente tardia: eles apareceram pela primeira vez em uma das obras de Lully para o palco em 1664. Devemos notar também que os únicos minuetos que aparecem no manuscrito de Bauyn são assinados por Couperin. Além disso, no prefácio de Les Gouts Réunis (1724), François Couperin o jovem (1668-1733), filho de Charles e sobrinho de Louis, fala das “obras dos meus antepassados” (“les ouvrages de mes ancêtres”), sem atribuir toda a autoria ao seu tio Louis, que aliás já tinha morrido quando ele nasceu, o que não impediu a transmissão dos conhecimentos para François, cuja música para cravo, por sua vez, dá continuidade à tradição das suítes francesas mas se distancia das danças e vai povoando suas suítes com miniaturas de títulos curiosos como “O rouxinol apaixonado” ou “As barricadas misteriosas”, que expressam diferentes atmosferas, muitas vezes com humor.
As pesquisas recentes de especialistas, principalmente a de Glen Wilson, nos obrigam a aceitar que este corpus de peças para cravo do velho Couperin (de novo: não confundir com o jovem François!) não podem consistir exclusivamente em composições de Louis Couperin, o mais velho dos irmãos e o que morreu mais jovem, antes dos 40 anos. Recentemente, a editora Breitkopf & Härtel fez uma nova publicação dos Prélúdios non mésurés, indicando na autoria a menção “Charles & Louis Couperin”. Esta editora não se arrisca a atribuir as peças individuais a um ou outro dos irmãos. É o mesmo questionamento que Brice Sailly e o selo Ricercar tiveram para este álbum. Eles admitem que foi grande a tentação, analisando vários elementos estilísticos e formais, de atribuir as peças selecionadas a um ou outro destes irmãos, Louis e Charles, e mesmo ao mais novo, François. Para certas peças, há evidências bastante precisas, por exemplo, a impossibilidade de um compositor francês falecido em 1661 ter composto um minueto…
Mas a busca pelo primeiro nome parece, no fundo, querer impor uma noção relativamente recente de identidade do autor (o gênio, o indivíduo inimitável), noção à qual os antigos não atribuíam importância tão grande. Como em todas as corporações do Antigo Regime, a profissão de músico também costumava ser um assunto de família, como vemos nas famílias Gabrieli, Couperin, Bach, Scarlatti, etc.
Charles Couperin ao órgão, retrato de Claude Lefebvre com a filha do pintor, possivelmente aluna do retratado
Uma das principais características das suítes de Louis Couperin e de seus irmãos é o Prélude non mésuré, ou prelúdio sem medidas, no sentido de sem compassos. O compasso, vocês sabem, divide a música em trechos com a mesma duração. Segundo os especialistas, compassos começaram a ser usados na notação musical no século 16, ou seja, a música anterior, como por exemplo, o canto gregoriano, era escrita sem compassos. No século 17 o compasso já era usual, mas não estritamente obrigatório como se tornaria no século 18. Jean-Henry d’Anglebert (1629-1691), Jean-Philippe Rameau (1683-1764) e Elisabeth Jacquet de la Guerre (c. 1664-1729) também foram mestres nessa arte libertária do Prelúdio sem medidas, que soam como improvisos livres, leves e soltos, sem o tempo bem marcado das danças que formam o miolo das suítes francesas. As obras para cravo de Jacquet de la Guerre, a principal compositora mulher da corte de Luís XIV, aparecerão em breve em um PQPBach perto de você.
Mr. Couperin – Obras do manuscrito Bauyn
Pièces en ré
1. Prélude (1) 5’43
2. Allemande (36) 3’44
3. Courante (42) 1’18
4. Courante (43) 1’37
5. Sarabande (51) 3’23
6. Canaries (52) 1’36
7. La Pastourelle (54) 1’33
8. Chaconne (55) 2’42
9. Volte (53) 1’03
10. Pavanne en fa # mineur (121) 9’15
Pièces en mi-la
11. Prélude (14) 1’40
12. Allemande de la Paix (63) 3’15
13. Courante (64) 1’36
14. Sarabande (65) 3’35
15. La Piémontoise (103) 1’53
Pièces en ut
16. Prélude (9) 3’05
17. Allemande la Précieuse (30) 3’19
18. Courante (31) 1’48
19. Courante (16) 1’27
20. Sarabande (32) 3’09
21. Sarabande (25) 1’12
22. Gigue (33) 1’58
23. Passacaille (27) 5’45
24. Menuet (29) 1’16
Brice Sailly – cravo por E.Jobin, cópia de cravo por Tibaut de Tolose (nasc. circa 1647)
Nos tempos de Rameau e Clérambault, o cravista muitas vezes era o equivalente ao maestro nos concertos de música de câmara ou orquestral. Fazia o continuo, a “cama” sonora que dava a deixa para os outros instrumentos se expressarem. Naquela época, muitas vezes o que estava escrito na partitura era muitas vezes um esboço, com linhas gerais que o cravista devia preencher com improvisos, arpejos, ornamentos…
A partitura, portanto, era um guia inicial, a ser complementado pela inspiração do intérprete. Outro aspecto dessa liberdade que tinham os cravistas para aplicar sua inspiração sobre a partitura são os Prelúdios sem compasso (em francês: Prélude non mésuré), comuns na França mais ou menos entre 1650 e 1720. O prelúdio em lá menor de Rameau, que aparece neste CD, começa desse jeito sem compassos, e apenas no finzinho o compositor bota ordem na parada com um compasso 12/8.
Início, sem compasso, do Prelúdio
A cravista aqui é a jovem Akiko Sato. Seguindo a moda barroca, ela comanda do cravo o conjunto Les Bostonades, baseado em Boston, EUA. Nas cantatas, como já expliquei, o cravo dá o tom inicial de cada movimento em curtos recitativos, para em seguida entrarem os poucos instrumentos: uma viola da gamba, um violino, uma flauta barroca (traverso). É pouca gente, afinal a cantata francesa era assim mais intimista, para plateias seletas de amigos, ao contrário das óperas-ballets e tragédias líricas de Rameau que, naquele tempo, já arrastavam pequenas multidões.
O tenor Zachary Wilder é outro jovem talento que tem se destacado na música de Monteverdi, Bach e dos franceses que aparecem aqui. Ele brilha sobretudo na virtuosa cantata Orphée, de Clérambault. Todas as cantatas deste disco têm como tema o amor romântico e fazem referências à antiguidade clássica. Podemos supor que os membros da alta sociedade francesa conheciam bem a história de Orfeu e Eurídice, seja a partir de leituras, ou de espetáculos musicais como:
⋅ Orphée descendant aux Enfers (1683), cantata de Marc-Anoine Charpentier
⋅ Poi che riseppe Orfeo (circa 1680), L’Orfeo (circa 1702), cantatas de Alessandro Scarlatti
⋅ Orphée (circa 1720), cantata de Jean-Philippe Rameau
⋅ La mort d’Orphée (1827), cantata de Hector Berlioz composta para o Prix de Rome. Aliás, o Prix de Rome era um concurso que dava ao laureado a oportunidade de viver um ano ou mais na Itália, e apenas cantatas concorriam nesse prêmio, o que significou uma certa sobrevida artificial para esse gênero da cantata francesa. Enquanto o prêmio durou (até 1968), grandes compositores escreveram cantatas especificamente para esse concurso, embora seus interesses pessoais fossem bem distantes, mais próximos da ópera (Bizet, Massenet), da chanson com piano e da música orquestral (Debussy, Ravel, Dutilleux). Desses listados, apenas Ravel não ganhou o 1º prêmio e a viagem a Roma. Para fechar esses parênteses, cabe lembrar que Lili Boulanger foi a primeira mulher a vencer o prêmio em 1913.
A cantata de Rameau tem menos referências greco-romanas que as de Clérambault. Apenas uma menção (“enfant de Cythère”) à ilha de Citera, próxima a Esparta, e que seria o local de nascimento de Afrodite, a deusa do amor. A metáfora mais importante dessa cantata é mais próxima, mais da roça: pássaros no ninho, cantando em casal. Rameau, naquele período, vivia em Clermont-Ferrand, cidade no sul da França. É do dialeto do sul da França, aliás, a palavra “trovador”, que se refere aos poetas que, no fim da Idade Média, deram origem em prosa e verso – sobretudo verso – a essa ideia de amor romântico que tem ocupado esse imenso espaço no imaginário ocidental desde então.
Louis-Nicolas Clérambault: Pirame Et Tisbé, 4e Cantata du 2e Livre (1713)
1 Récitatif: Pirame, pour Tisbé, dès la plus tendre enfance Air: Si votre tendresse est extrême
2 Récitatif: Tisbé, pour résister à l’ardeur de ses vœux; Lentement et marqué: Aux pieds de ces tombeaux sacrés; Récitatif: Bientôt au gré de leur impatience
3 Air: Vole, vole, dit-elle amour
4 Récitatif: Elle cherchoit l’amant qui la tient asservie; Plainte: Quoi? Tisbé tu n’es plus?
5 Vivement: Venez monstres affreux; Lent: Aimable et cher objet, ton trépas est mon crime
6 Air: Amour, qui voudra désormais s’empresser à porter tes chaînes?
7 Jean-Philippe Rameau: Prélude en la mineur. Premier Livre de Pièces de Clavecin, RCT 1 (1706) Jean-Philippe Rameau: L’ Impatience, RCT 26 Cantate pour une voix et une viole avec basse continue
8 Récitatif: Ces lieux brillent déjà d’une vive clarté; Air gai: Ce n’est plus le poids de ma chaîne
9 Récitatif: Les oiseaux d’alentour chantent dans ce bocage; Air tendre: Pourquoi leur envier leur juste récompense?
10 Récitatif: Mais Corine paraît, je vois enfin les charmes; Air léger: Tu te plais, enfant de Cythère Jean-Philippe Rameau: Cinquième Concert, Rct 11. Pièces de Clavecin en Concert
11 I. La Forqueray
12 II. La Cupis
13 III. La Marais Louis-Nicolas Clérambault: Orphée, 3e Cantata du 1er Livre (1710)
14 Récitatif: Le fameux chantre de la Thrace; Air tendre et piqué: Fidèles échos de ces bois
15 Récitatif: Mais que sert à mon désespoir
16 Air gai: Allez Orphée, allez, allez
17 Récitatif: Cependant le héros arrive sur l’infernale rive; Air fort lent et fort tendre: Monarque redouté de ces royaumes sombres
18 Récitatif: Pluton surpris d’entendre des accords; Air gai: Chantez la victoire éclatante
Esta gravação, extremamente bem pesquisada, é cativante. Baseada no repertório de Marie Fel, a ‘Jenny Lind’ (1) da corte de Luís XV, varia da elegância contida de De Lalande à emoção italiana de Mondonville.
Chegando à capital francesa em 1734, Fel tornou-se soprano principal na Ópera de Paris – muitas vezes criando papéis principais nas óperas de Rameau – enquanto também desempenha papéis importantes nos Concerts Spirituels. Em um momento de mudança musical, ela teria cantado em muitos estilos diferentes, desde o tradicional “Lulliano” até a música de influência italiana dos anos 1730 e posteriores.
Ao substituir Fel, Carolyn Sampson é bastante notável. Ela tem a capacidade de suavizar a linha vocal com um vibrato cuidadosamente controlado, mas também emprega um tom de clareza cristalina. Há muitos destaques, mas o trecho caracteristicamente colorido de Daphnis et Alcimadure, de Mondonville, é particularmente agradável, assim como o La lyre enchantée de Rameau.
Ao longo da obra, Jeffrey Skidmore e a orquestra oferecem apoio confiável como o coral, mas, apesar do acústico ser um pouco excessivo, o que brilha é o canto de Sampson: brilhante, vibrante, responsivo e totalmente em sintonia com a linguagem expressiva e as demandas virtuosistas do período.
Crítica por Jan Smaczny, BBC Music Magazine
(1) Johanna Maria Lind, mais conhecida como Jenny Lind, foi uma soprano sueca, também conhecida como “Rouxinol Sueca”. Uma das mais famosas cantoras do século XIX, ela ficou conhecida por suas performances como soprano em óperas por toda a Europa e por uma turnê de concertos extraordinariamente popular na América em 1850. (Wikipédia)
Louis Lacoste (c1675-c1750) 01. Philomèle – Prologue Sc. 1 Ah! quand reviendront nos beaux jours?
Michel-Richard de Lalande (1657-1726) 02. Exsurgat Deus, S.71 – 5. Regna terrae Te Deum laudamus, S.32 03. 1. Sinfonie 04. 8. Tu rex gloriae 05. 9. Tu ad liberandum suscepturus hominem
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) Salve regina 06. 1. Salve regina, salve mater 07. 2. Ad te clamamus, exsules, filii Evae 08. 3. O clemens, o pia
Jean-Philippe Rameau (1683-1764) 09. Castor & Pollux – Act 1 Sc. 2-3 Un tendre intérêt vous appelle – Tristes apprêts 10. Platée – Act 3 Sc. 4 Amour, lance tes traits
Jean-Joseph Cassanéa de Mondonville (1711-1772) 11. Daphnis & Alcimadure – Act 1 Sc. 2 Gasouillats auzeléts
Joseph Hector Fiocco (1703-1741) 12. 1. Laudate pueri 13. 3. A solis ortu 14. 4. Alleluia
Jean-Joseph Cassanéa de Mondonville 15. Venite, exsultemus – 4. Venite, adoremus
Jean-Philippe Rameau La lyre enchantée 16. 1. Accordez vos sons & vos pas 17. 2. Gavotte: Lyre enchanteresse 18. 3. Écoutons … D’un doux frémissement 19. 4. Vole, Amour, prête-moi tes armes 20. 5. Contredanse
Michel-Richard de Lalande 21. Cantate Domino, S.72 – 5. Viderunt omnes termini terrae Jean-Joseph Cassanéa de Mondonville 22. Venite, exsultemus – 6. Hodie si vocem
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Assim como azeitonas, alcachofras e, mais essencialmente e problemáticas, anchovas, a voz de Patricia Petibon é um gosto adquirido. Ela é uma coloratura alta (até E-flat), sua técnica é formidável, capaz de ter grande floridez e controle da respiração muito fina, ela canta principalmente sem vibrato, e o tom pode ser tão brilhante como diamante que pode irritar, embora em momentos dramáticos mais escuros, ela pode moderar o brilho. Ela se envolve completamente no que está cantando e, por isso, é muito comovente – a tristeza e o desespero de Jonathan em David et Jonathas, de Charpentier, são impressionantes, assim como a raiva lunática de Armide pela ópera de Lully (o que ela faz com a palavra “hate” é digno de Callas como Medéia). Todos os trechos de Rameau são habilmente manipulados, do silvestre ao bélico e vice-versa.
Ela também se diverte com a frivolidade e virtuosismo da obra quase inteiramente desconhecida de 15 minutos de Grandval (1676-1753), na qual o cantor tenta agradar sua platéia chamando por todos os vários estilos e temas de música de seu tempo: uma queixa de Orfeu, hinos a Baco, canções de amor fofas, árias de vingança, evocações para o inferno, um apelo a Netuno, um grito de guerra e assim por diante, tudo feito com paixão. A peça é um tour-de-force de mudança de humor – quase psicose, de fato – e Petibon me parece ser o único intérprete que eu quero ouvir cantar. Ela pode ser incrivelmente sedutora, lançando notas altas ou arrulhando como uma pomba. Ela deve ser dinamite no palco.
A maioria das músicas deste CD é rara e é quase o suficiente para querer ouvir, principalmente se o barroco francês é a sua xícara de chá. É maravilhosamente tocado por um grupo chamado Les Folies Françoises, liderado por Patrick Cohen-Akenine, com os sopros importantes presentes e tocados de maneira deslumbrante (os oboés amadeirados no primeiro número de Platee, o fagote em uma ária de Les fetes d’Hymen ), o cravo audível e comentando a voz o tempo todo, as cordas atacadas com verve, as trombetas e tambores nos trazendo de pé. Tente isso, você pode gostar. De fato, você pode adorar. – Robert Levine
Patricia Petibon – Airs baroques français Jean-Philippe Rameau (França, 1683-1764) 01. “Platée” (1749) – Air de Clarine: Soleil, fuis de ces lieux” 02. “Les fêtes de l’Hymen et de l’Amour” (1747) – Ariette de l’Amour: “Volez, plaisirs, célébrez ce beau jour 03. “Les fêtes de l’Hymen et de l’Amour” (1747) – “Entrée des Égyptien 04. “Les fêtes de l’Hymen et de l’Amour” (1747) – Ariette de l’Égyptienne: “L’amant que j’adore” 05. “Les fêtes de l’Hymen et de l’Amour” (1747) – Ariette de l’Égyptienne: “Amour, lance tes traits” 06. “Platée” – Air de la Folie: “Formons les plus brillants concerts… Aux langueurs d’Apollon” Marc-Antoine Charpentier (France, 1643-1704) 07. “David et Jonathas” (1688) – Jonathas: “A-t-on jamais souffert une plus rude peine?” Jean-Baptiste Lully (Italy, 1632-France, 1687) 08. Lully, “Armide” (1686) – Prélude. Armide: “Enfin, il est en ma puissance” 09. “Armide” – Armide: “Le perfide Renaud me fuit” Jean-Philippe Rameau (França, 1683-1764) 10. “Les Indes Galantes” (1735) – Air de Phani: “Viens, hymen” 11. “Les Indes Galantes” – Air de Zima: “Régnez, plaisirs et jeux” 12. “Les Indes Galantes” – Chaconne Nicolas Racot de Grandval (França, 1676-1753) 13 Rien du tout (1755), pour soprano, simphonie et basse continue
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Em 1683, Michel-Richard de Lalande entrou na Chapelle Royale como um vice-mestre (sous-maître) depois de receber o apoio de Luís XIV em um formidável concurso de recrutamento. Com apenas 25 anos, o jovem compositor rapidamente se tornou o favorito do rei e alcançou os cargos mais cobiçados da corte em uma carreira de quase quarenta anos.
Acima de tudo, Luís XIV o incluiu nas consultas para a construção da nova Chapelle Royale, adjacente ao Palácio de Versalhes. À medida que os arcos subiam gradualmente para o céu, Lalande compôs e revisou seus motetos, que expressam a grandeza então inigualável do reino, ao mesmo tempo que testemunham a acústica incomparável da capela. Suas obras – conjuntos de salmos, hinos e Te Deum – registram a atmosfera na corte na liturgia, em tempos de angústia e alegria.
Após a gravação anterior das configurações de Te Deum por Lully e Charpentier no Chapelle Royale, Vincent Dumestre e Le Poème Harmonique agora retornaram a Versailles para enfrentar a música que Lalande compôs para aquele lugar extraordinário. Juntamente com os grandes motetos Deitatis majestatem e Ecce nunc benedicite, com sua síntese da pompa real e a linguagem da ópera, eles oferecem o emocionante Miserere e o mais grandioso Te Deum realizado no reinado de Luís XIV, o Te Deum do próprio rei .(ex-internet)
Lalande: Majesté
01. Deitatis Majestatem: Deitatis Majestatem: Deitatis Majestatem 02. Deitatis Majestatem: Deitatis Majestatem: Hic enim misericors 03. Deitatis Majestatem: Deitatis Majestatem: Simphonie 04. Deitatis Majestatem: Deitatis Majestatem: O caro Christi vera 05. Deitatis Majestatem: Deitatis Majestatem: Te omnes angeli 06. Deitatis Majestatem: Deitatis Majestatem: O mentis jubilatio 07. Deitatis Majestatem: Deitatis Majestatem: Quam dulcis est 08. Deitatis Majestatem: Deitatis Majestatem: O bonitatis prodigium 09. Ecce Nunc Benedicite, S.8: Ecce Nunc Benedicite, S.8: Ecce nunc benedicite Dominum 10. Ecce Nunc Benedicite, S.8: Ecce Nunc Benedicite, S.8: In noctibus extollite 11. Ecce Nunc Benedicite, S.8: Ecce Nunc Benedicite, S.8: Benedicat te Dominus ex Sion 12. Te Deum, S.32: Te Deum, S.32: Te Deum laudamus 13. Te Deum, S.32: Te Deum, S.32: Te æternum Patrem 14. Te Deum, S.32: Te Deum, S.32: Tibi omnes angeli 15. Te Deum, S.32: Te Deum, S.32: Sanctus, Sanctus, Sanctus 16. Te Deum, S.32: Te Deum, S.32: Te gloriosus Apostolorum 17. Te Deum, S.32: Te Deum, S.32: Te per orbem terrarum 18. Te Deum, S.32: Te Deum, S.32: Tu rex gloriæ 19. Te Deum, S.32: Te Deum, S.32: Tu, ad liberandum 20. Te Deum, S.32: Te Deum, S.32: Tu, devicto mortis aculeo 21. Te Deum, S.32: Te Deum, S.32: Tu ad dexteram Dei sedes 22. Te Deum, S.32: Te Deum, S.32: Te ergo quæsumus 23. Te Deum, S.32: Te Deum, S.32: Æterna fac cum sanctis 24. Te Deum, S.32: Te Deum, S.32: Salvum fac populum tuum 25. Te Deum, S.32: Te Deum, S.32: Et rege eos 26. Te Deum, S.32: Te Deum, S.32: Per singulos dies benedicimus te 27. Te Deum, S.32: Te Deum, S.32: Dignare, Domine 28. Te Deum, S.32: Te Deum, S.32: Miserere nostri 29. Te Deum, S.32: Te Deum, S.32: In te, Domine, speravi
Gravado na Capella Cracovientis, durante o Création Festival Misteria Paschalia, Cracovia, em 2017.
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Pois a história de Grigoriy Sedukh e seus violinos miúdos não parou em sua gravação que apresentamos ontem: esses instrumentos são apenas três duma série de oito, concebidos e confeccionados pela luthier Carleen Hutchins para reproduzir, em diferentes tamanhos, as qualidades sônicas do violino.
A luthier buscava criar um conjunto de instrumentos, ao estilo dos consorts de violas do século XVII, que tivessem características sonoras homogêneas, baseadas no violino. Seu trabalho, que envolveu colaboração com físicos, resultou num octeto de instrumentos que vão do sopranino ao contrabaixo, mas que são, essencialmente, violinos.
Um desses instrumentos, o violino contralto, foi usado por Yo Yo Ma para tocar o Concerto para viola de Bartók, com recepção mista. Alguns saudaram o som como “revelador”, mas muita gente estranhou. A riqueza de timbre da viola se perde em prol de mais brilho e projeção, que é… bem, justamente aquilo que a gente não espera de uma viola.
Não obstante, várias instituições dedicam-se à divulgação do legado de Hutchins, alguns com devoção quase religiosa a sua figura, e comissionando novas composições para o peculiar conjunto instrumental.
Sério: olhem o T A M A N H O do violino contrabaixo!!!
Nesse álbum, gravado no que parece ser um congresso da The New Violin Family Association, várias peças de exibição são tocadas nos diversos instrumentos do octeto. A qualidade um tanto precária da gravação deixa para a nossa imaginação muito do tão apregoado brilho desses novos instrumentos, mas ouvir a Fantasia de Vaughan Williams tocada por eles, numa massa sonora mais homogênea que uma orquestra de cordas moderna, faz pensar que o sonho de Hutchins pode ter virado realidade.
Anteontem postei uma ótima gravação de obras para viola da gamba, e não demorou para que, entre os comentários, este bonito filme de 1991 fosse lembrado. Para minha surpresa, sua excelente trilha sonora ainda não tinha sido postada por aqui. Por isso, eu me apressei em compartilhá-la com vocês neste domingo.
Dirigido por Alain Corneau e estrelado por Jean-Pierre Marielle e Gérard Dépardieu, “Todas as Manhãs do Mundo” foi um inesperado sucesso para um filme que trata da relação entre dois gambistas franceses do século XVII: o célebre Marin Marais (1656-1728) e seu mestre, o enigmático Monsieur de Sainte-Colombe (ca. 1640-1700). Magnificamente interpretado, fotografado e realizado, e bastante fiel ao romance homônimo em que se baseou, é uma belíssima sucessão de tableaux-vivants acompanhados por uma trilha sonora M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-A, a cargo daquele Midas da Música que é Jordi Savall.
Ei-la, pois, para vosso deleite.
TODAS AS MANHÃS DO MUNDO – TRILHA ORIGINAL DO FILME Direção musical: JORDI SAVALL
Jean-Baptiste LULLY (1632-1687)
01 – Marche pour la Céremonie des Turcs Le Concert des Nations Jordi Savall, regência
Marin MARAIS (1656-1728)
02 – Improvisation sur les Folies d’Espagne (excertos) Jordi Savall, viola da gamba baixo
Jordi SAVALL (1941)
03 – Prélude pour Mr Vauquelin Jordi Savall, viola da gamba baixo
Monsieur de SAINTE-COLOMBE (ca. 1640-1700)
04 – Gavotte du Tendre
Jordi Savall, viola da gamba baixo
TRADICIONAL, arranjo de Jordi SAVALL
05 – Une jeune fillette Montserrat Figueras e Maria-Cristina Kiehr, sopranos Rolf Lislevand, teorbo Jordi Savall, viola da gamba baixo
Monsieur de SAINTE-COLOMBE
06 – Les Pleurs (versão para viola da gamba solo por Jordi Savall) Jordi Savall, viola da gamba baixo
07 – “Le Retour”, Concert pour deux violes Christophe Coin e Jordi Savall, violas da gamba baixo
Marin MARAIS
08 – Pièces de viole, 4e. livre: “La Rêveuse” Jordi Savall, viola da gamba baixo Pierre Hantai, cravo Rolf Lislevand, teorbo
François COUPERIN (1668-1733)
09 – Troisième Leçon de Ténèbres à 2 voix Montserrat Figueras e Maria-Cristina Kiehr, sopranos Rolf Lislevand, teorbo Pierre Hantai, cravo Jordi Savall, viola da gamba baixo
Marin MARAIS
10 – Pièces de viole, 4e. livre: “L’Arabesque” Jordi Savall, viola da gamba baixo Pierre Hantai, cravo Rolf Lislevand, teorbo
ANÔNIMO (século XVII), arranjo de Jordi SAVALL
11 – Fantaisie en Mi mineur Jordi Savall, viola da gamba baixo
Monsieur de SAINTE-COLOMBE
12 – Les Pleurs Christophe Coin e Jordi Savall, violas da gamba baixo
Marin MARAIS
13 – Pièces de viole, 4e. livre: “Le Badinage” Jordi Savall, viola da gamba baixo Rolf Lislevand, teorbo
14 – Pièces de viole, 2e. livre: “Tombeau por Monsieur de Sainte-Colombe” Jérôme Hantai e Jordi Savall, violas da gamba baixo Pierre Hantai, cravo Rolf Lislevand, teorbo
15 – Pièces de viole, 3e. livre: Muzettes I-II Jordi Savall, viola da gamba baixo Pierre Hantai, cravo Rolf Lislevand, teorbo
16 – Sonnerie de Sainte Geneviève du Mont-de-Paris Fabio Biondi, violino Jordi Savall, viola da gamba baixo Pierre Hantai, cravo Rolf Lislevand, teorbo
Eis mais um discaço de Diego Fasolis, frente ao fantástico ‘Coro della Radiotelevisione svizzera ‘, e de sua querida orquestra, I Barocchisti, e novamente em parceria com Julia Lezhneva, turma que recém esteve presente aqui no PQPBach interpretando Pergolesi.
Porém aqui o parceiro de Julia Lezhneva é Franco Fagioli, outro contratenor que vem se destacando nos últimos anos. E todos eles juntos nos apresentam um Vivaldi fresco e atualizado. Sei que já trouxemos diversas versões destas mesmas obras, principalmente da ‘Gloria’, todos elas de excelente qualidade, e esta leitura de 2018 de Fasioli junta-se a elas.
A voz de Lezhneva é suave e delicada, em outros momentos intensa, e nos envolve em uma áurea de mistério e fé. E conta com a cumplicidade de um excepcional coral, com o perdão do excesso de adjetivos. Mas este é um daqueles CDs que nos deixam extasiados, e ao mesmo tempo perplexos com a qualidade e talento destes músicos. E claro, apenas reforça aquilo que temos destacado tanto por aqui: Vivaldi foi uma figura única, um gênio do Barroco, um dos maiores compositores de todos os tempos, ao lado de Bach e Händel.
Enquant que na ‘Gloria’ Julia Lezhneva se destaca, no ‘Nisi Dominus’, é a incrível voz de Franco Fagioli que domina totalmente. Não teme as dificuldades da peça, e se joga de corpo e alma.
Se possível, novamente peço para os senhores ouvirem este CD em um bom fone de ouvido, assim como o do Pergolesi recém postado, assim não perderão aqueles detalhes que somem em caixas de som. E novamente, deixo-lhes a opção de ouvirem em MP3 ou então em FLAC.
ANTONIO VIVALDI 1678–1741
GLORIA RV 589
1 Gloria in excelsis Deo
2 Et in terra pax
3 Laudamus te
4 Gratias agimus tibi
5 Propter magnam gloriam tuam
6 Domine Deus, Rex caelestis
7 Domine Fili unigenite
8 Domine Deus, Agnus Dei
9 Qui tollis peccata mundi
10 Qui sedes ad dexteram Patris
11 Quoniam tu solus Sanctus
12 Cum Sancto Spiritu
NISI DOMINUS RV 608
13 Nisi Dominus aedificaverit domum
14 Vanum est vobis
15 Surgite postquam sederitis
16 Cum dederit dilectis suis somnum
17 Sicut sagittae in manu potentis
18 Beatus vir qui implevit
19 Gloria Patri, et Filio
20 Sicut erat in principio
21 Amen
NULLA IN MUNDO PAX SINCERA RV 630
22 Aria: Nulla in mundo pax sincera
23 Recitative: Blando colore
24 Aria: Spirat anguis inter flores
25 Alleluia
JULIA LEZHNEVA soprano
FRANCO FAGIOLI countertenor
Coro della Radiotelevisione svizzera
I Barocchisti DIEGO FASOLIS
Les Arts Florissants Edição comemorativa de 40 anos Secular Music Sacred Music Music & Theater dir. William Christie, Paul Agnew
Sandrine Piau Michel Laplénie Veronique Gens Ian Honeyman Agnès Mellon Philippe Cantor 2019
Dedicado ao desempenho da música barroca nos últimos 40 anos, Les Arts Florissants nunca deixa de revelar um novo repertório, muitos dos quais passamos a classificar como entre as melhores realizações musicais na vida cultural da França (Lully, de Lalande, Charpentier, Rameau …), Itália (Monteverdi, Rossi …) e Inglaterra (Purcell, Handel …) – um legado que eles disponibilizaram para músicos e grupos em todo o mundo.
Quer tenham sido destinados aos cultos da igreja, aos palcos de teatro ou ao entretenimento real, aqui estão algumas das melhores jóias musicais, desde a lendária gravação de Atys até as mais recentes coleções de arias e madrigais, para listar apenas algumas. Quase todos os capítulos musicais da história do conjunto fizeram história e, juntamente com horas de puro prazer, esta retrospectiva certamente trará de volta boas recordações de seu primeiro encontro com Les Arts Florissants, que se tornou um pilar de nossa vida cultural coletiva. (do site do produtor)
CD 01 – Musique Profane Claudio Giovanni Antonio Monteverdi (Cremona, 1567- Veneza, 1643) 01 – Zefiro torna, e di soavi accenti, SV 251 02 – Madrigals, Book 8, SV 146–167 “Madrigali guerrieri et amorosi”: Lamento de la ninfa, SV 163 03 – Il combattimento di Tancredi e Clorinda, SV 153 04 – Madrigals, Book 7, SV 117–145: Lettera amorosa, SV 141 (Live) 05 – Sestina Lagrime d’Amante al Sepolcro dell’Amata, SV 107, Prima parte: I. “Incenerite spoglie” Carlo Gesualdo, aka Gesualdo da Venosa (Italy, 1566 – 1613) 06 – Madrigals, Libro III: IX. Non t’amo, o voce ingrata Honoré d’Ambruys (France, séc. 18) 07 – Le doux silence de nos bois Michel Lambert (França, 1610-1696) 08 – Le repos, l’ombre, le silence 09 – Airs à une, II, III et IV parties avec la basse-continue: Sans murmurer Michel Pignolet de Montéclair (França, 1667 – 1737) 10 – La Mort de Didon pour soprano, violon, flûte et basse continue (6e cantate, Livre I)
CD 02 – Musique Sacrée Marc-Antoine Charpentier (France, 1643-1704) 01. Te Deum, H. 146: I. Prélude Georg Friedrich Händel (Alemanha, 1685 – Inglaterra, 1759) 02. Messiah, HWV 56, Part II: “Hallelujah!” 03. The Ways of Zion Do Mourn: IV. She put on righteousness. Chorus Marc-Antoine Charpentier (France, 1643-1704) 04. Le Reniement de Saint Pierre , H. 424 05. Antiennes “O” de l’Avent, H.36-43, Premier O: “O Sapientia” Luigi Rossi (Italia, 1597 – 1653) 06. Un peccator pentito: “Spargete sospiri” Claudio Giovanni Antonio Monteverdi (Cremona, 1567- Veneza, 1643) 07. Selva morale e spirituale, SV 252-288: “Chi vol che m’innamori” a 3 voci e due violini 08. Selva morale e spirituale, SV 252-288: “O ciechi ciechi” a 5 voci et doi violini Jean-Baptiste Lully (Italy, 1632-France, 1687) 09. Salve Regina Georg Friedrich Händel (Alemanha, 1685 – Inglaterra, 1759) 10. Il Trionfo del Tempo e del Disinganno, HWV 46a: “Lascia la spina, cogli la rosa ” (Piacere) Michel Richard de Lalande (France, 1657-1726) 11. Cantique Quatrième “sur le bonheur des justes & sur le malheur des resprouvez”: “Heureux, qui de la sagesse” 12. Te Deum, S.32: I. Simphonie 13. Te Deum, S.32: II. Te Deum laudamus Johann Sebastian Bach (Germany, 1685-1750) 14. Mass in B Minor, BWV 232: Benedictus (Live) Sébastien de Brossard (França 1655 – 1730) 15. Miserere mei Deus, SdB. 53 (Live)
CD 03 – Musique & theatre Marc-Antoine Charpentier (France, 1643-1704) 01. Les Arts florissants, H. 487: I. Ouverture Jean-Baptiste Lully (Italy, 1632-France, 1687) 02. Atys, LWV 53, Prologue: Ouverture 03. Atys, LWV 53, Acte III, Scène 4: Prélude. “Dormons, dormons tous” (Le Sommeil) Jean-Philippe Rameau (França, 1683-1764) 04. Castor & Pollux, RCT 32, Acte I, Scène 1: Que tout gémisse (Troupe de Spartiates) 05. Castor & Pollux, RCT 32, Acte I, Scène 3: Tristes apprêts, pâles flambeaux (Télaïre) 06. Anacréon, RCT 30: Quel Bruit? Quelle clarté vient ici se répandre? (Prétresse de Bacchus et sa suite, Anacréon, Lycoris, Suite d’Anachréon) 07. Les Indes galantes, RCT 44, Troisième Entrée, Scène 3: “Amour, Amour, quand du destin j’éprouve la rigueur…” (Zaïre, Tacmas) Marc-Antoine Charpentier (France, 1643-1704) 08. David et Jonathas H. 490, Prologue, Scène 1: “Où suis-je ? Qu’ai-je fait ?” (Saül) 09. David et Jonathas H. 490, Acte I, Scène 3: “Ciel ! Quel triste combat en ces lieux me rappelle ?” (David) 10. Le Malade imaginaire, H. 495, Premier intermède: “Notte e di” (Spacamond) Jean-Philippe Rameau (França, 1683-1764) 11. Pygmalion, RCT 52, Acte I, Scènes 1-3: Fatal Amour, cruel vainqueur (Pygmalion) André Campra (França, 1660-1744) 12. Idoménée, Acte I, Scène 1: “Venez, Gloire, Fierté” (Ilione) 13. Idoménée, Acte II, Scène 1 – Scène 2: “O Dieux ! ô justes Dieux” (Chœur de peuple) – “Cessez de soulever les ondes” (Neptune) Luigi Rossi (Italia, 1597 – 1653) 14. Orfeo, Acte III, Scène 10: “Abandonnez l’Averne, ô peines, et me suivez !” (Orfeo, Giove, Mercurio, Coro Celeste) Jean-Philippe Rameau (França, 1683-1764) 15. Dardanus, RCT 35: “Hâtons-nous,courons à la gloire” Antoine Dauvergne (França, 1713 – 1797) 16. La Vénitienne: “Livrons-nous au sommeil” Michel Pignolet de Montéclair (França, 1667 – 1737) 17. Jephté, Act II, Scène 6: Marche au son des tambourins. “Ô jour heureux” (Iphise, Elise, Troupe d’Habitants de Maspha)
Les Arts Florissants: Secular Music + Sacred Music + Music & Theater Les Arts Florissants dir. William Christie
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Em 1745, o rei concedeu a Jean-Philippe Rameau a posição de Composer du Cabinet du Roy, que veio com uma substancial pensão. Este novo período veria produções de uma forma mais leve, em colaboração com o libretista Louis de Cahusac e algumas das mais importantes obras-primas do músico borgonhês.
Zaïs, realizada em 1748 no palco da Académie Royale de Musique, é uma delas. Este ballet-héroïque deu à música francesa uma das suas melhores obras. A partitura inteira está à imagem de sua famosa abertura: organizar o Caos, surpreendente em seus timbres teatrais e na ousadia da harmonia. Embora o enredo seja bastante frágil – um amante (Zaïs) testando sua amada (Zélidie) para apreciá-la ainda mais – é o pretexto para inúmeros divertimentos e danças, cuja magia é um verdadeiro encanto ao ouvido.
40 anos depois de Gustav Leonhardt, é a vez de Christophe Rousset trabalhar nesta partitura em uma série contínua de gravações, concertos e escritos que fizeram dele um dos principais campeões de Rameau. (ex-internet)
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Michel Richard Delalande (France, 1657-1726) François Couperin (França, 1668 – 1733) Jean-Baptiste Lully (Italy, 1632-France, 1687)
Ensemble Marguerite Louise dir. Gaétan Jarry
2019
A Missa do Rei Sol foi sem dúvida um dos rituais privilegiados para a construção da glória do soberano, tanto pelo seu esplendor quanto pelo aspecto cerimonial que paralisa o tempo, solidificando a imagem eterna do poder real. Os maiores compositores do reino distinguiram-se fazendo do serviço sagrado um verdadeiro concerto celestial. O sino tocou, os pífanos e os tambores anunciaram a chegada do rei na galeria, o órgão explodiu os Grands Motets de Lully e Delalande, encantados sob as abóbadas douradas, os delicados e íntimos Petits Motets de Couperin aparecem com graça nas alcovas da Capela Real…
O Rei Sol ouviu vários tipos de missa em sua capela, a mais famosa a “missa baixa solene” que consistia em um grand motet, um petit motet e um Domine salvum fac regem, todos cantados enquanto o padre falava calmamente a liturgia. Em outras ocasiões, ele ouviu música de órgão e canto e aqui nós temos um pouco de tudo, às vezes um pouquinho. Assim, o efeito geral é bastante insatisfatório, embora as obras principais – configurações de salmo de Delalande e Lully – sejam peças esplêndidas, dignamente cantadas. De fato, os solos e duetos de soprano são alguns dos melhores que eu já ouvi há muito tempo. No entanto, o veredicto geral tem que ser “poderia fazer melhor”. (ex-internet)
François-André Danican Philidor (França, 1726 – 1795 01. Marche pour fifres et tambours Jean-Adam Guilain (Alemanha, c. 1680 – after 1739) 02. Suite du troisième ton: Plein Jeu Michel Richard Delalande (France, 1657-1726) 03. Exaltabo te Domine, S.66: I. Exaltabo te Domine 04. Exaltabo te Domine, S.66: II. Psallite Domino, 05. Exaltabo te Domine, S.66: III. Ad vesperum demorabitur 06. Exaltabo te Domine, S.66: IV. Ego autem dixi 07. Exaltabo te Domine, S.66: V. Avertisti faciem tuam 08. Exaltabo te Domine, S.66: VI. Ad te clamabo 09. Exaltabo te Domine, S.66: VII. Quae utilitas 10. Exaltabo te Domine, S.66: VIII. Audivit Dominus François Couperin (França, 1668 – 1733) 11. Messe des couvents: Dialogue sur les grands jeux 12. Venite exultemus Domino 13. Messe des couvents: Tierce en taille Anonyme 14. Communion de la Messe pour Saint Louis: Introibo in domum tuam Domine Jean-Baptiste Lully (Italy, 1632-France, 1687) 15. Exaudiat te Dominus: I. Exaudiat 16. Exaudiat te Dominus: II. Tribuat tibi secundum 17. Exaudiat te Dominus: III. Impleat Dominus 18. Exaudiat te Dominus: IV. Exaudiet ilum de Coelo Sancto Suo 19. Exaudiat te Dominus: V. Ipsi obligati sunt 20. Exaudiat te Dominus: VI. Domine salvum fac Regem 21. Exaudiat te Dominus: VII. Gloria Patri e Filio
Messe du Roi Soleil Delalande, Couperin, Lully
Ensemble Marguerite Louise – 2019
dir. Gaétan Jarry
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Marc-Antoine Charpentier é o único compositor da época de Luís XIV a se distinguir tão notavelmente no gênero da “história sagrada”: escreveu mais de trinta obras desse tipo, todas compostas depois de sua residência na Itália.
Sébastien Daucé e o Ensemble Correspondances extraíram cuidadosamente desse excepcional material um número de preciosidades que refletem tanto sua experiência em Roma (provavelmente estudando com Carissimi, o mestre do oratório) quanto as preocupações humanistas de um período inteiro.
Como uma ópera em miniatura, cada peça relata um destino exemplar, incluindo várias mulheres de extraordinária força de vontade (Judith, Cecilia, Maria Madalena) e uma profunda amizade posta à prova (Mors Saülis e Jonathæ).(ex-internet)
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A Ceia do Rei era servida às dez horas da noite ou na Antecâmara do Rei ou na Antecâmara do “Grand Couvert” (mesa cerimonial). O rei jantava em público. Ele sentava no meio da mesa com suas costas para a lareira. Depois dele ficavam seu médico principal, Daquin, e vários conselheiros privilegiados, como o duque de Saint-Simon, por exemplo. Mais atrás, amontoados nos vãos das portas, havia outros conselheiros e espectadores curiosos. À esquerda do rei, no final da mesa, junto às janelas que davam para o recinto de mármore, sentava Monsieur, o irmão do rei, sua esposa, Madame, ou outros membros da família real. Contra a parede voltada para o rei ficava a galeria reservada para os músicos do jantar.
Uma portaria de 1681 prescreve o cerimonial para o serviço da carne (ou seja, a refeição) do rei: “Os cavalheiros servidores trazem o primeiro prato; o segundo prato é levado pelo contrôleur (que provou a comida do rei); os officiers de la bouche (literalmente oficiais da boca) carregam os outros pratos. Nesta ordem, o chefe do cerimonial, com o bastão em sua mão, caminha à frente, precedido por alguns passos pelo contínuo da mesa levando uma tocha, acompanhado de três guarda-costas, com os rifles nos ombros … “
O menu consistia de quatro pratos: as sopas, as entradas, os assados e os doces. Ao lado da fanfarra inicial (cf. Concert de Trompettes), para a entrada do Rei, que coincidia com a chegada do primeiro prato, acreditamos que a música de Delalande era tocada entre o final de um prato e a chegada do próximo, intervindo três vezes, o que explicaria a organização tripartite das suítes. O jantar terminava por volta das onze horas e sua conclusão era provavelmente pontuada por outra fanfarra. Infelizmente não temos documentação gráfica relacionada à ceia de Luís XIV, mas há uma gravura representando a corte do imperador alemão, Joseph II, em 1705, que é uma perfeita ilustração da cerimônia de Versalhes. Na galeria dos músicos podemos distinguir, entre outros, quatro violinos, duas teorbas e, especialmente, duas trombetas, que, conduzidas por um batedor de tempo, tocavam uma fanfarra pela chegada do primeiro prato da refeição.
Symphonies pour les Soupers du Roy – Integral Michel Richard de Lalande
Ensemble La Simphonie du Marais
dir. Hugo Reyne
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Quando Delalande deixou este vale de lágrimas, sua fama estava no auge; entre 1725 e 1730, ele foi o compositor mais frequentemente ouvido em Paris. O público reunia-se para ouvir seus motetos, notavelmente os três Leçons de Ténèbres e o Miserere para voz solo, escritos para os ofícios da Semana Santa. Muitos compositores já haviam produzido arranjos desses textos na França do Rei Sol, tornando o Ofício de Tenebrae um verdadeiro evento social. Fiel à mesma estética, Delalande explorou essa arte da ambiguidade enquanto se desviava da tradição. (ex-encarte)
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Leçons de Ténèbres Michel Richard de Lalande
Ensemble Correspondances – 2015
dir. Sébastien Daucé
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Originalmente composta para o funeral da delfina, Princesa Marie-Anne-Christine-Victoire da Baviera, em 1 de maio de 1690, este notável arranjo de Dies irae foi revisado em 1711, ou por causa da morte do delfim ou das duas filhas de Lalande: todos morreram de varíola dentro de um período de seis semanas.
O arranjo de Lully de Dies irae, pela morte da rainha em 1683, mostrara as possibilidades desse texto como um grande moteto para solistas, coros e orquestra. Mas foi Lalande, sete anos depois, que desenvolveu este conceito e produziu um resultado muito mais surpreendente – talvez o primeiro arranjo de Dies irae na história da música onde o compositor explorou em tal estilo dramático os contrastes inerentes às 18 estrofes rimadas deste poema do século 13.
Este trabalho demonstra a propensão de Lalande para o mais reflexivo e sombrio, provocando uma impressionante resposta musical. Seu forte senso formal é mostrado no desenho musical que é organizado de modo a agrupar as 18 estrofes em quatro grupos cada um de quatro, enquadrando um grupo central de dois. Os dois grupos maiores mais próximos do centro são atribuídos a uma voz solo (haute-contre, depois barítono), enquanto os outros empregam uma variedade de texturas solo e coral.
Dies Irae, Miserere Michel Richard de Lalande
La Chapelle Royale – 1990
dir. Philippe Herreweghe
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Music for the Sun King ….Te Deum laudamus ….Venite, exultemus ….Panis Angelicus ….La grande pièce royale
Ex Cathedra dir. Jeffrey Skidmore – 2002
Devemos agradecer que Luís XIV não gostava de missas solenes. Na verdade, era o fato de ele preferir assistir a Missa Baixa [a Missa Solene é celebrada com assistência de diácono e subdiácono; uma Missa cantata, o padre canta as partes da missa que as rubricas atribuem a ele, porém sem a assistência do diácono e subdiácono. Na missa baixa o celebrante além de rezar sua parte, reza todos os outros formulários da missa. Nela um servidor recita a parte do coro e de todos os outros ministros] na capela real que levou ao moteto, sendo a principal forma de música sacra do repertório do barroco francês.
Durante este serviço, o celebrante fala as palavras da liturgia, enquanto os músicos do rei cantam três motetos. Esse arranjo foi descrito em 1665 por Abbe Perrin no prefácio de uma coletânea de textos de seu próprio moteto: Para a missa do rei, três motetos geralmente são apresentados: um grande, um petit para a Elevação, e uma “sálvia Dentina”, fae regente (“Deus salve o rei”).
Embora o modelo para o grande moteto tenha sido criado por Henry Du Mont, que serviu na capela real durante vinte anos, de 1663 a 1683, foram dois dos seus contemporâneos mais jovens – Marc-Antoine Charpentier (1643-1704) e Michel-Richard de Lalande (1657-1726) – que levou o gênero ao seu auge.
O disco atual dá a oportunidade de ouvir dois dos motetos grandiosos de Lalande na íntegra, bem como um movimento solo extraído de outro e uma de suas peças instrumentais. Lalande tornou-se um dos quatro compositores designados para a capela de Luís XIV em 1683, após uma competição bem documentada. Muito estimado pelo rei, ele foi premiado com um número crescente de cargos oficiais nos anos seguintes, tornando-se o único compositor da capela real, bem como compositor e superintendente (diretor) da musique de la chambre (música da câmara).
Embora tenha começado a renunciar às suas responsabilidades depois da morte de Luis XIV em 1715, Lalande manteve uma posição na capela real até a sua própria morte em 1726. Ao longo dos 43 anos em que esteve associado à corte, Lalande compôs e reformulou 77 grands motets. Eles eram altamente considerados, eles eram realizados não apenas na capela real durante todo o século XVIII, mas também foram uma parte importante do repertório no Concert Spirituel, uma série de concertos estabelecidos em Paris em 1725 com o objetivo de realizar música sacra durante períodos em que a Ópera era fechada.
Quase meio século depois da morte do compositor, Jean-Jacques Rousseau descreveu os grands motets de Lalande como “obras-primas do gênero” e, em 1780, Laborde creditou o compositor como “criador de um novo gênero de música sacra”. Outra evidência da estima em que os grands motets foram mantidos é o fato de que eles eram conhecidos fora de Paris: cópias chegavam às bibliotecas em outros lugares na França e no exterior. (do livreto)
Music for the Sun King Michel Richard de Lalande
Ex Cathedra, dir. Jeffrey Skidmore – 2002
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GRANDES MOTETOS DE MICHEL-RICHARD DELALANDE “O criador da música sacra francesa” … um “Latin Luny” … uns dos elogios a Delalande (1657-1726), que levou o moteto ao seu auge de popularidade na França. Sucessor de Lully como proeminente músico da corte sob Luís XIV e Luís XV, a criatividade dramática de Delalande foi mais poderosa em seus 75 motetos, louvando seu Deus e, é claro, seu rei.
A devoção de Delalande à corte e à música sacra começou como um estudante na igreja de Saint-Germain l’Auxerrois e seus postos de organista em quatro igrejas de Paris. Em 1683, logo após a mudança do tribunal para Versalhes, ele foi o candidato favorito de Louis para o sous maitre da capela, sua primeira das dez nomeações durante os 43 anos seguintes. Por volta de 1770, seus motetos haviam desfrutado de mais de 600 apresentações na série de concertos públicos de Paris, a Concert Spirituel. Delalande compôs um terço de seus motetos, bem como sete entretenimentos seculares, durante sua primeira década prodigiosa na corte. Ele completou a maioria dos motetos restantes em 1710 e dedicou seus últimos anos à revisão de trabalhos anteriores. (ex-catálogo, Barbara Coeyman)
3 Grands Motets Michel Richard de Lalande 01. Te Deum – 1. Simphonie 02. Te Deum – 2. Te Deum laudamus 03. Te Deum – 3. Tibi omnes angeli 04. Te Deum – 4. Sanctus Dominus Deus Sabaoth 05. Te Deum – 5. Te gloriosus Apostolorum chorus 06. Te Deum – 6. Tu Rex gloriae, Christe 07. Te Deum – 7. Tu ad liberandum 08. Te Deum – 8. Tu devicto mortis aculeo 09. Te Deum – 9. Te ergo, quaesumus 10. Te Deum – 10. Aeterna fac 11. Te Deum – 11. Per singulos dies 12. Te Deum – 12. Dignare Domine 13. Te Deum – 13. In te Domine speravi 14. Super Flumina Babilonis – 1. Simphonie – 2. Super flumina 15. Super Flumina Babilonis – 3. In salicibus 16. Super Flumina Babilonis – 4. Quia illic interrogaverunt nos 17. Super Flumina Babilonis – 5. Hymnum cantate nobis 18. Super Flumina Babilonis – 6. Si oblitus fueri tui 19. Super Flumina Babilonis – 7. Adhaereat lingua mea 20. Super Flumina Babilonis – 8. Memor esto, Domine 21. Super Flumina Babilonis – 9. Filia Babilonis misera (soli) 22. Super Flumina Babilonis – 10. Filia Babilonis misera (chorus) 23. Confitebor Tibi Domine – 1. Simphonie – 2. Confiterbor 24. Confitebor Tibi Domine – 3. Magna opera Domini 25. Confitebor Tibi Domine – 4. Confessio et magnificentia 26. Confitebor Tibi Domine – 5. Memoriam fecit mirabilium 27. Confitebor Tibi Domine – 6. Memor erit in saeculum 28. Confitebor Tibi Domine – 7. Fidelia omnia mandata ejus 29. Confitebor Tibi Domine – 8. Redemptionem misit populo suo 30. Confitebor Tibi Domine – 9. Sanctum et terribile 31. Confitebor Tibi Domine – 10. Intellectus bonus 32. Confitebor Tibi Domine – 11. Gloria
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Partituras recolhidas por Mssr. Philidor, na época
Le Concert des Nations dir. Jordi Savall
Manfredo Kraemer, Concertino
2002
Tanto em termos de formas como de cores musicais, a Orquestra de Luís XIII marca a transição entre dois grandes períodos: o fim do Renascimento e a entrada no Barroco. Estas músicas da corte com sabores populares, sempre imaginativos e coloridos, estão constantemente à procura de flexibilidade e graça, grandeza e elegância. Eles são os elementos característicos do estilo tipicamente francês que irradiarão toda a Europa até o final do século XVIII. (Jordi Savall)
Musice De L’Enfance Du Dauphin: 1. Pavane Pour La Petitte Guaire, Fait Pour Les Cornetz En 1601 2. Gaillarde, En Suitte 3. Muzette “Ma Mignone” 4. Pavane Fait Au Mariage De Mr. Vandosme En 1609 5. Branle En Faubourdon 6. Gaillarde En Suitte Musiques Pour Le Sacre Du Roy Faites Le 17 Octobre 1610: 7. Pavane Pour Les Hautbois Fait Au Sacre Du Roy 8. 2e Air En Suitte 9. 3e Air En Suitte Musiques Pour Le Mariage Du Roy Louis XIII Faites En 1615: 10. Pavane Du Mariage De Louis XIII 11. Bourée D’Avignonez (Philidor) 12. Ballet A Cheval Pour Le Grand Carousel. Joué Par Les Grands Hautbois 13. 2e Air En Suitte 14. 3e Air En Suitte 15. 4e Air En Suitte Concert Donné A Louis XIII En 1627 Par Les 24 Viollons Et Les 12 Grands Hautbois 16. Les Ombres 17. 2e Air Pour Les Mesmes 18. Charivaris Pour Les Hautbois 19. Gavotte En Suitte 20. Les Suisses. Air Pour Les Viollons 21. Les Suissesses 22. Les Gacons 23. Entrée De Mr. De Liancourt 24. Les Vallets De La Faiste 25. Les Nimphes De La Grenouillere 26. Les Bergers 27. Les Ameriquains 27 de 36 Les Musiques Royales De 1643 À 1650: 28. Fanfare 29. Intrada – Gavotte – Sarabande 30. Charivaris Pour Les Hautbois 1648 31. Courante De La Reine D’Angleterre 1634 32. Gavotte 33. Fantaisie “Les Pleurs D’Orphée” 34. Libertas 35. Sarabandes & Tambourin 36. “A L’Impero D’Amore” (Sarabande)
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Para aqueles que amam um soprano barroco fluido, etéreo, elegante, com dissonâncias e resoluções cuidadosamente preparadas e um som que é puro e bonito, esta versão é para você. Dois dos melhores sopranos a emergir da França nas últimas décadas, Véronique Gens e Sandrine Piau, juntaram-se ao experiente especialista musical Christophe Rousset e ao conjunto Les Talens Lyriques para cobrir Leçons de Ténèbres de François Couperin (1714) bem como três obras sagradas anteriores notáveis que não são de maneira alguma insolentes. Pensou que os textos dos Leçons descreveriam a destruição do templo de Jerusalém? Os escritos de Couperin, com voz perspicaz e persuasiva, projetam um catolicismo calmo e luxuriante e não enfatizam esse tema trágico,
Piau, com uma voz mais incomum e mais baixa que sua parceira, assume o primeiro Leçon. Gens, cuja versão extraordinária de “Nuits d’ete” de Hector Berlioz ficou na minha memória, leva a parte superior e a segunda Leçons. A conclusão da seção “Jerusalém” deste segundo Leçons, cantada por Gens, tem que ser nos destaques, graciosa e crescente. Ambas as sopranos se juntam para o 3º Leçons onde a capacidade de contraponto de Couperin está totalmente em exibição. Os executores sequenciaram os Leçons como normalmente são feitos, mas essa ordenação é feita para melhorar a coesão do conjunto e não com base em fontes históricas. De fato, vários Leçons de Couperin foram perdidos, então os três Leçons que chegaram até nós formam um fragmento. Isso pode ser ouvido musicalmente, pois a última seção do terceiro Leçons termina de forma inconclusiva, não como uma conclusão estruturada tradicional. Em contraste, a excelente versão dos Leçons no Erato liderada por Laurence Boulay reorganiza os três Leçons sem nenhum efeito negativo. Ouvir o Boulay também ressalta como os artistas deste disco conceberam e executaram seus Leçons como leves e elegantes. O continuo de Boulay é comparativamente ocupado, enquanto o Rousset usa um mínimo de notas, as linhas de soprano ao redor de um acompanhamento de órgão e baixo constante e relativamente simples. Eu também comparei o desempenho com o de William Christie e Les Arts Florissants e descobri que, embora os dois compartilhem uma abordagem semelhante, Gens e Piau injetam muito mais vida e emoção em sua interpretação, tornando-a preferível.
Dois Motets e o Magnificat, datados de estudiosos da década de 1680, representam um estilo barroco médio anterior, relacionado, mas diferente do dos Leçons que preenche o lançamento. Todos os três são lindos e valem a pena. Com uma apresentação de mais de 10 minutos, o Magnificat pode ser minha única faixa favorita aqui, mais viva e um pouco menos serena do que a outra música.
Este disco é exemplar e bonito. Eu suspeito que alguns ouvintes vão amá-lo absolutamente por seu efeito cumulativo arrebatador e exaltado. Ajudado por uma engenharia de som muito boa, é calorosamente recomendado. (ex-Amazon)
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Robert Claire – flauta transversal Davitt Moroney – cravo Jaap ter Linden – viola (baixo) Janet See – flauta transversal
1985
Seleção e texto do nosso amigo Eratosthenes. Convidei-o para fazer o texto dos 2 CDs que me enviara, temendo estar criando uma cobra em casa, pois ele mantém olhares lânguidos na minha doce Sandrine! Mas, enfim, alea jacta est!
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Estes dois discos com música de François Couperin, os Concerts Royaux (Concertos Reais), nos oferecem a oportunidade de ouvir música de um período maravilhoso sob duas diferentes perspectivas. É como se olhássemos um colar de pequenas gemas sob diferentes luzes.
Couperin, assim como muitos dos compositores contemporâneos seus, era membro de uma família de músicos – compositores e intérpretes. Além disso, ele fez excelentes conexões com toda a comunidade de músicos de seu tempo, assim como com a aristocracia. Recebeu o apoio de Delalande, correspondeu-se com Bach e ganhou por vinte anos o privilégio de publicar música. É desse período, de 1713 a 1730, as publicações de suas Pieces de Clavecin, quatro coleções de peças para cravo, organizadas em suites, chamadas ordres. Faz parte dessas peças a Les Baricades mystérieuses e outras não menos famosas.
Voltando aos Concerts Royaux – coleção de quatro “concertos”, mas que têm o formato de suites: um prelúdio e uma sequência de danças, tais como allemande, sarabande, courante e assim por diante. O que distingue essa coleção das outras suites é explicado pelo próprio Couperin: “Estas peças são diferentes em natureza daquelas que já publiquei até agora. Elas são adequadas não apenas para o cravo, mas também para o violino, a flauta, o oboé, a viola e o fagote. Eu as compus para os pequenos concertos de câmara nos quais Louis XIV me fez tocar quase todos os domingos do ano. Essas peças eram tocadas pelos senhores Duval, Philidor, Alarius e Dubois. Eu tocava o cravo. Eu as arranjei pelas suas tonalidades e mantive os nomes pelas quais eram conhecidas na corte em 1714 e 1715.”
Essa prática de tocar a mesma música por diferentes instrumentos era comum neste período, como sabemos das sonatas de Handel, por exemplo.
O disco com a interpretação usando vários instrumentos é da tradicionalíssima Harmonia Mundi, ótimo selo para música antiga e barroca. Tem no seu time dois craques: Davitt Moroney ao cravo e Jaap ter Linden numa viola baixo (seja lá o que isso for). O instrumento melódico é uma flauta, a cargo de Robert Claire, e em alguns movimentos é acompanhada também por uma segunda flauta, agora com a Janet See (de lindos concertos de Vivaldi, na mesma HM).
No outro disco, a música é interpretada por dois cravistas: Laurence Boulay e Françoise Lengellé. O selo Erato é garantia de excelente qualidade. A sonoridade dos cravos, tão singular nos nossos dias, é espandida com o uso dos dois instrumentos – uma festa para nossos ouvidos. Neste particular disco, não deixe de apreciar as três peças finais, que são das outras coleções. Eu gosto de maneira muito especial das duas musétes – de Choisi e de Taverni. Só os nomes dessa peças já desperta a nosssa curiosidade.
Entendo que a postagem já vai um pouco longa, mas queria salientar a elegância dessa música – o gesto musical – se é que você me entende, é fundamental. É música de um outro tempo, que transpira a gentileza, sobriedade, mas também contentamento e maturidade. Se você conseguir captar isso, ficarei feliz. Mas, se a música te levar ainda mais longe, que você experiencie ares de outras eras, então ficarei radiante. Não sei como você ouve música… Espero que não seja do tipo – deixo baixinho no fundo, enquanto leio, ela me acalma… Mas, sobre isso, em outra ocasião, outra postagem, caso haja! Enquanto isso, aumente o volume e deixe que os gestos desta música lhe transporte para outros tempos!
Aqui vai uma palhinha da Les Baricades mistérieuses (Sexième Ordre):
Concert Royaux (pour 2 clavecins) Laurence Boulay & Françoise Lengellé 01. Premier concert – Prélude, gravement 02. Premier concert – Allemande, légèrement 03. Premier concert – Sarabande, mesuré 04. Premier concert – Gavotte, notes égales et coulées 05. Premier concert – Gigue, légèrement 06. Premier concert – menuet en trio 07. Deuxième concert – Prélude 08. Deuxième concert – Allemande guguée, gayement 09. Deuxième concert – Air tendre 10. Deuxième concert – Air contrefugué, vivement 11. Deuxième concert – Echos, tendrement 12. Deuxième concert – Prélude, lentement 13. Deuxième concert – Allemande, légèrement 14. Deuxième concert – Corante 15. Deuxième concert – Sarabande, grave 16. Deuxième concert – Gavotte 17. Deuxième concert – Muzette, naïvement 18. Deuxième concert – Chaconne légère 19. Quatrième concert – Prélude, gravement 20. Quatrième concert – Allemande, légèrement 21. Quatrième concert – Courante françoise, galament 22. Quatrième concert – Courante à l’italienne, gayement 23. Quatrième concert – Sarabande, très tendrement 24. Quatrième concert – Rigaudon, légèrement et marqué 25. Quatrième concert – Foriane, rondeau, gayement 26. Neuvième ordre (2ième livre de pièces de clavecin, 1717) – Allemande à 2 clavecins 27. Quinzième ordre (3ième livre de pièces de clavecin, 1722) – Muséte de Choisi à 2 clavecins 28. Quinzième ordre (3ième livre de pièces de clavecin, 1722) – Muséte de Taverni à 2 clavecins 29. Quinzième ordre (3ième livre de pièces de clavecin, 1722) – Muséte de Taverni à 2 clavecins
Robert Claire – flauta transversal Davitt Moroney – cravo Jaap ter Linden – viola (baixo) Janet See – flauta transversal
01. Premier Concert: I. Prélude 02. Premier Concert: II. Allemande 03. Premier Concert: III. Sarabande 04. Premier Concert: IV. Gavotte 05. Premier Concert: V. Gigue 06. Premier Concert: VI. Menuet en trio (2 flûtes) 07. Second Concert: I. Prélude 08. Second Concert: II. Allemande Fuguée 09. Second Concert: III. Air Tendre 10. Second Concert: IV. Air contrefugué 11. Second Concert: V. Echos 12. Troisième Concert: I. Prélude (2 flûtes) 13. Troisième Concert: II. Allemande 14. Troisième Concert: III. Courante 15. Troisième Concert: IV. Sarabande grave (2 flûtes) 16. Troisième Concert: V. Gavotte 17. Troisième Concert: VI. Muzette 18. Troisième Concert: VII. Chaconne Legere 19. Quatrième Concert: I. Prélude 20. Quatrième Concert: II. Allemande 21. Quatrième Concert: III. Courante Françoise 22. Quatrième Concert: IV. Courante à l’italiéne 23. Quatrième Concert: V. Sarabande (2 flûtes) 24. Quatrième Concert: VI. Rigaudon 25. Quatrième Concert: VII. Forlane
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Segue também um retrato do François, feito enquanto ele pensava em mais uma muséte para o rei.