A Capela do Rei Magnânimo – Francisco António de Almeida (c.1702-1751), Carlos de Seixas (1705-1742), Domenico Scarlati (1685-1757), Bernardo Pasquini (1637-1710), Giovanni Battista Basseti (séc. XVIII) e João Rodrigues Esteves (c.1700-1751) [link atualizado 2017]

UM BAITA CD !!!

Tem na Amazon: aqui.

A 22 de Outubro de 1730, El-Rei D. João V, conhecido como “Rei Magnânimo”, celebrou, mais uma vez, os seus anos. Não iria ser, contudo, um aniversário qualquer, uma vez que seria o primeiro e principal dia de uma semana de cerimónias e celebrações que fizeram parte da sagração da nova Basílica de Mafra, centro eclesiástico de um palácio-convento já em construção havia uns treze anos e que iria ser completado ao longo de mais vinte.
Os detalhes deste primeiro dia, bem como dos dias que se seguiram, foram descritos pelo Mestre de Cerimónias, Frei João de São José do Prado, no seu Monumento Sacro da fábrica, e solemnissima sagração da Santa Basílica do Real Convento de Mafra (Lisboa, Oficina de Miguel Rodrigues, 1751). Iniciou-se pelas 5 horas da manhã, com a chegada do Rei, acompanhado por um toque de trompetes, terminando à noite, após a conclusão da Missa de encerramento. No decorrer deste dia extenso, respeitou-se rigorosamente, em todos os seus pormenores, o rito de sagração tal como estabelecido no Pontificale Romanum, livro oficial litúrgico das cerimónias presididas por bispos, não omitindo nada e inserindo, às horas certas, os Ofícios diários.
Foi esta cerimónia que o concerto de abertura do II Festival Internacional de Música de Mafra (1998) procurou, em parte, reconstituir – uma versão bastante reduzida, com duração de apenas duas horas e meia, usando música que se pode supor ter sido executada, com alguma justificação, nas duas capelas que o monarca mantinha, como Rei – a Capela Real, em Lisboa – e como Duque de Bragança – a Capela Ducal, em Vila Viçosa. Apesar de todos os pormenores litúrgicos e musicais incluídos, Frei João omite qualquer menção acerca do compositor de qualquer das obras em questão. As composições gravadas neste disco baseiam-se numa selecção de entre as incluídas nessa reconstituição.
O estabelecimento da paz, bem como o início do abastecimento de metais preciosos provindos do Brasil, criou a D. João V uma prosperidade estável de que o país não gozava havia quase duzentos anos. A sua própria propensão religiosa, juntamente com o seu amor pelas artes, em especial pela música, conduziu-o a criar infra¬-estruturas que permitiram um verdadeiro florescimento da música sacra. Em 1713, fundou o Seminário Patriarcal, a primeira escola de música da capital, com a intenção de formar jovens músicos para as igrejas do país. Em 1715, introduziu-se na Capela Real o Rito Romano, tendo sido esta instituição elevada, no ano seguinte, à dignidade de Sé Patriarcal e Metropolitana. A esta elevação de estatuto correspondeu uma elevação na música exigida pelo Rei. Em 1719, Domenico Scarlatti (1685-1757), então Mestre de Capela da Capella Giulia em Roma, foi nomeado para este cargo na Capela Real de Lisboa. Iria continuar a desempenhar esta função até à sua partida para Espanha, no início de 1729, no séquito da Infanta Maria Barbara.
A música das Capelas do monarca era bastante variada. Uma parte substancial cantava-se simplesmente em Canto Gregoriano. O Rei apreciava igualmente o canto a cappella – Palestrina, Victoria e, entre os compositores portugueses, Fernando de Almeida, Mestre de Capela no Convento de Tomar uns cem anos antes. Seria, porém, um erro grave considerar D. João V como conservador. De facto, a nomeação de Scarlatti demonstrou o seu empenho no que respeita às tendências musicais actuais, bem como as bolsas de estudo que atribuiu a novos músicos promissores para que aperfeiçoassem os seus estudos em Roma. Já na década de 1730 o seu investimento se revelava proveitoso, como evidenciam de forma admirável João Rodrigues Esteves (c. 1700-1751), Francisco António de Almeida (c. 1702-c. 1755) e António Teixeira (1707-após 1770), nas suas obras que sobreviveram ao devastador terramoto que atingiu Lisboa em 1755.
Todas as obras corais seleccionadas para este disco exemplificam estas tendências modernas, sendo todas acompanhadas por um baixo contínuo e, com excepção da Missa, no chamado estilo concertato. isto e, com solos que contrastam com o coro.
O motete de Francisco António de Almeida, In dedicatione templi, como indica o seu titulo, deve ter sido composto para uma cerimónia de sagração. Dividido em quatro secções, a primeira, para coro, é constituída por um andamento alegre em ritmo ternário, e a segunda, igualmente para coro, por uma fuga A terceira e um dueto para soprano e contralto, sendo a quarta uma repetição da segunda O texto verbal do dueto é derivado do responsõrio Fundata est domus, o qual se encontra no inicio da liturgia da sagração, durante a primeira aspersão do exterior da igreja Este facto sugere que o motete de Almeida teria sido destinado para a abertura de tal cerimónia.
A versão de Domenico Scarlatti do Salmo 121, Laetatus sum, é uma obra extensa em várias secções. O Allegro que inicia o Salmo utiliza o coro e dois solistas (soprano e contralto). Seguem-se uma secção em forma de fuga, apenas para o coro, e outra mais breve, em ritmo ternário, para coro e solistas. O Gloria começa com uma curta e sustentada secção para o coro, antes de um Allegro final para solistas e coro onde surgem as palavras Sicut erat in principio (“Como era no principio”). Como acontece com alguma frequência, esta última secção volta a utilizar material temático da primeira parte da obra – um trocadilho no significado do texto verbal. (O Magnificat de J. S. Bach providencia um exemplo melhor conhecido desta convenção.) Na liturgia da Sagração, este salmo destina-se a acompanhar a primeira aspersão das paredes interiores do edifício.
Ignora-se qualquer informação sobre o compositor italiano Giovanni Battista Bassetti. Contudo, o número de manuscritos existentes das suas Vésperas (Biblioteca Nacional, Lisboa; Arquivo da Sé Patriarcal de Lisboa; Paço Ducal, Vila Viçosa) indica que estas composições eram bastante estimadas. Para além disso, esta suposição encontra-se reforçada por referências aos salmos deste conjunto no Breve Rezume, uma descrição manuscrita (na Bibilioteca do Palácio da Ajuda, Lisboa), aparentemente proveniente da década de 1730, do que se cantava habitualmente na Capela Real. A versão de Bassetti do Salmo Lauda Jerusalem destina-se a quatro solistas e coro. É constituída por duas secções ligadas sem intervalo: o Salmo propriamente dito, em que existe uma alternância entre o coro e os solistas, e o Gloria, apenas para o coro. Durante a liturgia da sagração, canta¬-se este salmo durante a unção das paredes.
A cerimónia de sagração termina com uma Missa. A versão de João Rodrigues Esteves destina-se a oito vozes, divididas em dois coros de quatro vozes cada Os cinco andamentos habituais (Kyrie; Gloria; Credo; Sanctus e Benedictus; Agnus Dei) evidenciam um domínio das técnicas que o compositor aprendera em Roma, bem como um grande dom na combinação de magnificência e intimidade.
O Breve Rezume mostra-nos de forma bastante clara o que se cantava na Capela Real na década de 1730, e uma série de livros de coro em Vila Viçosa indica o repertório da Capela Ducal. No entanto, não possuímos fontes comparáveis no que diz respeito à música de órgão executada. Na ausência de indícios, as obras escolhidas para a reconstituição da sagração realizada em Mafra e, assim, para este disco procuram reflectir as mesmas tendências: música de compositores portugueses então vivos – nesta instância, Carlos Seixas (1704-42) -, de compositores italianos dos cem anos anteriores – dos quais Bernardo Pasquini (1637-1710) é o representante -e de compositores nacionais do século XVII (dois exemplos anónimos).
(texto do organista David Cranmer – extraído do encarte do CD)

Ouça! Ouça! Deleite-se!

A CAPELA DO REI MAGNÂNIMO
Música Sacra Portuguesa do Século XVIII.

Francisco António de Almeida (c.1702 – 1751)
01. In Dedicacione Templi
José António Carlos de Seixas (1705 – 1742)
02. Sonata nº 75 em lá menor, I. Largo
03. Sonata nº 75 em lá menor , II. Minuete
Domenico Scarlati (1685 – 1757)
04. Laetatus Sum
Bernardo Pasquini (1637 – 1710)
05. Sonata em dó menor
Giovanni Battista Basseti (séc. XVIII)
06. Lauda Jerusalem
Anónimo (séc. XVIII)
09. Fantasia de 5º tom
08. Obra de 2º tom
João Rodrigues Esteves (c.1700 – 1751)
09. Missa a 8 vozes, I. Kyrie eleison
10. Missa a 8 vozes, II. Gloria in excelsis Deo
11. Missa a 8 vozes, III. Credo in unum Deum
12. Missa a 8 vozes, IV. Sanctus – Benedictus
13. Missa a 8 vozes, V. Agnus Dei

Coro de Câmara de Lisboa
David Cranmer, órgao
Teresita Gutierrez Marques, regente
Lisboa, 2000

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE 182Mb

Partituras e outros que tais? Clique aqui

Postagem linda, né? Aproveita e deixa umas palavrinhas amigas nos comentários. É rapidinho e deixa a gente feliz!

Interior da Basílica de Mafra por Paulo Teixeira

Bisnaga

El Eco de Indias: Villancicos del Barroco Americano – Obras de compositores de Cuba, Peru, Colômbia, Bolívia, México e Espanha dos séculos XVII e XVIII [link atualizado 2017]

Vocês vão adorar este álbum!

El Eco de Indias

Villancicos del Barroco Americano

Ars Longa de La Havana

.

Essa postagem estava dobrada: uma com o álbum comprado em Havana pelo Bisnaga e outra com o álbum cedido pelo Professor Paulo Castagna ao Avicenna. Repostamos hoje unindo ambas.

La música es la verdadera historia viviente de la humanidad. (Elias Canetti, Bulgaria, 1905 – Suiza, 1994, Premio Nobel de Literatura)

…E a internet resolveu fazer Avicenna novamente de vítima (esta postagem foi ao ar inicialmente em uma segunda-feira em que nosso amigo estava sem internet)…

Por sorte o telefone ainda funcionava e ele me ligou em busca de um socorro: não era admissível deixar que a segunda-feira ficasse vazia de música colonial! Não sei por que cargas d’água ele foi telefonar justo para mim, que devo ter o menor acervo dentre os colegas pequepianos, mas, já que estou aqui, vamos ver o que acho no meio das minhas coisas… Foi então que me veio uma luz celeste dourada e uma voz grave, impostada e poderosa disse-me: “posta aquele CD cubanoooo“!

Sim, sim! Com essa iluminação, resolvi preencher este espaço com El Eco de Indias: Villancicos del Barroco Americano, adquirido em Havana, Cuba, numa escala de dois dias feita numa viagem que me levava a um congresso. Foi uma aquisição movida pela curiosidade, totalmente despretensiosa. Nunca achei que um dia divulgaria este álbum!

Bom, e do que se trata? Como o nome diz, el Eco de Indias é resultado de um belíssimo trabalho do grupo Ars Longa, de resgate de Cânticos do Barroco Hispano-Americano, com obras de compositores de seis países: Cuba, Peru, Colômbia, Bolívia, México e Espanha. O mais interessante é a preocupação do conjunto de recuperar cantos profanos, que são a maior parte dos que compõem o álbum. Geralmente a música religiosa era mais organizada, mais oficiosa: as igrejas tinham seus mestres de capela, seus maestros e compositores e, por isso, a grandessíssima maioria das composições do período colonial americano que chegou até nossos dias é a que ficou registrada em partitura e foi arquivada, feita para e guardada pela Igreja. A música popular existia e era executada em grande número, porém, essa música era mais casual e muitas vezes os executores apenas a reproduziam por memorização, sem que houvesse qualquer registro físico da melodia. Poucas eram as músicas profanas transcritas em partitura e muito raras as que foram preservadas e chegaram aos dias de hoje. Neste álbum, até mesmo as músicas de Natal e Corpus Christi são de caráter popular, ou seja, têm características diversas das estritamente religiosas e não foram encomendadas pela Igreja para tais festividades. Eram cantadas nas casas, nas ruas, nas festas familiares e, por um felicíssimo acaso do destino, acabaram escritas seus registro sobreviveram. E não por coincidência, mas com muita pesquisa, esses cânticos foram encontrados aqui e ali, em arquivos, em salas poeirentas nos fundos de igrejas, misturados a partituras sacras, e foram primorosamente selecionados e executados pelo Ars Longa, com instrumentos de época e todos os cuidados para reconstituir suas sonoridades originais da forma mais fiel possível.

Cantar los villancicos de América nos acerca a un interesante mundo de transculturaciones que dieron diferentes estilos a un mismo género. La expresión musical en las nuevas tierras conquistadas, aún bajo el influjo de las escuelas europeas, va adquiriendo poco a poco determinados matices y rasgos autóctonos que le confieren una identidad enteramente americana.
Ars Longa, partiendo de una incesante labor de investigación, nos propone en el presente disco una selección de villancicos americanos de los siglos XVII y XVIII. Estos no se hallan asociados solamente a la tradicional festividad de la Navidad, sino que también se dedican a la Virgen, la celebración del Corpus Christi y otras festividades populares con obras exponentes de las diferentes variantes del villancico como son: de negros, juguetes, rorros y jocosos.
En España, ya desde finales del siglo XV y principios del XVI, los villancicos eran cantados como parte del oficio divino, intercalados entre los responsorios de la hora de maitines durante las fiestas de Navidad. Esta costumbre permaneció hasta entrado el ochocientos. En el siglo XVII el villancico, tradicionalmente polifónico, incorpora rasgos estilísticos del barroco como la monodía, la policoralidad, el bajo continuo y la composición de partes instrumentales.
La tradicional estructura estribillo-copla-estribillo, se amplía en el siglo XVIII – época de auge del villancico religioso – hasta semejar la estructura de una especie de cantata barroca que incorpora introducción instrumental, recitados y arias.
El trasplante a América del villancico produjo, como en toda nuestra música, un proceso de interinfluencias que de acuerdo al acervo cultural de cada país aportó a este género una amplia gama de modos de hacer en la melodía, el ritmo, y otros medios expresivos.
Existe una encarnizada polémica sobre la manera en que se deben interpretar las obras del barroco americano en cuanto a los medios expresivos y al acompañamiento. Se discute acerca de si es correcto o no añadir instrumentos que no aparezcan originalmente en la partitura. Sobre este tema coexisten dos criterios fundamentales: uno aboga por la ejecución exacta de la partitura y otro añade instrumentos de la época o justificados por él carácter festivo y danzado de la obra, como sucede con la percusión que se añade a los villancicos de negros, de Corpus y juguetes.
Ars Longa, evadiendo un principio arqueológico, reinterpreta los villancicos con una visión musical contemporánea que trata de acercarnos a lo real maravilloso del mundo sonoro ameriano. No se trata de reconstruir con un criterio museable los cantos entonados en nuestras iglesias y catedrales en los siglos XVII y XVIII, sino de que a las puertas del siglo XXI y a cuatrocientos años de distancia sonora de estas obras, disfrutemos la música de Nuestra América.
(Miriam Escudero Suástegui, extraído do encarte)

O álbum inteiro é uma grande raridade: as músicas são raras e nem encontramos o CD no Amazon para venda; seria necessário viajar para Cuba para adquiri-lo. Para poupá-los de tão extensa viagem (embora a recomende fortemente), lhes trago hoje estes sonoros ecos das Índias.

Ouça com muita atenção estas pérolas! Inestimáveis!

Acha que eu tô brincando? Escute essa faixa:
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Ars Longa

El Eco de Indias: Villancicos del Barroco Americano
Anônimo (Peru, séc. XVIII)
01. Pasaqualyto – Anônimo (Peru, século XVIII)
Tomás de Torrejón y Velazco (Espanha, 1644 – Peru, 1728)
02. Desvelado dueño mío
Anônimo (Peru, séc. XVIII)
03. Un Juguecito de fuego
Juan Gutiérrez de Padilla (Espanha, 1590 – México, 1664)
04. Oíd Zagales Atentos
Juan de Herrera (Colômbia, c. 1665 – 1738)
05. A la Fuente de Bienes
Juan de Araujo (Espanha, 1646 – Peru, 1712)
06. Ay andar, andar
Anônimo (Peru, séc. XVIII)
07. Un monsieur y un estudiante
Esteban de Sala y Castro (Cuba, 1725 – 1803)
08. Un musiquito nuevo
09. Que niño tan bello
Anônimo (Bolívia, séc. XVIII)
10. El día del Corpus
Antonio de Salazar (México, 1650 -1715)
11. Digan, digan quien vio tal
Alonso Torices (Espanha, séc. XVIII)
12. Toca la Flauta

Ars Longa, Conjunto de Música Antiga (Cuba)
Tereza Paz, soprano e flautas doces
Gertrudis Vergara, soprano e flautas doces
Raquel Rubí, Mezzo-soprano e percussão
Iván César Morales, Tenor e percussão
Alain Alfonso, contratenor, contrabaixo, flautas doces
Ariel Sarduí, violino
Reinier Guerrero, violino
Aland Lopez, viola de mão
Judith Jardines, harpa
Taylis Fernándes, viola da gamba
Tereza Paz, direção
1998

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XLD RIP | FLAC 278,8 MB | HQ Scans 1,2 MB |

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MP3 320 kbps – 135,4 + 1,2 MB – 56 min
powered by iTunes 11.2.1

Depois nem precisamos mais ir a Cuba: o musicólogo Prof. Paulo Castagna nos emprestou. Não tem preço !!!

Partituras e outros que tais? Clique aqui

…Mas comente… O álbum é supimpa, merece um retorno…

O Grupo cubano Ars Longa
Não tem a ver com a postagem, mas achei tão divertido…
P.Q.P.Bach: 8 anos polinizando beleza!

Avicenna & Bisnaga

Vésperas à Virgem Maria na China [link atualizado 2017]

ES-PE-TA-CU-LAR !!!
(Mesmo! Não tô brincando!)

Tem na Amazon: aqui.

Álbum apresentado a este postulante que vos fala pelo fino gosto de Camilo Di Giorgi, inspirado pelos ventos do oriente (como diria o Avicenna): 前夕把中國人,管!
.

Feliz Páscoa!

Minha mãe sempre me disse: “oriente-se, rapaz!“. Bom, ela não pode reclamar, pois essa semana estou indo cada vez mais fundo no Oriente (o termo orientar remonta, dizem, à época das cruzadas, quando os olhos da Europa se voltavam novamente para Jerusalém. Orientar-se era voltar-se para a Terra Santa, para Cristo, e dar um sentido à sua vida). Assim, depois de passar pela Rússia, agora cheguei à China!

A história do catolicismo na China é bastante longa: já havia missionários católicos naquele imenso país no século XIII. Expulsos no início da dinastia Ming (1368-1644), eles retornaram nos fins do século XVI.Se estabeleceram em Macau, foram avançando no território e em poucos anos chegaram a Pequim. Ali tiveram como líder o jesuíta Matteo Ricci, que construiu a primeira capela naquela cidade no ano de 1605. Essa capela foi reconstruída e ampliada várias vezes e foi o embrião da atual Catedral Metropolitana de Pequim, a Igreja da Imaculada Conceição. Assim, os católicos têm uma presença ininterrupta de mais de 400 anos na capital do país mais populoso do mundo. Hoje, os eles são 15 milhões na China, ou seja, 1,15% da população do país.

<– Matteo Ricci (esq.) e Xu Guangqi (direita)

O que é mais interessante é que os missionários que se estabeleceram na China não encontraram uma cultura tecnologicamente menos desenvolvida, ou sociedades tribais, como aqui nas Américas ou na África: eles chegaram a um país muito bem estabelecido, com sistemas de governo e uma sociedade de tradições milenares, e com algumas técnicas e soluções mais arrojadas que o ocidente. A postura ante os chineses não poderia ser a de impor a cultura europeia, como foi feito aqui no Brasil, mas sim a de aceitar a complexa (e fantástica) cultura chinesa e adaptar-se a ela. Reparem que as imagens dos jesuítas chineses (como a de Matteo Ricci, acima) os apresentam com vestimentas orientais, aculturados. Além de tudo, os católicos que foram à China também encontraram uma gama imensa de instrumentos diferentes que a população tocava, além de um sistema musical próprio, estabelecido há milênios, diferente do que conheciam. Desse mesmo modo, a música sacra composta em terras orientais escaparia um tanto dos padrões europeus e acabaria se mesclando mais às formas chinesas.

É o que veremos nessas Véspera à Virgem Maria na China. Em alguns momentos soarão apenas os instrumentos de lá, com muitos pratos e pesada percussão, com aquele som estrondoso que parece mesmo a Ópera de Pequim (que deixa o pessoal da primeira fila meio surdo). Em outros, a música parecerá a nós, ocidentais, muito mais familiar, com um cadências muito mais italianizadas.

É bom que vocês percebam que essas Vésperas não são uma obra fechada, de um mesmo autor, mas uma compilação de obras de vários autores e de épocas diferentes, uma reunião de obras dentro de uma formação litúrgica para formar um todo coerente, montado a partir de vários fragmentos musicais e informações dispersas sobre a música católica chinesa.

Estes elementos díspares tornam possível para nós, se estamos preparados para nos aventurarmos em algumas hipóteses, reconstruir um serviço de Vésperas Marianas, ou para ser mais exato o “Pequeno Ofício da Santíssima Virgem” – Shengmu xiao rike em chinês – como descrito pelo Padre Buglio em 1676: uma quantidade considerável de música mariana em italiano e chinês, música de vésperas que não possuem o texto estritamente litúrgico, e alguns fragmentos da própria liturgia. Esta liturgia pode não ter sido destinada a toda a comunidade dos neófitos, para certos mistérios do Cristianismo (como a Imaculada Conceição e a Santíssima Trindade) foram muito suspeito aos olhos das autoridades chinesas a serem revelados a todos. A restauração “paralitúrgica” para os espectadores foi provavelmente dispensada fora da igreja.
A organização dos componentes musicais disponíveis tem seu lado arbitrário, mas é a única forma plausível para apresentar essas curiosidades da história da música: o Magnificat ou um madrigal de Francesco Anerio com um texto em chinês, a música original chinês composta pelo convertido Wu Yushan, conhecido como Wu Li, ou das “oito canções com acompanhamento de instrumentos ocidentais” escritas por Matteo Ricci, conhecido por ter sido o primeiro jesuíta a chegar na China (extraído e traduzido do encarte).

E ora, se as primeiras vésperas conhecidas, as de Monteverdi (aqui), foram uma compilação de peças compostas anteriormente por ele, porque a turma do XVIII-21 Musique des Lumières não poderia fazer o mesmo? Ainda, esse pessoal, comandado pelo Jean-Christophe Frisch, tem um toque de Midas: eles fazem uma leitura muito cuidadosa das obras que se propõem a executar (basta ver o esplendoroso Negro Spirituals au Brésil Baroque, já postado pelo Avicenna aqui) e tudo que fazem é muito bom! Só ouvindo pra entender.

Bom, em suma: é de cair o queixo! Ouça! Ouça! Deleite-se!

Palhinha: Ouça a última faixa, o fantástico Magnificat:

https://www.youtube.com/watch?v=U69TE5XEg4w

Vêpres à La Vierge en Chine
Véspera à Virgem Maria na China

Anônimo
01. La feuille de Saule
Joseph Marie Amiot (1719-1793)
02. Shengmu jing (Ave Maria)
Giovanni Francesco Anerio (1567-1630)
03. Alla Miracolosa Madonna
Matteo Ricci (1552-1610), Francesco Martini Fiamengo (1560c-1626c)
04. Le berger sur la colline
Francesco Martini Fiamengo (1560c-1626c)
05. Ardente desiderio di morir
06. Qual Ape al favo
Wu Li (1632-1718)
07. Louanges a la Sainte Mère
Francesco Martini Fiamengo (1560c-1626c)
08. Mentre piü coce
Wu Li (1632-1718)
09. Le demon de l’orgueil
Anônimo
10. La feuille de Saule
Matteo Ricci (1552-1610), Francesco Martini Fiamengo (1560c-1626c)
11. Equilibre interieur
Joseph Marie Amiot (1719-1793)
13. Sandixima (Priere à la Vierge)
Athanasius Kircher (1601c-1680), Lodovico Buglio (1606–1682)
14. Ave maris stella
Joseph Marie Amiot (1719-1793) / tradicional
15. L’aloes et le santal brülent / Salve Regina
Giovanni Francesco Anerio (1567-1630), Lodovico Buglio (1606–1682)
16. Magnificat

Shi Kelong, canto, declamação
Christophe Laporte, contralto, gongo daluo
Benoît Porcherot, tenor
Howard Shelton, tenor
Ronan Nedelec, barítono, címbalo xiaocha
Cyrille Gerstenhaber, soprano
Choeur du Beitang (Pequim)
XVIII-21 Musique des Lumières
Jean-Christophe Frisch, regente

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE 113Mb

EU POSTO UMA PÉROLA DESSAS E VOCÊ NÃO VAI NEM DAR UMA PALAVRINHA? COMENTA, VAI…

Coisa fofa Nossa Senhora e o Jesuzinho chineses!

Bisnaga

Ariel Ramírez (1921-2010): Misa Criolla (com José Carreras); Guido Haazen (1921-2004): Missa Luba; Anônimo: Misa Flamenca + Guido Haazen (1921-2004): Missa Luba e Canções Congolesas [link atualizado 2017]

SEN-SA-CIO-NAIS!!!
As missas que ora apresentamos são obras emblemáticas e históricas! As três, belíssimas, marcam a abertura da Igreja Católica após o Concílio Vaticano 2º (1962-1965), quando, entre outras tantas mudanças, o rito romano deixou de ser em latim e passou a se celebrar nas línguas locais.
Cronologicamente, a primeira das três peças é a Missa Luba, composta pelo missionário belga Guido Haazen (nome de batismo Mauritz Jan Lodewyjk Haazen) em 1958, quando ele estava em missão no Congo. Haazen adaptou os cânticos tradicionais da missa católica, ainda em latim, aos ritmos e instrumentos locais, o que em si, em época ainda anterior ao Concílio, era bastante arrojado e provavelmente não seria aceito pela Igreja se já não se estivessem indicando sinais de mudanças. A sua missa alterna entre comoventes momentos de placidez e de lamento, com uma formação extremamente singela: um coro e 4 instrumentos de percussão (para que mais que isso, se ele consegue efeito tão belo?).
Seguindo a linha do tempo, a talvez primeira missa completa composta na língua do país tenha sido a Misa Criolla, de Ariel Ramírez, um dos grandes compositores da Argentina. foi terminada ainda em 1964, antes do fim do Concílio. Ramírez mescla à formação e impostação clássica de coro os instrumentos andinos de sua terra, de forte ligação com os povos indígenas de lá, tomando ainda o cuidado para que cada cântico tivesse as características de um ritmo tradicional platino diferente. Disso resulta uma obra riquíssima, ainda mais valorizada com a presença da potente e precisa voz de José Carreras, na gravação que ora lhes oferecemos, e na qual o compositor está presente no piano e na harpa! Detalhe: a Misa Criolla é a peça argentina mais gravada e conhecida mundialmente. Há uma outra versão aqui no PQPBach, ainda mais arrebatadora que a de Carreras, com Mercedes Sosa, mas eu recomendo que vocês conheçam as duas gravações.
Por fim, a mais recente de todas, mas organizada apenas dois anos depois do dito concílio, a Misa Flamenca, é um arranjo de Ricardo Fernandez de Latorre, José Torregrosa e José María Moreno de músicas da missa para o ritmo tão característico da Andaluzia, resultando em sonoridades extremamente ricas e inusitadas, dado que o flamenco é geralmente cantado em solo e, em geral, não admite coros, que nesta peça harmonizaram-se perfeitamente com a forma tradicional. É interessante perceber o tanto que os volteios e meirismos característicos do ritmo guardam das canções árabes: a influência musical dos mouros muçulmanos, que por séculos dominaram a Península Ibérica, transparece até mesmo na música católica! É uma dessas belas misturas que o mundo nos proporciona!
Há uma outra versão, de sonoridade bastante distinta, da Missa Luba, regida pelo próprio padre Guido Haazen. Quando o missionário chegou ao Congo, formou, unindo 45 crianças de 9 a 14 anos e 15 professores da escola de Kamina, um coro que recebeu o nome de Les Troubadours du Roi Baudouin (Os Trovadores do Rei Baudouin). Esse grupo acabou por apresentar-se por seis meses na Europa, levando a música da África para terras distantes e não acostumadas àquela sonoridade. Nessa gravação, diferentemente do som encorpado e redondo que predomina nas técnicas tradicionais da música de concerto, aparecem as vozes rasgadas, típicas dos cantos africanos, distanciando a percepção da música do padrão erudito e acercando-a da forma tradicional dos povos negros. Há ainda, uma reunião de sete músicas cerimoniais congolesas, que mantém, após a audição da missa, a ligação com o divino.
Confira as sonoridades que esses autores proporcionaram à humanidade! Ouça!

Misa Criolla (1964)
Ariel Ramirez (Santa Fé, 1921 – Buenos Aires, 2010)
01. Misa Criolla – Kyrie (vidala-baguala)
02. Misa Criolla – Gloria (carnavalito-yaraví)
03. Misa Criolla – Credo (chacareira trunca)
04. Misa Criolla – Sanctus (carnaval cochabambino)
05. Misa Criolla – Agnus Dei (estilo pampeano)

Missa Luba (sobre temas tradicionais do Congo) (1958)
Padre Guido Haazen (Antuérpia, 1921 – Bonheiden, 2004)
06. Missa Luba – Kyrie
07. Missa Luba – Gloria
08. Missa Luba – Credo
09. Missa Luba – Sanctus
10. Missa Luba – Agnus Dei

Missa Flamenca (1967)
Anônimo
Arr. Ricardo Fernandez de Latorre, José Torregrosa, José María Moreno
11. Misa Flamenca – Kyrie (La Caña)
12. Misa Flamenca – Gloria (Cantes de Málaga)
13. Misa Flamenca – Credo (Cantes Gitanos)
14. Misa Flamenca – Sanctus (Cantes del Campo)
15. Misa Flamenca – Agnus Dei (Cantes de Cádiz)

Misa Criolla
José Carreras, tenor
Grupo Huancara, instrumentos latinos (Ariel Ramírez, piano e harpa; Domingo Gura, Jorge Padín, percussão; Arsenio Zambrano, charango; Lalo Gutierrez, violão; Raúl Barboza, acordeom)
Coral Salvé Laredo
José Luís Ocejo, regente
Sociedade Coral Bilbao
Gorka Sierre, regente
José Luís Ocejo, regente

Missa Luba
Muungano Nacional Choir (Quênia)
(acompanhado de percussão com djembe, conga, ngoma e guiro)
Boniface Mganga, regente

Misa Flamenca
Andalusian Instrumental Ensemble (Rafael Romero, Pericón de Cádiz, Chocolate, Pepe “El Culata”, Los Serranos, vocais; Victor Monje “Serranito”, Ramón Algeciras, violões)
Coro Maitea
Coro Easo
José Torregrosa, regente

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Mas deixe um comentariozinho…

Missa Luba e Canções Tradicionais do Congo
Padre Guido Haazen (Antuérpia, 1921 – Bonheiden, 2004)
01. Missa Luba – Kyrie
02. Missa Luba – Gloria
03. Missa Luba – Credo
04. Missa Luba – Sanctus
05. Missa Luba – Benedictus
06. Missa Luba – Agnus Dei
07. Dibwe Diambula Kabanda (canção de matrimônio)
08. Lutuku Y a Bene Kanyoka (canto de tristeza/luto)
09. Ebu Bwale Kemai (dança de casamento)
10. Katumbo (Dança)
11. Seya Wa Mama Ndalumba (celebração conjugal)
12. Banana (canção de guerreiros)
13. Twai Tshinaminai (canto de trabalho)

Les Troubadours du Roi Baudouin
Guido Haazen, regente

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Ouça! Deleite-se!

Bisnaga

Missa Bantu – Coro das Irmãs Brancas Congolesas de Katana [link atualizado 2017]

Esta postagem tem uma história interessante…
Fuçava eu neste blog em pesquisa. Queria postar a Misa Criolla de Ariel Ramirez, mas precisava me certificar que a versão com José Carreras (aqui) ainda não figurava no rol das peças aqui disponíveis. Eis que encontro a postagem que Avicenna fez da referida missa com a estupenda Mercedes Sosa (aqui). Aprovoitei e vi os comentários e, lá no meio, CVL e Avicenna, empolgados, combinavam de postar missas folclóricas/étnicas. Dessas promessas, CVL acabou por postar a genial Missa de Alcaçuz (aqui: se você ainda não ouviu, baixe-a também), enquanto Avicenna mencionava uma Missa Bantu. “Uau! deve ser demais” – exclamei sozinho frente ao computador. Procurei a tal missa e não encontrei. Pedi, então, em e-mail ao Mestre Avicenna (na verdade o lembrei) para disponibilizar essa missa. Qual não foi a minha surpresa quando ele me envia os arquivos do LP digitalizado para que eu o fizesse.
Apresento-vos, então, feliz e envaidecido, esse presentão recebido de Avicenna: a Missa Bantu, cantada pelas Irmãs Brancas Congolesas de Katana, coisa linda de se ouvir! É mais uma dessas peças musicais que absorvem ritmos e sonoridades locais, no período de abertura da Igreja Católica para o mundo moderno, para os línguas e tradições locais, com o Concílio Vaticano II (1962-1966). Religiosos e leigos estavam ávidos para expressarem suas culturas também na profissão de sua fé.
Por ser anterior ao Concílio, esta missa ainda tem o texto todo em latim. Suas canções são para o ritual do primeiro domingo depois da Páscoa, ou seja, para o próximo domingo (aos que virem esta postagem mais para a frente, estamos na primeira quinta-feira após a Páscoa). Irmã Lucrécia, que organizou e regeu o coro, foi também responsável por adaptar cânticos tradicionais do Congo ao texto em latim da missa, e ela o fez com total sintonia com as sonoridades africanas. A freira provavelmente não teve grande formação musical e disso resultam arranjos simples, mas é nessa singeleza das músicas que reside a beleza dessa peça. Há um misto de popular e erudito, de canto gregoriano e canções africanas, de tradição católica e de avanço formal na música. É altamente perceptível, sobretudo, que há muito amor, muita dedicação em fazer para Deus o melhor possível, o mais belo ao alcance.
Dessa linda missa nos diz mais um pouco o texto extraído do LP:

Numa primavera de 1956, na missão de Katana, às margens do lago Kivu, Irmã Lucrécia, membro da Ordem  das Irmãs Brancas, regeu um coro de trinta noviças e freiras congolesas numa exibição da “Missa Bantu”, quando da celebração da Missa de Páscoa. A “Missa Bantu”, com suas melodias puras, rica e límpida cadência, revelou-se logo como um suceso absoluto por haver tão bem apreendido o espírito africano.
O coro das irmãs africanas de Katana rapidamente tornou-se famoso em todo Kiva, recebendo logo convites para cantar, tanto nas missões vizinhas, como na Catedral de Bukavu. Seu verdadeiro objetivo era realizar as aspirações dos Cristãos Africanos, celebrando a glória de Deus com um autêntico musical em idioma africano e pondo em relevo o batuque do tantã, alternativamente misterioso e exuberante. Dessa forma, expressando os mais profundos sentimentos do espírito negro, uma vivificante liturgia consubstanciava-se, criando raízes e formas dentro de cada um e da alma coletiva.
A cerimônia aqui ouvida é a missa do primeiro domingo depois da Páscoa, conhecida como Domingo Quasímodo; foi gravada ao vivo, na Catedral de Bukavu, por Mr. van Eyll, prefeito da cidade e um dos maiores admiradores do coro. O Introitus é cantado em estilo gregoriano, mas o Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus e Agnus Dei, são todos inspirados em antigas melodias africanas, coligidas e arranjadas pela Irmã Lucrécia que mostrou um completo e profundo respeito pelo espírito da arte bantu.
O resultado foi uma inteira, sincera e expressiva demonstração de fervor religioso em consonância com os sentimentos e a sensibilidade musical africana. Ninguém pode deixar de responder aos solenes compassos do “Et sepultus est …”; de compartilhar do puro regosijo do “Resurrexit”; ou de sentir a humilde bem-aventurança do “Et ascendit in caelo” e a majestade do “sedet ad desteram patris”.
Este disco nos traz o comovente testemunho da beleza artística e da beleza espiritual com que a África pode contribuir, abundantemente, para o mundo.

Missa Bantu
Missa do primeiro domingo depois da Páscoa “Quasímodo” ou Domingo “In Albis”

01. Introitus
Quasimodo geniti infantes, alleluia, rationabiles sine dolo lac concupiscite, alleluia, alleluia! Exultate Deo Adjutori nostro; jubilate Deo Jacob (Canto gregoriano)
02. Kyrie (Improvisação sobre temas do Uele e da zona equatorial)
03. Gloria (Sobre temas do Uele e da zona equatorial)
04. Graduale
Alleluia, Alleluia! In die resurrectionis meae, dixit Dominus: praecedam vos in Galilaeam, alleluia! Post dies octo, januis clausis, stetit Jesus in medio discipulorum suorum, et dixit: Pax vobis. Alleluia (Canto gregoriano)
05. Credo (Improvisação sobre temas dos lagos Tanganica e Kivu)
06. Offertorium
Angelus Domini descendit de caelo et dixit mulieribus: Quem quaeritis, surrexit sicut dixit; alleluia! (Canto gregoriano)
07. Sanctus / Benedictus (Improvisação)
08. Ave maris stella (Sobre antigo canto latino)
09. Agnus Dei (Improvisação sobre temas do Uele e da zona equatorial)
10. Communion
Mitte manum tuam et cognosce loca clavorum, alleluia, et noli esse incredulus, sed fidelis alleluia, alleluia! (Canto gregoriano)
11. Deo Gratias / Alleluia (Improvisação)

Coral das Irmãs Brancas Congolesas de Katana (Kivu)
Irmã Lucrécia, Regência

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… Mas antes, tenha consideração para com este mortal e se comunique: deixe um comentário.

Avicenna, garimpo do disco, digitalização e cessão dos direitos de postagem
Bisnaga, contador de histórias

Música Erudita Brasilieira [link atualizado 2017]

Este post foi feito originalmente por CVL, que destacou a onbra de Henrique Oswald contida no álbum. Há, no entanto, toda uma linha cronológica com 14 faixas que mostram um caminho pelo qualç a música erudita brasileira trilhou desde o período colonial até a contemporaneidade.

Nas palavras do CVL:
Dando uma olhada no blog Música Brasileira de Concerto (onde nunca consegui achar pelo menos um álbum que eu já tivesse antes, eu que sou defensor perpétuo e repositório pretenso da música erudita brasileira), bati o olho nesse disco pelo repertório histórico amplo como poucas vezes vi em se tratando de obras nacionais – e ainda bem que é o primeiro de uma série, pois seria injusto com os compositores contemporâneos que ficaram de fora do volume um.

Fiquei mais curioso ainda porque tinha uma obra de Henrique Oswald. E, após ouvir o tal Andante, regozijei-me, pois jamais escutei algo do compositor romântico carioca para sair decepcionado.

Vejam, nossos compositores românticos, nenhum deles era incompetente: todos tinham bagagem para fazer bonito em qualquer lugar do planeta (Carlos Gomes que o diga), mas poucos (o campinense no meio) compunham coisas com tanto brilho – lembrando que sem traços nacionalistas, os quais seriam despertados com Nepomuceno.

Esse Andante do Oswald nem é a melhor obra dele (um dia postarei o encantador Concerto para violino e orquestra, mas daqui a meses ou anos), porém, se você gosta de Grieg, Tchaikovsky, Schumann ou Saint-Saëns, ponho minha reputação em jogo de como você vai concordar de que Oswald nada (i. é, CACETE NENHUM) deve aos grandes europeus, até porque foi lá que ele se formou.

Pena que ele faz parte de um país onde o espaço destinado à música erudita no imaginário do povo só tem espaço pra Villa-Lobos e a protofonia de O Guarani.

O CD, ao todo, possui 14 faixas:

Música Erudita Brasileira

01 Luís Álvares Pinto – Lições de Solfejo nos. XXII, XXIII e XIV, para cravo
02 J.J. Emerico Lobo de Mesquita – Para a benção da Cinza da Missa de 4ª feira de Cinzas
03 José Maurício Nunes Garcia – Lição nº12 em ré menor do Método de pianoforte (para cravo)
04 José Maurício Nunes Garcia – Te Deum Laudamus 1801 – I. Te Deum laudamus
05 José Maurício Nunes Garcia – Te Deum Laudamus 1801 – II. Te ergo quaesumus
06 José Maurício Nunes Garcia – Te Deum Laudamus 1801 – III. Aeterna fac
07 Anônimo brasileiro séc. XVIII (atrib. Antonio da Silva Leite) – Xula Carioca
08 Carlos Gomes – Ária de Colombo ‘Era un tramonto d’oro’
09 Henrique Oswald – Andante com variações para piano e orquestra
10 Alberto Nepomuceno – Scherzo 1897 para orquestra
11 Camargo Guarnieri – Abertura Festiva
12 Guilherme Bauer – Instantes Pianísticos – Mutações; Frequências
13 Eduardo Guimarães Álvares – A Falsa Rhumba, Estudo nº2 para marimba e vibrafone
14 Harry Crowl – Do Ciclo para Piano ‘Marinas’ – I. Guaratuba e Antonina; III. Cabo da Roca; VI. La Jolla

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CVL
Repostado por Bisnaga

The Sacred Bridge

Se os CDs que postei dos grupos Syntagma, Anima e Carmina formam uma progressão, esse aqui é o orgasmo. Pena que não é brasileiro, mas, fosse de onde fosse, só o fato de terem achado o elo perdido entre o cantochão e a salmodia judaica (faixa 3 – In Exitu Israel) já faz com que esse disco mereça nossa atenção de cabo a rabo. Vale o IM-PER-DÍ-VEL.

***

The Sacred Bridge: Jews and Christians in Medieval Europe

1. Boray Ad Ana/Criador Hasta Quando
2. Al Naharto Bavel
3. In Exitu Israel/B’tset Yisrael
4. Mi Al Har Horeb
5. Par Grand Franchise
6. Wa Heb’ Uf
7. Lou Tragediou de la Reine Esther: Cansoun d’Ester
8. Eftach Sefatai
9. Communaute Juive Espagnole en Exil
10. Morena Me Llaman
11. Yo Hanino Tu Hanina
12. Desde Hoy Mas Mi Madre
13. Rosa Enfloresce
14. Respondemos Dio de Abraham
15. Virgen Madre Gloriosa
16. Kaddish
17. Dos Oge Mas Quer Eu Trobar
18. Gran Dereit
19. Cuando el Rey Nimrod
20. Ahot Ketanta
21. Muit E Benaventurado
22. Nora Alila

Joel Cohen (Performer, Conductor), Anonymous (Composer), Sephardic Traditional (Composer), Spanish Anonymous (Composer), Boston Camerata (Performer), Michael Collver (Performer), John Collver (Performer), Anne Azema (Performer), Ellen Harbis (Performer), Lynn Torgove (Performer), Ellen L. Hargis (Performer), John Fleagle (Performer)

BAIXE AQUI

CVL

Carmina – Na trilha do novo mundo

Já que postei o Syntagma e o Anima, aqui vai um superdisco do Carmina, o melhor álbum dos três em escolha de repertório. O texto a seguir foi retirado do Submarino:


Quando os navegadores ibéricos apontaram as proas de suas naus para o desconhecido, em fins do séc. XV, traziam consigo não apenas as ferramentas materiais com que iriam construir o Novo Mundo. Traziam também um vasto repertório de cantigas, romances, villancicos, folias, fandangos, moaxajas, zéjeles e outras formas musicais, muitas delas nutridas na riqueza multicultural vivida pela Península entre 711 e 1492, quando da dominação árabe. Nos oito séculos anteriores ao Descobrimento – ou melhor, à Conquista – das Américas, as terras de al-Andalus viveram uma fase de esplendor cultural e grande tolerância religiosa: hispanos, árabes, judeus, orientais e africanos ali conviviam em plena harmonia, num dos mais elevados momentos da história da civilização. Nesse ambiente, desde os tempos do lendário Ziryab (séc. IX), música e poesia eram artes privilegiadas e cultivadas por califas e reis. Foi exatamente a música gestada nesse grande caldeirão ibérico que desembarcou no Novo Mundo com Colombo e Cabral. Este CD do Grupo Carmina deve ser saudado não só por sua grande qualidade musical, mas também por nos dar a oportunidade de conhecer parte da proto-história da música do Brasil. Dividido em jornadas como um auto medieval, ele narra uma epopéia de sonho, despedida, viagem, medo, celebração e, por fim, Encontro – o momento surpreendente, capaz de nos revelar como uma das Cantigas de Santa Maria (de D. Alfonso X, o Sábio, séc. XIII) sobrevive até hoje num canto de reisado brasileiro. Confira!

***

Carmina – Na trilha do novo mundo

1. Ondas do Mar de Vigo Ondas do Mar de Vigo
2. Estampie Estampie
3. História Baetica História Baetica
4. La Mañana de S. Juan La Mañana de S. Juan
5. Como La Rosa em La Guerta Como La Rosa em La Guerta
6. Cuando el Rey Nimrod Cuando el Rey Nimrod
7. Meus Olhos Van Per lo Mare Meus Olhos Van Per lo Mare
8. Pavana Pavana
9. Ay, Santa Marya Ay, Santa Marya
10. Ay Luna que Reluzes Ay Luna que Reluzes
11. Ya Cantan los Gallos Ya Cantan los Gallos
12. Recercada Segunda Recercada Segunda
13. Ay, Triste que Vengo Ay, Triste que Vengo
14. Já Não Podeis Ser Contentes Já Não Podeis Ser Contentes
15. La Spagna La Spagna
16. Hoy Comamos Y Bevamos Hoy Comamos Y Bevamos
17. Ondas do Mar de Vigo/Rainha Encantada Ondas do Mar de Vigo/Rainha Encantada
18. Bendito do Menino Jesus/Canção de Cego Bendito do Menino Jesus/Canção de Cego
19. Bendito Bendito
20. Sereia do Mar Sereia do Mar
21. Chula Ponteada Chula Ponteada
22. Cantiga de Santa Maria/Abrição de Portas Cantiga de Santa Maria/Abrição de Portas
23. Ondas do Mar de Vigo Ondas do Mar de Vigo
24. Partite Sopra la Aria Della Folia da Espagna Partite Sopra la Aria Della Folia da Espagna

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CVL

Anima – Espelho

Aproveitando o recente lançamento de Donzela Guerreira, posto aqui o CD anterior do aclamado e competentíssimo grupo Anima, Espelho. Pra quem gosta de música antiga é nota dez, mas é preciso se acostumar com um diapasão (afinação) diferente do habitual hoje em dia. Leia mais sobre a discografia do Anima aqui.

***

Anima – Espelho

1. Santidade – Mundado
2. Bendito
3. Stella Splendens In Monte
4. Dos Estrellas Le Siguen
5. A Chantar
6. Caleidoscópio
7. Engenho novo
8. Jongo
9. Sereia
10. Beira mar
11. Lamento
12. Casinha Pequenina
13. Chominciamento Di Gioia – Aboio
14. Rosa das Rosas
15. Rorate Caeli Desuper
16. Na Hora das Horas
17. Viva Janeiro
18. Beira mar

Ricardo Matsuda – Viola Caipira, Viola de Cabaça
Dalga Larrondo – Percussão
Luiz Fiaminghi – Rabeca
Patrícia Gatti – Cravo
Isa Taube – Voz

BAIXE AQUI – PARTE 1
BAIXE AQUI – PARTE 2

(Só mais essa vez: junte ambas as partes com o programa HJSplit – opção Join)

CVL

Cecilia Bartoli – Arie Antiche – 18th-Century Italian Songs

Mais um esplêndido CD de Cecilia Bartoli. Aqui, ela canta sem orquestra, apenas acompanhada do piano de György Fischer. O que poderia ser um problema não é. O piano, discreto e perfeito, serve para dar ainda maior realce à perfeição das interpretações de nossa querida Bartoli. Trata-se de uma verdadeira aula sobre árias antigas italianas. Bartoli nos dá técnica e paixão em quantidades cavalares. Como seus CDs sempre fazem o maior sucesso por aqui, nem vou escrever “imperdível” em maiúsculas e negrito.

Cecilia Bartoli – Arie Antiche – 18th-Century Italian Songs

1 (L’) Honestà negli amore
(Pietro) Alessandro (Gaspare) Scarlatti (1660 – 1725)

2 (La) Donna ancora è fedele – Son tutto duolo
(Pietro) Alessandro (Gaspare) Scarlatti (1660 – 1725)

3 (La) Donna ancora è fedele – Se Florindo è fedele
(Pietro) Alessandro (Gaspare) Scarlatti (1660 – 1725)

3 Pompeo
(Pietro) Alessandro (Gaspare) Scarlatti (1660 – 1725)

4 Spesso vibra per suo gioco
(Pietro) Alessandro (Gaspare) Scarlatti (1660 – 1725)

5 Caro mio ben
Tommaso Giordani (c1733 – 1806)

6 Arminio
Antonio Lotti (c1667-1740)

7 (I) casti amori d’Orontea
Antonio Cesti (1623 – 1669)

8 (L’)Amor contrastato, ‘La Molinara’
Giovanni Paisiello (1740 – 1816)

9 Nina, o sia La pazza per amore
Giovanni Paisiello (1740 – 1816)

10 O leggiadri occhi belli
Anonymous

11 Qual fiamma che m’accende
Alessandro Marcello (1684 – 1750)

12 Selve amiche
Antonio Caldara (c1670 – 1736)

13 Sebben crudele me fai languir
Antonio Caldara (c1670 – 1736)

14 (Le) nuove musiche
Giulio Caccini (c1545 – 1618)

15 Nuove musiche e nuova maniera de scriverle
Giulio Caccini (c1545 – 1618)

16 Se tu m’ami
Alessandro Parisotti (1835 – 1913)

17 (Il) Zingari in fiera
Giovanni Paisiello (1740 – 1816)

18 Giasone
(Pietro) Francesco Cavalli (1602 – 1676)

19 Sposa son disprezzata
Antonio (Lucio) Vivaldi (1678 – 1741)

20 Vittoria, mio core!
Giacomo Carissimi (1605 – 1674)

Cecilia Bartoli (Mezzo soprano)
György Fischer (Piano)
Recording: Mozart Saal,Konzerthaus, Vienna

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PQP

Vários Compositores – Lord Herbert of Cherbury´s Lute Book – Harmonia Mundi – 50 years of music exploration – CD 16 de 29

(Só PQP Bach dá a você um porre não programado de alaúde. É o terceiro post consecutivo em que tal instrumento é protagonista. Como vemos, o alaúde está na crista da onda… Há coisas que só aqui mesmo! Um dia, ainda vamos programar um ciclo de viela de roda!)

Quem mora no sul do Brasil sabe que Odete é um nome típico de nossas respeitadas trabalhadoras de prostíbulos. Então, creio que nosso alaudista Paul O`Dette teria sérios problemas se tivesse nascido em nosso ambiente cheio de preconceitos para com estas trabalhadoras — as quais preferem transferir-se para Portugal e arredores. Uma lástima.

Lord Herbert of Cherbury (1582-1648) era tudo o que Alexandre Soares Silva gostaria de ser. Era um verdadeiro homem da Renascença. Gentleman, diplomata (bem, então não serve para ser um sonho de ASS, pois trabalhava un peau), poeta, historiador, teólogo, soldado (opa!), compositor e alaudista, é mais lembrado por sua controversa autobiografia. Ele foi amigo dos grandes alaudistas e compositores franceses de sua época. Para os momentos de lazer, tinha um caderninho onde anotava suas pecinhas. Ah, também foi professor da Rainha Henriette-Marie na corte da Inglaterra. Neste ponto, cessam minhas informações históricas e peço ajuda à Clara Schumann para descobrir que Rainha é esta. Eu apenas suponho que Lord Herbert tinha um caso amoroso com ela. Ah, mais: ele tratou de importar o alaudista Jacques Gaultier para seu país. Após intensas negociações, Luís XIII vendeu o passe do atleta.

Escrevo todo este besteirol enquanto ouço o CD, que é muito bom. Finalizando aproveito para fazer uma saudação a O`Dette. Belo sobrenome, meu amigo!

LORD HERBERT OF CHERBURY’S LUTE BOOK – Paul O’Dette, lute

CD 16
Lord Herbert of Cherbury’s Lute Book – Various Composers – 76’32

Anônimo
1. ‘En Me Revenant’ – Paul O’Dette
Jacques Gaultier
2. Courante – Paul O’Dette
3. Courante ‘Son Adieu’ – Paul O’Dette
4. Courante Sur ‘J’Avois Brise Mes Fers’ – Paul O’Dette
Anônimo
5. Chacogne – Paul O’Dette
Luc Despond
6. ‘Filou’ – Paul O’Dette
Daniel Bacheler
7. Prelude – Paul O’Dette
8. Fantasie – Paul O’Dette
9. Galliard Upon a Galliard By John Dowland – Paul O’Dette
Robert Johnson
10. Pavin – Paul O’Dette
11. Almaine – Paul O’Dette
Lorenzini di Roma
12. Fantasia – Paul O’Dette
Diomedes Cato
13. Fantasia Sopra ‘La Canzon Degli Uceli’ – Paul O’Dette
Cuthbert Hely
14. Fantasia – Paul O’Dette
15. Fantasia – Paul O’Dette
Robert Johnson
16. Fantasie – Paul O’Dette
Jacob Polonais
17. Ballet – Paul O’Dette
Julien Perrichon
18. Courante – Paul O’Dette
Jacob Polonais
19. Courante Sur Le Courante De Perrichon – Paul O’Dette
20. Sarabande – Paul O’Dette
Cuthbert Hely
21. Fantasia – Paul O’Dette
22. Sarabrand – Paul O’Dette
Daniel Bacheler
23. Pavin – Paul O’Dette
24. Courante – Paul O’Dette
25. Courante – Paul O’Dette
26. Courante – Paul O’Dette
27. ‘La Jeune Fillette’ – Paul O’Dette
28. Pavan – Paul O’Dette

Paul O’Dette, Alaúde

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Harmonia Mundi – 50 years of music exploration – CD 5 de 29

Um CD estupendo, talvez o melhor que já postamos de música antiga. Começa com uma emocionante e devota melopéia dos bizantinos, seguindo com cantos da igreja de Roma que surpreendentemente não diferem muito dos anteriores. Nem em estilo, nem em qualidade. Saímos do sacro para entrar no mezzo-secular de La Comtessa de Dia (pois seu assunto são as Cruzadas), esplendidamente interpretada pelo Clemencic Consort. A luta do mezzo-Carnaval contra a Quaresma segue com a religiosa Laudes & Vêpres pour la fête de sainte Ursule. Absolutamente necessário para os admiradores da música antiga.

Harmonia Mundi – 50 years of music exploration – CD 5

Chant Bizantin – Anonymous
1. Priere De Marie-Madeleine
Sister Marie Keyrouz, soprano

Chants de l`église de Roma – Messe de saint Marcel – Anonymous
2. Introitus: Statuit Ei Dominus
3. Graduale: Inveni David Servum Meum – Verset: Nichil Proficiet
4. Alleluia – Versets: Disposui Testamentum. Inveni David
5. Offertorium : Veritas Mea – Versets: Posui Adiutorium – Misericordia Mea
6. Communio : Domine Quinque Talenta Tradidisti Michi
Ensemble Organum / Marcel Pérès, conductor

La musique des troubadours
La Contessa de Dia
7. Vida. Recitant
8. A Chantar. (Soprano, Viele, Tympanon, Rubebe, Tambour)
Clemencic Consort / René Clemencic, conductor

Hildegard von Bingen (1098-1179)
Laudes & Vêpres pour la fête de sainte Ursule
Laudes

9. Antienne: Stadium Divinitatis
10. Psaume 92: Dominus Regnavit/Studium Divinitatis
11. Benedicamus Domino
Vêpres
12. Chapitre: Domine Deus Meus
13. Chant Responsorial: Mirabilis Dues
14. Hynne: Cum Vox Sanguinis
15. Antienne: O Rubor Sanguinis
16. Cantique: Magnificat Anima Mea/O Rubor Sanguinis
17. Hymne: Te Lucis Ante Terminum
18. Benedicamus Domino
Anonymous 4

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