Michael Tippett (1905 – 1998): Concerto para Piano & Segunda Sinfonia – Steven Osborne (piano) – London Philharmonic Orchestra & Edward Gardner (regente) ֎

Michael Tippett (1905 – 1998): Concerto para Piano & Segunda Sinfonia – Steven Osborne (piano) – London Philharmonic Orchestra & Edward Gardner (regente) ֎

Music is a performance and needs the audience. [MT]

Há já alguns anos me encantei com o Concerto para Piano de Sir Michael Tippett e sempre que aparece uma oportunidade de ouvir uma nova gravação, não perco tempo. Este foi o caso que me levou a este disco gravado ao vivo e lançado pelo selo da própria orquestra – London Philharmonic. O pianista, Steven Osborne, já deixou um registro de estúdio desta obra no selo Hyperion. Ele aparece aqui devido à cortesia da Hyperion, sua gravadora.

Steven Osborne no portão de entrada do PQP Bach Solar em Chelsea…

Eu certamente espero que você goste desta gravação do Concerto, mas a peça que completa o disco, a Segunda Sinfonia de Tippett, também me cativou bastante.

Enquanto a motivação para a gênese do Concerto para Piano fora um ensaio do Concerto No. 4 de Beethoven pelo legendário pianista Walter Gieseking, a fagulha para a Segunda Sinfonia foi acesa por Vivaldi, como nos conta o próprio Michael Tippett.

Eu estava em um pequeno estúdio da Rádio Lugano, assistindo o pôr do sol sobre o lago, ouvindo umas gravações de Vivaldi (em 1955, pré-HIP). De repente me bateram uma sequência de notas graves vindo dos violoncelos que me jogaram do mundo de Vivaldi para o meu mundo pessoal e marcaram o momento exato da concepção da Segunda Sinfonia. Os fortes dós de Vivaldi assumiram uma espécie de qualidade arquetípica, como se me dissessem: aqui é onde devemos começar. Eu sabia que era o início de uma nova obra orquestral. Não me lembro mais dos arpejos de Vivaldi, mas quatro dós graves e fortes são de fato as notas que iniciam a Sinfonia e eles retornam no final da obra. Sua função não é tanto estabelecer o tom, mas atuar como uma espécie de ponto de partida e de retorno’.

As palavras associadas aos quatro movimentos da Sinfonia são, respectivamente, joy, tenderness, gaiety e fantasy.

MICHAEL TIPPETT (1905–98)

Piano Concerto
  1. Allegro non troppo
  2. Molto lento e tranquillo
  3. Vivace
Symphony No. 2
  1. Allegro vigoroso
  2. Adagio molto e tranquillo
  3. Presto veloce
  4. Allegro moderato

STEVEN OSBORNE, piano

EDWARD GARDNER, conductor

LONDON PHILHARMONIC ORCHESTRA

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 160 MB

Edward Gardner

Listening to these luminous and often electrifying performances, it’s hard to believe that this was music which accrued a reputation for ‘difficulty’: the technical challenges are worn ever so lightly, and Gardner has a wonderful way of spotlighting inner details as well as tapping into the infectious energy which thrums through both works.   Katherine Cooper [Presto Music Classical]

Parte da resenha que pode ser lida integralmente aqui: Osborne já gravou este concerto antes, com Martyn Brabbins e a Royal National Scottish Orchestra (Hyperion), em um conjunto completo de obras de Tippett para piano. Essa versão é excelente; a diferença aqui é Gardner, que sempre obtém uma execução firme e rápida de seus músicos. Isso é mais notável no final do Rondo, que chacoalha até sua alegre conclusão.

A Segunda Sinfonia foi considerada por muito tempo como intocável (uma crítica comum à música de Tippett durante sua vida), por causa de um incidente em sua estreia. Ela começa com repetidos dós graves nas cordas (uma influência de Vivaldi), sobre os quais uma série de frases rítmicas irregulares e sincopadas são ouvidas nos violinos. Na estreia, os violinos bagunçaram sua linha. O maestro Adrian Boult teve que parar e começar a apresentação novamente, pelo que ele graciosamente assumiu total responsabilidade.

Os músicos da LPO brilham quando têm a oportunidade: ouça o solo de trompete lindamente equilibrado no início do movimento lento. Esta música pode ser um pouco sombria se for tocada com muita força, mas Gardner sabe como dar vida a ela de forma vibrante. É uma performance fantástica: o som é de primeira qualidade com um equilíbrio que favorece levemente os instrumentos de sopro, e os violinos também acertam na abertura.

Aproveite!

René Denon

Sir Michael and one of the critics…

PS: Caso tenha gostado desta postagem, talvez queira visitar essa aqui:

Michael Tippett (1905-1998): Concerto para Piano – Prelúdio – Fantasias – Howard Shelley – Bournemouth SO & Richard Hickox ֎

Mendelssohn (1809 – 1847): Trios com Piano – Joshua Bell (violino) – Steven Isserlis (violoncelo) – Jeremy Denk (piano) ֎

Mendelssohn (1809 – 1847): Trios com Piano – Joshua Bell (violino) – Steven Isserlis (violoncelo) – Jeremy Denk (piano) ֎

Uma ‘felix’ reunião de grandes músicos…

Os dois trios com piano de Mendelssohn foram compostos no início do romantismo, mas ainda têm raízes no período clássico. Mais ainda o primeiro, em ré menor, composto em 1839, do que o segundo, em dó menor, composto seis anos depois. O segundo tem cores mais sóbrias, parece mais ‘serioso’ do que o primeiro.

Nesta gravação, que reúne três expoentes de cada um de seus instrumentos, temos como bônus uma versão alternativa, original, do andante do primeiro trio.

A propósito de termos um conjunto de solistas atuando numa formação de câmara, é preciso ter um certo cuidado, uma vez que as individualidades podem causar danos ao conjunto. Mas não se preocupe, pois isso não é o caso aqui. Esses três excelentes músicos têm atuado como camaristas em muitas ocasiões e assim temos aqui o melhor dos dois lados. Grandes músicos atuando como um excelente conjunto.

Confabulationes

Sobre a faixa adicional, veja um resumo da explicação que os músicos deram em uma ótima entrevista que você poderá ver na íntegra aqui:

A nova gravação acrescenta mais insights ao processo composicional de Mendelssohn com a adição de uma versão inicial do segundo movimento do Trio em Ré menor, Andante con moto tranquilo. É como ouvir um rascunho da obra finalizada — fascinante, mas faltando algo.

Isserlis persuadiu seus colegas do valor de incluir o movimento no disco. Bell poderou que “isso poderia dar a impressão de que achamos que a versão original é de alguma forma melhor, quando na verdade ele realmente a melhorou. A versão original é historicamente muito interessante.

“Estou feliz que fizemos isso. É fascinante ver como ele começou e então se torna menos convencional conforme ele revisa”, acrescenta Bell.

Felix Mendelssohn (1809 – 1847)

Piano Trio No. 1 in D minor, Op. 49
  1. Molto allegro e agitato
  2. Andante con moto tranquillo
  3. Scherzo: Leggiero e vivace
  4. Finale: Allegro assai appassionato
Piano Trio No. 2 in C minor, Op. 66
  1. Allegro energico e con fuoco
  2. Andante espressivo
  3. Scherzo. Molto allegro quasi presto
  4. Finale: Allegro appassionato
Piano Trio No. 1 in D Minor, Op. 49
  1. Andante con moto tranquillo

Joshua Bell, violin

Steven Isserlis, cello

Jeremy Denk, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 145 MB

They’re in excellent sympathy, yet each has individual qualities to bring to the musical table. Denk is supremely fiery at the piano. Bell offsets him with wonderfully consistent, bright and focused sound, while Isserlis’s duskier tone is full of character, able to growl, glide and take risks at the high jump. [BBC Music Magazine]

Most strikingly, these performances are marked by an impressive spirit of exchange. The three players have different temperaments – and it’s clear, as you listen, that they’ve not erased their personalities. [Gramophone]

What is clear throughout these performances is that this is real chamber music; there’s never any sense of one player trying to dominate his colleagues or to hog the limelight. [The Guardian]

Aproveite!

René Denon

O trio dando uma palhinha para o pessoal do PQP Bach no dia da entrevista…

Schubert (1797-1828): Die schöne Müllerin D. 795 – Julian Prégardien (tenor) – Kristian Bezuidenhout (fortepiano) ֎

Schubert (1797-1828): Die schöne Müllerin D. 795 – Julian Prégardien (tenor) – Kristian Bezuidenhout (fortepiano) ֎

Der Apfel fällt nicht weit vom Apfelstamm

Quando ouvi este disco lembrei-me do ditado ‘The apple does not fall far from the apple tree’. Uma versão mais tropicalista seria: ‘A banana não cai longe da bananeira’. Mas, não ficou como eu queria, bananas dão em cachos e não caem tão facilmente das bananeiras. Além disso, o adágio me ocorreu devido a um caso de pai e filho. Assim, escolho definitivo: ‘O mamão não cai longe do mamoeiro’!

JP

O cantor Julian Prégardien é filho de Christoph Prégardien, um tenor que se destacou nas gravações de música barroca com grupos de instrumentos e práticas de época. Foi evangelista para metade das gravações das Paixões no auge de sua carreira. Metade talvez seja exagero, mas quem é do ramo entende o que estou falando. Numa outra frente de atuação, se destacou como cantor de Lieder – suas gravações dos ciclos de Schubert, por exemplo, são reconhecidas como basilares.

A Bela Moleira…

O ciclo da Bela (e ingrata) Moleira ele gravou duas vezes, acompanhado ao piano moderno e também acompanhado ao pianoforte, com o famoso Andreas Staier. Mas, como queremos novidades e um disco de Lieder por vez é suficiente, vamos de Julian, que faz uma interpretação ousada, que achei bonita e instigante. A voz é bela, ele canta como se tudo fosse fácil e o acompanhamento, aos cuidados de Kristian Bezuidenhout, é espetacular. O instrumento é ‘de época’, uma cópia de um pianoforte Graf, de 1825 e que soa maravilhosamente. Além disso, ao ouvir o disco do pai, com o acompanhamento de Staier, gravado em 1991, nos damos conta de como as técnicas de gravação evoluíram.

Resumindo, se você já conhece o ciclo da Bela (e malvada) Moleira, vai gostar de ouvir uma nova interpretação. Se você ainda não conhece e pretende ganhar mais familiaridade com este gênero musical, esse disco é uma excelente porta de entrada.


FRANZ SCHUBERT (1797-1828)

Die schöne Müllerin D. 795

A Bela Moleira

1 | Das Wandern 2’23
2 | Wohin? 2’19
3 | Halt! 1’26
4 | Danksagung an den Bach 2’26
5 | Am Feierabend 2’42
6 | Der Neugierige 3’58
7 | Ungeduld 2’42
8 | Morgengruß 4’55
9 | Des Müllers Blumen 3’50
10 | Tränenregen 4’18
11 | Mein! 2’16
12 | Pause 5’13
13 | Mit dem grünen Lautenbande 2’00
14 | Der Jäger 1’05
15 | Eifersucht und Stolz 1’27
16 | Die liebe Farbe 4’04
17 | Die böse Farbe 2’01
18 | Trockne Blumen 4’10
19 | Der Müller und der Bach 4’33
20 | Des Baches Wiegenlied 7’43

Julian Prégardien, tenor

Kristian Bezuidenhout, fortepiano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 151 MB

À data da sua morte prematura aos 31 anos, em 1828, Franz Schubert havia já produzido um legado de cerca de 600 Lieder – genero do romantismo alemão que une, intrinsecamente, poesia e música. A Bela Moleira, o primeiro grande ciclo do compositor austríaco, reúne poesia de Wilhelm Müller (poeta, filologista e historiador) e proporciona uma viagem bucólica que oscila entre um otimismo naïve e a angústia e o desespero perante um amor não correspondido.

Trechos de uma resenha que pode ser lida na íntegra aqui: Perhaps what really stands out in this performance for me is the deep range of emotions that are brought about between songs; Prégardien’s voice can get soft and demure then can rise beyond the expectations for dynamics and several times almost switches to speaking the text. His range of vocal style I think is so well done to convey the emotional material in the songs. That combined with slowing things down before rallying the tempo up again are such welcome surprises. […] Among my favorite songs are Mein! and Der Jäger. Both do not disappoint under Prégardien and Bezuidenhout. It’s still hard for be to believe Schubert’s ability as a composer of these songs at the young age of twenty-six. […]
For me, this new recording forced me to hear these songs as if they were new. […] The quiet intensity in Die Liebe Farbe is hauntingly well done. And yes—I think Julian has outdone his own father, the lyric tenor Christoph Prégardien (who partnered with Andreas Staier) in this new recording.

Aproveite!

René Denon

Uma palhinha, mas o acompanhamento é outro…

O pessoal do Departamento de Artes do PQP Bach Coorp, prestativo como sempre, encontrou essa ilustração da Bela Moleira…

Beethoven (1770 – 1827): Sonata para Piano No. 29 “Hammerklavier” – An die ferne Geliebte – Nobuyuki Tsujii (piano) ֎

Beethoven (1770 – 1827): Sonata para Piano No. 29 “Hammerklavier” – An die ferne Geliebte –  Nobuyuki Tsujii (piano) ֎

Touching the sound

O segundo B no panteão pqpbachiano…

Este é o disco de estreia do artista para o selo amarelo e traz um repertório impactante – a Hammerklavier – acompanhada do ciclo de canções An die ferne Geliebte, transcrito para piano. Beethoven e o selo amarelo vão de mãos dadas, mas o pianista chama a atenção, mesmo não sendo mais uma surpresa, pois que o sorridente rapaz da foto da capa já está no circuito musical há um bom tempo.

Nobuyuki Tsujii, Nobu, como é chamado, nasceu cego e foi encontrado pela música bem cedo. Seu feito mais notável foi ter arrebatado o Concurso Van Cliburn em 2009, assim como os corações da audiência e dos jurados, como foi o caso de Menahen Pressler.

Há grandes músicos que nasceram cegos o que ficaram cegos ao longo da vida, mas quando pensamos no dia-a-dia deles não deixamos de nos perguntar como conseguem suplantar tal obstáculo. Cada caso tem suas próprias peculiaridades e a mente humana pode ter muitos outros caminhos além dos habituais para chegar onde realmente quer.

No caso de Nobu, ele aprendia as partituras das músicas escritas em Braile, mas era um processo lento. Seu professor passou a gravar em tape cada parte da música – mão esquerda, mão direita – num processo bem técnico. Isso encurtou o tempo para que ele ‘aprendesse’ a música que passava a interpretar, com seus dons e sua própria sensibilidade.

Para o caso de música com orquestra, ele explica de maneira natural, que se deixa levar pela atmosfera que o cerca e que até os sons da respiração do maestro lhe serve de guia.

Se você tiver tempo e interesse, há muita informação sobre Nobuyuki na internet, mas o documentário ‘Touching the Sound’, da PBS, é particularmente revelador. [aqui]

Eu confesso não ter grande afinidade com a música de Franz Liszt, mas alguém que tem amor pelas canções (Lieder) assim como é o meu caso, merece grande consideração. Essa transcrição do ciclo de canções do grande Ludovico, na interpretação do Nobuyuki ficou supimpa. E a Hammerklavier está ótima. O grande movimento lento não está tão lento assim como em certas famosas interpretações, mas tem a concentração e o afeto que a coloca lá bem no alto.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

An die ferne Geliebte, Op. 98
Arr. Liszt for Solo Piano as S. 469
  1. Auf dem Hügel sitz ich, spähend (2:27)
  2. Wo die Berge so blau (1:58)
  3. Leichte Segler in den Höhen (1:38)
  4. Diese Wolken in den Höhen (1:04)
  5. Es kehret der Maien, es blühet die Au (2:20)
  6. Nimm sie hin denn, diese Lieder (4:10)
Piano Sonata No. 29 in B-Flat Major, Op. 106 “Hammerklavier”
  1. Allegro (11:33)
  2. Scherzo. Assai vivace – Presto (2:45)
  3. Adagio sostenuto, appassionato e con molto sentimento (17:34)
  4. Largo – Allegro – Allegro risoluto (11:46)

Nobuyuki Tsujii, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 132 MB

Nobuyuki, que decora cada partitura por conta de sua cegueira, comentou sobre a natureza assustadora do Hammerklavier: “É um trabalho tão longo que é muito difícil manter a concentração. Passei muito tempo me preparando para a gravação… tornando a música minha. … Quanto mais você toca, mais profundamente você a sente. Há aspectos da experiência de Beethoven que se sobrepõem à minha — ele perdeu a audição, mas ainda assim escreveu peças maravilhosas e muito difíceis como esta sonata. Então trabalhei nela com grande respeito.”

Tsujii é reverenciado tanto pela pureza e beleza de suas notas quanto por sua excelente técnica de execução, mas em vez de permitir que sua própria personalidade musical domine, ele busca fielmente expressar as profundezas e complexidades atraentes de qualquer obra-prima que esteja tocando. Mais do que tudo, ele encontra alegria em compartilhar a música com seu público, e isso realmente transparece em suas performances. Essa franqueza o torna tão amado por públicos de todas as nações. “Eu amava me apresentar para as pessoas quando era muito jovem, e essa paixão nunca vacilou. Sempre que toco, tento o meu melhor para ser um com o público.”

Aproveite!

René Denon

J.S. Bach (1685 – 1750) & S.L. Weiss (1687 – 1750): Suítes e outras peças com alaúde – Diego Cantalupi (alaúde) & Davide Pozzi (cravo); Alberto La Rocca, (violão) & Carlo Lazari (violino) ֎

J.S. Bach (1685 – 1750) & S.L. Weiss (1687 – 1750): Suítes e outras peças com alaúde – Diego Cantalupi (alaúde) & Davide Pozzi (cravo); Alberto La Rocca, (violão) & Carlo Lazari (violino) ֎

Em casa com Bach

Leipzig fica a 120 quilómetros de Dresden, para onde viajou Johann Sebastian Bach em diversas ocasiões, para testar novos órgãos e onde esperava obter um rendoso emprego, que nunca veio. Mas, hoje, vamos celebrar uma viagem que ocorreu no sentido inverso, de Dresden para Leipzig.

Em 1739, Wilhelm Friedemann Bach, o filho mais velho de Johann Sebastian, foi de Dreden para Leipzig e levou junto seu amigo Sylvius Leopold Weiss assim como um de seus alunos de alaúde, Johann Kropfangs. Podemos imaginar quanta música esse encontro produziu. Essa visita foi registrada no dia 11 de agosto no diário de Johann Elias Bach, sobrinho e secretário particular de Johann Sebastian: «Hoje, algo incrível aconteceu no mundo da música: meu primo [Wilhelm Friedemann Bach] veio nos visitar e ficou por quatro semanas. Ele veio com dois alaudistas, o Sr. Weiss e o Sr. Kropfgans [seu aluno], que nos encantaram com muitos concertos».

Esta postagem reúne dois discos que, de certa forma, celebram esse encontro de músicos geniais. No disco de Diego Cantalupi e Davide Pozzi temos principalmente peças de Weiss, além de uma fuga para alaúde, de Bach. As peças são interpretadas ora ao cravo, ora ao alaúde e em certos momentos, ambos tocam juntos. Veja este lindo vídeo postado no Youtube, música primorosamente interpretada em um cenário encantador.

No disco de Alberto La Rocca e Carlo Lazari temos a Suíte SW 47, de Weiss, que deve ter sido ouvida diversas vezes nessa estadia em Leipzig, assim como a adaptação feita por Bach, acrescentando o violino sobre a transcrição para cravo. No disco ouvimos uma versão com violino e violão, arranjo feito por Alberto La Rocca.

Sylvius Leopold Weiss (1687 – 1750)

Lute Sonata No. 54
  1. Andante
  2. Allegro primo e secondo
  3. Largo
  4. Tempo di Minuetto
Fantasia e fuga, for solo lute
  1. Fantasia
  2. Fuga
Harpsichord Sonata No. 47
  1. Entreé
  2. Courante
  3. Rondeau
  4. Sarabande
  5. Menuet
  6. Allegro

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Fugue in G minor for lute, BWV1000
  1. Fugue

Sylvius Leopold Weiss (1687 – 1750)

Concerto e Giga, for lute & harpsichord
  1. Adagio
  2. Allegro
  3. Adagio
  4. Gique

Diego Cantalupi, alaúde

Davide Pozzi, cravo

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 182 MB

Diego Cantalupi

Bach e Weiss eram amigos e se encontraram em várias ocasiões. Johann Friedrich Reichardt até os descreve desafiando um ao outro para uma competição de improvisação: ‘Qualquer um que entenda o desafio de tocar modulações harmônicas e contraponto decente no alaúde ficará surpreso e espantado ao ouvir uma testemunha ocular dizer que Weiss, o grande alaudista, competiu com J.S. Bach, o grande cravista e organista, tocando fantasias e fugas.’

___ o O o ___

Silvius Leopold Weiss (1687-1750)

Suite in A SW47 for lute
  1. Entrée
  2. Currante
  3. Rondeau
  4. Sarabande
  5. Allegro
  6. Men[uet]

Alberto La Rocca guitar & arrangement

Silvius Leopold Weiss / Johann Sebastian Bach 1685-1750

Suite in A BWV1025 for violin & harpsichord

after Weiss’s Suite SW47

with violin accompaniment composed by Bach

  1. Fantasia (by J.S. Bach)
  2. Courante
  3. Entrée
  4. Rondeau
  5. Sarabande
  6. Menuet
  7. Allegro

Alberto La Rocca guitar & arrangement

Carlo Lazari violin

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 130 MB

Alberto La Rocca
Carlo Lazari

A “melodia adicionada” de Bach, composta com sua habilidade sobre-humana usual, lança uma nova luz sobre a suíte original, como se a vestisse com um traje extraordinariamente elegante. A parte do violino comenta a textura original do alaúde sem sufocá-la, quase como uma improvisação livre acima do topo. Ela brinca com os vários elementos da música de Weiss, extrapolando ideias para temas, imitando-os ou simplesmente vagando livremente. A parte de Bach também é altamente imaginativa e variada em sua expressão, frequentemente adicionando encaixe rítmico complexo e virtuosismo significativo, enquanto sempre se mantém fiel às emoções dos movimentos de Weiss.

Celebre você também essa amizade!

Aproveite!

René Denon

PS: No segundo disco da postagem indicada a seguir você encontrará a versão de Bach para a Suíte do compadre Weiss, aquela denotada por BWV 1025:

Bach 339 anos !!! – Johann Sebastian Bach (1685-1750): Kammermusik 5 CDs (Musica Antiqua Köln / Reinhard Goebel)

Guitar Classics from Spain – Marcelo Kayath, violão ֎

Guitar Classics from Spain – Marcelo Kayath, violão ֎

Peças Clássicas Espanholas para Violão

Marcelo Kayath

Na época em que eu ouvia música dos CDs tive duas referências no gênero ‘música espanhola para violão’: Julian Bream tocando peças de Albeniz e Granados e o disco desta postagem, Guitar Classics from Spain, de Marcelo Kayath.

O disco de Julian Bream é um primor, quem sabe em um futuro não muito distante ele seja postado aqui, mas hoje é dia de Marcelo Kayath!

Eu sempre quis saber algo mais sobre esse tremendo violonista, mas a ocasião não aparecia, até agora. Sabia virtualmente apenas que ele é brasileiro. Nenhuma grande surpresa até aí, pois que nossa terra é fértil em excelentes violonistas.

Retrato do artista quando jovem…

Descobri que Marcelo é um destes raros exemplos de pessoas que conseguem ter duas carreiras muito distintas, ambas com muito sucesso. No caso dele, a carreira de músico veio primeiro. Nascido em 1964, estudou no Rio de Janeiro com Turíbio Santos e aos 16 anos ganhou o Prêmio Segóvia no Concurso Internacional Villa-Lobos. Em 1984 conseguiu um feito extraordinário ao ganhar dois concursos internacionais para violão, o de Toronto e o de Paris. Isso levou a uma carreira de concertos e gravações. Este disco da postagem é o segundo de uma sequência de seis. Mas então, emergiu uma segunda carreira e isso acabei descobrindo ao assistir uma entrevista que ele deu ao também excelente violonista brasileiro, Fábio Zanon e lendo um artigo no Valor Econômico – À mesa com o Valor – Marcelo Kayath: Ex-Credit Suisse concilia a carreira musical com o mercado financeiro, escrito por Adriana Abujamra [aqui].

Marcelo Kayath havia conciliado a música com o curso de Engenharia na UFRJ até os 20 anos, quando então a música prevaleceu. Mas, um ano depois ele retomou os estudos e como era fascinado pelo mercado de ações, onde aplicava o dinheiro ganho nos concertos, inscreveu-se e foi aceito em um seletíssimo MBA na Universidade de Stanford e daí seguiu outra carreira. Música continuou a fazer parte de sua vida, assim como as boas relações com o mundo musical, até surgirem novas oportunidades. Em 2014 voltou a gravar um disco, sobre o qual ele fala na entrevista mencionada, e que pode ser acessado no Spotify, por exemplo.

Vamos ao conteúdo do disco da postagem, que traz música de diversos compositores. Começamos mui propriamente com um prelúdio, seguido de duas figurinhas carimbadas, peças de Francisco Tarrega. Ele, que foi ótimo pianista, mas fez muito pelo violão, incluindo instigar o lutier Antonio Torres a construir novos instrumentos, mais robustos, para os quais apurou e aperfeiçoou a técnica. Para esses instrumentos, Tarrega compôs música nova e também fez transcrições de músicas dos mais diversos compositores. Capricho Árabe e Recuerdos de la Alhambra são duas peças suas que se firmaram absolutamente no repertório do violão clássico.

Granados e Albéniz eram pianistas, mas suas músicas eram muito adequadas para as transcrições. Eles foram amigos de Tarrega e certamente conheciam muitas de suas peças nas versões preparadas por ele. As próximas peças do disco são deles, mas em transcrições do próprio Marcelo Kayath ou de Andrés Segóvia, outro imenso violonista espanhol. Nessas peças, tais como La maja de Goya ou Mallorca, podemos vivenciar grandes modelos desse universo musical que eu tanto admiro. Mesmo que seja ligeiramente inebriante, como poderiam dizer alguns…

Dois compositores violonistas mais recentes, do século 20, completam o repertório – Federico Torroba e Joaquin Rodrigo, com seu Zapateado. A título de bis, completando o disco, uma música tradicional natalina catalã, que se tornou popular nos concertos de Andrés Segóvia. Resumindo, uma pérola de disco, papa fina!

Francisco Tarrega (1852 – 1909)

  1. Prelude In A Minor
  2. Capricho Arabe
  3. Recuerdos De La Alhambra

Enrique Granados (1867 – 1916)

  1. La Maja De Goya

Isaac Albéniz (1860 – 1909)

  1. Granada
  2. Zambra Granadina
  3. Sevilla
  4. Mallorca

Federico Moreno Torroba (1891 – 1982)

  1. Prelude In E
  2. Sonatina
  3. Nocturno

Joaquín Rodrigo (1902 – 1999)

  1. Zapateado

Tradicional

  1. El Noy De La Mare

Marcelo Kayath, violão

Arranjos: Marcelo Kayath (4, 5, 7, 13) & Andrés Segóvia (6, 8)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 144 MB

I bought this recording 33 years ago and have never stopped enjoying it. Although I have since purchased other versions by more well known guitarists, there are few that come close to the quality of the playing or of the recording. If you only buy one guitar record buy this one. [Resenha na Amazon]

Aproveite!

René Denon

Marcelo Kayath

Se você gostou dessa postagem, poderá se interessar por essa aqui:

Stephen Hough’s Spanish Album – Peças de A. Soler, E. Granados, I. Albeniz, F. Mompou, F. Longas, C. Debussy, M. Ravel, F. X. Scharwenka, W. Niemann e S. Hough

.: interlúdio :. Ella Wishes You a Swinging Christmas ∞ Ella Fitzgerald ֎

.: interlúdio :. Ella Wishes You a Swinging Christmas ∞ Ella Fitzgerald ֎

Feliz Natal e Próspero Ano Novo!

Se você entende inglês, mesmo de maneira amadora, vai perceber que essas lindas canções, interpretadas magnificamente pela diva Ella Fitzgerald, falam de frio, neve, bonecos de neve e trenós, tudo muito contrastante com a realidade que vivemos essa época do ano, desse lado de cá do equador. Mas, há nesse período de festas e nessas canções também, algo universal, que é comum a todos, do Tahiti até a Kashmira. O Natal e as comemorações de Ano Novo exacerbam em nós a busca de estar com as pessoas que amamos, aquelas que nos fazem sentir parte de um grupo, de pertencimento. É claro que as canções são alegres e divertidas, afinal a ocasião é propícia. Mas essa animação pode esconder sentimentos de solidão ou de ausência de alguma querida pessoa. Você poderá perceber isso lá pela terceira canção do disco, onde o desejo é de apenas um momento de paz, de leveza, e na quarta canção – What are you doing for New Year’s Eve? – a busca por estar com alguém é ainda maior. Mas é apenas uma nota de melancolia, para lembrar nossas fragilidades, e depois a alegria já estará de volta, completando o disco com a canção White Christmas, uma forma de desejar um Natal perfeito!

Neste ano no qual o blog chegou à maioridade, é isso que desejamos a todos os nautas e simpatizantes, leitores assíduos ou casuais – um Natal Perfeito, seja lá como for, à sua moda!

E não esqueça: What are you doing for New Year’s Eve?

Ella Wishes You A Swinging Christmas

  1. Jingle Bells
  2. Santa Claus Is Coming To Town
  3. Have Yourself A Merry Little Christmas
  4. What Are You Doing New Year’s Eve?
  5. Sleigh Ride
  6. The Christmas Song
  7. Good Morning Blues
  8. Winter Wonderland
  9. Rudolph, The Red-Nosed Reindeer
  10. Frosty The Snow Man
  11. White Christmas
  12. Let It Snow, Let It Snow, Let It Snow

Ella Fitzgerald

Frank De Vol’s Orchestra

Produção: Norman Granz (Verve)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 83 MB

It’d be hard to imagine a happier wish than the one this jazz vocal legend offers her listeners on this urbane-yet-homey collection of holiday favorites. The First Lady of Song recorded these tunes in 1960, at the peak of her interpretive powers. As such, she puts her singular stamp on everything from a sultry vamp like “What Are You Doing New Year’s Eve” to the sweet and cozy “The Christmas Song.” Even potentially shopworn standards like “Santa Claus Is Comin’ to Town” sound fresher when they’re coming from Ella Fitzgerald. –David Sprague

Seria difícil imaginar um desejo mais feliz do que aquele que esta lenda vocal do jazz oferece aos seus ouvintes nesta coleção urbana, mas caseira, de canções de Natal. A Primeira Dama da Canção gravou essas músicas em 1960, no auge de sua capacidade interpretativa. Como tal, ela coloca sua marca singular em tudo, desde a sensual “What Are You Doing New Year’s Eve” até a doce e aconchegante “The Christmas Song”. Mesmo velhas canções potencialmente desgastadas como “Santa Claus Is Comin’ to Town” soam mais frescas quando cantadas por Ella Fitzgerald. –David Sprague

Aproveite!

René Denon

PS1: Há no Spotify uma versão desse álbum com canções adicionadas e até uma animação.

PS2: Se você gostou dessa postagem, poderá visitar:

.: interlúdio :. Ella and Louis ∞ Christmas ∞ Ella Fitzgerald & Louis Armstrong

.: interlúdio :. The Intimate Ella – Ella Fitzgerald & Paul Smith, piano

E não vá esquecer a mensagem do aniversariante – a importância do amor ao próximo, da justiça, do perdão!

.: interlúdio :. The Very Best of Julie London ֎

.: interlúdio :. The Very Best of Julie London ֎

The Very Best of Julie London

With minor adjustments…

A small voice makes a big stir

(Uma pequena voz causa um enorme rebuliço) era a chamada de uma reportagem de capa da revista Life em 1957 sobre Julie London, cantora e atriz loura, incandescente.

Ela nasceu Julie Peck na ensolarada Califórnia e seus pais eram do show business. Originalmente de Santa Rosa, mudou-se para Los Angeles e como milhares de garotas esperava uma oportunidade no cinema, o que acabou acontecendo. Era amante de jazz e em 1955 gravou um LP – Julie is her Name – com a música Cry me a River, que chegou a ser a nona posição do Billboard Hot 100.

Nos anos que se seguiram seus discos eram esperados ansiosamente pelo seu público por suas canções sussurradas ao microfone com uma voz de contralto sensualíssima e pelas capas nas quais ela aparecia em poses provocantes. Seu terceiro LP, em 1956 – Calendar Girl – trazia uma foto sua para cada mês do ano. Julie London foi uma cantora absolutamente espetacular. Ela admirava Billie Holiday e usava sua própria voz com maestria e inteligência. E apesar dessa imagem de mulher fatal, era uma pessoa muito reservada.

Julie London certamente escolhia seu repertório explorando esse aspecto sedutor, com canções românticas – torch songs, com títulos bem provocantes, como I’m in the Mood for Love, Make Love to Me, Your Number Please, Love Letters. O humor certamente fazia parte, como em Nice Girls Don’t Stay for Coffee ou Easy Does It.

Seu último LP com o provocante nome Yummi, Yummi, Yummi, foi lançado em 1969 trazendo a gravação de Light my Fire. Ela continuou trabalhando como atriz. Entre 1972 e 1977 ela fez o papel de Dixie McCall, a enfermeira-chefe na série Emergency, ao lado de seu marido, Bobby Troup.

Para essa seleção de músicas comecei com um álbum duplo – The Very Best of Julie London. Este álbum foi lançado no Brasil em dois volumes, mas com menos músicas do que o lançamento americano. Eu acabei escolhendo as músicas que eu gosto mais, que ouço mais frequentemente. Depois acrescentei algumas de outros LPs, mas isso cabe a você descobrir.

Tentei fazer um balanço entre as músicas românticas e aquelas mais sapecas, como Fly Me to the Moon, Let There Be Love, Wonderful ou a deliciosa Makin’ Whoopee. Ela, como californiana e atriz de filmes de faroeste, tinha uma queda pelas músicas cantadas em espanhol. Um de seus LPs – Latin in a Satin Mood – tem esse repertório, é claro que com a perspectiva americana, mas eu acho sensacional. Escolhi daí algumas músicas que estão no fim do primeiro arquivo, além de Swain (Quien será?). Você poderá ouvir uma espetacular gravação de uma música que o boss da nossa corporation jura ter sido copiada quase literalmente por um compositor romântico em seu único concerto para piano, escrito para sua amada e idolatrada esposa. A inspiração deve ter sido captada pelo título da música: Besame Mucho.

Julie também era sensível às novas tendências musicais, como você poderá ouvir nas canções Slightly out of Tune, mais conhecida pelo título original – Desafinado, e a já mencionada Light my Fire, da banda Doors e sucesso na voz de José Feliciano.

Preste bastante atenção aos acompanhamentos, que variam de canção para canção, afinal trata-se de uma compilação. Desde violinos em alguns números, passando por outras mais intimistas, com formações típicas de grupos de jazz. Na seleção você encontrará canções que se tornaram famosas nas vozes de Ella Fitzgerald, Frank Sinatra, Billie Holiday, e que encontraram em Julie London uma grande intérprete.

The Very Best of Julie London!

Volume 1

  1. Fly Me To The Moon (In Other Words) (Bart Howard)
  2. Cry Me A River (Arthur Hamilton)
  3. Blue Moon (Richard Rodgers & Lorenz Hart)
  4. Sway (Quien será?) (Luis Demetrio & Pablo Bestrán Ruiz)
  5. When I Fall In Love (Victor Young & Edward Heyman)
  6. Misty (Erroll Garner)
  7. Slightly Out Of Tune (Desafinado) (Tom Jobim)
  8. Let There Be Love (Lionel Rand)
  9. How Deep Is the Ocean (Irving Berlin)
  10. Makin’ Whoopee (Walter Donaldson & Gus Kahn)
  11. The More I See You (Harry Warren)
  12. A Taste Of Honey (Bobby Scott & Ric Marlow)
  13. Black Coffee (Sonny Burke & Paul Francis Webster)
  14. Blues In The Night (Harold Arlen)
  15. ‘Round Midnight (Thelonius Monk)
  16. As Time Goes By (Herman Hupfeld)
  17. Frenesi (Alberto Domínguez)
  18. Be Mine Tonight (Noche De Ronda) (Agustin Lara)
  19. Yours (Quierme Mucho) (Gonzalo Roig)
  20. Bésame Mucho (Consuelo Velasquez)

Volume 2

  1. I Left My Heart In San Francisco (George Cory & Douglass Cross)
  2. Diamonds Are A Girl’s Best Friend (Leo Robin & Jule Styne)
  3. Goody Goody (Matty Malneck)
  4. Light My Fire (Robby Krieger – The Doors)
  5. Body And Soul (Johnny Green)
  6. God Bless The Child (Billie Holiday)
  7. They Can’t Take That Away From Me (George Gershwin)
  8. I’ve Got You Under My Skin (feat. Bud Shank Quintet) (Cole Porter)
  9. Summertime (George Gershwin)
  10. Love For Sale (Cole Porter)
  11. One For My Baby (Harold Arlen & Johnny Mercer)
  12. You Belong To My Heart (Solamente Una Vez) (Agustín Lara)
  13. ‘S Wonderful (George Gershwin)
  14. What Is This Thingh Called Love (Cole Porter)
  15. Bewitched, Bothered & Bewildered (Richard Rodgers)
  16. I Gotta A Right To Sing The Blues (Harold Arlen)
  17. Say It Isn’t So (Irving Berlin)

Julie London

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 232 MB

She had a cool, sultry singing style that never felt forced. Her sophisticated, hip phrasing was deeply nocturnal and consistently relaxed. And she loved off-beat songs and aced them with a beckoning delivery and terrific range backed by seemingly effortless vocal power. Her movie-star looks have nothing to do with her appeal for me. It’s her underappreciated jazz voice and scene-making phrasing that knock me out. [jazzwax.com]

Aproveite!

René Denon

Julie London é o nome dela…

Beethoven (1770 – 1827): Sinfonia No. 3 em mi bemol maior, Op. 55 – Eroica – Ensemble 28 & Daniel Grossmann ֎

Beethoven (1770 – 1827): Sinfonia No. 3 em mi bemol maior, Op. 55 – Eroica – Ensemble 28 & Daniel Grossmann ֎

BTHVN

Sinfonia Eroica

Ensemble 28

Daniel Grossmann

Domingo fui visitar meu velho tio Antoine Denon, em sua enorme casa, aquela que lembra a mansão da Família Addams. Depois de colocarmos o papo em dia, regado naturalmente a chá mate e biscoitinhos, tio Antoine escorregou em sua poltrona preferida, deixou cair uma de suas pantufas e mergulhou no seu natural estado letárgico. Eu aproveitei a deixa e me esgueirei escada acima até seu ‘laboratório’, que meu tio sempre foi dado a inventos amalucados. Encontrei assim sua empoeirada máquina do tempo, da qual ele sempre se vangloriava, de frente para a estante com seus livros de física, sobre buracos negros e teoria quântica. É claro que não acreditava muito nisso tudo, pois que eu desconfiei da facilidade de chegar ao Lab, a porta ficara entreaberta e meu tio é conhecido por adorar uma traquinagem. De qualquer forma, resolvi viajar na brincadeira e acertei os ponteiros da máquina para que me levasse para o Palácio Lobkowitz, casa do Príncipe Lobkowitz em Viena, nas primeiras horas do dia 9 do lindo mês de maio de 1804. Pois levei um susto quando a máquina se pôs a trepidar e lentamente começar a girar… Ainda bem que que estava com meus fones de ouvido e acionei meu Suíço Celular, que toca os arquivos de música com os quais estou lidando.

Foto do Palácio em Viena

Não é que estava na vez do arquivo desta postagem – uma recriação da primeira audição (com ensaios e tudo) da Sinfonia Eroica, composta pelo tal Ludovico, amigão do Príncipe, que para a ocasião desembolsou o pagamento de uns 22 músicos, incluindo uma terceira trompa, pedido especial do compositor para sua nova sinfonia. Podemos dizer que essa gravação, feita em 2003, buscava levar o nível de compromisso com os ideais de HIP ao seu mais alto nível – instrumentos de época, tamanho da orquestra original, no local exato. Por isso a minha viagem no tempo.

Essa é uma gravação no mínimo desafiadora, com tempos rápidos, que nos dá um sensação de impetuosidade, de novidade, como deve ter sido realmente o que a obra causou naquele dia.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827)

Sinfonia No. 3 em mi bemol maior, Op. 55 – Eroica
  1. Allegro con brio
  2. Marcia funebre Adagio assai
  3. Scherzo Allegro vivace
  4. Finale Allegro molto

Ensemble 28

Daniel Grossmann

Gravado em 2003 no Palácio Lobkowitz, Viena

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 106 MB

Daniel Grossmann olhando firme para os violinos da PQP Bach Orchestra

[…] Relying on the relatively new Barenreiter Edition, Ensemble28’s rendition is among the fastest I have heard. It is also a unique recording due to its sparse instrumentation; young German conductor Daniel Grossman does an admirable job emphasizing the textural richness of Beethoven’s score. I doubt I have heard a more exciting account of the opening first movement (Allegro con brio) that is as memorable from a period instrument perspective, and indeed, one that compares favorably to those from the likes of Harnoncourt, Abbado and Haitink, among others in recordings dating from the early 1990s. The same can be said for the following three: Marcia funebre: Adagio assai; Scherzo: Allegro vivace; and Finale: Allegro molto. Grossman’s riveting account merely emphasizes the truly revolutionary nature of Beethoven’s work […]

[…] Usando a relativamente nova edição Barenreiter, a versão do Ensemble28 está entre as mais rápidas que já ouvi. É também uma gravação única devido à sua instrumentação esparsa; o jovem maestro alemão Daniel Grossman faz um trabalho admirável ao enfatizar a riqueza da textura da partitura de Beethoven. Duvido ter ouvido uma interpretaçã mais emocionante do primeiro movimento (Allegro con brio) e que seja tão memorável do ponto de vista dos instrumentos de época e, de fato, que se compare favoravelmente com aqueles de nomes como Harnoncourt, Abbado e Haitink, entre outros. O mesmo pode ser dito dos três movimentos seguintes: Marcia funebre: Adagio assai; Scherzo: Allegro vivace; e Final: Allegro molto. A fascinante interpretação de Grossman apenas enfatiza a natureza verdadeiramente revolucionária da obra de Beethoven […] [crítica na Amazon]

Aproveite!

René Denon

Mozart (1756 – 1791): Concertos para Piano Nos. 9, 12 & 14 – Edna Stern (piano), Orchestre de chambre d’Auvergne & Arie van Beek ֍

Mozart (1756 – 1791): Concertos para Piano Nos. 9, 12 & 14 – Edna Stern (piano), Orchestre de chambre d’Auvergne & Arie van Beek ֍

MOZART

Edna Stern

Aqui pertinho de casa, numa esquina, junto a uma pracinha, mas ainda em frente ao muro de uma casa, há um remanescente do passado, estoico, arcaico, um orelhão. Creio que este remanescente foi deixado lá para que os avós o mostrem aos netos, em seus passeios matinais – foi de um desses que eu convidei sua avó para sair, pela primeira vez…

Imagino que foi de um desses jurássicos objetos que Miles (Miles Kendig, o aposentado espião que ama a música de Mozart, você deve saber) me ligou, dia desses.

MK:       Hey, René, how are ya?

RD:        Kendig! What an unexpected pleasure.

MK:       May I have it, please?

RD:        Have what?

MK:       It has been half an eternity since you posted some Mozart, specially piano concertos. Oh c’mon, this is ultageous!

RD:        Well, it is good that you brought that… I’ve just spotted a great disc with three wonderful piano concertos, including the Jeunehomme. I know you have a soft spot for it.

MK:       So, don’t delay it any further, get it done. And talk with that cranky boss of yours to get it posted as soon as possible. I don’t wanna wait months for it to surface!

RD:        I’ll let him know. And you, now, don’t be a stranger, keep in touch…

MK:       I will! Take care!

Pois assim, a pedidos do Selim Gidnek, como ele às vezes gosta de ser chamado, vamos a postagem do dia… Mozart, Concertos para piano. Este é um disco com três concertos. O primeiro foi composto quando ele ainda estava em Salzburg, mas os outros dois já fazem parte dos primeiros a serem compostos para suas apresentações em Viena. O Concerto ‘Jeunehomme’ pensava-se ter sido composto para uma pianista francesa, Mademoiselle Jeunehomme, que teria visitado Salzburgo em 1777. Em suas cartas Mozart tratava de uma certa Jenomé. Agora acredita-se que o concerto foi escrito para Louise-Victoire Jenamy, filha de um famoso dançarino francês, amigo de Mozart. A obra é um passo a frente dos típicos concertos no estilo galante, com um movimento lento que revela o grande compositor de óperas que foi Mozart.

Os Concertos Nos. 12 e 14 (assim como o irmão do meio, No. 13) foram compostos no primeiro ano de Mozart em Viena e podem parecer até um passo atrás, comparados com o Concerto No. 9, pois que são simples em escopo, podendo ser interpretados apenas com piano e quarteto de cordas. Mas não se deixe iludir por essa aparente simplicidade, pois que ambos concertos reservam belezuras para quem os ouvir com atenção, especialmente em uma interpretação assim como a da postagem.

Edna Stern é uma pianista já bem conhecida aqui do pessoal do blog, onde já se apresentou acompanhando a violinista Amandine Beyer e também em um disco tocando peças de Bach. Ela é especialmente talentosa e teve formação primorosa, estudando com grandes nomes, como Martha Argerich, Krystian Zimerman e Leon Fleisher.

Ela tem fortes ideias sobre como devem ser produzidas suas gravações, evitando ao máximo o exercício de ‘cut and paste’, e a Orchestre d’Auverne colaborou com ela buscando cumprir a risca esse princípio. É ouvir o disco para conferir. Depois, me conte!

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Piano Concerto No. 9 in E-flat major, K271 “Jeunehomme”
  1. Allegro
  2. Andantino
  3. Rondo – Presto
Piano Concerto No. 12 in A major, K414
  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegretto
Piano Concerto No. 14 in E flat major, K449
  1. Allegretto vivace
  2. Andantino
  3. Allegro ma non troppo

Edna Stern, piano

Orchestre d’Auvergne

Arie van Beek

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 167 MB

Seção ‘The Book is on the Table’: Stern’s performances are all about intimacy: intimacy of sound, manifested in a close, dry (and sometimes rather unlovely) recording offering sharp textural clarity and emphasising the tightness for the Orchestre d’Auvergne’s ensemble-playing; and intimacy of thought, for this is an artist with a delicate touch who likes to shape every detail of phrasing and articulation as if polishing a tiny gem.

[Gramophone, May 2011]

 Stern’s instrument is modern, though her dry attack and clarity suggest time spent with a period piano. Even so there’s an ease to phrasing and touch in the Jeunehomme concerto…Sparkling music-making

[The Times, 22nd January 2011]

Aproveite!

René Denon

Anton Webern (1883 – 1945): Peças para Orquestra – Berliner Philharmoniker & Herbert von Karajan ֍

Anton Webern (1883 – 1945): Peças para Orquestra – Berliner Philharmoniker & Herbert von Karajan ֍

WEBERN

Passacaglia –  5 Movimentos, op. 5

6 Peças, op. 6 – Sinfonia op. 21

Berliner Philharmoniker & Herbert von Karajan

A notícia que mais me chamou a atenção hoje foi a do lançamento pela NASA da Europa Clipper, em direção ao planeta Júpiter, para a exploração de uma de suas enormes luas. Eu fiquei curioso para saber qual seria a música de bordo, música de outro planeta. Fiz essa associação com a música de Schoenberg – seu segundo quarteto, no qual uma soprano se junta aos músicos e canta o verso “Ich fühle Luft von anderem Planeten” (“Sinto o ar de outro planeta”). Decidi ouvir então mais uma vez o disco desta postagem, com peças de Anton Webern, aluno de Schoenberg, assim como Alban Berg. Essas peças fazem parte de uma gravação de peças do triunvirato, feita em 1973 e início de 1974. As obras foram reunidas em 4 LPs e foram posteriormente arranjadas em 3 CDs, dos quais esse é o terceiro. Eu gosto desse disco, mas fui conquistado aos poucos, confesso. Primeiro a Passacaglia, que Anton era bem consciente da importância dos mestres que lhes antecederam. Brahms com o quarto movimento de sua Quarta Sinfonia e Bach, com sua enorme Passacaglia para órgão. Lembre-se que Webern orquestrou partes da Arte da Fuga. Depois me conquistaram as intensas peças curtas, que surgiram na versão para quarteto de cordas, mas aqui estão em uma versão para orquestras de cordas, e que cordas, senão as da BP. As mais curtas peças escritas originalmente para orquestra e a Sinfonia op. 21 ainda estão aplicando seus feitiços em mim, mas já estou quase me rendendo. Enfim, esse é o tipo de música que me faz pensar em outro planeta.

HvK no local da gravação

Eu acho impressionante considerar que na década de 1970, Karajan dispunha da melhor (talvez) orquestra deste planeta, com milhares e milhares de ávidos (e conservadores) consumidores de seus discos, dispusesse de tempo para gravar essa música, que certamente interessava a uma pequena parte desse público. Seria por orgulho, de mostrar que ele e ‘sua’ orquestra poderiam interpretar qualquer tipo de música, produzir os mais ousados sons, estranhíssimas harmonias ou mesmo as mais inquietantes dissonâncias? Pelo que eu percebi, o selo amarelo se recusou a pagar pela gravação e Herbert von Karajan botou dinheiro de seu bolso. Pois é… mas, agora é com você, veja lá o que acha do disco, depois me conte.

Anton Webern (1883 – 1945)

Passacaglia Für Orchester Op. 1

  1. Passacaglia

Fünf Sätze Op. 5 (Fassung Für String Orchestra)

  1. Heftig Bewegt
  2. Sehr Langsam
  3. Sehr Labhaft
  4. Sehr Langsam
  5. In Zarter Bewegung

Sechs Stücke Für Orchester Op. 6 (Fassung Von 1928)

  1. Langsam
  2. Bewegt
  3. Mäßig
  4. Sehr Mäßig
  5. Sehr Langsam
  6. Langsam

Symphonie Op. 21

  1. Ruhig Schreitend
  2. Variationen. Sehr Ruhig

Berliner Philharmoniker

Herbert von Karajan

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 106 MB

Se quer bem feito, faça você mesmo… HvK

A seguir, alguns trechos de críticas bem conhecidas, traduzidas pelo Chat PQP:

Karajan reportedly felt so strongly about his recordings of the Second Viennese School that he agreed to finance them himself when DG balked at picking up the tab. These are great performances, to be sure. […] The Berg pieces never have sounded so decadently beautiful, nor the Webern so passionately intense, or the Schoenberg so, well, just plain listenable. Karajan se sentia tão confiante sobre as suas gravações da Segunda Escola Vienense que concordou em financiá-las quando DG se recusou a pagar a conta. Essas são ótimas performances, com certeza. […] As peças de Berg nunca soaram tão decadentemente belas, nem o Webern tão apaixonadamente intenso, ou o Schoenberg tão, bem, digamos, simplesmente audível.

The Berlin Philharmonic strings make their usual luscious sounds, but here the winds, brass, and even percussion rise to the occasion as well. As cordas da Filarmônica de Berlim fazem seus usuais deliciosos sons, mas aqui os sopros, metais e até percussão também estão à altura da ocasião.

In Webern’s Passacaglia the orchestral timbres are brightly lit and fully fleshed out–from the hushed solo flute in the beginning to the snarling brass at the climax. The original set also included the best-ever performance of Webern’s Six Pieces for Orchestra. Even if you are not new to this music, and especially if you are, this is a must-have. Na Passacaglia de Webern, os timbres orquestrais estão bem iluminados e totalmente desenvolvidos – desde a flauta solo silenciosa no início até os metais rosnando no clímax. O conjunto original também incluiu a melhor performance de todos os tempos das Seis Peças para Orquestra de Webern. Mesmo que você não seja novo nessa música, e especialmente se for, este disco é obrigatório.

Aproveite!

René Denon

Antes que você mencione, aqui está o Selo RD de Jurassiquidade….

Mahler (1860 – 1911): Sinfonia No. 7 – Runfunk Sinfonieorchester Saarbrücken & Hans Zender / NDR Elbphilharmonie & Alan Gilbert ֎

Mahler (1860 – 1911): Sinfonia No. 7 – Runfunk Sinfonieorchester Saarbrücken & Hans Zender / NDR Elbphilharmonie & Alan Gilbert ֎

MAHLER

Sinfonia No. 7

Runfunk Sinfonieorchester Saarbrücken & Hans Zender

NDR Elbphilharmonie & Alan Gilbert

De onde vem a inspiração para resolver um problema ou para vislumbrar o início de uma obra de arte? O processo criativo é misterioso, mas há que ter dedicação, imersão no tema ou assunto, até que a mente se disponha a prover os resultados, devido a um toque do destino ou da inspiração de alguma musa…

Tim curtindo o azul do mar…

Quem não conhece a história da gravura na parede do quarto emprestado ao Tim Maia de onde saiu o Azul da Cor do Mar? Uma outra boa história de iluminação envolve Henri Poincaré, um importante matemático do final do século 19 e início do século 20. Suas contribuições para a Matemática e outras ciências são enormes e tem influência até os dias de hoje. Além disso, Poincaré se distinguia de outros cientistas por contribuir de maneira significativa para a divulgação da ciência, escrevendo livros que eram acessíveis às pessoas comuns tratando de temas complexos de forma compreensível. Poincaré havia lidado com um problema à exaustão, mas não havia feito qualquer progresso. Decidiu então fazer uma expedição geológica, para espairecer. Pois ao entrar no ônibus foi tocada pela inspiração (alguma musa matemática, decerto, passava por ali…) e teve um surto de criatividade. “No momento em que coloquei o pé no degrau, uma ideia me ocorreu, sem que nenhum de meus pensamentos anteriores tivessem me preparado para ela…”

Poincaré, suas esferas e outras cositas…

Lembrei-me dessas anedotas lendo o livreto de uma das gravações da postagem, que conta um pouco o processo criativo de Mahler, que levava uma vida dupla – parte do ano era o famoso regente em Viena, parte do ano era um compositor de obras inovadoras e impressionantes, mas que ainda aguardavam deu devido ‘tempo’. A composição das Sinfonias No. 6 e No. 7 foram, de certa forma simultâneas. Dois movimentos da Sétima, chamados por Mahler de Nachtmusik, foram compostos antes da Sexta. Quando chegou a hora da Sétima, como se diz por aí, deu branco. Ele escreveu para sua Alma assim: No verão anterior esperava terminar a Sétima, para a qual já tinha dois movimentos. Estava morrendo de tédio, como você se lembra, e resolvi dar uma escapada para os Dolomitas. Lá não encontrei qualquer inspiração e desisti de compor, acreditando que o verão não renderia qualquer coisa. Quando entrei no barco para a travessia de volta, sobre o lago, e nas primeiras batidas dos remos na água um tema me ocorreu (ou mesmo o ritmo…) para a introdução do primeiro movimento. Quatro semanas depois os outros movimentos estavam fechados, selados, assinados e enviados. A inspiração é um mistério…

Eu tenho ouvido bastante esses discos da postagem. Eles têm em comum o fato de terem sido gravados por orquestras de rádios alemãs regidas pelos seus respectivos diretores. A gravação regida por Zender é de 1982, um registro que estava nos arquivos da rádio e foi lançada em 1997 numa edição comemorativa na ocasião do aniversário de sessenta anos do maestro. A outra gravação é um lançamento recente e mostra a maravilhosa acústica da casa nova da orquestra. Eu espero que você encontre nos discos o mesmo prazer que eles me deram…

Gustav Mahler (1860 – 1911)

Sinfonia No 7 em mi menor »Lied Der Nacht«
  1. Langsam (Adagio) – Allegro con fuoco
  2. Nachtmusik I. Allegro moderato
  3. Schattenhaft
  4. Nachtmusik II. Andante amoroso
  5. Finale

Runfunk Sinfonieorchester Saarbrücken

Hans Zender

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 195 MB

Hans curtindo o som do naipe de violinos da PQP Bach Orchester

NDR Elbphilharmonie

Alan Gilbert

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 197 MB

Alan testando um violino da PQP Bach Collection
Elbphilharmonie

Sobre a Sétima Sinfonia de Mahler: Comparada com outras sinfonias de Mahler, a Sétima tem uma existência mais apagada na cena internacional de concertos. Pode ser devido ao seu final muito positivo, que se apega resolutamente à tonalidade radiante de dó maior, o que pode incomodar alguns fãs da música do compositor. Pode-se permitir a Mahler essa explosão de êxtase, na melhor das hipóteses, como tendo um significado subjacente. “É o meu melhor trabalho, com um caráter ensolarado em sua maior parte”, disse o compositor uma vez sobre sua sétima.

Mas, por outro lado, a Sétima parece ter sido composta de dentro para fora, com o terceiro dos cinco movimentos desempenhando um papel central. E este scherzo traz a instrução de desempenho significativa »Schattenhaft« (Sombrio). Da mesma forma, as duas peças de »Nachtmusik«, como Mahler chamou o segundo e o quarto movimentos, revelam inegavelmente o conflito interno tão típico da obra do compositor. Portanto, nem tudo que reluz é ouro. [Tradução feita pelo Chat PQP Bach de um texto da página da NDR Elbphilharmonie]

Sobre a gravação de Zender: De alguma forma, você sabe quando um maestro tem a medida de uma obra de Mahler. Há um sentimento de confiança em seu desempenho, um sentimento que ele e seus músicos penetraram no cerne da obra, que é profundamente satisfatório. Você pode discordar de certas conclusões a que o maestro chegou, ou não, mas sente que ele cobriu tudo o que pretendia e o efeito disso é palpável. Você não teve que se preocupar com nada. Não houve passagens em que o maestro esteja apenas marcando o tempo, algo que acontece com mais frequência do que você imagina. Este é o sentimento que tenho com esta excelente performance da Sétima Sinfonia de Mahler, com a qual muitos ouvintes e intérpretes têm problemas, e que a torna uma versão notável. Vem de 1982 e dos arquivos da Saarbrücken Radio do pouco conhecido compositor e maestro alemão Hans Zender. […] Uma performance soberba cheia de coisas fascinantes. Uma performance que é excelentemente tocada e gravada e merece ser considerada ao lado das melhores versões, como as de Bernstein, Horenstein, Gielen, Scherchen e Abbado. A Sétima de Mahler por Zender é muito boa e eu a recomendo com entusiasmo.    [Tony Duggan]

Aproveite!

René Denon

Alan Gilbert

The Enigmatic Art Of Antonio Veracini (1659 – 1733) and Francesco Maria Veracini (1690 – 1768) – Rüdiger Lotter (violino) & Lyriarte ֎

The Enigmatic Art Of Antonio Veracini (1659 – 1733) and Francesco Maria Veracini (1690 – 1768) – Rüdiger Lotter (violino) & Lyriarte ֎

A Enigmática Arte de Antonio e Francesco Maria Veracini

Francesco Maria Veracini foi neto e sobrinho de professores de violino – aprendeu com o avô Francesco e com o tio Antonio a arte de tocar e compor para violino. Ao contrário do tio, que essencialmente passou a vida em Florença, Francesco Maria viajou por quase toda a Europa e fez sucesso. Tinha uma personalidade forte e era bastante encrenqueiro. Numa ocasião precisou pular de uma janela e quebrou uma perna. Sobreviveu a um naufrágio em 1745 ou pouco depois, no qual perdeu dois de seus violinos Stainer (que ele chamava de São Pedro e São Paulo). Apesar de tudo, teve uma longa vida e terminou seus dias em Florença, atuando como regente. Esse caráter desafiador se reflete hoje em suas obras, que atestam uma extraordinária liberdade de convenções. Neste CD, o solista Rüdiger Lotter encontra uma parceira na virtuose na flauta doce, Dorothee Oberlinger. A parte do baixo contínuo é bastante diversificada e promete uma experiência auditiva aventureira através das paisagens sonoras contrastantes dos Veracinis.

Francesco Maria Veracini (1690 – 1768)

Cantabile from Sonata Nona a violino o flauto e basso
  1. Preludio
Sonata Accademicha Op. 2 No. 5 a violino solo e basso
  1. Adagio assai
  2. Allegro assai
  3. Allegro assai

Antonio Veracini (1659 – 1733)

Sonata Op. 1 No. 1 a Tre
  1. Grave
  2. Vivace
  3. Largo
  4. Allegro
Sonata Op. 2 No. 3 a violino e cimbalo
  1. Cantabile
  2. Vivace
  3. Largo
  4. Aria: Largo
  5. Vivace

Francesco Maria Veracini (1690 – 1768)

Sonata Accademicha Op. 2 No. 12 a violino solo e basso
  1. Passagallo, largo assai
  2. Allegro ma non presto
  3. Adagio
  4. Ciaccona: Allegro ma non presto
Sonata Op. 1 No. 1 a violino e basso (In a historical transcription for recorder and b.c.)
  1. Overture
  2. Aria: Affettuoso
  3. Paesana: Allegro
  4. Minute: Allegro
  5. Giga ‘Postiglione’: Allegro
Sonata Nona a violino, o flauto solo e basso
  1. Cantabile
  2. Andante
  3. Adagio
  4. Allegro, ma affettuoso

Rüdiger Lotter – Violin

Dorothee Oberlinger – Recorder (tracks: 5 to 8, 18 to 22)

Ensemble – Lyriarte

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 164 MB

Rüdiger Lotter
Dorothee Oberlinger

The interpretations, however, are creative and played with great feeling. I like the decisions made here better than what we got with John Holloway’s recording of Veracini. That said, the performances on violin are not quite as daring as some that were offered by Riccardo Minasi. That said, I think there is little to object to by the ensemble here.  [Biberfan]

Aproveite!

Rená Denon

Gabriel Fauré (1845 – 1924) – Maurice Ravel (1875 1937) – Germaine Tailleferre (1892 – 1983): Trios com Piano – Trio Karénine ֎

Gabriel Fauré (1845 – 1924) – Maurice Ravel (1875 1937) – Germaine Tailleferre (1892 – 1983): Trios com Piano – Trio Karénine ֎

Fauré • Ravel • Tailleferre

Trios com Piano

O programa deste disco consiste em três trios com piano de compositores franceses. Dois são obras-primas bem conhecidas, os trios de Fauré e de Ravel. Mas, o que torna o disco realmente interessante, na minha opinião, é o trio composto por Germaine Tailleferre. Germaine foi uma mulher incrível, muito além de seu tempo. A despeito de preconceitos, de dois casamentos com maridos que não a apoiaram em sua arte, ele firmou-se como compositora de renome e deixou um legado musical, assim como foi um modelo a ser seguido.

Seu trio foi composto em duas etapas. Dois movimentos foram compostos em 1917 e dois em 1978! Uma vida separa-os no tempo, mas aposto que você nem se daria conta disso ao ouvi-lo, caso não fosse mencionado. O primeiro movimento tem todo o charme e a elegância que normalmente encontramos nas boas peças de música francesas. O segundo é um allegro com uma melodia que gruda na gente feito chicletes. O segundo tem um que de nostalgia, mas saudável, e um final delicioso.

É claro que você vai adorar ouvir as interpretações das peças mais famosas pelo Trio Karénine – o nome do conjunto se deve à personagem de Tolstói, pela sua paixão e força vital – e a peça de Germaine completa graciosamente o disco.

Gabriel Fauré (1845 – 1924)

Trio pour violon, violoncelle et piano en ré mineur Opus 120
  1. Allegro ma non troppo
  2. Andantino
  3. Allegro vivo

Maurice Ravel (1875 – 1937)

Trio en la mineur
  1. Modéré
  2. Pantoum
  3. Passacaille
  4. Animé

Germaine Tailleferre (1892 – 1983)

Trio pour violon, violoncelle et piano
  1. Allegro animato
  2. Allegro vivace
  3. Moderato
  4. Très animé

Trio Karénine

Fanny Robilliard, violon
Louis Rodde, violoncelo
Paloma Kouider, piano

PS: A formação atual deste conjunto agora é outra.

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 142 MB

Germaine posou para a equipe de artes do PQP Bach em sua volta para Paris, depois de uma temporada morando em NY

No ponto de intersecção entre o romantismo e o modernismo (Fauré); sotaques exóticos, pastiches e neoclassicismo (Tailleferre); um trio transformado em orquestra e apresentando os ritmos suaves das danças bascas (Ravel): esses três trios, tão próximos no tempo, transmitem de maneiras muito diferentes a expressão do período que encarnam.                     Página da PrestoMusic

O Trio de Germaine Tailleferre, uma composição de quatro movimentos iniciada em 1917 e não concluída até … 1978! O resultado é animado, saboroso e profundamente envolvente, oscilando entre o terno e o variado, e merece ser descoberto, ainda mais porque os instrumentistas que trabalham aqui fazem justiça com frescor e franqueza.                                       ”Alain Cochard, concertclassic.com, junho de 2018

Aproveite!

René Denon

Mozart (1756 – 1791): Sonatas para piano e outras peças solo – Richard Goode ֍

Mozart (1756 – 1791): Sonatas para piano e outras peças solo – Richard Goode ֍

MOZART

Música para Piano

Richard Goode

A música para piano solo de Mozart tem um traço galante, clássico, que pode soar superficial. Muitas peças foram escritas na sua juventude e em vários casos eram dedicadas a seus alunos. Mas, este disco tem um programa bem peculiar, que mostra uma outra dimensão nesse tipo de repertório.

A Sonata em lá menor K. 310 foi escrita sob o impacto da morte de sua mãe, que o acompanhava em uma viagem à Paris. O seu enorme movimento lento, andante cantabile, transcende todos os outros escritos até então. Mas, não espere lacrimosas notas, pois que mesmo na maior das tristezas, o compositor é Wolfgang e sua genialidade e elegância transparecem.

A brilhante marcha que segue após a sonata é uma transcrição feita por Mozart de uma peça orquestral, uma abertura para uma serenata.

A courante e a giga que seguem a marcha refletem o profundo interesse que Mozart teve pela música de Bach e de Handel, com as quais teve contato através do entusiasta por esses mestres, o Barão Gottfried van Swieten.

A próxima peça descrita assim pelo escritor do libreto, Michael Steinberg: O que ouvimos no Rondó em lá menor é tristeza, tristeza que vai além de um possível consolo, vai mesmo além das lágrimas. É a música mais triste que eu conheço que não é de Schubert. Escrito em 1787, reflete o estado de espírito de Wolfgang naqueles dias. Nas cartas escritas nessa época para o amigo Michael Puchberg, colega maçom a quem Mozart recorria em busca de ajuda financeira, e para Constanze, aparecem frases como: ‘uma tristeza constante’ e ‘um vazio que está sempre lá e cresce dia após dia’. O Rondó tem o tipo de tristeza que também está no Quinteto para Cordas K. 516 e na ária de Pamina, ‘Ach, ich fuhl’s’, de A Flauta Mágica. Hã… han, fica a dica, pode ser que você ache essas peças procurando bem, aqui nas páginas do PQP Bach.

Para terminar o disco, outra Sonata para piano K. 533/494, escrita em duas etapas. O último movimento foi escrito em 1786, ano de composição do Fígaro, e que foi posteriormente adaptado para seguir os dois primeiros movimentos da sonata, escritos em 1788.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Sonata in A Minor, K. 310
  1. Allegro maestoso
  2. Andante cantabile
  3. Presto
March in C Major, K. 408
  1. Marcha
Courante, K. 399
  1. Courante
Gigue, K. 574
  1. Giga
Rondo in A Minor, K. 511
  1. Rondó
Sonata in F Major, K. 533
  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegretto

Richard Goode, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 136 MB

Richard visitando a sede do PQP Bach do Panamá…

A Mozart programme such as this, which includes two of the greatest sonatas and the A minor Rondo, leaves absolutely no margin for error or insufficiency, nor indeed for anything at all approximate or generalised. It’s given to very few to play Mozart as well as Richard Goode[…]

It’s quite big playing, and the range of sonority is appropriate to the A minor Sonata, K310, in particular; […] Goode has a characteristic touch of urgency that has nothing to do with impetuosity or agitation of the surface, but rather with carrying the discourse forward and making us curious about what will happen next. In the presto finale, […] Goode is exciting and articulate, wonderfully adept at getting from one thing to another. […] The shorter pieces, enterprisingly chosen, set off the great works admirably. Exceptional sound throughout – like the playing, quite out of the ordinary run. [Gramophone]

Aproveite!

René Denon

Leclair (1697 – 1764) & Locatelli (1695 – 1764): The Angel and the Devil – Sonatas – The Rare Fruits Council & Manfredo Kraemer ֍

Leclair (1697 – 1764) & Locatelli (1695 – 1764): The Angel and the Devil – Sonatas – The Rare Fruits Council & Manfredo Kraemer ֍

Leclair & Locatelli

O Anjo e o Demônio

Caros seguidores do PQP Bach, o título da postagem remete à literatura de cordel, mas faz referência a um possível único encontro entre estes dois compositores violinistas que foram virtualmente exatos contemporâneos. O encontro ter-se-ia dado em Kassel, em 1728, quando ambos estavam no auge de suas técnicas virtuosísticas. O relato foi feito muitos anos depois pelo bobo da corte, o que dá um toque rocambolesco ao caso, e ficou famoso pela forma expressiva como ele descreveu a atuação de ambos: Este um [Leclair] toca como um anjo e aquele outro [Locatelli] como um demônio.

Estas sonatas são barrocas, mas têm um caráter virtuosístico que as difere da imagem que comumente se têm de peças barrocas – melódicas e belas – como o Adagio de Albinoni ou o Canon de Pachelbel. Aqui a música tem um brilho e faz-se encantar pelas habilidades dos intérpretes, que têm oportunidades inúmeras de mostrar sua técnica. Talvez por isso sejam menos divulgadas e conhecidas, mas o disco é excelente e deve render uma boa hora de ótimo entretenimento. Eu gostei em especial da última sonata, em cinco movimentos.

Jean-Marie Leclair (1697-1764)

Ouvertures and Trio Sonatas, Op. 13, No. 5 in A major
  1. Grave
  2. Allegro
  3. Largo
  4. Allegro assai

Pietro Antonio Locatelli (1695-1764)

10 Sonatas, Op. 8, No. 4 in C Major
  1. Cantabile
  2. Allegro – Adagio
  3. Vivace
  4. Allegro molto

Jean-Marie Leclair (1697-1764)

6 Duos for 2 Violins, Op. 12, No. 6 in B-Flat Major
  1. Allegro
  2. Allegro moderato
  3. Andante
  4. Allegro non presto

Pietro Antonio Locatelli (1695-1764)

10 Sonatas, Op. 8, No. 7 in A Major
  1. Andante
  2. Adagio
  3. Cantabile
  4. Allegro

Jean-Marie Leclair (1697-1764)

12 Sonatas for Violin or Flute and Continuo, Op. 2, No. 1 in E minor
  1. Adagio
  2. Allegro ma poco
  3. Sarabanda. Largo
  4. Allegro
  5. Altro

Manfredo Kraemer & Pablo Valetti (violin)

The Rare Fruits Council

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 105 MB

This is music-making of the highest order, from the ideally balanced ensemble interplay to the refined, at times “unearthly” (the central section of Locatelli’s C major sonata) solo performances. Although these pieces demand virtuoso skills equal to any other of the more highly respected works of Bach or Paganini, they have not obtained the favor that they deserve from today’s more accomplished violinists. […] The sound, from Belgium’s Church of Jauchelette, is exemplary.

E aí, anjo ou demônio?

Aproveite!

René Denon

 

Se você gostou desta postagem, pode se interessar também por essa:

Pietro Locatelli (1695-1764) – 4 Sonatas para Flauta – Wilbert Hazelzet & Ton Koopman

Handel (1685 – 1759): Concerti grossi & Overtures – B’Rock Orchestra ֎

Handel (1685 – 1759): Concerti grossi & Overtures – B’Rock Orchestra ֎

HANDEL

Concertos e Aberturas

Handel era grande – grandioso! – e opulência uma de suas marcar registradas. Lembremos que escreveu música real. Nascido no mesmo ano que Johann Sebastian Bach e Domenico Scarlatti era também imensamente talentoso, tanto compositor quanto instrumentista. Foi um cidadão do mundo europeu e dominou com maestria os estilos e gêneros então praticados.

Neste interessante disco temos uma mostra de sua produção orquestral. A orquestra ‘from Ghent to the world’ com o provocador nome B’Rock Orchestra usa instrumentos de época e, apesar de não ser muito grande, produz um som à altura do George. A escolha de repertório é para fisgar os que (ainda) não conhecem a música de Handel e para lembrar aos que a conhecem de quanto é boa.

Dois concertos grossi, um de cada coleção, opus 3 e opus 6. Eu simplesmente adoro o Primeiro Concerto do opus 6. Aberturas de algumas óperas completam este delicioso programa que deve render uma boa hora de barroco prazer.

Concerto Grosso No. 4 in F Major, Opus 3, HWV 315
  1. Andante
  2. Allegro
  3. Allegro
  4. Minuetto Alternativo
Flavio, HWV 16 – Ouverture
  1. (Grave)
  2. Allegro
Lotario, HWV 26 – Ouverture
  1. Ouverture
  2. Gavotta
Concerto Grosso No. 1 in G Major, Opus 6, HWV 319
  1. A Tempo Giusto
  2. Allegro
  3. Adagio
  4. Allegro
  5. Allegro
II Pastor Fido, HWV 8 – Ouverture
  1. Ouverture
  2. Largo
  3. Allegro
  4. Allegro
  5. Largo
  6. Allegro

B’Rock Orchestra

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 177 MB

B’Rock Orchestra has the Baroque era at heart. Our intuitive, ambitious and connective approach has made us one of today’s most successful and forward-thinking period orchestras.

Aproveite!

René Denon

O pessoal do B’Rock em frente ao quartinho de ‘guardar tudo’ do PQP Bach…

Se você gostou desse post, pode querer visitar este aqui…

Handel (1685 – 1759): Concerti grossi Op. 6 – Combattimento Consort Amsterdam & Jan Willem de Vriend ֎

Vários Compositores – FORGOTTEN DANCES – Alessio Bax (piano) ֎

Vários Compositores – FORGOTTEN DANCES – Alessio Bax (piano) ֎

DANÇAS

Bach • Bartók • de Falla 

Albeniz • Liszt • Ravel

Brahms

O que você faz naquele momento de grande atribulação? Como lidar com os dias nos quais seu coração se enche de dúvidas e angústias? Como beber daquele amargo copo? Hoje, eu danço…

Esse disco do pianista italiano Alessio Bax, radicado em Nova Iorque, oferece música que foi inspirada em danças. Dançar é uma das manifestações artísticas mais primitivas e definitivamente afeta a todos, mesmo aos mais desajeitados. Eu parafraseio o adágio antigo dizendo: quem dança, seus males espantam!

O disco começa com Suíte Inglesa No. 2 de Bach, que é uma sequência de danças: allemanda, courante, sarabanda, bourrées e gigue, precedidas por um dançante prelúdio. Um salto no tempo e no estilo nos leva à outra suíte de danças, agora composta por Bartók. O contraste não poderia ser mais forte. A modernidade da suíte de Bartók se deve muito à inspiração folclórica, de natureza mais primitiva do que as danças cortesãs de Bach.

Em seguida o mistério e a sensualidade das danças espanholas estão presentes em peças mais curtas, mas absolutamente características. Manuel de Falla e Isaac Albeniz são os culpados desses pequenos pecados em forma de música para dançar.

Valsas não poderiam faltar e Liszt, assim como o elegantíssimo Ravel proveem essa demanda. E para fechar o recital, duas pequenas e virtuosísticas peças: uma transcrição para piano de uma gavota de Bach, feita por Rachmaninov, e uma dança húngara, de Brahms, num arranjo de outro grande virtuose do piano, György Cziffra.

Você não precisa sair rodopiando ao ouvir o disco, mas se você nem batucar os dedos ou mexer com os pés, precisa rápida terapia de dança…

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

English Suite No. 2 in A minor, BWV807
  1. Prélude
  2. Allemande
  3. Courante
  4. Sarabande
  5. Bourrée I – VI. Bourrée II
  6. Gigue

Belá Bartók (1881-1945)

Tanz-Suite, Sz. 77, BB 86b (Version for Piano)
  1. Moderato
  2. Allegro molto
  3. Allegro vivace
  4. Molto tranquillo
  5. Comodo
  6. Finale. Allegro

Manuel de Falla (1876-1946)

El sombrero de tres picos: Danza del molinero (Farruca)
[Version for Piano, with introduction transcribed by Alessio Bax]
  1. Danza

Isaac Albéniz (1860–1909)

Tango (No. 2 from Espana, Op. 165)
  1. Danza

Manuel de Falla

El amor brujo: Danza ritual del fuego, para ahuyentar los malos espíritus
  1. Danza

Franz Liszt (1811-1886)

Valses oubliées, S. 215: No. 1
  1. Valse

Maurice Ravel (1875–1937)

La Valse
  1. Valse

Johann Sebastian Bach

Violin Partita No. 3 in E Major, BWV 1006 [Arr. Rachmaninov]
  1. Gavotte en rondeau

Johannes Brahms (1833–1897)

Hungarian Dance No. 6 in D flat major [Arr. György Cziffra]
  1. Tanz

Alessio Bax, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 150 MB

His ninth solo album on Signum Records, Alessio Bax combines exceptional lyricism and insight with consummate technique and is without a doubt “among the most remarkable young pianists now before the public” (Gramophone). Here he presents an album of works for dancing, including tangos and waltzes spanning three centuries. — [Página da gravadora]

How does Bax achieve such a powerful crescendo at the Bartók Dance Suite’s outset without the least banging …As for Falla’s Ritual Fire Dance, you rarely hear the music soar from the ground up, where booming bass lines ignite genuine right-hand fireworks: a wonderful performance. — [Gramophone Magazine, October 2024]

Aproveite!

René Denon

Outro álbum de danças bom demais…

Vários: Dances – Peças para Piano – Benjamin Grosvenor

Chopin (1810 – 1849) • Field (1770 – 1827) • Debussy (1862 – 1918): Noturnos (e Prelúdios) • Melvyn Tan (piano) ֍

Chopin (1810 – 1849) • Field (1770 – 1827) • Debussy (1862 – 1918): Noturnos (e Prelúdios) • Melvyn Tan (piano) ֍

Noturnos

Melvyn Tan – 标记为

Arrumação dos CDs nas prateleiras faz parte do rol das inúteis coisas que fazemos para nosso próprio prazer. Organizar por ordem alfabética de nomes de compositores pode fazer Alkan morar próximo de Albinoni, o que me parece um disparate. Ordem cronológica dos compositores coloca ombro a ombro gentes como Bach, Handel e Scarlatti – para saber a sequência correta é preciso descobrir os horóscopos de cada um deles. Mas, onde colocar os discos com músicas de dois ou mais compositores? Bem, digam-me lá como fazem vocês… organizar pela cor das lombadas?

A alegria do Melvyn quando soube que o disco seria postado…

Estava eu em mais uma dessas arrumações quando dei com este despretensioso disco, alocado com os discos-encartes de banca. Quem é visto, é lembrado… e lá foi ele para o DVD player que por ora uso nessas situações. A proposta do disco é explorar o gênero musical noturno, no qual o maioral é Chopin, é claro, mas nem só de peças de Chopin ele é composto. Temos três peças do compositor irlandês John Field, intercaladas nas seis primeiras faixas, com três de Chopin. Quão interessante é essa parte do disco. Por mais charmosas e brilhantes que sejam as peças de Field, as obras de Chopin se sobressaem. O mais charmoso dos noturnos de Field, para mim, é o de número 6. Depois temos mais alguns noturnos de Chopin. E como é lindo Noturno em sol maior op. 37/ 2! (Quizz PQP Bach – em qual propaganda esse noturno foi usado?)

Não sei como a produção do disco não escolheu algumas peças de Fauré, outro compositor de noturnos, mas acho que aí entrou o dedo (seria melhor dizer ‘os dedos’?) do intérprete Melvyn Tan. Debussy tem uma conexão bem forte com a Chopin, apesar das imensas diferenças. De qualquer forma, fiquei assim conhecendo o Noturno para piano de Debussy, que compôs também noturnos para orquestra, e me deliciei com a sequência de Prelúdios escolhida para completar o disco.

Devo dizer que esse disco foi gravado no apagar das luzes do século passado e naqueles dias Melvyn era mais conhecido como intérprete de pianoforte, membro ativo do uso de instrumentos de época. Tenho escutado o disco agora várias vezes, sempre com bastante gosto, especialmente a parte inicial. Tanto que vou dar uma busca nas gravações dos intérpretes de John Field, tais como o também irlandês John O’Conor ou Benjamin Frith…

JOHN FIELD (1782 – 1837)

  1. Noturno No.4 em lá maior

FRÉDÉRIC CHOPIN (1810–1849)

  1. Noturno em fá maior, Op. 15/1

JOHN FIELD

  1. Noturno No. 5 em si bemol maior

FRÉDÉRIC CHOPIN

  1. Noturno em sol menor, Op. 15/3

JOHN FIELD

  1. Noturno No. 6 em fá maior

FRÉDÉRIC CHOPIN

  1. Noturno em sol menor, Op. 37/1
  2. Noturno em sol maior, Op.37/2
  3. Noturno em mi menor, Op. 72/1
  4. Noturno em mi maior, Op. 62/2
  5. Noturno em si maior, Op. 9/3

CLAUDE DEBUSSY (1862 – 1918)

  1. Noturno
  2. Prelúdio: La Fille Au Cheveux De Lin
  3. Prelúdio: Brouillards
  4. Prelúdio: Feuilles Mortes
  5. Prelúdio: Les Sons Et Les Parfums Tournent Dans L’air Du Soir
  6. Prelúdio: La Terrasse Des Audiences Du Clair De Lune
  7. Prelúdio: Ondine

Melvyn Tan (Piano)

Gravado em outubro de 1998

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 108 MB

Melvyn Tan é um pianista clássico britânico, nascido em Singapura em 13 de outubro de 1956.

Aproveite!

René Denon

Veja na postagem a seguir uma gravação (posterior) de Melvyn Tan interpretando os Prelúdios de Debussy.

Debussy (1862 – 1918): Préludes – Steven Osborne – Michel Beroff – Ivan Ilic – Pierre-Laurent Aimard – Melvyn Tan – Yukio Yokoyama ֍ #DEBUSSY160

Chopin (1810 – 1849): Sonata para Piano No. 2 • Beethoven (1770 – 1827): Sonata para Piano No. 29 ‘Hammerklavier’ • Beatrice Rana (piano) ֍

Chopin (1810 – 1849): Sonata para Piano No. 2 • Beethoven (1770 – 1827): Sonata para Piano No. 29 ‘Hammerklavier’ • Beatrice Rana (piano) ֍

CHPN & BTHVN

Sonatas para Piano

Beatrice Rana

Beatrice Rana brilhou para o mundo da música ao ganhar o Concurso Musical Internacional de Montreal, em 2011, e novamente, ao ganhar a Medalha de Prata no 14º. Van Cliburn International Piano Competition, dois anos depois. O disco do Concurso de Montreal tem os Prelúdios de Chopin e uma sonata para piano de Scriabin. O disco do Concurso Van Cliburn tem os Estudos Sinfônicos de Schumann, Gaspard de la nuit, de Ravel e Out of Doors, de Bartók, apenas…

A jovem pianista já se apresentou aqui nos palcos do PQP Bach interpretando Bach, Chopin e Ravel, sempre com sucesso de crítica e público. Encorajado por esse retrospecto e verdadeiramente mesmerizado por esse novo disco, nada mais certo do que a trazer novamente para essas páginas.

Esse disco reúne pela primeira vez (talvez) duas sonatas para piano que são emblemáticas da obra de cada um dos compositores. Ela mesma explicou as razões dessas escolhas em uma entrevista para Jeremy Nicholas, que poderá ser lida na íntegra no livreto que acompanha os arquivos musicais da postagem. Aqui está um resumo.

Sobre a Hammerklavier, ela disse que teve tempo de estuda-la bastante durante a pandemia: Eu realmente encontrei uma conexão profunda com essa música, especialmente por causa da época em que aprendi a Sonata: o isolamento, estar trancada longe do resto do mundo. O terceiro movimento fala muito sobre solidão, sobre ir fundo em si mesmo, um espelho completo do que eu estava vivenciando. Ao mesmo tempo, o quarto movimento, com sua grande fuga, me mostrou que também havia uma chance de escapar dessa condição. É uma peça que afirma muito a vida, apesar do fato de que também refletia muito do que estava acontecendo em nosso mundo naquela época.

Sobre a Sonata de Chopin: Eu absolutamente adoro esse período intermediário de Chopin em particular, quando a Sonata foi escrita: uma época em que ele estava experimentando com som, harmonias e estrutura. Eu acho isso tão visionário. […] É muito mais aventureiro do que em suas composições finais, que são muito clássicas de certa forma. Então a Segunda Sonata, mesmo agora, é incrível. Quando você pensa no quarto movimento, é tão moderno, tão experimental. Sim, a Sonata de Beethoven é uma sonata muito humana, mas a Sonata de Chopin é humana de uma forma muito diferente. O trio no meio da marcha fúnebre [terceiro movimento] é meio que übermenschlich – como um filósofo pode descrever a superação de si mesmo de uma forma transcendental.

Sobre a reunião das duas peças em um só disco: Essas duas sonatas em si bemol transcendem a condição humana de maneiras muito diferentes — mas não totalmente diferentes, porque ambas têm muito a ver com o medo da morte, com o medo da solidão. Cada uma encontra uma solução de maneira diferente. Acho que isso tornou a junção dessas duas peças muito interessante. Mas também, embora esses compositores fossem próximos cronologicamente, eles parecem totalmente separados. E de certa forma, a Sonata de Chopin é muito Beethoveniana porque sua estrutura — a do primeiro movimento especialmente — é muito compacta. Há tanta linearidade na arquitetura. Ela está sempre avançando — não é um ciclo, é uma única história que se está contando. Tecnicamente, os dois compositores não têm muito em comum, mas ambos estão experimentando. Acho que quando você olha para os últimos movimentos das duas sonatas, ambos são experimentos — experimentos no mais alto nível e de maneiras completamente diferentes.

FRÉDÉRIC CHOPIN (1810–1849)

Piano Sonata No.2 in B flat minor Op.35 “Funeral March”
  1. Grave – Doppio movimento
  2. Scherzo
  3. Marche funèbre: Lento
  4. Finale: Presto

LUDWIG VAN BEETHOVEN 1770–1827

Piano Sonata No.29 in B flat Op.106 “Hammerklavier”
  1. Allegro
  2. Scherzo: Assai vivace
  3. Adagio sostenuto
  4. Introduzione: Largo – Allegro
  5. Fuga: Allegro risoluto

BEATRICE RANA piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 173 MB

“Beatrice Rana possesses a old soul that belies under her twenty years, and more than a touch of genius.”    Gramophone

Aproveite!

René Denon

Bach (1685 – 1750): “Schübler Chorales” BWV 645-650, Passacaglia BWV 582 e outras peças – Simon Preston (órgão) ֍

Bach (1685 – 1750): “Schübler Chorales” BWV 645-650, Passacaglia BWV 582 e outras peças – Simon Preston (órgão) ֍

BACH

Simon Preston, órgão

O dia foi alucinante, hético! Logo pela manhã recebemos a notícia que três CDs da coleção do Sumo Sacerdote estavam corrompidos, pálidos, translúcidos, desprovidos de suas seivas musicais, inaudíveis! Toda a equipe da casa colocou-se prontamente em alerta, havíamos de reconstruir, mesmo que virtualmente, digitalmente, os tais desmemorizados CDs. Parecia que eles haviam sido abatidos por um dementador que lhes havia sugado todo o teor musical, para sempre…

Pois a equipe passou o dia dando buscas em arquivos, até mesmos arcaicos HDs foram vasculhados em busca das faixas perdidas. Pelo fim da tarde virtualmente todas haviam sido resgatadas, com exceção de duas delas: BWV 582 e BWV 590.

É claro que nossos bem informados leitores devem ter percebido de cara, os discos eram da coleção de obras de Bach, naquelas caixotas prateadas da Archiv Produktion, com a foto quadradinha do santo padroeiro do blog na frente. Isso é o que tornava nossa urgência, urgentíssima!

Mas, uma miríade de outras coisinhas miúdas, tarefas nossas outras, bem mais mundanas, nos pegaram, pois que a equipe do PQP Bach além de seus momentos de heróis, tem muitas horas para serem apenas Clark Kents e Bruce Waynes. No cair da noite, quando começou a resenha do dia com os colegas foi que me dei conta – BWV 590 é uma Pastorale e havia uma gravação da danadinha em uma de minhas postagens, porém com outro competente organista – Simon Preston! E não é que a BWV 582 é a poderosa Passacaglia! Essa peça também está em um dos discos do Simon Preston, mas esse eu ainda não havia postado. Daí, lembrei-me que iniciei o projeto de postar toda a sua série, mas interrompi o processo na postagem que fiz na época em que ele, Simon Preston, foi tocar instrumentos mais celestiais…

Sir Simon Preston (O órgão lhe deu ‘asas’)

Pois quem está atento aos sinais que o destino nos aponta, deve escutá-los e agir. Assim, aqui está, mais um disco do Simon Preston, este com os maravilhosos ”Schübler Chorales” e encerrando com a Passacaglia e tem outras coisas mais, que deixo para você mesmo descobrir…

Ah, essas duas peças foram também localizadas e em breve seguirão para os HDs do Sumo Sacerdote, ufa, que dia…

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Toccata, Adagio And Fugue in C Major, BWV 564
  1. Toccata
  2. Adagio
  3. Fugue
Fantasia And Fugue In G Minor, BWV 542
  1. Fantasia
  2. Fugue
6 Chorales Of Diverse Kinds (Schübler Chorales)
  1. Wachet Auf, Ruft Uns Die Stimme BWV 645
  2. Wo Soll Ich Fliehen Hin BWV 646
  3. Wer Nur Den Lieben Gott Läßt Walten BWV 647
  4. Meine Seele Erhebet Den Herrn BWV 648
  5. Ach Bleib’ Bei Uns, Herr Jesu Christ BWV 649
  6. Kommst Du Nun, Jesu, Vom Himmel Herunter BWV 650
Tocata And Fugue In F Major, BWV 540
  1. Toccata
  2. Fugue
Passacaglia And Fugue In C Minor, BWV 582
  1. Passacaglia
  2. Fugue

Simon Preston, órgão

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 163 MB

Espero que você passe bons momentos desfrutando esse disco e que seu interesse pela obra de Bach para órgão aumente… pois há mais ainda por vir! Agora, me desculpem, mas ainda há um peça interpretada por Trevor Pinnock ao cravo que queremos localizar e ninguém quer deixar o boss desapontado, não é?

Aproveite!

René Denon

Mozart (1756 – 1791): Sinfonias Nos. 35 ‘Haffner’, 40 e 36 ‘Linz’ – Deutsche Kammerphilharmonie Bremen & Tarmo Peltokoski ֎

Mozart (1756 – 1791): Sinfonias Nos. 35 ‘Haffner’, 40 e 36 ‘Linz’ – Deutsche Kammerphilharmonie Bremen & Tarmo Peltokoski ֎

MOZART

Sinfonias

Deutsche Kammerphilharmonie Bremen

Tarmo Peltokoski

O que primeiro chama a atenção nesse lançamento é como parece jovem esse regente! Tarmo Peltokoski é finlandês e desde muito jovem decidiu por se tornar regente. Nascido em 2000, já é reconhecido como um “um talento de um século” (Tagesspiegel). Seu conhecimento e versatilidade permitem que ele se apresente em concertos e em óperas – ele conduziu seu primeiro ciclo completo do Anel aos 22 anos – em um repertório que varia do clássico ao contemporâneo. No espaço de apenas dois anos, ele foi nomeado Diretor Musical Designado da Orchestre National du Capitole de Toulouse, Diretor Musical e Artístico da Orquestra Sinfônica Nacional da Letônia e Maestro Convidado Principal da Orquestra Filarmônica de Roterdã, bem como da Deutsche Kammerphilharmonie Bremen. Tarmo sentiu-se atraído para a regência muito cedo, ao assistir no YouTube um trecho da obra de Wagner.

No entanto, em seu primeiro disco, três sinfonias (maravilhosas) de Mozart! O que dizer? Eu digo: gostei do disco! Esse é sempre o critério para que eu escolha um disco para postar. A interpretação é bastante contemporânea, digamos assim. A orquestra usa instrumentos modernos, mas adota uma postura atenta às práticas de instrumentos de época, com pouco vibrato e com tímpanos bem presentes (até demais, poderiam dizer alguns).

Como se fosse um bônus, entre as sinfonias você poderá ouvir o jovem maestro Tarmo exibir seus talentos como pianista, improvisando sobre temas das sinfonias. Eu não sei se ouviria essas improvisações todas as vezes que ouvisse o disco, mas certamente ouvirei as sinfonias mais vezes.

Sobre as obras, eu diria que as sinfonias de Mozart não ocupam em sua obra o mesmo espaço que as óperas e os concertos para piano, mas as seis últimas são obras primas. As primeiras, compostas na infância e juventude são brilhantes e bem-acabadas, mas superficiais. Entre as que foram compostas no período mediano destacam-se as Sinfonias No. 25 em sol menor e No. 29 em lá maior, na minha opinião. Todas essas obras foram compostas no período em que Mozart vivia em Salzburgo, apesar de suas muitas viagens.

A Sinfonia No. 35 é a primeira da série de seis últimas e foi composta em 1782 quando Wolfgang já morava em Viena, mas foi resultado de uma encomenda que viera de Salzburgo, da família Haffner, enviado pelo papá Leopold. O pedido veio na forma de uma serenata, como uma que já havia sido composta quando Wolfie ainda morava lá. Mozart estava atolado de trabalho, aulas, cuidando de terminar o Rapto do Serralho, sem contar as coisas mundanas como casamento, mudanças, essas coisas. Mesmo assim, um a um os movimentos da nova serenata seguiam para Salzburgo, apesar de provavelmente não ter cumprido o prazo. Pois ao fim de tudo, não é que a música ficou supimpa… tanto que ele resolveu adaptá-la na forma de uma sinfonia, que assim tornou-se a Sinfonia No. 35 – ‘Haffner’.

Algum tempo depois, em 1783, Mozart estava de volta de uma visita a Salzburgo, acompanhado da patroa, Sra. Constanze, e decidiu fazer uma parada em Linz, para visitar um velho amigo da família, o Conde de Thun. O conde queria uma apresentação de Mozart com a orquestra local, mas nenhuma partitura de sinfonia estava à mão. Isso não era um problema para o gênio criativo que em apenas três dias compôs um primor de sinfonia, esta belezura que conhecemos como Sinfonia No. 36, propriamente apelidada ‘Linz’.

Mozart ainda comporia quatro mais sinfonias, uma em Praga, em 1786, e as três últimas no verão de 1788. Apenas a Sinfonia No. 40 é em tom menor e é justamente famosa por sua profundidade e intensidade emocional, refletindo um lado mais sombrio e turbulento da personalidade musical de Mozart. Este período foi marcado por dificuldades pessoais e financeiras, o que pode ter influenciado o tom sombrio da peça.

WOLFGANG AMADEUS MOZART (1756 – 1791)

Symphony No. 35 in D major, K385 ‘Haffner’
  1. Allegro con spirito
  2. Andante
  3. Menuetto
  4. Finale. Presto
Improvisation on Mozart’s ‘Haffner’ Symphony
  1. Improvisation
Symphony No. 40 in G minor, K550
  1. Molto alegro
  2. Andante
  3. Menuetto. Allegretto
  4. Finale. Allegro assai
Improvisation on Mozart’s Symphony No. 40
  1. Improvisation
Improvisation on Mozart’s ‘Linz’ Symphony
  1. Improvisation
Symphony No. 36 in C major, K425 ‘Linz’
  1. Adagio – Allegro spiritoso
  2. Andante
  3. Menuetto
  4. Finale. Presto

Deutsche Kammerphilharmonie Bremen

Tarmo Peltokoski

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 207 MB

Deutsche Kammerphilharmonie Bremen na entrada do PQP Bach Großer Saal de Blumenau

Summing up his relationship with his players and the works on this album, Peltokoski says, “It’s a luxury to perform Mozart with The Deutsche Kammerphilharmonie Bremen, and to put these three symphonies on record is a dream come true.”

Aproveite!

René Denon

Solícitos como nunca, incompetentes como sempre, os membros do departamento de artes do PQP Bach Publishing House forneceram essa foto do jovem maestro Tarmo Peltokoski

Robert Schumann (1810 – 1856): Sinfonias – Stavanger Symphony Orchestra & Jan Willem de Vriend ֍

Robert Schumann (1810 – 1856): Sinfonias – Stavanger Symphony Orchestra & Jan Willem de Vriend ֍

SCHUMANN

Sinfonias

Stavanger Symphony Orhestra

Jan Willem de Vriend 

Há várias ótimas gravações das sinfonias de Schumann, tais como Sawallisch regendo a orquestra Staatskapelle Dresden ou Leonard Bernstein, regendo a Wiener Philharmoniker, ambas bigbands… Seria injusto não notar a gravação do então comportado John Eliot Gardiner regendo a Orchestre Révolutionnaire et Romantique, uma orquestra com instrumentos e práticas de época, nos idos 1998. O chamuscado e temperamental Gardiner gravou essas sinfonias mais recentemente regendo uma orquestra moderna, a London Symphony Orchestra. Parece que o segredo de uma boa interpretação dessas obras tão lindas consiste em permitir que a orquestração (criticada e incompreendida) de Schumann se apresente de maneira translúcida, leve, mas ainda assim, forte e a tempo.

Foi isso que eu ouvi nesses dois discos lançados recentemente – uma ótima orquestra com tradição e ao mesmo tempo um ouvido para as práticas de época e um regente que tem uma combinação de precisão, ótima dinâmica, mas sem se tornar distante e frio.

 A Stavanger Symphony Orchestra tem sede em Stavanger (!), na Noruega, e além de ter ótimas instalações, tem um programa de Música Antiga, que teve entre seus diretores nomes como Frans Bruggen, Philippe Herreweghe e Fabio Biondi. Como nosso informado leitor sabe, esses nomes são ligados ao movimento de música antiga.

O regente Jan Willem de Vriend tem uma enorme discografia que inclui um ótimo ciclo de sinfonias de Beethoven e assim como um ciclo das sinfonias de Schubert. Você poderá ouvi-lo regendo os Concerti Grossi de Handel, se acessar essa postagem aqui.

A primeira das sinfonias de Schumann que eu conheci foi a Terceira, que tem apelido “Renana”, certamente uma das mais bonitas. A Primeira também tem apelido, “Primavera”, e faz jus a ele. A Segunda ocupa um ótimo lugar no ranking das sinfonias e foi composta durante um período difícil da vida de Robert. Veja a tradução de um trecho do comentário de Kenneth Woods que pode ser lido na íntegra aqui.

Não se engane: em 1844, Robert Schumann adoeceu, quase mortalmente doente, tanto quanto se tivesse desenvolvido câncer. O fato de ele ter se recuperado dessa doença para escrever sua maior obra-prima mostra uma força de vontade quase sobre-humana e grande coragem pessoal, não fraqueza. No auge de sua doença, Schumann não conseguia ouvir ou trabalhar com música, torturado como estava por alucinações auditivas. Ao começar sua recuperação, ele se voltou para um intenso estudo pessoal da música de JS Bach. Inspirado por Bach, Schumann começou a trabalhar em sua obra-prima enquanto ainda estava doente e compôs seu caminho de volta à saúde. Ao longo da obra, Bach parece ficar em segundo plano, ao lado de Haydn e Beethoven como um trio de anjos da guarda, guiando Schumann de volta à sua musa.

É claro que a Quarta é o patinho feio das sinfonias, mas eu gosto muito dela também. Ouça essa gravação estalando de nova e descubra se é mesmo assim como eu disse… e depois me conte.

Robert Schumann (1810 – 1856)

CD1

Symphony No. 1 in B-Flat Major, Op. 38
  1. Andante poco maestoso – Allegro molto vivace
  2. Larghetto
  3. Scherzo – Molto vivace
  4. Allegro animato e grazioso
Symphony No. 2 in C Major, Op. 61
  1. Sostenuto assai – Allegro ma non troppo
  2. Scherzo – Allegro vivace
  3. Adagio espressivo
  4. Allegro molto vivace

CD2

Symphony No. 3 in E-Flat Major, Op. 97
  1. Lebhaft
  2. Scherzo: Sehr mäßig
  3. Nicht schnell
  4. Feierlich
  5. Lebhaft
Symphony No. 4 in D Minor, Op. 120
  1. Ziemlich langsam – Lebhaft
  2. Romanze: Ziemlich langsam
  3. Scherzo: Lebhaft
  4. Langsam – Lebhaft

Stavanger Symphony Orchestra

Jan Willem de Vriend

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 288 MB

Jan deu uma entrevista ao pessoal do PQP Bach na Praia de Camboinhas e adorou o inverno carioca…

The second and final instalment in Jan de Vriend’s survey of Robert Schumann’s symphonies. De Vriend conducts the wonderful Stavanger Symphony Orchestra and they both enjoy the fantastic acoustic of the Fartein Valen hall, considered one of the best in the world.  [Do site da gravadora]

“Such accomplished, high-class music-making makes the imminent follow-up with the Rhenish and Fourth Symphony en enticing prospect.” – Gramophone – UK (on CC 72958 – Symphonies nos. 1 & 2).

“de Vriend strives for a balance between a magnificent orchestral sound and a transparent polyphony that also seeks to illuminate the complex inner life of Schumann’s orchestral sound with brisk tempi.” – Rondo – DE (on CC 72958 – Symphonies nos. 1 & 2)

“Swagger and elegance.” – BBC Record Review (on CC 72958 – Symphonies nos. 1 & 2)

“…the sound of this new release is excellent: Every section of the orchestra is placed nicely in the soundstage, and it puts the listener in an ideal position to revel in the clarity and power of the orchestra. “ [Fanfare Magazine, 01-7-2024]

I certainly agree!

René Denon

SSO

Antonio Vivaldi (1678 – 1741): Vivaldi x 2² (Concertos Duplos) – La Serenissima & Adrian Chandler ֍

Antonio Vivaldi (1678 – 1741): Vivaldi x 2² (Concertos Duplos) – La Serenissima & Adrian Chandler ֍

Vivaldi x 2²

Este disco é recente, foi produzido o ano passado, e é repleto de concertos duplos compostos pelo Padre Vermelho.

Chandler reclamando do fotógrafo do blog que só levou filmes em pb para a Rolleiflex…

Esses concertos eram compostos para ocasiões especiais – festas religiosas – e são cheios de grandeur, esperavam impressionar suas audiências mais do que os concertos para um instrumento solista. E certamente o faziam, caso fossem interpretados assim como o são aqui, com flair e maestria, pela excelente La Serenissima e seu fundador, Adrian Chandler.

A maioria dos concertos são para pares de instrumentos solistas: dois violoncelos, duas flautas, dois violinos ou dois oboés. No entanto, o primeiro concerto do disco é ainda mais suntuoso, empregando seis solistas: dois violinos, dois oboés e duas flautas doce. Fechando o cortejo com chave de ouro temos o famoso Concerto Il Proteo ò il Mondo al Roverscio para violino, violoncelo, duas flautas, dois oboés e cravo, além das cordas e contínuo.

Antonio Vivaldi (1678 – 1741)

Concerto for 2 violins, 2 oboes, 2 recorders, strings & continuo in C Major, RV 557
  1. Allegro non molto
  2. Largo
  3. Allegro non molto
Concerto for 2 cellos, strings & continuo in G Minor, RV 531
  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro
Concerto for 2 flutes, strings & continuo in C Major, RV 533
  1. Allegro molto
  2. Largo
  3. Allegro
Concerto for 2 violins, strings & continuo in G Major, RV 516
  1. Allegro molto
  2. Andante
  3. Allegro
Concerto for 2 oboes, strings & continuo in C Major, RV 534
  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro
Concerto for 2 violins, strings & continuo in B-Flat Major, RV 524
  1. Allegro
  2. Andante
  3. Allegro
Concerto Il Proteo ò il Mondo al Roverscio for violin, cello, 2 flutes, 2 oboes, harpsichord, strings & continuo in F Major, RV 572
  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro

Oliver Cave, violino

Rachel Chaplin, oboé

Katy Bircher, flauta e flauta doce

Mark Baigent, oboé

Vladimir Waltham, Carina Drury, violoncelos

Flavia Hirte, flauta

Samuel Staples, violino

Robin Bigwood, cravo e órgão

La Serenissima

Adrian Chandler, violino e regência

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 180 MB

Agora sim, todo mundo feliz com as cores…

A follow up to their album Vivaldi X2, this new offering from baroque specialists Las Serenissima combines further double concerti by Antonio Vivaldi with works for violin, cello, oboe, recorder and continuo. The previous album received rave reviews including Recording of the Month from BBC Music Magazine. These are some of Vivaldi’s most colourful and joyful works, and with director Adrian Chandler at the helm listeners can look forward to further baroque excellence from this dynamic ensemble. [Signum]

… after being obsessed by the composer and his musical world for more than 30 years, Chandler by now is almost Vivaldi incarnate…The playing style is forthright without being strident, and the notes are dispatched without the quirky additions (folksy improvisations, stamped feet) beloved of free spirits such as Nigel Kennedy. [The Times – August 2024]

Aproveite!

René Denon

Veja também o primeiro da série:

Vivaldi (1678-1741): Concertos Duplos – La Serenissima – Adrian Chandler

Berg (1885 – 1935) – Shostakovich (1906 – 1975) – Ligeti (1923 – 2006): Quartetos de Cordas – Minetti Quartet ֍

Berg (1885 – 1935) – Shostakovich (1906 – 1975) – Ligeti (1923 – 2006): Quartetos de Cordas – Minetti Quartet ֍

Berg: Quarteto Op. 3

Shostakovich: Quarteto No. 7

Ligeti: Quarteto No. 1

 

A postagem de hoje é um convite para uma voltinha pelo lado mais selvagem da música. Assim como investidores, os amantes da música se dividem em conservadores, moderados, arrojados e aqueles que vivem em outro planeta.

Os conservadores se destacam por insistir sempre no mesmo repertório ou na segurança daqueles eternos mesmos intérpretes, mesmo quando esses tais intérpretes começam a definhar. No outro lado do espectro encontramos uma tribo que se interessa por novos intérpretes ou intérpretes menos badalados, ou compositores que ainda não conseguiram o ticket para o panteão da imortalidade. Aqui estou pensando nos ouvintes arrojados, pois que os que estão em outro planeta podem ser bem fora das caixinhas, com programas de música experimental, construção de novos instrumentos ou tudo junto e misturado.

Eu gostaria de crer que me encontro entre moderado e arrojado (moderojado?). Nos meus dias de arrojo, instigado pela curiosidade, deixo a segurança dos selos mais conhecidos e tradicionais, de repertório conhecido por algum cheiro de novidade. Foi o caso desse disco da postagem. Simpatizei com o Quarteto Minetti, que pelo repertório de seus discos é bastante conservador: Haydn, Beethoven, Schubert e Mendelssohn. Mas tem também esse álbum, que começa com uma maravilha – o Quarteto Op. 3 de Alban Berg, um desses compositores mais esquisitões, mas que compôs peças dolorosamente bonitas. Ouça os dois movimentos que formam este quarteto e entenderão o que eu quero dizer.

Shostakovich é um grande enigma para mim. Sei que é compositor respeitadíssimo, que o boss aqui da repartição o tem em altíssima conta, que adora suas peças e que ele compôs uma enfiada de quartetos de cordas e de sinfonias, além de muitas outras coisas, como ópera, inclusive. Ouvir um quarteto de Shosta (é assim que a ele se refere o patrão…) é uma das minhas ousadias. E não foi que gostei! Acho que vou insistir um pouco mais nessas coisas. Tem um outro quarteto dele que já ouvi mais de uma vez, creio que seja o Oitavo.

O resto do disco tem o Primeiro Quarteto de Ligeti, cuja obra foi bastante divulgada aqui em nossas páginas por ocasião da celebração de seu centenário de nascimento.

Então é isso, fica a dica, é muito bom ouvir umas novidades de vez em quando… a menos que você seja do time dos arrojados e já conheça todas essas músicas. Se bem que o ainda jovem quarteto seja bastante bom e você que já é perito nesse tipo de música poderá desfrutar bastante do disco.

O nome “Quarteto Minetti” faz referência a uma peça do escritor Thomas Bernhard, que viveu em Ohlsdorf, no Salzkammergut, onde os dois violinistas do quarteto cresceram.

O Quarteto Minetti é vencedor de vários concursos internacionais de música de câmara (Concurso Schubert, Concurso Haydn) e recebeu o prêmio austríaco “Grande Gradus ad Parnassum”, a bolsa de estudos inicial do Ministério Federal Austríaco e a bolsa Karajan.

Entre os mentores do Quarteto Minetti temos Johannes Meissl e os membros do Quarteto Alban Berg na Universidade de Música de Viena, onde o quarteto se reuniu em 2003. Como participantes da Academia Europeia de Música de Câmara (ECMA), eles também foram muito incentivados e receberam apoio artístico de Ferenc Rados, Alfred Brendel e dos membros dos Quarteto Artemis, Quarteto Amadeus e Quarteto Hagen. A Hänssler Classic lançou quatro gravações de CD com quartetos de cordas de Haydn, Mendelssohn, Beethoven e Schubert, e a Avi music lançou quintetos de clarinete com Matthias Schorn, todos com ótimas críticas.

Alban Berg (1885 – 1935)

Quarteto de Cordas, Op. 3

  1. Langsam
  2. Mäßige Viertel

Dmitri Shostakovich (1906 – 1975)

Quarteto de Cordas No. 7 em fá sustenido menor, Op. 108

  1. Allegretto
  2. Lento
  3. Allegro – Allegretto

György Ligeti (1923–2006)

Quarteto de Cordas No. 1 ‘Métamorphoses nocturnes’

  1. Allegro grazioso
  2. Vivace
  3. Adagio, mesto
  4. Presto
  5. Prestissimo
  6. Andante tranquillo
  7. Tempo di valse, moderato con eleganza, un poco capriccioso
  8. Subito prestissimo
  9. Allegretto, un poco gioviale
  10. Prestissimo
  11. Ad libitum, senza misura
  12. Lento

Minetti Quartet

Maria Ehmer, violino
Anna Knopp, violino
Milan Milojicic, viola
Leonhard Roczek, violoncelo

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 126 MB

O Quarteto Minetti esperando na entrada do PQP Bach Saal, em POA, antes de sua apresentação…

The Minettis show a marked aff inity for the soundworld of 20th-century string quartet repertoire, rising to the Berg’s tortured passion and performing with characterful range and versatility in Ligeti’s ‘Métamorphoses nocturnes’. For my money, though, Shostakovich No. 7 is the album’s gem, its sparser textures allowing more room for rhythmic elegance and elasticity. [BBC Music Magazine]

Aproveite!

René Denon

Shosta, depois de ter lido a crítica do disco pela BBC Music Magazine