.: interlúdio :. Koko Taylor – Deluxe Edition ֍

.: interlúdio :. Koko Taylor – Deluxe Edition ֍

Gênero:

Funk / Soul, Blues

Estilo:

Rhythm & Blues, Chicago Blues, Electric Blues

 

Eu adoro tangerinas! Quando elas aparecem é inverno. Dependendo de onde você vem ou com quem você convive, pode chamá-las mexericas, ponkans, mimosas ou até morgotes, carregando no r antes do g.

Mas estou falando em tangerinas apenas para lembrar que se é inverno aqui, lá em Chicago é verão. E no verão de Chicago há festivais. Uma cidade a beira de um enorme lago, com ótimos espaços abertos que sabe usá-los quando chega o calor, que costuma ser forte e tem muita ‘humidez’, como dizia meu amigo gringo.

Um destes festivais é o Taste of Chicago, de comidas típicas das muitas etnias que a cidade congrega. Um enorme festival de comida de rua para enlouquecer o Sérgião Loroza.

Tem também o Chicago Blues Festival, pois Chicago é cidade do Blues – de grandes artistas e clubes famosos. Entre eles reinou The Queen – Koko Taylor, uma espécie assim de Tim Maia de saias que transpirava musicalidade e arrastava multidões. Ela e sua Blues Machine.

Buddy Guy

Este disco da postagem é uma compilação de gravações que ela fez para a Alligator Records e conta com alguns de seus maiores sucessos. Quem conhece Muddy Waters e sua Mannish Boy não vai estranhar a primeira música do disco – I’m a Woman. Depois, Born Under a Bad Sign vai mexer até com quem nasceu neste século, assim como Hey, Bartender.

Loroza, depois de provar mexican fried ice cream..

Eu que já estive em uns dois shows dela, sei o quanto Let the Good Times Roll e Wang Dang Doodle podem arrastar multidões.

Outra atração do disco são alguns convidados como Buddy Guy – que tem um ótimo clube de Blues em Chicago -, Pinetop Perkins, entre outros, até o famoso B.B. King. Enfim, como diria um arguto crítico amador: um álbum sem uma única faixa ruim…

Koko Taylor – Deluxe Edition

  1. I’m a Woman – (Ellas McDaniel / Koko Taylor)
  1. Beer Bottle Boogie – (Scott)
  1. Born Under a Bad Sign – (William Bell / Booker T. Jones)
  1. Mother Nature – (Milton Campbell)
  1. Hey Bartender – (Floyd Dixon)
  1. I’d Rather Go Blind – (Bill Foster / Ellington Jordan)
  1. Man Size Job – (Koko Taylor)
  1. Let the Good Times Roll – (Fleecie Moore / Sam Theard)
  1. Voodoo Woman – (Koko Taylor)
  1. Wang Dang Doodle – (Willie Dixon)
  1. Stop Watching Your Enemies – (Koko Taylor)
  1. Sure Had a Wonderful Time Last Night – (Louis Jordan)
  1. Come to Mama – (Willie Mitchell / Earl Randle)
  1. Time Will Tell – (Paul Gayten)
  1. Blues Hotel – (John Hahn / Jon Tiven)

Koko Taylor

and her Blues Machine

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 129 MB

The Queen, Koko Taylor!

Uma crítica deixada na página da Amazon: This is truly a great album. Koko’s range of vocals is absolutely amazing. From sweetness on the balads to the raw power on the blues to the groove on the rockers. The ability to mix them all on a single word make her talent unmatched. One minute she sounds as sweet as Etta James the next minute she sounds more raw than Janis joplin. Reminds why the classic rock and blues songs are classic. The musicians with her are great and the recording is clean balanced and well mixed. On a scale of five star this is a ⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

Se for a Chicago, não deixe de ir a algum Clube de Blues…

Aproveite!

René Denon

Prokofiev (1891-1953) / Scriabin (1872-1915) / Kapustin (1937-2020): 20th Century Piano Sonatas, Vol. 3 ֎

Prokofiev (1891-1953) / Scriabin (1872-1915) / Kapustin (1937-2020): 20th Century Piano Sonatas, Vol. 3 ֎

Prokofiev – Scriabin Kapustin

Sonatas para Piano

Vanessa Benelli Mosell

Vincenzo Maltempo

Sun Hee You

 

É o que tem para hoje! Esta frase costuma ser usada em situações desconfortáveis. Você queria aquele prato tão elogiado pelos amigos ao chegar no restaurante que demorou tanto para conseguir ir e ouve isto do maitre, oferecendo o guisadinho do dia e que você costuma comer em casa…

O disco desta postagem poderia vir acompanhado desta frase – é o que eu tenho para hoje! – mas, não desista da felicidade tão facilmente. Surpresas agradáveis também ocorrem.

O selo – Brilliant – vocês já conhecem e oferece gravações feitas em outras companhias, mas também produz seus próprios discos. Tem a característica de editar integrais, como a das Sonatas para Piano de Mozart, com a Klara Würtz, postada aqui nas nossas páginas. Alô, Bernardo, a Uchida é ótima, mas a Klara oferece uma outra opção que vale a pena ser ouvida.

Pois o selo arranjou uma série de discos com o tema Sonatas para Piano do Século 20, tomando peças de seu enorme acervo. Eu que adoro me aventurar por essas iniciativas um pouco afastadas do mainstream, decidi ouvir um ou outro disco da série.

Mas, a história do disco começa mesmo aqui. Ele estava na playlist de meu telefone, de onde ouço música quando vou caminhar. Pois que na minha última caminhada acabei me demorando um pouco mais e o disco entrou no circuito. Como as sonatas de Prokofiev e Scriabin são mais manjadas, decidi ir logo para a sonata do Kapustin, nome que minha embotada mente quase tomou por Rasputin. Som no headphone e Asics no pé, meio quarteirão depois achei que estava ouvindo um disco de jazz. Logo achei (teorias conspiratórias abundam) que o telefone havia se revoltado com as músicas de sempre e havia me pregado uma peça. Mas não, certifiquei-me no próximo poste, lá estava, Kapustin, Sonata para Piano, interpretada por Sun Hee You. E eu nem sabia o primeiro nome do camarada e nunca houvera falar da ou do pianista. Gostei muito e, como você já sabe, se gostei, acabo postando.

Nikolai! O nome dele é Nikolai Girshevich Kapustin, soube pelo Google assim que cheguei em casa. Nikolai, uma pena, morreu ano passado aos 83 anos. Como você deve ter adivinhado, era russo e teve perfeita formação musical. Graduou-se como pianista tocando o Concerto para Piano No. 2, de Prokofiev. Não é para fracos…

Quando descobriu o jazz recebeu apoio de seu professor, Avrelian Rubakh, e sua música incorporou muitos elementos jazzísticos. Mas ele sempre se considerou um músico no sentido clássico, mesmo atuando como pianista em orquestras russas de jazz. Pelo que entendi, ele afirmava que o que caracteriza o músico de jazz é a improvisação, enquanto toda a sua música era completamente estabelecida previamente, nas partituras, mesmo quando soavam improvisadas. Seja lá como for, o importante é se você gosta ou não. E eu gostei bastante.

Assim, vamos ficando por aqui e deixando o convite para que você também explore mais a música de Kapustin, coisa que eu já tenho feito. Espero em breve trazer mais um e outro disco com músicas dele. Ah, ia esquecendo, a Sun Hee You é uma linda jovem pianista coreana e você poderá saber mais alguma coisa dela visitando a sua página clicando aqui.

Sergei Prokofiev (1891 – 1953)

Sonata para Piano No. 7 em si bemol maior, Op. 82

  1. Allegro inquieto
  2. Andante caloroso
  3. Precipitato

Vanessa Benelli Mosell, piano

Alexander Scriabin (1872 – 1917)

Sonata para Piano No. 5, Op. 53

  1. Sonata

Vincenzo Maltempo, piano

Nikolai Kapustin (1937 – 2020)

Sonata para Piano No. 1, Op. 39 – Sonata-Fantasia

  1. Vivace
  2. Largo
  3. Scherzo
  4. Allegro molto

Sun Hee You, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 158 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 117 MB

Vanessa Benelli Mosell
Vincenzo Maltempo

 

 

 

 

 

Sun Hee You

Depois de escrever o texto da postagem, fui verificar no vault do PQP Bach o que havia de Kapustin e a única referência está nesta postagem aqui do Blue Dog, cujos links muito provavelmente estão boiando no espaço digital sideral. No entanto, o texto vale a visita.

Aproveite!
René Denon

PS: A Toccatina mencionado pelo Blue Dog não chegou ao disco da Yuja Wang, mas esteve no concerto como um dos encores.

Bach (1685-1750): Árias para Soprano – Only Bach – Sumi Jo ֎

Bach (1685-1750): Árias para Soprano – Only Bach – Sumi Jo ֎

BACH

Árias de Cantatas

Sumi Jo, soprano

Um sarau na casa do Sr. Ribeiro!

Gosto de imaginar como seria um momento de convívio musical informal na casa do Sr. João Sebastião Ribeiro. Um destes momentos em que se terminou de fazer as cópias das partes da cantata que será apresentada no próximo serviço religioso, tarefa que envolveu o staff do compositor. As partes foram copiadas do original que ele preparou, provavelmente usando trechos de antigas composições… Estas visitas a composições de períodos anteriores certamente trariam boas lembranças ou nem tanto, pois que apesar da alegria que o compositor cultivava, a vida tinha tido seus bons pedaços de bitter and sweet.

As tarefas do dia terminadas, uma boa paz invadindo a casa, uma certa dose de preguiça e alguém apanha o alaúde ou o violão esquecido desde a última visita do Sr. Sílvio Branco e dedilha um tema… Uma filha ou uma nora do Sr. Ribeiro, que tem uma boa voz, entoa aquela ária que tanto encantou os devotos no último serviço. Um entre os filhos ou genros, ou mesmo um agregado, apanha uma rabeca que ficara para ser encordoada e afinada e havia sido usada pelo Sr. Ribeiro enquanto revisara suas composições para violino solo. Até aquele oboé que ficara esquecido da última audição para o novo músico que atuaria na igreja acabou sendo usado.

E todos ficam de boas. Até imagino o Sr. Ribeiro pedindo uma xícara de café ou mesmo uma caneca daquela boa cerveja que a família produz…

Estas imagens me vieram ao ouvir este disco que gostei bastante. A voz da Sumi Jo é linda mesmo. Eu não a havia ouvido muito no período em que estava em moda, seus discos vendendo bastante… Eu sou assim, meio turrão, quando um artista é muito badalado eu o coloco na geladeira…

Aqui temos um disco agradável, recheado de big-hits do Sr. Ribeiro. Uma boa opção para ser ouvido naquela noite em que a TV só apresenta filmes de franquias furiosas e velozes.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

  1. Cantata “Gott ist unsere Zuversicht”, BWV 197 – Aria “Vergnügen und Lust” (Soprano)
  2. Cantata “Herz und Mund und Tat und Leben”, BWV 147 – Jesus bleibet meine Freude
  3. Chorale Prelude “Wachet auf, ruft uns die Stimme”, BWV 645
  4. Cantata “Ich geh’ und suche mit Verlangen”, BWV 49 – Aria “Ich bin herrlich, ich bin schön”
  5. Cantata “Also hat Gott die Welt geliebt”, BWV 68 – Aria “Mein gläubiges Herze”
  6. Ave Maria, (arr. de Gounod) do Prelúdio em dó maior, BWV 846
  7. Cantata “Ich armer Mensch, ich Sündenknecht”, BWV 55 – Aria “Erbarme dich” (Paixão segundo São Mateus)
  8. Cantata “Herz und Mund und Tat und Leben”, BWV 147 – Aria “Bereite dir, Jesu, noch itzo die Bahn”
  9. Chorale Prelude “Nun komm der Heiden Heiland”, BWV 65
  10. Cantata “Liebster Jesu, mein Verlangen”, BWV 32 – Aria “Liebster Jesu, mein Verlangen”
  11. Cantata, BWV 196 – Aria “Er segnet, die den Herrn fürchten”
  12. Chorale Prelude “Ich ruf zu dir, Herr Jesu Christ”, BWV 639
  13. “Was mir behagt, ist nur die muntre Jagd”, BWV 208 – Aria “Schafe können sicher weiden”
  14. Christmas Oratorio, BWV 248 – Aria “Flößt, mein Heiland”
  15. Aria – Bist du bei mir, BWV 508

Sumi Jo, soprano

Suyoen Kim, violino

Marco Socias, violão

Christian Hommel, oboé

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 284 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 145 MB

Adivinhem qual música eles estão ouvindo…

Aproveite para testar seus conhecimentos, ouvindo e adivinhando a origem de cada tema…

René Denon

Marco Socias
Christian Hommel
Sumi Jo
Suyoen Kim

Vivaldi (1678–1741): Con amore – Concertos Diversos – Tafelmusik Baroque Orchestra – Elisa Citterio ֍

Vivaldi (1678–1741): Con amore – Concertos Diversos – Tafelmusik Baroque Orchestra – Elisa Citterio ֍

Antonio Vivaldi

Con amore

Concertos Diversos

Tafelmusik Baroque Orchestra

Elisa Citterio

 

Esta é a postagem de número 300 que preparo para o PQP Bach! Para esta festiva oportunidade, pelo menos para mim, escolhi um disco delicioso, com música de Vivaldi. O programa do disco reflete a sua capa, um maravilhoso buque de diversidade. Além disso, optei por escolher um disco que não enfatiza a individualidade, mas celebra a coletividade. É um disco com lindos concertos diversos com seus solos distribuídos pelos membros da orquestra, na medida em que são demandados.

O programa começa mui propriamente com uma abertura de ópera – Ottone – uma sinfonia, passando para um tradicionalíssimo concerto para violino – Amato Bene –, seguindo para concertos com instrumentos de sopros – fagote e oboés. E como o tema do disco é amor, temos o Concerto L’Amoroso, seguido por um concerto de câmara, com destaque para um alaúde. Para fechar a programação, dois concertos com muitos instrumentos, para fazer brilhar de vez a orquestra e os seus membros, numa festa pródiga em amor e alegria, coisas que andam aí um bocado em falta.

Este é o primeiro disco gravado pela Tafelmusik Baroque Orchestra sob a nova direção de Elisa Citterio que também é solista em alguns dos concertos.

Eu ouvi o disco numa preguiçosa manhã de domingo, sentado na varanda, tomando um solzinho nas pernas e lendo os jornais atrasados da semana (aqui recebemos os jornais em papel nas sextas-feiras, sábados e domingos) e fazendo as palavras cruzadas acolhendo as dicas dadas pela minha querida!

Antonio Vivaldi (1678 – 1741)

Ottone in Villa – Abertura

  1. Allegro
  2. Larghetto

Concerto para Violino em dó menor, RV 761 – ‘Amato Bene’

  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro

Concerto para fagote em ré menor, RV 481

  1. Allegro
  2. Larghetto
  3. Allegro non molto

Concerto para 2 Oboés em dó maior, RV 534

  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro

Concerto para violino em mi maior, RV271 – ‘L’Amoroso’

  1. Allegro
  2. Cantabile
  3. Allegro

Concerto para alaúde em ré maior, RV 93

  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro

Concerto para 4 violinos, viola e baixo contínuo, RV553

  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro

Concerto for 2 violinos, 2 oboés e fagote em ré maior, RV 564a

  1. Allegro
  2. Adagio non molto
  3. Allegro

Elisa Citterio, violino e direção

Cristina Zacharias, violino

Patricia Ahern, violino

Geneviève Gilardeau, violin

Julia Wedman, violino

John Abberger, oboé

Marco Cera, oboé

Dominic Teresi, fagote

Lucas Harris, alaúde

Tafelmusik Baroque Orchestra

Gravado entre 30 de outubro até 2 de novembro de 2018, em Humbercrest United Church, Toronto, Canada
Gravado por TRITONUS Musikproduktion, Stuttgart, Alemanha

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 378 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 174 MB

Elisa testando a acústica do Salão Rosa do prédio do PQP Bach Corp. em Guapimirim

“In the collective imagination Vivaldi truly represents ‘l’italianità,’ or the Italian character.

Vivaldi’s music speaks unambiguously to people’s hearts.” —Elisa Citterio

The tempos all feel right, faster movements sounding upbeat but never breakneck, and slower movements given space to breathe but not enough to drag. Metrically, meanwhile, it’s precise but also far from rigid-sounding, thanks to sensitively shaped and coloured phrases and inventive ornamentation…where some bands will make a feature of their period instruments’ slightly less couth tonal tendencies, this lot definitely prefer polish.

Gramophone – January 2020

Two Baroque Violins

Depois você me escreva contando como foi que desfrutou desta belezura de disco!

Viva Vivaldi! Salve a Tafelmusik!

Tafelmusik

Aproveite!

René Denon

Uma palhinha…

Mozart (1756–1791): Concertos para Piano Nos. 9 & 17 – Olga Pashchenko & Il Gardellino ֎

Mozart (1756–1791): Concertos para Piano Nos. 9 & 17 – Olga Pashchenko & Il Gardellino ֎

Mozart

Concertos para Piano Nos. 9 & 17

Olga Pashchenko

Il Gardellino

 

 

Gostei de tudo neste disco, começando pela capa, colorida e jovial. E como a cada vez que acabo de ouvi-lo quero ouvir de novo, achei que deveria postá-lo.

É uma mistura de inovação e tradição que abrilhanta ainda mais o resultado. Temos dois excelentes concertos para piano de Mozart, mas não ainda aqueles maiorzões que viriam do vinte em diante. Os concertos são interpretados por uma jovem fortepianista russa que merece toda a nossa atenção (há outros surpreendentes discos da moça por aí…), acompanhada pela orquestra Il Gardellino, que foi formada há já mais de trinta anos pelo oboísta Marcel Ponseele e pelo flautista Jan De Winne.  O selo Alpha garantia de bom acabamento.

Dito isso, sei que você já vai colocar o mouse em outros ícones, pois que eu também receava os instrumentos de época, mas calma, experimente este aqui. Os fortepianos (um para cada concerto) soam muito bem e audíveis aqui e a interpretação vale ser apreciada. Assim, se você quiser ouvir esta linda música com ouvidos renovados, vá em frente, caso contrário e insista em ser cringe, siga para outras gravações como a combinação Serkin, LSO e Abbado nos mesmos concertos. Nada contra, mas…

Estes dois concertos têm em comum o fato de terem sido compostos por Mozart para duas pianistas que cruzaram seu caminho em diferentes situações. O Concerto No. 9 foi composto para Victorie Jenamy, pianista francesa que passava por Salzburgo e era filha de um famoso coreógrafo. Ela o deve ter tocado pela primeira vez em 4 de outubro de 1777. Eu adoro o movimento lento deste concerto que é um dos mais significativos dos que foram compostos em Salzburgo.

Babette

O Concerto No. 17 foi escrito para uma aluna de Mozart, Maria Anna Barbara Ployer, que o estreou em 13 de junho de 1784 em um concerto no qual esteve presente Giovanni Paisello. Mozart devia confiar muito nos talentos da aluna com quem tocou também a Sonata para dois pianos, K. 448. Deve ter sido uma noite e tanto. A instrumentação do concerto é bem rica para os padrões, com flauta, oboés, fagotes e trompas, além das cordas. Ouça com atenção o início do movimento lento, quando esperamos ouvir a entrada do piano e ouvimos um pequeno trecho de flauta, oboé e fagote…

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Concerto para Piano No. 9 em mi bemol maior, K271 “Jeunehomme”

  1. Allegro
  2. Andantino
  3. Rondeau.Presto

Concerto para Piano No. 17 em sol maior, K453

  1. Allegro
  2. Andante
  3. Alegretto – Presto

Olga Pashchenko

Il Gardellino

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 257 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 144 MB

Olga em sua última visita à sede do PQP Bach de Porto Alegre, tomando uma brisa às margens do Guaíba…

I am happy to say that Pashchenko and colleagues catch both [concertos] beautifully. Pashchenko is full of play and exuberance but never at the expense of the darker undercurrents of the music.

[…]

You can tell by my comparisons, that I feel Pashchenko’s conception of these works is essentially operatic rather than symphonic, which I think is as it should be. Without a sense of the dramatic narrative of these works, something of their magic gets lost and I, for one, believe that, in almost everything he wrote, Mozart was composing operas.

Trechos de uma crítica que você poderá ler na íntegra aqui.

Aproveite!

René Denon

O piano, forte, de Mozart…

J. S. Bach (1685-1750): Concertos para Órgão, BWV 592 – 596 – Simon Preston ֍

J. S. Bach (1685-1750): Concertos para Órgão, BWV 592 – 596 – Simon Preston ֍

Bach

Concertos para Órgão

Simon Preston

 

 

A história de hoje tem um príncipe que morreu jovem, na flor da idade, como se costumava dizer. Ele tinha tudo para passar essencialmente anônimo para a posteridade, mas a sorte o colocou em contato com o genial Johann Sebastian Bach. Em troca, ele colocou Bach em contato com outro tipo de genial compositor, que morava mais ao sul, na bem mais ensolarada e colorida Veneza.

O príncipe Johann Ernst von Sachsen-Weimar era sobrinho do Duque Wilhelm Ernst, patrão de Bach em sua estada em Weinmar entre 1708 e 1717.

Johann Ernst era um talentoso músico e foi aluno de Johann Gottfried Walther, organista de Weinmar e aparentado de Bach. Em 1711, Ernst foi estudar na Universidade de Utrecht, na Holanda, onde ouviu organistas tocando transcrições para órgão de concertos de compositores italianos, cujas publicações eram feitas na Holanda.

Ao retornar a Weinmar, Johann Ernst levou consigo vários destes concertos que a seu pedido foram transcritos para cravo ou para órgão por Walther e por Bach.

Neste disco, um dos que ainda tenho das gravações para órgão feitas por Simon Preston para a Deutsche Grammophon, temos 4,3333… concertos transcritos por Bach para órgão. Há três que eram originalmente de Vivaldi (as indicações dos concertos originais estão logo a seguir, na relação das faixas) e um concerto e um movimento de concerto que foram originalmente compostos pelo jovem e talentoso príncipe. Lamentavelmente, ao fim de 1713 o príncipe adoeceu e morreu perto de um ano depois.

É possível que Bach entrasse em contato com a música de Vivaldi e de outros compositores italianos mesmo que não tivesse conhecido o príncipe, mas gosto de pensar que o mesmo ajudou nisto e maior tributo do que ter suas próprias obras (mesmo que mais modestas do que as do mestre italiano) transcritas por Bach não pode haver.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Concerto para Órgão em ré menor, BWV 596

(Transcrição do Concerto Op. 3, No. 11 em ré menor, RV 565, de Vivaldi)

  1. […]
  2. Grave
  3. Fuga
  4. Largo e spiccato
  5. […]

Concerto para Órgão em lá menor, BWV 593

(Transcrição do Concerto Op. 3, No. 8 em lá menor, RV 522, de Vivaldi)

  1. […]
  2. Adagio
  3. Allegro

Concerto para Órgão em dó maior, BWV 594

(Transcrição do Concerto ‘Grosso Mogul’, em ré maior, RV 208, de Vivaldi)

  1. […]
  2. Adagio
  3. Allegro

Concerto em sol maior, BWV 592

(Transcrição do Concerto em sol maior, do Príncipe Johann Ernst)

  1. […]
  2. Grave
  3. Presto

Concerto em dó maior, BWV 595

(Transcrição do Primeiro Movimento do Concerto em dó maior, do Príncipe Johann Ernst)

  1. […]

Simon Preston, órgão

(Catedral de Lübeck)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 271 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 129 MB

Simon antes de testar o Grande Órgão do PQP Bach Concert Hall de Nova Holanda

A crítica deste disco em uma das edições do Penguin Guide é bem ‘inglesa’: It was Prince Johann Ernst who introduce Bach to the Italian string concertos; […] The two Ernst works show a lively and inventive if not original musicianship. The performances are first class and the recording admirably lucid and clear, yet with an attractively resonant ambience.

Órgão da Catedral de Lübeck em foto de 1970

Está esperando o que, ande, aproveite, é primeira classe…

René Denon

The French Album – Jorge Federico Osorio, piano ֎

The French Album – Jorge Federico Osorio, piano ֎

Fauré • Debussy

Rameau

Chabrier • Ravel

Peças para Piano

Jorge Federico Osorio

Este disco é uma pérola! Adoro este repertório e tudo aqui está excelente. Imagine que você seja um pianista dono de uma soberba musicalidade, técnica poderosa, tenha uma imaginação vibrante e possua uma profunda paixão… Suponha ainda que disponha de uma gravadora interessada em produzir um álbum com o repertório que você escolheu e que você disponha de um ambiente ideal – familiar e tecnicamente impecável – com condições ideais para as gravações. Tudo para resultar assim em um dico primoroso.

Pois foi o que aconteceu aqui. O pianista Jorge Federico Osorio tem todas as qualificações listadas acima, segundo o livreto e como você poderá confirmar ao ouvir o disco. Ele mora em Chicago onde exerce as carreiras artística e acadêmica – é professor da Roosevelt University’s Chicago College of Performing Arts. A gravadora Cedille Records, de Chicago, tem por objetivo promover os artistas locais, criando assim as condições ideais para a produção do disco que foi gravado no Reva and David Logan Center of Arts da Universidade de Chicago em janeiro de 2020.

O programa consiste em oito prelúdios de Debussy e mais duas peças de outras coleções e são típicas da sonoridade que associamos à música francesa. O livreto diz: A fascinação de Debussy com as sonoridades do piano inspirara a criação de seus prelúdios. Eles podem ser ouvidos como experimentos sonoros: quais são as possibilidades das harmonias cromáticas e escalas não tradicionais?

Osorio fez suas escolhas entre as peças e as coloca na ordem que lhe agrada, o que acrescenta uma dose de surpresa na sequência. Começamos com a belíssima e extrovertida peça chamada Les collines d’Anacapri e passamos para a mais introvertida La terrasse des audiences du clair de lune. Para continuar no clima, Clair de lune, possivelmente a peça mais conhecida de Debussy, o movimento lento da Suíte Bergamasque. Mais beleza com a irrequieta peça Ce qu’a vu le d’Ouest seguida do segundo dos prelúdios, Voiles. Depois, ouvir o prelúdio da Catedral Submersa seguido de Fogos de Artifício é de tirar o fôlego. Osorio sai do universo de Debussy pisando em Fuilles mortes para entrar no clima dos precursores de música francesa para teclado com três lindas peças de Rameau, compostas originalmente para cravo.

Dai em diante, as origens latinas do pianista muito provavelmente entraram em consonância com o fascínio que os compositores franceses tinham com a música de origem espanhola. O clima fica ibérico com a Habanera de Chabrier, La Puerta del Vino e La soirée dans Grenade de Debussy e passa para a Alborada del gracioso de Ravel.

O disco se fecha assim como foi aberto, com uma Pavane. A peça da abertura é de Fauré e para completar, Ravel. Ótima hora e um quarto de excelente música.

Gabriel Fauré (1845 – 1924)

  1. Pavane

Claude Debussy (1862 – 1918)

  1. Les collines d’Anacapri
  2. La terrasse des audiences du clair de lune
  3. Clair de lune
  4. Ce qu’a vu le vent d’Ouest
  5. Voiles
  6. La Cathédrale engloutie
  7. Feux d’artifice
  8. Feuilles mortes

Jean-Philippe Rameau (1683 – 1764)

  1. Les Tricotets
  2. Menuets 1 & 2
  3. L’Egyptienne

Emmanuel Chabrier (1841 – 1894)

  1. Habanera

Claude Debussy

  1. La Puerta del Vino
  2. La soirée das Grenade

Maurice Ravel (1875 – 1937)

  1. Alborada del gracioso
  2. Pavane pour une infante défunte

Jorge Federico Osorio, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 209 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 191 MB

 

A famosa Puerta del Vino

Momento ‘The Book is on the Table’:

What appears to be a hodgepodge of French pieces actually emerges as a carefully crafted program. […] All told, an enjoyable and well-put-together recital.

… he [Osorio] plays with beauty and charm, a delicate touch, and a genuine grace, with expressive, nuanced singing in his piano playing. He is a richly expressive piano virtuoso of international fame, and in my experience has never demonstrated anything but sensitive, immaculate, committed, passionate playing, a most-refined pianist whose best work comes in expressively lyrical passages.

Producer James Ginsburg and Cedille’s ace engineer Bill Maylone recorded the music in the Reva and David Logan Center for the Arts at the University of Chicago in January 2020. The sound is gorgeous: not too sharp or bright; not too dull or soft. It simply sounds like a real piano in a real hall setting, with just the right amount of ambient bloom, room acoustics, and lifelike detail to bring it to life.

Aproveite!

René Denon

Jorge explicando para o pessoal do PQP Bach: Federico, não Frederico, Fe-de-rico…

 

Se você gostou deste disco, poderia se interessar por estas postagens aqui:

Stephen Hough’s Spanish Album – Peças de A. Soler, E. Granados, I. Albeniz, F. Mompou, F. Longas, C. Debussy, M. Ravel, F. X. Scharwenka, W. Niemann e S. Hough

Coleção de Peças Francesas para Piano – Arthur Rubinstein

J. Haydn (1732 – 1809): Sinfonia N0. 99 • F. Schubert (1797 – 1828): Sinfonia No. 5 – Concentus musicus Wien • Stefan Gottfried ֎

J. Haydn (1732 – 1809): Sinfonia N0. 99 • F. Schubert (1797 – 1828): Sinfonia No. 5 – Concentus musicus Wien • Stefan Gottfried ֎

Haydn • Schubert

Sinfonia No. 99 • Sinfonia No. 5

Concentus musicus Wien

Stefan Gottfried

 

Há vida após a morte. A orquestra Concentus musicus Wien – Ensemble für Alte Musik – foi criada por Nikolaus Harnoncourt bem no início de sua carreira de músico dedicado a interpretação de música antiga na forma como era tocada quando foi composta. A orquestra e seu maestro conviveram por mais de 60 anos desde o início desta jornada em busca de autenticidade.

O trabalho deles certamente contribuiu para que tivéssemos uma perspectiva mais realista da música antiga, mas o mais importante para nós, amantes da boa música, é que eles enriqueceram nossas audições com ótimas interpretações vibrantes e intensas.

Apesar do interesse em música ‘antiga’, o lema de Harnoncourt era ‘Arte é sempre nova’ (Art is always new) e esteve sempre presente em suas interpretações e reinterpretações das principais obras do repertório musical.

Pois foi com muita alegria que ouvi este disco com duas lindas sinfonias de compositores vienenses gravadas ao vivo e mostrando que a vida e a orquestra continuam sua vibrante jornada.

O novo diretor musical é o regente Stefan Gottfried e nomes ligados a orquestra, como Erich Höbarth e Andrea Bischof (membros do Quatuor Mosaïques) estão também presentes.

No programa uma sinfonia de Haydn, de seu período de maturidade, e uma sinfonia do jovem e talentosíssimo Schubert. A Sinfonia No. 99 é uma das que foram escritas para serem apresentadas em Londres nos concertos promovidos por Salomon, o empresário que promoveu duas visitas de Haydn a Londres. Esta foi estreada em 10 de fevereiro de 1794 no Hanover Square Rooms e possivelmente por influência de Mozart é a primeira das sinfonias de Haydn onde é usado clarinete na orquestração. Isso mostra que mesmo aos 61 anos, ele estava aberto a inovações.

A Sinfonia No. 5 de Schubert, apesar de ter sido composta quando o compositor ainda estava com 19 anos, mostra todo o seu talento. Apesar de uma orquestração mais modesta, sem uso de clarinete, trompete ou tímpano, talvez considerando as reais chances de ter a obra apresentada por alguma orquestra, esta obra tem uma grande afinidade com a música de Mozart.

Joseph Haydn (1732 – 1809)

Sinfonia No. 99 em mi bemol maior, Hob. I: 99

  1. Adagio – Vivace assai
  2. Adagio
  3. Menuetto e Trio – Allegretto
  4. Finale. Vivace

Franz Schubert (1797 – 1828)

Sinfonia No. 5 em si bemol maior, D. 485

  1. Allegro
  2. Andante con moto
  3. Menuetto. Allegro molto
  4. Allegro vivace

Concentus musicus Wien

Stefan Gottfried

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 284 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 127 MB

Concentus musicus Wien e seu novo diretor musical Stefam Gottfried

A real treat! Aproveite!

René Denon

Outra gravação da linda sinfonia de Schubert:

Franz Schubert (1797-1828): Sinfonias Nos. 5 e 6 – Camerata Academica des Mozarteums Salzburg – Sandor Végh

Gustav Mahler (1860–1911): Sinfonia No. 3 – Berliner Philharmoniker – Gustavo Dudamel ֍

Gustav Mahler (1860–1911): Sinfonia No. 3 – Berliner Philharmoniker – Gustavo Dudamel ֍

Gustav Mahler

Sinfonia No. 3 em ré menor

Berliner Philharmoniker

Gustavo Dudamel

 

Há dias ensaiava uma postagem com alguma obra de Mahler. Eu adoro a música de Mahler, especialmente pelos Lieder, mas confesso que preciso manter um certo distanciamento dessa música de tempos em tempos. É música muito intensa para ser ouvida levianamente. Assim vivo uns períodos de imersão e depois, distanciamento novamente.

Pois minha última imersão se deu esses dias e foi pela Terceira Sinfonia, que quase encerrou o ciclo das Sinfonias do Wunderhorn, aquelas que dividem material musical e usam poemas da coleção chamada Des Knaben Wunderhorn. Ela só não fechou este ciclo pois seu material acabou gerando mais uma sinfonia, a lindíssima Quarta Sinfonia, que usa o Lied ‘Das himmlische Leben’, que era programado para ser o último movimento da Terceira.

Há uma série de maravilhosas gravações desta Terceira Sinfonia e não resisto a mencionar algumas das minhas preferidas. Começo mencionando uma rara gravação comercial feita nos anos 70 pela London Symphony Orchestra regida por Jascha Horenstein e outra também relativamente antiga, regida por um dos primeiros regentes a difundir efetivamente a música de Mahler, Leonard Bernstein, a frente da New York Philharmonic, no selo CBS Masterworks, posteriormente comprado pela Sony. Pelo selo amarelo, há duas gravações muito interessantes feitas pelo saudoso Claudio Abbado, a primeira regendo a Wiener Philharmoniker e a segunda regendo a maravilhosa Berliner Philharmoniker. Esta última orquestra também aparece numa gravação da Philips, agora sob a regência do sempre competente Bernard Haitink. E como as orquestras voltam às obras importantes, a London Symphony Orchestra também aparece numa linda gravação no selo Sony, regida pelo americano Michael Tilson Thomas. Nesta gravação, há um ótimo bônus, com a excelente Janet Baker cantando os Rückert Lieder.

A gravação que eu estava namorando para postar tem a regência de Ivan Fischer, mas foi atropelada pela gravação que aqui apresento e que foi enviada pelo amigo FDP Bach! Dudamel regendo a espetacular Berliner Philharmoniker. Quando botei minhas mãos na mesma, fui logo ouvir o Coro dos Anjos, pois se fazia tarde e a sinfonia é longa. Eu adoro este movimento desde que o ouvi pela primeira vez no famoso LP da Deustche Grammaphon – Mahler para Milhões, com a Orquestra da Rádio Bávara regida por Rafael Kubelik, com o Tölzer Knabenchor.

O que me chamou a atenção especialmente nesta versão foi a qualidade da gravação. Incrível! Imperdível, diriam outros… Depois descobri, esta gravação é parte de um ciclo completo das Sinfonias de Mahler no selo da Berliner Philharmoniker, com todas as gravações feitas ao vivo com a orquestra, com possíveis diferentes regentes.

Sobre a Sinfonia, o que dizer? Que é impressionantemente grande, que foi concebida tendo um plano de progressivo desenvolvimento, do terreno para o etéreo… Os nomes dos movimentos originalmente enfatizavam este planejamento: O despertar de Pan; O que as flores dos campos me dizem; O que os animais da floresta me dizem; O que me dizem os seres humanos; O que me dizem os anjos; O que o Amor me diz. Mas os planos iniciais foram se ajustando na medida que a composição foi avançando. O primeiro movimento foi o último a ser terminado e é imenso. Seu desenvolvimento impressionou o próprio Mahler, que escreveu para seu protegido Bruno Walter dizendo: É terrível, a forma como ele continua a crescer, a se expandir, muito além de tudo o que eu já compus até agora, deixando até minha Segunda Sinfonia se parecer a um bebê. Como já mencionei, o plano original considerava um sétimo movimento com o Lied que acabou no final da sinfonia seguinte e isso deu a esta sinfonia mais uma característica especial que é a de terminar em um adagio, que trata do Amor…

Depois da primeira audição, Mahler subtraiu todos os títulos dos movimentos, apresentando a sinfonia como música absoluta, como se os títulos fossem andaimes que podiam ser retirados uma vez que a obra estava em pé, numa feliz comparação feita pelo Bruno Walter.

Gustav Mahler (1860 – 1911)

Sinfonia No. 3 em ré menor

  1. Kräftig. Entschieden
  2. Tempo di Menuetto. Sehr mäßig
  3. Comodo. Scherzando. Ohne Hast
  4. Sehr langsam. Misterioso. Durchaus ppp
  5. Lustig im Tempo und keck im Ausdruck
  6. Langsam. Ruhevoll. Empfunden

Gerhild Romberger, contralto

Damen des Rundfunkchors Berlin

Knaben des Staats- und Domchors Berlin

Berliner Philharmoniker

Gustavo Dudamel

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 379 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 227 MB

Gustavo Dudamel is in charge of the Third Symphony. […] This reading of the Third impresses from the very start. […] Overall, there’s all the necessary colour and swagger in a marvellous account of this opening movement.

Part II of the symphony encompasses the remaining five movements. […} The […} ‘Bimm bamm’ movement is fresh and sprightly; the choirs are well-disciplined. The long finale opens raptly. […] This is one of the peaks of this set. Parte da crítica que pode ser lida na íntegra aqui.

Dudamel em tempos de Covid…

Aproveite!
René Denon

Handel: Música para os Reais Fogos de Artifício • Concerti a due cori – Tafelmusik • Jeanne Lamon ֎

Handel: Música para os Reais Fogos de Artifício • Concerti a due cori – Tafelmusik • Jeanne Lamon ֎

Handel

Music for the Royal Fireworks

Concerti a due cori

Tafelmusik

Jeanne Lamon

 

Os nomes Tafelmusik e Jeanne Lamon passaram muitos anos juntos e apareceram em inúmeras capas de excelentes álbuns de música, vários deles marcando presença nas páginas do PQP Bach.

A combinação sempre foi garantia de ótima qualidade e o amor e a dedicação da diretora e violinista à sua orquestra realçava a sua arte que transparece em suas gravações.

Eu gosto particularmente dos concertos para violino de Bach, alguns álbuns de Vivaldi que eventualmente são acompanhados do violoncelista Anner Bylsma.

Outro álbum que tenho ouvido por muitos anos é este da postagem, que traz a festiva música de Handel.

Esta postagem presta uma homenagem a Jeanne Lamon, que morreu dia 20 de junho de 2021, aos 71 anos, vítima de câncer. Jeanne deixa a companheira Christina Mahler, que já foi a Principal Violoncelista da Tafelmusik.

Que este iluminado disco com a sua belíssima música de Handel, fruto da arte e do talento de Jeanne e seus músicos possam servir para nos lembrar que mesmo em circunstâncias tão adversas a arte pode servir de consolo e bálsamo. Penso nos muitos brasileiros que nesses dias têm os diagnósticos ou os tratamentos desta terrível doença adiados ou prejudicados devido aos destrambelhos da pandemia.

George Frideric Handel (1685 – 1759)

Música para os Reais Fogos de Artifício, HWV 351

  1. Ouverture
  2. Bourrée
  3. La Paix
  4. La Réjouissance
  5. Menuet I
  6. Menuet II

Concerto da due cori No. 2, em fá maior, HWV 333

  1. Pomposo – Allegro
  2. A tempo giusto
  3. Largo
  4. Allegro ma non troppo
  5. A tempo ordinario

Concerto da due cori No. 1, em si bemol maior, HWV 332

  1. Ouverture – Allegro ma non troppo
  2. Allegro
  3. Largo
  4. A tempo ordinario
  5. Alla breve modera
  6. Menuet

Concerto da due cori No. 3, em fá maior, HWV 334

  1. Ouverture – Allegro
  2. Allegro ma non troppo
  3. Adagio
  4. Andante larghetto
  5. Allegro

Tafelmusik

Jeanne Lamon

Christina Mahler, primeiro violoncelo

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 322 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 150 MB

Jeanne e Christina

The Book in on the Table: “This is clear, clean, crisp playing, that is lively, joyful, and, dare I say it, perfect in every way! The recording quality is superb as well. I have purchased many recordings with Jeanne Lamon conducting her group Tafelmusik, and I am starting to think that Lamon can do no wrong when it comes to conducting.”  John Doe (no Amazon)

Eu concordo com o Joe!

Aproveite!
René Denon

Outra postagem que poder interessar:

Wilhelm Friedemann Bach (1710-1784): Sinfonias, Suítes, Concerto para Cravo e Orq. (Lamon)

Mendelssohn (1809 – 1847) & Tchaikovsky (1840 – 1893): Concertos para Violino – Akiko Suwanai – Czech Philharmonic Orchestra & Vladimir Ashkenazy ֍

Mendelssohn (1809 – 1847) & Tchaikovsky (1840 – 1893): Concertos para Violino – Akiko Suwanai – Czech Philharmonic Orchestra & Vladimir Ashkenazy ֍

Mendelssohn • Tchaikovsky

Concertos para Violino

Akiko Suwanai

Czech Philharmonic Orchestra

Vladimir Ashkenazy

Eu achava que se houvesse um pedacinho da cozinha do céu aqui na terra, esse seria o Bar das Freiras, que fazia o melhor queijo quente com banana do planeta. Ao lado da lanchonete das freirinhas, cuja féria vai toda para a caridade, fica o elevador que era pilotado pela Chica, a ascensorista com o maior sorriso que eu conheci e que morava em Niterói. Isto tudo aconteceu na minha outra vida, antes que eu soubesse que também moraria em Niterói.

Numa daquelas tardes, tive que correr para pegar o elevador: Chica, Chica, péra-aí! A porta já quase fechava e eu estava atrasado para o Seminário de Topologia. Acomodei-me e ataquei de assobio o tema do último movimento do Concerto para Violino que naqueles dias não saia da minha vitrola – fá, fá-fá-fi-fáá… Afinal, havia comprado na famosa Modern Sound aquele cobiçado LP do Heifetz e não ouvia outra coisa.   Foi então que ouvi a pergunta vinda do senhor professor: Mendelssohn ou Tchaikovsky? Olhei-o com alguma surpresa, afinal, não imaginava que professores de física se interessassem por música. Deve ser um destes concertos românticos, acrescentou ele. Eu ri e disse que era o tema do último movimento do Concerto de Brahms. Não muito fora da marca, riu ele, faz tempo que não ouço meus discos. Ficamos amigos e falávamos com frequência sobre nossas audições, sempre no vai-e-vem do elevador, cada um para o seu respectivo andar.

Lembrei-me dessas coisas ouvindo este disco da postagem com dois dos grandes concertos românticos para violino: Mendelssohn e Tchaikovsky! Quais outros? Bem, tem o pai de todos, o Concerto de Beethoven, o já mencionado Concerto de Brahms, já são quatro. Eu acrescentaria ‘o’ Concerto de Bruch, de Sibelius (certamente) e, talvez, Glazunov? Na verdade, basta olhar as gravações de Heifetz…

Na gravação deste disco a solista Akiko Suwanai usa o violino Dolphin Stradivarius, um violino feito em 1714 pelo famoso Antonio Stradivari e que também pertenceu ao Jascha Heifetz.

Atualmente a moça toca outro instrumento, mas nesta gravação temos uma feliz coincidência, afinal deve ser o mesmo instrumento ouvido nas gravações de Heifetz. E para acrescentar muita qualidade ao disco, temos a ótima Orquestra Filarmônica Tcheca, regida por Vladimir Ashkenazy, com gravações feitas no excelente Dvořák Hall – Rudolfinum -, em Praga.

Felix Mendelssohn (1809 – 1847)

Concerto para Violino em mi menor, Op. 64

  1. Allegro molto appassionato
  2. Andante
  3. Allegretto non troppo – Allegro molto vivace

Piotr Tchaikovsky (1840 – 1893)

Concerto para Violino em ré maior, Op. 35

  1. Allegro moderato
  2. Canzonetta: Andante
  3. Allegro vivacíssimo

Akiko Suwanai, violino

Czech Philharmonic Orchestra

Vladimir Ashkenazy

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 249 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 196 MB

Momento ‘Sol Nascente’: メンデルスゾーンとチャイコフスキーのヴァイオリン協奏曲どちらも大好きですが、諏訪内晶子さんの演奏も素敵な魅力を感じました。

Eu amo os concertos para violino de Mendelssohn e Tchaikovsky, mas a performance de Akiko Suwanai também foi fascinante. (Tradutor do Google)

E também: Akiko Suwanai’s Tchaikovsky is one of the most musical renditions of the Tchaikovsky violin concerto. Just listen to around 1:00 of the first track, where she introduces the main theme. It is so beautiful and moving, not like any version I listened to.

Forte, ma non tanto…

Aproveitem!

René Denon

Prokofiev (1891 – 1953): Concertos para Piano Nos. 1 & 3 – Simon Trpčeski – RLPO – Vasily Petrenko ֍

Prokofiev (1891 – 1953): Concertos para Piano Nos. 1 & 3 – Simon Trpčeski – RLPO – Vasily Petrenko ֍

PRKFV

Concertos para Piano Nos. 1 & 3

Abertura sobre Temas Hebraicos

Simon Trpčeski, piano

Royal Liverpol Philharmonic Orchestra

Vasily Petrenko

Não me canso de ouvir estes concertos para piano… São os dois entre os cinco compostos por Prokofiev que ouço com mais frequência. O juvenil e impetuoso Concerto No. 1 é conciso e brilhante, como se esperava de um autoconfiante estudante que buscava se firmar como compositor e pianista. O outro concerto, o Terceiro, é mais espetacular ainda. Se bem que não é necessário fazer comparações…

Simon Trpčeski

Essas maravilhosas peças andaram em minha vitrola no disco que o FDP Bach repostou dia destes, na interpretação do ótimo Horácio Gutiérrez e como nada é por acaso, pouco depois me dei com este disco. O pianista macedônio Simon Trpčeski nos oferece uma excelente interpretação. Veja o que nos diz uma crítica que apareceu no The Guardian: ‘Nas mãos de ST, os dois concertos de Prokofiev no disco estão maravilhosamente apresentados – articulação impetuosa, ritmos atrevidos, uma habilidade de contornar as curvas com uma arrogância a um só tempo ágil e robusta’.

Vasily Petrenko

A Royal Liverpol Philharmonic Orchestra sob a regência de Vasily Petrenko está em ótima forma, inclusive na faixa entre os dois concertos, a bem-humorada Abertura sobre Temas Hebraicos.

Realmente, a tríplice aliança Trpčeski / RLPO / Petrenko tem colocado ótimos discos no mercado e, assim que obtivermos sinal verde da direção para postar Rachmaninov no blog, além de Prokofiev, voltaremos à carga…

Sergei Prokofiev (1891 – 1953)

Concerto para Piano No. 1 em ré bemol maior, Op. 10

  1. Allegro brioso – Andante assai – Allegro scherzando

Abertura sobre Temas Hebraicos, Op. 34 bis

  1. Abertura

Concerto para Piano No. 3 em dó maior, Op. 26

  1. Andante – Allegro
  2. Tema e Variações: Andantino
  3. Allegro ma non troppo

Simon Trpčeski, piano

Royal Liverpol Philharmonic Orchestra

Vasily Petrenko

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 233 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 135

Simon, Vasily e a RLP

Momento ‘The Book is on The Table’: The performances by Trpčeski and the Royal Liverpool Philharmonic Orchestra under Vasily Petrenko are very strong, capturing the exuberance of the Piano Concerto No. 1 and delivering a crowd-pleasing, sparkling Third with no hint of the mordant quality many attach to the work. The Overture on Hebrew Themes, Op. 34bis, is a fine, little-known entr-acte. A crowd-pleasing Prokofiev release.

Aproveite!

René Denon

Tchaikovsky (1840 – 1893): Concertos para Piano Nos. 1 & 2 – Simon Trpčeski – RLPO – Vasily Petrenko ֍

Tchaikovsky (1840 – 1893): Concertos para Piano Nos. 1 & 2 – Simon Trpčeski – RLPO – Vasily Petrenko ֍

Tchaikovsky

Concertos para Piano Nos. 1 & 2

Simon Trpčeski, piano

Royal Liverpol Philharmonic Orchestra

Vasily Petrenko

 

Naqueles dias éramos felizes (sem o saber) e uma das diversões era a ronda – a visita às lojas de discos. Havia as lojas elitistas, com seus conhecidos, conhecedores e em geral desdenhosos vendedores, assim como também havia os xexelentos sebos, em geral com seus peculiares donos.

Nós, os frequentadores, já nos conhecíamos e entre nós havia alguma intimidade nascida das constantes coincidências. É claro que acabávamos descobrindo as preferências e gostos uns dos outros. Um dos insultos que prazerosamente lançávamos uns aos outros era a resposta dada à pergunta feita por quem acabava de entrar na loja, em geral em tom mais afoito: Muitas novidades? Mandávamos de volta: Já pegamos tudo que havia de bom, sobrou aí uma porção de Tchaikovskys para você!

O fato era que as novidades chegavam em geral em pequenos números de discos. Quantas vezes suspirávamos vendo alguém levar ao caixa o último CD de algum disco com Gilels tocando Sonatas para Piano de Beethoven… O sortudo ia exibindo o disco como um troféu e cabia a nós outros torcer para que a nova remessa fosse logo liberada pela alfândega e fosse um pouquinho mais pródiga.

Simon Trpčeski

Mas, os Tchaikovskys, estes nunca faltavam e daí, em parte, a razão de nossa brincadeira. Em especial, estava sempre presente em todas as lojas ‘o’ Concerto para Piano, em muitos casos em diferentes gravações – antigas ou recentes… Demorou para que me desse conta que Piotr havia escrito mais do que um concerto para piano. Este, o Número Um, o mais popular e frequentemente tocado e gravado entre todos os concertos para piano, recebe aqui uma gravação que achei primorosa. É verdade, fazia uma era que não ouvia o velho Cavalo de Batalha, mas o ouvi com muito prazer. Claro, isso foi graças a excelente interpretação do pianista macedônio Simon Trpčeski, acompanhado pela Royal Liverpol Philharmonic Orchestra, regida por Vasily Petrenko. A escolha do disco, que passou pelos intérpretes, também teve sua dose de influência pelo lado B, o Segundo Concerto, do qual gostei bastante e que apesar de bem menos famoso do que seu irmão mais velho, oferece muitos ótimos momentos, especialmente nesta gravação.

Assim, só posso lhe dizer, aproveite muito bem estes Tchaikovskys que aí estão!

Piotr Tchaikovsky (1840 – 1893)

Concerto para Piano No. 1 em si bemol menor, Op. 23

  1. Allegro non troppo e molto maestoso – Allegro con spirito
  2. Andante semplice – Prestissimo
  3. Allegro con fuoco

Concerto para Piano No. 2 em sol maior, Op. 44

  1. Allegro brillante e molto vivace
  2. Andante non troppo
  3. Allegro com fuoco

Simon Trpčeski, piano

Royal Liverpol Philharmonic Orchestra

Vasily Petrenko

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 249 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 165 MB

O maestro é o que está com a batuta…

Veja como o disco foi bem acolhido pela crítica:

“[In No. 2] Trpčeski begins like a racehorse out of the starting gate…Still, overall he sounds less impetuous and more poised than Denis Matsuev in his recent recording…Petrenko is always of a mind with his soloist, and shapes some powerful long crescendos, but lets the orchestra veer dangerously close to bombast.” BBC Music Magazine, September 2014 ***

“Trpceski’s take on the B flat minor dazzles.” Sunday Times, 5th October 2014

Aproveite!

René Denon

Martinů (1890-1959) • Honegger (1892–1955) • Stravinsky (1882–1971): Peças para Orquestra – Kammerorchester Basel & Christopher Hogwood ֍

Martinů (1890-1959) • Honegger (1892–1955) • Stravinsky (1882–1971): Peças para Orquestra – Kammerorchester Basel & Christopher Hogwood ֍

Martinů • Honegger

Stravinsky

Peças para Orquestra

Kammerorchester Basel

Christopher Hogwood

Paul Sacher

Paul Sacher viveu por todo o século XX e de 1926 até 1987 dirigiu a orquestra que ele mesmo fundou, a Basler Kammerorchester. Isto já é impressionante, mas além disso, Sacher foi um homem de seu próprio tempo e queria ouvir e interpretar música que estava sendo composta naqueles dias. Para estrear nos concertos da orquestra, ele encomendou obras aos renomados (e em alguns casos, nem tão renomados assim) compositores atuantes e o catálogo das obras compostas nestas condições é enorme.

Este disco reúne três destas obras e replica o concerto da noite de 21 de janeiro de 1947, celebrando vinte anos da orquestra. Estas foram encomendadas especialmente para este dia.

Bohuslav Martinů compôs uma peça em três movimentos – Toccata e due canzoni, que tem um piano obbligato. Veja como a peça é descrita no allmusic.com: Com a duração de aproximadamente 25 minutos, esta obra com três movimentos para orquestra e com uma proeminente parte para piano é equivalente a uma sinfonia em importância e escopo, se não pelo nome ou forma. O tom consistentemente cada vez mais expressivo da obra contradiz a impressão que o título dá, de que este pode ser um exercício leve em formas neoclássicas.

A obra de Stravinsky, o Concerto em ré maior para Orquestra de Cordas – Basler – é bastante famoso e reflete o período clássico do compositor. Completando o programa uma sinfonia, a quarta de Arthur Honegger, com o sugestivo nome ‘Deliciae Basilienses’, com um lindo colorido orquestral e ritmos influenciados por jazz.

A surpresa do disco é a regência de Christopher Hogwood, mais comumente associado ao repertório barroco e clássico, assim como à prática dos instrumentos de época e tal. Para a nossa sorte, em 2001 quando o disco foi produzido, a onda HIP já havia se arrefecido e Christopher estava empregando seus méritos, préstimos e talento em outras freguesias. Ouvindo o disco numa tarde estranhamente quieta de um domingo de maio, acredito que o pessoal aplaudiu o Paul Sacher e sua orquestra de pé e voltou encantado para casa.

Bohuslav Martinů (1890-1959)

Toccata e due canzoni (1946)

  1. Toccata
  2. Canzone No. 1
  3. Canzone No. 2

Igor Stravinsky (1882–1971)

Concerto em ré maior para Orquestra de Cordas ‘Basler’

  1. Vivace
  2. Arioso
  3. Rondo

Arthur Honegger (1892–1955)

Sinfonia No. 4 ‘Deliciae Basilienses’

  1. Lento e misterioso
  2. Larghetto
  3. Allegro

Kammerorchester Basel

Christopher Hogwood

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 253 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 149 MB

Kammerorchester Basle

Depois que vocês gostaram do disco, o pessoal ficou bem mais animado…

 

 

 

 

 

 

“Christopher Hogwood leads near ideal performances of all three items, and they respond well to his crisp, period-instrument-influenced approach…wholly recommendable.” CLASSICS TODAY

The archives of the Sacher Stiftung in Basel contain many treasures of contemporary music commissioned by Sacher, and first performed by him. In addition the documentation of more than 50 years of concert giving, both with the Basler Kammerorchester and the Collegium Musicum Zürich demonstrates his masterly sense of the possibilities of combining old and new music to best effect.

Aproveite!

René Denon

Debussy (1862 – 1918) – Chopin (1810 – 1849) – Mussorgsky (1839 – 1881): Peças para Piano – Behzod Abduraimov ֍

Debussy (1862 – 1918) – Chopin (1810 – 1849) – Mussorgsky (1839 – 1881): Peças para Piano – Behzod Abduraimov ֍

Debussy • Chopin

Mussorgsky

Peças para Piano

Behzod Abduraimov

 

Este disco chamou-me a atenção pelo que me pareceu de imediato um inusitado programa. Claro, adoro estas obras, logo eu que gosto de piano, mas confesso não as imaginava reunidas em um mesmo recital. Debussy e Chopin têm uma conexão, é certo, mas, Mussorgsky?

Além disso, havia visto o jovem virtuose, nascido no Uzbequistão, com o para mim estranho nome Behzod Abduraimov, associado a discos com Concertos para Piano do tipo arrasa-quarteirão.

No entanto, uma leitura do livreto trouxe a frase ‘O todo geralmente é maior do que a soma de suas partes’. E mais, nas palavras do próprio pianista: ‘Cada movimento é uma miniatura em si mesmo, e juntos formam um caleidoscópio de todos os tipos de imagens e emoções humanas’.

Uma das críticas compara as interpretações de Behzod com aquelas de pianistas como Pascal Rogé, Jean-Yves Thibaudet e Jean-Efflam Bavouzet, dizendo que estes conseguem mais sofisticação, mas não a mesma inocência infantil que ele consegue na suíte de Debussy. Eu fiquei pensando em quão privilegiados somos de poder contar com tantas opções…

Claude Debussy (1862 – 1918)

[1-6] – Children’s Corner

Frédéric Chopin (1810 – 1849)

[7-30] – Préludes, Op. 24

Modest Mussorgsky (1839 – 1881)

[31-44] – Quadros de uma Exposição

Behzod Abduraimov, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 809 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 415 MB

A Exposição…

Uma crítica bastante favorável na famosa Gramophone explica que as peças têm feito parte dos recitais de Behzod quando em suas turnês e certamente sua interpretação dessas lindas pecinhas que tomadas assim, juntas, somam um universo, transformam a audição do disco o do recital uma agradabilíssima experiência.

Aproveite!

René Denon

Behzod mostrando um diminuendo para o pessoal do PQP Bach…

Se você gostou desta postagem, talvez queira visitar esta aqui…

Frederic Chopin (1810-1849): Préludes, Op. 28 – Eric Lu, piano

Chopin (1810–1849), Liszt (1811–1886) & Ravel (1875–1937): Peças para Piano – Benjamin Grosvenor ֎

Chopin (1810–1849), Liszt (1811–1886) & Ravel (1875–1937): Peças para Piano – Benjamin Grosvenor ֎

Chopin • Listz • Ravel

Peças para Piano

Benjamin Grosvenor

 

Este disco é uma pérola para os amantes da boa música para piano! É o disco de estreia de Benjamin Grosvenor no selo DECCA em 2011, já faz meia eternidade, quando a data é vista sob a perspectiva de hoje. O então bem jovem pianista de 19 anos reuniu no disco os Scherzos de Chopin e Gaspard de la nuit, de Ravel, peças que constavam constantemente de seus recitais. Ele explica que as peças de Liszt servem como uma ponte entre esses dois compositores e não por acaso. O livreto tem um texto com título ‘From Chopin via Liszt to Ravel’.

O conjunto todo reúne uma coleção de peças produzidas por compositores-pianistas, Chopin e Liszt, além de Ravel, cuja composição excedia sua própria técnica de piano.

O disco inicia com o Scherzo No. 1 de Chopin com sua impetuosidade e passando pelo episódio mais sonhador – afinal, Chopin era um renomado romântico.

Em lugar de seguir apresentando os outros Scherzos, em ordem de publicação, assim como fazia nos recitais, para nos dar uma oportunidade de apreciar ainda mais as diferenças existentes entre um e outro, Grosvenor os intermedia com outras obras, três Noturnos.

O libreto nos ensina que Chopin foi o primeiro compositor a considerar um scherzo como uma peça independente, destacada de uma sonata ou sinfonia.

Depois disso, funcionando como o intermezzo, fazendo uma ponte para a grande peça final, três lindas peças de Liszt: duas transcrições para piano de canções de Chopin e um Noturno, de nome ‘En rêve’. Afinal, Chopin não foi o único nem o primeiro a compor noturnos.

Para arrematar, o Gaspard de la nuit, três poemas para piano segundo poemas de Aloysius Bertrand. Esta peça de Ravel destaca-se como uma das mais difíceis da literatura para piano e foi composta também com este propósito. Uma espécie de suíte, consta de três movimentos, de nomes Ondine, Le Gibet e Scarbo. Da literatura onde buscou a inspiração, Ravel traz um clima noturno, fantasmagórico, presente mesmo no nome. Ondine é uma ninfa que representa o perigo da atração da sereia, enquanto Le Gibet ressoa um sino que dobra ao longe enquanto se avista no horizonte o corpo de um enforcado sob a luz do por do Sol. Ravel se propôs o desafio de superar com Scarbo o já formidável virtuosismo do Islamey de Balakirev, que ocupava a posição de peça mais difícil da literatura para piano. Certas passagens, com um ritmo fascinante, em particular as repetidas notas em staccato, evocam claramente o piano de Liszt, em particular a Valsa-Mefisto, tendo Ravel pretendido, com esta partitura, “exorcizar o romantismo”, segundo a sua própria expressão.

Frédéric Chopin (1810 – 1849)

  1. Scherzo No. 1 em si menor, Op. 20
  2. Noturno No. 5 em fá sustenido maior, Op. 15 No. 2
  3. Scherzo No. 4 em mi maior, Op. 54
  4. Noturno No. 19 em mi menor, Op. 72 No. 1
  5. Scherzo No. 3 em dó sustenido menor, Op. 39
  6. Noturno No. 20 em dó sustenido menor, Op. post.
  7. Scherzo No. 2 em si bemol menor, Op. 31

Franz Liszt (1811 – 1886)

Transcrição para Piano de Duas Canções de Chopin

  1. Moja pieszczotka (Minha Querida)
  2. Życzenie (O Desejo da Donzela)

Noturno

  1. ‘En rêve’, S207

Maurice Ravel (1875 – 1937)

Gaspard de la Nuit

  1. Ondine
  2. Le gibet
  3. Scarbo

Benjamin Grosvenor, piano

Gravado no Lyndhurst Hall, Londres, em 26 de abril de 2011

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 237 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 180 MB

Benjamin experimentando o grand piano do Salão de Retratos do PQP Bach Hall de Itaperuna

Ravel’s Gaspard holds no terrors for him. He is at his fluid best in Ondine. Others have created a darker atmosphere in Le Gibet (Pogorelich) and provided more attack in Scarbo (Berezovsky). This is to judge Grosvenor by the highest standards, as his brilliant pianism demands.

Phillip Scott

One of the most individual things about this stunning debut by Benjamin Grosvenor is his pervasive sense of balance and his unerring blend of Classical restraint and Romantic ardour…He is a virtuoso who declines the mantle of virtuoso, every gestures being put exclusively and exhilaratingly at the service of the music. Grosvenor’s playing exudes joy and spontaneity, seeming to release rather than interpret the music.

BBC Music Magazine, outubro de 2011

Aproveite!

René Denon

PS: Se você gostou deste álbum, não deixe de visitar…

Vários: Dances – Peças para Piano – Benjamin Grosvenor

J. S. Bach (1685–1750): Trio Sonatas – Simon Preston, órgão ֍

J. S. Bach (1685–1750): Trio Sonatas – Simon Preston, órgão ֍

BACH

Trio Sonatas BWV 525 – 530

Simon Preston, órgão

 

Nos anos 90, quem apreciava a música para órgão de Bach aguardava ansiosamente os lançamentos de duas séries de gravações realmente espetaculares. Simon Preston pela Deutsche Grammophon, com capas em um estilo que reforçava o fato de as gravações serem digitais, e Christopher Herrick, pela Hyperion, com capas bem mais tradicionais – barrocas. Ambos competiam em altíssimo nível e as comparações eram tão inevitáveis quanto inconclusivas. Pena que os discos da Hyperion enferrujaram, eram muito mais vulneráveis ao clima daqui. Já os CDs do Preston ainda estão aqui e continuam a ser desfrutados. E como já faz um bom tempo que o órgão de Bach não é postado, vamos de Trio Sonatas, com o Simon!

WF Bach

Este é um disco espetacular e reúne as seis peças deste tipo que Bach compilou e arrumou para a prática de seu filho mais velho, Wilhelm Friedemann, que realmente tornou-se um dos melhores organistas de seu tempo. Cada sonata tem três movimentos, rápido – lento – rápido. Um bom número dos dezoito movimentos que formam o conjunto foi arranjado de peças já existentes enquanto os restantes foram compostos para a empreitada. Era comum a apresentação assim de coleções de seis peças.

O que torna especial este conjunto de sonatas é o fato de serem adaptações para um instrumento de teclado e pedais, como o órgão, das Sonatas em Trio, obras para conjuntos de instrumentos, dois melódicos, acompanhados de um cravo. Assim, cada uma das mãos apresenta o material de um dos instrumentos melódicos e os pés ficam encarregados do baixo contínuo, a parte atribuída ao cravo, nos conjuntos de câmara.

Particularmente instrutivo é comparar o adagio da Sonata em ré menor, BWV 527, com sua adaptação para flauta, violino e cravo, que se tornou o movimento lento do Concerto Tríplice, BWV 1044.

O fato de que esta música que surgiu de propósitos didáticos, digamos assim, tenha a capacidade de continuar encantando intérpretes e ouvintes até hoje é uma prova da profunda genialidade de Bach.

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Trio Sonata No. 1 em mi bemol maior, BWV 525

  1. [Sem indicação de tempo]
  2. Adagio
  3. Allegro

Trio Sonata No. 2 em dó menor, BWV 526

  1. Vivace
  2. Largo
  3. Allegro

Trio Sonata No. 3 em ré menor, BWV 527

  1. Andante
  2. Adagio e dolce
  3. Vivace

Trio Sonata No. 4 em mi menor, BWV 528

  1. Adagio – Vivace
  2. Andante
  3. Un poc’allegro

Trio Sonata No. 5 em dó maior, BWV 529

  1. Allegro
  2. Largo
  3. Allegro

Trio Sonata No. 6 em sol maior, BWV 530

  1. Vivace
  2. Lento
  3. Allegro

Simon Preston, órgão

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 339 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 178 MB

Simon Preston

Simon Preston, at the Klais organ of St Katharina’s, Blankenburg, displays some outstanding musicianship here. He commands such a technique that it enables the various influences on Bach’s style to guide and colour the music. Thus the aria-like slow movements of the Second and Fourth Sonatas unravel a lovely sense of line and freedom, and the sparkling concertante outer movements are delivered with flair.

Aproveite!

René Denon

Você poderia gostar também deste disco aqui:

Bach (1685-1750): Joy of Bach – Keiko Nakata

Mozart (1756 – 1791): Così fan tutte • (Homenagem ao Ammiratore) • solistas • Philharmonia Orchestra & Karl Böhm ֍

Mozart (1756 – 1791): Così fan tutte • (Homenagem ao Ammiratore) • solistas • Philharmonia Orchestra & Karl Böhm ֍

MOZART

Così fan tutte

Schwarzkopf • C. Ludwig

Kraus • G. Taddei

Berry • H. Steffek

Philharmonia Orchestra

Karl Böhm

Para homenagear nosso gentil e saudoso amigo, compare Ammiratore, como eu gostava de chamá-lo, decidi postar uma linda ópera. Não vou tentar fazer uma postagem no estilo dele, resultado de meticulosa pesquisa, com detalhes históricos e ilustrações bem específicas, além da apresentação de diferentes gravações… Eu não tenho estas habilidades que eram típicas dele. Costumava dizer-lhe que minhas (poucas) postagens de óperas buscam mais contagiar os visitantes do blog pelo meu amor por elas, por uma pequena anedota eventualmente introduzida e que o atraísse para a obra, contando que ela (a música) fizesse então a mágica. Ainda aposto nesta abordagem e tenho certeza de que nosso querido amigo aprovaria a postagem.

Così fan tutte é a terceira ópera surgida da colaboração de Mozart e Lorenzo da Ponte. As duas anteriores, Le Nozze di Figaro e Don Giovanni, não poderiam ser mais diferentes desta última. Enquanto Figaro e Don Giovanni estão repletas de personagens marcantes e árias fenomenais, Così se destaca por números apresentados por conjuntos de cantores: duos, trios, sextetos. As personagens aparecem aos pares: duas mocinhas, dois galãs e um casal formado pelo cínico filósofo e sua colaboradora, a camareira das moças. Outro aspecto que distingue esta obra das anteriores é ser politicamente incorreta e mais deliciosa ainda por isso. Afinal, o título, Così fan tutte, fala por si, mesmo sem tradução.

Veja como a trama é descrita em um dos sites que andei visitando: ‘Uma comédia com elementos nitidamente sérios, a peça traz um conto satírico de traição, onde a confiança é testada até o limite. Afinal, é possível que dois casais aparentemente fiéis tenham suas vidas afetivas arruinadas por um jogo de traições aparentemente inofensivo?’

Elisabeth e Christa ensaiando para uma apresentação no PQP Bach Opera Theater de Resende…

Assim é a ópera, repleta de troca de papéis, de disfarces e confusões. O libreto foi escrito por da Ponte sem um especial modelo literário e aparentemente tudo surgiu de uma história que lhe foi contada pelo próprio imperador austríaco. É claro que o tema não era de todo ausente da literatura, mas certamente chocou muitas pessoas na época de sua composição. A ópera também não ficou muito tempo em cartaz devido a morte do imperador. Assim, Così fan tutte firmou-se mesmo como uma das grandes óperas de Mozart, passando a integrar o repertório dos principais teatros do mundo a partir do século XX.

Quando Mozart iniciou a sua composição em novembro de 1789, estava financeiramente quebrado e a obra foi composta em tempo recorde – com a primeira apresentação em fins de janeiro de 1790. As reservas das pessoas sobre o tema e a morte do imperador, fechando os teatros para o luto oficial, contribuíram para que a ópera não salvasse as finanças de Mozart, o que foi realmente uma pena. A experiência de Mozart na composição de música de câmera certamente influenciou nas suas composições para grupos de cantores.

As moças e os galãs…

A história inicia com uma aposta feita pelo experiente Don Alfonso com os jovens Guglielmo e Ferrando, confiantes na fidelidade de suas amadas Fiordiligi e Dorabella. É claro que segue uma enfiada de confusões, disfarces e idas e vindas que incluem envenenamento e seções de mesmerização, até que as duas lindas se rendem aos encantos dos mocinhos disfarçados de bigodudos albaneses. Afinal, così fan tutte…

Bom, é curioso que naqueles dias Mozart havia escrito uma carta para a sua Constanze, que passava uns dias em uma estância de águas em Baden recuperando a saúde, admoestando-a a ser mais… discreta. Mas Mozart era realmente um ser humano diferenciado. Veja um outro trecho de carta, da mesma época: An astonishing number of kisses are flying about! I see a whole crowd of them. Ha! Ha! I have just caught three — They are delicious… I kiss you millions of times.

A gravação da postagem é clássica. Alguns diriam até jurássica. Bem, eu digo impecável, inigualável. As cantoras Elisabeth Schwarzkopf e Christa Ludwig (a quem aqui mais uma vez prestamos homenagem) estão perfeitas. O tenor Alfredo Kraus como Ferrando e Giuseppe Taddei como Guglielmo completam o quarteto central. Walter Berry, que fora casado com a Christa Ludwig, é Don Alfonso e Hanny Steffek uma ótima Despina. A Philharmonia Orchestra está sob o comando de Karl Böhm, cuja expertise em Mozart era indisputável naqueles dias, e a produção de Walter Legge completa o conjunto magnificamente.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Così fan tutte

Ópera buffa em dois atos

Fiordiligi – Elisabeth Schwarzkopf, soprano

Dorabella – Christa Ludwig, mezzosoprano

Ferrando – Alfredo Kraus, tenor

Guglielmo – Giuseppe Taddei, barítono

Don Alfonso – Walter Berry, baixo

Despina – Hanny Steffek, soprano

Philharmonia Orchestra & Chorus

Karl Böhm

Produção – Walter Legge

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 732 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 379 MB

Karl era bom em Mozart, Strauss e Wagner. Já em certos outros assuntos…

Böhm já havia gravado a ópera para a DECCA em 1955 e voltaria a gravá-la em 1977 para o selo amarelo. Mas esta gravação, feita sob a supervisão de Walter Legge e com um time dos sonhos de cantores é, sem dúvida, a melhor escolha. O Penguin Guide diz: Its glorius singing is headed by the incomparable Fiordiligi of Schwazkopf and the equally moving Dorabella of Christa Ludwig; it remains a superb memento of Walter Legge’s recording genius and remains unserpassed…

Aproveite!

RD

Linda imagem da produção de Così fan tutte feita por J. E. Gardiner

Para uma visão geral da ópera, visite este site aqui.

Outra gravação para contrastar:

W. A. Mozart (1756-1791): Così fan tutte

 

Mozart (1756-1791): Sinfonias Nros. 23, 25, 28, 29, 31, 35, 36, Sinfonia Concertante e Posthorn (Berliner Philharmoniker / Abbado) ֍

Mozart (1756-1791): Sinfonias Nros. 23, 25, 28, 29, 31, 35, 36, Sinfonia Concertante e Posthorn (Berliner Philharmoniker / Abbado) ֍

Mozart

(Algumas) Sinfonias

Berliner Philharmoniker

Claudio Abbado

 

Como eu gosto muito de música que envolva piano – sonatas, concertos – acabo negligenciando um pouco os outros gêneros. Para manter uma dieta musical equilibrada é necessário, portanto, um certo planejamento. Foi assim que escolhi uma cesta de discos com sinfonias e me dei conta que estava há um bom tempo sem ouvir sinfonias de Mozart.

As Sinfonias eram ouvidas em casa assim, antes das vitrolas…

Wolfferl escreveu sinfonias desde que usava calças curtas e podemos dizer que ao longo de sua vida o gênero floresceu e ganhou proporções maiores. Certamente as sinfonias compostas por Haydn eram muito estimulantes, mas as últimas sinfonias produzidas por Mozart (que foram compostas quase três anos antes de sua morte) estabelecem elas próprias novos espetaculares padrões.

Confesso razoável desinteresse pelas pequenas obras de juventude e os discos que reuni com o mais destas obras ficaram pouco tempo sob a agulha da minha vitrola. Mesmo os conjuntos historicamente informados, com suas muitas repetições não ajudaram muito.

As capas do yellow label eram ‘muito’ melhores…

Assim, foi com bastante prazer que encontrei um pacote com várias sinfonias (já de maturidade) mas que ainda antecedem as grandes quatro últimas poderosas sinfonias. A orquestra, pasmem, Berliner Philharmoniker! Mas, acalmem seus desnecessários temores, em vez de Darth Vader, segurando a batuta está o gentil Claudio Abbado. Estas sinfonias são parte de uma série de gravações feitas pela Berliner Philharmoniker sob a regência de Abbado para a Sony, numa das primeiras gravações da orquestra fora do yellow label em muitos anos.

Como vocês possivelmente sabem, Claudio Abbado foi escolhido para suceder a Herbert von Karajan como o regente principal da orquestra e permaneceu neste cargo de 1990 até 2002. Com as simples e revolucionárias palavras ‘I’m Claudio for everyone. No titles!’ ele se apresentou e inaugurou uma nova etapa na vida artística de uma das maiores orquestras de todos os tempos.

A cara de felicidade de Claudio ao saber que seria o regente da BP

Como os berlinenses estavam em busca de uma imagem diferente daquela associada a HvK, as interpretações destas obras sob a batuta do novo Herr Direktor, que não queria ser assim chamado, soam bastante inovadoras – um som mais translúcido, mais leve. Houve até um certo ranger de dentes entre os críticos e fãs mais arraigados às velhas práticas da orquestra de som laqueado e opulento. Eu gostei bastante da nova abordagem. Como achei o material um pouco extenso, acabei fazendo uma seleção com as ‘mais-mais’. Espero que você goste.

No pacote temos duas sinfonias intermediárias – a ‘Pequena’ Sinfonia em sol menor, assim chamada para diferenciá-la da Sinfonia No. 40, também em sol menor, e a adorável Sinfonia No. 29 em lá maior. Depois temos uma Sinfonia Parisiense, em três movimentos, feita para agradar os ouvidos franceses. Em seguida duas maravilhosas sinfonias compostas para ocasiões específicas – a Sinfonia ‘Haffner’ e a Sinfonia ‘Linz’. Estas sinfonias são o prelúdio das quatro últimas majestosas que ainda estavam a caminho. Como gosto muito desta obra, inclui também a Sinfonia Concertante para Viola e Violino e uma ‘Sinfonia’ formada por três movimentos extraídos da Serenata Posthorn, uma espécie de encore para terminar o alentado programa.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)

Sinfonia No. 25 em sol menor, K183

  1. Allegro con brio
  2. Andante
  3. Menuetto – Trio
  4. Allegro

Sinfonia No. 29 em lá maior, K. 201

  1. Allegro moderato
  2. Andante
  3. Menuetto
  4. Allegro con spirito

Sinfonia No. 31 em ré maior, K297 ‘Paris’

  1. Allegro assai
  2. Andantino
  3. Allegro

Sinfonia No. 35 em ré maior, K. 385 “Haffner”

  1. Allegro con spirito
  2. Andante
  3. Menuetto
  4. Finale. Presto

Sinfonia No. 36 em dó maior, K. 425 “Linz”

  1. Adagio – Allegro spiritoso
  2. Andante
  3. Menuetto – Trio
  4. Presto

Sinfonia concertante em mi bemol maior, K. 364

  1. Allegro maestoso
  2. Andante
  3. Presto

Sinfonia da Serenade No. 9 em ré maior, K320 ‘Posthorn’

  1. Adagio maestoso – Allegro con spirito
  2. Andantino
  3. Finale. Presto

Wolfram Christ, viola (K 364)

Rainer Kussmaul, violino (K 364)

Berliner Philharmoniker

Claudio Ababdo

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 809 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 415 MB

One bad review from Amazon-critics: Revisiting this disc was an act of penance. Was it efficacious? Not in the least. In fact, it just stoked my anger – a mortal sin in itself – that the most over-rated conductor on the planet would so mutilate the Berlin Phil to gain street-cred with the likes of Jeggy and Norrington. Nor am I that much of a sinner, sad to say, that I need to undergo this trial again in preparation for the Pascal Mystery to come.

A much warmer one: When first issued in 1993-94, these Mozart performances from Abbado and the Berlin Phil. were ill-fated. No one could quite accept that long-time DG artists had switched to Sony, and sales were poor. Now the performances have resurfaced in impeccable “enhanced” DSD sound, and they couldn’t be better. A direct comparison to Levine’s Sym. 31 with the Vienna Phil. (DG) is telling: it’s the Berliners who sound free, joyous, and alive inside–all Viennese virtues–while the Viennese themselves sound rushed and indifferent.

Here a professional one, on the Symphonies Nos. 29 & 35: Though Abbado’s Berlin sound is weighty, the results are not just big-scale but elegante too, with horns whooping out brightly. Abbado is never mannered and his phrasing and pointing of rhythm are delicately affectionate, conveying na element of fun and with speeds never allowed to drag. Slow movements are kept flowing, and finales are hectically fast, but played with such a verve and diamond-bright articulation that there is no feeling of breathlessness. [Trecho do Penguin’s Guide to CDs]

Brilho diamantino! Aproveite!

René Denon

– O que o pessoal do PQP Bach achou deste adagio?

Beethoven (1770-1827): Concertos para Piano Nos. 3 e 4 – Jacob Bogaart – Netherlands Radio Chamber Orchestra – Ernest Bour ֎

Beethoven (1770-1827): Concertos para Piano Nos. 3 e 4 – Jacob Bogaart – Netherlands Radio Chamber Orchestra – Ernest Bour ֎

BTHVN

Concertos para Piano Nos. 3 & 4

Jacob Bogaart

Netherlands Radio Chamber Orchestra

Ernest Bour

 

Promessas são importantes, mas há que saber a hora de quebrá-las.  Eu havia prometido a mim mesmo não postar tão cedo alguma música de Beethoven, depois daquele tsunami de postagens comemorativas. É claro que isso não incluiu não ouvir música de Beethoven. E tenho ouvido alguns bons discos, segundo meu gosto pessoal, pelo menos. Houve um disco com dois quartetos de cordas e uma coleção com as seis ou sete últimas sonatas para piano que realmente quase me fizeram quebrar o jejum. Os arquivos até já foram para a nuvem, mas as postagens ainda estão a caminho.

Jacob Bogaart esperando seu expresso no PQP Bach Café de Saquarema…

Foi então que avistei este disco no alto da pilha de CDs que o Comitê de Distribuição de Material Musical aqui do PQP Bach me designou e a adrenalina fluiu forte em minhas veias e artérias, talvez… Os primeiros acordes do Concerto No. 3 confirmaram a impressão e a decisão da postagem se confirmou. Sob a batuta do Ernest Bour a Orquestra de Câmara da Radio Holandesa inicia de maneira contagiante, arrebatadora. As proporções sonoras fazem os dois concertos mais próximos dos grandes concertos de Mozart e, especialmente no caso do Terceiro, gostei mais ainda por isso.

O disco foi gravado em 1985, mas certamente NÃO é jurássico! Os intérpretes não são estelares, mas são absolutamente credenciados e basta ouvir um pouco do disco para crer.

Ernest Bour já nos ofereceu seus préstimos aqui recentemente, regendo concertos para piano de Mozart, acompanhando o fabuloso Rudolf Firkušný. O solista Jacob Bogaart eu não conhecia, mas passarei a ficar atento às suas gravações. Você poderá saber um pouco mais de seus interesses musicais e de sua (ótima) formação acessando a sua página, clicando aqui.

Ludwig van Beethoven (1770-1827)

Concerto para Piano No. 3 em dó menor, Op. 37

  1. Allegro con brio
  2. Largo
  3. Allegro

Piano Concerto No. 4 in G major, Op. 58

  1. Allegro moderato
  2. Andante con moto
  3. Vivace

Jacob Bogaart, piano

Netherlands Radio Chamber Orchestra

Ernest Bour

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 302 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 158 MB

Ernest Bour e Jacob Bogaart

Veja o resumo de uma crítica: Ernest Bour, conductor par excellence of 20th century music […] Bour’s Beethoven sounds transparent, dynamic and light.‘Totally cleansed of caked – on romantic grease’.

Together with pianist Jacob Bogaart the Urtext was studied as well as the manuscripts […] and nearly everything that had been written about Beethoven…

All together a challenging quest that resulted in the synthesis of modern piano practice and that of nearly two centuries ago.

Aproveite!

René Denon

Bravo!

Gibbons / Sweelinck / Bach / Brahms / Berg: For Glenn Gould (Stewart Goodyear) ֍

Gibbons / Sweelinck / Bach / Brahms / Berg: For Glenn Gould (Stewart Goodyear) ֍

For Glenn Gould

Gibbons · Sweelinck

Bach

Brahms · Berg

Stewart Goodyear, piano

Stewart Goodyear nasceu e cresceu em Toronto, filho de pais que vieram de outros países – algo bem canadense. Como vocês sabem, Toronto, no Canadá, é também a cidade natal de Glenn Gould. Além da cidade natal, Stewart e Glenn têm em comum o fato de serem extraordinários pianistas. Apesar de Glenn Gould já ter morrido há tempo, acho adequado manter o verbo no presente.

De Gould já sabemos muitas coisas (e caso você ainda não saiba, está esperando o que?), incluindo o fato que suas lendárias interpretações, especialmente das obras de Bach, mas também de Beethoven e particularmente de Mozart, costumam despertar paixões ou desafetos. Impossível é ficar em cima do muro.

Quanto a Stewart Goodyear, ele é um pianista capaz de feitos memoráveis, tais como interpretar todas as Sonatas para Piano de Beethoven em um só dia, e não apenas uma vez na vida.

Glenn pensando no seu próximo disco…

No disco desta postagem, Stewart presta uma homenagem ao outro pianista canadense revisitando algumas peças típicas de seu repertório. O programa do disco pode fazê-lo erguer uma sobrancelha num primeiro contato, mas não deixe isso atrapalhar o que poderá trazer uma boa hora de música. Coloque o arquivo no player e aproveite o passeio.

Eu adorei a transição da Partita de Bach para os dois intermezzi de Brahms, o que me fez buscar o disco do Glenn interpretando Brahms, de tirar o folego.

A Sonata de Berg também surge assim como um desafio, um sabor contrastante na seleção e a interpretação assegura que ela merece ser mais vezes ouvida. Bem, adivinhe com qual peça o Stewart ‘Bom-Ano’ termina o programa? Ganha um doce se acertar sem colar…

Esparrame-se em sua poltrona favorita e aprecie sem moderação!

Orlando Gibbons (1583 – 1625)

  1. Lord Salisbury’s Pavan and Galliard, para teclado, MB18/19

Jan Pieterszoon Sweelinck (1562 – 1621)

  1. Fantasia em ré maior

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

  1. Sinfonia No. 7 em mi menor, BWV 793
  2. Sinfonia No. 8 em fá maior, BWV 794
  3. Sinfonia No. 14 em si bemol maior, BWV 800
  4. Sinfonia No. 11 em sol menor, BWV 797
  5. Sinfonia No. 4 em ré menor, BWV 790

Partita No. 5 em sol maior, BWV 829:

  1. Praeambulum
  2. Allemande
  3. Courante
  4. Sarabande
  5. Tempo di Minuetto
  6. Passepied
  7. Gigue

Johannes Brahms (1833 – 1897)

  1. Intermezzo, Op. 118, No. 2 em lá maior
  2. Intermezzo, Op. 117, No. 3 em dó sustenido menor

Alban Berg (1885 – 1935)

  1. Sonata para Piano, Op. 1

Johann Sebastian Bach 91685 – 1750)

  1. Aria, da “Goldberg Variations” BWV 988

Stweart Goodyear, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 256 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 164 MB

Para entender melhor o programa, veja a primeira pergunta feita ao Stewart numa entrevista que poderá ser lida na íntegra aqui.

GGF: 1) Can you tell us how this program originated, and how it’s connected to Glenn Gould?

SG: This program consists of repertoire Glenn Gould performed in his historic debuts at the Phillips Collection in Washington DC, and the Ladies Morning Music Club in Montreal. Many of the works programmed were very close to Gould, and both programs showcased some of his most favourite composers.

Aproveite!

René Denon

Stewart esperando uma porção de pastéis de camarão no famoso Caneco Gelado do Mário…

Fauré / Debussy / Ravel / Poulenc / Stravinsky: Música Francesa para Duo de Piano – Paul Lewis · Steven Osborne ֍

Fauré / Debussy / Ravel / Poulenc / Stravinsky: Música Francesa para Duo de Piano – Paul Lewis · Steven Osborne ֍

Fauré · Debussy

Ravel · Poulenc

Stravinsky

Paul Lewis · Steven Osborne

 

Buscar inspiração no mundo do ‘Era uma vez…’ – no universo infantil – é um recurso usado por compositores do mundo todo. Isto também aconteceu com os compositores franceses da virada do século XIX para o século XX, como podemos ver nas duas suítes para piano a quatro mãos que abrem e fecham o programa deste maravilhoso disco.

Eu, que aprecio bastante estes dois ótimos pianistas, Paul Lewis e Steven Osborne, e como gosto muito deste repertório, tratei logo de ouvir e de postar este disco assim que me dei com ele. Inclusive, passei-o à frente de outros projetos. Afinal, nada como uma boa novidade para animar a gente.

Gabriel Fauré teve em 1892 um caso com Emma Bardac, cuja filha de tão pequenina tinha o apelido Dolly. Foi para ela que Fauré compôs cinco das seis peças desta Suíte Dolly, ao longo de alguns anos, acrescentando a primeira delas, a Berceuse, que já estava na gaveta esperando uma boa oportunidade. Essa música de salão é muito bela e agradável, mas demanda bastante trabalho dos intérpretes. Veja como o último movimento, Le pas espagnol, é de tirar o fôlego.

A peça a seguir é uma curta mas intensa Sonata para Piano, a quatro mãos, escrita por Poulenc ainda aos 19 anos e sob boa influência de Satie. O livreto fala em pureza, equilíbrio e reserva. Eu penso em intensidade e ritmos marcados.

Após esta breve sonata entramos em um universo sonoro diferente, com as Seis Epígrafes Antigas, de Debussy. Estas peças são arranjos feitos em 1914, para piano duo, de um material composto originalmente para duas flautas, duas harpas e celesta, por volta de 1900, para acompanhar um espetáculo de mímica e declamação de poemas – Les chansons de Bilittis. Claude fez estes arranjos com um olho no mercado para música para piano a quatro mão e outro na despensa, que já andava meio vazia.

Depois disso, a adorável Petit Suíte, também de Debussy, mas esta peça composta em 1888, 1889. Música de salão no melhor sentido da palavra – um pouco de superficialidade, nada de longos movimentos, ritmos simples e melodias memoráveis. Depois de ouvir ‘Em bateau’ uma só vez você reconhecerá a peça cada vez que voltar a ouvi-la. Claude estreou a suíte ao lado de Jacques Durand, que seria seu editor. Pois no último movimento, Claude ficou tão animado que deixou o pobre Durand arfando.

Na sequência Três Peças de Stravinsky, que era russo, mas estava emprestado na França, em 1914, às voltas com o espetacular insucesso da Sagração. A composição destas peças certamente foram uma boa maneira de retomar o fôlego assim como os seus poderes criativos.

E para completar este lindo disco, a Suíte Ma mère l’oye, de Maurice Ravel. Falar o que? Perfeição! Já ouvi muitas gravações desta suíte e gosto praticamente de todas (I’m easy to please), mas esta, senhores, está maravilhosa. Vejam lá o quão feérico é este jardim!

Gabriel Fauré (1845 – 1924)

Suíte Dolly, Op. 56

  1. Berceuse
  2. Mi-a-ou
  3. Le jardin de Dolly
  4. Kitty-valse
  5. Tendresse
  6. Le pas espagnol

Francis Poulenc (1899 – 1963)

Sonata para piano a quatro mãos

  1. Prélude
  2. Rustique
  3. Final

Claude Debussy (1862 – 1918)

6 Epigraphes antiques

  1. Pour invoquer Pan, dieu du vent d’été
  2. Pour un tombeau sans nom
  3. Pour que la nuit soit propice
  4. Pour la danseuse aux crotales
  5. Pour l’égyptienne
  6. Pour remercier la pluie au matin

Petite Suite

  1. En bateau
  2. Cortège
  3. Menuet
  4. Ballet

Igor Stravinsky (1882 – 1971)

Três Peças Fáceis para Piano Duo

  1. March
  2. Waltz
  3. Polka

Maurice Ravel (1875 – 1937)

Ma mère l’oye

  1. Pavane de la belle au bois dormant
  2. Petit poucet
  3. Laideronnette, impératrice des pagodes
  4. Les entretiens de la belle et de la bête
  5. Le jardin féerique

Steven Osborne & Paul Lewis, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 220 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 189 MB

Steven & Paul

Fresh-faced charm pervades this astutely curated disc…Far from a marriage of convenience, Lewis and Osborne are long-standing duo partners, complementing each other perfectly in lightly-worn… 

— BBC Music

This offers not only the perfect escape from our current locked-down state but also the most sublime example of peerless pianism.

Gramophone Magazine, April 2021 – Recording of the Month

Aproveite!

René Denon

Se você gostou desta postagem, pode também visitar esta aqui:

Música Francesa para Piano a Quatro Mãos – Marylène Dosse e Annie Petit

Mahler (1860 – 1911): Lieder – Christa Ludwig & Gerald Moore ֍

Mahler (1860 – 1911): Lieder – Christa Ludwig & Gerald Moore ֍

Gustav Mahler

Lieder

Christa Ludwig

Gerald Moore

 

Este é um disco para especialistas e, portanto, se você não tem atração por essas específicas canções, siga seu caminho para as postagens mais próximas. Mas, se você, assim como eu, já provou e gostou dos Lieder, especialmente do período romântico tardio, prepare-se para algo bem especial. O álbum reúne quatro grandes nomes nesse assunto e a lista vem hoje encabeçada por Christa Ludwig, a cantora que faleceu recentemente (em 24 de abril de 2021) e a quem aqui justamente prestamos uma homenagem.

Gerald Moore

Ela vai assim juntar-se aos outros três nomes da minha lista e que já lá se foram para o Himmlisches Paradies. São eles o compositor Gustav Mahler, o pianista Gerald Moore e Walter Legge, o produtor mais poderoso e influente naqueles dias de novembro de 1957.

Walter Legge tinha uma paixão por música e em especial por Lieder. Era casado com Elisabeth Schwarkopf e a lista dos cantores que trabalhavam em cooperação com ele era estelar. Incluía Hans Hotter, Dietrich Fischer Dieskau. Se considerarmos as gravações de óperas, além deles temos Maria Callas, Tito Gobbi, Nicolai Gedda e inúmeros outros.

Christa Ludwig transitou em todas estas áreas com maravilhosa competência. Aqui ela mostra sua arte nas canções acompanhadas ao piano por um dos acompanhantes de piano que estabeleceu padrões altíssimos para esta função e tornou-se uma referência. Ela voltaria a gravá-las acompanhada por orquestras e grandes regentes, como Otto Klemperer e Lenny Bernstein. Mas aqui temos a oportunidade de ouvi-la em um momento muito especial de sua carreira.

Walter Legge

As 15 canções do programa incluem canções com letras de Rückert, algumas da coleção Des Knaben Wunderhorn e algumas canções de juventude do compositor. Não deixe de ouvir as minhas preferidas Ich atmet’ einen linden Duft, Liebst du um Schönheit, Wer hat dies Liedlein erdacht?, Des Antonius von Padua Fischpredigt e Rheinlegendchen.

Gustav Mahler (1860 – 1911)

Ruckert Lieder

  1. Ich atmet’ einen linden Duft
  2. Ich bin der Welt abhanden gekommen
  3. Um Mitternacht
  4. Liebst du um Schönheit

Des Knaben Wunderhorn

  1. Der Schildwache Nachtlied
  2. Wer hat dies Liedlein erdacht?
  3. Das irdische Leben
  4. Des Antonius von Padua Fischpredigt
  5. Rheinlegendchen
  6. Wo die schönen Trompeten blasen
  7. Lob des hohen Verstandes

Vierzehn Lieder und Gesänge aus der Jugendzeit

  1. Frühlingsmorgen (Leander)
  2. Hans und Grethe (Volkslied)

Knaben Wunderhorn

  1. Um schlimme Kinder artig zu machen
  2. Ich ging mit Lust

Christa Ludwig, mezzo-soprano

Gerald Moore, piano

Produção de Walter Legge

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 233 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 133 MB

Christa Ludwig habitually named three conductors from whom she had learned everything she needed to know about music: Karl Böhm for precision, Herbert von Karajan for beauty of sound and legato, and Leonard Bernstein for the expressive quality and joy of music. [The Guardian]

Aproveite!

René Denon

Manuel Bandeira (1886 – 1968): Poemas escolhidos pelo autor ֎

Manuel Bandeira (1886 – 1968): Poemas escolhidos pelo autor ֎

 

Manuel Bandeira 

Poemas Escolhidos

 

 

 

Quando a Indesejada das gentes chegar

(Não sei se dura ou caroável),

Talvez eu tenha medo.

Talvez sorria, ou diga:

                    – Alô, iniludível!

O meu dia foi bom, pode a noite descer.

(A noite com seus sortilégios.)

Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,

A mesa posta,

Com cada coisa em seu lugar.

O nome deste poema é Consoada e o poeta é Manuel Bandeira, que nasceu em 19 de abril de 1886, no Recife. Em 1903 estava estudando para tornar-se engenheiro ou arquiteto na Escola Politécnica de São Paulo, mas teve que abandonar seus estudos. Em suas próprias palavras:

“Quando caí doente em 1904, fiquei certo de morrer dentro de pouco tempo: a tuberculose era ainda o ‘mal que não perdoa’. Mas fui vivendo[…]. Continuei esperando a morte a qualquer momento, vivendo sempre como que provisoriamente.”

A poesia de Manuel Bandeira tem muito presente este tema, mas tem muitas outras coisas também. Eu possivelmente sou uma das pessoas menos preparadas para escrever uma postagem sobre o poeta, mas me obrigo a fazer isto por duas razões. Primeiro por querer dividir com mais pessoas os poemas lidos pelo poeta e, depois, pelo fato de que Bandeira é o poeta ao qual mais frequentemente recorro. Pois que a poesia é fundamental.

As minhas primeiras leituras de suas obras foram feitas na Escola Elementar (ah, a escola é tão importante nas nossas vidas…), mas gostei tanto que passei a ser um leitor desobrigado, que lê pelo prazer da leitura e pelo que ganhamos ao fazer isso…

Vários livros com seus poemas passaram por minhas mãos, alguns se perderam para outras necessitadas mãos, mas alguns restaram. Um em particular me é caro, uma antologia que acabei mandando encadernar com uma capa mais robusta, pois que tem o autógrafo do poeta. É verdade, a dedicatória é para outrem, mas só de imaginar que a mão do poeta, segurando uma caneta, esteve por um breve momento sobre aquela página, muito me alegra…

Espero que você goste de ouvir a voz marcante de alguém que nasceu no século XIX, viveu seus mais dias na primeira metade do século passado dando vida a alguns de seus mais significativos poemas. Você há de perceber que a mensagem dos poemas continua sendo muito, muito significativa. Especialmente nestes nossos tristes dias!

Manuel Bandeira (1886 – 1968)

01. Noite Morta
02. Berimbau
03. O Cacto
04. Pneumotórax
05. Evocação do Recife
06. Profundamente
07. Namorados
08. Vou-me embora para Pasárgada
09. O Último Poema
10. Estrêla da Manhã
11. Momento num Café
12. Rondó dos Cavalinhos
13. O Martelo
14. Água-Forte
15. Canção do Vento e da Minha Vida
16. Última Canção do Beco
17. Belo Belo (Tenho tudo o que quero…)
18. Piscina
19. Tema e Voltas
20. O Rio
21. Arte de Amar
22. Boi Morto
23. Satélite
24. Noturno do Morro do Encanto
25. Consoada
26. Poema só para Jaime Ovalle
27. A Ninfa
28. Mascarada
29. Maísa
30. Azulão

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 75 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 68 MB

Aproveite!

René Denon

Vou-me embora para Pasárgada

Lá sou amigo do rei

A Obra Completa de Béla Bartók (1881–1945): Allegro Barbaro e outras peças para piano – Zoltán Kocsis ֍ #BRTK140

A Obra Completa de Béla Bartók (1881–1945): Allegro Barbaro e outras peças para piano – Zoltán Kocsis ֍ #BRTK140

Bartók

Allegro Barbaro

Peças para Piano

Zoltán Kocsis

 

Entre 1951 e 1953 nasceram na Hungria três grandes pianistas – Deszö Ránki em 1951, András Schiff em 1953. Mas talvez o mais exuberante dos três tenha sido o que nasceu em 1952 – Zoltán Kocsis. Ele foi além de pianista, com um repertório imenso, um ótimo regente e tinha também boa mão para composição.

Como pianista tocava de Bach até os compositores de seus dias. Eu gosto muito das suas gravações para a Philips das peças de Debussy. É claro que ele também gravou as obras de Bartók para esta gravadora e  você encontrará algumas delas disponíveis no seu distribuidor PQP Bach mais próximo. Há inclusive quem diga que o blog passará uns dias com o apelido de PQP Bartók!

No entanto, o disco que apresento nesta postagem é algo mais antigo. Faz um belo par com o disco gravado por András Schiff e que foi postado pelo Playel aqui no PQP Bach. O disco de András Schiff é de 1980 (um ano antes do centenário de Bartók) enquanto o disco de Zoltán foi gravado cinco anos antes, em 1975. Há até uma coincidência de parte do repertório que fará a festa dos que gostam de comparar as interpretações.

As peças deste disco foram compostas entre 1911 e 1927. Por exemplo, a Sonata (razoavelmente curta) é de 1926.

Béla verificando uns arquivos baixados do PQP Bach…

Minha peça favorita no disco é o Allegro Barbaro, de 1911. É uma destas peças, como a Toccata op. 7 de Schumann ou a Toccata op. 11 de Prokofiev, que mexe com a gente. Parece ter um motor propulsor gerando a música… Intensa, marcante, serve como um cartão de visitas do compositor. Como é curtinha (até mais curta do que as outras peças mencionadas), ouça algumas vezes nesta linda interpretação do Zoltán Kocsis…

A transição para as demais peças é para ser saboreada com prazer. A Suíte e a Sonata não estão no disco do Schiff e fogem um pouco do padrão ‘música folclórica’, mas continuam com seus ritmos marcantes. As Velhas Canções para Dançar, algumas das 15 Canções Caipiras Húngaras, que estão na íntegra no disco do Schiff, fecham este disco do Zoltán (disco curtíssimo para os padrões atuais) com chave de ouro!

Impossível conseguir um corte de cabelo decente nestes dias de pandemia, não é, Béla?

Béla Bartók (1881 – 1945)

Allegro Barbaro

  1. Allegro

Três Rondós sobre Melodias Folclóricas

  1. Andante
  2. Vivacissimo
  3. Allegro molto

Três Melodias Folclóricas Húngaras

  1. Andante tranquilo rubato
  2. Allegro non troppo um poco rubato
  3. Maestoso

Suíte, op. 14

  1. Allegretto
  2. Scherzo
  3. Allegro molto
  4. Sostenuto

Sonata para Piano

  1. Allegro moderato
  2. Sostenuto e pesante
  3. Allegro molto

Danças Folclóricas Romenas

  1. Jocul cu bâtǎ (O Jogo da Vara)
  2. Brâul (O Cinto)
  3. Pe loc
  4. Buciumeana
  5. “Poarga” româneascá (Portão Romeno)
  6. Mǎnuntelul (O Bando)

Velhas Canções para Dançar de “15 Canções Caipiras Húngaras”

  1. Allegro
  2. Allegretto
  3. Allegretto
  4. L’istesso tempo
  5. Assai moderato
  6. Allegretto
  7. Poco più vivo
  8. Allegro
  9. Allegro

Zoltán Kocsis, piano

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC | 197 MB

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

MP3 | 320 KBPS | 109 MB

Zoltán e Sviatoslav adorando as instalações do PQP Bach em Budapeste…

É claro que eu não sei um fiapo de romeno, mas o Google tradutor me ajudou a divertidamente descobrir algumas coisas por trás dos nomes das Danças Folclóricas Romenas.

Aproveite!

René Denon

Minha sobrinha achou que eu estava falando ‘deste’ Bartók aqui…