A lentidão de P.Q.P. Bach é digna de se lamentar. Em 21 de julho publicamos este post onde anunciávamos que os compositores do CD Brassil interpreta compositores da Paraíba gostariam de ver seus trabalhos divulgados em nosso blog. Aceitamos na hora, mas sabe a fila? Para piorar andei perdendo-recuperando meu disco rígido e aí…. E aí que chega de desculpas!
Trata-se de um ótimo disco; contrastante como sempre acontece quando juntamos muitos compositores num mesmo projeto, mas com obras muito boas como Lied, Nouer II, Luares de Intermares, Perpetuum, Intensificações e Burlesca.
O Brassil (trocadilho em inglês misturando Brasil e brass) começou como um quinteto de metais que incorporou a posteriori um percussionista e virou um sexteto. Ele reúne alguns de maiores especialistas de seus instrumentos no país — Radegundis Feitosa, o trombonista, foi o primeiro Doutor em seu instrumento no país e troca figurinhas com Christian Lindberg.
O Compomus, por sua vez, é um laboratório de composição que ministra cursos de extensão para a comunidade musical em geral e acabou criando demanda pelo bacharelado em composição no curso de música da UFPB, atraindo atualmente estudantes também de estados vizinhos e oferecendo cursos inclusive de história do rock e editoração musical.
Tem compositor do Compomus quem nem completou 30 anos e já é professor titular na própria UFPB e outros que foram pra outros Estados, como o Mato Grosso, por exemplo. O pessoal do laboratório também tem conquistado posições de destaque em concursos de composição nacionais e participado de bienais de música ao longo desta década. Eli-Eri Moura e J. Orlando Alves ganharam bolsas de estudo da Funarte no último edital de Estímulo à produção artística – categoria música, em 2008.
A grande sacada deles foi aliar forças com grupos instrumentais e vocais — de dentro da universidade ou não — no intuito de obter divulgação mútua. O mais interessante desses grupos é o Sonantis, que não tem formação fixa e se mobiliza de acordo com a demanda instrumental de cada obra. Vide um futuro CD com a música de câmara de Eli-Eri Moura que iremos postar (mas vai demorar um pouco).
A parceria com a Sinfônica Jovem da Paraíba garantiu um concerto anual só com as obras dos alunos do Compomus. E aí dá pra entender que este CD do Brassil foi outra parceria — que afortunadamente obteve patrocínio para se concretizar.
O que esperar deste álbum? Diversas cabeças, diversos estilos, diversos talentos de uma escola pluralista que ainda vai chamar a atenção do resto do país.
COMPOSITORES E OBRAS
(Todos os compositores deste CD fazem parte do COMPOMUS)
1. MARCÍLIO ONOFRE – Chamber Echo (2006)
– Para quinteto de metais, piano e percussão
2. DIDIER GUIGUE – Lied (1988)
– Para quinteto de metais
3. PAULINO NETO – Polycontinuum (2006)
– Para quinteto de metais e percussão
4. ARIMATÉIA DE MELO – Calidoscópio (2005)
– Para quinteto de metais
5. JORGE RIBBAS – Adriatic Mood (2006)
– Para quinteto de metais e percussão
6. ELI-ERI MOURA – Nouer II (2006)
– Para trombone e piano
7. WILSON GUERREIRO – Luares de Intermares (2006)
– Para quinteto de metais e percussão
8. TICIANO ROCHA – Daedalus (2005)
– Para quinteto de metais
9. LUIZ CARLOS OTÁVIO – Perpetuum (2005)
– Para quinteto de metais
10. ROGÉRIO BORGES – Quinteto N.º 1 (2005)
– Para quinteto de metais
11. J. ORLANDO ALVES – Intensificações (2006)
– Para quinteto de metais e piano
12. JOSÉ ALBERTO KAPLAN – Burlesca (1987)
– Para quinteto de metais e piano
Como transcreveu Alessandro Reiffer aquiToda vez que ouço as sonatas de Beethoven, o que faço com frequência, tenho certeza que a humanidade vale a pena. Desacreditar dela é um clichê tratado com ironia por alguns filósofos deliciosamente rabugentos e com rabugice por algumas pessoas com preguiça de pensar na complexidade do ser. O restante do texto vale muito a pena, mas estamos aqui com a Mitsuko Uchida e não vamos fazer uma dama aguardar por coisas que estão no blog do Reiffer (link acima).
Quando terminei de ouvir o primeiro disco, escrevi para FDP Bach no MSN: Fim do primeiro tempo, Pollini 3 x 0 Uchida. Porém, logo depois ouvi e reouvi os CDs dela muitas vezes. E passei a admirar justamente a leitura diferente da japonesinha, que a princípio me parecera meio desajeitada. É que a campeoníssima interpretação de Pollini parece tomar conta de tudo, mas, é claro, há sempre lugar para visões, olhares e vieses diferentes. E passei a ouvi-la por ser bem diferente daquilo que para mim é o padrão Beethovende qualidade (dois links), ambos com mais de dois mil downloads. Mas Uchida é Uchida e ela nos brinda com um Beethoven que, se não nos faz esquecer o gold standard, nos satisfaz totalmente. Por isso, …
Ludwig van Beethoven (1770-1827): As Últimas Sonatas para Piano
Piano Sonatas No. 28, Op. 101 & No. 29, Op. 106
Piano Sonata No.28 in A, Op.101
1) 1. Etwas lebhaft und mit der innigsten Empfindung (Allegretto ma non troppo)
2) 2. Lebhaft, marschmäßig (Vivace alla marcia)
3) 3. Langsam und sehnsuchtsvoll (Adagio ma non troppo, con affetto)
Piano Sonata No.29 in B flat, Op.106 -“Hammerklavier”
4) 1. Allegro
5) 2. Scherzo (Assai vivace – Presto – Prestissimo – Tempo I)
6) 3. Adagio sostenuto
7) 4. Largo – Allegro risoluto
Piano Sonata Op. 109 In E Major
1) I Vivace, Ma Non Troppo
2) II Prestissimo
3) III Andante Molto Cantabile Ed Espressivo
Piano Sonata Op. 110 In A Flat Major
4) I Moderato Cantabile Molto Espressivo
5) II Allegro Molto
6) III Adagio, Ma Non Troppo
7) IV Fuga: Allegro Ma Non Troppo
Piano Sonata Op. 111 In C Minor
8. I Maestoso
9) II Adagio Molto Semplice E Cantabile
Este é um daqueles CDs que demonstram o que os preconceituosos não admitem: que o jazz e a música erudita caminham lado a lado. Carla Bley escreveu uma série de peças onde faz uma paródia erudito-jazzística misturando os muitos sotaques. Seu Fancy Chamber Music faz um curioso diálogo com os CDs de Keith Jarrett que postamos semanas atrás. Se ali Jarrett sentia-se totalmente à vontade interpretando Bach e Handel, aqui Bley brinca fazendo paródias de… Mozart, por exemplo. Pegue Monk, Stravinsky, Mozart, Ellington, Satie, Gershwin e Schubert em uma panela bem grande e você obterá algo próximo da Carla Bley deste disco, obterá lago tão revolucionário quanto a Bley dos anos setenta — só que aqui tudo é calmo.
Abaixo, uma canção que não está no CD, mas que demonstra o humor de Bley ao lado do maridão e fundamental baixista Steve Swallow. Atenção à letra, por favor!
Carla Bley: Fancy Chamber Music
1. Wolfgang Tango
2. Romantic Notion, No. 4
3. End of Vienna
4. Tigers in Training
5. Romantic Notion, No. 6
6. Jon Benet
Carla Bley piano
Steve Morris violin
Andrew Byrt viola
Emma Black cello
Steve Swallow bass
Alison Hayhurst flute
Sara Lee clarinet, glockenspiel
Chris Wells percussion
Os russos compreendem e interpretam melhor os russos. Esta série de Quartetos de Cordas de Shostakovich pelo Quarteto Borodin talvez seja o grande acontecimento do mercado fonográfico de 2018. É a terceira incursão do Borodin na gravação de todos os quartetos. Explico: o quarteto foi se transformando ao longo dos anos e não sobra mais ninguém da clássica formação inicial, que recebeu instruções do próprio Shostakovich.
Com mais de 7 horas, o conjunto inclui os Quartetos de Cordas de 1 a 15 de Shostakovich, além de uma seleção de obras menos conhecidas de Shostakovich, incluindo a gravação de estreia de um movimento não finalizado. O pianista Alexei Lubimov e o trompetista Sergei Nakariakov se juntam ao Quarteto Borodin para as gravações da música do filme Podrugi (‘Girlfriends’), enquanto outro pianista, Alexei Volodin, completa o time para extraordinário Quinteto para Piano.
Nenhum quarteto fez o repertório russo melhor do que o Quarteto Borodin original — o próprio Shostakovich supervisionou pessoalmente o estudo do conjunto de cada um de seus quartetos e isto veio até a geração atual.
E as obras? Minha nossa, que música!
Abaixo, alguns humildes comentários sobre obras escolhidas e que estão presentes no conjunto da Decca:
Quinteto para piano, Op. 57 (1940)
A música perfeita. Irresistível quinteto escrito em cinco movimentos intensamente contrastantes. Seu estilo é clássico. O prelúdio inicial estabelece três estilos distintos que voltarão a ser explorados adiante: um dramático, outro neo-clássico e o terceiro lírico. Todos os temas que serão ouvidos nos movimentos seguintes apresentam-se no prelúdio em forma embrionária. Segue-se uma rigorosa fuga puxada pelo primeiro violino e demais cordas até chegar ao piano. Sua melodia belíssima e lírica que é seguida por um scherzo frenético. É um choque ouvir chegar o intermezzo que traz de volta a seriedade à música. Apesar do título, este intermezzo é o momento mais sombrio do quinteto. O Finale, cujo início parece uma improvisação pura do pianista, fará uma recapitulação condensada do prelúdio inicial.
O Quinteto para piano recebeu vários prêmios que não vale a pena referir aqui, mas o mais importante para Shostakovich foi a admiração que Béla Bartók dedicou a ele.
Quarteto de Cordas Nº 2, Op. 68 (1944)
Este trabalho em quatro movimentos foi escrito em menos de três semanas. A abertura é uma melodia de inspiração folclórica, tipicamente russa. O grande destaque é o originalíssimo segundo movimento, Recitativo e Romance: Adagio. O primeiro violino canta (ou fala) seu recitativo enquanto o trio restante o acompanha como se estivessem numa ópera ou música sacra barroca. O Romance parece música árabe, mas não suficientemente fundamentalista a ponto que a Al Qaeda comemore. Segue-se uma pequena valsa no mesmo estilo. O quarto movimento é um Tema com variações que fecha brilhantemente o quarteto.
É curioso que neste quarteto, talvez por ter sido composto rapidamente, há uma musicalidade simples, leve e nada forçada. Talvez nem seja uma grande obra como os Quartetos Nros. 8 e 12, mas é dos que mais ouço. Afinal, esta é uma lista pessoal e as excentricidades valem, por que não?
Quarteto de Cordas Nº 6, Op. 101 (1956)
Talvez apenas aficionados possam gostar deste esquisito quarteto. Ele tem quatro movimentos, dos quais três são decepcionantes ou descuidados. O intrigante nesta música é o extraordinário terceiro movimento Lento, uma passacaglia barroca que é anunciada solitariamente pelo violoncelo. É de se pensar na insistência que alguns grandes compositores, em seus anos maduros, adotam formas bachianas. Os últimos quartetos e sonatas para piano de Beethoven incluem fugas, Brahms compôs motetos no final de sua vida e Shostakovich não se livrou desta tendência de voltar ao passado comum de todos. Enfim, este quarteto vale por seu terceiro movimento e, com certa boa vontade, pelo Lento – Allegretto final.
Quarteto de Cordas Nº 7, Op. 108 (1960)
Mais um quarteto de Shostakovich com um lindíssimo movimento lento, desta vez baseado no monólogo de Boris Godunov (ópera de Mussorgski baseada em Puchkin), e mais um finale construído em forma de fuga, utilizando temas do primeiro movimento. Uma pequena e curiosa jóia de onze minutos.
Quarteto de Cordas Nº 8, Op. 110 (1960)
Na minha opinião, o melhor quarteto de cordas de Shostakovich. Não surpreende que tenha recebido versões orquestrais. Trata-se de uma obra bastante longa para os padrões shostakovichianos de quarteto; tem cinco movimentos, com a duração total ficando entre os 20 minutos (na versão para quarteto de cordas) e 26 (na versão orquestral). O quarteto abre com um comovente Largo de intenso lirismo, o qual é seguido por um agitado Allegro molto, de inspiração folclórica e que fica muito mais seco na versão para quarteto. O terceiro movimento (Allegretto) é uma surpreendente valsinha sinistra a qual é respondida por outra valsa, muito mais lenta e com um acompanhamento curiosamente desmaiado. O quarteto é finalizado por dois belos temas ; o primeiro sendo pontuado por agressivamente por um motivo curto de três notas e o segundo formado por mais uma fuga a quatro vozes utilizando temas dos movimentos anteriores.
Os quartetos de números 9, 10 e 11 são semelhantes em estrutura e espírito. São os três muito bons e têm em comum o fato de manterem por todo o tempo a alternância entre movimentos rápidos e lentos, sendo tais contrastes ampliados pelo fato de o nono e o décimo primeiro serem compostos por movimentos executados sem interrupções. O décimo ainda separa os primeiros movimentos, porém o Alegretto final surge de dentro de um Adágio. A postura de fazer com que surjam movimentos antagônicos um de dentro do outro é uma particularidade que torna estes quartetos ainda mais interessantes, sendo que o décimo primeiro é um inusitado quarteto de 17 minutos com sete movimentos; isto é, Shostakovich brinca com a apresentação de temas que fazem surgir de si outros muito diversos em estilo, como se o compositor estivesse sofrendo de uma incontrolável superfetação (*). É, no mínimo, desafiador ao ouvinte. Melodicamente são muito ricos, e exploram com insistência incomum os ostinati, os quais são sempre no máximo belíssimos e no mínimo curiosos. Merecem inteiramente o lugar que modernamente obtiveram no repertório dos quartetos de cordas. É curioso como é fácil confundi-los. Estou ouvindo-os enquanto escrevo e noto quando o CD passa de um para outro, pois têm personalidades muito próprias, mas nunca sei se o que estou ouvindo é o nono ou o décimo. Certamente é uma limitação minha! Já no décimo primeiro, o paroxismo da criação de melodias chega a tal ponto, seus ostinati são tão alucinados, que é mais fácil reconhecê-lo.
Aliás, o décimo primeiro apresenta aqueles finais tranquilos que constituíram-se uma das assinaturas do Shostakovich final. Esqueçam o gran finale. Sem fazer grande pesquisa, sei que os finais quietos, na grandiosos, podem ser encontrados na 13ª, 14ª e 15ª sinfonias, neste quarteto e no sensacional Concerto para Violoncelo que será comentado a seguir.
(*) Palavra pouco utilizada, não? Significa a concepção que ocorre quando, no mesmo útero, já há um feto em desenvolvimento.
Quarteto Nº 13, Op. 138 (1970)
Um pouco menos funéreo que a Sinfonia Nº 14, este quarteto foi escrito nos intervalos do tratamento ortopédico que conseguiu devolver-lhe do parte do movimento das mãos e antes do segundo ataque cardíaco. O décimo-terceiro quarteto é um longo e triste adágio de cerca de vinte minutos. O quarteto foi dedicado ao violista Vadim Borisovsky, do Quarteto Beethoven, e a viola não somente abre o quarteto como é seu instrumento principal. Trata-se de um belo quarteto cuja tranquilidade só é quebrada por um pequeno scherzando estranhamente aparentado do bebop (sim, isso mesmo).
Dmitri Shostakovich (1906-1975): Os Quartetos de Cordas Completos
Quando falei em apenas quatro compositoras antes do século XX (neste post), um comentarista lembrou de mais uma: Anna Bon. Então lembrei que minha mulher tinha adquirido um CD de Bon em Vicenza. O disco é excelente e é ele que vos posto neste primeiro sábado de 2013. Boa música, sem dúvida.
Anna Bon (di Venezia) teria nascido na Rússia por volta de 1740. Pouco se sabe dela. Seus pais Ruvinetti Girolamo e Rosa Bon eram ligados ao mundo da música, ele por ser libretista e ela cantora.
De volta à península, muito pequena, com quatro anos, foi para o Ospedale della Pietà em Veneza, logo após Vivaldi ter deixado sua marca na instituição.
Mais tarde, ela se mudou com seus pais para a Alemanha, mais exatamente para o futuro santuário de Wagner, Bayreuth. De lá, eles foram para a casa Esterházy, onde com toda a probabilidade trabalharam com Haydn.
Casada com um cantor, Mongeri, Anna Bon foi morar na Hildburghausen, onde seu rastro é perdido. É sabido que, em 1767, estava viva. Como dizem os espanhóis, “mulher casada, perna quebrada”. E seu talento foi-se pelo ralo.
Anna Bon (1739 ou 40-depois de 1767):
Seis Sonatas para Flauta Transversa e Baixo Contínuo
1. Sonata Prima: I. Adagio 5:36
2. Sonata Prima: II. Allegro 3:39
3. Sonata Prima: III. Presto 2:05
4. Sonata Seconda: I. Largo 4:44
5. Sonata Seconda: II. Allegro 3:16
6. Sonata Seconda: III. Allegro 3:10
7. Sonata Terza: I. Andantino 4:32
8. Sonata Terza: II. Allegro 3:32
9. Sonata Terza: III. Minuetto 2:27
10. Sonata Quarta: I. Allegro moderato 5:06
11. Sonata Quarta: II. Andante 2:28
12. Sonata Quarta: Allegro assai 3:03
13. Sonata Quinta: I. Allegretto 3:15
14. Sonata Quinta: II. Andante Staccato 2:45
15. Sonata Quinta: III. Allegro 2:59
16. Sonata Sesta: I. Adagio 6:22
17. Sonata Sesta: II. Allegro 3:32
18. Sonata Sesta: III. Minuetto con Varizioni 7:23
Giovanni Battista Columbro, flauta transversa
Nereo Dani, viola da gamba
Marco Vincenzi, cravo
Elgar é Elgar, quem não conhece suas fortes e melodiosas marchas que grudam na cabeça da gente? An Orkney Wedding, With Sunrise, de Davies, é uma música convencional, até chatinha, mas o final com gaita de foles é muito bonito. Three Screaming Popes, de Turnage, é muito legal, modernoso e bom. A Brittania de MacMillan tem muito humor. E Britten é o melhor compositor inglês desde Purcell. O saldo do disco é bastante positivo. A orquestra de Atlanta é uma amiga batuta.
Elgar / Davies / Turnage / MacMillan / Britten: Britannia
1 – Sir Edward Elgar “Pomp And Circumstance” March No. 4 4:33
2 – Sir Peter Maxwell Davies* An Orkney Wedding, With Sunrise 13:15
3 – Mark-Anthony Turnage Three Screaming Popes 15:54
4 – James MacMillan Britannia 12:30
–Benjamin Britten Sinfonia Da Requiem
5 – Lacrymosa 8:09
6 – Dies Irae 4:58
7 – Requiem Aeternam 6:05
8 – Sir Edward Elgar “Pomp And Circumstance” March No. 1 5:40
Tudo aqui parece Messiaen. Um Messiaen piorado, mas mesmo assim bom. Nikolai Borisovich Obukhov nasceu em 22 de abril de 1892 na Aldeia de Ol’shanka, província de Kursk, no Império Russo. Ele foi ativo principalmente na França, onde mudou de nome para Obouhow e outras variantes, como Obukhow, Obouhov e Obouhoff. Era um russo modernista e místico, uma figura de vanguarda que tomou como ponto de partida a música tardia de Scriabin. O compositor fugiu da Rússia junto com sua família após a Revolução de Outubro, estabelecendo-se em Paris. Sua música é notável apenas seu misticismo religioso e notação incomum. Ele usa uma linguagem cromática idiossincrática de 12 tons. Também utilizou instrumentos musicais eletrônicos muito primitivos em comparação com aqueles usados por Stockhausen, por exemplo. Uma curiosidade.
Nicolas Obouhow (1892-1954): Peças para Piano
01 Prélude n° 1
02-07 Six Prières
08-13 Six Tableaux Psychologiques :
Désirée – Les Ombres – L’Ange noir – L’Ambre sacrée – Inconnu – Esprits
14-16 Trois Icônes :
N°1. Contemplation – N° 2. Douleur – N° 3. Repos
17 Eternel
18 Création de l’Or
19 La Source Vive (C’est la Paix)
20 Reflet Sinistre
21 Hostie
22-31 Dix Tableaux Psychologiques :
Etrangeté – Effort désespéré – Mystère – Emanation – Damnation – Embaumé – Caresses envenimées – Légèreté – Délire – Lourdes chaînes
32- 33 Deux invocations
34 La Parabole du Seigneur
35-40 Révélations :
Le Glas d’au-delà – La Mort – Néant – Immortel – Détresse de Satan – Vérité
41 Les Astrales Parlent
42-45 Conversions :
Crime – Remords – Larmes de sang – Inspiration sublime
Aqui está um CD em que uma excelente cantora de ópera faz duo com um pianista de jazz. A mezzo-soprano norte-americana Kate Lindsey e o pianista Baptiste Trotignon formam uma bonita parceria frutífera num programa centrado na música de Kurt Weill escrita nos dois lados do Atlântico. Os arranjos são de Trotignon. A assimilação de Lindsey do estilo parece quase sem esforço, e só ocasionalmente ela dá a impressão de que tem algo a provar. A primeira peça, Nanna’s Lied, tem sua voz mudando do sotaque de Weimar para a postura de um cantor de lieder e vice-versa. Das deliciosas profundidades graves de Denn Wie Man Sich Bettet, So Liegt Man da ópera Ascensão e Queda de Mahagonny à doçura da Broadway de Buddy on the Nightshift é um choque, mas a maioria das transições é mais suave, com Trotignon ligando imaginativamente até alguns mini-medley. O disco também recebe algumas preciosidades de outros imigrantes austríacos como Korngold — So Gehst Du Wieder Auf é um destaque assim como Hymne, de Alma Mahler, que libera a voz clássica de Lindsey.
Weill / Alma Mahler / Korngold / Zemlinsky: Thousands of Miles
1 Nanna’s Lied
Composed By – Kurt Weill
3:24
2 Pirate Jenny (From The Threepenny Opera)
Composed By – Kurt Weill
4:23
3 Barbara Song (From The Threepenny Opera)
Composed By – Kurt Weill
4 Trouble Man (From Lost In The Stars)
Composed By – Kurt Weill
3:35
5 Hymne
Composed By – Alma Mahler*
5:19
6 Je Ne T’Aime Pas
Composed By – Kurt Weill
4:42
7 Thousands of Miles (From Lost In The Stars)
Composed By – Kurt Weill
4:41
8 Big Mole (From Lost In The Stars)
Composed By – Kurt Weill
9 Don’t Look Now
Composed By – Kurt Weill
3:01
10 Schneeglöckchen
Composed By – Erich W. Korngold*
2:51
11 Die Stille Stadt
Composed By – Alma Mahler*
3:05
12 Mond, So Gehst Du Wieder Auf
Composed By – Erich W. Korngold*
4:10
13 Lonely House – We’ll Go Away Together (From Street Scene)
Composed By – Kurt Weill
5:43
14 Der Abscheidsbrief
Composed By – Kurt Weill
3:18
15 Denn Wie Man Sich Bettet, So Liegt Man (From Rise And Fall Of The City Of Mahagonny)
Composed By – Kurt Weill
4:33
16 Buddy On The Nightshift
Composed By – Kurt Weill
3:40
17 Berlin Im Licht
Composed By – Kurt Weill
18 Und Hat Der Tag All Seine Qual
Composed By – Alexander Von Zemlinsky
4:18
19 Selige Stunde
Composed By – Alexander Von Zemlinsky
2:15
Mezzo-soprano Vocals – Kate Lindsey
Piano, Arranged By – Baptiste Trotignon
Choram os caminhos de Sião é um hino composto por Handel para o funeral da rainha Caroline. Foi apresentado pela primeira vez, é claro, no funeral da Rainha na Abadia de Westminster, isso em 17 de dezembro de 1737. Depois, Handel retrabalhou o hino e o usou na abertura de seu oratório Israel no Egito, de 1739. O tema da Sinfonia foi utilizado por Mozart em seu Réquiem. Mas a música não é lá essas coisas. A Rainha Caroline foi a consorte de George II. Tinha sido amiga e patronesse de Handel por mais de trinta anos. Musicista amadora, Caroline se interessava por questões artísticas e intelectuais e sua morte foi muito pranteada. Handel recebeu um bom dinheiro pela composição escrita em apenas uma semana sobre textos dos livros bíblicos de Lamentações e Jó.
G. F. Handel (1685-1759): The Ways of Zion Do Mourn (Funeral Anthem for Queen Caroline), for chorus & orchestra, HWV 264
1 Sinfonia 2:02
2 The ways of Zion do mourn 6:31
3 How are the mighty fall’n! 2:31
4 She put on righteousness 2:45
5 When the ear heard her 3:20
6 How are the mighty fall’n! 0:54
7 She deliver’d the poor 5:45
8 How are the mighty fall’n! 0:54
9 The righteous shall be had 4:02
10 Their bodies buried in peace 5:05
11 The people will tell 2:04
12 Thet shall recieve a glorious kingdom 3:51
13 The merciful goodness of the Lord 3:44
Soprano – Norma Burrowes
Tenor – Martyn Hill
Countertenor – Charles Brett
Bass – Stephen Varcoe
Theorbo – Michael Lewin
Organ – Malcolm Hicks
The Monteverdi Choir
The Monteverdi Orchestra
John Eliot Gardiner
Após um episódio de coma e quase morte em 2008, o lírico pianista Fred Hersch manteve o status de pianista de jazz de primeira linha. A série de álbuns pós-doença, Whirl (2010), Alone At The Vanguard (2011), Floating (2014), Solo (2015) e Sunday Night At the Vanguard (2016), todos pela Palmetto Records, revelam clareza artística, ao lado de uma abordagem emotiva mais profunda, em comparação com sua produção excelente, mas talvez mais cerebral, de antes de sua luta contra sérios problemas de saúde.
{Open Book}, o décimo primeiro álbum de piano solo de Hersch, é excelente. Só ouvir Whisper not e Zingaro já basta para considerá-lo um disco de exceção.
Fred Hersch: {Open Book}
1 The Orb
Written-By – Fred Hersch
6:26
2 Whisper Not
Written-By – Benny Golson
6:27
3 Zingaro
Written-By – A. C. Jobim
7:58
4 Through The Forest
Written-By – Fred Hersch
19:54
5 Plainsong
Written-By – Fred Hersch
4:51
6 Eronel
Written-By – Sadik Hakim, Thelonious Monk
5:40
7 And So It Goes
Written-By – Billy Joel
5:57
As obras do mais recente álbum de Viktoria Mullova são dedicadas à música para violino de Arvo Pärt. As composições derivam dos estudos de Pärt sobre a música da igreja medieval e são produtos que ele descreve como de estilo “tintinnabuli”, desenvolvido pelo compositor nos anos 70. “Descobri que é suficiente quando uma única nota é tocada de maneira bonita. Essa nota, ou uma batida silenciosa ou um momento de silêncio, me conforta. Eu trabalho com poucos elementos — com uma voz, duas vozes”. Tais peças se tornaram icônicas no repertório contemporâneo. Este álbum foi gravado na presença do compositor, como demonstra a capa. E é EXTRAORDINÁRIO.
Arvo Pärt (1935): Darf ich… / Fratres / Passacaglia / Tabula rasa / Spiegel im Spiegel
1. Darf ich… 02:52
2. Fratres 10:26
3. Passacaglia 04:42
4. Tabula rasa: I. Ludus 10:57
5. Tabula rasa: II. Silentium 20:35
6. Spiegel im Spiegel 09:25
Viktoria Mullova (violin)
Estonian National Symphony Orchestra
Paavo Järvi (conductor)
Na minha opinião, esta é a melhor versão da Sinfonia Romântica de Bruckner. E creio a obra, ao lado da 5ª, 7ª e 9ª, seja um dos mais importantes trabalhos do compositor austríaco. Bernard Haitink é um mestre. Tive a sorte de vê-lo regendo e o homem é mesmo um monstro. É impossível de um músico não entrar no momento correto, tal a clareza de seus gestos aos 87 anos de idade, quando finalmente o vi trabalhando ao vivo. Este ano, ele caiu nas escadas do Concertgebouw e teve que cancelar alguns concertos. Mas já voltou. O que ele faz aqui é uma versão que se tornou há décadas referência do melhor Bruckner. É um disco para se ouvir de joelhos.
Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 4 “Romântica”
1 Bewegt, Nicht Zu Schnell
2 Andante, Quasi Allegretto
3 Scherzo (Bewegt) – Trio (Nicht Zu Schnell. Keinesfalls Schleppend)
4 Finale (Bewegt, Doch Nicht Zu Schnell)
Ravel e com um de seus principais intérpretes, Charles Munch. Já fazia tempo que eu queria renovar o link do “Daphnis et Chloé”, mas sempre acontecia alguma coisa que impedia. Vamos ver se agora sai. Charles Munch gravou “Daphnis et Chloé” de Ravel com a Boston Symphony e até hoje ninguém conseguiu superá-lo. É para se ouvir de joelhos, e agradecer aos céus eternamente por nos ter proporcionado momento tão especial na Terra. Imperdível é pouco. Uma das maiores gravações da história da indústria fonográfica, com certeza.
Até conhecê-la, eu me satisfazia com a gravação que o Abbado fez nos anos 70 com a Sinfônica de Londres, ou a gravação do Dutoit com a Orquestra de Montreal. Ambas são excelentes. Mas a delicadeza com que Munch explora as sutilezas da obra é o grande diferencial.
Comparem a primeira faixa, “Invocation to the Nymphs” desta versão com a versão mais light do Dutoit. Munch não joga leve não, mas por incrível que possa parecer, em momento algum sua mão é pesada. A suavidade das passagens que precisam ser suaves, as nuances das cordas, o empenho dos sopros, não há como não se transportar no tempo e se imaginar nos campos gregos, vendo os faunos e as ninfas descansando ao sol, na beira de rios, o soprar de uma leve brisa… insuperável, em minha opinião.
Sobre Daphnis e Chloé, a Wikipedia diz:
“Daphnis et Chloé é um balé, em um ato, com música de Maurice Ravel e baseado em um romance pastoral do século II. Em 1909 foi encomendado a Ravel por Sergei Diaguilev para os seus “Ballets Russes”. Com coreografia de Mikhail Fokine, levou três anos para ser criado. É definida por Ravel como uma “Sinfonia Coreográfica”. É uma obra da corrente musical impressionista.
Índice
A criação
Durante a primeira temporada dos Ballets Russes em Paris, no ano de 1909, o seu diretor, Sergei Diaguilev, tomou conhecimento de algumas músicas de Maurice Ravel. Impressionado com o seu talento, encomendou a partitura de um balé, “Daphnis et Chloé”, baseado em um romance pastoral do poeta grego Longus, que viveu no século II. Recomendou a Ravel que trabalhasse junto a Mikhail Fokine que seria o responsável pela coreografia do bailado. Ravel com seu estilo de trabalho meticuloso e bem cuidado, levou três anos para concluir a obra. Durante este tempo, algumas desavenças entre ele e Fokine aconteceram, principalmente no que dizia respeito ao cenário. Porém, conseguiram entrar em um acordo e os ensaios iniciaram. Nos ensaios também aconteceram alguns problemas, já que a partitura foi considerada difícil de ser dançada pelo corpo de baile.
A estreia
A estréia se deu em Paris, no Théâtre du Châtelet, no dia 8 de junho de 1912, com Nijinsky e Karsavina nos papéis principais (Daphnis e Chloé, respectivamente). O Regente foi Pierre Monteux. O cenografia e os costumes ficaram a cargo de Léon Baskt. A corografia era de Mikhail Fokine.
A sinopse do balé
A primeira cena é passada em um bosque sagrado, dedicado ao deus Pan. Vê-se a figura de Pan e as suas ninfas alojadas em suas cavernas. Daphinis e Chloé, juntos com donzelas e pastores, entram em cena para fazer a oferta das oferendas às ninfas. Uma dança geral é iniciada e os rapazes e as moças ficam separados. Daphnis é cercado pelas moças, enquanto Chloé é cercada pelos rapazes. Um deles, o jovem Dorcon, tenta beijar Chloé. Irado, Daphnis tenta expulsá-lo, mas é contido. Uma disputa então é proposta: quem dentre os dois melhor dançar fará jus a um beijo de Chloé. O primeiro a dançar é Dorcon. Sua dança é grotesca e primitiva. Em seguida, é a vez de Daphnis. Com movimentos e gestos graciosos, ele é o preferido da multidão. Ele é declarado vencedor e recebe o seu prêmio: um beijo da sua amada. Chloé sai de cena, deixando Daphnis em êxtase. Uma jovem de nome Lyceion então se aproveita para atrair Daphnis com sua dança. De repente, sons de combate são ouvidos. Um bando de piratas entra em cena, perseguindo as donzelas. Chloé é raptada e Daphnis sem poder fazer alguma coisa cai, sem sentidos. As ninfas de Pan surgem e tentam reanimá-lo, sem sucesso. Então, recorrem ao deus Pan. Surge outro cenário, retratando o esconderijo dos piratas. Chloé é levada a presença do chefe dos piratas, Bryaxis. Ela é forçada a dançar para ele. Sem ter como fugir, ela se prepara para iniciar a dança, quando o cenário se enche de luzes misteriosas. Sátiros surgem de todas as partes e cercam os piratas. Surge, então, a figura assustadora do deus Pan, fazendo com que os piratas fujam de pavor. Retorna-se ao primeiro cenário. Daphnis e Chloé estão juntos novamente. Em comemoração ao momento vivido, eles encenam uma mímica em que são evocados Pan e Syrinx. Em seguida, todos juntos executam uma grande dança em comemoração às núpcias, encerrando a peça.
A obra
A peça possui um só ato, dividido em três partes. Cada parte é relativa a um cenário. O tempo de duração da encenação é de uma hora. Uma grande orquestra é requerida, com um coro, que canta sem texto. Para a execução sem bailado, Ravel criou uma suíte orquestral dividida em duas partes, sendo a segunda a mais popular e sempre executada nas salas de concertos ao redor do mundo.”
Eu já falei que esta gravação é espetacular?
Maurice Ravel (1875-1937) – Daphnis Et Chloe (complete)
01 – Invocation To The Nymphs
02 – Entrance Of Daphnis And Chloe
03 – Dance Of The Young Girls Around Daphnis
04 – Dorcon’s Advance To Chloe
05 – Daphnis Reasserts His Love For Chloe
06 – Dorcon’s Grotesque Dance
07 – The Gracious Dance Of Daphnis
08 – The Triumph Of Daphnis And The Ecstatic Union With Chloe
09 – Entrance Of The Tempress Lyceion And Dance Of Veils
10 – The Invasion Of The Pirates
11 – Invocation To Pan By The Nymphs And The Prayer Of Daphnis
12 – Interlude
13 – The Orgiastic Dance Of The Pirates
14 – Bryaxis Orders Chloe To Be Brought Forward And To Dance
15 – Chloe’s Dance Of Supplication
16 – Creatures Of Pan Appear And Frighten The Pirates
17 – Sunrise, Daphins Prostrate At The Grotto Of The Nymphs
18 – Daphnis And Chloe Are Reunited
19 – Lammon Tells How Pan Saved Chloe
20 – Pan (Daphnis) Fashions A Flute From Some Reeds
21 – Abandoning Their Roles
22 – Girls Dressed As Bacchantes Enter With Tambourines
23 – Young Men Invade The Scene
Normalmente negligenciadas pelos pianistas, esta coletânea de peças de Beethoven passa ao largo das sonatas. São Variações, Minuetos, Bagatelas e outras obras de menor porte que são quase desconhecidas do grande público, mas que revelam, se não o gênio de Beethoven, uma enorme elegância. O pianista, maestro e compositor russo Mikhail Pletnev dá-lhes tratamento de luxo. O melhor do deste CD duplo são as Bagatelas.
Bagatelas são composições breves. O termo significa o mesmo que em português: coisas descartadas ou sem importância. Só que aqui as coisas sem importância ganham outro significado: a de peças não sujeitas a um plano formal estabelecido.
O CD é bastante bom e agradável. Pletnev é efetivamente um mestre.
Ludwig van Beethoven (1770-1827): Variações, Bagatelas, Peças para Piano
9 Variations on a March by Dressler WoO 63
1) Thema. Maestoso – Var. I – IX [7:22]
Rondo in C major WoO 48
2 Allegretto [2:09]
Rondo in A major WoO 49
3) Allegretto [2:42]
6 Variations on a Swiss Song in F major WoO 64
4) Thema. Andante con moto – Var. I – VI [2:57] 24 Variations on Righini’s Arietta “Venni amore” WoO 65
5) Thema. Allegretto [0:47]
6) Var. I [0:43]
7) Var. II [0:43]
8) Var. III [0:37]
9) Var. IV [0:42]
10) Var. V [0:38]
11) Var. VI [0:38]
12) Var. VII [0:41]
13) Var. VIII [0:56]
14) Var. IX [0:44]
15) Var. X [0:41]
16) Var. XI [0:47]
17) Var. XII [1:05]
18) Var. XIII [0:41]
19) Var. XIV. Allegretto – Adagio [1:29]
20) Var. XV [0:34]
21) Var. XVI [0:41]
22) Var. XVII [0:53]
23) Var. XVIII [0:49]
24) Var. XIX [0:38]
25) Var. XX. Scherzando [0:41]
26) Var. XXI [0:45]
27) Var. XXII [0:41]
28) Var. XXIII. Adagio sostenuto [3:46]
29) Var. XXIV. Allegro – Allegro stringendo – Presto assai [2:12] 12 Variationen über das menuett a la vigano aus “Le Nozze Disturbate” von J. Haibel, WoO68
30) Thema. Allegretto – Var.I-XI – Var.XII.Allegro-Adagio [11:25] 6 Piano Variations in G, WoO 70 on “Nel cor più non mi sento”
31) Thema. (Andantino) – Var. I – VI [4:13] 6 Minuets WoO 10
32) No. 1 in C major [1:52]
33) No. 2 in G major [2:07]
34) No. 3 in E flat major [2:00]
35) No. 4 in B flat major [1:59]
36) No. 5 in D major [2:04]
37) No. 6 in C major [1:51] Rondo in C, Op.51, No.1
38) Moderato e grazioso [5:11] Rondo in G, Op.51, No.2
39) Andante cantabile e grazioso [7:43]
CD 2: 7 Bagatelles, Op.33
1) 1. Andante grazioso, quasi Allegretto [3:27]
2) 2. Scherzo (Allegro) [3:16]
3) 3. Allegretto [2:11]
4) 4. Andante [3:19]
5) 5. Allegro, ma non troppo [2:48]
6) 6. Allegretto quasi Andante [3:36]
7) 7. Presto [2:08] 6 Piano Variations in F, Op.34
8) Thema (Adagio) [1:38]
9) Variation I [1:25]
10) Variation II (Allegro ma non troppo) [1:05]
11) Variation III (Allegretto) [1:00]
12) Variation IV (Tempo di menuetto) [1:06]
13) Variation V: Marcia (Allegretto) [2:48]
14) Variation VI – Coda (Allegretto) [3:52] Andante favori in F, WoO 57
15) Andante grazioso con moto [10:39] Polonaise in C, Op.89
16) Alla polacca, vivace [5:50] 11 Bagatelles, Op.119
17) 1. Allegretto [3:02]
18) 2. Andante con moto [0:57]
19) 3. à l’Allemande [1:46]
20) 4. Andante cantabile [1:42]
21) 5. Risoluto [1:06]
22) 6. Andante – Allegretto leggiermente [2:02]
23) 7. Allegro ma non troppo [1:14]
24) 8. Moderato cantabile [2:06]
25) 9. Vivace moderato [0:45]
26) 10. Allegramente [0:18]
27) 11. Andante, ma non troppo [2:04] Bagatelle in C minor WoO 52
28) Presto [3:56] Bagatelle in C major WoO 56
29) Allegretto [1:44]
Na minha opinião, a Freiburger Barockorchester é melhor orquestra de câmara atualmente em atividade. E seu Konzertmeister é Gottfried von der Goltz. Ele se divide entre ser maestro e violinista principal — nem sempre atua como spalla — da orquestra. E agora nos chega com a obra máxima do repertório para violino solo: as Sonatas e Partitas, de Johann Sebastian Bach. Quando vi a capa do CD, me entusiasmei imediatamente. E agora, após duas audições completas, minha felicidade não se arrefeceu. A interpretação é poderosa. Assim como Beyer, Podger(Artista do Ano de 2018 da revista Gramophone) e Holloway, trata-se de um violinista especialista em repertório barroco. Cada passagem parece ter sido amadurecida por muito tempo, servindo à música. Vai para o topo, juntamente com os violinistas citados e mais Busch. É uma nova e esplêndida versão inédita deste monumento musical, cheio de humanidade e vida.
J.S. Bach (1685-1750): Sonatas & Partitas para Violino Solo
1. Violin Sonata No. 1 in G Minor, BWV 1001: I. Adagio
2. Violin Sonata No. 1 in G Minor, BWV 1001: II. Fuga. Allegro
3. Violin Sonata No. 1 in G Minor, BWV 1001: III. Siciliana
4. Violin Sonata No. 1 in G Minor, BWV 1001: IV. Presto
5. Violin Partita No. 1 in B Minor, BWV 1002: I. Allemanda
6. Violin Partita No. 1 in B Minor, BWV 1002: II. Double
7. Violin Partita No. 1 in B Minor, BWV 1002: III. Corrente
8. Violin Partita No. 1 in B Minor, BWV 1002: IV. Double. Presto
9. Violin Partita No. 1 in B Minor, BWV 1002: V. Sarabande
10. Violin Partita No. 1 in B Minor, BWV 1002: VI. Double
11. Violin Partita No. 1 in B Minor, BWV 1002: VII. Tempo di Borea
12. Violin Partita No. 1 in B Minor, BWV 1002: VIII. Double
13. Violin Sonata No. 2 in A Minor, BWV 1003: I. Grave
14. Violin Sonata No. 2 in A Minor, BWV 1003: II. Fuga
15. Violin Sonata No. 2 in A Minor, BWV 1003: III. Andante
16. Violin Sonata No. 2 in A Minor, BWV 1003: IV. Allegro
17. Violin Partita No. 2 in D Minor, BWV 1004: I. Allemanda
18. Violin Partita No. 2 in D Minor, BWV 1004: II. Corrente
19. Violin Partita No. 2 in D Minor, BWV 1004: III. Sarabanda
20. Violin Partita No. 2 in D Minor, BWV 1004: IV. Giga
21. Violin Partita No. 2 in D Minor, BWV 1004: V. Ciaccona
22. Violin Sonata No. 3 in C Major, BWV 1005: I. Adagio
23. Violin Sonata No. 3 in C Major, BWV 1005: II. Fuga
24. Violin Sonata No. 3 in C Major, BWV 1005: III. Largo
25. Violin Sonata No. 3 in C Major, BWV 1005: IV. Allegro assai
26. Violin Partita No. 3 in E Major, BWV 1006: I. Preludio
27. Violin Partita No. 3 in E Major, BWV 1006: II. Loure
28. Violin Partita No. 3 in E Major, BWV 1006: III. Gavotte en rondeau
29. Violin Partita No. 3 in E Major, BWV 1006: IV. Menuets I & II
30. Violin Partita No. 3 in E Major, BWV 1006: V. Bourée
31. Violin Partita No. 3 in E Major, BWV 1006: VI. Gigue
Um verdadeiro tesouro. São três oratórios bastante raros de Carissimi. A estrutura é semelhante à das óperas de Cavalli, com o recitativo ornamentado fluindo livremente contra partes concertantes de solistas e coro. Jonas é o mais longo e mais elaborado, dura vinte minutos, com o coro duplo criando a grande tempestade. Afinal, não é fácil estar na barriga da baleia, já dizia ZÉ RODRIX. Jephte é mais alegre e Judicium Salomonis fica entre os dois, no disco e em espírito. Roubado de um ótimo comentário que está abaixo: “Carissimi, e Jephte em particular, são citados no Doutor fausto, de Thomas Mann. Quando Adrian Leverkhun viaja à Itália, fica estudando essas partituras e se espanta com a liberdade com que tratam o texto bíblico. “
Giacomo Carissimi (1605-1674): Jonah / The Judgement of Solomon / Jephthah (McCreesh)
1. Jephte, oratorio for 6 voices & continuo
2. Judicium Salomonis, oratorio for 4 voices, 2 violins & continuo (formerly attrib. to S. Capricornus)
3. Jonas, oratorio for soloists, 5 voices, 2 violins & continuo
Um bom CD da canadense Tafelmusik. É a típica coletânea barroca que a quase todos agrada. Apenas me parece que aqui temos uma obra bem superior às outras: o concerto grosso de Handel. Tal fato não condena os outros autores e obras, é apenas uma constatação curiosa. Quando entra o Handel, a sala se ilumina mais. Boa música para um domingo de tempo horroroso em Porto Alegre.
Vivaldi, Leo, J. S. Bach, Locatelli, Fasch e Handel: Concerti Virtuosi
Vivaldi – Concerto for 2 oboes in la minore RV.536
1. Concerto in A Minor for 2 oboes & strings, RV 536 : I. Allegro
2. Concerto in A Minor for 2 oboes & strings, RV 536 : II. Largo
3. Concerto in A Minor for 2 oboes & strings, RV 536 : III. Allegro
Leo – Concerto for violoncello in re minore 4. Concerto in D Minor for violoncello : I. Andante grazioso
5. Concerto in D Minor for violoncello : II. Col spirito
6. Concerto in D Minor for violoncello : III. Amoroso
7. Concerto in D Minor for violoncello : IV. Allegro
J.S.Bach – Concerto for oboe d’amore in G Major, after BWV100,170,30 8. Concerto for oboe d’amore in G Major, after BWV 100, 170 & 30 : I. Allegro
9. Concerto for oboe d’amore in G Major, after BWV 100, 170 & 30 : II. Adagio
10. Concerto for oboe d’amore in G Major, after BWV 100, 170 & 30 : III. Allegro
Locatelli – Concerto grosso in D Major, op.1, no.5 11. Concerto grosso in D Major Op.1 No.5 : I. Largo
12. Concerto grosso in D Major Op.1 No.5 : II. Allegro
13. Concerto grosso in D Major Op.1 No.5 : III. Largo
14. Concerto grosso in D Major Op.1 No.5 : IV. Allegro
Fasch – Concerto in C Minor for bassoon, 2 oboes & strings 15. Concerto in C Minor for bassoon, 2 oboes & strings : I. Allegro
16. Concerto in C Minor for bassoon, 2 oboes & strings : II. Largo
17. Concerto in C Minor for bassoon, 2 oboes & strings : III. Allegro
Handel – Concerto grosso in A Minor, Op.6. no.4 18. Concerto grosso in A Minor, Op.6 No.4 : I. Larghetto affettuoso
19. Concerto grosso in A Minor, Op.6 No.4 : II. Allegro
20. Concerto grosso in A Minor, Op.6 No.4 : III. Largo e piano
21. Concerto grosso in A Minor, Op.6 No.4 : IV. Allegro
Vivaldi – Concerto in E Minor for 4 violins, op.3, no.4 22. Concerto in E Minor for 4 violins, Op.3 No.4 : I. Andante
23. Concerto in E Minor for 4 violins, Op.3 No.4 : II. Allegro assai
24. Concerto in E Minor for 4 violins, Op.3 No.4 : III. Adagio
25. Concerto in E Minor for 4 violins, Op.3 No.4 : IV. Allegro
Bem, montei este especial aqui porque passei a sexta-feira ouvindo este concerto. Foi bom! A versão de Mullova — extraordinária, imbatível — é inédita no blog. A versão de Szeryng — extraordinária, imbatível — tinha sido postada pelo Carlinus, mas o link já não existe. O mesmo é o caso da versão de Oistrakh — extraordinária, imbatível — , a qual fora postada por FDP no falecido Megaupload.
Não sou doido de dizer qual é a melhor das versões desta absoluta obra-prima do repertório violinístico e orquestral. Amo todas e efetivamente pretendo ser fiel às três. A única coisa que faz Mullova ser menos fabulosa é que ela está aí, vivinha, e os outros já se foram.
Ah, o CD de Oistrakh vem com um espetacular bônus: a Sonata Nº 3 para Violino e Piano. Ninguém vai reclamar, acho.
Johannes Brahms (1833-1897): Concerto para Violino, Op. 77
I. Allegro non troppo
II. Adagio
III. Allegro giocoso, ma non troppo vivace – Poco più presto
Viktoria Mullova
Berlin Philharmonic Orchestra
Claudio Abbado
Johannes Brahms (1833-1897): Concerto para Violino, Op. 77
1. Violin Concerto in D, Op.77: Allegro non troppo [Cadenza: Joseph Joachim] – Henryk Szeryng, London Symphony Orchestra
2. Violin Concerto in D, Op.77: Adagio – Henryk Szeryng, London Symphony Orchestra
3. Violin Concerto in D, Op.77: Allegro giocoso, ma non troppo vivace –
Henryk Szeryng
London Symphony Orchestra
Pierre Monteux
Johannes Brahms (1833-1897): Concerto para Violino, Op. 77
1. Concerto for Violin and Orchestra in D Op. 77 (2003 Digital Remaster): I. Allegro non troppo (cadenza: J. Joachim) 22:35
2. Concerto for Violin and Orchestra in D Op. 77 (2003 Digital Remaster): II. Adagio 9:38
3. Concerto for Violin and Orchestra in D Op. 77 (2003 Digital Remaster): III. Allegro giocoso, ma non troppo vivace 8:40
4. Sonata for Violin and Piano No. 3 in D minor, Op. 108 (2003 Digital Remaster): I. Allegro 8:56
5. Sonata for Violin and Piano No. 3 in D minor, Op. 108 (2003 Digital Remaster): II. Adagio 5:49
6. Sonata for Violin and Piano No. 3 in D minor, Op. 108 (2003 Digital Remaster): III. Un poco presto e con sentimento 3:12
7. Sonata for Violin and Piano No. 3 in D minor, Op. 108 (2003 Digital Remaster): IV. Presto agitato 6:11
David Oistrakh
Vladimir Yampolsky, piano
Cleveland Orchestra
George Szell
Vou contar uma coisa para vocês… Eu gostava muito deste disco nos anos 80. Porém, ao ouvi-lo novamente agora, fiquei muito decepcionado com a atuação de Arthur Moreira Lima e seu sotaque clássico em meio aos autênticos — e maravilhosos — Heraldo, Paulo Moura e Elomar. Acho que a grife de Arthur foi importante durante certa época para dar credibilidade a projetos de músicos que saíam fora dos padrões das gravadoras, mas hoje realmente não gosto da presença do moço. Há coisas maravilhosas neste LP duplo da Kuarup. Abaixo, copio descaradamente o texto de Mahatma Bode, do falecido blog Aristofonia (RIP):
Escrevo esse texto com o intuito de valorizar a música nordestina, a música do sertão, sim, SERTÃO, não essa virulenta (também no sentido da capacidade de reprodução) música supostamente chamada de sertaneja, que só para constar, nem do sertão é. Tenho certeza que uma das principais identidades da sonoridade brasileira é a nordestina, a qual recebeu muitas influências, das mais variadas origens, sem perder, certamente, suas raízes. A parte dessa cultura que vou lhes introduzir é muito amalgâmica, muito diferente em melodias e harmonias. Música essa que bebeu da cultura ibérica e árabe, vindas com a colonização portuguesa, extraindo elementos específicos de cada civilização, destacando principalmente o ritmo desenvolvido pelo povo oriental juntamente com suas escalas.
O grande expoente desse estilo musical é Elomar Figueira Mello, compositor, violeiro, violonista e cantor, nascido em Vitória da Conquista, Bahia no sangue, no ano de 1937. Esse baiano – que cresceu nas intimidades do sertão, habituado com a seca e com dificuldade da vida sertaneja – conseguiu transpassar, com suas canções de cordel, todo o sofrimento desse infausto povo, salientando a necessidade da religiosidade e da fé e, unindo ao seu violão, criou um diálogo entre o folclore musical medieval e nordestino. Expôs sua musicalidade em diversos discos, começando em 68, porém, há um que devemos não só escutar, como também parar, sentar, sentir-se confortável, para então, prestar atenção e ouvir.
Eis o “um”: ConSertão, de 1982. Neste álbum Elomar chega a seu ápice musical e, juntamente com Arthur Moreira Lima, Paulo Moura e Heraldo do Monte, cria uma obra tão única em suas características, que é muito difícil não simpatizar com ela. Deveras é um álbum muito peculiar, resultado da soma das composições do Elomar e das virtudes dos outros instrumentistas, entretanto, o grande feito do álbum é a liberdade optada pelos músicos na hora das gravações, visto que, segundo o próprio Arthur Moreira Lima, as músicas mostram a capacidade deles de arranjar, improvisar, bordar, enfeitar, tecer tramas e enredos musicais sobre temas pouco conhecidos, mas de valor musical incontestável. Ou seja, de maneira mais simples, uma jam session nordestina. Algo mais original? E não é uma simples jam session, nela estão presentes solos de piano e cravo, de Artur Moreira Lima; sax e flauta, Paulo Moura; violão e viola, Heraldo do Monte; não esquecendo da voz entristecida e surrada de Elomar.
Um álbum de música basicamente nordestina, com solos jazzísticos de sax e melodias barrocas no cravo, tem que ter seu verdadeiro valor reconhecido.
ConSertão – Elomar / Arthur Moreira Lima / Paulo Moura / Heraldo do Monte
1. Estrela maga dos ciganos/Noite de Santo Reis (Elomar)
2. Na estrada das areias de ouro (Elomar)
3. Campo branco (Elomar)
4. Incelença pra terra que o sol matou (Elomar)
5. Trabalhadores na destoca (Elomar)
6. Pau-de-arara (Luiz Gonzaga)
7. Festa no sertão (Villa-Lobos)
8. Valsa da dor (Villa-Lobos)
9. Leninia (Codó)
10. Valsa de esquina nº 12, em fá menor (Francisco Mignone)
11. Espinha de bacalhau (Severino Araújo)
12. Pedacinhos do céu (Waldir Azevedo)
13. Corban (Elomar)
Não lembro de um compositor que tenha escrito uma série de peças tão IMPORTANTES e BELAS do que Beethoven em seus Quartetos de Cordas. Mesmo o grupo de suas sinfonias e das Cantatas de Bach ficam abaixo em termos de repercussão no desenvolvimento musical. (Mas não pensem que, na minha opinião, Bach não seja o maior compositor de todos os tempos, DISPARADO). O quarteto de cordas parece ser a forma mais adequada às experimentações. É o melhor campo de provas e Beethoven neles plantou muitos frutos. Haydn, Mozart, Bartók, Shosta e a Segunda Escola de Viena também.
Este SUPER POST traz uma célebre gravação dos Quartetos de Cordas Completos de Beethoven: a do Quartetto di Cremona. Antes, eles tinha sido lançados em discos avulsos. Esta edição disponibiliza TODOS os Quartetos de Cordas do compositor, juntamente com o seu Quinteto de Cordas nº 29 — a única obra original de Beethoven para esta formação. É tudo da mais alta qualidade. Em seus 18 anos de existência o Quartetto di Cremona tem se firmado com um quarteto de cordas de primeira linha, tendo adquirido grande reconhecimento internacional. É muitas vezes considerado o sucessor do famoso Quartetto Italiano. Aliás, após os estudos acadêmicos, os membros do Cremona estudaram com Piero Farulli, do Quartetto Italiano. Ele influenciou uma abordagem EMOCIONAL, ROMÂNTICA e “italiana” da música. Depois, os músicos prosseguiram seus estudos com Hatto Beyerle, do Alban Berg Quartet, o que equilibrou a coisa, dando ao Cremona um estilo CLARO e mais CLÁSSICO, “alemão-austríaco”. Ambos os professores são muito referidos e elogiados pelo quarteto, que tratam de pesar naturalmente os pólos, misturando entusiasmo e senso de arquitetura musical.
Eu curti demais ouvir a integral. Ouvi duas vezes em cinco dias. Estou muito mais feliz e inteligente, até ganhei alguns centímetros a mais de sensibilidade.
Ludwig van Beethoven (1770-1827): Os Quartetos de Cordas Completos + Quinteto de Cordas Op. 29
DISC: 1
String Quartet No. 6 in B-Flat Major, Op. 18 23:16
1 I. Allegro con brio 05:54
2 II. Adagio ma non troppo 06:38
3 III. Scherzo: Allegro 03:10
4 IV. La Malinconia: Adagio – Allegretto quasi alleg 08:26
String Quartet No. 11 in F Minor, Op. 95 “Quartett 19:21
5 I. Allegro con brio 04:10
6 II. Allegretto ma non troppo – 06:37
7 III. Allegro assai vivace, ma serioso 04:32
8 IV. Larghetto espressivo – Allegretto agitato – Al 04:42
String Quartet No. 16 in F Major, Op. 135 25:00
9 I. Allegretto 06:28
10 II. Vivace 03:22
11 III. Lento assai, cantante e tranquillo 06:49
12 IV. Der schwer gefasste Entschluss: Grave, ma non 06:56
DISC: 2
String Quartet No. 8 in E Minor, Op. 59 No. 2 37:00
13 I. Allegro 09:54
14 II. Molto adagio 12:10
15 III. Allegretto 06:38
16 IV. Finale: Presto 05:41
String Quartet No. 12 in E-Flat Major, Op. 127 38:00
17 I. Maestoso – Allegro 06:33
18 II. Adagio, ma non troppo e molto cantabile – Anda 13:52
19 III. Scherzando vivace – Presto – Tempo I 08:01
20 IV. Finale 06:48
DISC: 3
String Quartet No. 4 in C Minor, Op. 18 No. 4 22:29
21 I. Allegro ma non tanto 08:39
22 II. Scherzo: Andante scherzoso quasi allegretto 07:01
23 III. Menuetto: Allegretto – Trio 03:37
24 IV. Allegro – Prestissimo 04:48
Große Fuge in B-Flat Major, Op. 133 16:00
25 Grosse Fuge in B-Flat Major, Op. 133 15:13
String Quartet No. 7 in F Major, Op. 59 No. 1 37:46
26 I. Allegro 10:05
27 II. Allegretto vivace e sempre scherzando 08:45
28 III. Adagio molto e mesto – 12:16
29 IV. Theme russe: Allegro 08:07
DISC: 4
String Quartet No. 1 in F Major, Op. 18 28:07
30 I. Allegro con brio 09:17
31 II. Adagio affettuoso ed appassionato 09:02
32 III. Scherzo: Allegro molto 03:25
33 IV. Allegro 07:04
String Quartet No. 14 in C-Sharp Minor, Op. 131 38:00
34 I. Adagio, ma non troppo e molto espressivo – 07:14
35 II. Allegro molto vivace – 03:12
36 III. Allegro moderato – Adagio – 45
37 IV. Andante, ma non troppo e molto cantabile 13:45
38 V. Presto – Molto poco adagio – 05:22
39 VI. Adagio quasi un poco andante – 01:44
40 VII. Allegro 06:53
DISC: 5
String Quintet in C Major, Op. 29 32:00
41 I. Allegro moderato 10:53
42 II. Adagio molto espressivo 10:49
43 III. Scherzo: Allegro 04:00
44 IV. Presto 09:24
String Quartet No. 15 in A Minor, Op. 132 47:00
45 I. Assai sostenuto – Allegro 09:56
46 II. Allegro ma non tanto 08:10
47 III. Heiliger Dankgesang eines Genesenden an die G 18:13
48 IV. Alla marcia, assai vivace – Più allegro – 02:11
49 V. Allegro appassionato 06:54
DISC: 6
String Quartet No. 5 in A Major, Op. 18 27:46
50 I. Allegro 06:36
51 II. Menuetto 04:37
52 III. Andante cantabile con variazioni 10:21
53 IV. Allegro 06:09
String Quartet No. 13 in B-Flat Major, Op. 130 40:00
54 I. Adagio ma non troppo – Allegro 09:56
55 II. Presto 02:02
56 III. Andante con moto, ma non troppo 06:51
57 IV. Alla danza tedesca: Allegro assai 03:11
58 V. Cavatina: Adagio molto espressivo – 06:40
59 VI. Finale: Allegro 10:15
DISC: 7
String Quartet No. 2 in G Major, Op. 18 No. 2 22:26
60 I. Allegro 08:18
61 II. Adagio cantabile 06:33
62 III. Scherzo: Allegro 04:32
63 IV. Allegro molto quasi presto 05:05
String Quartet No. 9 in C Major, Op. 59 No. 3 “Raz 28:31
64 I. Introduzione: Andante con moto – Allegro vivace 10:45
65 II. Andante con moto quasi allegretto 09:34
66 III. Menuetto: Grazioso – 05:23
67 IV. Allegro molto 05:46
DISC: 8
String Quartet No. 3 in D Major, Op. 18 22:22
68 I. Allegro 07:56
69 II. Andante con moto 08:23
70 III. Allegro 03:12
71 IV. Presto 06:10
String Quartet No. 10 in E-Flat Major, Op. 74 “Har 29:15
72 I. Poco adagio – Allegro 09:32
73 II. Adagio ma non troppo 09:14
74 III. Presto 05:10
75 IV. Allegretto con variazioni 06:45
Quartetto di Cremona + Lawrence Dutton (viola do Emerson String Quartet) no Quinteto
Sinto imensa falta do Musica Antiqua Köln, que existiu entre os anos de 1973 e 2007. O grupo foi fundado por Reinhard Goebel e colegas do Conservatório de Música de Colônia. R. Goebel fora aluno do imenso Franzjosef Maier (1925-2014), líder do Collegium Aureum. Ou seja, é uma pessoa de excelente pedigree. Desde a dissolução do MAK, Goebel concentrou-se em reger orquestras maiores, tanto no repertório antigo quanto no moderno. OK, ele tem o direito de querer outra coisa, mas… Que espetacular CD este que posto agora! O repertório do disco é desigual, com obras belas e outras nem tanto, mas, céus, que orquestra! O que Telemann e a orquestra nas faixas de 1 a 3, 23 e 30… É demais, não tem explicação!
Georg Philipp Telemann (1681-1767): Sinfonia Spiritosa — Concertos para Cordas
»Sinfonia Spirituosa« In D Major, TWV 44:1 (For 2 Violins, Viola And Basso Continuo) (8:16)
1 1. Sinfonia Spirituosa 2:54
2 2. Largo 2:06
3 3. Vivace 3:16
Overture (Suite) In D Major, TWV 55:D6 (For Viola Da Gamba Concertata, Strings And Basso Continuo) (24:04)
4 1. Ouverture 8:29
5 2. La Trompette 1:44
6 3. Sarabande 5:40
7 4. Rondeau 1:15
8 5. Bourée 1:47
9 6. Courante 2:21
10 7. Gigue. Presto 2:48
Sonata (Concerto) In C Major, TWV 40:203 (For 4 Solo Violins) (7:24)
11 1. Grave 1:07
12 2. Allegro 3:04
13 3. Largo E Staccato 1:34
14 4. Allegro 1:39
Concerto In A Major, TWV 54:A1 (For 4 Violins, Strings And Basso Continuo) (6:32)
15 1. Affettuoso 1:21
16 2. Allegro 2:14
17 3. Adagio 0:34
18 4. Allegro 2:23
Concerto In G Major, TWV 40:201 (For 4 Solo Violins) (6:10)
19 1. Largo E Staccato 2:11
20 2. Allegro 1:31
21 3. Adagio 0:38
22 4. Vivace 1:50
Concerto In A Major (»Die Relinge«), TWV 51:A4 (For Violin Principale, 3 Violins, Viola And Basso Continuo) (10:54)
23 1. Allegro 5:58
24 2. Adagio 2:26
25 3. Menuet 2:30
Concerto In D Major, TWV 40:202 (For 4 Solo Violins) (5:49)
26 1. Adagio 0:30
27 2. Allegro 1:51
28 3. Grave 1:56
29 4. Allegro 1:32
Symphony In D Major, TWV Anh. 50:1 (For The Centenary Of The Hamburg Trade Deputation) (4:58)
30 1. Die Alte Welt. Altdeutsch – Ernsthaft – Munter 2:38
31 2. Die Mittlere Welt. Capellmäßig 1:05
32 3. Die Jüngere Welt. Lustig 1:15
Velho e bom vinil que apresenta alguns dos principais poemas sinfônicos de Sibelius. Ele escreveu muitos. Este disco abre com a nacionalista — e boa — Finlândia. Depois vem O Cisne de Tuonela, que é uma peça bem legal, mas não chega aos pés da ultra famosa Valsa Triste e nem de sua maior obra no gênero, Tapiola. O Cisne de Tuonela e Tapiola são músicas glaciais baseadas em lendas finlandesas, bem no estilo do compositor. Uma coisa que sempre me encasqueta sobre Sibelius é o fato de ele ter parado de compor em 1926, ano de suas últimas e melhores composições — a Sinfonia Nº 7 e Tapiola. Daí em diante, ele ficou em silêncio, dedicando-se com devoção ao álcool e somente revendo partituras antigas. Durante alguns tempo, tentou compor uma Oitava Sinfonia, mas, para desespero dos maestros que a aguardavam, ela foi adiada, adiada, adiada… E adiada. Ou seja, passou 31 anos sem compor quase nada.
Jean Sibelius (1865-1957): Finlândia / Valse triste / Tapiola / O Cisne de Tuonela
1 Finlandia Op. 26: Andante Sostenuto – Allegro Moderato – Allegro 9:22
2 Der Schwan Von Tuonela Op. 22 Nr. 2: Andante Molto Sostenuto 7:51
3 Valse Triste Op. 44: Lento 5:59
4 Tapiola Op. 112: Largamente – Allegro moderato – Allegro – Allegro Moderato – Allegro – Allegro Moderato 20:13
Corne inglês em O Cisne de Tuonela: Gerhard Stempnik
Berliner Philharmoniker
Herbert von Karajan
Johann Friedrich Fasch não é Bach, porém é injustamente desconhecido. E este CD é absolutamente monumental. Enquanto Bach construía a mais bela obra barroca — secular e sacra — , Fasch, mais moderno, já escolhia tijolos para a construção da ponte entre o barroco e o clássico, finalizada por meus irmãos e outros. Foi desconhecido em sua época, porém meu pai tinha muitas de suas obras copiadas. A interpretação do Il Fondamento de Paul Dombrecht deixa Trevor Pinnock e seu English Concert envergonhados por terem feito um trabalhinho bem porquinho no passado com o pobre Fasch. Há muuuuuita coisa inédita de Fasch, autor de enorme obra. Provavelmente, os próximos anos nos brindarão com várias gravações deste surpreendente compositor.
Johann Friedrich Fasch (1688-1758): Aberturas
Ouverture en sol mineur (FWV K: g2) pour 3 hautbois, cordes et bc
1. Ouverture
2. Aria Largo
3. Jardiniers
4. Aria Largo
5. Aria Allegro
6. Gavotte
7. Menuet
Ouverture en ré mineur (FWV K: d4) pour 2 hautbois, basson, cordes et bc
8. Menuet
9. Air
10. Gavotte
11. Aria largo
12. Fuga
13. Menuet
14. Réjouissance
15. Menuet
Ouverture en sol majeur (FWV K: G15) pour 3 hautbois, basson, cordes et bc
16. Ouverture
17. Aria andante
18. Jardiniers
19. Aria andante
20. Bouree
21. Menuet I – Menuet II – Menuet I
Sim, principalmente em razão do repertório mágico, excepcional, que ouço desde o tempo das grandes gravações de Karl Böhm e outros. A Sinfonia Concertante foi escrita para virtuoses de sopros que Mozart já tinha conhecido na famosa Orquestra de Mannheim. Ele pretendia para flauta, oboé, fagote e trompa, mas a primeira edição sobrevivente parece ter sido adulterada — a flauta é substituída por um clarinete. (Os clarinetistas têm MUITA SORTE, sempre). Suas alegres melodias são 100% mozarteanas. O lindo Concerto para Flauta e Harpa, encomendado por amadores aristocráticos, é mais suave. O som é esplendidamente nítido e claro e o resultado é tão bom quando o obtido por Böhm. É um dos dois únicos concertos duplos que Mozart escreveu, bem como a única peça de música de seu repertório mais conhecido, que emprega a harpa. Mozart escreveu este concerto em abril de 1778, durante sua estada de seis meses em Paris.
Aos 54 anos, em 20 de abril de 2001, Giuseppe Sinopoli morreu de um ataque cardíaco, enquanto conduzia a ópera Aida, de Giuseppe Verdi, na Ópera Alemã de Berlim, numa das mortes mais surpreendentes de que tenho notícia. Morreu fazendo o que sabia e gostava.
Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791): Concerto para Flauta e Harpa K. 299 / Sinfonia Concertante K. 297B
Concerto for flute, harp & orchestra in C major, K. 299 (K. 297c)
1 1. Allegro 10:27
2 2. Andantino 9:38
3 3. Rondeau: Allegro 9:43
Sinfonia concertante for oboe, clarinet, horn, bassoon & orchestra in E flat major, K(3) 297b (K. Anh. C 14.01)
4 1. Allegro 12:24
5 2. Adagio 8:54
6 3. Andantino con variazioni 9:02
Kenneth Smith, flauta
Bryn Lewis, harpa
John Anderson, oboé
Michael Collins, clarinete
Richard Watkins, trompa
Meyrick Alexander, fagote
Philharmonia Orchestra
Giuseppe Sinopoli
Não é um grande disco, mas também não é mau. Aqui temos obras jamais gravadas de Fasch em um disco que celebrava o 250º aniversário de morte do compositor. Em janeiro de 2007, o Tempesta di Mare estreou em nosso tempo quatro obras orquestrais de Johann Friedrich Fasch, contemporâneo de Bach e Telemann. Richard Stone, de Tempesta di Mare, descreve as peças como “fantásticas e verdadeiras descobertas… Elas têm a amplitude e a complexidade de J.S. Bach (?) sem a austeridade (???). Tem um senso muito evoluído de cor orquestral que é realmente extraordinário”. (Os negritos são meus, claro). O conjunto de instrumentos de época Tempesta di Mare, baseado em Filadélfia, dá às peças uma abordagem elegante, sustentando bem os movimentos longos de Fasch, ouvindo o que o compositor tem a dizer, em vez de se sobrepor a ele.
Johann Friedrich Fasch (1688-1758): Orchestral Music
Ouverture Grosso In D, FWV K : D 8 (24:49)
1 I Ouverture 9:50
2 II Rigaudon 2:00
3 III Siciliano 3:15
4 IV Menuet & Trio 2:23
5 V Aria En Pologneise 7:19
Concerto In B Flat, FWV L : B 3 (18:25)
6 I Un Poco Allegro 4:00
7 II Aria Andante 8:43
8 III Bourée & Trio 3:03
9 IV Passepied & Trio 2:36
Concerto In D, FWV L : D 15 (12:36)
10 I Allegro 4:58
11 II Andante 3:20
12 III [Allegro] 4:6
13 Andante In D, FWV L : D 15 (bis) 3:43
Tempesta di Mare
Gwyn Roberts & Richard Stone, directors