Guia de Gravações Comparadas PQP – Schubert: Symphony Nº 9 in C major D.944 ‘The Great’

Certa vez ouvi de um grande amigo, músico dos mais competentes e talentosos que conheço, que considerava a última sinfonia de Schubert a mais perfeita obra do gênero já escrita. Claro que, sendo um julgamento subjetivo, podemos sempre confrontá-lo, mas no frigir dos ovos, temos que concordar que estamos diante de um grandioso monumento de forma, verve rítmica, abundância melódica e imaginação temática. Majestosa, é justamente a forma arquitetônica expandida que desafia sua interpretação: uma leitura completa, com todos os ritornellos, ultrapassa a uma hora de execução. Muitos maestros costumam ponderar quais partes repetem e quais seguem em frente – muitas vezes necessitando entrar em acordo com os músicos da orquestra – , para tentar equilibrar sua imponente estrutura. Há resultados positivos em todos os casos, e a Sinfonia, dita ‘A Grande’, se mantém incólume no repertório básico de qualquer corpo orquestral.

O subtítulo não foi, entretanto, dado apenas por suas dimensões incomuns, mas sim para a diferenciar da 6a. Sinfonia, também em Dó maior, esta conhecida como ‘A Pequena’. Controvérsias sobre sua estréia suscitam inclusive dúvidas sobre a qual delas se referem documentos que datam do início de 1829, e só temos certeza de sua verdadeira primeira apresentação pública em 1839, regida por Mendelssohn, dez anos depois da morte de Schubert. Escrita entre 1825 e 26, até a década de 1930 era chamada de Sinfonia no.7, mas teve sua numeração revogada em função de imprecisões de catálogo, principalmente por conta do esboço para uma Sinfonia em Mi Maior (D729) ter sido completado por Felix Weingartner em 1934 e por Brian Newbould em 1980, e musicólogos tiveram que reivindicar o 7 na ordem da composição. Por isso, depois que Weingartner fez a primeira execução completa da Sinfonia em Mi Maior, esta passou a ser a 7a., e a ‘Grande’ foi promovida a 9a., apesar de não ter sido uma decisão unânime. Mais recentemente, no final da década de 90, essa ordem também foi re-revogada, colocando essa Sinfonia em Mi em outra base catalográfica, e na confusão dos críticos e musicólogos algumas gravações da ‘Grande’ aparecem como 8a. (e a ‘Inacabada’ como 7a… olha o imbróglio). No fim das contas, o público não entendeu nada e as gravadoras, por conta própria, resolveram acabar com a confusão, e a ‘Grande’ ficou como 9a. e ponto final.

Eis alguma leituras essenciais dessa obra:

1.Wilhelm Furtwängler, Berliner Philharmoniker, DG 1952

Essa versão já clássica remonta a uma escola de regência há muito esquecida, na qual o maestro é quase uma espécie de co-autor. A interpretação não tem pudores e não faz nenhuma questão de parecer a mais autêntica ou mais próxima das marcas da partitura. Ele muda os andamentos a seu bel-prazer e cria uma dinâmica própria, fazendo dela uma leitura bastante avançada. A questão é: para o regente se dar ao luxo de tais liberdades, precisa ter um senso estético extraordinário, o que, felizmente, é o caso. Apesar do som mono, é uma gravação incrivelmente bem feita, e merece ser apreciada sem restrições. Vem de brinde a 88 de Haydn, um mimo.

FLAC 248Mb
MP3 320Kbps 153Mb

2. Wolfgang Sawallisch, Staatskapelle Dresden, PHILIPS 1967

Conheci essa gravação através da Enciclopédia Salvat dos Grandes Temas da Música, lá pela década de 90, e confesso que não esperava muito. Ledo engano: fiquei impressionado com o equilíbrio de timbres e de forma na condução de Sawallisch. É uma das leituras mais convincentes e fluídas que já ouvi. Sawallisch corta as repetições nas medidas certas, e dá certa ênfase nas madeiras, que se destacam sobremaneira nos contornos melódicos,  como poucas gravações fazem, dando sobrevida a acordes fundamentais que não aparecem em outras leituras. É também digno de nota que os andamentos são marcados por uma coerência espontânea e segura, fazendo desta uma das minhas interpretações preferidas, e que, curiosamente, teve várias edições esparsas e nunca foi considerada pela indústria fonográfica uma gravação de destaque. Pena. Não foi lançada em CD avulso, apenas em coletâneas, e essa que ora apresento é justamente uma, meio obscura da série PHILIPS DUO. Mas reitero: uma das versões mais determinadas e convincentes que conheço. E ainda vem no pacote a 5a., 6a. e 8a. Sinfonias. Fica a dica.

FLAC 693Mb
MP3 320Kbps 320Mb

3.Herbert von Karajan, Berliner Philharmoniker, EMI 1977

Devo dizer que sempre tenho receios com Karajan, daquelas leituras assépticas e previsíveis, mas, surpreendentemente, Karajan, ao contrário das expectativas, trata essa obra com singularidade incomum. Não que seja isenta de críticas, mas tem uma grande virtude: é uma leitura altamente diferenciada, que privilegia mais a dramaticidade romântica que o bucolismo clássico. Karajan faz dela uma sinfonia quase wagneriana, enfatizando os trombones como nenhuma outra gravação. Ao final da sua escuta, fico pensando: nossa, Schubert gostava de trombones, eu nunca tinha reparado! Com certeza é a interpretação que melhor destaca o espírito épico da sinfonia. Bom ou ruim, não sei, mas que empolga, empolga. Ademais, tenho a teoria que o melhor Karajan foi para a EMI, e que a DG era só a esposa de fachada.

FLAC 347Mb
MP3 320Kbps 166Mb

4. Carlo Maria Giulini, Chicago Symphony Orchestra, DG 1977

Essa versão de Giulini me estranhou à primeira vista, por conta do contorno legato com que ele conduz o tema principal do Allegro no primeiro movimento. E outro aspecto que me chamou a atenção é a passagem do Andante para o Allegro inicial. Uma pulsação muito diferente, surpreendente, diria, quase invertendo o tempo. Nunca tinha ouvido dessa forma, pareceu até outro tema! Foi uma nova experiência e uma escuta que, confesso, precisei me acostumar, mas acabou por tornar-se prazeirosa, muito propícia para renovar os ares desta obra tão querida. Giulini é um maestro de sensibilidade fora do comum, e consegue sustentar essas licenças sem ter que pedir desculpas nem parecer excêntrico. Em termos de balanceamento de timbres, é a versão mais equilibrada que conheço, fica patente o espírito romântico, à espreita na forma clássica. Também surpreende o fato de que essa gravação foi lançada em LP e não tem correspondente original em CD, que só foi relançada muito tempo depois, em coleções modernas. Os selos não sabem os tesouros que escondem.

FLAC 251Mb
MP3 320Kbps 129Mb

5. Georg Solti, Wiener Philharmoniker, DECCA 1981

Solti é um maestro que admiro profundamente, versátil e contundente, mas é notório que quando falamos de românticos, pós-românticos e modernos ele está totalmente à vontade em seu elemento, mas nos clássicos… bem, não sei se ele consegue o mesmo grau de profundidade. A interpretação é boa, Solti enfatiza a verve rítmica, mas parece que estamos ouvindo Richard Strauss. Percebam o uso de metais, que, diferentemente da abordagem romântica de Karajan, não enfatiza um ou outro, mas seu conjunto. Torna certos momentos dignos de sinfonistas pós-românticos. O problema é equilibrar intenções tão distintas. Só Solti mesmo. No frigir dos ovos diria que ficou bom, mas por vezes me pergunto se funciona para todos os gostos. Também vale a escuta.

FLAC 232Mb
MP3 320Kbps 117Mb

6. Neville Marriner, Academy of St.Martin-in-the Fields, PHILIPS 1984

Essa é a gravação mais ‘correta’, no sentido de procurar um denominador comum genérico, de apresentar um clássico ‘puro’. Não que seja uma interpretação histórica, mas é notório que Marriner prima pela obediência férrea à partitura, e, juntamente com a versão de Abbado, são as únicas que fazem TODOS os ritornellos sem exceção. Os tempos e a dinâmica são clássicos, um purismo que Marriner manteve na gravação do ciclo completo (que inclui a 7a. e a 10a. pela versão de Newbould), da qual esta gravação avulsa faz parte. Apesar dos instrumentos utilizados não serem propriamente ‘de época’, a execução é a que atinge a atmosfera mais clássica e autêntica, se é que podemos falar nesses termos. No final, fica um pouco a sensação de fast-food, mas isso é um problema meu com Marriner. Essa é a recomendada para puristas de estilo.

FLAC 285Mb
MP3 320Kbps 145Mb

7. Claudio Abbado, The Chamber Orchestra of Europe, DG 1987

Essa versão de Abbado é sem dúvida uma das mais aclamadas pela crítica, e merecida, uma vez que foi a primeira gravação que usou o manuscrito original, autógrafo de Schubert, como referência, e não a versão revista pelos editores posteriormente (que são todas as outras gravações aqui colocadas). Apesar disso, a leitura de Abbado não me parece – verifiquem por favor – tão purista quanto a de Marriner, apesar de também primar por todos os ritornellos. Acaba ficando mais livre e espontânea, uma obediência flexível, antes romântica que clássica, à partitura. Abbado tem muita afinidade com Schubert, e sua leitura puxa um pouco para a inerente tendência ao romantismo, e fica uma linha tênue, enrustida, sutil, mas patente. Essa sutileza torna essa uma das leituras mais interessantes que conheço. É curiosa a impressão que estamos ouvindo um Schubert visto por Mendelssohn, e por vezes ambos se misturam. E acrescenta-se ainda o divertido exercício de notar as diferenças da partitura original com a versão do editor. Dica: reparem no Segundo Movimento, o Andante con moto.

A escolha do Chucruten para essa sinfonia recai, portanto, entre essa e a de Sawallisch.

Boa audição a todos.

FLAC 295Mb
MP3 320Kbps 158Mb

CHUCRUTEN

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 1 de 12 (Sinfs 1 e 6, Ashkenazy)

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 1 de 12 (Sinfs 1 e 6, Ashkenazy)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Sinfonia Nº 1, Op. 10 (1924-1925)

Shostakovich começou a escrever esta sinfonia quando tinha dezessete anos. Antes disso, tinha composto alguns scherzi que só interessaram à musicólogos. Sua estreia foi mesmo com esta Nº 1, terminada antes do autor completar vinte anos. Ela tornou aquele estudante de música, mais conhecido por ser pianista-improvisador de três cinemas mudos de Petrogrado, internacionalmente célebre. Tal fama pode ser atribuída por Shostakovich ser o primeiro rebento musical do comunismo, mas ouvindo a sinfonia hoje, não nos decepcionamos de modo algum. É música de um futuro mestre.

Ela começa com um toque de trompete ao qual, se acrescentarmos um crescendo, tornar-se-á um tema de Petrouchka, de Igor Stravinsky. Alguns regentes russos fazem esta introdução exatamente igual à Petroushka. É algo curioso que o jovem Dmitri tenha feito esta homenagem, quando dizia que seus modelos — e isto foi comprovadíssimo logo adiante — eram Mahler, Bach, Beethoven e Mussorgski. Mas há mesmo algo de “boneca triste” no primeiro movimento desta sinfonia. O segundo movimento possui um curioso tema árabe, que é a primeira grande paródia encontrada em sua obra. Um achado.

O movimento lento, muito triste, é daqueles que os anticomunistas mais truculentos considerariam uma comprovação do sofrimento do compositor sob o comunismo e de uma postura fatalista do tipo isto-não-vai-dar-nada-certo, porém acreditamos que a morte de seu pai, ocorrida alguns meses antes e a internação de Dmitri num sanatório da Crimeia (ele contraíra tuberculose) tenha mais a ver. Há um belíssimo solo funéreo de oboé nele.

Sinfonia Nº 6, Op. 54 (1939)

Uma perfeição esta sinfonia cujo dramático, concentrado e lírico primeiro movimento (um enorme Largo) é seguido por dois allegros, sendo o último pra lá de burlesco e circense (Presto). A estrutura estranha e inexplicável tem o efeito, ao menos em mim, de uma compulsão por ouvi-la e reouvi-la. Acho que volto sempre a ela com a finalidade de conferir se o primeiro movimento é mesmo tão perfeito e profundo e para buscar uma explicação para a galinhagem final — isto aqui não é uma tese acadêmica, daí a palavra “galinhagem” ser permitida… Nossa sorte é que existe aquele segundo Allegro central para tornar a passagem menos chocante. Esta belíssima obra talvez faça a alegria de qualquer maníaco-depressivo. É uma trilha sonora perfeita para quem sai das trevas para um humor primaveril em trinta minutos — ou menos. Começa estática e intelectual para terminar num circo. Simplesmente amo esta música! É um pacote completo de desespero, sorrisos e gargalhadas.

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Integral das Sinfonias e mais — CD 1 de 12 (Ashkenazy)

Symphony No.1, Op.10
1-1 Allegretto – Allegro Non Troppo
1-2 Allegro
1-3 Lento
1-4 Lento – Allegro Molto

Symphony No.6 In B Minor, Op.54
1-5 Largo
1-6 Allegro
1-7 Presto

Royal Philharmonic Orchestra
Vladimir Ashkenazy

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Shostakovich jogando xadrez na sede de lazer do PQP Bach Corp. em Petrogrado

PQP

Camille Saint-Saëns (1835-1921): Música para Violoncelo e Piano

Camille Saint-Saëns (1835-1921): Música para Violoncelo e Piano

Mesmo sem ser um grande admirador dos românticos e menos ainda dos franceses, eu gosto muito dos trabalhos de Camille Saint-Saëns. Estranho… Sempre o ouço meio de nariz torcido e ele sempre me dobra. O mesmo ocorreu aqui. Suas duas sonatas para violoncelo são ótimas. Não as conhecia e fiquei muito feliz ao fazê-lo. É música nobre e muito bem escrita. A interpretação da dupla Poltéra / Stott acrescenta muito charme a elas.

Quando jovem, Saint-Saëns era cheio de entusiasmo em relação às músicas mais modernas da sua época. Sentia isso particularmente com Robert Schumann, Franz Liszt e Richard Wagner, porém suas composições geralmente ficavam mais dentro das convenções clássicas tradicionais. Foi um acadêmico e permaneceu comprometido com as estruturas estabelecidas por compositores franceses anteriores. Como viveu muito — o que é ótimo — isto fez com que entrasse em conflito no final de sua vida com compositores das escolas impressionista e dodecafonista, apesar de existirem elementos neoclássicos em sua música. Ele foi frequentemente considerado um reacionário nas últimas décadas antes de sua morte.

Camille Saint-Saëns (1835-1921): Música para Violoncelo e Piano

Sonata No 1 in C min, Op 32
01. I. Allegro
02. II. Andante tranquillo sostenuto
03. III. Allegro moderato

Sonata No 2 in F maj, Op 123
04. I. Maestoso, largamente
05. II. Scherzo con variazioni
06. III. Romanza
07. IV. Allegro ma non troppo, grazioso

Priere Op 158 in G major – arranged for cello and piano by the composer
08 I. Andante

The Swan – ‘Le Cygne’ from Le Carnaval des animaux
09. I. Andante grazioso

Romance Op 36 in F major – for horn or cello and piano
1o. I. Moderato

Christian Poltéra, cello
Kathryn Stott, piano

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Saint-Saënsão dando um rolê pela sua tela.

PQP

C. P. E. Bach / J. C. Bach / J. C. F. Bach / W. F. Bach: Bachiana – Double Concertos (Goebel / MAK)

C. P. E. Bach / J. C. Bach / J. C. F. Bach / W. F. Bach: Bachiana – Double Concertos (Goebel / MAK)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este outro Bachiana de Goebel e grupo é uma excelente coleção de concertos dos filhos de Bach, meus irmãos. O trabalho mais substancial, neste disco bem preenchido de música, é o Concerto de C.P.E. Bach para Cravo e Pianoforte de 1788, ano de sua morte. Os dois instrumentos são tratados como iguais, e a orquestra também desempenha um papel significativo. O primeiro movimento oferece uma combinação única de drama — especialmente nas violentas interjeições da orquestra — e de inteligência picante, características marcantes e que se mostram novamente no presto. Esses movimentos cercam um larghetto grave, de beleza austera. É um trabalho profundamente pessoal. Mas o Concerto para Viola e Pianoforte de Johann Christoph Friedrich Bach não fica atrás. As outras duas peças também têm bastante apelo. OK, A Sinfonia Concertante de J.C. Bach é fraquinha, mas o Concerto para Flauta de Wilhelm Friedemann Bach é ótimo. Ele abre com um primeiro movimento de texturas complexas e passa para um largo gentil e depois para um delicioso final vivace.

Sinfonia Concertante For Violin, Violoncello, 2 Oboes, Strings And Basso Continuo In A Major WC 34 (T284/4)
Cadenza – Stephan Schardt
Composed By – Johann Christian Bach
Violin – Stephan Schardt
Violoncello – Joachim Fiedler
(13:10)
1 1. Andante di molto 8:00
2 2. Rondeau: Allegro assai 5:10

Concerto For Flute, Strings And Basso Continuo In D Major BR WFB C 15
Composed By – Wilhelm Friedemann Bach
Flute – Verena Fischer
(20:36)
3 1. Un poco Allegro 6:59
4 2. Largo 8:52
5 3. Vivace 4:45

Concerto For Fortepiano And Viola, 2 Horns, 2 Oboes, Strings And Basso Continuo In E Flat Major BR JCFB C 44
Composed By – Johann Christoph Friedrich Bach
Fortepiano – Robert Hill (9)
Viola – Reinhard Goebel
(25:50)
6 1. Allegro con brio 12:39
7 2. Larghetto cantabile 5:24
8 3. Allegretto 7:47

Concerto For Harpsichord And Fortepiano, 2 Flutes, 2 Horns, Strings And Basso Continuo In E Flat Major H 479 (Wq. 47 )
Composed By – Carl Philipp Emanuel Bach
Fortepiano – Robert Hill (9)
Harpsichord – Léon Berben
(17:24)
9 1. Allegro molto 6:43
10 2. Larghetto 6:28
11 3. Presto 4:09

Musica Antiqua Köln
Reinhard Goebel, conductor, viola
Stephan Schardt, violin
Joachim Fiedler, violoncello
Verena Fischer, transverse flute
Robert Hill, fortepiano
Léon Berben, harpsichord

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

O MAK em seus últimos anos.

PQP

.: interlúdio :. Pat Metheny: 80/81

.: interlúdio :. Pat Metheny: 80/81

Traduzido mal e porcamente por PQP Bach. Achei aqui, ó.

Em 26 de maio de 1980, cinco músicos de jazz reuniram-se no Talent Studio em Oslo, Noruega. Eles estavam atrasados ​​após os respectivos voos, estavam de olhos vermelhos e tinham um dia inteiro de gravação pela frente. A sessão foi idealizada pelo mais jovem, um guitarrista de 26 anos que sonhava em trazer alguns de seus músicos preferidos para tocarem juntos pela primeira vez. O que se seguiu foi uma das sessões de gravação mais produtivas e inspiradoras do jazz moderno. Após pouco mais de um dia de gravação, a sessão rendeu um álbum duplo em LP que completou 40 anos de admiração e sucesso no último mês de maio. Vamos um pouco da história desta reunião de gênios promovida por Pat Metheny para a gravadora ECM.

Metheny não era novo no local de gravação e nem no selo da ECM com seu gerente Manfred Eicher. Em 1974, quando fazia parte da banda de Gary Burton, ele conheceu Eicher ao gravar o álbum Ring. No ano seguinte, gravou o álbum Dreams So Real com Gary Burton e seu primeiro álbum solo, Bright Size Life. Sua primeira vez no Talent Studio com o engenheiro Jan Erik Kongshaug foi em 1976 para a gravação de Passengers, do quinteto de Gary Burton, para a qual ele também escreveu parte do material. Os dois primeiros discos do Pat Metheny Group e o fantástico solo New Chautauqua vieram logo depois, também gravados pela lendária dupla de produtores / engenheiros Eicher / Kongshaug. O bom gosto que eles aplicaram no estúdio agora faz parte do lendário som ECM e funcionou perfeitamente para o estilo que Metheny estava criando no final dos anos 70. Então, após uma louca turnê, incluindo Shadows and Light, de Joni Mitchell, ele estava pronto para o próximo projeto.

Em uma entrevista de 1978 para a revista Downbeat, Pat Metheny expressou suas reservas sobre as restrições impostas a ele por Manfred Eicher: “Se Manfred conseguir o que quer, todo álbum que fizer terá seis baladas e uma bossa nova. Existem alguns problemas pra mim na ECM, mas ainda assim é 50 vezes melhor do que qualquer outra coisa.” Seu último álbum dos anos 70, American Garage, era de fato uma raridade no catálogo da ECM por ser produzido pelo próprio Metheny com a ajuda de Richard Niles. Metheny tinha o maior respeito por Eicher, mas este dissera certa vez que Metheny era “muito comercial…”, frase normalmente ausente no vocabulário de um produtor musical. Em cordial resposta, Pat disse: “Para mim, a única falha real é que Manfred tende a escolher artistas que não sabem dançar”. No entanto, no início de 1980, Metheny era uma estrela na cena do jazz e sua nova posição no mundo permitia-lhe escolher quem convidar para uma sessão de gravação. De fato, naquela sessão de maio de 1980, todos os quatro músicos balançavam como pouquíssimos.

Manfred Eicher e Jan Erik Kongshaug

Metheny não pediu apenas que quatro notáveis músicos viessem para as sessões de 80/81. Ele tinha uma visão clara de como eles soariam juntos e escreveu novas músicas com o som e a personalidade deles em mente. Curiosamente, também reunira músicos que nunca tinham tocado ou gravado antes. Por incrível que pareça, o baixista Charlie Haden e o baterista Jack DeJohnette, que entre tocaram com quase todo mundo no jazz que vale a pena ouvir nos quinze anos que antecederam a sessão 80/81, não tinham gravado nada juntos até aquele momento. Os dois saxofonistas tenor, Dewey Redman e Mike Brecker, também estrearam juntos. Metheny decidiu excluir do álbum sua colaboração com Ornette Coleman na música Song X, que foi lançada depois.

Metheny lembra: “Pela primeira vez trabalhei com sopros e tive de considerar o elemento da respiração. Um dia, notei que todos os instrumentos com os quais eu havia trabalhado nas gravações de Gary e meus eram instrumentos do grupo rítmico: piano, baixo, guitarra, vibrafone, bateria, percussão e sintetizador. Nunca tive a oportunidade de escrever para este elemento Humano, o sopro, e realmente me arrependi de não tê-lo feito antes.”

Os dois saxofones tenor são apresentados juntos em três temas do álbum. Dois deles são enérgicos e permitem que Redman e Brecker se esbaldem. Open, um veículo de improvisação para todos os solistas, e  Pretty Scattered, com um tema que se assemelha a algumas das melodias distorcidas de Ornette Coleman. A terceira é a mais tranquila The Bat, que teve uma apresentação diferente e memorável no álbum seguinte de Metheny, Offiramp. 

O quão bem Redman e Brecker se conectaram é melhor contado por Metheny. Em um podcast que dedicou ao making of 80/81, ele contou uma história que aconteceu durante a curta turnê europeia que o grupo tocou no verão de 1981: “Algo que aconteceu com Mike e Dewey nessa turnê que é uma das as coisas mais incríveis que já experimentei. Eles eram tipos diferentes de instrumentistas, eles não se sobrepunham de forma alguma. No início, tivemos um show em um festival de jazz em Portugal e David Oakes, na época um técnico de som relativamente novo, disse: “OK, deixe-me ouvir um pouco dos sax tenores. Mike, toque”. Mike subiu no palco e tocou. Então, “Dewey, toque alguma coisa”. E Dewey subiu no microfone e tocou qualquer coisa. Então ele completou seu teste: “Agora vocês dois tocam algo ao mesmo tempo”. Jack DeJonette e eu estávamos sentados atrás deles, e vimos ambos caminharem até o microfone e tocarem uma  longa frase improvisada, total e completamente em uníssono, como um só saxofone. E eles, Jack, eu e David Oakes paramos e nos encaramos por cerca de dez segundos. Como? O que aconteceu? Se você tivesse escrito uma cadência e dissesse “toquem isso”, eles a praticariam por alguns dias até tocarem daquela forma.

A trupe on tour

A música 80/81 foi escrita para Dewey Redman, que Metheny conheceu durante uma turnê com a banda de Gary Burton no início dos anos 70. Redman também tocava no quarteto americano de Keith Jarrett. Esse quarteto, incluindo Charlie Haden no baixo e Paul Motian na bateria, foi uma das melhores combinações de jazz dos anos 70 e deixou uma profunda impressão em Metheny, que lembrou os métodos peculiares de Redman: “Keith escrevia temas para Dewey que eram muito difíceis e ele descobria uma forma de tocá-las que não seriam o que você esperaria. Quando dei a música a Dewey, ele a levou ao banheiro por cerca de duas horas e praticou arpejos. Então, saiu e disse: OK, vamos gravar. E não tocou nada parecido em seu brilhante solo.”

Depois de tocar todas as composições que Pat Metheny preparou para a sessão, a banda percebeu que  tinha material para mais de um álbum. Manfred Eicher sugeriu que continuassem gravando para preencher um registro duplo. Pat Metheny ficou sem material, mas Charlie Haden trouxe alguns arranjos de Ornette Coleman. Um deles foi Turnaround, lançado pela primeira vez no segundo álbum de Ornette, Tomorrow Is the Question!, de 1959. Metheny, mesmo bem versado na música de Coleman, não conhecia essa música e a aprendeu no estúdio. Já Haden e DeJohnette estavam se divertindo muito, e Charlie Haden pode ser ouvido no final da gravação, todo empolgado com a interpretação de Jack DeJohnette.

Jack DeJohnette em 1981

Um dos destaques do 80/81 é uma música que Metheny escreveu para Mike Brecker, Every Day (I Thank You). Ela foi escrita em um quarto de hotel em Bremen, Alemanha, tarde da noite, depois de um show. No rico catálogo de melodias bem elaboradas de Metheny, essa é uma das mais memoráveis ​​e especiais, devido ao toque emocionante de Brecker. Como composição, é certamente a mais interessante e complexa do álbum, e se encaixou perfeitamente no repertório do Pat Metheny Group: “Eu tive muito trabalho para criar uma música com diferentes seções e tempos, mas tudo isso não é nada comparado à profundidade emocional com que Mike tocou a melodia.” Para Mike Brecker, que estava no processo de abandonar as drogas na época, toda a sessão foi um evento que mudou sua vida, e essa música em particular o afetou profundamente. Metheny: “Quando eu estava escrevendo a música, imaginava como Mike tocaria isso, e a música está fortemente associada a ele. Ele estava passando por um momento difícil, no meio de um processo complicado. Estava sofrendo muito. Nas notas para a série ECM Selected Recordings dedicada à sua música, Metheny escreveu: “Mike Brecker sempre falou sobre como esse disco foi um ponto de virada para ele e o que ele fez ali afetou tudo o que fez depois. “

O 80/81 foi lançado como código de catálogo ECM 1180/81, pois a ECM possui um número único para cada LP, incluindo LPs duplos e conjuntos de caixas. A banda gravou e lançou o álbum em 1980 e o apresentou ao vivo durante sua turnê em 1981. Número de shows à parte, o álbum foi bem-sucedido para a ECM e Metheny, alcançando de cara o número quatro nas paradas de jazz da Billboard. Uma rápida olhada no resto da parada daquela semana mostra o sombrio estado do jazz norte-americano da época, com álbuns pouco inspiradores. 80/81 ganhou o prêmio de registro de jazz do ano.

Minha música favorita no álbum é a abertura Two Folk Songs. Ainda me lembro da primeira vez que ouvi o álbum e a pura emoção que senti imediatamente após a agulha cair no lado um do primeiro LP. Este deve ser uma das melhores primeiras músicas de álbuns de todos os tempos. O violento e bonito toque de violão marca você e, antes que você tenha tempo de se recuperar da surpresa, o resto da banda se une com uma energia implacável que continua por mais de 20 minutos da música. Metheny introduziu esse estilo de dedilhar no New Chautauqua do ano anterior, mas Two Folk Songs ainda não tinham sido usadas no contexto de um quarteto de jazz. Metheny: “Até onde eu sei, foi a primeira vez que houve esse tipo de dedilhar de guitarra integrado estilisticamente com a abordagem ultramoderna de Jack DeJohnette tocar bateria. Além disso, a conexão que Charlie e eu tínhamos com Missouri fez com que o Two Folk Songs tivesse um pulso mais autêntico.”

Mike Brecker, Pat Metheny, Dewey Redman e Charlie Haden

Todos os músicos estavam em sua melhor forma em Two Folk Songs. Brecker toca como se eu nunca o tivesse ouvido em nenhum outro lugar. Metheny percebeu isso no estúdio durante a gravação: “O jeito que Brecker tocava nessa faixa era meio assustador na época. Era, cara, o que é isso? Era algo que tem todo o vocabulário pós Coltrane. Em uma ocasião separada, Metheny disse: “A posição mais traiçoeira no jazz era a de ser o cara que precisa fazer um solo logo após Mike Brecker”.

Cerca de 13 minutos e meio da música, enquanto a banda encerra a primeira música folclórica, Charlie Haden inicia a segunda tocando uma versão lenta e com alma do Old Joe Clark, uma antiga música folclórica americana geralmente tocada com banjo ou rabeca. E em alta velocidade. Ele tocara essa música vinte anos antes no álbum Change Of The Century do quarteto de Ornette Coleman. A vivência de Metheny e Haden no meio-oeste norte-americano podem ter começado aqui e culminado no álbum Beyond The Missouri Sky: “Charlie realmente experimentou essa coisa do meio-oeste. Quando ele era criança, estava em turnê com a banda da família, tocando em programas de rádio e tocando com a mãe Maybelle Carter. Ele tem isso de uma maneira muito mais profunda do que eu, mesmo que eu sempre tenha me sentido muito próximo do tipo de música que sai de lá ”.

Pat Metheny: 80/81

Disc 1
1. Two Folk Songs 20:46
2. 80/81 7:27
3. The Bat 5:58
4. Turnaround 7:05

Disc 2
1. Open 14:26
2. Pretty Scattered 6:56
3. Every Day (I Thank You) 13:16
4. Goin’ Ahead 3:51

Pat Metheny – guitar
Charlie Haden – bass
Jack DeJohnette – drums
Michael Brecker – tenor saxophone
Dewey Redman – tenor saxophone

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Vamos fazer de conta que temos a mesma altura que o nanico do Metheny?

PQP Bach

Johann Michael Bach (1648-1694) / Georg Christoph Bach (1642-1697) / Johann Christoph Bach (1642-1703) / Heinrich Bach (1615-1692): Cantatas compostas por membros da família Bach (Goebel-MAK)

Johann Michael Bach (1648-1694) / Georg Christoph Bach (1642-1697) / Johann Christoph Bach (1642-1703) / Heinrich Bach (1615-1692): Cantatas compostas por membros da família Bach (Goebel-MAK)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Motivo do upgrade: o CD que tinha postado em 16/03/2008 tinha problemas, conforme vocês podem saber lendo a história abaixo. Agora, recebi o CD original comprado e o reposto. Agora, tudo está perfeito. Deixo a história abaixo só como memória.

Vou ter de primeiro contar a incrível história deste CD aqui em casa. Vi este CD para baixar em um site e o fiz em 17 de agosto de 2007. Na semana passada, chegou a vez de ouvi-lo. (Vejam como estou atrasado, ouço tudo na ordem em que baixo…) Gravei em CD porque preciso desesperadamente de espaço em disco e o pus para ouvir. Fiquei maravilhado… Não, estou sendo por demais discreto; fiquei foi pasmo, entusiasmadíssimo, gritava e cantava pela sala.

Só que, ao chegar na última faixa do CD 1, havia uma falha. Lá pelo nono minuto apareciam uns barulhos como shhhhhh, puft, caploft e pifffff. Segui ouvindo porque logo a coisa parava. No segundo CD, faixa 5, nova falha curta: uns tic, tic, tic. Tudo bem. Peguei o CD e joguei no lixo seco. Procurei o arquivo para baixar novamente e o achei em outro site, desta vez no Branle de Champagne. Liguei o notebook no aparelho de som e, merdas das merdas, ouvi as mesmas falhas. Simples: resolvi comprar o CD. Fui na bosta da Amazon… em todas as lojas de CDs e… nada! O CD só existia em catálogos antigos. Fiquei sabendo que fora gravado em 1986 e que havia ganho vários prêmios de melhor disco de 1987, incluindo o Grand Prix du Disque, categoria geral.

O CD desapareceu. Quem tem não vende, pois ele não aparece nos usados de nenhum acervo e novo nem pensar. Resultado: voltei ao lixo seco e peguei-o como relíquia. Mesmo com pequenas falhas na faixas citadas. Então, posto-lhes esta maravilha vinda diretamente de minha lixeira.

Lixeira de PQP_BachSim, a lixeira bonitinha ao lado é a do lixo seco aqui de casa. Parece a do Manda Chuva. Tirei a foto com meu celular pra lá de ruim. Bem, o CD entra na categoria de Recital recém criada por este blog. É absolutamente obrigatório, espetacular, formidável e sensacional – mostrando que genética funciona e que de onde mais se espera é dali mesmo que sairá alguma coisa… E não contrário. Há muita coisa boa e nunca dantes ouvida por vossos ouvidos, tenho certeza. Ah, se alguém conseguir o CD sem falhas, que se apresente.

(Mas, enfim, comprei a coisa e tudo isso teve um final feliz).

Johann Michael Bach (1648-1694) / Georg Christoph Bach (1642-1697) / Johann Christoph Bach (1642-1703) / Heinrich Bach (1615-1692): Cantatas compostas por membros da família Bach (Goebel-MAK)

CD1

1 Ach bleib bei uns, Herr Jesu Christ – Bach, Johann Michael
2 Auf, laßt uns den Herren loben – Bach, Johann Michael <—- Linda!
3 Es ist ein großer Gewinn – Bach, Johann Michael
4 Liebster Jesu, hör mein Flehen – Bach, Johann Michael
5 Ach, wie sehnlich wart’ ich der Zeit – Bach, Johann Michael
6 Siehe, wie fein und lieblich – Bach, Georg Christoph
7 Meine Freundin, du bist schön – Bach, Johann Christoph

CD 2

1 Es erhu sich ein Streit – Bach, Johann Christoph
2 Ach, daß ich Wassers g’nug hätte – Bach, Johann Christoph <—- Linda!
3 Herr, wende dich und sei mir gnädig – Bach, Johann Christoph
4 Wie bist du denn, o Gott, im Zorn auf mich entbrannt – Bach, Johann Christoph
5 Die Furcht des Herrn – Bach, Johann Christoph
6 Ich danke dir, Gott – Bach, Heinrich

Reinhardt Goebel,
Musica Antiqua Köln, MAK

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Esta era a Família Bach da qual PQP foi escorraçado.
Esta era a Família Bach da qual PQP foi escorraçado.

PQP

.: interlúdio :. Carla Bley: Life goes on

.: interlúdio :. Carla Bley: Life goes on

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um impressionante álbum de músicas novas da pianista / compositora / band leader Carla Bley (84), cujo trio com Andy Sheppard (63) e Steve Swallow (80) está agora em seu 25º ano. Mas a associação é ainda mais antiga: o baixista Swallow — marido de Bley há décadas — gravou pela primeira vez uma música dela em 1961. Então, quando Bley diz Life Goes On, fala de muita vida. Após dois outros álbuns do trio para a ECM, Trios (2013) e Andando el Tiempo (2016), esta gravação, realizada no Auditorio Stelio Molo Studio em Lugano, em maio de 2019, com a produção de Manfred Eicher, assume a forma de três suítes de danças calmas e de musicalidade perfeitas. A peça-título é como um blues estoico, primeiro melancólico e depois esperançoso. Beautiful Telefones, inspirado pela primeira observação de um presidente dos EUA ao entrar no Salão Oval, tem muito do humor e da inteligência sombria de Bley. E Copycat explora como os improvisadores seguem (e imitam) os pensamentos um do outro. O piano de Carla, com suas notas de Monk e Satie, é belamente enquadrado pelo eloquente e elegante baixo de Swallow e pelos sax de Sheppard. Esse trio tem um som coletivo único, refletindo um raro domínio musical. Eu amo Carla Bley e ponto.

.: interlúdio :. Carla Bley (Life goes on)

1. Life Goes On: Life Goes On (6:00)
2. Life Goes On: On (4:47)
3. Life Goes On: And On (4:10)
4. Life Goes On: And Then One Day (9:03)
5. Beautiful Telephones (Pt. 1) (4:36)
6. Beautiful Telephones (Pt. 2) (6:14)
7. Beautiful Telephones (Pt. 3) (6:16)
8. Copycat: After You (5:29)
9. Copycat: Follow The Leader (0:17)
10. Copycat: Copycat (9:52)

Carla Bley: piano
Andy Sheppard: saxofones tenor e soprano
Steve Swallow: baixo

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Bley – Swallow – Sheppard: competência e sensibilidade absurdas.

PQP

H. Bach, J. Christoph Bach, J. L. Bach, J. S. Bach, Cyriacus Wilche: Bachiana ~ Música na Família Bach (Goebel-MAK)

H. Bach, J. Christoph Bach, J. L. Bach, J. S. Bach, Cyriacus Wilche: Bachiana ~ Música na Família Bach (Goebel-MAK)

Não chega a ser um disco que se aprofunde muito na música da imensa família Bach, mas é bom de ouvir. A gente conclui o óbvio: vai tudo mais ou menos agradável até que aparece Johann Sebastian, quando a coisa fica espetacular. O homem era mesmo demais e a comparação de meu pai com seus parentes… Fica mais equilibrado quando a comparação inclui os filhos. Bem, eu sou o bastardo, como sabem. O Musica Antiqua Köln leva tudo com muita classe e elegância. É sempre uma alegria reouvir o pessoal de Goebel. Um bom disco, sem dúvida. A faixa 12, por exemplo, é sensacional! Mas o ponto alto é, obviamente, o JSB no final. Os dois maravilhosos movimentos instrumentais do Oratório da Páscoa foram transformados em concerto, sendo o coral de abertura reorquestrado apenas para instrumentos. Não há absolutamente nenhuma evidência de que este seja um movimento “perdido”, mas o resultado é bastante eficaz e as trompetes e a percussão dão uma esplêndida contribuição.

H. Bach, J. C. F. Bach, J. L. Bach, J. M. Bach, J. S. Bach, Cyriacus Wilche: Bachiana ~ Música na Família Bach (Goebel-MAK)

 Johann Ludwig Bach (1677-1731)

01 J.L. Bach: Suite in G – Ouverture 6:13
02 J.L. Bach: Suite in G – Air I 1:58
03 J.L. Bach: Suite in G – Menuet 2:18
04 J.L. Bach: Suite in G – Gavotte 1:24
05 J.L. Bach: Suite in G – Air II 2:27
06 J.L. Bach: Suite in G – Bourrée 1:05

Heinrich Bach (1615-1692)

07 H. Bach: Sonata “a cinque” in C 5:25

08 H. Bach: Sonata “a cinque” in F 4:18

Johann Ludwig Bach (1677-1731)

09 J.L. Bach: Concerto in D – 1. Allegro 3:52
10 J.L. Bach: Concerto in D – 2. Adagio 2:02
11 J.L. Bach: Concerto in D – 3. Allegro 1:28

Johann Christoph Bach (1642-1703)

12 J. Christoph Bach: Aria Eberliniana pro dormente Camillo 16:26

Cyriacus Wilche (? – 1667)

13 Cyriacus: Wilche Battaglia – anno 1659 composta 7:16

Signr. (Singer/Signore) Pagh  (before 1672)

14 Sonata & Fantaisie in G minor 7:40

Johann Sebastian Bach  (1685-1750)

15 J.S. Bach: Kommt, eilet und laufet (Easter Oratorio), BWV 249 – “Concerto” in D after BWV 249 – 1. Sinfonia 3:55
16 J.S. Bach: Kommt, eilet und laufet (Easter Oratorio), BWV 249 – “Concerto” in D after BWV 249 – 2. Adagio 3:00
17 J.S. Bach: Kommt, eilet und laufet (Easter Oratorio), BWV 249 – “Concerto” in D after BWV 249 – 3. Allegro 4:46

Musica Antiqua Köln directed by Reinhard Goebel
Solo Harpsichord – Léon Berben

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Johann Sebastian Bach e família durante a prática musical matinal
Johann Sebastian Bach e família durante a prática musical matinal

PQP

C.P.E. Bach / J.C.F. Bach / W.F. Bach / J.S. Bach: Cantatas of the Bach Family (Goebel / Berliner Barock Solisten)

C.P.E. Bach / J.C.F. Bach / W.F. Bach / J.S. Bach: Cantatas of the Bach Family (Goebel / Berliner Barock Solisten)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Reinhard Goebel é o máximo. Ex-aluno de Franzjosef Maier, foi o fundador — em 1973 — e principal violinista do esplêndido Musica Antiqua Köln, conjunto de música barroca historicamente informada que foi dissolvido pelo próprio fundador em 2007. Ele é outro adicto em Bach. Seu eu sou obcecado por Johann Sebastian e seus filhos Wilhelm Friedemann e Carl Philipp Emanuel Bach, ele é por toda a família. E não para de gravar discos dedicados à obra de todos os Bach. Este aqui é o quarto CD capitaneado por Goebel que conheço e que tem esta ideia. Fica claro que nenhum familiar chega próximo das alturas de J. S., que W.F. e C.P.E, foram geniais, mas não eram Deus como o pai e que o resto da família nem seria conhecida se não fosse Johann Sebastian. Mas Goebel ama todo mundo e não para. Ainda bem. Goebel, por favor, não pare de tentar nos convencer do contrário, OK?

C.P.E. Bach / J.C.F. Bach / W.F. Bach / J.S. Bach: Cantatas of the Bach Family (Goebel / Berliner Barock Solisten)

Carl Philipp Emanuel Bach
01. – Ich bin vergnügt mit meinem Stande, Wq. deest: No. 1, Ich bin vergnügt mit meinem Stande
02. – Ich bin vergnügt mit meinem Stande, Wq. deest: No. 2, Im Schweiße meines Angesichts
03. – Ich bin vergnügt mit meinem Stande, Wq. deest: No. 3, Lieber Gott, es ist das Deine

Carl Philipp Emanuel Bach
04. – Symphony in F Major, Wq. deest: I. Allegro
05. – Symphony in F Major, Wq. deest: II. Adagio
06. – Symphony in F Major, Wq. deest: III. Allegro assai

Johann Christoph Friedrich Bach
07. – Pygmalion, Wf XVIII:5: No. 1, Abgöttin meiner Seele!
08. – Pygmalion, Wf XVIII:5: No. 2, Ihr Götter welche Phantaseyn!
09. – Pygmalion, Wf XVIII:5: No. 3, Nicht taub, nicht fühllos, nein
10. – Pygmalion, Wf XVIII:5: No. 4, Ach, dass mein irdisch Ohr nicht fähig ist
11. – Pygmalion, Wf XVIII:5: No. 5, Ach, es muss ein Teil der Gottheit
12. – Pygmalion, Wf XVIII:5: No. 6, O Venus! Saturnia! Bracht ich nur dir
13. – Pygmalion, Wf XVIII:5: No. 7, O Himmel! Der Boden wankt
14. – Pygmalion, Wf XVIII:5: No. 8, Nun senkt sie Haupt und Hand herab
15. – Pygmalion, Wf XVIII:5: No. 9, Bald sollen diese Lippen mich
16. – Pygmalion, Wf XVIII:5: No. 10, Ja, diese leichte Mühe, dies selige Geschäft
17. – Pygmalion, Wf XVIII:5: No. 11, Allgütige! Wofern dich hier noch

Wilhelm Friedemann Bach
18. – Symphony in B-Flat Major, F 71: I. Allegro
19. – Symphony in B-Flat Major, F 71: II. Andante
20. – Symphony in B-Flat Major, F 71: III. Presto

Johann Sebastian Bach
21. – Ich habe genug, BWV 82 (1747 Version): No. 1, Ich habe genug
22. – Ich habe genug, BWV 82 (1747 Version): No. 2, Ich habe genug
23. – Ich habe genug, BWV 82 (1747 Version): No. 3, Schlummert ein, ihr matten Augen
24. – Ich habe genug, BWV 82 (1747 Version): No. 4, Mein Gott! Wann kömmt das schöne
25. – Ich habe genug, BWV 82 (1747 Version): No. 5, Ich freue mich auf meinen Tod

Benjamin Appl – Baritone
Berliner Barock Solisten
Reinhard Goebel – Conductor

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

O tempo passa pra todo mundo, né, seu Goebel?

PQP

Johann Nepomuk Hummel (1778-1837): Concertos para Bandolim e Trompete / Das Zauberglöckchen / Freudenfest Overture

Johann Nepomuk Hummel (1778-1837): Concertos para Bandolim e Trompete / Das Zauberglöckchen / Freudenfest Overture

Um bom disco com uma capa horrível, né, Dona Chandos? Hummel teria sido um cara famosíssimo, se sua música não tivesse sido tão parecida com a de Mozart e Haydn e, bem, se não houvesse Mozart e Haydn. Ah, e se ele não fosse tão contemporâneo de Beethoven. Seus concertos para bamdolim e trompete são excelentes — certamente estão entre suas melhores obras — e Howard Shelley é um tremendo especialista em Hummel. Shelley gravou quase tudo do austríaco com raro brilho e competência. Pode-se dizer que é o Mensageiro de Hummel no mundo. O compositor nasceu em Preßburg (hoje Bratislava, Eslováquia), filho de um importante músico. Foi criança prodígio, tendo sido discípulo de Mozart, Muzio Clementi, Haydn e Salieri. Foi também amigo de Beethoven e de Schubert, além de mestre de capela em Weimar a partir de 1819. Brilhante concertista, contribuiu para o desenvolvimento da técnica pianística. Compôs obras para piano, óperas, bailados, peças orquestrais etc.

Sua obra mais tocada é Concerto para Trompete que está esplendidamente interpretado por Urban Agnas neste CD.

Johann Nepomuk Hummel (1778-1837): Concertos para Bandolim e Trompete / Das Zauberglöckchen / Freudenfest Overture

1. Freudenfest Overture, S148 6:23

Mandolin Concerto in G major, S28* 17:34
2. I Allegro moderato 7:54
3. II Andante con variazioni: 4:34
4. III Rondo: Allegro 5:04

Trumpet Concerto in E major, S49/W1† 19:03
5. I Allegro con spirito 9:17
6. II Andante (versione prima) – 5:41
7. III Rondò – Minore – Maggiore 4:04

Ballet Music for ‘Das Zauberglöckchen’, S206/W31 16:30
8. 1 Ensemble: Allegro energico 2:10
9. 2 Pas de deux: Un poco lento – Allegretto grazioso 4:14
10. 3 Pas seul, et pas de trois à la fin: Grave – Tempo di polacca – Poco più mosso 3:29
11. 4 Groteschi: Allegro non troppo – 4:02
12. 5 Ballo generale: Allegro molto vivace 2:32

Alison Stephens, bandolin
Urban Agnas, trompete
London Mozart Players
Howard Shelley

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Hummel engomado

PQP

G. P. Telemann (1681-1767): Ouverture Comique

G. P. Telemann (1681-1767): Ouverture Comique

Bom disco, mas nada tão comique assim, na minha opinião. O próprio Telemann fez coisas muito mais comiques — o que dizer da Suíte Alster, por exemplo? — assim como seus antecessores Lully e Biber. Telemann foi aquele compositor talentosíssimo que escreveu demais, muitas vezes de forma descuidada. Uma boa seleção sua pode ser arrasadora, mas não chega a tocar a qualidade de um Bach, claro. Foi o compositor mais famoso da Alemanha, compôs em todas as formas e estilos existentes em sua época. Em qualquer estilo, sua música tem um caráter inconfundível, sendo clara e fluindo com leveza. Apesar de de ser apenas quatro anos mais velho do que seus contemporâneos Bach e Haendel, utilizou um estilo muito mais avançado e pode ser considerado um precursor do estilo clássico.

G. P. Telemann (1681-1767): Ouverture Comique

Concerto in E minor for recorder, flute and strings* 13:07
in e-Moll – mi mineur
1. I Largo 3:37
2. II Allegro 4:02
3. III Largo 3:01
4. IV Presto 2:26

Violin Concerto in B flat major† 11:00
in B-Dur – si bémol majeur
5. I Largo 3:27
6. II Vivace 3:27
7. III [Andante] 2:33
8. IV Allegro 1:32

Ouverture in F sharp minor 17:28
in fis-Moll – fa dièse mineur
9. I Ouverture 5:24
10. II Les Plaisirs 2:25
11. III Angloise (Vivement) 1:28
12. IV La Badinerie italienne (Viste) 1:20
13. V Loure 1:42
14. VI Menuet I – Menuet II (Doucement) 2:28
15. VII Courante 1:51
16. VIII Le Batelage 0:44

Concerto in A major for two oboes d’amore‡ 9:49
in A-Dur – la majeur
17. I Andante 2:02
18. II Vivace 1:41
19. III Siciliana 3:48
20. IV Allegro 2:16

Ouverture in D major 15:49
in D-Dur – ré majeur
21. I[Ouverture.] Lentement – Vite – Lentement 5:17
22. II Le Podagre. Loure 2:42
23. III Remède expérimenté: La Poste et la danse. Menuet en rondeau 0:51
24. IV L’Hypocondre. Sarabande – Gigue – Sarabande – Bourrée – Sarabande – Hornpipe – Sarabande – La Suave 2:45
25.V Remède: Souffrance héroïque. Marche 1:10
26. VI Le Petit-maître. Rondeau 2:00
27. VII Remède: Petite-maison. Furies 1:01

Solo: Peter Holtslag treble recorder*
Solo: Rachel Brown flute*
Solo: Anthony Robson oboe d’amore‡
Solo: James Eastaway oboe d’amore‡
Orchestra: Collegium Musicum 90
Conductor: Simon Standage violin†/director

TT: 67:28

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

A assinatura de Telemann, um talento perdido pela medicina

PQP

.: interlúdio :. Julia Kent: Green and Grey

.: interlúdio :. Julia Kent: Green and Grey

A capa do disco parece da ECM. Colocamos o CD para ouvir e, bem, ele segue parecendo um disco da ECM. As músicas de Kent começam com um ostinato interessante, ganham melodias e somem. Não chega a ser uma loucura de disco bom, mas agrada sem jamais incomodar. A ideia é excelente. Green and Grey, verde e cinza, a grama e o concreto, a justaposição entre o mundo natural e o ambiente construído pelo homem que devem coexistir em harmonia, mas na prática com muita frequência em conflito. Nas 11 faixas, a violoncelista canadense Julia Kent, residente em Nova York, tenta construir um poema para explorar as tensões inerentes ao relacionamento da humanidade com o mundo ao nosso redor. Um segundo Koyannisqatsi. Kent toca desacompanhada, usando apenas seu violoncelo sampleado, mergulhado em sons ambientes ao lado de alguns eletrônicos sutis, além de gravações de campo de sons naturais, como água e sons noturnos.

Julia Kent: Green and Grey

1 Pleiades 5:08
2 Ailanthus 4:58
3 The Toll 3:49
4 Acquario 4:16
5 Tithonos 3:00
6 Guarding The Invitations 4:28
7 Overlook 4:59
8 A Spire 3:59
9 Missed 4:38
10 Dear Mr. Twombly 3:05
11 Wake Low 4:53

Cello – Julia Kent, Robert Brewer Young
Electronics – Julia Kent

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

PQP

Thomas Adès (1972): Peças para Piano Solo (Chen)

Thomas Adès (1972): Peças para Piano Solo (Chen)

Sim, eu sei. Os compositores brasileiros são ótimos — são mesmo! –, mas, assim como na literatura e no cinema, eles não têm as chances de quem nasceu e vive no primeiro mundo. Então, é muito mais fácil ouvir e ver a produção estrangeira antes da nossa. O compositor, maestro e pianista inglês Thomas Adès é muito bom. Sua música dialoga com o popular e faz paródias. Nada diferente da tradição histórica da música. Seu Concert Paraphrase on Powder Her Face reflete o glamour dos temas operísticos da maneira grandiosa de Liszt ou Busoni, enquanto Still Sorrowing e Darknesse Visible exploram os belos trabalhos de alaúde de John Dowland. Ouvida aqui em estreia mundial, Blanca Variations é lírica e fluida em caráter. Adès captura e transforma o estilo polonês em suas Mazurkas e o espírito de Satie e Ravel em Souvenir, tema do filme Colette.

Thomas Adès (1972): Peças para Piano Solo

Concert Paraphrase on Powder Her Face
1. I. — 00:05:32
2. II. — 00:01:26
3. III. — 00:08:33
4. IV. — 00:01:54

Still Sorrowing, Op. 7
5. Still Sorrowing, Op. 7 00:11:00

Darknesse Visible
6. Darknesse Visible 00:08:03

Blanca Variations
7. Blanca Variations 00:05:56

Traced Overhead, Op. 15
8. I. Sursum 00:00:44
9. II. Aetheria 00:02:28
10. III. Chori 00:07:27

3 Mazurkas, Op. 27
11. I. First Mazurka 00:01:53
12. II. Second Mazurka 00:02:20
13. III. Third Mazurka 00:04:33

Souvenir
14. Souvenir 00:07:22

Han Chen, piano

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Esta foi a expressão de Thomas Adès ao ver a imponência moral e patrimonial do PQP Bach.

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Violino Nos. 4, 5, 8 Rondó & Seis Danças Germânicas (Ehnes / Armstrong) #BTHVN250

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Violino Nos. 4, 5, 8 Rondó & Seis Danças Germânicas (Ehnes / Armstrong) #BTHVN250

IM-PER-DÍ-VEL !!!

James Ehnes é o violinista dos violinistas. Deu para sentir isso em fevereiro deste ano, quando o vimos em ação ao vivo no Wigmore Hall. Bem, as duas primeiras sonatas deste CD são extraordinárias. A célebre Primavera nem se fala, mas não conhecia a fundo o lindo Op. 23. Este é o terceiro CD das sonatas de violino de Beethoven com James Ehnes e Andrew Armstrong e era aguardado com muita expectativa pelo mundo erudito. Os álbuns anteriores — Nº.9 ‘Kreutzer’ e 6 e Nº.1-3, Variações WoO40 — receberam críticas excelentes. A Gramophone escreveu sobre este lançamento: “Com alguns discos, você pode dizer antecipadamente que tudo vai dar certo”. E aqui, a popular sonata Primavera é emoldurada pela estranha e sedutora quarta sonata e a modesta oitava — apesar do irresistível último movimento (Allegro vivace). Um antigo Rondó e um conjunto de danças alemãs completam o generoso programa.

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Violino Nos. 4, 5, 8 Rondó & Seis Danças Germânicas (Ehnes / Armstrong)

01. Violin Sonata No. 4 in A Minor, Op. 23: I. Presto
02. Violin Sonata No. 4 in A Minor, Op. 23: II. Andante scherzoso piu Allegretto
03. Violin Sonata No. 4 in A Minor, Op. 23: III. Allegro molto

04. Violin Sonata No. 5 in F Major, Op. 24 “Spring”: I. Allegro
05. Violin Sonata No. 5 in F Major, Op. 24 “Spring”: II. Adagio molto espressivo
06. Violin Sonata No. 5 in F Major, Op. 24 “Spring”: III. Scherzo. Allegro molto
07. Violin Sonata No. 5 in F Major, Op. 24 “Spring”: IV. Rondo. Allegro ma non troppo

08. Six German Dances, WoO 42

09. Rondo for violin & piano in G Major, WoO 41

10. Violin Sonata No. 8 in G Major, Op. 30/3: I. Allegro assai
11. Violin Sonata No. 8 in G Major, Op. 30/3: II. Tempo di Minuetto, ma molto moderato e grazioso
12. Violin Sonata No. 8 in G Major, Op. 30/3: III. Allegro vivace

James Ehnes, violino
Andrew Armstrong, piano

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Ehnes e Armstrong ensaiando no Wigmore Hall

PQP

Adès / Sibelius: Concertos para Violino (Hadelich / Lintu)

Adès / Sibelius: Concertos para Violino (Hadelich / Lintu)

Não é que o concerto de Adès seja mau, é que a companhia é muito boa. O Concerto de Sibelius faz a gente esquecer até dos 3 Humoresques que fecham o CD. Pois é… O Concerto para Violino de Jean Sibelius é um favorito pós-romântico e parece ter pouco em comum com os Caminhos Concêntricos de Adès, uma peça cerebral escrito quase 100 anos depois pelo britânico Thomas Adès. As conexões, Hadelich afirma nas anotações do álbum, nem sempre são aparentes na superfície: “Os tímpanos profundos e estrondosos e os baixos em Sibelius preenchem a lacuna de Adès, um trabalho que também explora as profundidades mais baixas do som, criando abismos sobre os quais o violinista executa um ato na corda bamba.” Por falar nele, Hadelich é excelente. Ele é ousado e exato. Também tem uma forma aristocrática de acentuar o que deseja que ouçamos. Porém, é feroz no movimento central de Adès, quando temas concêntricos circulam e se transformam em um ápice emocional, depois se libertando repentinamente.

Adès / Sibelius: Concertos para Violino (Hadelich / Lintu)

Violin Concerto ‘Concentric Paths’
Composed By – Thomas Adès
1 Rings 3:58
2 Paths 10:25
3 Rounds 4:55

Violin Concerto Op. 47
Composed By – Jean Sibelius
4 Allegro Moderato 15:36
5 Adagio di Molto 8:49
6 Allegro, Ma di Tanto 7:39

Three Humoresques
7 Humoresque Op. 87 No. 2 In D Major 2:30
Composed By – Jean Sibelius
8 Humoresque Op. 89 No. 2 In G Minor 3:42
Composed By – Jean Sibelius
9 Humoresque Op. 89 No. 3 In E Flat Major 3:31
Composed By – Jean Sibelius

Conductor – Hannu Lintu
Orchestra – Royal Liverpool Philharmonic Orchestra
Performer, Violin – Augustin Hadelich

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Alguém lembra do Cabeça de Ovo do velho Batman (POW! CRACK! STUMPF!) ?

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sinfonias Nº 5 e 7 (Manze) #BTHVN250

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sinfonias Nº 5 e 7 (Manze) #BTHVN250

Um belo CD cujo repertório nos faz lembrar Kleiber, não? Aqui temos um Andrew Manze em plena forma e com bala suficiente para enfrentar bem este repertório lindo e batidíssimo. Após um premiado ciclo de gravações das sinfonias de Mendelssohn, a NDR Radiophilharmonie e Manze chegam a Beethoven. Enquanto a 5ª é a sinfonia mais famosa da história da música, a 7ª é uma das peças mais rítmicas da música do século XIX. Uma “apoteose da dança”, para citar Richard Wagner. A Sinfonia Nº 5 em Dó menor Op. 67, foi escrita entre 1804 e 1808. Trata-se da primeira sinfonia do autor composta em tonalidade menor, o que só voltaria a acontecer em 1824 com a Sinfonia Nº 9, em Ré menor op. 125. Os quatro movimentos caracterizam-se pelas alternâncias: o primeiro movimento tem grande tensão, o segundo é solene, trata-se de uma marcha fúnebre que se eleva em sua emoção e beleza; o terceiro andamento é um grito e o quarto movimento expressa triunfo e força. Já a Sinfonia Nº 7 talvez seja a minha preferida de Beethoven. Várias danças incrustadas por um emocionante Allegretto.

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sinfonias Nº 5 e 7

Beethoven: Symphony No. 5 in C Minor, Op. 67
1) I. Allegro con brio 7.34
2) II. Andante con moto 9.53
3) III. Scherzo. Allegro 5.07
4) IV. Allegro 11.16

Beethoven: Symphony No. 7 in A Major, Op. 92
5) I. Poco sostenuto – Vivace 14.03
6) II. Allegretto 8.41
7) III. Presto – Assai meno presto 9.01
8) IV. Allegro con brio 8:21

NDR Radiophilharmonie
Andrew Manze

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Vamo lá, meu povo!

PQP

Arvo Pärt (1935): Fratres / Festina Lente / Summa / Cantus in Memory of Benjamin Britten (Benedek)

Arvo Pärt (1935): Fratres / Festina Lente / Summa / Cantus in Memory of Benjamin Britten (Benedek)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este é um disco excelente. Tem todas as diferentes orquestrações de Fratres, com Summa e Festina Lente como interlúdios e Cantus in Memoriam of Benjamin Britten como uma espécie de coda. Você pode questionar se ouvir o mesmo trabalho várias vezes não é chato. Respondo que não, pois cada uma é muito diferente da outra. O som é cintilante, claríssimo. Quase difícil de acreditar que é a mesma orquestra de cada vez. Os húngaros acertaram em cheio. Mas por que tantos Fratres? Ora porque a música é demais e recebeu várias versões de Pärt. Fratres (Irmãos) é uma composição do compositor do estoniano Pärt, que exemplifica um de seus estilos de composição, o tintinnabuli. É uma música de três partes, escrita em 1977, sem instrumentação fixa. Ela foi descrita como um “conjunto fascinante de variações sobre um tema que combina atividade frenética e imobilidade sublime que encapsula a observação de Pärt de que ‘o instante e a eternidade estão lutando dentro de nós'”. Fratres foi utilizada em Amor Pleno, de Terence Malick, em Sangue Negro, de Paul Thomas Anderson, em O Clube, de Pablo Larraín, em Inverno Quente, de Tom Tykwer e em mais de dez outros filmes.

Arvo Pärt (1935): Fratres / Festina Lente / Summa

1. Fratres for Strings and Percussion 08:54
2. Fratres for Violin, Strings and Percussion 10:44
3. Festina Lente for Strings and Harp Ad Libitum 07:50
4. Fratres for String Quartet 08:42
5. Fratres for Cello and Piano 11:52
6. Summa for Strings 03:46
7. Fratres for Eight Cellos 11:51
8. Fratres for Wind Octet and Percussion (arr. B. Brinner) 07:45
9. Cantus in Memory of Benjamin Britten for Strings and Bells 07:39

Hungarian State Opera Orchestra
Tamás Benedek

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Eu também sou irmão de Pärt, tá? Por isso é que ele sorri assim.

PQP

J. S. Bach (1685-1750): Variações Goldberg (Marcin Świątkiewicz)

J. S. Bach (1685-1750): Variações Goldberg (Marcin Świątkiewicz)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Uma gravação de tranquila liberdade — inclusive para improvisar –, esta realizada pelo excelente polonês Marcin Świątkiewicz. Marcin é realmente muito bom! Faz décadas que coleciono Goldbergs. Tenho muitas gravações desta obra, muitas mesmo. Esse ritual — que começou no século XX — resultou em dezenas de interpretações realizadas em vários instrumentos e gravadas em vários selos. Quem é fiel a Bach coleciona gravações desta obra-prima. Há lendas sobre noites sem dormir, sobre a contagem de carneirinhos e sobre a genialidade de um adolescente de Gdansk. Os ortodoxos passam várias horas noturnas buscando o argumento final para o melhor registro desde aquele que veio do Canadá. E já há superiores, há sim.

Quando as variações “Goldberg” foram publicadas em 1741 como livro IV do Clavier-Übung, era simplesmente “uma ária com variações diferentes para cravo com dois manuais”. O virtuoso do teclado e compositor Johann Gottlieb Goldberg (1727-1756) teve seu nome associado à obra em 1802, quando Johann Nikolaus Forkel publicou sua criativa biografia inovadora de Bach.

Segundo Forkel (as traduções variam), “o conde Keyserlingk, ex-embaixador russo na Saxônia, costumava visitar Leipzig. Entre seus servos, havia um jovem talentoso, Johann Gottlieb Goldberg — um cravista que era aluno de Wilhelm Friedemann Bach e mais tarde do próprio Johann Sebastian Bach. O conde sofria de insônia e Goldberg, que também morava lá, teve que ficar no quarto ao lado para aliviar o sofrimento de seu mestre com a música. Tocando cravo. Certa vez, o conde pediu a Bach para compor algumas peças de teclado para Goldberg, alguns pedaços de suavidade e alegria que acalmariam suas noites sem dormir. Bach decidiu escrever um conjunto de variações, uma forma que antes não o interessava muito. No entanto, em suas mãos… O conde ficou muito satisfeito com isso, ele as chamou de ‘minhas variações’. Ele costumava dizer: “Meu querido Goldberg, toque uma das minhas variações’. Bach provavelmente nunca foi tão generosamente recompensado por sua música. O conde deu a ele um cálice de ouro com cem luíses de ouro!

É difícil acreditar que Bach teria publicado um trabalho encomendado sem nenhuma dedicação a Keyserlingk ou a Goldberg, o que torna a história duvidosa, juntamente com o fato de Goldberg ter apenas 14 anos na época. Goldberg, no entanto, era um prodígio de renome, e há ligações entre Bach e Keyserlingk. Bach pode ter dado a Keyserlingk uma cópia da edição impressa e recebido uma recompensa por isso. A ária que é objeto das variações é uma criação original, um sarabanda elegantemente serena que contém tudo o que Bach precisa para um vasto universo de variações. E o que ele faz é espantoso.

J. S. Bach (1685-1750): Variações Goldberg (Marcin Świątkiewicz)

1. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Aria
2. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 1. a 1 Clav.
3. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 2. a 1 Clav.
4. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 3. Canone all’Unisono. a 1 Clav.
5. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 4. a 1 Clav.
6. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 5. a 1 o vero 2 Clav.
7. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 6. Canone alla Seconda. a 1 Clav.
8. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 7. a 1 o vero 2 Clav. al tempo di Giga
9. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 8. a 2 Clav.
10. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 9. Canone alla Terza. a 1 Clav.
11. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 10. Fughetta. a 1 Clav.
12. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 11. a 2 Clav.
13. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 12. a 1 Clav. Canone alla Quarta in moto contrario
14. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 13. a 2 Clav.
15. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 14. a 2 Clav.
16. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 15. Canone alla Quinta. a 1 Clav. Andante
17. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 16. Ouverture. a 1 Clav.
18. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 17. a 2 Clav.
19. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 18. Canone alla Sesta. a 1 Clav.
20. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 19. a 1 Clav.
21. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 20. a 2 Clav.
22. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 21. Canone alla Settima
23. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 22. a 1 Clav. alla breve
24. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 23. a 2 Clav.
25. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 24. Canone all’Ottava. a 1 Clav.
26. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 25. a 2 Clav. Adagio
27. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 26. a 2 Clav.
28. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 27. Canone alla Nona. a 2 Clav.
29. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 28. a 2 Clav.
30. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 29. a 1 o vero 2 Clav.
31. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Variatio 30. a 1 Clav. Quodlibet
32. Marcin Swiatkiewicz – Goldberg Variations, BWV 988: Aria da Capo

Marcin Świątkiewicz, cravo

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Esta foto de Marcin Świątkiewicz não faz jus à sua sensibilidade e competência…

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Trios Nº 5 e 6, Op. 70 (Suk Trio)

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Trios Nº 5 e 6, Op. 70 (Suk Trio)

Um bonito disco vindo da época socialista da Tchecoslováquia. Ele vem da grande e lendária gravadora Supraphon. O mau gosto das roupas dos caras na capa não pode ser confundida com a extrema sofisticação com que tocam. O Suk Trio é de primeira linha e isso pode ser notado logo nos primeiros compassos.

O Op. 70 é um conjunto de dois trios para piano de Ludwig van Beethoven. Ambos foram compostos durante a estada de Beethoven na propriedade da condessa Marie von Erdödy e ambos são dedicados a ela por sua hospitalidade. Eles foram publicados em 1809. O primeiro, em ré maior, conhecido como Fantasma (‘Ghost’), é um de seus trabalhos mais conhecidos no gênero (rivaliza apenas com o Trio Arquiduque). Ele apresenta temas encontrados no segundo movimento da Sinfonia nº 2 de Beethoven. Por causa de seu movimento lento estranhamente pontuado e assustador, foi apelidado de ‘Ghost’. O nome permanece desde então. A música fantasmagórica pode ter suas raízes nos esboços para uma ópera de Macbeth que Beethoven estava matutando na época”. Segundo Lewis Lockwood, o aluno de Beethoven, Carl Czerny, escreveu em 1842 que o movimento lento o fez lembrar da cena fantasma na abertura de Hamlet, e essa foi a origem do apelido. James Keller também atribui o apelido a Czerny, acrescentando: “Você pode descartar como errônea a alegação frequentemente encontrada de que esse movimento do Ghost Trio é uma reformulação da música que Beethoven originalmente esboçou como Coro das Bruxas para seu Macbeth. Essas peças são representativas do período estilístico “Médio” de Beethoven, que passou de aproximadamente 1803 a 1812 e incluiu muitas de suas obras mais famosas. Beethoven escreveu os dois trios de piano ao mesmo tempo, no mesmo local onde havia finalizado sua Sinfonia Nº 5 no verão anterior. Ele escreveu os dois trios imediatamente após escrever a Sinfonia Pastoral, Nº 6. Esse foi um período de incertezas na vida de Beethoven, em particular porque ele não tinha uma fonte confiável de renda. Embora esses dois trios às vezes sejam numerados como “No. 5” e “No. 6”, a numeração dos doze trios para piano de Beethoven não é padronizada e, em outras fontes, os dois Op. 70 trios podem ser mostrados com números diferentes.

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Trios Nº 5 e 6, Op. 70 (Suk Trio)

Trio N°.5 in D Major “Geister” Op.70, N°.1
1 1. Allegro Vivace e Con Brio 6:37
2 2. Largo Assai ed Espressivo 8:37
3 3. Presto 7:56

Trio N°.6 in E Flat Major Op.70, N°.2
4 1. Poco Sostenuto – Allegro ma Non Troppo 10:03
5 2. Allegretto 5:08
6 3. Allegretto ma non Troppo 7:04
7 4. Finale: Allegro 7:53

Cello – Josef Chuchro
Ensemble – Suk Trio
Piano – Jan Panenka
Violin – Josef Suk

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Ai, meu Deus! Um fantasma invade a sede de Bonn do PQP Bach!

PQP

Thomas Adès (1971): Adès Conducts Adès

Thomas Adès (1971): Adès Conducts Adès

IM-PER-DÍ-VEL !!!

O professor, escritor e tradutor Caetano Galindo sugeriu-me ouvir este disco. Ele notara certo parentesco entre o Concerto para Piano de John Adams, Must the Devil Have All the Good Tunes?, recém postado aqui no blog, e este de Thomas Adès. Impossível não concordar. Ambos os concertos são ótimos, guardam interlocução com o popular, têm momentos de muito ritmo e agitação, são para grandes orquestras, as linguagens não ficam nada distantes e foram escritos em três movimentos no velho esquema rápido-lento-rápido. Mas o principal parentesco é de espírito, de humor mesmo.

Adès nasceu em Londres, filho da historiadora de arte Dawn Adès e do poeta Timothy Adès . Estudou piano com Paul Berkowitz e mais tarde composição com Robert Saxton na Guildhall School of Music and Drama, Londres. Ele é professor de composição na Royal Academy of Music.

Em março de 2019, Adès regeu a Orquestra Sinfônica de Boston e Kirill Gerstein fazendo a estreia mundial deste seu Concerto para Piano e Orquestra. Encomendado pelo BSO e por Kirill Gerstein, o trabalho já foi interpretado com sucesso em outros palcos e espera-se que se torne parte do repertório de concertos em todo o mundo. Esta gravação ao vivo recebeu respostas arrebatadoras de público e crítica, ficando no mesmo nível do álbum com o trabalho de Adès em 2013, Totentanz. Aliás, Totentanz também está aqui, reunindo solistas como o barítono Mark Stone e a mezzo-soprano Christianne Stotijn com uma (muito) grande orquestra. É uma música surpreendente, alegremente macabra, com uma procissão muitas vítimas, de Papas à donzelas e crianças.

O Scherzo escreveu sobre este CD:

Parece que fue ayer pero Thomas Adés,  el antiguo niño prodigio, compositor en residencia de la Hallé con 22 años, tiene ya 49. Lleva a sus espaldas una carrera no solo brillante sino mucho más que eso, pues no deja de ser autor de obras para orquesta como Asyla, un clásico de nuestros días, o de una de las mejores óperas de lo que va de siglo: The Tempest. Hay más cosas pero con esas dos se define bien su genio. Un genio que sigue demostrándose también ahora desde ese otro aspecto que siempre debe preocupar al creador: conseguir que aquello quese propone responda a sus propias expectativas. En ese sentido su nuevo Concierto para piano y orquesta (2019), ya triunfante en muchas salas y muy programado para el incierto futuro, es un ejemplo, si se me permite decir, admirable. Admirable más acá de su efecto emocional, eso tan difícil de explicar objetivamente, y admirable porque se trata de una obra de una inteligencia asombrosa. Responde perfectamente a su título, pues es, ni más ni menos que lo que anuncia. Un concierto para piano y orquesta escrito para un virtuoso —en este caso Kirill Gerstein— y que incluye todas las características del género en su sentido más tradicional, desde la necesidad del poderío técnico a la pertinencia de un acompañamiento no menos sólido, brillantísimo, con un tiempo lento de buena ley lírica y unos extremos muy bien musculados. Todo el conjunto plenamente integrado en parte de una tradición que aquí llega diáfana desde las casi citas al aire general: Rachmaninov, Prokofiev, Ravel y Gershwin en primera instancia y un eco a Ligeti algo más lejano. Todo ello deja con la boca abierta pero al fin hay un punto de retórica, casi de espectáculo, que no es que impida ir más allá sino que da la sensación de que, en efecto, no hay más. Pura música, diría alguien y allá cada cual.

No sucede lo mismo en Totentanz, escrita en memoria de Witold Lutoslawski y estrenada en los Proms en 2013. Una obra mayor donde las haya sobre los textos que acompañaban al friso que estuvo en su día en la catedral de Lübeck, referidos a la muerte —el barítono— que finalmente iguala a todos —la mezzo. Cercana por momentos al Mahler más trágico y con rastros del Bartók de El castillo de Barbazul, está también formidablemente escrita, con unos recursos vocales y orquestales propios de un maestro de la categoría del británico que, aquí sí,  demuestra su capacidad para emocionar a su oyente.

Son dos aspectos, pues, de su creación, de sus intenciones y de sus logros. En ambos casos se cumplen de sobra unas y otros pero, en mi opinión, el Adès grande de verdad es el de Totentanz. El del Concierto es el mágico prodigioso a quien, seguro de gustar, y está en su derecho, los fuegos de artificio le salen de maravilla.

Thomas Adès (1972): Adès Conducts Adès

1. Concerto for Piano and Orchestra : 1. – (Live at Symphony Hall, Boston / 2019) (7:35)
2. Concerto for Piano and Orchestra : 2. – (Live at Symphony Hall, Boston / 2019) (7:00)
3. Concerto for Piano and Orchestra : 3. – (Live at Symphony Hall, Boston / 2019) (6:51)

4. Totentanz : Der Prediger (Live at Symphony Hall, Boston / 2016) (1:16)
5. Totentanz : Der Tod (Live at Symphony Hall, Boston / 2016) (1:56)
6. Totentanz : Der Tod zum Papst – Der Papst (Live at Symphony Hall, Boston / 2016) (1:52)
7. Totentanz : Der Tod zum Kaiser – Der Kaiser (Live at Symphony Hall, Boston / 2016) (2:16)
8. Totentanz : Der Tod zum Kardinal – Der Kardinal (Live at Symphony Hall, Boston / 2016) (2:42)
9. Totentanz : Der Tod zum König – Der König (Live at Symphony Hall, Boston / 2016) (1:55)
10. Totentanz : Der Tod zum Mönch – Der Mönch (Live at Symphony Hall, Boston / 2016) (1:41)
11. Totentanz : Der Tod zum Ritter – Der Ritter – Der Tod zum Bürgermeister – Der Bürgermeister (Live at Symphony Hall, Boston / 2016) (1:49)
12. Totentanz : Der Tod zum Arzt – Der Arzt – Der Tod zum Wucherer – Der Wucherer (Live at Symphony Hall, Boston / 2016) (0:45)
13. Totentanz : Der Tod zum Kaufmann – Der Kaufmann (Live at Symphony Hall, Boston / 2016) (2:05)
14. Totentanz : Der Tod zum Küster – Der Küster – Der Tod zum Küster (Live at Symphony Hall, Boston / 2016) (4:01)
15. Totentanz : Der Handwerker – Der Tod zum Handwerker (Live at Symphony Hall, Boston / 2016) (2:20)
16. Totentanz : Der Tod zum Bauer – Der Bauer (Live at Symphony Hall, Boston / 2016) (2:13)
17. Totentanz : Der Tod zum Mädchen – Das Mädchen (Live at Symphony Hall, Boston / 2016) (2:58)
18. Totentanz : Der Tod zum Kind – Das Kind (Live at Symphony Hall, Boston / 2016) (4:43)

Kirill Gerstein, piano
Boston Symphony Orchestra
Thomas Adès

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Thomas Adès

PQP

Camille Saint-Saëns (1835-1921): Música de Câmara para Sopros

Camille Saint-Saëns (1835-1921): Música de Câmara para Sopros

Gosto muito do velho Camille! Camille Saint-Saëns foi um dos músicos mais talentosos de sua época, compositor prolífico, figura de proa da música francesa e um dos maiores pianistas e organistas do século XIX. Ele também era um respeitado escritor e estudioso, além de um talentoso matemático e astrônomo amador. E adorava viajar! No início de sua carreira, na década de 1850, ele foi comemorado como o jovem compositor francês mais brilhante de sua época, ganhando grandes prêmios de composição e atraindo o apoio de alguns dos compositores mais famosos da época, como Rossini e Berlioz. Apesar de toda essa conquista, Saint-Saëns era considerado sem emoção e conservador por alguns de seus contemporâneos. No final de sua vida, no início de 1900, muitos dos principais compositores franceses da época, como Debussy, o consideravam antiquado e reacionário. Suas peças mais conhecidas, como o Carnaval dos Animais e a Sinfonia do Órgão, eram vistas como populistas e inconsequentes, tocando para a multidão ao invés de serem arte séria. Bobagem. E este não é o único problema que viam na música de Saint-Saëns. Ele adorava os compositores alemães, particularmente Bach e Mozart, e foi um dos primeiros músicos a apresentar Wagner ao público francês. No entanto, no auge de sua carreira, nas décadas de 1870 e 1880, ele foi incansável na promoção de nova música francesa e, durante a Primeira Guerra Mundial, argumentou que todas as apresentações de música alemã em Paris deveriam ser proibidas. Sua vida familiar foi uma agitada. Ele abandonou a esposa depois de apenas três anos, nunca mais falando com ela… A própria opinião de Saint-Saëns sobre esses conflitos e contradições era simples: “Eu sou um espírito eclético. Pode ser um defeito, mas não posso mudá-lo: não se pode substituir a personalidade de alguém. “

As cinco peças desta gravação cobrem grande parte da vida eclética de Saint-Saëns. Elas representam algumas de suas músicas mais belas para pequenos grupos de câmara, uma forma que Saint-Saëns frequentemente compôs ao longo de sua vida e são algumas de suas obras mais importantes no gênero.

Camille Saint-Saëns (1835-1921): Música de Câmara para Sopros

Caprice sur des airs danois et russes, Op. 79
1. Caprice sur des airs danois et russes, Op. 79 00:10:45

Clarinet Sonata in E-Flat Major, Op. 167
2. I. Allegretto 00:04:31
3. II. Allegro animato 00:02:04
4. III. Lento 00:04:16
5. IV. Molto allegro 00:05:12

Oboe Sonata in D Major, Op. 166
6. I. Andantino 00:03:28
7. II. Ad libitum – Allegretto 00:04:59
8. III. Molto allegro 00:02:28

Bassoon Sonata in G Major, Op. 168
9. I. Allegretto moderato 00:02:48
10. II. Allegro scherzando 00:03:35
11. III. Adagio – Allegro moderato 00:05:56

Romance in E Major, Op. 67 (arr. for horn and piano)
12. Romance in E Major, Op. 67 (arr. for horn and piano) 00:07:31

Tarantelle, Op. 6
13. Tarantelle, Op. 6 00:06:50

G’froerer, Joanna: Flauta
Hamann, Charles: Oboé
Lemelin, Stéphane: Piano
Millard, Christopher: Fagote
Sykes, Kimball: Clarinete
Vine, Lawrence: Trompa

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

PQP

Tchaikovsky / Nielsen: Concertos para Violino (Frang)

Tchaikovsky / Nielsen: Concertos para Violino (Frang)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Vilde Frang é muitas vezes comparada com a jovem Anne-Sophie Mutter e elas muitas vezes tocam juntas. É merecido. Surgiram muitas violinistas depois de Mutter e Mullova, mas a única que pode conversar com elas no mesmo degrau é Frang. Fico feliz por tê-la descoberto sem ter lido nada antes a respeito. Cruzei com um CD dela e disse logo de cara: isso não é normal!

Bem, voltemos. Aqui, Vilde Frang interpreta o muito amado Concerto de Tchaikovsky e nos dá sua terceira versão para o Concerto de Nielsen. Note que ela tinha 25 anos quando gravou este CD e já estava na terceira versão (hoje tem 29). No Tchai, Frang demonstra um virtuosismo seguro mas, longe de soltar fogos de artifício vazios, ela usa sua incrível técnica para reduzir um pouco a emoção habitual dos violinistas que costumam enfrentar a peça de forma ardente. A coisa fica mais sofisticada. O resultado final é uma gravação verdadeiramente notável — de cair o queixo — deste cavalo de batalha. Tudo o que se ouve desmente a juventude de Frang. Peça difícil e célebre, é complicado demonstrar novidades nela, só que a menina consegue. Já o Concerto de Nielsen mora em seu coração. Composto por Nielsen na terra natal da solista, a Noruega, foi estreado na Dinamarca. Vilde sempre foi louca por ele. O trabalho é muito escandinavo: melodias simples e sinceras colocadas em locais espaçosos e varridos pelo vento. Ouça com atenção. Frang é a violinista.

E nasceu num 19 de agosto, o que é um selo de alta qualidade.

Em colaboração com mamãe Mutter
Em colaboração com Mutter
E recebendo nosso aplauso
E ambas recebendo nosso aplauso

Tchaikovsky: Violin Concerto in D Major, Op. 35
1 I. Allegro moderato 18:33
2 II. Canzonetta (Andante) 6:27
3 III. Finale (Allegro vivacissimo) 10:10

Nielsen: Concerto for Violin and Orchestra Opus 33
4 I. Part I: Praeludium – Largo 6:47
5 II. Part I: Allegro cavalleresco 13:09
6 III. Part 2: Poco Adagio 6:14
7 IV. Part 2: Rondo: Allegretto scherzando 10:25

Vilde Frang
Danish National Symphony Orchestra
Eivind Gullberg Jensen

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Se eu tivesse o talento dela, jamais pararia de rir.
Se eu tivesse o talento dela, jamais pararia de rir.

PQP

G. P. Telemann (1681-1767): Trios & Quartets

G. P. Telemann (1681-1767): Trios & Quartets

Telemann foi um compositor prolífico que, apesar da longa vida, parece ter alterado pouco seu estilo ao longo dos anos. Foi um barroco muito tardio, quase fora do estilo. Não sou um especialista na obra do compositor, mas é o que me parece. Também sei que foi o compositor mais divulgado e famoso na época de Bach. Fazer o quê? Este CD não foi das melhores coisas que ouvi dele. A maior contribuição do excelente grupo de instrumentos históricos Epoca Barocca é o uso de uma variedade de diferentes duplas para o baixo contínuo, evitando o quase onipresente modelo de cravo e gamba. Isso tem a virtude de demonstrar o que se fazia no século XVIII, onde sem dúvida o que estava disponível era utilizado. O som do CD é um problema — o grupo é gravado muito de perto. Mas não deixa de ser um disco agradável e interessante. Talvez eu esteja de mau humor, sei lá.

G. P. Telemann (1681-1767): Trios & Quartets

1 Quartet No. 1 in D Major, TWV 43:D2: I. Dolce 00:02:40
2 Quartet No. 1 in D Major, TWV 43:D2: II. Allegro 00:01:42
3 Quartet No. 1 in D Major, TWV 43:D2: III. Grave 00:00:43
4 Quartet No. 1 in D Major, TWV 43:D2: IV. Allegro 00:02:59

5 Essercizii musici: Flute Sonata in D Minor, TWV 42:d4: I. Largo 00:01:54
6 Essercizii musici: Flute Sonata in D Minor, TWV 42:d4: II. Allegro 00:02:08
7 Essercizii musici: Flute Sonata in D Minor, TWV 42:d4: III. Affettuoso 00:02:14
8 Essercizii musici: Flute Sonata in D Minor, TWV 42:d4: IV. Presto 00:01:46

9 Trio in F Major, TWV 42:F16: I. Adagio 00:02:12
10 Trio in F Major, TWV 42:F16: II. Presto 00:01:31
11 Trio in F Major, TWV 42:F16: III. Sarabande 00:03:12
12 Trio in F Major, TWV 42:F16: IV. Menuet 00:03:20

13 Quartet No. 3 in A Major, TWV 43:A2: I. Vivace 00:01:53
14 6 Quatuors ou Trios: Quartet No. 3 in A Major, TWV 43:A2: II. Largo 00:02:37
15 6 Quatuors ou Trios: Quartet No. 3 in A Major, TWV 43:A2: III. Allegro 00:02:39

16 Trio Sonata in G Major, TWV 42:G13: I. Adagio 00:01:41
17 Trio Sonata in G Major, TWV 42:G13: II. Allegro 00:01:47
18 Trio Sonata in G Major, TWV 42:G13: III. Largo 00:00:53
19 Trio Sonata in G Major, TWV 42:G13: IV. Allegro 00:02:05

20 Sonata in G Minor for Oboe and Bassoon, TWV 41:g12: I. Affettuoso 00:02:01
21 Sonata in G Minor for Oboe and Bassoon, TWV 41:g12: II. Allegro 00:02:42
22 Sonata in G Minor for Oboe and Bassoon, TWV 41:g12: III. Arioso 00:02:07
23 Sonata in G Minor for Oboe and Bassoon, TWV 41:g12: IV. Gigue 00:02:54

24 Trio Sonata in E Minor, TWV 42:e9: I. Largo 00:01:51
25 Trio Sonata in E Minor, TWV 42:e9: II. Allegro 00:01:45
26 Trio Sonata in E Minor, TWV 42:e9: III. Affettuoso 00:01:26
27 Trio Sonata in E Minor, TWV 42:e9: IV. Vivace 00:01:49

28 Quartet No. 6 in E Major, TWV 43:E1: I. Gratioso 00:02:04
29 Quartet No. 6 in E Major, TWV 43:E1: II. Divertimento I: Allegro 00:03:32
30 Quartet No. 6 in E Major, TWV 43:E1: III. Divertimento II: Tempo giusto 00:02:10
31 Quartet No. 6 in E Major, TWV 43:E1: IV. Divertimento III: Allegro 00:00:43

Epoca Barocca

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Foi prolífico em música, já em beleza vou lhes contar…

PQP

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): Sanguineus and Melancholicus Sonatas (+Telemann, Vivaldi, Boismortier e J.B. Bach)

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): Sanguineus and Melancholicus Sonatas (+Telemann, Vivaldi, Boismortier e J.B. Bach)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um baita CD deste originalíssimo compositor irmão de PQP Bach por parte de pai. Ouçam as faixas 5 e 6 me digam se aquilo não é um passo para o futuro. E, curiosidade, ainda temos aqui uma jovem Rachel Podger. Com apenas 19 anos, ela fazia parte deste excelente grupo chamado Florilegium como uma de suas fundadoras.

O que me fascina na ainda bastante misteriosa música de câmara de CPE Bach é sua maneira única de combinar uma marca muito digna de seriedade e uma concentração e originalidade muitas vezes perturbadora pelas surpresas nos momentos dramáticos, tudo isso sem perder o foco na simetria e na organização formal. Ele foi um mestre na arte das modulações estranhas. As tonalidades se modificam de uma forma realmente diferente do habitual. E eu adoro isso!

Carl Philipp Emanuel Bach foi o segundo filho de Johann Sebastian Bach e Maria Barbara Bach. Seu talento se manifestou já na infância, recebendo completa e esmerada educação musical de seu pai, mas inicialmente tencionava dedicar-se profissionalmente ao Direito, estudando na Universidade de Leipzig e na Universidade de Frankfurt. Para nossa sorte, seus planos deram errado. Ao terminar o curso em 1738 foi empregado pelo rei Frederico II da Prússia como cravista, para quem trabalharia pelos trinta anos seguintes… Em 1768 sucedeu seu padrinho, Georg Philipp Telemann, na posição de kantor do Johanneum de Hamburgo, uma escola latina, bem como tornou-se diretor de música municipal, responsável pela música das cinco principais igrejas da cidade e pela ornamentação de cerimônias cívicas, onde permaneceria ativo até sua morte em 1788. Foi um grande dinamizador do ambiente musical de Hamburgo, além de ligar-se a importantes figuras da literatura e da filosofia, participando de clubes e sociedades de debates. Deixou obra volumosa, com mais de 750 composições entre peças para teclado solo, concertos, sinfonias, música sacra, música de câmara e lieder.

Obs.: há um problema na faixa 14 (Telemann), mas não tenho como corrigir. Se alguém puder mandar uma versão com o CD completo em mp3 de 320, por favor.

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): Sanguineus and Melancholicus Sonatas (+Telemann, Vivaldi, Boismortier e J.B. Bach)

Quartet In D Major Wq 94 (1788)
Composed By – C.P.E. Bach*
1 Allegretto 5:19
2 Sehr Langsam Und Ausgehalten 4:33
3 Allegro Di Molto 4:48

4 Larghetto From Sonata In G Minor Wq 88 (1759)
Composed By – C.P.E. Bach*
6:10

Sonata In C Minor ‘Sanguineus And Melancholicus’ Wq 161 Nr.4 (1749)
Composed By – C.P.E. Bach*
5 Allegretto-Presto 5:02
6 Adagio 4:00
7 Allegro 6:22

Sonata In A Minor Wq 132 (1747)
Composed By – C.P.E. Bach*
8 Poco Adagio 4:09
9 Allegro 3:16
10 Allegro 2:52

Trio Sonata In C Major Wq 147 (1731)
Composed By – C.P.E. Bach*
11 Allegro 3:53
12 Adagio 5:04
13 Allegro 3:00

14 Allegro
Composed By – Telemann*

15 Allegro From Sonata In G Minor Opus 34
Composed By – Boismortier*

16 Allegro From Concerto In G Minor RV 107
Composed By – Vivaldi*

17 La Joye From Ouverture In D Major
Composed By – J.B Bach*

Florilegium:
Cello – Daniel Yeadon
Flute – Ashley Solomon
Harpsichord – Neal Peres Da Costa
Violin – Lucy Russell, Rachel Podger

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Pieter de Jode (1570-1634), depois de Maerten de Vos: Os Quatro Temperamentos (1590-1632)

PQP

Bach / Handel: An Imaginary Meeting (Sonatas para Violino e Cravo)

Bach / Handel: An Imaginary Meeting (Sonatas para Violino e Cravo)

Este (bom) registro seria uma reparação. A história não deixou dois compositores extraordinários — nascidos no mesmo ano e a poucos quilômetros um do outro —  se encontrarem. Pois é, Georg Friedrich Handel e Johann Sebastian Bach vieram ao mundo em 1685, com um mês de diferença. Por duas vezes,  tentaram, mas não conseguiram se encontrar e nunca mais cruzaram seus caminhos na vida. Este álbum é dedicado a esta falha. OK, simpático.

Lina Tur Bonet (nascida em Ibiza, Espanha) e Dani Espasa (La Canonja, Espanha, quase na costa, olhando para Ibiza) oferecem aqui um CD que coloca as sonatas de Bach e Handel frente a frente. (Comparar alguém com Bach é sacanagem, mas OK novamente). A abordagem da dupla é muito livre e convincente. Acho que Lina tem certas excentricidades, mas que não as têm? E Bach proíbe? Não! A coisa realmente funciona ao mostrar a profundidade e a proximidade que ambos os compositores poderiam ter compartilhado.

Bach / Handel: An Imaginary Meeting (Sonatas para Violino e Cravo)

Bach, J S: Sonata for Violin & Harpsichord No. 4 in C minor, BWV1017 17:02
I. Largo 4:22
II. Allegro 4:30
III. Adagio 3:28
IV. Allegro 4:42

Handel: Sonata in D major for violin and continuo, HWV371, Op. 1 No. 13 13:04
I. Affettuoso 3:47
II. Allegro 2:41
III. Larghetto 2:54
IV. Allegro 3:42

Bach, J S: Sonata for Violin & Harpsichord No. 5 in F minor, BWV1018 18:12
I. [Largo] 7:43
II. Allegro 4:37
III. Adagio 3:16
IV. Vivace 2:36

Handel: Sonata in D Minor for violin and continuo, HWV359a, Op. 1 No. 1 8:04
I. Grave 2:25
II. Allegro 1:44
III. Adagio 1:11
IV. Allegro 2:44

Bach, J S: Sonata for Violin & Harpsichord No. 6 in G major, BWV1019 17:16
I. Allegro 3:33
II. Largo 1:40
III. Allegro 4:45
IV. Adagio 3:43
V. Allegro 3:35

Lina Tur Bonet, violino
Dani Espasa, cravo

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Lisa Tur Bonet na antessala da Sala de Espera da Recepção da Sala de Imanência e Transcendência da PQP Bach Corp.

PQP