Fauré / Debussy / Poulenc: Nuit d’étoiles — Mélodies françaises (Gens)

Fauré / Debussy / Poulenc: Nuit d’étoiles — Mélodies françaises (Gens)

Véronique Gens (1966) é uma linda e extraordinária soprano francesa. Ela passou grande parte de sua carreira gravando e executando música barroca. Sua estreia em 1986 foi com William Christie e seu Les Arts Florissants. Desde então, ela trabalhou com Marc Minkowski, René Jacobs, Christophe Rousset, Philippe Herreweghe, Jean-Claude Malgoire, ou seja, só com gente nada desprezível. Embora tenha começado como especialista em barroco, Gens também se tornou requisitada para papéis em óperas de Mozart e como intérprete de canções de Berlioz, Debussy, Fauré e outros. Suas numerosas gravações incluem muito Mozart e Purcel.

O repertório deste CD é desta época não barroca, trata-se de autores franceses, exclusivamente da virada da primeira metade do século XX. O disco é muito bom. O grande destaque são as canções de Poulenc, mais alegres e melodiosas que as de seus colegas Fauré e Debussy.

(suspiro)
(suspiro)

Fauré, Debussy, Poulenc: Nuit d’étoiles (Mélodies française)

Gabriel Fauré (1845 – 1924)
1. Après un rêve Op. 7 No. 1
2. Sylvie Op. 6 No. 3
3. Au bord de l’eau Op. 8 No. 1
4. Lydia Op. 4 No. 2
5. Le papillon et la fleur Op. 1 No. 1
6. Mandoline Op. 58 No. 1
7. Clair de lune Op. 46 No. 2
8. Les berceaux Op. 23 No. 1

Claude Debussy (1862 – 1918)
Trois Chansons de Bilitis
9) I. La flûte de Pan
10) II. La chevelure
11) III. Le tombeau des Naïades

Fêtes galantes, Set 1
12) I. En sourdine
13) II. Fantoches
14) III. Clair de lune
15) Nuit d’étoiles
16) Beau soir
17) Fleur des blés
18) La Belle au bois dormant
19) Noël des enfants qui n’ont plus de maison

Francis Poulenc (1899 – 1963)
Banalités FP 107 (Guillaume Apollinaire)
20) I. Chanson d’Orkenise
21) II. Hôtel
22) III. Fâgnes de Wallonie
23) IV. Voyage à Paris
24) V. Sanglots

Deux Mélodies de Guillaume Apollinaire FP 127
25) Montparnasse
26) Hyde Park

27) Les chemins de l’amour, valse chantée FP 106

Véronique Gens, soprano
Roger Vignoles, piano

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ffs
A bela Véronique Gens

PQP

.: interlúdio :. Eric Dolphy with Booker Little Live at the Five Spot 1 e 2

.: interlúdio :. Eric Dolphy with Booker Little Live at the Five Spot 1 e 2

Live at the Five Spot são dois álbuns de jazz que documentam a noite de 16 de julho de 1961, a qual marca o final da série de shows que Eric Dolphy e Booker Little fizeram no Five Spot em Nova York. Este dia não consta dos livros de história (aliás, talvez conste neste aqui), mas deveria, pois naquela noite havia uma eletricidade inédita nos ares novaiorquinos.

No tempo do vinil, havia um terceiro disco chamado Memorial Album onde estavam Number Eight (Potsa Lotsa) e Booker`s Waltz. Essas duas faixas agora estão nestes dois CDs que documentam a noite. A expressão “documentam a noite” é uma espetacular besteira de inspiração cartorial, pois não caracteriza nem a loucura criativa cubista e dissonante, nem a vivacidade dos solos de Dolphy. Quando Dolphy sola, é algo tão incomum que a gente pensa que possam surgir jacarés nos esgotos ou legumes em nossas cabeças.

Aliás, os enfermeiros berlinenses devem ter pensado em algo semelhante na tarde de 18 de junho de 1964, quando Dolphy caiu na rua e foi levado ao hospital. Eles não sabiam que ele era diabético e supuseram que ele estava apenas vivenciando uma overdose (é músico de jazz, não?). Então, deixaram-no deitadinho num leito até que passasse o efeito das drogas. Era um coma diabético. A insulina foi-lhe administrada tarde demais.

Eric Dolphy Live at the Five Spot 1

1. Fire Waltz 13:44
2. Bee Vamp (Live) 12:27
3. The Prophet 21:25
4. Bee Vamp (Alternate Take) 9:45

Recorded live at The Five Spot in New York, N Y on July 16, 1961.

Eric Dolphy – alto saxophone, flute, bass clarinet
Booker Little – trumpet
Mal Waldron – piano
Richard Davis – bass
Ed Blackwell – drums

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Eric Dolphy Live at the Five Spot 2

1. Aggression 17:16
2. Like Someone In Love 19:50
3. Number Eight (Potsa Lotsa) 15:31
4. Booker’s Waltz 14:34

Recorded live at The Five Spot in New York, N Y on July 16, 1961.

Eric Dolphy – alto saxophone, flute, bass clarinet
Booker Little – trumpet
Mal Waldron – piano
Richard Davis – bass
Ed Blackwell – drums

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Eric Dolphy: mais gênio impossível

PQP

Camille Saint-Saëns (1841-1904): Integral dos Concertos para Piano

Achei que ia ser um saco ouvir estes concertos — afinal, eles estão normalmente ausentes do repertório sinfônico das grandes orquestras! –, mas me enganei totalmente. Na verdade, adorei ouvi-los. Na verdade, me entusiasmei e achei SENSACIONAL ouvi-los. Os movimentos lentos são belíssimos; os rápidos são atléticos e exatos; a gravação do trio Rogé – Dutoit – LSO é esplendorosa.

E não dá para falar mal do altamente erudito e grande viajante tiozão que CS-S foi. Imaginem que ele tinha impulsos súbitos de viajar e viajava para os lugares mais malucos de um dia para outro, isso numa época em que fazê-lo era complicado. Ele conheceu o Sri Lanka, a Indochina, o Egito e lugares tão exóticos e bisonhos quanto Rio de Janeiro e São Paulo. E isso em 1899! Pior, vocês não acreditar, mas ele foi aos Estados Unidos! Morreu em Argel numa dessas viagens.

Camille Saint-Säens (1841-1904): Integral dos Concertos para Piano

1. Saint-Saëns: Piano Concerto No.1 in D, Op.17 – 1. Andante – Allegro assai 12:25
2. Saint-Saëns: Piano Concerto No.1 in D, Op.17 – 2. Andante sostenuto quasi adagio 10:27
3. Saint-Saëns: Piano Concerto No.1 in D, Op.17 – 3. Allegro con fuoco 5:36

4. Saint-Saëns: Piano Concerto No.2 in G minor, Op.22 – 1. Andante sostenuto 11:26
5. Saint-Saëns: Piano Concerto No.2 in G minor, Op.22 – 2. Allegro scherzando 5:51
6. Saint-Saëns: Piano Concerto No.2 in G minor, Op.22 – 3. Presto 6:50

7. Saint-Saëns: Piano Concerto No.3 in E flat major, Op.29 – 1. Moderato assai – piu mosso (Allegro maestoso) 14:27
8. Saint-Saëns: Piano Concerto No.3 in E flat major, Op.29 – 2. Andante 8:01
9. Saint-Saëns: Piano Concerto No.3 in E flat major, Op.29 – 3. Allegro non troppo 7:39

10. Saint-Saëns: Piano Concerto No.4 in C minor, Op.44 – 1. Allegro moderato – Andante 12:37
11. Saint-Saëns: Piano Concerto No.4 in C minor, Op.44 – 2. Allegro vivace – Andante – Allegro 13:40

12. Saint-Saëns: Piano Concerto No.5 in F, Op.103 “Egyptian” – 1. Allegro animato 11:25
13. Saint-Saëns: Piano Concerto No.5 in F, Op.103 “Egyptian” – 2. Andante 11:48
14. Saint-Saëns: Piano Concerto No.5 in F, Op.103 “Egyptian” – 3. Molto allegro 5:44

Pascal Rogé, piano
London Philharmonic Orquestra
Charles Dutoit

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Vais viajar, Camille?
Vais viajar, Camille?

PQP

Béla Bartók (1881-1945): Suíte de Danças para Orq. / Música para Cordas, Percussão e Celesta / Concerto para 2 Pianos, Percussão e Orq. (Sándor, Lehel, Pásztory-Bartók, Tusa) #BRTK140 Vol. 14 de 29

Béla Bartók (1881-1945): Suíte de Danças para Orq. / Música para Cordas, Percussão e Celesta / Concerto para 2 Pianos, Percussão e Orq. (Sándor, Lehel, Pásztory-Bartók, Tusa) #BRTK140 Vol. 14 de 29

Aqui, toda a coleção.

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Gosto muito das obras deste CD. Talvez a Música seja uma das tantas “melhores obras” de Bartók. E a Suíte foi minha porta de entrada para o compositor. É, portanto, uma obra que amo. Já o Concerto para 2 Pianos e Percussão é uma transcrição da já comentada Sonata para 2 Pianos e Percussão que segue o original.

Suíte de Danças (1923) foi a primeira obra de Bartók oficialmente encomendada. A encomenda era para comemorar o cinquentenário da união das cidades de Buda e Peste. Apesar do caráter patriótico da celebração, as cinco danças (interligadas por um refrão de caráter húngaro) apresentam também elementos árabes e romenos. A Suíte tem seis movimentos, embora algumas gravações a concebam como um único movimento de corpo inteiro.

Em 1934, o maestro suíço Paul Sacher casou-se com a herdeira da indústria farmacêutica Roche. Agora um dos homens mais ricos do mundo, o maestro aplicou seu dinheiro em uma de suas paixões: a música nova. Para celebrar o décimo aniversário da Orquestra de Câmara de Basel, que havia fundado, Sacher encomendou uma obra de um dos compositores de vanguarda da época. A peça escrita por Bartók – Música para cordas, Percussão e Celesta – seria reconhecida como uma de suas obras-primas. “É uma das mais puras e mais bem proporcionadas produções de seu estilo maduro. A música envolve muitas das contradições que fazem sua arte tão fascinante, ao mesmo tempo primitiva e sofisticada, selvagem e controlada, serena e aterrorizante, séria e cômica.” (Calvin Dotsey, autor das notas de programa da Sinfônica de Houston). Sua instrumentação é sui generis: duas orquestras de cordas, uma de cada lado; ao centro e mais afastado, um conjunto de instrumentos de percussão e teclado (xilofone, caixa, pratos, tam-tam, bumbo, tímpanos, celesta e piano).

São quatro os seus movimentos:

O primeiro é um Andante tranquilo, uma fuga meditativa no início. Aos poucos a tensão se eleva inexoravelmente, a música fica mais alta, até um clímax que é uma série de mi bemóis repetidos.

“O segundo movimento é um Allegro enérgico que combina os ritmos animados da música de rabeca húngara com os padrões estruturais que Mozart ou Beethoven teriam usado.” (Calvin Dotsey)

O terceiro movimento, Adagio, é um exemplo do que é chamado música de noite de Bartók. Apresenta uma parte importante para o xilofone, que abre o movimento. Para os que gostam de matemática, é comum a interpretação de que este solo é baseado na Sequência de Fibonacci: acelerando/retardando, usa o ritmo 1: 1: 2: 3: 5: 8: 5: 3: 2: 1: 1.

No último movimento, Allegro Molto, os violinos começam em pizzicato (dedilhado), imitando as cítaras e os címbalos tradicionais húngaros. O movimento tem assim o caráter de uma animada dança camponesa.

Fonte: Clássicos dos Clássicos.

E esses húngaros são foda mesmo. Ditta, a viúva de Bartók, faz um dos pianos no Concerto para 2 Pianos e Percussão. E quando eles tocam, mesmo eu achando a Sonata análoga ainda melhor, é sensacional. Sen. Sa. Cio. Nal.

Béla Bartók (1881-1945): Suíte de Danças para Orq. / Música para Cordas, Percussão e Celesta / Concerto para 2 Pianos, Percussão e Orq. #BRTK140 Vol. 14 de 29

1 Dance suite for orchestra, Sz. 77, BB 86/a: I. Moderato
orchestra:
Budapest Philharmonic Orchestra
conductor:
János Sándor
recording of:
Dance Suite, Sz. 77, BB 86a: I. Moderato (for orchestra)
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1923)
part of:
Dance Suite, Sz. 77, BB 86a (for orchestra)
3:30

2 Dance suite for orchestra, Sz. 77, BB 86/a: II. Allegro molto
orchestra:
Budapest Philharmonic Orchestra
conductor:
János Sándor
recording of:
Dance Suite, Sz. 77, BB 86a: II. Allegro molto (for orchestra)
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1923)
part of:
Dance Suite, Sz. 77, BB 86a (for orchestra)
2:23

3 Dance suite for orchestra, Sz. 77, BB 86/a: III. Allegro vivace
orchestra:
Budapest Philharmonic Orchestra
conductor:
János Sándor
recording of:
Dance Suite, Sz. 77, BB 86a: III. Allegro vivace (for orchestra)
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1923)
part of:
Dance Suite, Sz. 77, BB 86a (for orchestra)
2:58

4 Dance suite for orchestra, Sz. 77, BB 86/a: IV. Molto tranquillo
orchestra:
Budapest Philharmonic Orchestra
conductor:
János Sándor
recording of:
Dance Suite, Sz. 77, BB 86a: IV. Molto tranquillo (for orchestra)
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1923)
part of:
Dance Suite, Sz. 77, BB 86a (for orchestra)
4:01

5 Dance suite for orchestra, Sz. 77, BB 86/a: V. Comodo
orchestra:
Budapest Philharmonic Orchestra
conductor:
János Sándor
recording of:
Dance Suite, Sz. 77, BB 86a: V. Comodo (for orchestra)
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1923)
part of:
Dance Suite, Sz. 77, BB 86a (for orchestra)
1:01

6 Dance suite for orchestra, Sz. 77, BB 86/a: VI. Finale
orchestra:
Budapest Philharmonic Orchestra
conductor:
János Sándor
recording of:
Dance Suite, Sz. 77, BB 86a: VI. Finale. Allegro (for orchestra)
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1923)
part of:
Dance Suite, Sz. 77, BB 86a (for orchestra)
4:08

7 Music for strings, percussion & celesta, Sz. 106, BB 114: I. Andante tranquillo
orchestra:
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
conductor:
György Lehel (conductor)
recording of:
Music for Strings, Percussion and Celesta, Sz. 106, BB 114: I. Andante tranquillo
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Music for Strings, Percussion and Celesta, Sz. 106, BB 114
7:30

8 Music for strings, percussion & celesta, Sz. 106, BB 114: II. Allegro
orchestra:
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
conductor:
György Lehel (conductor)
recording of:
Music for Strings, Percussion and Celesta, Sz. 106, BB 114: II. Allegro
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Music for Strings, Percussion and Celesta, Sz. 106, BB 114
7:38

9 Music for strings, percussion & celesta, Sz. 106, BB 114: III. Adagio
orchestra:
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
conductor:
György Lehel (conductor)
recording of:
Music for Strings, Percussion and Celesta, Sz. 106, BB 114: III. Adagio
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Music for Strings, Percussion and Celesta, Sz. 106, BB 114
7:11

10 Music for strings, percussion & celesta, Sz. 106, BB 114: IV. Allegro molto
orchestra:
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
conductor:
György Lehel (conductor)
recording of:
Music for Strings, Percussion and Celesta, Sz. 106, BB 114: IV. Allegro molto
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Music for Strings, Percussion and Celesta, Sz. 106, BB 114
7:42

11 Concerto for 2 pianos, percussion & orchestra, Sz. 115, BB 121: I. Assai lento – allegro molto
percussion:
Jószef Marton and Ferenc Petz
piano:
Ditta Pásztory-Bartók and Erzsébet Tusa (pianist)
orchestra:
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
conductor:
János Sándor
phonographic copyright by:
Hungaroton (in 1988)
recording of:
Concerto for Two Pianos, Percussion and Orchestra, Sz. 115, BB 121: I. Assai lento
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Concerto for Two Pianos, Percussion and Orchestra, Sz. 115, BB 121
13:55

12 Concerto for 2 pianos, percussion & orchestra, Sz. 115, BB 121: II. Lento ma non troppo
percussion:
Jószef Marton and Ferenc Petz
piano:
Ditta Pásztory-Bartók and Erzsébet Tusa (pianist)
orchestra:
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
conductor:
János Sándor
phonographic copyright by:
Hungaroton (in 1988)
recording of:
Concerto for Two Pianos, Percussion and Orchestra, Sz. 115, BB 121: II. Lento, ma non troppo
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Concerto for Two Pianos, Percussion and Orchestra, Sz. 115, BB 121
6:21

13 Concerto for 2 pianos, percussion & orchestra, Sz. 115, BB 121: III. Allegro ma non troppo
percussion:
Jószef Marton and Ferenc Petz
piano:
Ditta Pásztory-Bartók and Erzsébet Tusa (pianist)
orchestra:
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
conductor:
János Sándor
phonographic copyright by:
Hungaroton (in 1988)
recording of:
Concerto for Two Pianos, Percussion and Orchestra, Sz. 115, BB 121: III. Allegro non troppo
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Concerto for Two Pianos, Percussion and Orchestra, Sz. 115, BB 121

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Bartók com sua esposa, Edith (Ditta) Pásztory em 1939

PQP

Matthias Weckmann (1616-1674): Cantatas Barrocas Alemãs (IX) (Ricercar Consort)

Matthias Weckmann (1616-1674): Cantatas Barrocas Alemãs (IX) (Ricercar Consort)

Eu não sei quantos discos desta série já postei. Sei que foram vários, o que é uma inexatidão, mas uma inexatidão plural. Com o passar dos anos, deixei de ser “completista”, ouço o que me cai nas mãos de forma menos sistemática do que fazia anos atrás. Então “vários” destes CDs fantásticos do Ricercar Consort estão pelo PQP. Nenhum deles é sensacional, mas também nenhum é esquecível. Este aqui é ótimo. Trata-se de Cantatas de um certo Matthias Weckmann, que já tem duas aparições  no PQP.

Matthias aprendeu música em Dresden com o grande Heinrich Schütz, depois foi para Hamburgo onde trabalhou com o famoso organista Praetorius na Igreja de São Pedro. Ele foi apresentado ao concertato italiano por Schütz, que lhe mostrou Giovanni Gabrieli e Monteverdi, mas foi o fundamental Sweelinck quem o influenciou ainda mais. Em 1655, após uma competição, foi nomeado organista titular da igreja de Saint James (Jakobkirche) em Hamburgo, onde passou o resto de sua vida. Ele fundou um renomado conjunto orquestral chamado Collegium Musicum em Hamburgo. Foi o período mais produtivo de sua vida: suas composições desta época incluem uma coleção de 1663, que contém textos que mencionam a terrível praga que matou sua primeira esposa e muitos de seus colegas em Hamburgo naquele ano. Ele morreu em Hamburgo e foi enterrado em um túmulo de família na Igreja de St. James, sob o órgão.

Matthias Weckmann (1616-1674): Cantatas Barrocas Alemãs (IX) (Ricercar Consort)

CD1
1-1 Weine Nicht 13:32
1-2 Zion Spricht 8:03
1-3 Herr Wenn Ich Nur Dich Habe 7:26
1-4 Wie Liegt Die Stadt So Wüste
Organ – Guy Penson
Violin [❘❘] – Ryo Terakado
16:00
1-5 Dialogo Von Tobias Und Raguel 11:45

CD2
2-1 Kommet Her
Viol [❘❘❘] – Kaori Uemura
7:59
2-2 Wenn Der Herr
Viol [❘❘❘] – Piet Strijkers*
10:56
2-3 Angelicus Coeli Chorus
Organ – Guy Penson
Violin [❘❘] – Ryo Terakado
7:18
2-4 Gegrüsset Seist Du 6:25
2-5 Rex Virtutum 5:31
2-6 Der Tod Ist Verschlungen 4:16
2-7 Es Erhub Sich Ein Streit
Choir – Capella Sancti Michaelis
Conductor – Erik Van Nevel
Organ – Johan Huys
Soprano Vocals – Jill Feldman
Tenor Vocals – Guy De Mey
Violin [❘❘] – Mihoko Kimura

Bass Trombone – Jean-Marie Xhonneux
Bass Vocals – Max Van Egmond
Cello – Hidemi Suzuki
Countertenor Vocals – James Bowman (2)
Double Bass – Eric Mathot
Dulcian – Jean-Louis Fiat
Ensemble – Ricercar Consort
Organ – Willem Jansen*
Recorder [❘] – Frédéric De Roos
Recorder [❘❘] – Patrick Denecker
Soprano Vocals – Greta De Reyghere
Tenor Vocals – Ian Honeyman
Theorbo – Philippe Malfeyt
Trombone [Alto] – Alain Pire
Trombone [Tenor] – Sébastien Jadot
Viol [❘], Viol [Dessus De Gambe] – Philippe Pierlot (2)
Viol [❘❘] – Sophie Watillon
Viol [❘❘❘] – Rainer Zipperling
Violin [❘] – François Fernandez
Violin [❘❘] – Enrico Gatti
Violin [❘❘❘] – Ghislaine Wauters

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“O anjo deixando a família de Tobias”, de Rembrandt (1641)

PQP

Béla Bartók (1881-1945): Concerto para Orquestra / Divertimento para Cordas / Scherzo para Orquestra (Doráti, Lehel) #BRTK140 Vol. 13 de 29

Béla Bartók (1881-1945): Concerto para Orquestra / Divertimento para Cordas / Scherzo para Orquestra (Doráti, Lehel) #BRTK140 Vol. 13 de 29

Aqui, toda a coleção.

IM-PER-DÍ-VEL !!!

O extraordinário Concerto para Orquestra é uma obra-prima em cinco movimentos composta por Béla Bartók em 1943. É uma de suas obras mais conhecidas e populares. Na partitura está escrito “15 de agosto – 8 de outubro de 1943”. Foi estreado em 1º de dezembro de 1944 pela Orquestra Sinfônica de Boston regida por Serge Koussevitzky. Foi um enorme êxito. Este Concerto é o mais conhecido da série de peças que têm o título aparentemente contraditório de Concerto para Orquestra. Isso contrasta com a forma convencional de concerto, que apresenta um instrumento solo com acompanhamento orquestral. Bartók disse que chamou a peça de concerto em vez de sinfonia, devido à forma como cada seção dos instrumentos é tratada — sempre de forma solista e virtuosística. A obra foi escrita em resposta a uma encomenda da Fundação Koussevitzky (dirigida pelo maestro Serge Koussevitzky) após a mudança de Bartók da sua Hungria natal — de onde ele fugiu por causa da Segunda Guerra Mundial — para os Estados Unidos. Especulou-se que a obra anterior de Bartók, o Quarteto de Cordas nº 6 (1939), poderia muito bem ter sido a última se não fosse por esta encomenda, que deu origem a um pequeno número de outras composições, incluindo sua Sonata para Violino Solo e o igualmente belíssimo Concerto para Piano No. 3. Bartók revisou seu Concerto para Orquestra em fevereiro de 1945. A maior mudança ocorreu no último movimento, que ficou mais longo. Ambas as versões do finale foram publicadas, mas o finale revisado é quase universalmente o executado.

Bartók escreveu a seguinte nota no programa de estreia da obra:

O clima geral da obra representa uma transição gradual da severidade do primeiro movimento e da lúgubre canção de morte do terceiro, para uma afirmação de vida do último. (…) O título desta obra orquestral sinfônica é explicada por sua tendência a tratar os instrumentos orquestrais individuais de uma maneira concertante ou solística. O tratamento “virtuoso” aparece, por exemplo, nas seções fugato do desenvolvimento do primeiro movimento (instrumentos de sopro) , ou na passagem perpetuum mobile do tema principal no último movimento (cordas), e especialmente no segundo movimento, em que duplas de instrumentos aparecem consecutivamente com passagens brilhantes.

Uma história encantadora e raramente citada sobre esse segundo movimento é relatada pelo maestro Antal Dorati — regente desta gravação –, que estudou piano e composição com Bartók em Budapeste e que ocasionalmente visitava seu antigo professor em Nova York:

Uma vez, quando estávamos sozinhos, Bartók me perguntou:

— Você sabe qual é a interrupção no interrotto do intermezzo [do Concerto]?

— Claro que sim, professor. É da Viúva Alegre.

–Da Viúva Alegre?

A música de Lehár era totalmente desconhecida para ele… Ele simplesmente não havia entendido a que eu estava me referindo.

Então, evidentemente, não era uma citação de lá.

— O que é então?

Tendo extraído minha promessa solene de que não contaria a ninguém enquanto ele ainda estivesse vivo, ele  confidenciou que estava caricaturando uma melodia da Sétima Sinfonia de Shostakovich, a “Leningrado”, que então gozava de grande popularidade na América e, na opinião de Bartók, mais do que merecida, pela luta contra o fascismo

— Então, dei vazão à minha raiva — completou ele.

Voltando, o Concerto para Orquestra segue o palíndromo empregado por Bartók em seu Quarto Quarteto de Cordas (1928), em que o movimento central lento é circundado por dois scherzos, que por sua vez são circundados por dois movimentos maiores.

É uma música linda, virtuosística e de conteúdo. É o trabalho mais popular do compositor e termina numa fuga espetacularmente complexa, antes da conclusão deliciosamente empolgante. No quarto movimento, o segundo scherzo, a orquestra parece rir duas vezes, coisa que Doráti consegue realizar esplendidamente nesta gravação.

Tamanha obra-prima veio acompanhada do Divertimento para Cordas, uma peça bem mais ou menos…

Mais interessante é o Scherzo para Orquestra. Em 1902, aos 21 anos, Bartók começou a trabalhar numa Sinfonia. Depois de tocar partes dela para professores e amigos, o compositor ficou inseguro de seu valor e, no final, decidiu orquestrar apenas o Scherzo. Para aqueles que estão familiarizados com as obras mais conhecidas dos últimos anos de Bartók, esta primeira peça de dez minutos será uma surpresa, principalmente por seu som típico de Richard Strauss. O Scherzo começa com um clima ensolarado, um ostinato animado que leva ao tema principal, uma valsa rápida de caráter um tanto brahmsiano. Alguns notaram sua semelhança com o segundo tema do primeiro movimento da Segunda Sinfonia de Brahms. Outros trechos de valsa aparecem ao longo do movimento. A orquestração de Bartók é bastante colorida, lembrando a música orquestral do Sibelius jovem. Na época, Bartók ainda não tinha desenvolvido a paixão pela música folclórica, o que explica  motivo de este Scherzo ser livre de qualquer indício de sabores húngaros. Aqueles que ouvem esta pequena joia pela primeira vez, provavelmente não suspeitarão que seu compositor é o jovem Béla Bartók.

Béla Bartók (1881-1945): Concerto para Orquestra / Divertimento para Cordas / Scherzo para Orquestra (Doráti, Lehel) #BRTK140 Vol. 13 de 29

1 Concerto for orchestra, Sz. 116, BB 123: I. Introduzione
orchestra:
Hungarian State Orchestra (Hungarian National Philharmonic Orchestra)
conductor:
Antal Doráti (conductor)
recording of:
Concerto for Orchestra, Sz. 116, BB 123: I. Introduzione. Andante non troppo – Allegro vivace
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1943)
part of:
Concerto for Orchestra, Sz. 116, BB 123
9:40

2 Concerto for orchestra, Sz. 116, BB 123: II. Giuoco delle coppie
orchestra:
Hungarian State Orchestra (Hungarian National Philharmonic Orchestra)
conductor:
Antal Doráti (conductor)
recording of:
Concerto for Orchestra, Sz. 116, BB 123: II. Giuoco delle coppie. Allegretto scherzando
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1943)
part of:
Concerto for Orchestra, Sz. 116, BB 123
6:37

3 Concerto for orchestra, Sz. 116, BB 123: III. Elegia
orchestra:
Hungarian State Orchestra (Hungarian National Philharmonic Orchestra)
conductor:
Antal Doráti (conductor)
recording of:
Concerto for Orchestra, Sz. 116, BB 123: III. Elegia. Andante non troppo
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1943)
part of:
Concerto for Orchestra, Sz. 116, BB 123
6:43

4 Concerto for orchestra, Sz. 116, BB 123: IV. Intermezzo interrotto
orchestra:
Hungarian State Orchestra (Hungarian National Philharmonic Orchestra)
conductor:
Antal Doráti (conductor)
recording of:
Concerto for Orchestra, Sz. 116, BB 123: IV. Intermezzo interrotto. Allegretto
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1943)
part of:
Concerto for Orchestra, Sz. 116, BB 123
4:33

5 Concerto for orchestra, Sz. 116, BB 123: V. Finale
orchestra:
Hungarian State Orchestra (Hungarian National Philharmonic Orchestra)
conductor:
Antal Doráti (conductor)
recording of:
Concerto for Orchestra, Sz. 116, BB 123: V. Finale. Pesante – Presto
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1943)
part of:
Concerto for Orchestra, Sz. 116, BB 123
9:34

6 Divertimento for string orchestra, Sz. 113, BB 118: I. Allegro non troppo
orchestra:
Hungarian State Orchestra (Hungarian National Philharmonic Orchestra)
conductor:
Antal Doráti (conductor)
recording of:
Divertimento for String Orchestra, Sz. 113, BB 118: I. Allegro non troppo
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1939)
part of:
Divertimento for String Orchestra, Sz. 113, BB 118
9:40

7 Divertimento for string orchestra, Sz. 113, BB 118: II. Molto adagio
orchestra:
Hungarian State Orchestra (Hungarian National Philharmonic Orchestra)
conductor:
Antal Doráti (conductor)
recording of:
Divertimento for String Orchestra, Sz. 113, BB 118: II. Molto adagio
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1939)
part of:
Divertimento for String Orchestra, Sz. 113, BB 118
9:20

8 Divertimento for string orchestra, Sz. 113, BB 118: III. Allegro assai
orchestra:
Hungarian State Orchestra (Hungarian National Philharmonic Orchestra)
conductor:
Antal Doráti (conductor)
recording of:
Divertimento for String Orchestra, Sz. 113, BB 118: III. Allegro assai
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1939)
part of:
Divertimento for String Orchestra, Sz. 113, BB 118
7:39

9 Scherzo from symphony in E-flat major, BB 25, DD 68 for orchestra in C major: Scherzo
orchestra:
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
conductor:
György Lehel (conductor)
recording of:
Scherzo for piano & orchestra, DD 68, Sz. 28, BB 25 (Op. 2): II. Allegro. Scherzo
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Scherzo (Burlesque), DD 68, Sz. 28, BB 25, op. 2

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Béla Bartók em Basel no anos de 1936

PQP

Antonio Vivaldi (1678-1741): Amor Profano / Amor Sacro (Kermes)

Antonio Vivaldi (1678-1741): Amor Profano / Amor Sacro (Kermes)

IM-PER-DÍ-VEL !!! 

Um par de CDs de excelentes árias de Vivaldi. Um dedicado às profanas, outro às sacras. O álbum inclui uma série de gravações inéditas e, assim, contribui para a descoberta do compositor. Mas o que interessa é que as gravações são alegria pura, levadas com grande competência. A música tem ritmo, belas melodias e extrema energia. Kermes, Marcon e a Orquestra Barroca de Veneza são bons amigos dos melômanos.

Antonio Vivaldi (1678-1741): Amor Profano / Amor Sacro


Amor Profano

1. L’Olimpiade / Act 2 – Siam navi all’onde 6:46
2. La fede tradita e vendicata (RV 712) – Sin nel placido soggiorno 7:43
3. Vivaldi: Orlando furioso RV 728 / Act 2 – Ah fuggi rapido 2:28
4. Tito Manlio / Act 3 – Non m’afflige il tormento di morte 4:06
5. Semiramide (RV 733) – Quegl’ occhi luminosi 5:06
6. Il Tigrane / Act 2 – Squarciami pure il seno 3:21
7. Catone in Utica / Act 1 – Se in campo armato 6:28
8. Il Bajazet (Il Tamerlano) / Sinfonia – 1. [without tempo indication] 2:22
9. Il Bajazet (Il Tamerlano) / Sinfonia – 2. Andante molto 2:39
10. Il Bajazet (Il Tamerlano) / Sinfonia – 3. Allegro 0:56
11. Griselda – dramma per musica – Agitata da due venti 5:31
12. Tito Manlio / Act 3 – Dopo sì rei disastri 1:39
13. La verità in cimento / Act 1 – Amato ben tu sei la mia speranza 7:25
14. Tito Manlio / Act 2 – Combatta un gentil cor 4:34
15. La farfalletta 6:47
16. Il Giustino / Act 3 – Or che cinto ho il crin d’alloro 3:36

Simone Kermes
Venice Baroque Orchestra
Andrea Marcon

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Amor sacro

1. 1. In furore iustissimae (Allegro) – 1. In furore iustissimae (Allegro) 5:10
2. 2. Miserationum Pater (Recitativo) – 2. Miserationum Pater (Recitativo) 0:59
3. 3. Tunc meus fletus (Largo) – 3. Tunc meus fletus (Largo) 7:42
4. 4. Alleluia (Allegro) – 4. Alleluia (Allegro) 1:31
5. Larghetto “Nulla in mundo pax sincera” – Larghetto “Nulla in mundo pax sincera” 7:25
6. Recitativo “Blando colore oculos mundus decepit” – Recitativo “Blando colore oculos mundus decepit” 1:14
7. Allegro (Aria) “Spirat anguis inter flores” – Allegro (Aria) “Spirat anguis inter flores” 3:10
8. Allegro “Alleluia” – Allegro “Alleluia” 1:59
9. Allegro (Aria) “In turbato mare irato” – Allegro (Aria) “In turbato mare irato” 6:49
10. Recitativo “Splende serena, o lux amata” – Recitativo “Splende serena, o lux amata” 0:56
11. Largetto (Aria) “Resplende, bella divina stella” – Largetto (Aria) “Resplende, bella divina stella” 7:44
12. Allegro “Alleluia” – Allegro “Alleluia” 2:12
13. Allegro non molto (Aria) “Sum in medio tempestatum” – Allegro non molto (Aria) “Sum in medio tempestatum” 7:37
14. Recitativo “Quid ergo faciam, infelix anima” – Recitativo “Quid ergo faciam, infelix anima” 1:02
15. Largo (Aria) “Semper maesta, sconsolata” – Largo (Aria) “Semper maesta, sconsolata” 8:21
16. Allegro “Alleluia” – Allegro “Alleluia” 3:02

Simone Kermes
Venice Baroque Orchestra
Andrea Marcon

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Simone Kermes
Simone Kermes

PQP

W. A. Mozart (1756-1791): Serenatas para Sopros K. 361 (Gran Partita) e K. 375 (Akademie für Alte Musik Berlin)

W. A. Mozart (1756-1791): Serenatas para Sopros K. 361 (Gran Partita) e K. 375 (Akademie für Alte Musik Berlin)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Eu costumo citar sempre a mesma coisa quando posto a Gran Partita: a famosa cena do filme Amadeus onde Salieri fala do lindíssimo Adágio da obra:

Na página não parecia nada! O princípio simples, quase cômico. Só uma pulsação. Trompas, fagotes… Como uma sanfona enferrujada. E depois, subitamente… Lá bem no alto… Um oboé. Uma única nota, ali pendurada, decidida. Até que um clarinete a substitui, adoçando-a numa frase  voluptuosa… Isto não era uma composição de um macaco amestrado. Era música como eu nunca tinha ouvido. Cheia de uma saudade, de uma saudade não realizada. Parecia-me que estava a ouvir a voz de Deus.

Este é o texto de uma das mais belas cenas de Amadeus (1984), de Milos Forman. Quem o diz é F. Murray Abraham no papel de Salieri. Ele recebeu o Oscar de Melhor Ator.

A Serenata Nº 10 para sopros, K. 361, foi escrita para treze instrumentos: 2 oboés, 2 clarinetes, 2 corni di bassetto (os mesmos do Réquiem), 2 fagotes, 4 trompas e um contrabaixo. Foi composta em 1781 ou 1782 e é conhecida pelo apelido de Gran Partita, embora o título não tenha vindo da mão de Mozart. É enorme, tem sete movimentos. O K. 375 que abre este CD também é muito bom, mas fala sério, a Gran Partita é disparado a estrela do disco.

Esta gravação de duas das Serenatas de Mozart é uma joia que você deve ouvir. São duas obras-primas interpretadas com extremo bom gosto e senso do estilo mozartiano. A Akademie für Alte Musik Berlin é sinônimo de muito alta qualidade. Sempre!

W. A. Mozart (1756-1791): Serenatas para Sopros K. 361 (Gran Partita) e K. 375 (Akademie für Alte Musik Berlin)

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791): Serenade No. 11 in E -Flat Major, K. 375
1 Serenade No. 11 in E-Flat Major, K. 375: I. Allegro maestoso 07:39
2 Serenade No. 11 in E-Flat Major, K. 375: II. Menuetto – Trio 03:36
3 Serenade No. 11 in E-Flat Major, K. 375: III. Adagio 05:45
4 Serenade No. 11 in E-Flat Major, K. 375: IV. Menuetto – Trio 02:21
5 Serenade No. 11 in E-Flat Major, K. 375: V. Finale. Allegro 03:40

Serenade No. 10 in B-Flat Major, K. 361 “Gran partita”
6 Serenade No. 10 in B-Flat Major, K. 361 “Gran partita”: I. Largo – Molto allegro 09:49
7 Serenade No. 10 in B-Flat Major, K. 361 “Gran Partita”: II. Menuetto – Trio I – Trio II 08:56
8 Serenade No. 10 in B-Flat Major, K. 361 “Gran partita”: III. Adagio 05:19
9 Serenade No. 10 in B-Flat Major, K. 361 “Gran Partita”: IV. Menuetto. Allegretto – Trio I – Trio II 04:55
10 Serenade No. 10 in B-Flat Major, K. 361 “Gran partita”: V. Romance. Adagio 06:31
11 Serenade No. 10 in B-Flat Major, K. 361 “Gran Partita”: VI. Tema con variazioni. Andante 09:38
12 Serenade No. 10 in B-Flat Major, K. 361 “Gran partita”: VII. Finale. Molto allegro 03:31

Akademie für Alte Musik Berlin

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Pobre do Salieri original. O filme faz-lhe a maior das sacanagens póstumas, mas é tão bom que deixa assim.

PQP

 

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 7 (Petrenko)

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 7 (Petrenko)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

A Sinfonia Nº 7 de Mahler é a mais problemática e possivelmente uma das menos populares das nove (ou dez) do compositor. Pois é, mas é uma de suas melhores sinfonias, na minha opinião sempre equivocada… Com mais de uma hora de duração, entrando e saindo de vários reinos tonais e terminando de um modo estranhamente ensolarado, a obra tem três movimentos centrais que alguns consideram incoerentes. No entanto, o maestro Kirill Petrenko , liderando o Bayerisches Staatsorchester, tem tudo sob controle. Não é  que Petrenko faça algo revolucionário, embora seu finale, de 16min18, seja extraordinariamente rápido (compare com os 18min42 de Bernard Haitink). É que ele tem um conceito diferente para cada movimento e molda a orquestra com eficácia incomum. Em sua leitura, os dois movimentos “Nachtmusik” enquadram o Scherzo, que retoma o som inquietante e muitas vezes dissonante do movimento de abertura. Embora mais longos que o Scherzo, os noturnos são, nas mãos de Petrenko , interlúdios de um drama que só se resolve com o final. Apesar de sua extensão, a obra segue em uma única varredura coerente, como raramente acontece, e a energia ao vivo dessas apresentações de 2018 em Munique é palpável. Esperamos por mais Mahler de Petrenko. Bem, eu realmente pensei que conhecesse esse trabalho — todas as facetas dele. Mas Kirill Petrenko tem uma maneira de ouvir profundamente as texturas e harmonias que às vezes é realmente surpreendente. Ele nos dá ouvidos de raio-X. Esta peça foi talvez o maior salto que Mahler já deu em direção a um tipo de “música pura” que se apoiava menos na alta emoção e mais em uma uma gama quase alucinatória de cores em termos de textura e linguagem harmônica. E se ele consegue fazer mahlerianos experientes, mesmo por um momento, imaginar que esta é uma experiência inédita, então…  Este é um primeiro lançamento auspicioso para a própria gravadora da Bayerisches Staatsorchester e qualquer versão favorita desta sinfonia que você possa ter em sua coleção — seja Bernstein, seja MTT ou um dos Fischers –, mesmo assim Petrenko exige ser ouvido com atenção.

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 7 (Petrenko)

1 Symphony No. 7 in E Minor: I. Langsam – Allegro risoluto, ma non troppo (Live) 20:47
2 Symphony No. 7 in E Minor: II. Nachtmusik. Allegro moderato (Live) 14:19
3 Symphony No. 7 in E Minor: III. Scherzo. Schattenhaft (Live) 9:22
4 Symphony No. 7 in E Minor: IV. Nachtmusik. Andante amoroso (Live) 11:45
5 Symphony No. 7 in E Minor: V. Rondo finale (Live) 16:18

Bayerisches Staatsorchester
Kirill Petrenko

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Kirill Petrenko pede para a gente manter a calma e esperar até o Boçalnato ir embora. Que vá logo e não retorne nunca mais!

PQP

Béla Bartók (1881-1945): Poema Sinfônico “Kossuth” / 2 Retratos para Violino e Orq. / 2 Imagens para Orq. / 4 Peças para Orq. (Lehel, Szűcs, Erdélyi) #BRTK140 Vol. 10 de 29

Béla Bartók (1881-1945): Poema Sinfônico “Kossuth” / 2 Retratos para Violino e Orq. / 2 Imagens para Orq. / 4 Peças para Orq. (Lehel, Szűcs, Erdélyi) #BRTK140 Vol. 10 de 29

Aqui, toda a coleção.

Um excelente disco. É incrível — os húngaros conseguem tocar de tal forma que até o Poema Sinfônico Kossuth ganha vida e torna-se muito bom. Apesar de trazer obras abaixo da média de Bartók, o disco está muito acima da média dos compositores, digamos, normais. O poema sinfônico foi escrito uma homenagem ao político húngaro Lajos Kossuth, herói da Revolução Húngara de 1848 e narra musicalmente sua tentativa fracassada de conquistar a independência da Hungria da Áustria em 1848-49. O próprio Bartók escreveu comentários detalhados sobre a partitura, delineando um programa. Embora a obra seja escrita em um único movimento, fala sério, ela é formada por dez movimentos ou seções interrelacionadas. A peça começa com Bartók esboçando um retrato de seu herói e termina com uma marcha fúnebre, que também foi arranjada para piano pelo compositor. Os poemas sinfônicos de Liszt e Strauss influenciam fortemente o trabalho, pois Bartók toma emprestadas ideias deles para desenvolver harmonias, progressões cromáticas e instrumentação. Ao longo da obra, além de melodias bem húngaras — trata-se obviamente de uma composição altamente nacionalista –, há uma sátira zombeteira ao hino nacional austríaco imperial, Gott erhalte Franz den Kaiser, que é usada na forma de um leitmotiv recorrente.

As outras obras são também menores e pouco comuns em concertos. Mas Two Portraits (Dois Retratos) e Two Images (Duas Imagens) também são excelentes quando tocadas por húngaros da gema.

Béla Bartók (1881-1945): Poema Sinfônico “Kossuth” / 2 Retratos para Violino e Orq. / 2 Imagens para Orq. / 4 Peças para Orq. (Lehel, Szűcs, Erdélyi) #BRTK140 Vol. 10 de 29

1 Symphonic poem for orchestra, Sz. 21, BB 31 “Kossuth”: Kossuth
orchestra:
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
conductor:
György Lehel (conductor)
recording of:
Kossuth: I. Kossuth
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1903)
part of:
Kossuth, Sz. 21, BB 31, DD 75a
1:34

2 Symphonic poem for orchestra, Sz. 21, BB 31 “Kossuth”: What Sorrow Lies So Heavily on thy Heart
orchestra:
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
conductor:
György Lehel (conductor)
recording of:
Kossuth: II. Mi bú nehezedik a lelkedre, édes férjem?
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1903)
part of:
Kossuth, Sz. 21, BB 31, DD 75a
1:07

3 Symphonic poem for orchestra, Sz. 21, BB 31 “Kossuth”: Danger threatens the fatherland
orchestra:
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
conductor:
György Lehel (conductor)
recording of:
Kossuth: III. Veszélyben a haza
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1903)
part of:
Kossuth, Sz. 21, BB 31, DD 75a
0:57

4 Symphonic poem for orchestra, Sz. 21, BB 31 “Kossuth”: A Better Fate then was Ours
orchestra:
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
conductor:
György Lehel (conductor)
recording of:
Kossuth: IV. Hajdan jobb idõket éltünk
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1903)
part of:
Kossuth, Sz. 21, BB 31, DD 75a
1:35

5 Symphonic poem for orchestra, Sz. 21, BB 31 “Kossuth”: Yet this Brief-Lived Happiness Soon Disappeared
orchestra:
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
conductor:
György Lehel (conductor)
recording of:
Kossuth: V. Majd rosszra fordult sorsunk…
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1903)
part of:
Kossuth, Sz. 21, BB 31, DD 75a
1:18

6 Symphonic poem for orchestra, Sz. 21, BB 31 “Kossuth”: To the Battlefield
orchestra:
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
conductor:
György Lehel (conductor)
recording of:
Kossuth: VI. Harcra fel!
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1903)
part of:
Kossuth, Sz. 21, BB 31, DD 75a
1:03

7 Symphonic poem for orchestra, Sz. 21, BB 31 “Kossuth”: Come, Oh Come,
orchestra:
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
conductor:
György Lehel (conductor)
recording of:
Kossuth: VII. Jöjjetek, jöjjetek! Szép magyar vitézek, aranyos leventék!
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1903)
part of:
Kossuth, Sz. 21, BB 31, DD 75a
3:47

8 Symphonic poem for orchestra, Sz. 21, BB 31 “Kossuth”: Excerpt
orchestra:
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
conductor:
György Lehel (conductor)
recording of:
Kossuth: VIII. [untitled]
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1903)
part of:
Kossuth, Sz. 21, BB 31, DD 75a
5:56

9 Symphonic poem for orchestra, Sz. 21, BB 31 “Kossuth”: All Is Finished
orchestra:
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
conductor:
György Lehel (conductor)
recording of:
Kossuth: IX. Mindennek vége
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1903)
part of:
Kossuth, Sz. 21, BB 31, DD 75a
3:38

10 Symphonic poem for orchestra, Sz. 21, BB 31 “Kossuth”: A Hopeless Silence Reigns
orchestra:
Budapest Symphony Orchestra (a.k.a. Budapest Symphony)
conductor:
György Lehel (conductor)
recording of:
Kossuth: X. Csöndes minden, csöndes
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1903)
part of:
Kossuth, Sz. 21, BB 31, DD 75a
1:09

11 Two portraits for violin & orchestra, Sz. 37, BB 48/b (Op. 5): No. 1. Egy idealis (One Ideal)
violin:
Mihály Szűcs (Hungarian violinist)
orchestra:
Budapest Philharmonic Orchestra
conductor:
Miklós Erdélyi (conductor)
recording of:
Two Portraits, op. 5: 1. One Ideal. Andante
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Two Portraits, Sz. 37, BB 48b, op. 5
10:00

12 Two portraits for violin & orchestra, Sz. 37, BB 48/b (Op. 5): No. 2. Egy torz (One Grotesque)
violin:
Mihály Szűcs (Hungarian violinist)
orchestra:
Budapest Philharmonic Orchestra
conductor:
Miklós Erdélyi (conductor)
recording of:
Two Portraits, op. 5: 2. One Grotesque
composer:
Béla Bartók (composer)
part of:
Two Portraits, Sz. 37, BB 48b, op. 5
2:40

13 Two pictures for orchestra, Sz. 46, BB 59 (Op. 10): No. 1. Viragzas (In Full Flower)
orchestra:
Budapest Philharmonic Orchestra
conductor:
Miklós Erdélyi (conductor)
recording of:
2 Pictures, op. 10, Sz. 46: 1. In voller Blüte
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1910-08)
publisher:
Boosey & Hawkes (publisher; do NOT use as release label)
part of:
2 Pictures, op. 10, Sz. 46
8:26

14 Two pictures for orchestra, Sz. 46, BB 59 (Op. 10): No. 2. A falu tanca (Village Dance)
orchestra:
Budapest Philharmonic Orchestra
conductor:
Miklós Erdélyi (conductor)
recording of:
2 Pictures, op. 10, Sz. 46: 2. Dorftanz
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1910-08)
publisher:
Boosey & Hawkes (publisher; do NOT use as release label)
part of:
2 Pictures, op. 10, Sz. 46
9:31

15 Four pieces for orchestra, Op.12, Sz. 51, BB 64: No. 1. Preludio
orchestra:
Budapest Philharmonic Orchestra
conductor:
Miklós Erdélyi (conductor)
recording of:
Four Orchestral Pieces, op. 12, Sz. 51: I. Preludio: Moderato
orchestrator:
Béla Bartók (composer) (in 1921)
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1912)
part of:
Four Orchestral Pieces, op. 12, Sz. 51
7:06

16 Four pieces for orchestra, Op.12, Sz. 51, BB 64: No. 2. Scherzo
orchestra:
Budapest Philharmonic Orchestra
conductor:
Miklós Erdélyi (conductor)
recording of:
Four Orchestral Pieces, op. 12, Sz. 51: II. Scherzo: Allegro
orchestrator:
Béla Bartók (composer) (in 1921)
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1912)
part of:
Four Orchestral Pieces, op. 12, Sz. 51
6:57

17 Four pieces for orchestra, Op.12, Sz. 51, BB 64: No. 3. Intermezzo
orchestra:
Budapest Philharmonic Orchestra
conductor:
Miklós Erdélyi (conductor)
recording of:
Four Orchestral Pieces, op. 12, Sz. 51: III. Intermezzo: Moderato
orchestrator:
Béla Bartók (composer) (in 1921)
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1912)
part of:
Four Orchestral Pieces, op. 12, Sz. 51
5:22

18 Four pieces for orchestra, Op.12, Sz. 51, BB 64: No. 4. Marcia funebre
orchestra:
Budapest Philharmonic Orchestra
conductor:
Miklós Erdélyi (conductor)
recording of:
Four Orchestral Pieces, op. 12, Sz. 51: IV. Marcia funebre: Maestoso
orchestrator:
Béla Bartók (composer) (in 1921)
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1912)
part of:
Four Orchestral Pieces, op. 12, Sz. 51

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Bartók ligadaço no folclore húngaro através de seu som digital conectado por bluetooth.

PQP

Francis Poulenc (1899-1963): Concerto para Piano / Concerto para 2 Pianos / Concerto para Órgão

Francis Poulenc (1899-1963): Concerto para Piano / Concerto para 2 Pianos / Concerto para Órgão

Este é um excelente disco. A música de  Poulenc é interessante e alegre sem ser superficial. O compositor teve uma vida de constante luta interna. Alguém disse, com razão, que ele era “meio monge, meio mau rapaz”. Tendo nascido e educado na religião católica, Poulenc debatia-se com uma homossexualidade inaceitável à luz de suas convicções religiosas. “Sabes que sou sincero na minha fé, tanto como sou sincero na minha sexualidade parisiense”. Alex Ross escreveu que ele foi o primeiro compositor abertamente gay, embora, quando jovem, o compositor tenha tentado manter relações físicas com mulheres e tenha sido pai de uma menina, Marie-Ange. Depois foi uma sucessão de casos com homens que morriam tragicamente o que sempre o levava de volta à religião. Sua música, eclética e ao mesmo tempo pessoal, é melodiosa e embelezada pelas dissonâncias do século XX. Poulenc foi extremamente talentoso, elegante, tinha profundidade de sentimentos e um doce-amargo que são derivados da sua personalidade alegre e melancólica.

Francis Poulenc (1899-1963): Concerto para Piano / Concerto para 2 Pianos / Concerto para Órgão

Piano Concerto
1 I. Allegretto 10:03
2 II. Andante Con Moto 5:38
3 III. Rondeau À La Française 3:40
Piano – Pascal Rogé

Concerto For Two Pianos
4 I. Allegro Non Troppo 8:15
5 II. Larghetto 4:52
6 III. Finale: Allegro Molto 5:14
Piano [Piano I] – Sylviane Deferne
Piano [Piano II] – Pascal Rogé

Organ Concerto
7 Andante — 3:03
8 Allegro Giocoso — 1:54
9 Subito Andante Moderato — 7:00
10 Tempo Allegro, Molto Agitato — 2:48
11 Très Calme. Lent — 2:26
12 Tempo De L’Allegro Initial — 1:56
13 Tempo Introduction. Largo 2:57
Organ – Peter Hurford

Philharmonia Orchestra
Charles Dutoit

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Francis Poulenc foi flagrado por nossa reportagem fazendo cálculos a fim de acertar na Megasena.

PQP

Domenico Gallo (1730–c. 1768): 12 Trio Sonatas (Parnassi Musici)

Domenico Gallo (1730–c. 1768): 12 Trio Sonatas (Parnassi Musici)

No início da primeira faixa — a Sonata nº 1 em Sol maior — a maioria dos ouvintes se encontrará em um território surpreendentemente familiar — surpreendente porque este compositor pouco conhecido do século 18 foi quem escreveu uma canção popular por muito tempo atribuída a Pergolesi, uma atribuição errônea que deu credibilidade falsa adicional por seu uso na Pulcinella de Stravinsky. Na verdade, Stravinsky usou seleções de várias das sonatas do trio de Domenico Gallo em sua famosa música de balé, pensando que eram obras de Pergolesi porque foram publicadas com seu nome em edições inglesas do final do século XIX. O autor dessas obras habilmente escritas para violinos, violoncelo e cravo recebe os quatro excelentes músicos do Parnassi Musici e seus instrumentos de época. São 70 minutos de um ritmo constante e otimista. É música de câmara notável por suas melodias encantadoras e texturas habilmente variadas. Gallo mostra o seu melhor nos movimentos lentos. O grupo o interpreta com muito estilo e personalidade, o som é íntimo e quente. Claro, não é um barroco fundamental, mas merece um lugar na sua coleção de CDs, especialmente porque contém raridades que você não encontrará em outro lugar. Talvez os músicos de Parnassi e outros se sintam motivados a explorar e gravar as muitas outras obras de Gallo que permanecem não publicadas, nem executadas.

12 Sonatas For 2 Violins And Basso Continuo (Originally Attributed To Pergolesi)

1 Sonata No 1 In G Major (Moderato – Andantino – Presto) 5:38
2 Sonata No. 2 In B Flat Major (Presto – Adagio – Presto) 6:10
3 Sonata No. 3 In C Minor (Allegro – Andante – Allegro) 5:16
4 Sonata No. 4 In G Major (Moderato – Adagio – Allegro) 6:20
5 Sonata No. 5 In C Major (Allegro – Larghetto – Allegro) 6:17
6 Sonata No. 6 In D Major (Presto – Andante Non Tanto – Allegro) 5:14
7 Sonata No. 7 In G Minor (Non Presto – Andante – Allegro) 6:29
8 Sonata No. 8 In E Flat Major (Allegro Ma Non Tanto – Andantino – Allegro) 5:57
9 Sonata No. 9 In A Major (Presto – Larghetto – Allegro) 5:10
10 Sonata No. 10 In F Major (Moderato – Andantino – Tempo Di Minueto) 4:57
11 Sonata No. 11 In D Minor (Comodo – Largo – Allegro) 4:58
12 Sonata No. 12 In E Major (Allegro – Adagio – Presto) 5:09

Ensemble – Parnassi Musici
Harpsichord – Martin Lutz (4)
Luthier [Violin] – Claude Pierray, Leopold Widhalm
Violin – Margaret MacDuffie, Matthias Fischer
Violoncello – Stephan Schrader

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Essa era Gallo mesmo!

PQP

.: interlúdio :. Oliver Nelson: Sound Pieces

.: interlúdio :. Oliver Nelson: Sound Pieces

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Sempre gostei de Oliver Nelson, principalmente como compositor e arranjador. Ah, como solista também. Sound Pieces é um tour de force bem diferente de outra obra-prima de Nelson, sua parceria com Eric Dolphy. Em uma carreira repleta de grandes arranjos e escrita soberba, Nelson se supera aqui. A faixa-título é inesquecível, contando uma história dramática sem palavras. Este álbum de 1966 oferece alguns de seus melhores trabalhos em ambas as áreas. Sound Piece for Jazz Orchestra é brilhante, lembra o estilo de concerto de Stan Kenton dos anos 50 e início dos anos 60. Aliás, de acordo com as notas do encarte, a banda de Kenton executou esta peça antes de sua gravação. Flute Salad apresenta um lindo uníssono de flautas e um solo de trompete de Conte Candoli que se parece muito com as músicas de Henry Mancini da época. The Lady from Girl Talk é uma adaptação de um dos temas de Nelson escritos para a TV. Nelson toca sax soprano nessas músicas que arranjou para big band com mais duas trompas, tuba e algumas duplas de metais. As cinco faixas restantes estão em um ambiente de quarteto, com Nelson continuando no sax soprano. Eu gosto mais de seu sax neste álbum do que em qualquer outro que já ouvi. Uma vez que ele escreveu quase todas as melodias, não deveria ser surpreendente que ele as internalizasse tão profundamente, produzindo um toque inovador e de extremo bom gosto. O CD cresceu em relação ao LP original, pois inclui mais duas faixas bônus. Sorte nossa! Recomendo!

.: interlúdio :. Oliver Nelson: Sound Pieces

1 “Sound Piece for Jazz Orchestra” – 9:44
2 “Flute Salad” – 2:49
3 “The Lady From Girl Talk” – 4:59
4 “The Shadow of Your Smile” (Mandel, Webster) – 9:44
5 “Patterns” – 6:19
6 “Elegy for a Duck” – 6:23
Bonus tracks on CD reissue:
7 “Straight, No Chaser” (Monk) – 9:10
8 “Example Seventy Eight” – 6:01

Personnel
Tracks 1-3

Oliver Nelson – soprano saxophone, arranger, conductor
John Audino, Bobby Bryant (#1-2), Conte Candoli, Ollie Mitchell, Al Porcino (#3) – trumpet
Mike Barone, Billy Byers (#3), Richard Leith, Dick Noel (#1-2), Ernie Tack – trombone
Bill Hinshaw, Richard Perissi – French horn
Red Callender – tuba
Gabe Baltazar – alto saxophone, clarinet, alto flute
Bill Green – piccolo, flute, alto flute, alto saxophone
Plas Johnson – tenor saxophone, bass clarinet, flute, alto flute
Bill Perkins – tenor saxophone, bass clarinet, flute, alto flute
Jack Nimitz – baritone saxophone, bass clarinet
Mike Melvoin – piano
Ray Brown – bass
Shelly Manne – drums

Tracks 4-8

Oliver Nelson – soprano saxophone
Steve Kuhn – piano
Ron Carter – bass
Grady Tate – drums

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Oliver Nelson ensaiando na PQP Bach`s Great New York Harlem Jazz Concert Hall

PQP

Franz Berwald (1796-1868): Septeto, Serenata e Quarteto para Piano

Franz Berwald (1796-1868): Septeto, Serenata e Quarteto para Piano

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Desconhecido em vida, o compositor Berwald teve de largar a música para dedicar-se à cirurgia. Depois, sempre mantendo o ramo que primeiramente abraçara, foi serreiro e trabalhou numa fábrica de vidro. Grande parte de sua obra foi perdida. Foi durante o período vitral — após 1849 — que Berwald compôs grande parte de sua obra de câmara.

O Septeto é luminoso e é de suas peças mais gravadas e famosas, mas tenho enorme queda pela Serenata de formação tão estranha quanto de boa sonoridade: tenor, clarinete, trompa, violoncelo, baixo e piano… No mínimo, original. As fotos, esculturas e gravuras que retratam Berwald demonstram o importante detalhe de que o compositor cultivava um enorme e moderníssimo topete. Prova de que era um visionário.

BERWALD: Septet / Serenade / Piano Quartet

Septet in B flat major (clarinete, fagote, trompa, violino, violoncelo, baixo)
1. I. Adagio: Allegro molto 07:59
2. II. Poco adagio – Prestissimo – Adagio 09:15
3. III. Finale: Allegro con spirito 00:05:52
Arion Wind Quintet
Schein Quartet

Serenade
4. Serenade 14:17 (tenor, clarinete, trompa, violoncelo, baixo, piano)
Annmo, Thomas, tenor
Bjork, Mikael, double bass
Kallhed, Joakim, piano
Arion Wind Quintet
Schein Quartet

Piano Quartet in E flat major (piano, clarinete, trompa, fagote)
5. I. Adagio: Allegro ma non troppo 11:29
6. II. Adagio 03:11
7. III. Allegro 08:46
Kallhed, Joakim, piano
Arion Wind Quintet

Total Playing Time: 01:00:49

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Franz Berwald, em escultura de Carl Eldh na Berwaldhallen (supersala de concertos em Estocolmo).

PQP

.: interlúdio :. Oliver Nelson & Eric Dolphy: Straight Ahead

.: interlúdio :. Oliver Nelson & Eric Dolphy: Straight Ahead

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Uma obra-prima e ponto final. Um dos melhores discos que já ouvi. Talvez merecesse ser conhecido como O ELOGIO AO CONTRASTE. O disco original é de Oliver Nelson, mas, com o tempo, passou a ser creditado também ao genial Eric Dolphy. Com toda a razão. Nelson e Dolphy estavam em seus auges e é surpreendente que se entendessem tão bem a ponto de realizarem vários trabalhos juntos. Por quê? Ora, Oliver é um solista melódico, tranquilo, desses que buscam um som puro e fluente; enquanto isso Eric, bem, Eric era de rigorosa selvageria. Uma maravilha.

Ouçam o belíssimo tema dissonante de Images, depois prestem bem atenção ao solo de Oliver Nelson e logo ouçam a invenção absolutamente anárquica na entrada em cena de Eric Dolphy. Na verdadeira luta travada entre o bem-comportado (e belo melodismo) de um e a assustadora imaginação de outro, está o melhor de Oliver Nelson como compositor e o melhor de Dolphy como solista de sax e clarone.

Images é a perfeição.

Oliver Nelson & Eric Dolphy: Straight Ahead

1. Images
2. Six And Four
3. Mama Lou
4. Ralph’s New Blues
5. Straight Ahead
6. 111-44

Oliver Nelson: alto saxophone, tenor saxophone, clarinet
Eric Dolphy: alto saxophone, bass clarinet, flute
Richard Wyands: piano
George Duvivier: bass
Roy Haynes: drums

Recorded at the Van Gelder Studio, Englewood Cliffs, New Jersey on March 1, 1961.

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Dolphy: espetacular contraste com Nelson
Dolphy: espetacular contraste com Nelson

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Franz Berwald (1796-1868): Sinfonia Nº 3 “Singular”, Nº 4 “Naive” e Concerto para Piano (Kamu)

Franz Berwald (1796-1868): Sinfonia Nº 3 “Singular”, Nº 4 “Naive” e Concerto para Piano (Kamu)

IM-PER-DÍ-VEL !!!!

Um dia, estava dirigindo para o trabalho e a Sinfonia Singular começou a tocar na rádio da UFRGS. Cheguei a meu destino ao final do primeiro movimento e não consegui sair de dentro do carro até o final. Eu simplesmente TINHA que saber o que era aquilo. Era 1989. Então, o locutor anunciou Franz Berwald? Berwald? Who the fuck is Berwald? Importei um vinil alemão e, com a Singular, veio este notável Concerto para Piano que também há neste CD da Naxos.

Fiquei meio abobalhado. Depois conheci o Septeto (que logo pretendo postar) e outras obras igualmente muito boas. A magia quebrou-se com os Poemas Sinfônicos, que não chegam aos pés das sinfonias e das obras de câmara que possuo.

Mas o que importa é que — sério! — este é um dos melhores CDs que tenho. É absolutamente inesperado e surpreendente. O sueco Berwald pode não ter sido constante, mas quando acertava uma obra, acertava mesmo. Não deixem de ouvir com atenção a Singular. É música de primeiríssima linha. O primeiro movimento é irresistível e o resto não lhe fica muito atrás. O Concerto para Piano também é excelente! Pois é, Berwald foi um mestre!

Franz Berwald (1796-1868): Sinfonia Nº 3 “Singular”, Nº 4 “Naive” e Concerto para Piano (Kamu)

1. Symphony No. 3 in C major, “Sinfonie singulière”: I. Allegro fuocoso 11:47
2. Symphony No. 3 in C major, “Sinfonie singulière”: II. Adagio – Scherzo: Allegro assai – Adagio 9:02
3. Symphony No. 3 in C major, “Sinfonie singulière”: III. Finale: Presto 8:25

4. Piano Concerto in D major: I. Allegro con brio 9:27
5. Piano Concerto in D major: II. Andantino 5:14
6. Piano Concerto in D major: III. Allegro molto 6:06

7. Symphony No. 4 in E flat major, “Sinfonie naive”: I. Allegro risoluto 8:54
8. Symphony No. 4 in E flat major, “Sinfonie naive”: II. Adagio 6:33
9. Symphony No. 4 in E flat major, “Sinfonie naive”: III. Scherzo: Allegro molto 5:32
10. Symphony No. 4 in E flat major, “Sinfonie naive”: IV. Finale: Allegro vivace 6:36

Niklas Sivelöv, piano
Helsingborg Symphony Orchestra
Okko Kamu

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O topetinho do bofe…

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Gustav Mahler (1860-1911): Das Klagende Lied / Symphony No. 10 (Haitink)

Gustav Mahler (1860-1911): Das Klagende Lied / Symphony No. 10 (Haitink)

Das klagende Lied é uma Cantata composta entre 1878 e 1880 por Gustav Mahler. Ou seja, entre os 18 e 20 anos do compositor. Mahler começou a escrever Das klagende Lied, provavelmente inspirado num conto de fadas de Ludwig Bechstein, durante o inicio do último ano no Conservatório de Viena, onde estudou entre 1875 e 1878. A Cantata divide-se em 3 partes: Waldmärchen (Lenda da Floresta), Der Spielmann (O Trovador) e Hochzeitsstück (Peça de Casamento). Modificada por Mahler entre 1893 e 1898, a Cantata (sem Waldmärchen) estreou em 17 de fevereiro de 1901 em Viena.

Eu acho essa música sensacional, principalmente a Waldmärchen, mas houve drama… A Cantata foi apresentada em uma competição de composições — o Prêmio Beethoven. Entre os juízes estava Brahms e ele deu o primeiro lugar para um tal Robert Fuchs (1847-1927), em vez de para a cantata de Mahler. Dizem que Brahms a achou detestavelmente wagneriana. Em 1883, Mahler, mostrou trabalho a Liszt, mas, mais uma vez, ele foi rejeitado. O velho opinou que a Waldmärchen era um horror. Por outro lado, o CD também traz o último trabalho de Mahler, o fragmento inicial de sua 10ª Sinfonia, a qual permaneceu incompleta.

Gustav Mahler (1860-1911): Das Klagende Lied / Symphony No. 10

1. Das Klagende Lied – Beim Weidenbaum, Im Kuhlen Tann
2. Das Klagende Lied – Ein Spielmann Zog Einst Des Weges Daher
3. Das Klagende Lied – Ach Spielmann, Lieber Spielmann Mein
4. Das Klagende Lied – Von Hohen Felsen Erglanzt Das Schlo
5. Das Klagende Lied – Was Ist Der Konig So Stumm Und Bleich
6. Das Klagende Lied – Ach Spielmann, Lieber Spielmann Mein
7. Das Klagende Lied – Auf Springt Der Konig Van Seinem Thron
8. Das Klagende Lied – Ach Bruder, Lieber Bruder Mein!

9. Symphony No. 10 In F Sharp Major – Andante – Adagio

Heather Harper, soprano
Norma Procter, contralto
Werner Hollweg, tenor

Netherlands Radio Chorus
Royal Concertgebouw Orchestra
Bernard Haitink, conductor

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Vocês vão pensar que eu estou brincando, mas este era Mahler aos 23 anos, o mesmo que foi "torturado por Brahms e Lizst.
Vocês vão pensar que eu estou brincando, mas este era Mahler aos 23 anos, o mesmo que foi “torturado” por Brahms e Liszt.

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Donne Barocche: Women Composers from the Baroque Period (Roberta Invernizzi, Bizzarrie Armoniche)

Donne Barocche: Women Composers from the Baroque Period (Roberta Invernizzi, Bizzarrie Armoniche)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Donne Barocche, ou Mulheres Barrocas, traz apenas compositoras do período barroco. O álbum, originalmente lançado pelo selo Opus 111 em 2001, foi merecidamente resgatado para reedição pela Naïve. O disco foi uma baita novidade, abriu novos caminhos quando apareceu pela primeira vez e a reedição é mais do que bem-vinda. Toda a música vem do último terço do século XVII e da primeira década do século XVIII. Os nomes da compositora e cantora Barbara Strozzi e da tecladista francesa Elisabeth Jacquet de la Guerre são bastante conhecidos pelos entusiastas da história da música feminina e estão começando a entrar no repertório de recitais, mas as outras quatro compositoras que estão aqui ainda são novidades, exceto para os estudiosos. A Sonata duodecima de Isabella Leonarda, uma freira de Novara, é uma corrida selvagem de cromatismo e ornamento com afinidades com o estilo fantástico alemão, o Lamento della Vergine, de Antonia Bembo, também membro de um comunidade religiosa feminina, é um bom exemplo do estilo piedoso dramático que foi um dos precursores do idioma das Cantatas de Bach. Tudo se beneficia pelo canto apaixonado da soprano Roberta Invernizzi e do acompanhamento animado da Bizzarrie Armoniche, uma ramificação do pioneiro grupo italiano Il Giardino Armonico. É um disco essencial para uma estante barroca, e um bom começo para se conhecer a música feita pelas mulheres do passado, tão reprimidas em seus talentos.

Donne Barocche: Women Composers from the Baroque Period (Roberta Invernizzi, Bizzarrie Armoniche)

Elizabeth-Claude Jacquet de la Guerre
Sonata for violin & continuo No. 2 in D major
01. I. Presto
02. II. Adagio
03. III. Presto
04. IV. Presto

Barbara Strozzi
05. Serenata “Hor che Appolo” from “Arie” op.8
06. Ariettas for solo voice, Op 6: Miei pensieri, Arietta for soprano and basso continuo

07. Elizabeth-Claude Jacquet de la Guerre
Suite in D minor (from Pièces de Clavecin, 1687): Prelude

08. Antonia Bembo – Lamento della Vergine, cantata for soprano & continuo (from Produzioni Armoniche MS Paris 1697-1701)

09. Elizabeth-Claude Jacquet de la Guerre – Suite in D minor (from Pièces de Clavecin, 1707): La Flamande E double, Allemande

10. Rosa Giacinta Badalla – Non plagente, for soprano & continuo (from Mottetti a voce sola, Venezia 1684)

Isabella Leonarda – Sonatas a 1-4 (12), Op 16: Sonata duodecima in D minor for violin solo & continuo
11. I. Adagio
12. II. Allegro a Presto
13. III. Vivace e Largo
14. IV. Aria Allegro
15. V. Veloce

16. Bianca Maria Meda – Cari Musici, motetto for soprano, 2 violins & continuo (Motteti a uno, due, tre, quattro voci, Bologna 1691)

Roberta Invernizzi, soprano
Bizzarrie Armoniche

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Jovem com Violino — Orazio Gentileschi (1612)

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W. A. Mozart (1756-1791): Réquiem / Inter Natos Mulierum / Misericordias Domini (Schuldt-Jensen)

W. A. Mozart (1756-1791): Réquiem / Inter Natos Mulierum / Misericordias Domini (Schuldt-Jensen)

Um bom disco. Já ouvi melhores Réquiens de Mozart, creio eu. Este e este são melhores, por exemplo. Para quem não sabe, o Réquiem K. 626 é uma missa fúnebre encomendada pelo Conde Franz von Walsegg e foi deixada incompleta devido à morte de Mozart em 5 de Dezembro de 1791. É sua última composição, deixada assim devido à sua morte, um Réquiem. É claro que isso acabaria em lendas, histórias, ficções, etc.

Mozart conseguiu terminar apenas poucas partes do Réquiem. Toda a orquestração do Requiem Aeternam, um rascunho detalhado do Kyrie, trechos instrumentais, o coro e o baixo cifrado do Sequentia até a Lacrimosa, que apresentava apenas 8 compassos. Também havia todas as vozes e baixos cifrados do Domine Jesu e do Hostias. Cinco dias após sua morte, em 10 de Dezembro de 1791, o Introitus foi tocado em um serviço para o próprio Mozart na Igreja de Miguel Arcanjo em Viena (os seus tímpanos e trompetes foram adicionados posteriormente por Franz Xaver Süßmayr).

Em 21 de Dezembro de 1791, o jovem Joseph Eybler foi encarregado por Constanze de terminar a obra, afinal, Mozart deixou dívidas enormes para Constanze, fazendo com que ela precisasse dos outros 25 ducados restantes da comissão. No entanto, após completar todas as partes dos instrumentos de cordas da Sequentia e toda a orquestração do Dies Irae e do Confutatis, além de ter adicionado dois compassos na linha do soprano da Lacrimosa, Eybler desistiu por razões desconhecidas.

Após tentar com que vários compositores terminassem a obra, Constanze aproximou-se de Süßmayr. Ele coletou diversos rascunhos e finalizou a orquestração da obra, além de compor o resto da Lacrimosa, todo o Sanctus, Benedictus e Agnus Dei, e repetir parte do Requiem Aeternam para a Lux Aeterna. Ficou bonzinho, mas não se compara com as partes Mozart do Réquiem.

W. A. Mozart (1756-1791): Réquiem / Inter Natos Mulierum / Misericordias Domini (Schuldt-Jensen)

1 Inter Natos Mulierum, K. 72 5:09
2 Misericordias Domini, K. 222 6:02

Requiem In D Minor, K. 626 40:54

3 I. Introitus: Requiem Aeternam 4:05
4 Kyrie Eleison 2:15

III Sequentia:
5 Dies Irae 1:38
6 Tuba Mirum 2:46
7 Rex Tremendae Majestatis 1:47
8 Recordare, Jesu Pie 4:27
9 Confutatis Maledictis 1:51
10 Lacrimosa Dies Illa 2:38

IV Offertorium
11 Domine Jesu Christe 3:05
12 Hostias Et Preces 3:18
13 V Sanctus 1:23
14 VI Benedictus 4:24
15 VII Agnus Dei 2:25
16 VIII Lux Aeterna 4:52

Bass Vocals – Martin Snell (2)
Choir – GewandhausKammerchor, GewandhausKammerchor
Composed By – Wolfgang Amadeus Mozart (tracks: 1 to 12)
Composed By [Completed By] – Franz Xaver Süssmayr (tracks: 7 to 16)
Conductor – Morten Schuldt-Jensen
Mezzo-soprano Vocals – Anne Buter
Orchestra – Leipziger Kammerorchester, Leipziger Kammerorchester
Soprano Vocals – Miriam Allan
Tenor Vocals – Marcus Ullmann

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Morten Schuldt-Jensen comandando a massa e dando as ordens no terreiro. Alô, alô, seu Chacrinha, velho guerreiro.

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Béla Bartók (1881-1945): Quartetos Nº 5 e 6 e Contrastes (Tátrai / Berkes / Kocsis / Miklós) #BRTK140 Vol. 9 de 29

Béla Bartók (1881-1945): Quartetos Nº 5 e 6 e Contrastes (Tátrai / Berkes / Kocsis / Miklós) #BRTK140 Vol. 9 de 29

Aqui, toda a coleção.

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Nesta série, já comentamos extensivamente os quartetos de Bartók, então focarei o texto na obra que que finaliza este CD. Contrastes é um dos clássicos da música de câmara do século XX. Composta em 1938, a obra foi encomendada pelo clarinetista americano Benny Goodman e pelo violinista Joseph Szigeti, tendo sido parcialmente estreada (sem o segundo movimento) em janeiro de 1939, no Carnegie Hall de Nova Iorque. A obra tem três movimentos, na clássica sucessão rápido-lento-rápido. O primeiro andamento intitula-se “Verbunkos” (Dança de recrutamento) e, como o título sugere, as ideias musicais vão sendo apresentadas e desenvolvidas de modo progressivo e hesitante. O clarinete tem um papel especialmente importante neste andamento, começando por apresentar o tema principal e concluindo o andamento com uma cadência. O segundo andamento – “Piheno” (Repouso) – começa com um contraponto entre o violino e o clarinete, muito tenso e expressivo. Apesar do carácter mais introspectivo deste andamento, a intensidade acaba por crescer e é apresentado um tema de carácter mais dançante, prenunciando já o andamento seguinte. Este – “Sebes” (Dança viva) – tem um caráter mais vivo, que lembra Poulenc, ritmicamente marcado, evocando os ritmos populares de origem búlgara que o compositor havia pesquisado in loco.

Dificilmente se pode apontar um compositor cuja música seja mais colorida, vital, provocativa e variada e, acima de tudo, mais pessoal, do que a de Bela Bartók. Era seu destino único — tendo absorvido as influências de Brahms, Strauss, Liszt, Debussy e Stravinsky –, o de encontrar o elemento que deveria unir quimicamente os componentes influenciadores e torná-los uma solução bartokiana pura. Esse elemento era a música folclórica de sua Hungria natal e arredores. O folclore da região continha ritmos irregulares, melodias severamente simples, cuja ascensão e queda resultavam de padrões de fala. Por outro lado, havia os melismas extensos e ornamentados que fluem com intensidade rapsódica. Também temos aquilo qua mais nos encanta: a energia bárbara e, em contraste, a maravilhosa calma. Em 1938, quando o clarinetista Benny Goodman e o violinista Joseph Szigeti encomendaram uma obra a Bartók, o compositor já estava maduro e tinha um estilo claro, Mas até então, não havia usado um instrumento de sopro em um trabalho de câmara, como muitos de seus colegas (Stravinsky, Hindemith) haviam feito. Ao contemplar como ele combinaria os timbres díspares do clarinete, violino e do piano, ele aparentemente decidiu capitalizar suas diferenças: Contrastes.

Embora fosse o próprio Bartók a executar a composição com Goodman e Szigeti, ele concebeu uma parte para piano que, embora longe de ser superficial ou insignificante, ainda não é tão proeminente como um virtuoso pianista-compositor poderia ter fornecido para si mesmo. Em vez de ter um papel central, o piano abre espaço para o clarinete e o violino. Por outro lado, reconhecendo o domínio dos dois intérpretes para quem ele compunha, Bartók explorou as possibilidades do clarinete e do violino ao máximo. Como não é incomum, o clarinetista é chamado dois tipos de clarinete. Mas o que é incomum é o violinista usar também dois instrumentos, um afinado tradicionalmente, o outro afinado diferentemente, para uso no início do último movimento. Tocando assim a scordatura (mal afinada), o violino produz quintas diminutas em dois pares de cordas soltas, um efeito diabólico que Bartók obviamente buscava para o movimento de dança vivo.

Béla Bartók (1881-1945): Quartetos Nº 5 e 6 e Contrastes (Tátrai / Berkes / Kocsis / Miklós) #BRTK140 Vol. 9 de 29

1 String quartet No. 5 in B-flat major, Sz. 102, BB 110: I. Allegro
string quartet:
Tátrai Quartet
recording of:
String Quartet no. 5, Sz. 102, BB 110: I. Allegro
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1934)
part of:
String Quartet no. 5, Sz. 102, BB 110
7:35

2 String quartet No. 5 in B-flat major, Sz. 102, BB 110: II. Adagio molto
string quartet:
Tátrai Quartet
recording of:
String Quartet no. 5, Sz. 102, BB 110: II. Adagio molto
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1934)
part of:
String Quartet no. 5, Sz. 102, BB 110
6:00

3 String quartet No. 5 in B-flat major, Sz. 102, BB 110: III. Scherzo
string quartet:
Tátrai Quartet
recording of:
String Quartet no. 5, Sz. 102, BB 110: III. Scherzo, alla bulgarese. Trio
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1934)
part of:
String Quartet no. 5, Sz. 102, BB 110
4:54

4 String quartet No. 5 in B-flat major, Sz. 102, BB 110: IV. Andante
string quartet:
Tátrai Quartet
recording of:
String Quartet no. 5, Sz. 102, BB 110: IV. Andante
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1934)
part of:
String Quartet no. 5, Sz. 102, BB 110
4:49

5 String quartet No. 5 in B-flat major, Sz. 102, BB 110: V. Finale
string quartet:
Tátrai Quartet
recording of:
String Quartet no. 5, Sz. 102, BB 110: V. Finale. Allegro vivace
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1934)
part of:
String Quartet no. 5, Sz. 102, BB 110
7:04

6 String quartet No. 6 in D major, Sz. 114, BB 119: I. Mesto – piu mosso, pesante – vivace
string quartet:
Tátrai Quartet
recording of:
String Quartet no. 6, Sz. 114, BB 119: I. Mesto. Vivace
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1939)
part of:
String Quartet no. 6, Sz. 114, BB 119
6:59

7 String quartet No. 6 in D major, Sz. 114, BB 119: II. Mesto – marcia
string quartet:
Tátrai Quartet
recording of:
String Quartet no. 6, Sz. 114, BB 119: II. Mesto. Marcia
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1939)
part of:
String Quartet no. 6, Sz. 114, BB 119
7:36

8 String quartet No. 6 in D major, Sz. 114, BB 119: III. Mesto – burletta. Moderato
string quartet:
Tátrai Quartet
recording of:
String Quartet no. 6, Sz. 114, BB 119: III. Mesto. Burletta. Moderato
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1939)
part of:
String Quartet no. 6, Sz. 114, BB 119
6:35

9 String quartet No. 6 in D major, Sz. 114, BB 119: IV. Mesto
string quartet:
Tátrai Quartet
recording of:
String Quartet no. 6, Sz. 114, BB 119: IV. Mesto
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1939)
part of:
String Quartet no. 6, Sz. 114, BB 119
6:32

10 Contrasts for clarinet, violin & piano, Sz. 111, BB 116: I. Verbunkos
clarinet:
Kálmán Berkes (clarinetist)
piano:
Zoltán Kocsis (pianist)
violin:
Szenthelyi Miklós
recording of:
Kontrasztok, Sz. 111: I. Verbunkos. Moderato, ben ritmico
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1938)
part of:
Kontrasztok, Sz. 111
5:26

11 Contrasts for clarinet, violin & piano, Sz. 111, BB 116: II. Piheno
clarinet:
Kálmán Berkes (clarinetist)
piano:
Zoltán Kocsis (pianist)
violin:
Szenthelyi Miklós
recording of:
Kontrasztok, Sz. 111: II. Pihenő. Lento
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1938)
part of:
Kontrasztok, Sz. 111
4:46

12 Contrasts for clarinet, violin & piano, Sz. 111, BB 116: III. Sebes
clarinet:
Kálmán Berkes (clarinetist)
piano:
Zoltán Kocsis (pianist)
violin:
Szenthelyi Miklós
recording of:
Kontrasztok, Sz. 111: III. Sebes. Allegro vivace
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1938)
part of:
Kontrasztok, Sz. 111
6:30

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Bela Bartók anotando canções folclóricas com seu fonógrafo em 1932

PQP

Duparc / Fauré / Franck / Hahn / Isserlis / Saint-Saëns: Música para Violoncelo nos Salões de Proust

Duparc / Fauré / Franck / Hahn / Isserlis / Saint-Saëns: Música para Violoncelo nos Salões de Proust

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um tremendo disco, cheio de estilo e beleza. Como escreveu Paulo da Costa e Silva na Piauí:

“As melhores páginas que li sobre música foram escritas por Proust. Nada supera a vitalidade das descrições musicais e da compreensão dos processos da escuta que encontramos no romance. Grandes musicólogos como Leonard B. Meyer, Charles Rosen e Jean Molino não conseguiram, ao que me parece, chegar tão próximo do âmago do mistério musical – e nem grandes filósofos como Schopenhauer e Nietzsche, ou grandes artistas que pensaram a própria arte, como Stravinski e John Cage. Proust não tinha qualquer estudo formal de música. Não sabia ler partituras, desconhecia teorias e não tocava nenhum instrumento. Tinha apenas um ouvido finamente cultivado, antenado com a tradição da música clássica de sua época, indo mais ou menos de Bach a Debussy. E uma sensibilidade descomunal. Sensibilidade e capacidade expressiva por meio da palavra escrita. As reflexões musicais de Proust são tão mais fascinantes por não trazerem a aridez e a pretensão de objetividade das terminologias técnicas. Ele cerca seu objeto com as armas que possui, de modo direto. Está interessado no efeito da música sobre os meandros do ser. É um observador extraordinário desses efeitos, que ele conseguiu não apenas captar, mas transpor no meio específico da linguagem escrita. Vamos supor a música como sendo uma entidade invisível, como de fato é: a escrita de Proust seria um tecido finíssimo que por um breve instante adere perfeitamente à forma dessa entidade, tornando-a visível. Por meio de conceitos ela constrói uma experiência que possui algo de análogo à forma musical – uma escrita musicalizada capaz de emular a própria música. Citei alguns filósofos acima, mas agora me parece que quem mais (e melhor) se aproximou desse modo de pensar sobre música foi Gilles Deleuze, não à toa um proustiano de carteirinha. Talvez, depois de Proust, as mais luminosas páginas sobre música sejam de sua autoria. Adorno também captou a sugestão (era outro grande admirador de Proust), mas a amplidão de seu conhecimento (era pianista e compositor, conhecia bem a teoria musical) talvez o tenha afastado das regiões mais relaxadas do amador, onde a experiência corre um pouco mais livremente, um pouco menos obstruída pelo o que se sabe. Ainda que coalhada de iluminações, a escrita de Adorno não chega a atingir o “estado musical” que caracteriza a prosa de Marcel.

Tudo isso me leva a pensar que o ensaio é a forma textual mais adequada para se aproximar desses misteriosos objetos sonoros, e não o texto acadêmico com pretensões de conhecimento científico – que, ao levar a música para o laboratório, com suas provas e refutações, suas noções de objetividade, acaba quase sempre nos devolvendo um objeto morto. O bonito do ensaio é que ele permite que a música continue viva em seu interior. O que ele traz são, justamente, vislumbres de seu movimento. E nada mais. É diferente de querer fixá-la para o frio exame do microscópio. O ensaio é em si um objeto com vida própria – e o que ele narra é seu encontro com outro objeto qualquer. Proust foi um mestre dessa arte, mas não ficou apenas nisso. Incorporou o ensaio dentro do gênero do romance e, o que é mais incrível, não perdeu de vista o movimento que levava dos detalhes particulares para as generalizações mais abstratas da formulação teórica – ou seja, o movimento que conduz na direção do saber científico. Jean-Jacques Nattiez demonstrou em seu livro Proust musicien como o escritor formula ao longo do romance uma pequena “teoria da comunicação musical”, delineando as três fases perceptivas de uma obra – que começa com impressões vagas, bem ao sabor de Proust; desenvolve para uma relação associativa entre sons, experiências e lembranças; e finalmente, a depender da sofisticação do ouvinte, pode conduzir a uma apreensão das formas puras, do jogo estético das ideias musicais, por assim dizer. Cada uma dessas etapas da escuta musical coincide com um representante histórico, mas curiosamente segue num sentido inverso da história, na direção do passado. Assim, o primeiro momento da escuta, no qual sensações inefáveis prevalecem sobre a definição das formas, encontra um equivalente na música de Debussy, que foi contemporâneo de Proust; o segundo momento é representado pela obra de Wagner, que antecedeu historicamente Debussy; e o terceiro e último tem como paradigma a obra tardia de Beethoven, que antecedeu os dois primeiros. Tais seriam as bases da pequena “teoria musical” do escritor francês. Coloco o termo entre aspas porque Proust não é um cientista. Em nenhum instante sua “teoria” se desvencilha dos fatos concretos que a motivaram; jamais ganha um caráter genérico; por isso, não chega a ser uma teoria. A sugestão de um modelo ordenado de escuta serve apenas para melhor iluminar a complexidade da experiência real – e não para extrair dela um sumo básico, ou os “mecanismos da escuta musical”. Há um impulso na direção do saber científico, mas esse impulso não deve ser consumado. Quando o personagem Swann escuta a sonata de Vinteuil, não se trata apenas de um cérebro interagindo com uma forma sonora organizada; sua experiência é inextricavelmente ligada ao seu momento de vida, à figura da amante Odette, aos sofrimentos amorosos, ao ambiente do salão dos Verdurin, aos fiapos de memória e de reflexões que transitam em sua mente enquanto ouve a peça, etc., etc… Tudo isso faz parte do contexto sempre impuro no qual se dá a experiência musical. Proust até admite ordenar um pouco a bagunça das sensações, baseando-se no modelo científico, mas sem afastá-la demasiadamente do terreno concreto da experiência. Praticou, por assim dizer, uma “ciência suja”, que jamais perde de vista o je ne sais quoi do objeto estético. Que faz com que a música permaneça para sempre viva em suas palavras.

Steven Isserlis e Connie Shih mostram-se dignos de toda esta sensibilidade.

Duparc / Fauré / Franck / Hahn / Isserlis / Saint-Saëns: Música para Violoncelo nos Salões de Proust

01. Hahn: Variations chantantes sur un air ancien

02. Fauré: Romance in A Major, Op. 69
03. Fauré: Élégie in C Minor, Op. 24 (Version for Cello & Piano)

04. Saint-Saëns: Cello Sonata No. 1 in C Minor, Op. 32: I. Allegro
05. Saint-Saëns: Cello Sonata No. 1 in C Minor, Op. 32: II. Andante tranquillo e sostenuto
06. Saint-Saëns: Cello Sonata No. 1 in C Minor, Op. 32: III. Allegro moderato
07. Saint-Saëns: Cello Sonata No. 1 in C Minor, Op. 32: III. Allegro quasi presto (Original Version)

08. Duparc: Cello Sonata in A Minor: II. Lamento

09. Isserlis: Récitatif et chant (After Holmès’s “La vision de la reine”)

10. Franck: Violin Sonata in A Major, FWV 8 (Arr. J. Delsart for Cello & Piano): I. Allegretto ben moderato
11. Franck: Violin Sonata in A Major, FWV 8 (Arr. J. Delsart for Cello & Piano): II. Allegro
12. Franck: Violin Sonata in A Major, FWV 8 (Arr. J. Delsart for Cello & Piano): III. Recitativo-Fantasia
13. Franck: Violin Sonata in A Major, FWV 8 (Arr. J. Delsart for Cello & Piano): IV. Allegretto poco mosso

Steven Isserlis, violoncelo
Connie Shih, piano

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Isserlis e Shih na PQP Bach Proust´s Salon de Paris

PQP

Schumann / Chopin / Tchaikovsky / Dupont: Davidsbündlertänze / Polonaise-fantaisie, Op. 61 / 18 Pieces, Op. 72 / La maison dans les dunes (von Eckardstein)

Schumann / Chopin / Tchaikovsky / Dupont: Davidsbündlertänze / Polonaise-fantaisie, Op. 61 / 18 Pieces, Op. 72 / La maison dans les dunes (von Eckardstein)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um disco perfeito! Imenso pianista e intérprete da obra de Robert Schumann, o alemão Severin von Eckardstein oferece aqui uma versão intensa de um dos ciclos mais complexos do século XIX, as Davidsbündlertänze Op. 6. Este CD, um deslumbrante caleidoscópio de humores, também envolve obras de Chopin e Tchaikovsky, mantendo a atmosfera particularmente apaixonada. Trata-se de outra das maiores joias do ano de 2021. Fazia anos que eu não ouvia um pianista tão  convincente em sua visão desta obra de Schumann. E olha que a última vez que ouvi as Davidsbündlertänze foi na Kammermusiksaal da Filarmônica de Berlim e o interprete foi András Schiff. Uma pena que as pessoas insistam em ouvir pianistas do jurássico em vez de Severin von Eckardstein, por exemplo. Ele é melhor do que quase todos. Confiram.

Schumann / Chopin / Tchaikovsky / Dupont: Davidsbündlertänze / Polonaise-fantaisie, Op. 61 / 18 Pieces, Op. 72 / La maison dans les dunes (von Eckardstein)

Polonaise-fantaisie in A-Flat Major, Op. 61 (Allegro maestoso) (Frédéric Chopin)
01. Polonaise-fantaisie in A-Flat Major, Op. 61 (Allegro maestoso)

Davidsbündlertänze (Robert Schumann)
02. I. Lebhaft
03. II. Innig
04. III. Mit Humor (Etwas hahnbüchen)
05. IV. Ungeduldig
06. V. Einfach
07. VI. Sehr rasch und in sich hinein
08. VII. Nicht schnell, und mit äusserst starker Empfindung
09. VIII. Frisch
10. IX. Lebhaft (Hierauf schloss Florestan und es zuckte ihm schmerzlich um die Lippen)
11. X. Balladenmässig – Sehr rasch
12. XI. Einfach
13. XII. Mit Humor
14. XIII. Wild und lustig
15. XIV. Zart und singend
16. XV. Frisch
17. XVI. Mit gutem Humor
18. XVII. Wie aus der Ferne
19. XVIII. Nicht schnell (Ganz zum Überfluss meinte Eusebius noch Folgendes, dabei sprach aber viel Seligkeit aus seinen Augen)

18 Pieces, Op. 72, TH 151 (Pyotr Illitch Tchaïkovski)
20. 18 Pieces, Op. 72, TH 151: XIV. Chant élégiaque (Adagio – Più mosso moderato assai – Più tosto allegro)

La maison dans les dunes (Gabriel Dupont)
21. La maison dans les dunes: I. Dans les dunes, par un clair matin (Alternative Version to the 2018 Recording)
22. La maison dans les dunes: II. Voiles sur l’eau (Alternative Version to the 2018 Recording)
23. La maison dans les dunes: VII. Le soir dans les pins (Alternative Version to the 2018 Recording)
24. La maison dans les dunes: IX. Clair d’étoiles (Alternative Version to the 2018 Recording)

Severin von Eckardstein, piano

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Severin von Eckardstein segue fazendo maravilhas enquanto você ouve pianistas mortos

PQP

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Sinfonias Nros. 1, 14 & 15 – Chamber Symphony (Nelsons / Boston)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este CD duplo fecha o ciclo de Sinfonias de Shostakovich com Andris Nelsons e é certamente um dos melhores lançamentos de 2021. O repertório é de primeira, os solistas espetaculares — meu deus, que solistas! –, a orquestra é fantástica e a direção perfeita. Não tem erro e é a cereja do bolo: o final da premiada série. Este álbum apresenta as de Nº 1, 14 e 15 e a Sinfonia de Câmara — ou seja, o Quarteto de Cordas Nº 8 arranjado para orquestra. A gravação da Sinfonia nº 10 ganhou vários prêmios em 2016 e o álbum das Sinfonias Nº 5, 8 e 9 conseguiram o mesmo no ano seguinte. Quase meio século se passa entre a estreia triunfante de Shostakovich com a ‘Primeira’, executada antes de seu 20º aniversário, e a ‘Décima Quinta’, um inventário de influências escrito sob a sombra de sua própria mortalidade. Escrita apenas dois anos antes, a ‘Décima quarta’ é um ciclo de canções sinfônicas, e a Sinfonia de Câmara é uma adaptação habilidosa daquela obra-prima trágica, o Oitavo Quarteto de Cordas.

Sinfonia Nº 1, Op. 10 (1924-1925)

Shostakovich começou a escrever esta sinfonia quando tinha dezessete anos. Antes disso, tinha composto apenas alguns scherzi. Sua estreia foi mesmo com esta Nº 1, terminada antes do autor completar vinte anos. Ela tornou aquele estudante de música, mais conhecido por ser o pianista-improvisador de três cinemas mudos de Petrogrado, internacionalmente célebre. Tal fama pode ser atribuída por Shostakovich ser o primeiro rebento musical do comunismo, mas ouvindo a sinfonia hoje, não nos decepcionamos de modo algum. É música de um futuro mestre.

Ela começa com um toque de trompete ao qual, se acrescentarmos um crescendo, tornar-se-á um tema de Petrouchka, de Igor Stravinsky. Alguns regentes russos fazem esta introdução exatamente igual à Petroushka. Há mesmo algo de “boneca triste” no primeiro movimento desta sinfonia. O segundo movimento possui um curioso tema árabe, que é a primeira grande paródia encontrada em sua obra. Um achado. O movimento lento, muito triste, é daqueles que os anticomunistas mais truculentos considerariam uma comprovação do sofrimento do compositor sob o comunismo e de uma postura fatalista do tipo isto-não-vai-dar-nada-certo, porém acreditamos que a morte de seu pai, ocorrida alguns meses antes e a internação de Dmitri num sanatório da Criméia (ele contraíra tuberculose) tenha mais a ver. Há um belíssimo solo funéreo de oboé nele.

Sinfonia Nº 15, Op. 141 (1971)

Sem dúvida, a Sinfonia Nº 15 é uma de minhas preferidas no gênero. É difícil estabelecer um conteúdo programático para ela. Trata-se de uma música muito viva, com colorido orquestral atraente, temas facilmente assimiláveis e nada triviais, clímax e pausas meditativas que empolgam e mantém o ouvinte permanentemente atento. E com os contrastes característicos de Shostakovich. Parece um roteiro de Shakespeare passado à música, trazendo o trágico ao festivo, empurrando a reflexão para junto da zombaria. Bom, já viram que sou um apaixonado desta sinfonia. O primeiro movimento (Allegretto) é uma curiosidade por manter sempre ativo o motivo da cavalgada da abertura Guilherme Tell, de Rossini, e pela participação incessante da percussão. O segundo movimento (Adagio) é circunspecto. Os metais trazem uma melodia sombria, para depois o violoncelo completá-la com um solo dilacerante, a cujas cores será acrescida, mais adiante, a ressonância do contrabaixo. Um novo Alegretto surge repentinamente do Adagio, retomando o clima do primeiro movimento, mas desta vez somos levados pelos solos do fagote, violino, clarinete e flautim. O movimento final, outro adagio, é enigmático. A simbologia está presente com a apresentação de imediato do Prenúncio da Morte, composto por Wagner para a Tetralogia do Anel. O ouvinte wagneriano fica desconcertado ao escutar de imediato esta música conhecida, parece tratar-se de um equívoco, de um erro de partitura. Ao pesado motivo de Wagner são contrapostos temas executados por setores “mais leves” da orquestra, porém, a todo instante, o sinistro aviso retorna e, mais adiante, os metais refletirão angustiada exasperação… A sinfonia esvai-se em delicados sons de percussão, deixando um ponto de interrogação no ar. É desconcertante. O significado do Prenúncio da Morte é óbvio, porém, o que significam a percussão, a orquestração e as melodias jocosas que o cercam? Uma simples experiência sinfônica? Impossível. O desejo de felicidade de alguém cuja vida se encerra? Ou, voltando a Shakespeare, que a vida é uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria, que nada significa (*)? Porém, a significação, a intenção exata de uma obra instrumental é tão importante? Ou seria mais inteligente fazer como fez Shostakovich, levando-nos bem próximo ao irrespondível para nos abandonar por lá?

(*) Macbeth, William Shakespeare.

Sinfonia Nº 14, Op. 135 (1969)

A Sinfonia Nº 14 — espécie de ciclo de canções — foi dedicada a Britten, que a estreou em 1970 na Inglaterra. É a menos casual das dedicatórias. Seu formato e sonoridade é semelhante à Serenata para Tenor, Trompa e Cordas, Op. 31, e à Les Illuminations para tenor e orquestra de cordas, Op. 18, ambas do compositor inglês. Os dois eram amigos pessoais; conheceram-se em Londres em 1960, e Britten, depois disto, fez várias visitas à URSS. Se o formato musical vem de Britten, o espírito da música é inteiramente de Shostakovich, que se utiliza de poemas de Lorca, Brentano, Apollinaire, Küchelbecker e Rilke, sempre sobre o mesmo assunto: a morte. O ciclo, escrito para soprano, baixo, percussão e cordas, não deixa a margem à consolação, é música de tristeza sem esperança. Cada canção tem personalidade própria, indo do sombrio e elegíaco em A la Santé, An Delvig e A Morte do Poeta, ao macabro na sensacional Malagueña, ao amargo em Les Attentives, ao grotesco em Réponse des Cosaques Zaporogues e à evocação dramática de Loreley. É uma música que trabalha para a poesia, chegando, por vezes, a casar-se com ela sílaba por sílaba para torná-la mais expressiva. Há uma versão da sinfonia no idioma original de cada poema. Posso dizer que a sinfonia torna-se apenas triste se estiver desacompanhada da compreensão dos poemas – pecado que cometi por anos! Ela perde sentido se não temos consciência de seu conteúdo autenticamente fúnebre. Além do mais, os poemas são notáveis. São indiscutíveis seus méritos musicais e sua sinceridade. Me entusiasmam especialmente a Malagueña, feita sobre poema de Lorca e a estranha Conclusão (Schluss-Stück) de Rilke, que é brevíssima, sardônica e — puxa vida — muito, mas muito final.

Quarteto de Cordas Nº 8, Op. 110 e Sinfonia de Câmara, Op. 110a – Arranjo de Rudolf Barshai (1960)

Na minha opinião, o melhor quarteto de cordas de Shostakovich. Não surpreende que tenha recebido versões orquestrais. Trata-se de uma obra bastante longa para os padrões shostakovichianos de quarteto; tem cinco movimentos, com a duração total ficando entre os 20 minutos (na versão para quarteto de cordas) e 26 (na versão orquestral). O quarteto abre com um comovente Largo de intenso lirismo, o qual é seguido por um agitado Allegro molto, de inspiração folclórica e que fica muito mais seco na versão para quarteto. O terceiro movimento (Allegretto) é uma surpreendente valsinha sinistra a qual é respondida por outra valsa, muito mais lenta e com um acompanhamento curiosamente desmaiado. O quarteto é finalizado por dois belos temas — o primeiro sendo pontuado por agressivamente por um motivo curto de três notas e o segundo formado por mais uma fuga a quatro vozes utilizando temas dos movimentos anteriores.

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Sinfonias Nros. 1, 14 & 15 – Chamber Symphony (Nelsons / Boston)

1. Symphony No. 1 in F Minor, Op. 10: I. Allegretto – Allegro non troppo (09:27)
2. Symphony No. 1 in F Minor, Op. 10: II. Allegro (04:51)
3. Symphony No. 1 in F Minor, Op. 10: III. Lento (09:45)
4. Symphony No. 1 in F Minor, Op. 10: IV. Lento – Allegro molto (11:06)

5. Symphony No. 15 in A Major, Op. 141: I. Allegretto (08:18)
6. Symphony No. 15 in A Major, Op. 141: II. Adagio – Largo – Adagio – Largo (17:27)
7. Symphony No. 15 in A Major, Op. 141: III. Allegretto (04:11)
8. Symphony No. 15 in A Major, Op. 141: IV. Adagio – Allegretto – Adagio – Allegretto (18:07)

9. Symphony No. 14 in G Minor, Op. 135: I. De Profundis (04:52)
10. Symphony No. 14 in G Minor, Op. 135: II. Malagueña (03:03)
11. Symphony No. 14 in G Minor, Op. 135: III. Loreley (08:43)
12. Symphony No. 14 in G Minor, Op. 135: IV. Le suicidé (06:26)
13. Symphony No. 14 in G Minor, Op. 135: V. Les attentives I (03:07)
14. Symphony No. 14 in G Minor, Op. 135: VI. Les attentives II (01:43)
15. Symphony No. 14 in G Minor, Op. 135: VII. A la santé (09:15)
16. Symphony No. 14 in G Minor, Op. 135: VIII. Réponse des Cosaques Zaporogues au Sultan de Constantinople (01:48)
17. Symphony No. 14 in G Minor, Op. 135: IX. O, Delvig, Delvig! (04:06)
18. Symphony No. 14 in G Minor, Op. 135: X. Der Tod des Dichters (04:49)
19. Symphony No. 14 in G Minor, Op. 135: XI. Schlussstück (01:19)

20. Chamber Symphony in C Minor, Op. 110a (After String Quartet No. 8) [Orch. Barshai]: I. Largo – attacca (05:37)
21. Chamber Symphony in C Minor, Op. 110a (After String Quartet No. 8) [Orch. Barshai]: II. Allegro molto – attacca (02:58)
22. Chamber Symphony in C Minor, Op. 110a (After String Quartet No. 8) [Orch. Barshai]: III. Allegretto – attacca (04:34)
23. Chamber Symphony in C Minor, Op. 110a (After String Quartet No. 8) [Orch. Barshai]: IV. Largo – attacca (06:40)
24. Chamber Symphony in C Minor, Op. 110a (After String Quartet No. 8) [Orch. Barshai]: V. Largo (05:02)

Kristine Opolais
Alexander Tsymbalyuk
Boston Symphony Orchestra
Andris Nelsons

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Andris Nelsons imitando Olivio Dutra ao reclamar sua vacina: “Também quero!”

PQP

Mendelssohn / Bruch : Concertos para Violino e Romance para Viola (Jansen / Chailly)

Mendelssohn / Bruch : Concertos para Violino e Romance para Viola (Jansen / Chailly)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Que disco bom! A interpretação de Jansen + Chailly + Gewandhausorchester para os concertos de Bruch e Mendelssohn é esplêndida. Fiquei realmente feliz com a audição dos dois concertos. Acho que o Mendelssohn de Jansen é efetivamente dos melhores registros que pode se encontrar por aí. A pureza de seu som de seu violino acompanha com precisão uma refinada dinâmica. A regência de Chailly e a herança mendelssohniana da Gewandhausorchester ajuda a solista a desenvolver nessas apresentações ao vivo as tensões essenciais e o impulso emocional. Pela primeira vez, no primeiro movimento do Bruch, denominado Vorspiel (Introdução), a marcação do andamento do Allegro moderato não parece deslocada, enquanto o movimento lento é comovente e suave, levado a um Andante fluente. Da mesma forma, no Concerto de Mendelssohn a performance de Jansen no Andante é contida, com resultado doce e terno, desta vez em um ritmo relativamente moderado, enquanto Chailly traz um sabor húngaro ao Finale, bastante comparável ao do Concerto para Violino de Brahms. Um disco sensacional!

Bruch / Mendelssohn / Vieuxtemps: Concertos para Violino (Jansen / Chailly)

Max Bruch (1838-1920)
Violin Concerto In E Minor, Op. 64
1 Allegro Molto Appassionato 13:00
2 Andante 8:01
3 Allegro Molto Vivace 5:53

4 Romance In F Major For Viola And Orchestra, Op. 85 8:27

Felix Mendelssohn Bartholdy (1809-1847)
Violin Concerto No. 1 In G Minor, Op. 26
5 Vorspiel: Allegro Moderato 8:00
6 Adagio 8:22
7 Finale: Allegro Energico 7:16

Janine Jansen, Violino
Gewandhausorchester Leipzig
Riccardo Chailly

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Janine Jansen sensualizando na sala de espera da PQP Bach Corp. Infelizmente, PQP fê-la esperar, pois estava ocupado analisando estupefato os mil pedidos de Bernardo Baethgen. Pobre Janine. Só de raiva, por ter feito a deusa perder seu tempo, PQP negou todos os pedidos de BB, pôs-se na ponta dos pés e foi ao encontro dela.

PQP

Béla Bartók (1881-1945): Quartetos Nº 2 a 4 (Tátrai) #BRTK140 Vol. 8 de 29

Béla Bartók (1881-1945): Quartetos Nº 2 a 4 (Tátrai) #BRTK140 Vol. 8 de 29

Aqui, toda a coleção.

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Se não  me engano, as gravações do Tátrai são de 1967 e o som diz com mais ou menos clareza: venho dos anos 60… Esta gravação da integral dos quartetos de cordas já foi postada no início deste Ano Bartók –, mas creio que os completistas ficariam nervosos se não postássemos todos os 29 CDs deste esplêndida coleção, não? Então, aí está!

Béla Bartók (1881-1945): Quartetos Nº 2 a 4 (Tátrai) #BRTK140 Vol. 8 de 29

1 String quartet No. 2 in A minor, Sz. 67, BB 75 (Op. 17): I. Moderato
string quartet:
Tátrai Quartet
recording of:
String Quartet no. 2, op. 17, Sz. 67, BB 75: I. Moderato
composer:
Béla Bartók (composer) (from 1915 until 1917)
part of:
String Quartet no. 2, op. 17, Sz. 67, BB 75
10:04

2 String quartet No. 2 in A minor, Sz. 67, BB 75 (Op. 17): II. Allegro molto capriccioso
string quartet:
Tátrai Quartet
recording of:
String Quartet no. 2, op. 17, Sz. 67, BB 75: II. Allegro molto capriccioso
composer:
Béla Bartók (composer) (from 1915 until 1917)
part of:
String Quartet no. 2, op. 17, Sz. 67, BB 75
7:33

3 String quartet No. 2 in A minor, Sz. 67, BB 75 (Op. 17): III. Lento
string quartet:
Tátrai Quartet
recording of:
String Quartet no. 2, op. 17, Sz. 67, BB 75: III. Lento
composer:
Béla Bartók (composer) (from 1915 until 1917)
part of:
String Quartet no. 2, op. 17, Sz. 67, BB 75
8:44

4 String quartet No. 3 in C-sharp major, Sz. 85, BB 93: Prima parte. Moderato
string quartet:
Tátrai Quartet
recording of:
String Quartet no. 3, Sz. 85, BB 93: I. Prima parte. Moderato
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1927)
part of:
String Quartet no. 3, Sz. 85, BB 93
4:36

5 String quartet No. 3 in C-sharp major, Sz. 85, BB 93: Seconda parte. Allegro
string quartet:
Tátrai Quartet
recording of:
String Quartet no. 3, Sz. 85, BB 93: II. Seconda parte. Allegro
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1927)
part of:
String Quartet no. 3, Sz. 85, BB 93
5:37

6 String quartet No. 3 in C-sharp major, Sz. 85, BB 93: Ricapitulazione della prima parte. Moderato
string quartet:
Tátrai Quartet
recording of:
String Quartet no. 3, Sz. 85, BB 93: III. Ricapitulazione della prima parte. Moderato
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1927)
part of:
String Quartet no. 3, Sz. 85, BB 93
2:53

7 String quartet No. 3 in C-sharp major, Sz. 85, BB 93: Coda. Allegro molto
string quartet:
Tátrai Quartet
recording of:
String Quartet no. 3, Sz. 85, BB 93: IV. Coda. Allegro molto
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1927)
part of:
String Quartet no. 3, Sz. 85, BB 93
1:57

8 String quartet No. 4 in C major, Sz. 91, BB 95: I. Allegro
string quartet:
Takács Quartet
recording of:
String Quartet no. 4, Sz. 91, BB 95: I. Allegro
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1928)
part of:
String Quartet no. 4, Sz. 91, BB 95
6:05

9 String quartet No. 4 in C major, Sz. 91, BB 95: II. Prestissimo, con sordino
string quartet:
Tátrai Quartet
recording of:
String Quartet no. 4, Sz. 91, BB 95: II. Prestissimo, con sordino
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1928)
part of:
String Quartet no. 4, Sz. 91, BB 95
2:57

10 String quartet No. 4 in C major, Sz. 91, BB 95: III. Non troppo lento
string quartet:
Tátrai Quartet
recording of:
String Quartet no. 4, Sz. 91, BB 95: III. Non troppo lento
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1928)
part of:
String Quartet no. 4, Sz. 91, BB 95
5:16

11 String quartet No. 4 in C major, Sz. 91, BB 95: IV. Allegretto pizzicato
string quartet:
Tátrai Quartet
recording of:
String Quartet no. 4, Sz. 91, BB 95: IV. Allegretto pizzicato
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1928)
part of:
String Quartet no. 4, Sz. 91, BB 95
2:44

12 String quartet No. 4 in C major, Sz. 91, BB 95: V. Allegro molto
string quartet:
Tátrai Quartet
recording of:
String Quartet no. 4, Sz. 91, BB 95: V. Allegro molto
composer:
Béla Bartók (composer) (in 1928)
part of:
String Quartet no. 4, Sz. 91, BB 95
5:20

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Bartók em 1919

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