Georg Muffat (1653-1704): Armonico tributo (1682)

Georg Muffat (1653-1704): Armonico tributo (1682)

Muitas vezes fico pensando no tamanho da música barroca. É algo verdadeiramente interminável. Este Armonico tributo, desconhecido para mim até dez dias atrás não é algo absolutamente necessário a sua cedeteca, mas em hipótese alguma são obras de desprezíveis ou esquecíveis. A gravadora deste excelente registro deve ter falido, pois, mesmo o disco sendo novo, de 2005, a Amazon já acusa que sua produção foi descontinuada. Uma pena, é um belíssimo e super-informativo CD.

Georg Muffat nasceu na França em 1653. Foi organista em Estrasburgo, depois em Salzburgo e mestre de capela em Passau. Deixou suítes para orquestra, sonatas, concerti grossi e peças para órgão.

Muffat – Armonico tributo (1682)

Sonata I 13’28”

1 Grave
2 Allegro e presto
3 Allemanda Grave e forte
4 Grave
5 Gavotta Allegro e forte
6 Grave
7 Menuet Allegro e forte

Sonata II 13’50”

8 Grave
9 Allegro
10 Grave
11 Forte e allegro
12 Aria
13 Grave
14 Sarabanda Grave
15 Grave
16 Borea Alla breve

Sonata III 8’35”

17 Grave
18 Allegro
19 Corrente
20 Adagio
21 Gavotta
22 Rondeau

Sonata IV 8’43”

23 Grave
24 Balletto
25 Adagio
26 Menuet
27 Adagio
28 Aria Presto

Sonata V 21’31”

29 Allemanda Grave
30 Adagio
31 Fuga
32 Adagio
33 Passacaglia Grave

TEMPO TOTALE 66’35”

Ars Antiqua Austria, dir. Gunar Letzbor
violini: Gunar Letzbor, Ilia Korol
viole: Peter Aigner, Susanna Haslinger
viola da gamba, violoncello: Claire Pottinger-Schmidt
arciliuto: Luciano Contini
clavicembalo, organo: Norbert Zeilberger

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Muffatão
Muffatão

PQP

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonias Nº 5, 7, 8 e 9 (4 CDs) (Van Beinum)

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonias Nº 5, 7, 8 e 9 (4 CDs) (Van Beinum)

Recadinho de PQP: esta é uma gravação dos nos 40 e 50. O som não é aquilo tudo.

É curioso este fato, mas ouvir Bruckner é ser remetido a galáxias luminosas e de profundo recolhimento. Nunca ouvi música tão luminosa, tão repleta por sensos de devoção elevante. A consequência da relação com a música de Bruckner nos engravida de um idealismo espiritualizante. Sentimo-nos nas altas montanhas, verdadeiros monges; um anacoreta, fugitivo dos mundos mesquinhos. Isso é tão bom que chega a nos fazer mal! É esse paradoxo que cria, em muitos casos, simpatias e antipatias pela música do compositor austríaco. Já fui bastante contestador da música desse seguidor de Wagner, mas aos poucos aprendi a reverenciá-lo. Suas sinfonias são tratados gigantes, serpentes com corpos elásticos, que se estendem por galáxias e galáxias. Essas sinfonias podem nos conduzir a mundos magicizantes ou nos esmagar por completo. Tudo depende da relação que estabelecemos com elas. Já tive os ossos esmagados uma porção de vezes, mas aprendi a me deixar levar por elas, nesse balanço, nessa viagem prolixa, que se repete, que se replica, que se repisa e nos mostra abismos, céus, paraísos, zonas escuras. É preciso aprender a ouvir Bruckner para poder suportar Bruckner. Resolvi postar estes quatro CDs como um convite ao aprendizando. As sinfonias aqui apresentadas são hinos a cultos e reverências sacralizantes. Van Beinum é o sacerdote que realiza liturgia. Bruckner é o querubim que nos faz viajar e conhecer o eterno, o puro, o santo. Uma boa apreciação!

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonias Nº 5, 7, 8 e 9 (4 CDs) (Van Beinum)

DISCO 01

Symphony No. 5 in B flat,, WAB 105
01. 1. Introduction: Adagio – Allegro
02. 2. Sehr langsam
03. 3. Scherzo: Molto vivace – Trio
04. 4. Finale: Adagio – Allegro molto

DISCO 02

Sinfonia No. 7 em Mi Maior
01. I. Allegro moderato
02. II. Adagio (Sehr feierlich und sehr langsam)
03. III. Scherzo (Sehr schnell) & Trio (Etwas lang
04. IV. Finale (Bewegt, doch nicht zu schnell)

DISCO 03

Symphony No. 8 in C minor, WAB 108
01. I. Allegro moderato
02. II. Scherzo. Allegro moderato
03. III. Adagio. Feierlich langsam_ doch nicht schleppend
04. IV. Finale. Feierlich, nicht schnell

DISCO 04

Sinfonia No. 9 em Ré menor
01. I. Feierlich, Misterioso
02. II. Scherzo. Bewegt, lebhaft – Trio. Schnell
03. III. Adagio. Langsam, Feierlich

Royal Concertgebouw Orchestra
Eduard van Beinum, regente

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Eduard van Beinum (1901-1959) estudando Bruckner.

Carlinus

W.A. Mozart (1756-1791): Trabalhos para Clavicórdio, Árias, Exsultate Jubilate, Missa K.427 e Réquiem…

W.A. Mozart (1756-1791): Trabalhos para Clavicórdio, Árias, Exsultate Jubilate, Missa K.427 e Réquiem…

… tudo com Christopher Hogwood — como intérprete e regente — em 5 esplêndidos CDs.

Ninguém reclamou da minha ausência, mas também ninguém reclamará do retorno porque chego torpedeando com uma postagem de indiscutível qualidade.

De resto, adeus, Dunga.

The Secret Mozart: Works for Clavichord

1. Allegro in G minor, K. 312 8:21

2. Andante & 5 Variations in G, K. 501: Andante (Thema) 1:20
3. Andante & 5 Variations in G, K. 501: Var. 1 1:18
4. Andante & 5 Variations in G, K. 501: Var. 2 1:14
5. Andante & 5 Variations in G, K. 501: Var. 3 1:15
6. Andante & 5 Variations in G, K. 501: Var. 4 (minore) 1:30
7. Andante & 5 Variations in G, K. 501: Var. 5 (maggiore) 2:19

8. Minuetto in D, K. 355/Trio da M. Stadler: Minuetto 3:07
9. Minuetto in D, K. 355/Trio da M. Stadler: Trio & Minuetto reprise 4:05

10. Marche funebre, K. 453a 2:14

11. Andantino, K. 236 1:41
12. Klavierstück in F, K. 33b 0:57

13. Adagio for Glass Harmonica, K. 356 2:51

14. Laßt uns mit geschlungen Händen K. 623 1:32

15. Rondo in F, K. 494 6:29

16. Theme & 2 Variations in A, K. 460: Theme 1:13
17. Theme & 2 Variations in A, K. 460: Var. 1 1:18
18. Theme & 2 Variations in A, K. 460: Var. 2 1:24

19. Fantasia in D minor, K. 397 5:18

20. Sonata in D, K. 381: I. Allegro 5:35
21. Sonata in D, K. 381: II. Andante 7:35
22. Sonata in D, K. 381: III. Allegro molto 4:21

23. Fantasia in D minor, K.397 (with coda) 5:44

Christopher Hogwood, clavicórdio

Mozart Arias

1. Mozart – Aer tranquillo e di sereni KV208 6:16
2. Mozart – L’amero saro costante KV208 6:08
3. Mozart – Voi avete un cor fedele KV217 6:21
4. Mozart – Ah lo previdi! KV272 11:24
5. Mozart – Ruhe sanht, mein holdes leben KV344 5:29
6. Mozart – Trostlos schluchzet Philomele KV344 5:27
7. Mozart – Nehmt meinen dank, ihr holden Gonner KV383 3:39
8. Mozart – Ch’io mi scordi di te KV505 10:18

Emma Kirkby (soprano)
Academy of Ancient Music
Christopher Hogwood (cond)

Mozart: Exsultate Jubilate; Motets

1. Exsultate,Jjubilate, K.165 – 1. Exsultate, Jubilate 4:38
2. Exsultate, Jubilate, K.165 – Tandem Advenit Hora 0:47
3. Exsultate, Jubilate, K.165 – 3. Tu Virginum Corona 5:35
4. Exsultate, Jubilate, K.165 – 4. Alleluia 2:29

5. Regina Coeli In C, K.108 13:37

6. Ergo Interest… Quaere Superna, K.143 5:20

7. Regina Coeli In B Flat, K.127 14:47

Emma Kirkby, soprano
Academy of Ancient Music
Westminster Cathedral Boys Choir
Christopher Hogwood

Mozart – Great Mass in C Minor K. 427

1. Mass in C minor, K.427 “Grosse Messe” Kyrie 6:59
2. Mass in C minor, K.427 “Grosse Messe” – Gloria 2:21
3. Mass in C minor, K.427 “Grosse Messe” Laudamus Te 4:39
4. Mass in C minor, K.427 “Grosse Messe” Gratias 1:13
5. Mass in C minor, K.427 “Grosse Messe” Domine 2:42
6. Mass in C minor, K.427 “Grosse Messe” Qui tollis 4:50
7. Mass in C minor, K.427 “Grosse Messe” Quonium 3:48
8. Mass in C minor, K.427 “Grosse Messe” Jesu Christe-Cum Sancto 4:26
9. Mass in C minor, K.427 “Grosse Messe” Credo 3:05
10. Mass in C minor, K.427 “Grosse Messe” – Et incarnus est 7:44
11. Mass in C minor, K.427 “Grosse Messe” Sanctus 3:43
12. Mass in C minor, K.427 “Grosse Messe” Benedictus 5:51

Arleen Auger
Lynne Dawson
David Thomas
John Mark Ainsley
The Academy of Ancient Music
Winchester Cathedral Choir
Christopher Hogwood

Mozart – Requiem

1. Requiem in D minor, K.626 – Introitus, Requiem aeternum 5:09
2. Requiem in D minor, K.626 – Kyrie eleison 2:31
3. Requiem in D minor, K.626 – Dies Irae 1:52
4. Requiem in D minor, K.626 – Tuba mirum 3:52
5. Requiem in D minor, K.626 – Rex tremendae majestatis 1:57
6. Requiem in D minor, K.626 – Recordare, Jesu pie 6:10
7. Requiem in D minor, K.626 – Confutatis maledictis 2:23
8. Requiem in D minor, K.626 – Lacrymosa dies illa 2:17
9. Requiem in D minor, K.626 – Amen 1:32
10. Requiem in D minor, K.626 – Domine Jesu Christe 3:39
11. Requiem in D minor, K.626 – Versus: Hostias et preces 3:47
12. Requiem in D minor, K.626 – Agnus Dei 2:38
13. Requiem in D minor, K.626 – Communio. Lux aeterna – Cum sanctis tuis 5:39

Emma Kirkby
Carolyn Watkinson
David ThomasAnthony Rolfe Johnson
The Academy of Ancient Music
Westminster Cathedral Choir
Christopher Hogwood

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O tempo passa pra todo mundo, né, Chris?
O tempo passa pra todo mundo, né, Chris?

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sinfonia No. 9 em Ré menor, Op. 125 – "Coral" (Furtwängler)

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sinfonia No. 9 em Ré menor, Op. 125 – "Coral" (Furtwängler)

Não reclamem se insisto com mais uma gravação de Beethoven (e se reclamarem, não estarei nem aí). E no mais, não se trata de qualquer documento. É uma gravação de peso. Daquelas que dispensam comentários, simplesmente, pela relevância histórica que evoca. Furtwängler e Beethoven, uma combinação que deu certo, chegou a moldes de perfeição. Wilhelm Furtwängler nasceu em Berlim, no ano de 1886. Desde muito cedo estabeleceu uma relação de muita intimidade com a música. Aos 20 anos, já possuía várias peças compostas. Alguns estudiosos da vida do regente afirmam que Furtwängler tornou-se condutor com o escopo de executar suas próprias músicas. O  regente criou peças de certa relevância. Destaca-se a Sinfonia No. 2, composta nos momentos mais quentes da Segunda Grande Guerra. Inclusive, já subi o arquivo para postar por esses dias. A peça é regida pelo próprio Furtwängler. Os fatos mais discutíveis acerca da vida de Furtwängler transladam em torno da sua suposta relação com o nazismo. Segundo Alex Ross, Hitler tinha Furtwängler como o seu regente favorito. Várias foram as vezes que o líder supremo do Terceiro Reich compareceu aos ensaios da Filarmônica de Berlim para ver o regente em ação. Por exemplo, em 1938 Furtwängler foi diretor para os concertos da Juventude Hitlerista, conduzindo Os Mestres Cantores de Nurenberg, de Wagner, o compositor preferido de Adolf Hitler. O regente era imbatível conduzindo Beethoven, Brahms, Bruckner e Wagner. Com a derrocada do nazismo não ficou provada a sua relação de aprovação para com as sandices de Hitler. Talvez tenha sido coagido pelas circunstâncias assim como se deu com Richard Strauss. Com relação à gravação que ora posto, acredito que tenha sido uma das maiores que já ouvi da Nona Sinfonia. Por isso, não deixe de ouvir! Boa apreciação incontida!

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Sinfonia No. 9 em Ré menor, Op. 125 – “Coral”

01. Furtwangler parle de la Newvieme Symphonie
02. Allegro ma non troppo, un poco maestoso
03. Molto vivace
04. Adagio molto e cantabile
05. Presto
06. Allegro assai
07. Allegro assai vivace
08. Andante maestoso – allegro energico – prestissimo

*Gravado em 1954 no Festival de Lucerne

Philharmonia Orchestra
Wilhelm Furtwängler, regente
Elisabeth Schwarzkopf, soprano
Elsa Cavelti, contralto
Ernst Häfliger, tenor
Otto Edelmann, baixo

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Wilhelm Furtwängler desesperado com as violas

Carlinus

Arvo Pärt (1935): Passio Domini Nostri Jesu Christi Secundum Joannem (The Hilliard Ensemble)

Arvo Pärt (1935): Passio Domini Nostri Jesu Christi Secundum Joannem (The Hilliard Ensemble)

O Hilliard Ensemble apresenta solenemente a que deve ser a Paixão mais sombria e ritualística composta desde Heinrich Schutz em meados do século XVII. Arvo Pärt selecionou o estilo musical mais severo, distante e econômico para esta Paixão segundo São João. Mais um ato litúrgico do que uma peça de concerto, não faz nenhuma concessão às convenções modernas. Teimosamente repetitiva e monocromática, deliberadamente antidramático e neutra, alcança seu efeito extraordinário e nobre através dos meios mais simples: recitativos, refrões e um pequeno conjunto instrumental. A obra tem 70 minutos sem interrupções, fato enfatizado pelos engenheiros da ECM.

Arvo Pärt (1935): Passio Domini Nostri Jesu Christi Secundum Joannem (The Hilliard Ensemble)

1 Passio Domini Nostri Jesu Christi Secundum Joannem (1982) 1:10:52

Baritone Vocals [Evangelist Quartet] – Gordon Jones (2)
Bass Vocals [Jesus] – Michael George (3)
Bassoon – Catherine Duckett
Cello – Elisabeth Wilson (2)
Choir – The Western Wind Chamber Choir
Conductor – Paul Hillier
Countertenor Vocals [Evangelist Quartet] – David James (13)
Ensemble – Evangelist Quartet, The Hilliard Ensemble
Oboe – Melinda Maxwell
Organ – Christopher Bowers-Broadbent
Soprano Vocals [Evangelist Quartet] – Lynne Dawson
Tenor Vocals [Evangelist Quartet] – Rogers Covey-Crump
Tenor Vocals [Pilate] – John Potter (2)
Violin – Elizabeth Layton

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Arvo Pärt em visita à sede Rolling Estoniana da PQP Bach Corp.

PQP

Dmitri Shostakovich (1906-1975): As Sinfonias Completas (Prague Symphony Orchestra, Maxím Shostakovich)

Dmitri Shostakovich (1906-1975): As Sinfonias Completas (Prague Symphony Orchestra, Maxím Shostakovich)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Eu sempre admirei muito a versão em vinil que tenho da Sinfonia Nº 15 de Shostakovich regida por seu filho Maxím (1938) em 1972. É uma gravação da Melodiya com a Orquestra Sinfônica da Rádio de Moscou. Adoro aquele LP.

A ele, Maxím, foi dedicado o Concerto Nº 2 para Piano e Orquestra. Ele foi o solista na estreia da peça do pai. Conhecido por muitas obras dramáticas compostas à sombra de Stalin e outros líderes soviéticos, Dmitri mostrou um lado diferente – cheio de humor e carinho – neste lindo Concerto para Piano. Maxím estreou a peça em sua formatura no Conservatório de Moscou em maio de 1957. Questões de afeto.

Depois, o pianista Maxim transformou-se num renomado maestro, tendo gravado, com a maravilhosa Orquestra Sinfônica de Praga, a integral das sinfonias do pai. Ignoro se o segundo filho de Dmitri e Nina Varzar ainda está ativo aos 84 anos, mas sei que está vivo e que trabalhou muito em São Petersburgo e nos EUA. Foi regente titular da Sinfônica de New Orleans, assim como artista condecorado na URSS. Esta gravação é de 2006, para a Supraphon da República Tcheca, em homenagem aos 100 anos de nascimento de papai Shosta. Em 2013, vi esta orquestra em ação interpretando Dvořák e Prokofiev no Rudolfinum de Praga, onde arrancaram compulsoriamente meu casaco e o de minha filha antes de entrarmos na sala. Para os tchecos, entrar de casaco na maravilhosa sala calafetada de concertos da cidade é uma completa heresia. A orquestra, garanto-lhes, é fantástica e não nos decepciona. Mas voltando a nosso assunto, Maxím é seguro e conhece como poucos a obra orquestral de papai.

A maioria das sinfonias foi gravada como se deve, ao vivo, e tanto as versões ao vivo quanto as de estúdio têm alta qualidade sonora. Aliás, as ao vivo são melhores. Maxim vai muito bem nos extremos — nos movimentos lentos e na pauleira — e o sotaque diferente da orquestra e do regente dão um colorido especial à coleção. Eu gostei muito de passar 10 dias com os 10 CDs dos Shostakovich nos ouvidos. Gravação altamente recomendada.

Maxim com seu pai.

Dmitri Shostakovich (1906-1975): As Sinfonias Completas (Prague Symphony Orchestra, Maxim Shostakovich)

Sinfonia Nº 1 F Moll
1-1 Allegretto 8:21
1-2 Allegro 4:40
1-3 Lento 9:36
1-4 Allegro Molto 9:56

Sinfonia Nº 12 D Moll “Rok 1917”
1-5 Revoluční Petrohrad. Moderato. Allegro 13:39
1-6 Razliv. Allegro. Adagio 11:47
1-7 Aurora. L’istesso Tempo. Allegro 4:38
1-8 Úsvit člověčenstva. L’istesso Tempo 10:58

2-1 Sinfonia Nº 2 H Dur “Věnováno Říjnu” Pro Sbor A Orchestr 18:25

Sinfonia Nº 10 E Moll
2-2 Moderato 24:26
2-3 Allegro 4:18
2-4 Allegretto 12:28
2-5 Andante. Allegro 12:33

3-1 Sinfonia Nº 3 Es Dur “Prvomájová” Pro Sbor A Orchestr 29:19

Sinfonia Nº 14 Pro Soprán, Bas A Komorní Orchestr
3-2 De Profundis 4:31
3-3 Malagueňa 3:03
3-4 Lorelei 8:47
3-5 Sebevrah 7:02
3-6 Ve Střehu 3:07
3-7 Madam, Pohleďte! 1:54
3-8 Ve Vězení la Santé 8:43
3-9 Odpověď Záporožských Kozáků Cařihradskému Sultánovi 1:49
3-10 Ach, Dělvigu, Dělvigu! 4:13
3-11 Smrt Básníka 4:13
3-12 Závěr 4:42

Sinfonia Nº 4 C Moll
4-1 Allegro Poco Moderato 27:33
4-2 Moderato Con Moto 8:34
4-3 Largo. Allegro 28:51

Sinfonia Nº 5 D Moll, Op. 47
5-1 Moderato – Allegro Non Troppo 19:24
5-2 Allegretto 5:10
5-3 Largo 14:20
5-4 Allegro Non Troppo 12:22

Maxim já sem papai

Sinfonia Nº 9 Es Dur
5-5 Allegro 5:19
5-6 Moderato 6:47
5-7 Presto 3:13
5-8 Largo 3:20
5-9 Allegretto 6:46

Sinfonia Nº 6 H Moll
6-1 Largo 18:56
6-2 Allegro 6:37
6-3 Finale. Presto 6:47

Sinfonia Nº 15 A Dur
6-4 Allegretto 7:56
6-5 Adagio 14:33
6-6 Allegretto 4:20
6-7 Adagio. Allegretto 16:27

Sinfonia Nº 7 C Dur “Leningradská”
7-1 Allegretto 27:11
7-2 Moderato. Poco Allegretto 11:13
7-3 Adagio 20:09
7-4 Allegro Non Troppo 19:22

Maxim sendo ferido em Leningrado

Sinfonia Nº 8 C Moll
8-1 Adagio. Allegro Non Troppo. Adagio 27:04
8-2 Allegretto 6:37
8-3 Allegro Non Troppo 6:18
8-4 Largo 10:51
8-5 Allegretto 15:12

Sinfonia Nº 11 G Moll “Rok 1905”
9-1 Palácové Náměstí. Adagio Att. 14:21
9-2 Devátý Leden. Allegro Att. 18:49
9-3 Na Věčnou Paměť. Adagio Att. 12:05
9-4 Zvon Bouře. Allegro – Moderato 14:53

Sinfonia Nº 13 B Moll “Babí Jar” Pro Bas, Sbor A Orchestr
10-1 Babí Jar. Adagio 16:47
10-2 Humor. Allegretto 8:26
10-3 V Obchodě. Adagio 12:53
10-4 Strachy. Largo 13:30
10-5 Kariéra. Allegretto 13:37

Bass Vocals – Peter Mikuláš (faixas: 10-1 to 10-5), Mikhail Ryssov* (faixas: 3-2 to 3-12)
Choir – Kühn Mixed Chorus* (faixas: 10-1 to 10-5), Prague Philharmonic Choir* (faixas: 2-1, 3-1, 10-1 to 10-5)
Chorus Master – Jan Rozehnal (faixas: 3-1), Jan Svejkovský (faixas: 2-1), Pavel Kühn (faixas: 10-1 to 10-5)
Composed By – Dmitri Shostakovich
Conductor – Maxim Shostakovich
Orchestra – The Prague Symphony Orchestra
Soprano Vocals – Marina Shaguch (faixas: 3-2 to 3-12)

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PQP

J. S. Bach (1685-1750): Missa em Si Menor, BWV 232 (Junghanel / Colln)

J. S. Bach (1685-1750): Missa em Si Menor,  BWV 232 (Junghanel / Colln)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

A estupenda Missa em Si Menor, BWV 232 é uma das maiores obras musicais já compostas. Boa parte daqueles comentaristas que têm aquele o viciante hábito de criar classificações de maiores e melhores, costumam colocar a Missa como a maior obra musical de todos os tempos. Não gosto deste tipo de afirmativa e estou treinando intimamente para não sair impondo às pessoas frases do tipo “é um grande filme”, “é o maior dos livros”, etc. Melhor antecedê-las de um “em minha opinião…” ou “penso que…”, etc.

Tenho ouvido a Missa desde minha adolescência e parece-me que sempre descubro nela um detalhe a mais, um novo encanto. Voltei a ouvi-la ontem. Coloquei o CD duplo da gravação de Konrad Junghanel — esta que ora posto —  e, por quase duas horas, acreditei em Deus. A noção de divindade sempre evitou este cético que vos escreve, mas, como afirmou o também descrente Ingmar Bergman, é impossível ignorar que Bach (1685-1750) nos convence do contrário através de sua arte perfeita. Ao menos enquanto o ouvimos.

A grandeza da Missa não é casual. Bach escreveu-a em 1733 (revisou-a em 1749) com a intenção de que ela fosse uma obra ecumênica. Seria a coroação de sua carreira de compositor sacro. Suas outras obras sacras (Missas, Oratórios, Paixões, Cantatas, etc.) foram sempre compostas em alemão e apresentadas em igrejas luteranas, porém na Missa Bach usa o latim que, em sua opinião, seria mais cosmopolita e poderia trafegar entre outras religiões, principalmente a católica. O texto utilizado não foi o das missas de sua época, é mais antigo e inclui alguns versos retirados após a Reforma, como o significativo Unam sanctam Catholicam et apostolicam Ecclesiam, que é cantado no Credo. É como se Bach pretendesse demonstrar a possibilidade de entendimento entre católicos e protestantes.

A Missa é em parte construída sobre temas do canto gregoriano em uso na Igreja Católica da época. Os meios e o colorido empregados por Bach são os mais diversos: Há corais, árias à italiana, duetos, o diabo. Todos os sentimentos, do recolhimento à angústia, da tristeza à alegria, da devoção ao secular, tudo está intensamente contemplado nesta obra onde Bach reutiliza algumas árias de Cantatas compostas anteriormente, misturando-as a peças originais, sem que disso resulte perda de homogeneidade.

Curiosamente, esta obra tão profundamente erudita e religiosa, é hoje mais apresentada em salas de concertos do que em igrejas, pois suas necessidades de tempo (105 a 120 minutos) e de grupo de executantes são maiores do que as igrejas normalmente dispõem. Não obstante este problema, Bach consegue transformar tanto as salas de concerto quanto nossas casas em locais de devoção – musical ou religiosa.

Certa vez, o compositor Gilberto Agostinho descreveu-me um fenômeno que sei ser verdadeiro:

Sempre que possível eu gosto de ouvir música com a partitura na mão. Hábito de músico, além de ser um ótimo jeito de aprender coisas e estudar. Mas existem algumas partituras que assustam a gente, pela clareza e simplicidade na escrita e pelo resultado fenomenal. Bach e Brahms tem disso. Eu fico horas analisando uma passagem simples, a duas vozes, e procurando entender o porque daquela sonoridade fantástica, mas muitas vezes não chego a conclusão nenhuma. Simplesmente não entendo. Parecem notas normais, que qualquer um poderia ter escrito, mas elas não soam assim! Com Mahler, você sabe que aquilo vai soar grande, você enxerga tudo, mesmo na passagem mais complexa. Não é o momento que vale, mas sim a construção. Você tem que caminhar junto com ele. Já Bach… O primeiro compasso (o primeiro compasso!) da Paixão Segundo São Mateus é capaz de me arrebatar, e ali já se encontra toda a profundidade que esta obra vai carregar durante duas horas. Em um compasso! E os recitativos, acordes simples e uma melodia, nada mais. Na verdade, e eu nunca ouvi recitativos tão profundos como em Bach. As vezes eu me sinto um relojoeiro inexperiente, que tenta abrir os relógios mas não consegue entender nada, muito menos montá-los de volta. A diferença é que a música não é simplesmente uma pequena máquina, e não existem manuais. Uma das coisas que eu lamento ao ouvir Bach é imaginar que nunca vou conseguir uma profundidade como aquela nas minhas composições.

E acho que isso é o suficiente diz tudo sobre Bach e sua Missa em Si Menor.

J. S. Bach (1685-1750): Missa em Si Menor, BWV 232

CD1:
1. Kyrie Eleison
2. Christe Eleison
3. Kyrie Eleison
4. Gloria In Excelsis Deo
5. Et In Terra Pax
6. Laudamus Te
7. Gratias Agimus Tibi
8. Domine Deus
9. Qui Tollis Peccata Mundi
10. Qui Sedes Ad Dexteram Patris
11. Quoniam Tu Solus Sanctus
12. Cum Sancto Spiritu

CD2:
1. Credo In Unum Deum
2. Patrem Omnipotentem
3. Et In Unim Dominum
4. Et Incarnatus
5. Crucifixus
6. Et Resurrexit
7. Et In Spiritum Sanctum Dominum
8. Confiteor
9. Et Expecto
10. Sanctu
11. Osanna In Excelsis
12. Benedictus
13. Osanna In Excelsis
14. Angus Dei
15. Dona Nobis Pacem

Johanna Koslowsky
Mechthild Bach
Monika Mauch
Susanne Ryden
Hans-Jorg Mammel
Wilfried Jochens

Cantus Colln
Konrad Junghanel

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Bach_fumando

PQP

Leonard Bernstein (1918-1990): Sinfonia Nº 2 “A Idade da Ansiedade” / West Side Story: Danças Sinfônicas / Abertura Candide (Steuerman, Florida Philharmonic, Judd)

Leonard Bernstein (1918-1990): Sinfonia Nº 2 “A Idade da Ansiedade” / West Side Story: Danças Sinfônicas / Abertura Candide (Steuerman, Florida Philharmonic, Judd)

James Judd e a Filarmônica da Flórida oferecem boas leituras dessas famosas peças de Bernstein. Suas interpretações mais refinadas sacrificam parte do elemento “swing”, particularmente na seção jazzística do Masque da Sinfonia e na maior parte das danças de West Side Story, em favor da precisão e transparência, como se fossem vistas através das lentes de Stravinsky ou Copland. Há pouco dos famosos registros do próprio compositor. Mas há muito a recomendar neste disco. Depois da animada Candide Overture (que qualquer orquestra norte-americana deve saber de cor), as danças de West Side Story caem um pouco, apesar de que são as Danças de WSS, né? Porém, na Sinfonia, Judd detalha os vários humores de forma eficaz, delineando claramente a sutileza das variações das Sete Idades e as bordas mais irregulares da seção dos Sete Estágios. Somente no clímax arrasador do Epílogo é que realmente ouvimos do que essa orquestra é capaz. Eles são muito bons! O pianista Jean-Louis Steuerman é excelente, toca tudo com clareza, graça e sensibilidade. Sua interpretação lembra mais a leitura tecnicamente perfeita de Marc-André Hamelin em vez do estilo mais lúdico de Lukas Foss com o próprio Bernstein.

Leonard Bernstein (1918-1990): Symphony No. 2 / West Side Story: Symphonic Dances / Candide Overture (Steuerman, Florida Philharmonic, Judd)

1. Candide Overture 00:04:09

West Side Story: Symphonic Dances
2. West Side Story: Symphonic Dances 00:22:37

Symphony No. 2, “The Age of Anxiety”
3. Part I: Prologue 00:02:44
4. Part I: The Seven Ages: Variation I 00:01:00
5. Part I: The Seven Ages: Variation II 00:01:33
6. Part I: The Seven Ages: Variation III 00:01:27
7. Part I: The Seven Ages: Variation IV 00:00:54
8. Part I: The Seven Ages: Variation V 00:00:53
9. Part I: The Seven Ages: Variation VI 00:01:02
10. Part I: The Seven Ages: Variation VII 00:01:57
11. Part I: The Seven Stages: Variation VIII 00:01:46
12. Part I: The Seven Stages: Variation IX 00:01:22
13. Part I: The Seven Stages: Variation X 00:00:32
14. Part I: The Seven Stages: Variation XI 00:00:54
15. Part I: The Seven Stages: Variation XII 00:00:16
16. Part I: The Seven Stages: Variation XIII 00:00:47
17. Part I: The Seven Stages: Variation XIV 00:00:33
18. Part II: The Dirge 00:06:27
19. Part II: The Masque 00:04:45
20. Part II: The Epilogue 00:07:53

Composer: Bernstein, Leonard
Conductor: Judd, James
Orchestra: Florida Philharmonic Orchestra
Piano: Steuerman, Jean Louis

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Bernstein aponta para Steuerman e diz: “Este é um grande pianista!”.

PQP

W. A. Mozart (1756-1791): Divertimento K. 563 / Adágio e Fuga K. 546 (Kremer, Kashkashian, Ma, Philips)

W. A. Mozart (1756-1791): Divertimento K. 563 / Adágio e Fuga K. 546 (Kremer, Kashkashian, Ma, Philips)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um baita CD. O Mozart final tem sempre coisas lindas e estimulantes. O que este cara se tornaria se não tivesse morrido aos 35 anos! O Divertimento K.563 é relativamente pouco conhecido, mas é, na minha opinião, uma obra-prima. Mozart estava no auge absoluto como compositor. Aqui você ouve camadas de significados sob uma superfície impecavelmente polida. Cada vez que ouço isso, parece que aprendo algo novo. Mozart tenta sublimar seus sofrimentos, mas não consegue. Em parte do primeiro movimento e no Adágio em sua totalidade, está a dor em toda a sua crueza. Não fica pedra sobre pedra. No final, o “coração dança, mas não de alegria”. Ouça e comprove.

W. A. Mozart (1756-1791): Trio K. 563 / Adágio e Fuga K. 546 (Kremer, Kashkashian, Ma)

Adagio And Fugue, K. 546 For String Quartet
1 I. Adagio 3:04
2 II. Fugue 3:58

Divertimento For Violin , Viola And Cello In E-Flat Major, K.563
3 I. Allegro 12:42
4 II. Adagio 13:15
5 III. Menuetto. Allegretto – Trio 4:50
6 IV. Andante 7:29
7 V. Menuetto. Allegretto – Trio I – Trio II 5:12
8 VI. Allegro 6:11

Cello – Yo-Yo Ma (em todas as faixas)
Viola – Kim Kashkashian (em todas as faixas)
Violin – Daniel Phillips (tracks: 1, 2), Gidon Kremer (em todas as faixas)

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George Enescu / Leoš Janácek / Albert Roussel: Sonatas para violino e piano (Jodry, Steen-Nokleberg)

George Enescu / Leoš Janácek / Albert Roussel: Sonatas para violino e piano (Jodry, Steen-Nokleberg)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Eu sou um sujeito de ascendência 100% portuguesa nas três últimas gerações, tenho cara de judeu — não sou, acho eu –, e amo a música cigana. Enescu nasceu em Liveni, na Romênia, num 19 de agosto. Esta data é a melhor data para se nascer. Quem nasce em 19 de agosto é inteligente, bonito, tem bom caráter e dança bem. Mas chega de besteira. Este disco de 1993 recebeu prêmios por onde foi e, nossa, é muito folclórico e cigano. Enescu (ou Enesco), Janácek e Roussel foram beber nas fontes gitanas e voltaram de lá embriagados. Bem, OK, Enescu bebeu muito, Janácek bebeu um pouco e Roussel declinou… Mas embriaguemo-nos todos! Baita disco!

Enescu
Sonata para Violino e Piano Nº 3 (em estilo folclórico romeno), Op. 25

1 Moderato malinconico
2 Andante sostenuto e misterioso
3 Allegro con brio, ma non troppo mosso

Janácek
Sonata para Violino e Piano

4 Con moto
5 Ballada
6 Allegretto
7 Adagio

Roussel
Sonata para Violino e Piano, Nº 2, Op. 28

8 Allegro con moto
9 Andante
10 Presto

Annie Jodry, violino
Einar Steen-Nokleberg, piano

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Ciganos fazendo uma visita à sede campestre de Morungava (RS) da PQP Bach Corp.

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Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): 6 Concertos para Cravo WQ 43 (Staier, Freiburger Barockorchester, Müllejans)

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): 6 Concertos para Cravo WQ 43 (Staier, Freiburger Barockorchester, Müllejans)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um disco que reúne Andreas Staier e a Freiburger Barockorchester não pode ser ruim. E não é. Ainda mais tocando concertos do mais talentoso de meus irmãos. É claro que há aquele respeito de a orquestra não trovejar sobre o delicado som do cravo, mas isso CPE administra brilhantemente. Publicado em 1772, os “Sei Concerti” marcou o fim de três décadas de tédio como cravista da corte de Frederico, o Grande. Dentro de um clima vivo, os movimentos rápidos se alternam alegremente. Este é um CD quente, um daqueles onde tudo parece chegar junto na hora certa. Aqui está a melhor orquestra barroca do mundo se juntando a um dos melhores cravistas do planeta em concertos de um compositor que parece estar ganhando novo reconhecimento como o gigante que verdadeiramente era. A sensação de liberação criativa evidente nas conhecidas sinfonias de cordas de 1773 também está presente nesses concertos e, de fato, foi sua ousadia formal que motivou Staier, a julgar pelo entusiasmo do libreto. Staier compara CPE Bach a Beethoven. Vocês podem confirmar a veracidade da comparação quando (por exemplo) o primeiro movimento do nº 2 colide com o início do segundo. Parece Beethoven, assim como a Fantasia Wanderer ou a Sonata em Si menor de Liszt. E que lindo é este segundo mvto — sério, parece jazz. E o que dizer dos dois movimentos finais do Nº 4?  Grande disco!

Carl Philipp Emanuel Bach (1714-1788): 6 Concertos para Cravo WQ 43 (Staier, Freiburger Barockorchester, Müllejans)

Concerto No. 1 In F Major
1-1 1. Allegro Di Molto 5:48
1-2 2. Andante 3:43
1-3 3. Prestissimo 4:10

Concerto No. 2 In D Major
1-4 1. Allegro Di Molto 7:50
1-5 2. Andante 6:11
1-6 3. Allegretto 8:24

Concerto No. 3 In E Flat Major
1-7 1. Allegro 7:05
1-8 2. Larghetto 3:35
1-9 3. Presto 4:03

Concerto No. 4 In C Minor
2-1 1. Allegro Assai 3:24
2-2 2. Poco Adagio 2:15
2-3 3. Tempo Di Minuetto 2:51
2-4 4. Allegro Assai 4:27

Concerto No. 5 In G Major
2-5 1. Adagio – Presto 4:58
2-6 2. Adagio 2:34
2-7 3. Allegro 5:04

Concerto No. 6 In C Major
2-8 1. Allegro Di Molto 7:27
2-9 2. Larghetto 3:55
2-10 3. Allegro 6:44

Andreas Staier
Freiburger Barockorchester
Petra Müllejans

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Staier testando o cravo da PQP Bach Corp. de Göttingen.

PQP

Béla Bartók (1881-1945): Rapsódias Nos. 1 e 2 / Andante / Quinteto para Piano (Kodály Quartet, Jandó)

Béla Bartók (1881-1945): Rapsódias Nos. 1 e 2 / Andante / Quinteto para Piano (Kodály Quartet, Jandó)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

As Rapsódias são muito bonitas, o Andante nem se fala. Mas vou colocar meu foco sobre o curioso (e lindo) Quinteto.

Aos 22 anos, Bartók escreveu um imenso Quinteto para Piano e Cordas. São quase 45 minutos de uma música bem complicada. Ao envelhecer, o compositor passou a detestar esta sua manifestação da juventude. Por anos, segui a opinião dele. Só que, no ano passado, fui obrigado a ouvir atentamente a coisa e achei a peça maravilhosa. Li que Janine Jansen também é uma defensora do Quinteto. Quem ama Bartók reconhece ali, em embrião, características que serão desenvolvidas depois. O Quinteto tem todas as sementes, inclusive um movimento cigano e aquela dureza que por vezes nos arranha… Mas talvez admirá-lo seja coisa de fã, de gente que consegue reconhecer o adulto no feto.

Béla Bartók começou a escrever seu Quinteto para Piano em Berlim, não muito depois de se formar na Academia Liszt de Budapeste. Esta foi uma época em que sua música estava sob a influência de Richard Strauss e Debussy. Em 1902, Bartók tinha ouvido Also sprach Zarathustra e a impressão recebida por ele era aparente em seu recém-concluído poema sinfônico, Kossuth. Simultaneamente, Bartók também estava começando a explorar uma linguagem musical nacional como forma de expressar a identidade húngara, e essa tensão entre a tradição clássica europeia e o desejo de forjar algo novo caracteriza grande parte do quinteto. A obra foi concluída no verão de 1904 na Hungria, e apresentada pela primeira vez em Viena, no Ehrbar Saal, em 21 de novembro pelo Prill Quartet, com o próprio compositor assumindo o piano. Como ele comentou em uma carta alguns dias depois a seu professor de piano da Academia, István Thomán: ‘A dificuldade de meu quinteto prejudicou gravemente a primeira apresentação — mas, afinal de contas, de alguma forma ele foi aprovado. O público gostou ao ponto de voltarmos 3 vezes ao palco.’ As críticas foram amplamente positivas. O crítico do Welt Blatt , no entanto, foi menos gentil, observando que “um talento inconfundível luta com um vício questionável de efeitos distintos, que não raramente são totalmente repulsivos”… O quinteto foi posteriormente revisado e a nova versão foi interpretada pela primeira vez em 7 de janeiro de 1921. Com o passar dos anos, Bartók passou a detestar a peça. Zoltán Kodály pensou que Bartók tinha destruído totalmente a obra. Ela sumiu. Só que ela foi redescoberta pelo estudioso de Bartók Denijs Dille. Isso em janeiro de 1963. Ela nunca se tornou popular, mas Janine Jansen a ama e é a atual “dona” da peça. Digo que é “dona” porque ela a divulga onde e quando pode com seu enorme talento e 1,85m. É realmente uma obra que não parece ser de Bartók. Talvez o último movimento possua algo de sua voz, mas é só. Eu gosto muito do Quinteto pelo extravasamento de sinceridade juvenil, o que paradoxalmente a torna mais claro para os aficionados e mais obscuro para o público. Estou com Janine nessa.

Béla Bartók (1881-1945): Rapsódias Nos. 1 e 2 / Andante / Quinteto para Piano (Kodály Quartet, Jandó)

Rhapsody No. 1, Sz. 86
1. Prima parte ‘lassu’: Moderato 00:04:38
2. Seconda parte ‘friss’: Allegretto moderato 00:05:44

Rhapsody No. 2, Sz. 89
3. Prima parte ‘lassu’: Moderato 00:04:17
4. Seconda parte ‘friss’: Allegro moderato 00:06:49

Andante in A Major, BB 26b
5. Andante in A Major, BB 26b 00:03:24

Piano Quintet
6. Andante 00:13:08
7. Vivace (Scherzando) 00:08:47
8. Adagio 00:11:26
9. Poco a poco più vivace 00:08:24

Kodály Quartet
Jenő Jandó

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Jenő Jandó (1952) é um tremendo artista. Gravou um incrível número de CDs para a Naxos e sempre com competência. É um fenômeno. Quando a gente pensa que ele vai tocar mal, erramos. Ele é infalível.

PQP

Olivier Messiaen (1908-1992): Quarteto para o Fim dos Tempos (para piano, clarinete, violino e violoncelo)

Olivier Messiaen (1908-1992): Quarteto para o Fim dos Tempos (para piano, clarinete, violino e violoncelo)


IM-PER-DÍ-VEL !!!

O Quarteto para o Fim dos Tempos foi estreado diante de todos os prisioneiros no pátio gelado do campo de concentração de Stalag VIII A de Görlitz, na fronteira sudoeste da Polônia. Era o dia 15 de janeiro de 1941 e nevava. Menos de dois anos antes, em setembro de 1939, a França entrara na Segunda Guerra Mundial. Messiaen fora chamado para servir o exército e, poucos meses depois, em maio de 1940, durante uma ofensiva alemã, foi capturado e levado para o campo de concentração.

O Quarteto foi estreado por Messiaen ao piano, mais Henri Akoka (clarinete), Jean le Boulaire (violino) e Étienne Pasquier (violoncelo). Nenhum dos três era músico profissional. Acontece que o oficial nazista responsável pelo Stalag gostava de música e, quando soube da presença de Messiaen, deixou que o compositor trabalhasse a fim de fazer um concerto. Seu nome era Karl-Albert Brüll, um apreciador da música do compositor. Ele proporcionou a Messiaen “condições ‘excepcionais” de trabalho. Deu-lhe lápis, borrachas e papel de música. Também foi-lhe permitido isolar-se num quarto vazio com um guarda de plantão à porta a fim de evitar que fosse incomodado.

Messiaen escreveu, para os únicos outros instrumentistas que lá estavam presos (um violoncelista, um violinista e um clarinetista), um breve trio que foi posteriormente inserido na obra como quarto movimento. Depois, com a chegada de um piano, Messiaen compôs o resto da obra, assumindo o instrumento.

O católico Messiaen propôs que sua obra fosse uma meditação sobre o Apocalipse de João (10, 1-7). A partitura é encabeçada com o seguinte excerto: “Vi um anjo poderoso descer do céu envolvido numa nuvem; por cima da sua cabeça estava um arco-íris; o seu rosto era como o Sol e as suas pernas como colunas de fogo. Pôs o pé direito sobre o mar e o pé esquerdo sobre a terra e, mantendo-se erguido sobre o mar e a terra levantou a mão direita ao céu e jurou por Aquele que vive pelos séculos dos séculos, dizendo: não haverá mais tempo; mas nos dias em que se ouvir o sétimo anjo, quando ele soar a trombeta, será consumado o mistério de Deus”.

A estruturação do Quarteto em oito movimentos é explicada por Messiaen da seguinte forma: “Sete é o número perfeito, a criação em seis dias santificada pelo Sábado divino; o sete deste repouso prolonga-se na eternidade e se converte no oito da luz inextinguível e da paz inalterável”.

Olivier Messiaen (1908-1992): Quarteto para o Fim dos Tempos
(para piano, clarinete, violino e violoncelo)

1. Liturgia de cristal 3:01
2. Vocalise, para o anjo que anuncia o fim dos tempos 5:30
3. Abismo dos pássaros 8:48
4. Intermezzo 1:48
5. Louvor à eternidade de Jesus 9:58
6. Dança da fúria para as sete trombetas 5:40
7. Turbilhão de arco-íris, para o anjo que anuncia o fim dos tempos 8:19
8. Louvor à imortalidade de Jesus 9:14

Gil Shaham, violino
Paul Meyer, clarinete
Jian Wang, violoncelo
Myung-Whun Chung, piano

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Messiaen: obra-prima escrita num campo de concentração
Messiaen: obra-prima escrita num campo de concentração

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Sergei Prokofiev (1891-1953): Scythian Suite / Symphony No. 5 (Celibidache, Stuttgart)

Sergei Prokofiev (1891-1953): Scythian Suite / Symphony No. 5 (Celibidache, Stuttgart)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um tremendo disco! Uma linda gravação ao vivo com Celi em grande forma. Aliás, Celibidache não apreciava os estúdios, preferindo sempre os registros ao vivo. Concordo com ele. Ao vivo, no ambiente de concerto, tudo fica muito melhor. A Quinta Sinfonia foi composta em 1944 e estreada em Moscou a 13 de janeiro de 1945, sob a regência do próprio compositor. Segundo Sviatoslav Richter, a obra é reflexo de “uma alcançada maturidade interior e uma volta ao passado”. Para ele, o compositor olhava “para a própria vida e para tudo o que aconteceu”. Prokofiev tinha retornado ao momento anterior do exílio de dezessete anos e revivia seu passado como artista e como homem. Mesmo tolhido artisticamente, viu que era preciso dar uma face russa a sua obra. A Quinta Sinfonia foi escrita quinze anos após a Quarta e dez anos após o reingresso de Prokofiev na Rússia. Nesse hiato, o compositor viu seu estilo de composição sofrer uma transformação considerável e buscava inspiração na força melódica autêntica do seu país, em suas raízes: “o estrangeiro não combina com minha inspiração, porque eu sou russo e a coisa pior para um homem como eu é viver no exílio. Devo voltar. Devo ouvir ressoar ao ouvido a língua russa, devo falar com as pessoas, a fim de que possa restituir-me o que me falta: os seus cantos, os meus cantos.” Sobre a Quinta Sinfonia, ele disse: “esta música amadureceu dentro de mim, encheu minha alma” […] “não posso dizer que escolhi estes temas, eles nascem em mim e devem se expressar”. A volta ao país natal se desdobrou no retorno às raízes musicais de sua juventude, na qual demonstrara amar profundamente a música de Haydn. A simplicidade e inocência das composições de Haydn eram vistas por Prokofiev como exemplo de clareza e sofisticação. O regresso à natureza neoclássica da Primeira Sinfonia deveu-se mais ao renascimento em si do espírito haydniano que propriamente pela censura impingida à sua música pelo Comitê Central do Partido Comunista. Ao compor nos moldes do “realismo socialista”, Prokofiev inaugurou uma fase chamada por ele de “nova simplicidade”. Nas palavras do compositor: uma “linguagem musical que possa ser compreendida e amada por meu povo”. Simples, sem ser simplista, ele fez sua música retornar ao predomínio do elemento melódico, à transparência na orquestração e à nitidez da forma, de acordo com as normas clássicas. Se os movimentos lentos I e III – Andante e Adagio – se vestem de uma ternura elegíaca e de introspecção, os allegros II e IV, um scherzo e um finale refletem o puro humor advindo de Haydn. Desse contraste, sem dores nem tristezas, nasceu uma das obras mais célebres da música soviética, definida pelo compositor como o “canto ao homem livre e feliz, à sua força, à sua generosidade e à pureza de sua alma”.

Adaptado deste texto de Marcelo Corrêa para a Filarmônica de Minas Gerais.

Sergei Prokofiev (1891-1953): Scythian Suite / Symphony No. 5 (Celibidache, Stuttgart)

Scythian Suite Op. 20
1 The Adoration Of Veless And Ala (Allegro Feroce – Poco Meno Mosso – Poco Meno Lento) 6:29
2 The Enemy God And The Dance Of The Spirits Of Darkness (Allegro Sostenuto) 3:21
3 Night (Andantino – Poco Più Mosso) 6:54
4 The Glorious Departure Of Lolly And The Sun’s Procession (Tempestoso – Un Poco Sostenuto – Allegro – Andante Sostenuto) 6:17

Symphony No. 5 In B Flat Major Op. 100
5 Andante 12:50
6 Allegro Marcato 9:02
7 Adagio 13:52
8 Allegro Giocoso 9:31

SWR Stuttgart Radio Symphony Orchestra
Sergiu Celibidache

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Celi com seu grupo de heavy metal

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Francesco Tristano (1981) / J. S. Bach (1685-1750) / John Cage (1912-1992): bachCage (Tristano)

Francesco Tristano (1981) / J. S. Bach (1685-1750) / John Cage (1912-1992): bachCage (Tristano)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Esta foi, em 2011, a estreia de Francesco Tristano no mundo das gravações. Tristano é pianista e compositor e aqui mistura-se com Bach e Cage. Tristano é um representantes daquele tipo de músico que não pertence mais a uma escola específica. Os mais diversos tipos de música estão lado a lado, tirados de seu contexto típico e disponíveis, digamos, de uma forma democrática. Tristano faz uso disso, deixando sua marca. Mas vejam bem, o sotaque dele para as peças de Bach é bem estranho, mas eu acho as estranhezas muito estimulantes. Indo mais longe, digo que a brincadeira que ele e o engenheiro de som fazem no Menuett II From French Suite N. 1, BWV 812, me atingiu o coração de tal maneira que quase me apaixonei. Bom disco. (Acho que não é a primeira vez que ouço um CD com peças de Bach e Cage. Sabem que é uma mistura que funciona?).

Francesco Tristano (1981) / J. S. Bach (1685-1750) / John Cage (1912-1992): bachCage

1 Introit
Written-By – Francesco Tristano
1:21

Partita N. 1 In B Flat Major, BWV 825
Composed By – Johann Sebastian Bach
2 Praeludium 1:50
3 Allemande 2:41
4 Courante 2:41
5 Sarabande 4:17
6 Menuet I 1:08
7 Menuet II – Menuett I Da Capo 1:16
8 Gigue 1:50

9 In A Landscape
Composed By – John Cage
9:02

The Seasons (1947)
Composed By – John Cage
10 Prelude 1:09
11 Winter 1:20
12 Prelude II 1:00
13 Spring 3:05
14 Prelude III 0:53
15 Summer 3:33
16 Prelude IV 0:47
17 Fall 2:33
18 Finale (Prelude I Reprise) 0:50

Vier Duette, BWV 802-805
Composed By – Johann Sebastian Bach
19 Duett N. 1 In E Minor, BWV 802 2:03
20 Duett N. 2 In F Major, BWV 803 2:18
21 Duett N. 3 In G Major, BWV 804 1:58
22 Duett N. 4 In A Minor, BWV 805 2:44

23 Etude Australe N. VIII, Book I (1974-1975)
Composed By – John Cage
4:56

24 Interludes
Written-By – Francesco Tristano
2:34

25 Menuett II From French Suite N. 1, BWV 812
Composed By – Johann Sebastian Bach
1:41

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Tristano fazendo alongamento sobre o piano. Ele sabe que as girafas de pescoço longo foram beneficiadas na seleção natural.

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Johann Nepomuk Hummel (1778-1837) / George Onslow (1784-1853): Quintetos para Piano (Nepomuk)

Johann Nepomuk Hummel (1778-1837) / George Onslow (1784-1853): Quintetos para Piano (Nepomuk)

Como muitos, um disco muito bem interpretado em cima de obras pouco interessantes. Hummel é um austríaco, velho conhecido nosso — tem um belo Concerto para Trompete e vários Concertos para Piano mais ou menos –, já o menino Onslow é um francês de ascendência inglesa, cuja reputação declinou rapidamente após sua morte, o que também aconteceu com Hummel, mas nem tanto. Em comum, ambos conheciam Beethoven, porém não adiantou. A luz do talento brilha para poucos. De qualquer maneira, este é um disco agradável, que não agride nem irrita ninguém. Sabem? Achei o menino Onslow mais interessante que o velho Hummel no repertório deste CD.

Johann Nepomuk Hummel (1778-1837) / George Onslow (1784-1853): Quintetos para Piano (Nepomuk)

Quintet Opus 74 In D Minor
Composed By – Johann Nepomuk Hummel
1 Ellegro Con Spirito 14:57
2 Menuetto O Scherzo (Allegro) 5:54
3 Andante Con Variazioni 8:29
4 Finale (Vivace) 8:32

Quintet Opus 70 In B Minor
Composed By – George Onslow
5 Allegro Grandioso E Non Troppo Presto 11:55
6 Andantino Cantabile E Simplice 6:31
7 Allegretto Molto Moderato 8:58

Nepomuk Fortepiano Quintet

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O menino Onslow

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.: interlúdio :. Gary Burton & Keith Jarrett / Throb (Burton)

.: interlúdio :. Gary Burton & Keith Jarrett / Throb (Burton)

Eu não ouvia este CD há anos, e minha impressão — neste período em que fiquei longe dele — é a de que ele soava muito datado. A sonoridade geral situa-no claramente nos anos 70. Porém, hoje, muito rapidamente, fiquei impressionado com a sensação de que há algo muito limpo e original no álbum. Há grande exuberância, são músicos tocando coisas que gostam e se divertindo fazendo isso. Há momentos em que tudo beira o pop, e o som do rock da época jamais se afasta. No entanto, a musicalidade, harmonia e improvisação são claramente o produto de músicos de jazz altamente talentosos. Você logo descobrirá que não consegue tirar as pequenas melodias peculiares da sua cabeça. As músicas têm aquela agradável característica de serem ao mesmo tempo bonitas ​​e inesperadas. Não é um disco necessário, mas é mais do que apenas agradável.

Gary Burton & Keith Jarrett (1971)
1 Gary Burton & Keith Jarrett– Grow Your Own 4:51
2 Gary Burton & Keith Jarrett– Moonchild / In Your Quiet Place 7:19
3 Gary Burton & Keith Jarrett– Como En Vietnam 7:02
4 Gary Burton & Keith Jarrett– Fortune Smiles 8:28
5 Gary Burton & Keith Jarrett– The Raven Speaks 8:15

Throb (1969)
6 Gary Burton– Henniger Flats 4:22
Composed By – David Pritchard (2)
7 Gary Burton– Turn Of The Century 5:03
8 Gary Burton– Chickens 2:25
9 Gary Burton– Arise, Her Eyes 3:45
10 Gary Burton– Prime Time 3:59
Composed By – Jerry Hahn
11 Gary Burton– Throb 4:27
12 Gary Burton– Doin The Pig 3:40
13 Gary Burton– Triple Portrait 4:25
14 Gary Burton– Some Echoes 6:54

Bass – Steve Swallow
Composed By – Keith Jarrett (tracks: 1, 2, 4, 5), Michael Gibbs (tracks: 7, 11, 13, 14), Steve Swallow (tracks: 3, 8, 9, 12)
Drums – Bill Goodwin
Guitar – Jerry Hahn (tracks: 6 to 14), Sam Brown (2) (tracks: 1 to 5)
Piano, Electric Piano, Soprano Saxophone – Keith Jarrett (tracks: 1 to 5)
Vibraphone [Vibes] – Gary Burton (tracks: 1 to 5)
Vibraphone [Vibes], Piano – Gary Burton (tracks: 6 to 14)
Violin – Richard Greene (tracks: 6 to 14)

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PQP

Beethoven (1770-1827) e Brahms (1833-1897): Concertos Triplo e Duplo (Poseidon / Järvi)

Beethoven (1770-1827) e Brahms (1833-1897): Concertos Triplo e Duplo (Poseidon / Järvi)


IM-PER-DÍ-VEL !!!

Grande gravação do Trio Poseidon com a Orquestra de Gotemburgo, sob a direção de Neeme Järvi (os titulares da orquestra são Järvi, Gustavo Dudamel e Christian Zacharias). Gostei mais da gravação do Poseidon para o Triplo de Beethoven do que as dos registros de gigantes como o trio Richter, Oistrakh e Rostropovich ou Barenboim, Perlman e Ma. Não é pouca coisa não e sei que nem todos concordarão. A primeira qualidade deste trabalho é a interpretação mais coesa — afinal, eles formam um trio! –, a segunda é a excelente qualidade sonora, sob o altíssimo padrão Chandos.

Beethoven (1770-1827) e Brahms (1833-1897): Concertos Triplo e Duplo

Ludwig van Beethoven (1770-1827):
Concerto for Piano, Violin, Cello and Orchestra, Op.56
1 Triple Concerto For Violin, Cello And Piano In C Major, Op. 56: I. Allegro 17:58
2 Triple Concerto For Violin, Cello And Piano In C Major, Op. 56: II. Largo – 5:41
3 Triple Concerto For Violin, Cello And Piano In C Major, Op. 56: III. Rondo Alla Polacca 12:57

Johannes Brahms (1833-1897):
Concerto for Violin, Cello and Orchestra, Op.102
4 Double Concerto For Violin And Cello In A Minor, Op. 102: I. Allegro 17:08
5 Double Concerto For Violin And Cello In A Minor, Op. 102: II. Andante 6:58
6 Double Concerto For Violin And Cello In A Minor, Op. 102: III. Vivace Non Troppo 8:30

Trio Poseidon
Gothenburg Symphony Orchestra
Neeme Järvi

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Trio Poseidon
Trio Poseidon

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Luigi Boccherini (1743-1805): Quintetos para Violão Nos. 4, 7 and 9 “La ritirata di Madrid” (Yepes / Melos Quartett)

Luigi Boccherini (1743-1805): Quintetos para Violão Nos. 4, 7 and 9 “La ritirata di Madrid” (Yepes / Melos Quartett)

Boccherini não é um mágico. Ele faz coisas bonitas, mas não “magica” como um compositor de grande talento faria. Seus quintetos são pouco divulgados, então estas gravações restauradas tornam-se importantes para quem queira ter contato com o compositor. A versão de 1969 do No. 7 de Julian Bream ainda é a melhor disponível e o conjunto integral dos Quintetos por Pepe Romero también es muy bueno. O que este disco oferece são os dois itens mais coloridos de todos, os últimos movimentos do nº 9 (La ritirata di Madrid) e do nº 4 (Fandango, com castanholas). Elas estão muito abaixo do nível de ‘obra-prima’, mas  isso não tem importância. Este disco também oferece um toque de primeira linha de todos os participantes, embora o violão pudesse ter recebido um pouco mais de destaque na gravação.

Luigi Boccherini (1743-1805): Quintetos para Violão Nos. 4, 7 and 9 “La ritirata di Madrid” (Yepes / Melos Quarttet)

Quintett No. 4 D-Dur (Gérard No. 448)
1 1. Allegro Maestoso 4:50
2 2. Pastorale 5:14
3 3. Grave Assai – Fandango 7:06

Quintett No. 7 E-Moll (Gérard No. 451)
4 1. Allegro Moderato 5:15
5 2. Adagio 4:30
6 3. Minuetto – Trio – Minuetto 4:12
7 4. Allegretto 5:18

Quintett No. 9 C-Dur (Gérard No. 453)
8 1. Allegro Maestoso Assai 9:26
9 2. Andantino 3:20
10 3. Allegretto 5:49
11 4. Maestoso E Lento ; Variazoni I-XII, “La Ritirata Di Madrid” 6:12

Ensemble [String Quartet] – Melos Quartett
Guitar – Narciso Yepes

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Luigi Boccherini: Muy feliz en esta rara aparición en PQP Bach.

PQP

Johannes Brahms (1833-1897): Integral das Sinfonias (Rattle e Filarmônica de Berlim)

Johannes Brahms (1833-1897): Integral das Sinfonias (Rattle e Filarmônica de Berlim)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um excelente registro de uma parte importante da obra de um de meus compositores mais amados. Todos sabem que meus três compositores preferidos são Bach, Beethoven, Brahms, Mahler, Shostakovich e Bartók. Rattle aparece raivoso na estupenda Sinfonia Nº 1 e mais próximo do convencional nas outras. A orquestra… Bem, a Filarmônica de Berlim apenas segue um organismo perfeito. Temos (ou tivemos) no PQP as integrais de Abbado e de Jochum e digo-lhes: não vou fazer comparações entre tais gigantes.

A Primeira é solene e dramática. É a maior de todas as sinfonias, segundo este que vos escreve. A Segunda é mais pastoral com sua orquestração leve e brilhante. A Terceira, com dois movimentos lentos e um final sombrio, é a mais pessoal e enigmática. A Quarta tem orquestração compacta e a monumental chacona do finale remetem o ouvinte à música pré-clássica, principalmente a Bach.

Sinfonia No. 1 in C minor, Op. 68
01. Un poco sostenuto-allegro-meno allegro
02. Andante sostenuto
03. Un poco allegretto e grazioso
04. Finale

Sinfonia No. 2 in D major, op. 73
01. I. Allegro non troppo
02. II. Adagio non troppo
03. III. Allegretto grazioso (quasi andantino) – Presto ma non assai – Tempo I
04. IV. Allegro con spirito

Sinfonia Nº 3 in F Major, op. 90
01. I. Allegro con brio
02. II. Andante
03. III. Poco Allegretto
04. IV. Allegro

Sinfonia No. 4 em E menor, Op. 98
01 Allegro Non Troppo
02 Andante Moderato
03 Allegro Giocoso, Poco Meno Presto, Tempo
04 Allegro Energico E Passionato, Più Allegro

Berliner Philharmoniker
Simon Rattle

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Simon Rattle não tem como não ser feliz
Simon Rattle não tem como não ser feliz

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Girolamo Frescobaldi (1583-1643) e Louis Couperin (1626-1661): Peças para Cravo

Girolamo Frescobaldi (1583-1643) e Louis Couperin (1626-1661): Peças para Cravo

Girolamo Frescobaldi é considerado um dos maiores compositores de música para cravo do século XVII. Foi também um organista reconhecido. Foi cantor e virtuoso de diversos instrumentos, entre os quais o órgão. São famosos os seus livros de tocatas publicados entre 1615 e 1627], em cujo prefácio antecipa a maneira de tocar com efeitos cantáveis que será, depois, típica do subsequente melodrama. Tendo-se transferido a Roma durante a juventude, frequentou a Accademia Nazionale di Santa Cecilia e foi organista na igreja de Santa Maria em Trastevere. Durante vinte anos foi organista em São Pedro. Teve cinco filhos de Orsola del Pino, com quem se casou em 1613.

Louis Couperin foi um compositor francês do barroco que contribuiu significativamente para o desenvolvimento da música para teclado naquele período. Sendo um excelente cravista, organista e gambista, foi um dos fundadores da escola francesa do cravo, tendo inventado o gênero de prelúdio non mesuré (sem compasso) para o cravo. Ele e seu sobrinho François Couperin, o Grande, foram os mais renomados membros da família Couperin.

Mas, ali no CD, ouvindo o extraordinário Gustav Leonhardt trabalhar, Couperin parece-nos muito mais compositor.

Girolamo Frescobaldi (1583-1643) e Louis Couperin (1626-1661): Peças para Cravo

1 Il primo libro d’intavolatura di toccate di cimbalo et organo, No.2, Toccata seconda – Girolamo Frescobaldi (4:45)
2 Ricercari, et canzoni franzese, Vol.1 No.15, Canzon Quinta. Nono Tono, for keyboard – Girolamo Frescobaldi (2:26)
3 Fantasie a quattro, No.4 “Fantasia quarta, sopra un due soggietti” – Girolamo Frescobaldi (6:14)
4 Capricci … et arie in partitura, Vol.1 No.5, Capriccio Quinto sopra la bassa fiammenga, for keyboard – Girolamo Frescobaldi (5:35)
5 Il secondo libro de toccate, canzone…di cimbalo et organo, No.7, Toccata Settima – Girolamo Frescobaldi (3:04)
6 Ricercari, et canzoni franzese, Vol.1 No.1, Recercar Primo, for keyboard – Girolamo Frescobaldi (4:58)
7 Il secondo libro de toccate, canzone…di cimbalo et organo, No.15, Canzona Terza – Girolamo Frescobaldi (3:55)
8 Il primo libro d’intavolatura di toccate di cimbalo et organo, No.8, Toccata otova – Girolamo Frescobaldi (4:18)

9 Prélude for harpsichord in D major (Pièces de clavecin, No. 2) – Louis Couperin (3:28)
10 Allemande for harpsichord in D major (Pièces de clavecin, No. 58) – Louis Couperin (3:30)
11 Courante for harpsichord in D major (Pièces de clavecin, No. 59) – Louis Couperin (1:08)
12 Sarabande for harpsichord in D major (Pièces de clavecin, No. 60) – Louis Couperin (1:46)
13 Gaillarde for harpsichord in D major (Pièces de clavecin, No. 61) – Louis Couperin (1:54)
14 Chaconne for harpsichord in D major (Pièces de clavecin, No. 62) – Louis Couperin (2:03)
15 Passacaille for harpsichord in G minor (Pièces de clavecin, No. 98) – Louis Couperin (5:07)
16 Prélude for harpsichord in E minor (Pièces de clavecin, No. 14) – Louis Couperin (1:19)
17 Allemade de la Paix, for harpsichord in E minor (Pièces de clavecin, No. 63) – Louis Couperin (3:02)
18 Courante for harpsichord in E minor (Pièces de clavecin, No. 64) – Louis Couperin (1:18)
19 Sarabande for harpsichord in E minor (Pièces de clavecin, No. 65) – Louis Couperin (1:54)
20 Pavane for harpsichord in F sharp minor (Pièces de clavecin, No. 120) – Louis Couperin (4:34)

Gustav Leonhardt, cravo

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Louis Couperin, mais interessante do que Frescobaldi
Louis Couperin, mais interessante do que Frescobaldi

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Johannes Brahms (1833-1897): Sinfonia Nº 1 / Tragic Overture / Academic Festival Overture (Jochum)

Johannes Brahms (1833-1897): Sinfonia Nº 1 / Tragic Overture / Academic Festival Overture (Jochum)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Brahms compôs a melhor de todas as sinfonias (bem…) entre 1855 e 1876. Em Düsseldorf, nos anos de 1854 e 55 — onde ajudava Clara Schumann com seus sete filhos, enquanto Robert iniciava sua temporada asilo de loucos –, Brahms prometeu em duas ocasiões escrever uma sinfonia. A intenção era a de fazer uma peça gigantesca e grave, na tradição da Grosse Fuge e da Hammerklavier. Esboços do último movimento foram guardados para posterior desenvolvimento. Quando, em 1862, mostrou os resultados para a Clara-já-viúva, ela expressou aprovação, mas criticou seu abrupto término. Nos 12 anos seguintes, Brahms manteve essa música sempre à mão, mexendo aqui e ali. Finalmente, em 1874, ele decidiu finalizá-la, pois Clara e os amigos estavam enchendo demais o saco.

Escreveu o primeiro movimento e, por último, o scherzo e o movimento lento. Se o primeiro movimento parece Beethoven, os movimentos centrais são schubertianos e o final é a maior homenagem que os mestres do barroco da Alemanha já receberam: papai, tio Bux, Froberger e Handel estão ali. E Beethoven, claro. Embora pertença à geração que sucedeu Chopin e Schumann, Brahms tinha profunda admiração pelo barroco. É estranho que, com uma orquestra beethoveniana e tendo o barroco em vista, Brahms tenha alcançado sonoridades de Bruckner nesta sinfonia absolutamente perfeita.

Já postamos várias vezes esta sinfonia, mas nunca por Eugen Jochum. É uma baita versão.

Johannes Brahms (1833-1897): Sinfonia Nº 1 (Jochum)

Symphony No. 1 in C minor, Op. 68
1) I: Un poco sostenuto – Allegro (16:58)
2) II: Andante sostenuto (8:45)
3) III: Un poco allegretto e grazioso (4:45)
4) IV: Adagio – Più andante – Allegro non tropo ma con brio (16:00)

5) Tragic Overture, Op. 81 (12:17)

6) Academic Festival Overture, Op. 80 (10:09)

London Philharmonic Orchestra
Eugen Jochum

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Eugen Jochum: um dos monstros do século XX

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Thomas Linley, o Jovem (1756-1778): Odes Líricas sobre Fadas, Seres Aéreos e Bruxas de Shakespeare (The Parley of Instruments)

Thomas Linley, o Jovem (1756-1778): Odes Líricas sobre Fadas, Seres Aéreos e Bruxas de Shakespeare (The Parley of Instruments)

Um bom disco. Notáveis intérpretes, excelente gravação, textos mais ou menos e música apenas razoável. É música menor da época de Haydn e Mozart, é decididamente conservadora e provinciana, parecendo ser bem mais antiga do que é. O jovem Linley conheceu e tocou com o jovem Mozart — exatamente da mesma idade — em Florença no ano de 1770. Ele era tecnicamente um compositor razoavelmente talentoso. Esta é uma música, digamos, profissional, que se divide em duas partes. Composta em 1776, seu título completo é “Uma Ode Lírica sobre as Fadas, Seres Aéreos e Bruxas de Shakespeare”. Musicalmente, ele se sai um pouco melhor nas fadas e nos seres aéreos do que nas bruxas, pois os toques sinistros, tons menores, uníssonos e cromatismos capturam um mundo mais ‘gótico’ do que o verdadeiramente sombrio de Shakespeare. O destaque do CD é Julia Gooding, cuja voz tem a habilidade de flutuar a frase, o que muitas das melodias de Linley pedem. Música agradável e despretensiosa: um disco que vale a pena experimentar.

Thomas Linley, o Jovem (1756-1778): Odes Líricas sobre Fadas, Seres Aéreos e Bruxas de Shakespeare (The Parley of Instruments)

1 OVERTURE Andante — Allegro [5’58]
2 Minuetto [1’55]
3 PART 1 CHORUS O guardian of that sacred land [4’27]
4 RECITATIVE Spirit of Avon ’Tis thine alone [1’00]
5 AIR Spirit of Avon Come then, O Fancy, bend thy bow [2’24]
6 RECITATIVE Fancy At Shakespeare’s happy birth [1’20]
7 AIR Fancy And now is come the fated hour [1’59]
8 CHORUS Be Shakespeare born! [2’13]
9 RECITATIVE Spirit of Avon So spake the god [0’26]
10 AIR Spirit of Avon There in old Arden’s inmost shade [3’09]
11 RECITATIVE Spirit of Avon And as before his purged eyes [0’24]
12 AIR Spirit of Avon Thy hand his youthful footsteps led [3’50]
13 AIR Fancy Some drive the clam’rous owl away [1’59]
14 CHORUS Some drive the clam’rous owl away [2’48]
15 PART 2 RECITATIVE Fearful observer But oh! what sudden gloom [1’42]
16 CHORUS By the pale light of yon blue fire [0’37]
17 RECITATIVE Fearful observer See, through the glimmering darkness [0’18]
18 CHORUS What howling whirlwinds rend the sky! [1’48]
19 RECITATIVE Fearful observer For whom, at yonder livid flame [1’13]
20 AIR Fearful observer Whither ye beldames do ye roam? [4’03]
21 CHORUS and AIR Spirit of Avon The tempests cease [3’14]
22 RECITATIVE Spirit of Avon No more the elves, with printless pace [0’30]
23 AIR Spirit of Avon Ariel, who sees thee now? [3’59]
24 RECITATIVE Fancy No more shalt thou upon the sharp north run [0’24]
25 DUET Fancy, Spirit of Avon For who can wield like Shakespeare’s skilful hand? [4’52]
26 CHORUS Yet, Fancy, once again on Britain smile [3’20]

Spirit of Avon — JULIA GOODING soprano
Fancy — LORNA ANDERSON soprano
Fearful observer — RICHARD WISTREICH bass
THE PARLEY OF INSTRUMENTS BAROQUE ORCHESTRA AND CHOIR
PETER HOLMAN director
PAUL NICHOLSON conductor

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As bruxas em ‘Macbeth’ de Shakespeare

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Edvard Grieg (1843-1907): Holberg Suite / Music For Strings (Bergen / Ruud)

Edvard Grieg (1843-1907): Holberg Suite / Music For Strings (Bergen / Ruud)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Grieg por noruegueses! Claro que as revelações são muitas e boas. Há a excelente Orquestra Sinfónica de Gotemburgo, sob Neeme Järvi na DG, que é e continua a ser excelente. Ainda assim, aqui temos variedade na interpretação. Ole Kristian Ruud, ele próprio um norueguês, regendo a Orquestra Filarmônica de Bergen, gravando no Grieg Hall, em Bergen, Noruega!! É isso! Este é um dos registros mais bonitos que ouvi da música para cordas de Grieg, da qual gosto muito. Aqui temos a Suíte Holberg, talvez a peça orquestral mais conhecida de Grieg. Originalmente escrita para piano (o compositor era pianista), sua versão para orquestra de cordas é mais conhecida. Complementando, há as Duas Melodias Elegíacas, Op. 34, as Duas Melodias Op. 53, as Duas Melodias Nórdicas Op. 63, e as Duas Peças Líricas que ele orquestrou (das cinco compostas) Op. 68. Tudo em dupla. Este é um excelente programa de Grieg, tão bem executado quanto se poderia desejar e a introdução perfeita à música deste compositor, bem como uma importante adição a qualquer coleção de música de Grieg.

Edvard Grieg (1843-1907): Holberg Suite / Music For Strings

Holberg Suite, Op. 40 (19:52)
1 I. Prelude 2:43
2 II. Sarabande 4:00
3 III. Gavotte 3:48
4 IV. Air 5:35
5 V. Rigaudon 3:52

Two Elegiac Melodies, Op. 34 (8:58)
6 I. The Wounded Heart 3:14
7 II. Last Spring 5:36

Two Melodies, Op. 53 (9:09)
8 I. Norwegian 4:26
9 II. The First Meeting 4:37

Two Nordic Melodies, Op. 63 (12:00)
10 I. Popular Song 7:24
11 II. Cow Keepers’ Tune And Country Dance 4:28

Two Lyric Pieces, Op. 68 (7:47)
12 I. Evening In The Mountains 3:55
13 II. At The Cradle 3:47

Bergen Philharmonic Orchestra
Ole Kristian Ruud

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Bergen é tão feia…

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Boris Lyatoshynsky (1895-1968) / Valentin Silvestrov (1937) / Victoria Poleva (1962): Ukrainian Piano Quintets

Boris Lyatoshynsky (1895-1968) / Valentin Silvestrov (1937) / Victoria Poleva (1962): Ukrainian Piano Quintets

É claro que estou postando este disco em razão da  guerra — absurda como todas. Mas saibam que é um lindo disco. Boris Lyatoshynsky foi um dos principais membros de uma nova geração de compositores ucranianos que surgiram na década de 1920. Seu Quinteto Ucraniano é emocionante, com um belíssimo segundo movimento Lento e tranquillo.  A linguagem é firmemente enraizada na tradição romântica tardia. Todo o quinteto, em seus quatro movimentos, é muito bonito. Dedicado a Lyatoshynsky, o Quinteto para Piano de Valentin Silvestrov data de seus primórdios como compositor. Silvestrov tinha 24 anos e ainda não era bem Silvestrov, Aliás, seu professor, Lyatoshynsky, não gostou muito da coisa, que tem uma retórica meio soviética. Já o Simurgh de Victoria Poleva faz parte de um estilo que abraça temas espirituais e uma simplicidade musical definida como “minimalismo sacro”. Pivnenko e seus colegas são intensos e cheios de sangue, além de tecnicamente magistrais. 

Boris Lyatoshynsky / Valentin Silvestrov / Victoria Poleva: Ukrainian Piano Quintets

Lyatoshinsky, Boris Mikolayovich
Ukrainian Quintet, Op. 42
1. I. Allegro e poco agitato 00:11:40
2. II. Lento e tranquillo 00:12:34
3. III. Allegro 00:05:56
4. IV. Allegro risoluto 00:09:58

Silvestrov, Valentin
Piano Quintet
5. I. Prelude: Andante 00:07:39
6. II. Fugue: Allegro 00:06:31
7. III. Aria: Andante 00:05:18

Poleva, Victoria Vita
Simurgh-quintet
8. Simurgh – quintet 00:17:45

Pivnenko, Bogdana
Pogoretskyi, Yurii
Starodub, Iryna
Suprun, Kateryna
Yaropud, Taras

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Boris Lyatoshynsky (1895-1968)

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