Oliver Messiaen (1900-1992): Vingt regards sur l`enfant Jésus (Austbø)

Oliver Messiaen (1900-1992): Vingt regards sur l`enfant Jésus (Austbø)

Para acomodar as melancias, diria que Bartók é o maior compositor da primeira metade do século XX e Messiaen o melhor da segunda, apesar de terem nascido no intervalo de 19 anos… pouco tempo, né? Espero que Strava não fique muito triste e mesmo eu, um admirador do grande Shosta, dou lugar ao enorme talento deste católico francês. Pensando do século XX pra cá, eu acho quase inaceitável que uma pessoa seja religiosa. Mas há verdadeiros gênios que foram profundamente religiosos. Talvez os maiores deles tenham sido o cineasta Andrei Tarkovski e o compositor Olivier Messiaen. Estou ouvindo os Vingt Regards sur l’Enfant-Jésus (“Vinte Contemplações sobre o Menino Jesus”), de Messiaen, para piano solo, que tem a duração de 2h12 (!). A música não me sugere em nada acreditar no Menino Jesus, mas é algo muito meditativo e concentrado, que me atrai demais. O pianista norueguês Håkon Austbø (pronuncia-se Rpsnggsgschnelllas) nunca tenta impressionar ou se exibir, deixa a música — incrivelmente original e inspirada — falar por si, adicionando profundidade e delicadeza.

Oliver Messiaen (1900-1992): Vingt regards sur l`enfant Jésus (Austbø)

Disc 1

1. I. Regard du Pere 00:08:09
2. II. Regard de I’etoile 00:03:10
3. III. L’echange 00:03:25
4. IV. Regard de la Vierge 00:05:21
5. V. Regard du Fils suer le Fils 00:08:15
6. VI. Par lui tout a ete fait 00:10:50
7. VII. Regard de la Croix 00:04:21
8. VIII. Regard des hauteurs 00:02:23
9. IX. Regard du temps 00:02:45
10. X. Regard de I’Esprit de joie 00:08:50

Disc 2

1. XI. Premiere communion de la Vierge 00:07:38
2. XII. La parole toute – puissante 00:02:32
3. XIII. Noel 00:04:22
4. XIV. Regard des Anges 00:05:09
5. XV. Le baiser de I’enfant Jesus 00:14:07
6. XVI. Regard des prophetes des bergers et des mages 00:03:10
7. XVII. Regard du silence 00:05:36
8. XVIII. Regard de I’onction terrible 00:07:04
9. XIX. Je dors, mais mon coeur veille 00:11:01
10. XX. Regard de I’Eglise d’amour 00:14:35

Håkon Austbø, piano

Total Playing Time: 02:12:43

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Messiaen, meio louquinho, mas que tremendo compositor!
Messiaen, meio louquinho, mas que tremendo compositor!

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Béla Bartók (1881-1945): Para Crianças (Jéno Jandó)

Béla Bartók (1881-1945): Para Crianças (Jéno Jandó)

O grande Dr. Cravinhos nos envia este CD de Músicas para Crianças do genial Béla Bartók. Ficamos muito gratos. Não é todo dia que recebemos um presente desses. E ele ainda nos manda texto sobre a música, etc. Como acredito que quase todo mundo aqui lê inglês, copio aqui o texto que foi enviado a nós:

Bartók for Children, written in 1908 & 1909 and originally including 85 pieces based on Hungarian & Slovakian folk tunes, was first published in four volumes. Some of the pieces were revised by the composer in the 1930’s and he made a complete revision of the whole work in 1943, writing thirteen new pieces and reducing to total number to 79, to be published postumously in 1947 in two volumes although Bartók had been able to correct the proposed new edition in 1944. The pieces are described as little pieces for beginners, without stretches of an octave. They are a direct reflection of Bartók’s interest in folk music. The melodies, in various modes, are never forced into the traditional strait-jacket of academic harmony but set off by simple accompaniments that preserve their original character. For Children, as with Mikrokosmos and his forty-four Violin Duets, they offer a much wider view of music than was once and perhaps is still usual in teaching material confined entirely to the major and minor scales and harmonies of common practice.

Bartók for Children

01 – No.1 Children At Play: Allegro/No.2 Children’s Song: Andante/No.3 Quasi Adagio (2:15)
02 – No.4 Pillow Dance: Allegro/No.5 Play: Allegretto/No.6 Study For The Left Hand: Allegro (2:43)
03 – No.7 Play Song: Andante Grazioso/No.8 Children’s Game: Allegretto (2:03)
04 – No.9 Song: Adagio/No.10 Children’s Dance: Allegro Molto/No.11 Lento/No.12 Allegro (4:11)
05 – No.13 Ballad: Andante/No.14 Allegretto/No.15 Allegro Moderato (2:01)
06 – No.16 Old Hungarian Tune: Andante Rubato/No.17 Round Dance: Lento (1:55)
07 – No.18 Soldier’s Song: Andante Non Troppo/No.19 Allegretto/No.20 Drinking Song: Allegro/No.21 Allegro Robusto (2:49)
08 – No.22 Allegretto/No.23 Dance Song: Allegro Grazioso/No.24 Andante Sostenuto/No.25 Parlando (3:21)
09 – No.26 Moderato/No.27 Jest: Allegramente/No.28 Choral: Andante/No.29 Pentatonic Tune: Allegro Scherzando (3:53)
10 – No. 30 Jeering Song: Allegro Ironico/No.31 Andante Tranquillo/No.32 Andante/No.33 Allegro Non Troppo (4:37)
11 – No.34 Allegretto/No.35 Con Moto/No.36 Drunkard’s Song: Vivace/No.37 Swineherd’s Song: Allegro (2:22)
12 – No.38 Winter Solstice Song: Molto Vivace/No.39 Allegro Moderato (3:03)
13 – No.40 Swineherd’s Dance: Allegro Vivace (1:50)
14 – No.1 Allegro/No.2 Andante/No.3 Allegretto/No.4 Wedding Song: Andante (2:17)
15 – No.5 Variations: Molto Andante/No.6 Round Dance I: Allegro/No.7 Sorrow: Andante/No.8 Dance: Allegro Non Troppo (4:33)
16 – No.9 Round Dance II: Andante/No.10 Funeral Song: Largo (2:04)
17 – No.11 Lento/No.12 Andante Rubato/No.13 Allegro (2:27)
18 – No.14 Moderato/No.15 Bagpipe I: Molto Tranquillo/No.16 Lamnet: Lento/No.17 Andante/No.18 Teasing Song: Sostenuto- Allegro Vivace (3:59)
19 – No.19 Romance: Assai Lento/No.20 Game Of Tag: Presto (2:10)
20 – No.21 Pleasantry: Allegro Moderato/No.22 Revelry: Molto Allegro (1:59)
21 – No.23 Andante tranquillo/No.24 Andante/No.25 Scherzando: Allegretto (2:33)
22 – No.26 Peasant’s Flute: Andante Molto Rubbato/No.27 Pleasantry II: Allegro (1:50)
23 – No.28 Andante, Molto Rubato/No.29 Canon: Allegro Non Troppo/No.30 Bagpipe II: Vivace (2:45)
24 – No.31 The Highway Robber: Allegro/No.32 Peasante/No.33 Andante Tranquillo (2:34)
25 – No.34 Farewell: Adagio/No.35 Ballad: Moderato (3:07)
26 – Nos.36-37 Rhapsody: Parlando, Molto Rubato – Alegro Moderato (2:49)
27 – No.38 Dirge: Lento/No.39 Mouning Song: Lento (3:52)

Jéno Jandó, piano.

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Peter e Béla Bártok, pai e filho

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Ludwig van Beethoven (1770-1827): Missa Solemnis (Schermerhorn, Nashville Symphony Orchestra, Phillips, Redmon, Taylor, Baylon)

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Missa Solemnis (Schermerhorn, Nashville Symphony Orchestra, Phillips, Redmon, Taylor, Baylon)

Há grandes admiradores desta Missa, mas não é uma obra que eu aprecie demais. Isto importa? Claro que não! Sempre li que as gravações da Missa Solemnis eram categorizadas sem meio termo. Há as ótimas e as outras — de alguma forma falhas. Agora, haveria talvez uma dúzia de ótimas. Fala-se que o campeão seria David Zinman e que esta versão de Kenneth Schermerhorn estaria também lá no topo, o que é sensacional. O que seria o “ótimo”? Ora, que seja uma gravação estimulante, inspiradora, abastecida com alto talento musical e precisão. As forças de Nashville estão à altura das temíveis demandas da obra e, para elas e Schermerhorn (discípulo de Bernstein e maestro da orquestra por 20 anos), a gravação poderia ser considerada uma conquista. Certamente, uma das características mais satisfatórias da performance se enquadra na escolha dos andamentos e dos fraseados. Ouvi verdadeiro virtuosismo nas passagens com ritmos intrincados, como a fuga “Et vitam venturi”, onde a composição de Beethoven dança com total audácia. Os solistas também estão à altura das gravações europeias mais estreladas. Recomendo.

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Missa Solemnis (Schermerhorn, Nashville Symphony Orchestra, Phillips, Redmon, Taylor, Baylon)

1 Kyrie eleison 05:01
2 Gloria: Gloria in excelsis Deo 05:01
3 Gloria: Qui tollis peccata mundi 05:17
4 Gloria: Quoniam tu solus sanctus 06:37
5 Credo: Credo in unum Deum 04:18
6 Credo: Et incarnatus est 05:06
7 Credo: Et resurrexit tertia die 09:12
8 Sanctus 05:38
9 Sanctus: Benedictus 10:23
10 Agnus Dei 05:53
11 Agnus Dei: Dona nobis pacem 09:27

Bass-Baritone Vocals – Jay Baylon
Chorus – Nashville Symphony Chorus
Conductor – Kenneth Schermerhorn
Mezzo-soprano Vocals – Robynne Redmon
Orchestra – Nashville Symphony Orchestra
Soprano Vocals – Lori Phillips (2)
Tenor Vocals – James Taylor (5)
Violin – Mary Kathryn Van Osdale* (tracks: 9)

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Henry Purcell (1659-1695): Hail! Bright Cecilia, Ode On St. Cecilia’s Day 1692 (Taverner Choir · Taverner Players, Taverner Consort, Parrott)

E hoje é o Dia de Santa Cecília, a padroeira da música. Também é o Dia do Músico! Hail! Bright Cecilia ( Z. 328), também conhecida como Ode a Santa Cecília, foi composta por Henry Purcell para um texto do irlandês Nicholas Brady em 1692 em homenagem à festa de Santa Cecília, padroeira dos músicos. As celebrações anuais da festa desta santa — sempre em 22 de novembro — começaram em 1683, organizadas pela Sociedade Musical de Londres , um grupo de músicos e amantes da música. A primeira apresentação ocorreu em 22 de setembro de 1692 no Stationers’ Hall. Foi um grande sucesso e recebeu bis. Melhor dizendo, foi tocada duas vezes. Também pudera, a música é muito inventiva e boa.

Henry Purcell (1659-1695): Hail! Bright Cecilia, Ode On St. Cecilia’s Day 1692 (Taverner Choir · Taverner Players, Taverner Consort, Parrott)

Hail! Bright Cecilia, Ode On St. Cecilia’s Day 1692 Z. 328
1 Symphony
2 Hail! Bright Cecilia
3 Hark! Hark! Each Tree
4 ‘Tis Nature’s Voice
5 Soul Of The World!
6 Thou Tun’st This World Below
7 With That Sublime Celestial Lay
8 Voluntary (in D Minor)
9 Wonderous Machine!
10 The Airy Violin
11 In Vain The Am’rous Flute
12 The Fife And All The Harmony Of War
13 Let These Amongst Themselves Contest
14 Hail! Bright Cecilia

Choir – Taverner Choir
Composed By – Henry Purcell
Ensemble – Taverner Players
Written By [Poem] – Nicholas Brady

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Este é o Stationers Hall hoje.

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Henry Purcell (1659-1695): Odes And Funeral Music (Taverner Consort, Choir & Players, Parrott)

Henry Purcell (1659-1695): Odes And Funeral Music (Taverner Consort, Choir & Players, Parrott)

IM-PER-DÍ-VEL !!! 

Hoje é o dia da morte de Henry Purcell. Então, fazemos uma homenagem trazendo este belíssimo disco. Uma ária mais extraordinária que a outra. Here The Deities Approve é uma joia incomparável, por exemplo. E o que dizer de Come Ye Sons Of Art, Sound the Trumpet? E da Marcha para os Funerais da Rainha Mary, utilizada em A Laranja Mecânica por Stanley Kubrick? Mary morreu quase um ano antes de Purcell em dezembro de 1694, mas seu funeral apenas ocorreu em março de 1695. Os funerais reais com música de Purcell deviam ser supimpas! Andrew Parrott e seu grupo dão enorme vida a este repertório sensacional.

Henry Purcell (1659-1695): Odes And Funeral Music (Taverner Consort, Choir & Players, Parrott)

Welcome To All The Pleasures z339 (Ode For St Cecilia’s Day 1683)
1-1 Symphony 1:59
1-2 Welcome To All The Pleasures 1:49
1-3 Here The Deities Approve – While Joys Celestial 5:01
1-4 Then Lift Up Your Voices 1:43
1-5 Beauty, Thou Scene Of Love 2:31
1-6 In A Consort Of Voices 1:21

Funeral Sentences
1-7 Man That Is Born Of A Woman z27 2:37
1-8 In The Midst Of Life z17a 4:08
1-9 Thou Knowest, Lord z58b 3:33

Come Ye Sons Of Art Away z323 (Birthday Song For Queen Mary 1694)
1-10 Symphony [Adagio – Allegro] – Adagio 3:44
1-11 Come Ye Sons Of Art 1:45
1-12 Sound The Trumpet 2:29
1-13 Come Ye Sons Of Art 1:13
1-14 Strike The Viol 4:23
1-15 The Day That Such A Blessing Gave 2:45
1-16 Bid The Virtues 3:01
1-17 These Are The Sacred Charms 1:33
1-18 See, Nature, Rejoicing 2:48

Funeral Music For Queen Mary
1-19 March z660.i 1:44
1-20 Thou Knowest, Lord z58c 2:10
1-21 Canzona z860.ii 2:11

Bass Vocals – David Thomas (9), Michael George (3), Richard Wistreich, Simon Grant (4)
Countertenor Vocals – Kevin Smith (11), Michael Chance
Music Director [Direction] – Andrew Parrott
Organ – Roger Woolley*
Soprano Vocals – Emma Kirkby
Tenor Vocals – Andrew King (5), Charles Daniels (2), Neil Jenkins, Paul Elliott, Rogers Covey-Crump

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Esta é a Queen Mary da Marcha..

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F. Mendelssohn (1809-1847): Concerto para Violino, Op. 64 / Piano Trio No.1 / Sonata para Violino e Piano (Mutter, Masur, Previn, Harrell)

F. Mendelssohn (1809-1847): Concerto para Violino, Op. 64 / Piano Trio No.1 / Sonata para Violino e Piano (Mutter, Masur, Previn, Harrell)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Se o disco de Anne Sophie Mutter que apresentamos ontem (isto é uma repostagem, gente) era uma merda, este é magnífico, sua audição soa exatamente como a violinista aparece na capa: linda, coleante, azul. Seu Concerto Op. 64 é absolutamente impecável e da mesma forma é o esplêndido Trio Nº 1, com seus dois belíssimos movimentos iniciais. O nível cai um pouco na Sonata, mas não por culpa da deusa — é que a Sonata é mais fraquinha mesmo. Mesmo com as 5000 gravações existentes do Op. 64 é difícil bater o registro destes dois monstros — Mutter e Masur. Baixe agora.

Mendelssohn (1809-1847): Concerto para Violino, Op. 64 / Piano Trio No.1 / Sonata para Violino e Piano (Mutter, Masur, Previn, Harrell)

Violin Concerto in E minor, Op. 64
01. 1. Allegro molto appassionato [12:19]
02. 2. Andante [7:15]
03. 3. Allegretto non troppo – Allegro molto vivace [6:15]
Anne-Sophie Mutter, violino
Gewandhausorchester Leipzig
Kurt Masur

Piano Trio No.1 in D minor, Op.49
04. 1. Molto allegro agitato [9:01]
05. 2. Andante con moto tranquillo [6:52]
06. 3. Scherzo (Leggiero e vivace) [3:38]
07. 4. Finale (Allegro assai appassionato) [8:10]
Anne-Sophie Mutter, violino
André Previn, piano
Lynn Harrell, violoncelo

Sonata para Violino e Piano in F major (1838) (without opus number)
08. 1. Allegro vivace [11:25]
09. 2. Adagio [7:14]
10. 3. Assai vivace [5:23]
Anne-Sophie Mutter, violino
André Previn, piano

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Vingança completa sobre o nojento do PQP
Vingança completa sobre o nojento do PQP

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Percy Whitlock (1903-1946): The Choral Music

Olha, ninguém vai pirar com este CD do inglês Whitlock,  mas sua música sacra tem méritos, discretos méritos. Ele é uma mistura de Vaughan Williams, Delius e Elgar, ou seja, nada muito espetacular. Sua música é certinha e até gostei de ouvi-la no início da tarde de ontem, sabem? O coitado morreu cedo de tuberculose e virtualmente desapareceu, sendo recuperado nesta década. Confiram aí.

Percy Whitlock (1903-1946): The Choral Music 

1. Sing praise to God who reigns above 3:46
2. Jesu grant me this I pray 5:14
3. Solemn Te Deum 7:17
4. O living bread, who once did die 3:48
5. Here, O my Lord, I see Thee face to face 3:13
6. Be still, my soul 4:31
7. The siant whose praise today we sing 3:16
8. Communion Service in G: Kyrie 1:27
9. Communion Service in G: Credo 5:04
10. Communion Service in G: Sanctus 1:18
11. Communion Service in G: Benedictus 0:41
12. Communion Service in G: Agnus Dei 2:11
13. Communion Service in G: Gloria 2:51
14. Glorious in heaven 3:48
15. Magnificat and Nunc Dimittis in G: Magnificat 3:28
16. Magnificat and Nunc Dimittis in G: Nunc Dimittis 2:08
17. O gentle presence 3:09
18. Come, let us join our cheerful songs 2:44
19. O gladsome light 2:59
20. Magnificat and Nunc Dimittis (Fauxboudons): Magnificat 4:05
21. Magnificat and Nunc Dimittis (Fauxboudons): Nunc Dimittis 2:39

The Choir of Rochester Cathedral
Roger Sayer, regência
William Whitehead, órgão

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Acho que ele não iria longe como modelo.

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Antonio Vivaldi (1678-1741): Sonatas para Violoncelo & Basso Continuo (Bylsma, Marcon, Zanenghi, Galligioni, Sbrogiò)

Antonio Vivaldi (1678-1741): Sonatas para Violoncelo & Basso Continuo (Bylsma, Marcon, Zanenghi, Galligioni, Sbrogiò)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Para utilizar um termo técnico, eu diria que este CD é do caraglio. O grande Anner Bylsma dá uma verdadeira aula de como tocar um cello barroco e, aqui sim, as composições são extraordinárias. Ouvi várias vezes este disco que traz em si, incrustada, a definição do termo barroco: pérola irregular a assimétrica. Nada aqui é regular ou certinho. É tudo humano e perfeito. Bylsma vem acompanhado de um esplêndido grupo.

Antonio Vivaldi (1678-1741): Sonatas for Violoncello & Basso Continuo

1. Sonata No. 1 in B-flat Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 47/I. Largo 3:45
2. Sonata No. 1 in B-flat Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 47/II. Allegro 3:26
3. Sonata No. 1 in B-flat Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 47/III. Largo 2:34
4. Sonata No. 1 in B-flat Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 47/IV. Allegro 1:53

5. Sonata No. 2 in F Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 41/I. Largo 2:29
6. Sonata No. 2 in F Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 41/II. Allegro 2:49
7. Sonata No. 2 in F Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 41/III. Largo 3:56
8. Sonata No. 2 in F Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 41/IV. Allegro 2:20

9. Sonata No. 3 in A minor for Violoncello and Basso Continuo, RV 43/I. Largo 3:38
10. Sonata No. 3 in A minor for Violoncello and Basso Continuo, RV 43/II. Allegro 3:41
11. Sonata No. 3 in A minor for Violoncello and Basso Continuo, RV 43/III. Largo 4:20
12. Sonata No. 3 in A minor for Violoncello and Basso Continuo, RV 43/IV. Allegro 3:07

13. Sonata No. 4 in B-flat Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 45/I. Largo 3:37
14. Sonata No. 4 in B-flat Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 45/II. Allegro 2:48
15. Sonata No. 4 in B-flat Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 45/III. Largo 4:09
16. Sonata No. 4 in B-flat Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 45/IV. Allegro 2:53

17. Sonata No. 5 in E minor for Violoncello and Basso Continuo, RV 40/I. Largo 3:09
18. Sonata No. 5 in E minor for Violoncello and Basso Continuo, RV 40/II. Allegro 3:00
19. Sonata No. 5 in E minor for Violoncello and Basso Continuo, RV 40/III. Largo 3:15
20. Sonata No. 5 in E minor for Violoncello and Basso Continuo, RV 40/IV. Allegro 2:04

21. Sonata No. 6 in B-flat Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 46/I. Largo 2:31
22. Sonata No. 6 in B-flat Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 46/II. Allegro 2:46
23. Sonata No. 6 in B-flat Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 46/III. Largo 2:02
24. Sonata No. 6 in B-flat Major for Violoncello and Basso Continuo, RV 46/IV. Allegro 2:25

Anner Bylsma, Violoncello – Matteo Goffriller, Venezia, 1693
Francesco Galligioni, Violoncello – Anonymous, Italy, 1700
Ivano Zanenghi, Archlute – Stephen Murphy after Martin Hoffmann, Germany, mid-17th century
Alessandro Sbrogiò, Violone – Anonymous, Germany, late 17th century
Andrea Marcon, Harpsichord & Organ – Harpsichord by William Horn, Brescia after Giusti, Italy, 17th century, Organ by Francesco Zanin, Codroipo Udine

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Anner Bylsma

PQP

O PQP Bach alcança a maioridade

O PQP Bach alcança a maioridade

É inacreditável que o melhor blog do mundo já esteja completando 18 anos. Faltam apenas 9 posts para o PQPBach alcançar os 8000! Hoje, somos uns 10 tarados por música — alguns não se conhecem pessoalmente — que formam o time de postadores e o mais interessante dos grupos de WhatsApp do Hemisfério Sul.

Quando fundei o PQP, não somente queria polinizar beleza entre os amigos, mas tinha um alvo, um inimigo. Eu achava que a música erudita era algo tão criativo que não merecia os textos sisudos e quase vazios dos encartes dos CDs e LPs, sempre escritos por doutores muito ciosos de suas posições acadêmicas. Hoje, eles se servem da gente…

Mas, atualmente, com nossa fama, tudo mudou e o que nos move é a admiração das pessoas. Um em Porto Alegre, outro em Vitória, São Paulo, Niterói ou Floripa, somos perseguidos na rua por pessoas que babam por todo o tipo de gravações. Algumas coisas que nos pedem nem existem… Então, somos obrigados a consolá-los. Tão chato ser gostoso!

Parabéns à equipe PQP!

Abaixo, duas fotos: a primeira de como você acha que somos, a segunda é mais realista.

Escolhi alguns comentários…

Meu caro PQP

Fosse eu um ilustrado escritor e teria forma de expressar toda a gratidão e reconhecimento pelo seu trabalho em prol, não só da cultura musical de todos nós, mas também do meu melómano prazer, mania até!

Sendo apenas um “irmão” de pátria-lingua deixo aqui o meu esforçado testemunho de tudo o que referi.

Aqui em Angola, infelizmente, ainda não chegou a vez da Cultura, a cultura (de semear) as mentes e as Almas. Ainda estamos no materialismo básico da escola, do hospital, da estrada, do matar a fome, do tirar da miséria. O materialismo impulsivo da compra ainda não está disponível (Bem Haja!). Por isso fica minha consciência aliviada por me ter tornado, com sua preciosa colaboração, num pirata culto-cibernético…

No entanto, sempre que posso e me encontro em frente aquelas deslumbrantes estantes dos livros e dos CD’s do chamado Mundo Desenvolvido – uma das ultimas a magnifica “biblioteca de Alexandria” da Leitura em São Paulo – babo-me de deleite e prazer e contribuo para os criadores comprando livros e cd’s.

Meu caro Amigo – Amigo, pois faz muito mais por mim do que muitos dos que se intitulam “amigos” – no que de mim depender terá o seu lugar assegurado no Nirvana, no Paraíso ou em qualquer outro Refugio Final que for do seu agrado ou conveniência. Serei sua testemunha abonatória… E mais não lhe consigo dizer.

.oOo.

Estou saindo de casa agora para tomar meu vôo para Praga, mas antes decidi responder o seu email. Eu fiquei muito contente com a sua mensagem, eu te acho um cara fascinante e ultimamente tenho frequentado mais o PQP para ler as resenhas do que para baixar música. Isto sim é revigorante!

Ah, caro PQP, eu te agradeço por muita coisa! Talvez como criador do blog você diminua a importância que ele tem para seus leitores. Isso seria normal. Mas acredite no que eu e todos os outros te falamos! Não é pelos downloads, não mesmo!

Eu, como já te disse, estudo composição e regência. Pretendo, assim que me estabelecer no Velho Mundo, criar um website com algumas partituras e mp3 de músicas minhas e, se isso realmente sair do papel, eu gostaria muitíssimo que você pudesse ouvir algo. Ando um tanto sem motivação para mostrar minhas músicas por aí, o último concerto com obras minhas foi um fiasco por parte dos executantes nervosos e da platéia desinteressada… mas a vida continua. Acredito que por lá encontrarei instrumentistas mais interessados, pelo menos assim espero.
E muito obrigado também pela doce imagem da pequena garota (A FILHA DE PQP BACH) dançando uma valsinha que sempre me aparece quando ouço o último movimento do Op.132 do grande Ludwig. Sempre penso nisso sorrindo muito.

Um grande abraço! Mantenha contato.

.oOo.

Caro (a) mantenedor (a) do PQP Bach

Abaixo vai meu agradecimento por manter esse blog. Agradecimento em forma da história da música em minha vida.

Estimulado a ler, me lembro de ir, ainda garotinho, década de 70, ir com minha mãe à livraria comprar um livrinho de “estória”, eu lia tudo que aparecia: mesmo que não entendesse o que significava, ainda assim eu lia; com uns 6 ou 7 anos eu me lembro de ler os cadernos do meu tio que estava no “ginásio”, em particular lembro-me de ter lido um trabalho sobre “fósseis”, a ilustração era feita à mão livre usando canetas BIC nas cores azul, vermelho e verde.

A música tinha reprodução difícil e só havia LP’s com custo alto e eu não tinha acesso livre a eles. Ganhei um toca-discos verde, portátil, da Sonata, com alguns disquinhos coloridos de “estória” infantil, mas eu queria escutar aqueles discos pretos que não me deixavam colocar as mãos; aqueles eram discos de MPB de época, Fado e congêneres, hoje sei que de “clássicos” nada havia. E assim a música ficou meio que latente, suprimida mesmo, em mim.

Não sei onde escutei, imagino que na televisão, uma música “mágica”, que me encantou de um jeito que seus acordes não me saiam da cabeça. Lembro de cantarolar o um pequeno trecho dessa música linda, em uma língua da qual nada entendia, e dela não sabia nem o nome. Essa música era tão intensa, rica em sons que expandiam em minha mente, eu me sentia tão bem quando lembrava dela, e eu tinha sede de escutá-la novamente: recordo-me de ter cantarolado para algumas pessoas o único trechinho que eu sabia, na esperança de alguém me dizer o nome, mas não tive êxito. A única palavra mais clara que “saia” no cantarolar era “Aleluia”, e pelo ritmo, ninguém soube me dizer. Nessa época eu tinha entre 7 e 8 anos pois recordo-me de ter feito a Primeira Comunhão sem dela nada saber. Cheguei a perguntar à professora de Catecismo, mas ela disse não saber do eu falava. Se a palavra central era “Aleluia” imaginei que alguém na Igreja me diria que de se tratava, mas os esforços foram em vão. Na época já havia fitas K7, mas eu não tinha nem toca fitas em casa.

Quando eu tinha 12 anos de idade, era 1985, assisti na TV um filme chamado “O enigma da Pirâmide” e, em uma certa cena do filme, uma música “toucou” e eu fiquei abalado. O que era aquilo? Que música era aquela que jamais houvera escutado, mas que me causava tanta emoção?! Ninguém soube me dizer nada sobre aquele som.

Tudo que eu sabia daquelas duas músicas era que provavelmente aquilo era “música clássica” e nada mais, até que em 1995 a revista Caras lançou uma coletânea de música clássica em CD’s, e eu mesmo sem ter um “toca CD’s” comprava as revistas só pra poder conseguir os CD’s onde poderia estar o que eu tanto procurava. Quando um bom tempo depois comprei um aparelho para escutar os CD’s, finalmente descobri qual era aquela primeira música que me encantou, era o Coro de Aleluia, do Messias, de Handel. Chorei como uma criança ao escutar aquela música que houvera habitado em minha lembrança por tantos anos. Escutei aquilo por dezenas de vezes. Descobri que havia sutis diferenças na mesma peça se tocada por diferentes orquestras; é que “Aleluia” veio gravada nos CD’s 2 e 8 da coletânea Caras: sob a direção de Von Cammus pela Orquestra da Rádio de Berlim e pela orquestra de Praga, por Randell Gork-Choken.

Reconheci algumas outras coisas das quais não sabia o nome como a “Privavera” de Vivaldi, “Danúbio Azul” de Strauss, “chegada dos convidados” e “Cavalgada das Valquírias” de Wagner e a “Dança Germânica op33” de Schubert, entre outras coisas. Só tempos depois fui me dando conta que eu “re”conhecia aqueles sons por eu, em busca das canções da infância, ter passado a prestar atenção em trilhas sonoras de filmes e tudo mais que aparecia na TV, única fonte de informação na época. Em 1999 uma loja de CD’s, do interior de MG onde morava, fez uma “banca de ofertas” daquilo que estava “encalhado” e eu comprei da Deutsche Grammophon um CD do Ravel com seu fabuloso “Bolero”.

Mas, só em 2001 quando tive acesso à internet, eu consegui descobrir a segunda música da infância; aquela do filme “o enigma da pirâmide”, e aquela música mágica era parte de uma obra maior que me inebriou e que tornou-se um “amor”. A música do filme era um trecho de “O fortuna” de Carmina Burana, do Orff. Procurei a história da obra e descobri que a origem dessa obra de Orff eram os manuscritos medievais: e, quando conheci as músicas antigas e medievais eu me apaixonei de modo febril e crônico e, desde então, não parei mais de baixar músicas. E, quando em 2004 consegui entrar pra universidade, o conhecimento de história, sociologia e tudo mais adquirido de modo intuitivo na internet foi tomando forma através de um estudo mais sistematizado me abriu definitivamente os sentidos para uma face do mundo que eu só imaginava existir.

Escrevi esse relato como uma forma de dizer que a pessoa que mantém esse blog presta um grande serviço à humanidade e aos “espíritos” que nela habitam na forma de pessoas que, apesar de não terem tido esse conhecimento posto em seu processo educacional, ainda assim, têm a chance de conhecer obras fabulosas como as aqui postadas.

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Alguma semelhança comigo. Aos nove, fuçando os discos antigos da minha mãe, acabei tocando a mesma música que aparecia sempre em um desenho animado. O disco era de uma coleção, não tinha capa e não li o rótulo. Quando quis ouvir de novo, acabei tocando outros discos da coleção e gostando de mais coisas. E foi assim que me apaixonei.

A música era Les Sylphides, arranjo orquestral para três valsas reunidas de Chopin. O desenho era a série Silly Symphonies. E, no caminho, acabei ouvindo Finlândia, Abertura Páscoa Russa e Suíte Peer Gynt I. Toda criança de nove anos deveria passar por epifanias assim.

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Carta de Reconhecimento Eterno

Caríssimo PQP,

faz muito tempo que acompanho o seu blog desde Portugal. Descobri-o através de um amigo que me falou nele pouco tempo depois de ter iniciado. Havia acabado a universidade. À época, eu próprio tinha um blog de partilha de música, mas não com a dimensão pantagruélica do PQP. Escrevo porque queria expressar o meu agradecimento pelo vosso trabalho. Há quase dez anos, senão mais, já não sei, que tenho o ritual diário de ir ao PQP. Os excelentes textos que acompanham a música são sempre rastilho e combustível para o dia. Já me surpreendi rindo alto lendo alguns deles. Enfim, todo o dia me é oferecido algo, sem pedir nada, apenas que desfrute ou deixe comentário. Devo reconhecer que não sou um prolífico comentador, e por isso me penitencio. Mas meu agradecimento é eterno e gostaria que fosse concreto, e nessa medida pagarei com amor o amor que o PQP me devotou. Assim, envio uma obra de que gosto muito, a Tafelmusik do Telemann, numa caixa de 4cd da Brilliant Classics. Confesso que não sei em pormenor a história da gravação desta obra. Não faço ideia do valor desta versão, se é pior ou melhor do que outras. Sei que foi a primeira que adquiri, pelo valor baixo da compra, mas igualmente porque me apercebi do próprio valor da Brilliant Classics. Neste particular, deixo pois para vocês o texto final.

Acabo dizendo a todos que foram, e têm sido importantes na minha educação musical, e por isso vos agradeço lamentando ser incapaz de vos corresponder a essa eterna dádiva. Terão de se contentar com o meu igualmente eterno agradecimento… e uns cds do Telemann.

Abraço de Portugal

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Trecho de matéria no El Clarín:

Pero si, por ejemplo, hacemos una parada en el blog brasilero PQP Bach y cliqueamos sobre los datos del autor, encontraremos la siguiente reseña: “Como decía Tolstoi, las familias son infelices cada una a su manera. La de Johann Sebastian Bach fue feliz hasta el nacimiento del malhadado vigésimo primer hijo, Peter Qualvoll Publizieren Bach. Wilhelm Friedmann, Johann Christian y Carl Philipp Emanuel detestaban a su hermano, quien fue despreciado por el padre y al que no se le enseñó nada útil. Por lo tanto se dedicó a la actividad de desparramar belleza por la blogosfera.” El sitio es mantenido a medias por Clara Schumann, de la que se desconoce si es o no la verdadera. Otro tanto ocurre con el blog de Pituco quien cuenta anécdotas tan inverosímiles como maravillosas de su relación con músicos famosos, que van del Flaco Spinetta a Bob Dylan. La red da, para bien y para mal, una sensación de impunidad que permite experimentar por fuera de las reglas de juego y muy de tanto en tanto acertar con alguna invención.

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Espero que a algún bloguero argentino se le ocurra hacer un homenaje a Ástor tan bueno como el de ustedes.

Un abrazo emocionado,

Juliowolfgang desde Buenos Aires (a diez cuadras del Abasto, donde vivió Gardel).

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Acompanho o PQP desde 2009, quando me mudei para a Alemanha. A qualidade dos textos, dosada com inteligência, ironia e bom humor, é sempre um caso à parte. Quanto às músicas, foram tantas polinizações que acabei me tornando mais belo.

PQP

F. Mendelssohn (1809-1847): Violin Concerto | Octet | Songs (Daniel Hope, Chamber Orchestra Of Europe, Thomas Hengelbrock)

F. Mendelssohn (1809-1847): Violin Concerto | Octet | Songs (Daniel Hope, Chamber Orchestra Of Europe, Thomas Hengelbrock)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Daniel Hope tem a habilidade camaleônica de transformar seu estilo a fim de se adequar a cada nova obra. Muitas vezes ele se torna revelador, como em seu Shostakovich, outras vezes apresenta um duvidoso toque intervencionista, como em seus concertos de Bach. Mas nunca é maçante. Sua versão para o Concerto de Mendelssohn — seu primeiro lançamento na DG — é revigorante. A versão de 1844, que Hope apresenta aqui, foi o resultado de uma gestação de sete anos, com o compositor fazendo ainda mais alterações em 1845 para criar a edição que conhecemos hoje. Esta é uma gravação muito colaborativa. O violino não é indevidamente destacado e a execução orquestral é quente, com sopros envolventes, tímpano sutil, todos vitais. O Octeto está em um nível igualmente elevado, com Hope sendo o guia de seus colegas da COE. De fato, é a ênfase em mostrar o funcionamento interno que torna esta performance tão esclarecedora. Uma joia.

F. Mendelssohn (1809-1847): Violin Concerto | Octet | Songs (Daniel Hope, Chamber Orchestra Of Europe, Thomas Hengelbrock)

Concerto For Violin And Orchestra In E Minor, Op. 64 = Konzert Für Violine Und Orchester E-moll = Concerto Pour Violon Et Orchestre En Mi Mineur (Original 1844 Version • World-Premiere Recording)
Conductor – Thomas Hengelbrock
Orchestra – Chamber Orchestra Of Europe*
Violin – Daniel Hope
(25:57)
1 Allegro Con Fuoco – 11:43
2 Andante – Allegretto Non Troppo 8:31
3 Allegro Molto Vivace 5:43

Octet For Strings In E Flat Major, Op. 20 = Streichoktett Es-dur = Octuor À Cordes En Mi Bémol Majeur (Critically Revised Edition 1832 • World-Premiere Recording)
Cello [Cello 1] – William Conway
Cello [Cello 2] – Kate Gould
Orchestra – Soloists Of The Chamber Orchestra Of Europe*
Viola [Viola 1] – Pascal Siffert
Viola [Viola 2] – Stewart Eaton
Violin [Violin 1] – Daniel Hope
Violin [Violin 2] – Lucy Gould
Violin [Violin 3] – Sophie Besançon*
Violin [Violin 4] – Christian Eisenberger
(30:54)
4 1. Allegro Moderato Ma Con Fuoco 13:49
5 2. Andante 6:56
6 3. Scherzo: Allegro Leggierissimo 4:19
7 4. Presto 5:50

3 Lieder (Arr. For Violin And Piano)
Piano – Sebastian Knauer
Violin – Daniel Hope
8 Hexenlied Op. 8, No. 8 = Witches’ Song = Chant Des Sorcières 2:12
9 Suleika Op. 34, No. 4 2:45
10 Auf Flügeln Des Gesanges Op. 34, No. 2 = On Wings Of Song = Sur Les Ailes Du Chant 2:52

Daniel Hope, violin
Chamber Orchestra Of Europe
Thomas Hengelbrock

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Mendelssohn sem pente.

PQP

F. J. Haydn (1732-1809): Trios Nº 43, 44 e 45 (Höbarth, Cohen, Coin)

F. J. Haydn (1732-1809): Trios Nº 43, 44 e 45 (Höbarth, Cohen, Coin)

Um excelente CD. Com raro talento, Höbarth, Cohen e Coin gravaram todos os Trios de Haydn para a Harmonia Mundi e, quando começa o Presto do Trio Nº 43, a gente já sabe que está na companhia de um gênio. Estes são os últimos três trios do compositor, escritos em Londres em meados da década de 1790 para uma pianista chamada Theresa Jansen-Bartolozzi. São entre as peças mais peculiares que ele já escreveu. Ouça as mudanças rítmicas do citado Presto, por exemplo. Haydn cria uma sequência selvagem de acentos mutáveis ​​que o aproxima do território de Bartók. Ou o primeiro movimento do Trio No. 44, uma série bizarra de recomeços que leva a manipulação de Haydn para a forma sonata a um reino totalmente novo. A lista continua. Essas são peças essenciais para o amante de Haydn, e o trio de instrumentos originais do pianista Patrick Cohen, do violinista Erich Höbarth e do violoncelista Christophe Coin as traz com a qualidade discreta certa e o som do tamanho de uma sala que esses trios exigem. O equilíbrio entre os três instrumentos é especialmente bom. O uso de um pianoforte na música de câmara clássica elimina a necessidade de os instrumentistas de cordas se esforçarem para produzir um som mais alto, e as relações entre eles têm um efeito relaxante e surpreendente. Dá-lhe!

F. J. Haydn (1732-1809): Trios Nº 43, 44 e 45 (Höbarth, Cohen, Coin)

Trio N°43 En Ut Majeur/C Major/C-dur (Hob.XV:27)
1 Allegro
2 Andante
3 Presto

Trio N°44 En Mi Majeur/e Minor/e-dur (Hob.Xv:28)
4 Allegro Moderato
5 Allegretto
6 Finale. Allegro

Trio N°45 En Mi Bémol Majeur/E Flat Major/Es-dur (Hob.Xv:29)
7 Poco Allegretto
8 Andantino Ed Innocentemente
9 Finale. Presto Assai

Cello – Christophe Coin
Piano – Patrick Cohen
Violin – Erich Höbarth

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Você sabia que há dois crânios no túmulo de Haydn? Se quer saber mais detalhes, vá estudar.

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Felix Mendelssohn Bartholdy (1809-1847): Octeto, Op. 20 / Quinteto Nº 2, Op. 87 (Brown, Academy Chamber Ensemble)

Felix Mendelssohn Bartholdy (1809-1847): Octeto, Op. 20 / Quinteto Nº 2, Op. 87 (Brown, Academy Chamber Ensemble)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Gosto muito de Mendelssohn. Melodista de mão cheia, amava as estruturas (e também o melodismo) de Bach. Escreveu sinfonias que são um verdadeiro acinte de tão perfeitas — refiro-me especialmente à terceira, quarta e quinta. E este CD é igualmente é um acinte de tão agradável. Esse Octeto merece uma palavra que não gosto, mas que aqui tem sua mais gloriosa acepção: é adorável. O quinteto vai pela mesma via. Apesar da capa um tanto nublada, estamos frente a um CD luminoso e bastante alegre. A interpretação de Iona Brown e seus pupilos é impecável.

Felix Mendelssohn Bartholdy (1809-1847):
Octeto, Op. 20 / Quinteto Nº 2, Op. 87

1. Octet in E flat, Op.20 – 1. Allegro moderato, ma con fuoco 13:56
2. Octet in E flat, Op.20 – 2. Andante 7:25
3. Octet in E flat, Op.20 – 3. Scherzo (Allegro leggierissimo) 4:25
4. Octet in E flat, Op.20 – 4. Presto 6:18

5. String Quintet No.2 in B flat, Op.87 – 1. Allegro vivace 10:42
6. String Quintet No.2 in B flat, Op.87 – 2. Andante scherzando 4:20
7. String Quintet No.2 in B flat, Op.87 – 3. Adagio e lento 9:58
8. String Quintet No.2 in B flat, Op.87 – 4. Allegro molto vivace 6:07

Academy Chamber Ensemble
Iona Brown

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Um selinho para os pequepianos!
Um selinho para os pequepianos!

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Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 2 (Haitink, BPO)

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 2 (Haitink, BPO)

Bernard Haitink fez diversas gravações da Ressurreição. A mais famosa e considerada é a realizada com sua própria orquestra da época, o Concertgebouw de Amsterdam, mas esta com a Filarmônica de Berlim também está entre as melhores gravações da obra. Para mim, os campeões da Ressurreição são Solti, Rattle e Bernstein. Haitink gravou a Nº 2 com as orquestras citadas, mais uma vez com a Orq. de Chicago e outra com os berlinenses. Esta gravação é do segundo ciclo de Mahler de Haitink com a Berliner Philharmoniker datado do início dos anos 90. Haitink foi o primeiro maestro convidado pela BPO a gravar um ciclo completo de Mahler, e embora o ciclo nunca tenha sido concluído (o projeto foi abortado antes que os Nrs. 8, 9 e A Canção da Terra fossem gravados), alguns registros se destacam por sua qualidade. Esta memorável Ressurreição é uma leitura muito refinada e poderosa desta obra, estando bem próxima do Olimpo.

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 2 (Haitink, BPO)

Symphony No. 2 In C Minor “Resurrection” = Symphonie c-moll “Auferstehungs-Symphonie” = En Ut Mineur “Résurrection”
1.1 1. Allegro Maestoso. Mit Durchaus Ernstem Und Feierlichem Ausdruck 22:24
1.2 2. Andante Moderato. Seht Gemachlich 10:49
2.1 3. In Ruhig Flieszender Bewegung 11:05
2.2 4. Urlicht. Sehr Feierlich, Aber Schlicht 5:14
5.
2.3 Im Temp des Scherzos. Wild Herausfahrend 10:03
2.4 Maestoso 8:00
2.5 Sehr Langsam Und Gedehnt 2:28
2.6 Langsam. Misterioso 7:13
2.7 Etwas Bewegter. 8:40

Chorus – Ernst-Senff-Chor*
Chorus Master – Sigurd Brauns
Conductor – Bernard Haitink
Contralto Vocals – Jard Van Nes
Orchestra – Berliner Philharmoniker
Soprano Vocals – Sylvia McNair

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Mahler na época em que fumar não dava câncer

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Adriano Banchieri (1560-1634): Il Zabaione Musicale / Festino nella sera del giovedì grasso avanti cena (Fasolis)

Adriano Banchieri (1560-1634): Il Zabaione Musicale / Festino nella sera del giovedì grasso avanti cena (Fasolis)

Este é o menos cômico dos CDs que possuo de Banchieri. Ele costuma ser muito mais engraçado, apesar de que aqui temos alguns animais cantando… Adriano Banchieri foi um compositor, organista, teórico e poeta italiano do Renascimento tardio e princípios do Barroco. Fundou a Accademia dei Floridi em Bolonha. Banchieri nasceu e morreu em Bolonha. Em 1587 tomou os hábitos da ordem beneditina e fez os seus votos em 1590, mudando o nome de Tomaso para Adriano, com o qual foi conhecido. Especificamente, foi um dos criadores do gênero chamado “comédia madrigal”, que sem chegar a ter uma representação em cena, narrava uma história mediante uma coleção de madrigais. Muitas destas coleções foram compostas para divertir as reuniões dos círculos sociais de Bolonha.

Adriano Banchieri (1560-1634): Il Zabaione Musicale / Festino nella sera del giovedì grasso avanti cena (Fasolis)

Il Zabaione Musicale
1 Introduzione 1:31
Atto I
2 Prologo: L’Humor Spensierato 0:45
3 Intermedio Di Felici Pastori, A Due Cori 1:36
4 Progne E Filomena 1:36
5 Danza Di Pastorelle, In Aria Del Spagnoletto, Con Le Riprese Nella Cornamusa 1:00
6 Madrigale: Soavissimo Ardore 1:42
Atto II
7 Intermedio Di Pignattari 1:14
8 Un Pastorello Con Un Augellino Uccisogli Da Un Gatto 1:34
9 Tirsi A Clori 1:45
10 Dialogo: Aminta, Dafne E Giudizio D’Amore 1:00
11 Gioco Della Passerina 1:39
12 Madrigale: Baci, Sospir E Voci 2:23
Atto III
13 Ergasto Appasionato 2:13
14 Preparamento Pastorale 1:07
15 Gara Amorosa Di Pastori 2:36
16 Danza Di Ninfe E Pastori 1:55
17 Licenza: L’Humore Spensierato 0:52

Festino Nella Sera Del Giovedì Grasso Avanti Cena, Op. 18
18 Il Diletto Moderno Per Introduzione 1:09
19 Giustiniana Di Vicchietti Chiozzotti 1:36
20 Mascherata Di Villanelle 2:31
21 Seguita La Detta Mascherata 1:45
22 Madrigale A Un Dolce Usiglio 2:41
23 Mascherata D’amanti 0:41
24 Gli Amanti Morescano 1:08
25 Gli Amanti Cantano Un Madrigale 2:08
26 Gli Amanti Cantano Una Canzonetta 1:48
27 La Zia Bernardina Racconta Una Novella 1:59
28 Capricciata A Tre Voci 1:20
29 Contrappunto Bestiale Alla Mente 1:33
30 I Cervellini Cantano Un Madrigale 2:07
31 Intermedio Di Venditori Di Fusi 1:12
32 Li Fusari Cantano Un Madrigale 2:07
33 Gioco Del Conte 2:00
34 Li Festinanti (Solo Di Scacciapensieri: Marco Beasley) 0:55
35 – 1:05
36 Vinata Di Brindesi E Ragioni 3:00
37 Sproposito Di Goffi (Pero Di Gusto) 1:30
38 Il Diletto Moderno Licenza E Di Nuovo Invita 1:13

Choir – Choir Of Radio Svizzera, Lugano*
Conductor – Diego Fasolis
Ensemble – Sonatori De La Gioiosa Marca, Treviso*

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Quem vocês pensam que é? Neymar?

PQP

Felix Mendelssohn (1809-1847): Concerto para Violino, Op. 64, Sinfonia No. 4, “Italiana”, e outras peças para orquestra (Zuckerman, Bernstein)

Felix Mendelssohn (1809-1847): Concerto para Violino, Op. 64, Sinfonia No. 4, “Italiana”, e outras peças para orquestra (Zuckerman, Bernstein)

Um CD para o qual os adjetivos são insuficientes. Quem já teve a oportunidade de ler as palavras bambas e pobres que já redigi em outros posts de Mendelssohn, pôde perceber a minha profunda admiração pela música do alemão. Mendelssohn foi um indivíduo especial, dotado de uma gama de qualidades únicas. Todas as vezes que penso nele me vem à mente a ideia de um sujeito bem-afortunado. Foi alguém de uma alma profundamente cândida, delicada. Angélica. Acredito que não teve aperreios, mesmo nos últimos anos de vida, período em que a enfermidade lhe foi furtando as forças. Acredito que quem nunca ouviu o compositor e escutasse este CD que ora posto, ficaria com a melhor das impressões. Faria o julgamento de que Mendelssohn foi um sujeito singular. E, de fato, acertaria no julgamento. O CD traz aquelas peças que se tornaram imortais para a história da música. O concerto para violino e orquestra é de uma pureza e uma leveza arrebatadores. Este concerto se estabelece como um dos meus preferidos entre todos os que já foram compostos. A Sinfonia No. 4 é a minha preferida entre as cinco que ele compôs. É uma representação do seu estilo – alegria, festa, celebração e a admiração pela natureza. O tema inicial de As Hébridas possui um encanto arrebatador. Acredito que poucas peças tenham uma abertura de forma tão poderosa. Em suma: Mendelssohn e sua música são motivos para que pensemos em coisas grandes, enormes. Boa apreciação!

Felix Mendelssohn (1809-1847) – Concerto para Violino, Op. 64, Sinfonia No. 4, Athalie, incidental music, Op. 74 e The Hebrides, overture (‘Fingal’s Cave,’ 4 versions), Op. 26

Concerto para violino e orquestra em Mi menor, Op. 64
01. Allegro molto appassionato
02. Andante
03. Allegretto non troppo

Sinfonia No. 4 em A menor, Op. 90 – “Italiana”
04. Allegro vivace
05. Andante con moto
06. Con moto moderato
07. Saltarello

Athalie, incidental music, Op. 74- Kriegsmarsch der Priester
08. Athalie, incidental music, Op. 74- Kriegsmarsch der Priester

The Hebrides, overture (‘Fingal’s Cave,’ 4 versions), Op. 26
09. The Hebrides, overture (‘Fingal’s Cave,’ 4 versions), Op. 26

New York Philharmonic
Leonard Bernstein, regente
Pinchas Zukerman, violino

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Galã…

Carlinus

Chopin (1810 – 1849): Noturnos, com o Deus do piano (Maurizio Pollini)

A Fundação para a Divulgação e Inevitável Imortalização do Guia Genial dos Pianistas Maurizio Pollini fundada por Lais Vogel e P.Q.P Bach apresenta:

Olha, com Pollini eu engulo até Chopin! Não é aquela coisa romântica chatinha e devaneante que as pessoas confundem com poesia e sentimento… Como diz Bergman em Sonata de Outono, Chopin não é música para maricas, não é música toda desmanchada como um sorvete quente, é música máscula, música para ser tocada com certo espírito de volante de contenção pelo mais hábil dos pianistas para atingir nosso coração e cérebro. Abaixo os pianistas mela-cuecas!

Aqui temos técnica, sabedoria, musicalidade e sentimento, não temos um lacrimoso deprimido fingindo-se de apaixonado com a bunda colada na frente do piano. E tenho dito!

Chopin: Noturnos

1. Op. 9 No. 1 in B lfat minor. Larghetto
2. Op. 9 No. 2 in E flat major. Andante
3. Op. 9 No. 3 in B major. Allegretto
4. Op. 15 No. 1 in F major. Andante cantabile
5. Op. 15 No. 2 in F sharp major. Larghetto
6. Op. 15 No. 3 in G minor. Lento
7. Op. 27 No. 1 in C sharp minor. Larghetto
8. Op. 27 No. 2 in D flat major. Lento sostenuto
9. Op. 32 No. 1 in B major. Andante sostenuto
10. Op. 32 No. 2 in A flat major. Lento
11. Op. 37 No. 1 in G minor. Andante sostenuto
12. Op. 37 No. 2 in G major. Andantino
13. Op. 48 No. 1 in C minor. Lento
14. Op. 48 No. 2 in F sharp minor. Andantino
15. Op. 55 No. 1 in F minor. Andante
16. Op. 55 No. 2 in E flat major. Lento sostenuto
17. Op. 62 No. 1 in B major. Andante
18. Op. 62 No. 2 in E major. Lento
19. Op. posth. 72 No. 1 in E minor. Andante

Maurizio Pollini, piano
Recorded: Munich, Herkulessaal, 6/2005

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Maurizio Pollini: não adianta criticá-lo. Sou fã e e fã não discute, apenas ama.

PQP (2009, revalidado por Pleyel, 2024)

D. Buxtehude (1637-1707) / J. Pachelbel (1653-1706): Música de Câmara (MAK, Reinhard Goebel)

D. Buxtehude (1637-1707) / J. Pachelbel (1653-1706): Música de Câmara (MAK, Reinhard Goebel)

Um grande CD! A música de Buxtehude é imensamente parecida com a do Bach inicial. Tio Bux — excelente compositor — foi um grande modelo para meu pai. Ele fez uma longa viagem a pé para aprender composição e órgão com Bux. Várias obras de Buxtehude lembram meu pai e este disco do Musica Antiqua é uma joia diversas vezes reeditada para Archiv. Depois, divirtam-se com a versão original do famoso Canon de Pachebel, outro excelente compositor para este instrumento esquecido que é o órgão. O trabalho de Goebel e do seu MAK é, como sempre, extraordinário, e entende-se facilmente o motivo deste CD ter sido tantas vezes reeditado. A capa acima é da primeira edição, a minha.

D. Buxtehude (1637-1707) / J. Pachelbel (1653-1706): Música de Câmara (MAK, Reinhard Goebel)

1 Sonata G-Dur BuxWV 271
Composed By – Dietrich Buxtehude*
7:21

Sonata B-Dur BuxWV 273
Composed By – Dietrich Buxtehude*
2 (Sonata:) Ciaccona – Adagio – Allegro / Adagio / Allegro 7:41
3 Allemande 2:02
4 Courante 1:47
5 Sarabande 1:43
6 Gigue 1:16

7 Sonata C-Dur BuxWV 266
Composed By – Dietrich Buxtehude*
8:04

Partie (Suite) G-Dur
Composed By – Johann Pachelbel
8 Sonatina 1:01
9 Allemande 2:46
10 Gavotte 0:50
11 Courante 0:56
12 Aria 0:38
13 Sarabande 1:37
14 Gigue 1:29
15 Finale. Adagio 0:42

Partie (Suite) E-Moll
Composed By – Johann Pachelbel
16 Sonata. Adagio – Aria 4:17
17 Courante 1:03
18 Aria 0:51
19 Ciaccona 2:03

20 Aria Con Variazioni A-Dur
Composed By – Johann Pachelbel
Instrumentation By [Reconstructed By] – Reinhard Goebel
10:00

Canon & Gigue D-Dur
Composed By – Johann Pachelbel
21 Canon 3:07
22 Gigue 1:28

Cello [Baroque] – Jaap Ter Linden (tracks: 8 to 19, 21, 22)
Conductor – Reinhard Goebel
Ensemble – Musica Antiqua Köln
Harpsichord – Henk Bouman (tracks: 1 to 7, 16 to 22)
Organ [Truhen-orgel] – Henk Bouman (tracks: 8 to 15)
Theorbo – Konrad Junghänel (tracks: 8 to 15)
Viola [Baroque] – Karlheinz Steeb (tracks: 8 to 15)
Viola [Violetta] – Hajo Bäß (tracks: 8 to 15)
Viola da Gamba – Jaap Ter Linden (tracks: 2 to 6), Jonathan Cable (tracks: 20), Pere Ros (tracks: 20)
Violin [Baroque] – Hajo Bäß (tracks: 1, 7, 16 to 19, 21, 22), Mihoko Kimura (tracks: 21, 22), Reinhard Goebel
Violone – Jonathan Cable (tracks: 2 to 7)

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Nossa, que homem bem-apessoado! Este é Pachelbel.

PQP

Bassano, Bovicelli, Crecquillon, da Rore, Fontana, Frescobaldi, Gabrieli, Kempis, Merula, Palestrina: Quel lascivissimo cornetto – Virtuoso solo music for cornetto (Dickey, Tragicomedia)

Bassano, Bovicelli, Crecquillon, da Rore, Fontana, Frescobaldi, Gabrieli, Kempis, Merula, Palestrina: Quel lascivissimo cornetto – Virtuoso solo music for cornetto (Dickey, Tragicomedia)

Aquele cornetto muito lascivo. Hum… Entendi. Mas, antes de lascivo, este é um excelente CD da Access com a rara música para cornetto. O cornetto é um instrumento a respeito do qual podemos dizer que fica entre o trompete e a flauta… Coloco uma foto aí embaixo para que vocês possam conhecê-lo ou reconhecê-lo. Olha, o Sr. Dickey aí do disco é um grande virtuose e faz um trabalho espetacular sobre a música da Renascença e o cornetto. Um show de bola e um grande disco. Muitas das obras apresentadas são transcrições. Tenho esta gravação em vinil e o estranho é que o conjunto que acompanha o “cornetista” atendia antes pelo nome de Tragicomedia. Sempre quis conhecer melhor algum destes grandes virtuoses de instrumentos quase mortos, mas eles existem e Bruce Dickey é um deles. Lembro de uma parábola de Kafka em que um faquir bate todos os recordes de fome mas não tem forças para dizer a ninguém que conseguiu o feito… E, claro, poucos se importam com ele.

Bassano, Bovicelli, Crecquillon, da Rore, Fontana, Frescobaldi, Gabrieli, Kempis, Merula, Palestrina: Quel lascivissimo cornetto – Virtuoso solo music for cornetto

1. Tarquinio Merula: Sonata prima per violino ò cornetto e basso
2. Cipriano da Rore: Angelus ad pastores, motetto passeggiato da Giovanni Battista Bovicelli
3. Andrea Gabrieli: Caro dolce ben mio, madrigale passeggiato da Giovanni Bassano
4. Girolamo Frescobaldi: Canzona seconda detta la Bernadinia per canto solo
5. Frescobaldi: Canzona quintadecima detta la Lievoratta per due bassi
6. Frescobaldi: Canzona decimanona detta la Capriola per canto e basso
7. Giovanni Palestrina: Io son ferito ahi lasso, madrigale passeggiato da Bovicelli
8. Thomas Crecquillon: Onques amour, chanson à 5
9. Crecquillon: Onques amour, chanson passeggiato da Bassano
10. Giovanni Battista Fontana: Sonata seconda
11. Palestrina: Pulchra es amica mea, motetto passeggiato da Francesco Rognoni Taeggio
12. Crecquillon: Petite fleur, chanson à 5
13. Crecquillon: Petite fleur, chanson passeggiato da Girolamo Dalla Casa
14. Nicolaus à Kempis: Sonata per violino solo

Bruce Dickey (cornetto)
Stephen Stubbs (chitarrone, viheula)
Erin Headley (viola da gamba)
Andrew Lawrence-King (double harp, renaissance harp, organ)

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PQP

Antonio Caldara (1670-1736): Maddalena ai piedi di Cristo (Jacobs)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Este estupendo CD duplo traz o especialista em música barroca René Jacobs com um super time num lançamento da Harmonia Mundi alemã. Tudo perfeito se acrescentarmos que Maddalena ai piedi di Cristo é uma obra-prima.

Trata-se de um disco para ouvir e comprar. Ah, mas quem é Caldara? Eu também conhecia pouco, mas fiquei espantadíssimo com esta gravação multi-premiada.

Antonio Caldara foi um compositor italiano do período barroco, conhecido como compositor de óperas, cantatas e oratórios. Caldara nasceu em Veneza em uma família de músicos. Seu primeiro professor foi seu pai, Giuseppe, que foi violinista. Aos onze anos, estudou sob a direção de Giovanni Legrenzi, foi corista na Catedral de San Marco em Veneza, onde aprendeu vários instrumentos. Em 1699 mudou-se para Mântua, onde se tornou Mestre di cappella Charles IV, Duque de Mântua. Foi um dos mais prolíficos autores da sua geração. Caldara ocupou cargos importantes em Mântua, Roma e Viena, num momento em que a música vocal italiana estava a atravessar um processo de desenvolvimento rápido. Durante os anos seguintes, fez inúmeras viagens na Itália e no estrangeiro. Em 1708 é contratado pelo arquiduque Carlos, e mudou-se para Barcelona, onde compõe várias óperas que representam as primeiras óperas italianas da Península Ibérica. Caldara iria influenciar a escola de Mannheim, bem como Haydn e Mozart.

Antonio Caldara (1670-1736): Maddalena ai piedi di Cristo (Jacobs)

CD 1
1. Part 1. No. 1. Sinfonia
2. Part 1. No. 2. Aria. Dormi, o cara, e farmi il sonno
3. Part 1. No. 3. Recitativo. Così godea la mente
4. Part 1. No. 4. Aria. Deh, librate amoretti
5. Part 1. No. 5. Recitativo. Del sonno lusinghiero
6. Part 1. No. 6. Aria. La ragione, s’un’alma conseglia
7. Part 1. No. 7. Recitativo. Così sciolta da’lacci de’ sui error
8. Part 1. No. 8. Allegro. Alle vittorie
9. Part 1. No. 9. Recitativo. Oimè, troppo importuno
10. Part 1. No. 10. Aria. In un bivio è il mio volere
11. Part 1. No. 11. Recitativo. Maddelena, nel cielo fissa la sguardo
12. Part 1. No. 12. Aria. Spera, consolati
13. Part 1. No. 13. Recitativo. Troppo dura è la legge
14. Part 1. No. 14. Aria. Fin che danzan le grazie sul viso
15. Part 1. No. 15. Recitativo. Germana, al ciel, deh, volgi
16. Part 1. No. 16. Aria. Non sdegna il ciel le lacrime
17. Part 1. No. 17. Recitativo. Omai spezza quel nodo
18. Part 1. No. 18. Aria. Pompe inutili
19. Part 1. No. 19. Recitativo. E voi, dorati crini
20. Part 1. No. 20. Aria. Il sentier ch’ora tu prendi
21. Part 1. No. 21. Recitativo. Maddalena, coraggio!
22. Part 1. No. 22. Aria. Dilenti non più vanto
23. Part 1. No. 23. Recitativo. Dell’anima tua grande
24. Part 1. No. 24. Aria. Vattene, corri, vola
25. Part 1. No. 25. Recitativo. Marta, ho risolto
26. Part 1. No. 26. Aria. Voglio piangere
27. Part 1. No. 27. Recitativo. A tuo dispetto, Amor Terreno
28. Part 1. No. 28. Duetto. La mia virtude

CD 2
1. Part 2. No 1. Sinfonia
2. Part 2. No 2. Recitativo. Donna grande e fastosa
3. Part 2. No 3. Aria. Parti, che di virtù il gradito splendore
4. Part 2. No 4. Recitativo. Cingan pure quest’alma
5. Part 2. No 5. Aria. Chi con sua cetra
6. Part 2. No 6. Recitativo. Maddalena, deh, ferma!
7. Part 2. No 7. Aria. In lagrime stemprato il cor qui cade
8. Part 2. No 8. Recitativo. Oh ciel, chi vide mai la penitenza
9. Part 2. No 9.Aria. Ride il ciel e gl’astri brillano
10. Part 2. No 10. Recitativo. A tuo dispetto, Amor Terreno
11. Part 2. No 11. Aria. Me ne rido di tue glorie
12. Part 2. No 12. Recitativo. Se non ho forza a superar costei
13. Part 2. No 13. Aria. Orribili, terribili
14. Part 2. No 14. Recitativo. Maddalena, costanza
15. Part 2. No 15. Aria. O fortunate lacrime
16. Part 2. No 16. Recitativo. Mio Dio, mio Redentor
17. Part 2. No 17 .Aria. Chi drizzar di pianta adulta
18. Part 2. No 18. Recitativo. D’esser costante, o mio Gesù, non temo
19. Part 2. No 19. Aria. Per il mar del pianto mio
20. Part 2. No 20. Recitativo. L’atto immenso che, uscito
21. Part 2. No 21. Aria. Del senso soggiogar
22. Part 2. No 22. Recitativo. Di miei dardi possenti
23. Part 2. No 23. Aria. Da quel strale che stilla veleno
24. Part 2. No 24. Recitativo. Sempre dagl’astri scende
25. Part 2. No 25. Aria. Questi sono arcani ignoti
26. Part 2. No 26. Recitativo. Cittadini del ciel
27. Part 2. No 27. Aria. Sù, lieti festeggiate
28. Part 2. No 28. Recitativo. Voi, che in mirarmi oppresso ogn’or godete
29. Part 2. No 29. Aria. Voi del Tartaro
30. Part 2. No 30. Recitativo. Va dunque Maddalena
31. Part 2. No 31. Aria. Chi serva la beltà

Maddalena – Maria Christina Kiehr
Marta – Rosa Dominguez
Amor Terreno – Bernarda Fink
Amor Celeste – Andreas Scholl
Fariseo – Ulrich Messthaler
Cristo – Gerd Türk

Chiara Banchini: violin, dir.

Schola Cantorum Basiliensis
René Jacobs (cond.)

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Antonio Caldara

PQP

Benjamin Britten (1913-1976): Sinfonia da Requiem, Op. 20, Four Sea Interludes, Op. 33a, Passacaglia, Op. 33b e An American Overture

Benjamin Britten (1913-1976): Sinfonia da Requiem, Op. 20, Four Sea Interludes, Op. 33a, Passacaglia, Op. 33b e An American Overture

Este é um dos CDs que mais escuto entre todos os que disponho. E olhe que não é pouca coisa! Mas, há algo de especial nele – a música poderosa de Benjamin Britten. Acredito, sem rodeios, que Britten tenha sido o maior compositor inglês de todos os tempos. E olhem que gosto de Purcell, Elgar, Walton, Holst e Vaughan Williams. Mas Britten é imbatível. Sua música é arrebatadora. Consta que Britten ao nascer teria recebido o nome Benjamin por causa de um arroubo pretensioso da mãe. Ela julgava que o compositor seria “o quarto B” da história da música. Os primeiros foram: Bach, Beethoven e Brahms. Suas intenções eram excessivas. Mas não devemos olvidar as habilidades incomuns de Britten para compor. Sua obra é grandiosa. Separei três de suas óperas mais importantes – Peter Grimes, Morte em Veneza e Billy Bud – para postar. Acredito que isso se efetuará em algumas semanas – ou até o final do ano. Uma boa apreciação desse CD tão querido.

Benjamin Britten (1913-1976): Sinfonia da Requiem, Op. 20, Four Sea Interludes, Op. 33a, Passacaglia, Op. 33b e An American Overture

Sinfonia da Requiem, Op. 20
01. I. Lacrymosa
02. II. Dies Irae
03. III. Requiem Aeternam

Four Sea Interludes, Op. 33a
04. I. Dawn
05. II. Sunday Morning
06. III. Moonlight
07. IV. Storm

Passacaglia, Op. 33b
08. Passacaglia, Op. 33b

An American Overture
09. An American Overture

New Zealand Symphony Orchestra
Myer Fredman, regente

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Após o Réquiem, Britten foi tomar sorvete com os amigos.

Carlinus

Antonio Vivaldi (1678-1741): The French Connection (La Serenissima)

Antonio Vivaldi (1678-1741): The French Connection (La Serenissima)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Não que vá mudar a vida de algum de vocês, mas devo começar esta curta pílula de curadoria dizendo que não amo incondicionalmente Vivaldi. Mas seria de uma desonestidade atroz dizer que não amei incondicionalmente este disco.

Ele ganhou como o melhor disco de música barroca de 2009 da respeitável revista Gramophone. Vocês querem que eu diga o que então? Que é ruim? Não é, é bom demais.

Vivaldi, tal como quase todo Mozart, tem aquele problema de ser alegre e feliz e demais quando eu preciso de uma boa dose de drama e sanguinolência, só que este CD traz um repertório tão original que fiquei surpreso. Não tinha ouvido ainda estes concertos escritos sob inspiração francesa, um vício da época. O título do CD é certamente uma brincadeira com o bom filme homônimo de 1971 que tinha Gene Hackman como ator principal e que foi chamado no Brasil de Operação França.

Disco obrigatório para os amantes do barroco.

O Padre Rosso (o Padre Vermelho, pois Vivaldi era ruivo) foi professor de violino num orfanato de moças chamado Ospedale della Pietà em Veneza e teve um conhecido caso com uma de suas alunas, Anna Giraud. Um orfanato de moças… Já imaginaram as possibilidades matemáticas disso? Dizem que ele teve relações com várias alunas. Eram meninas oriundas da Roda dos Expostos ou Roda dos Enjeitados que havia no Ospedale. Tais mecanismos ficavam nas fachadas de instituições religiosas, embutidas na parede, dando para a rua. Consistiam em mecanismos utilizados para abandonar os recém-nascidos indesejados, que assim ficavam ao cuidado da instituição. O mecanismo era uma caixa cilíndrica que girava sobre um eixo vertical com uma portinhola ou apenas uma abertura. Quem desejava abandonar um recém-nascido, colocava ali seu filho e girava o cilindro, dando meia volta. Desta forma, quem abandonava a criança não era visto por quem a recebia. As rodas também serviam para que pessoas piedosas oferecessem anonimamente alimentos e medicamentos a tais casas. As crianças eram normalmente filhas de pessoas pobres, para quem seria um peso receber mais uma boca para alimentar, ou filhas de mães solteiras, nobres ou burguesas, que não desejavam ver descoberta sua gravidez. Vivaldi pegava ou não pegava as menininhas? Mais um conto rodrigueano de a vida como ela é.  Há que contrapor a isso a alegria e felicidade de suas obras. Pensem nisso durante a audição deste CD maravilhoso.

O pessoal da La Serenissima
O pessoal da La Serenissima

Antonio Vivaldi (1678-1741): The French Connection

Concerto for strings & continuo in C major, RV 114
1 Allegro 2:41
2 Adagio 0:24
3 Ciacona 3:09

Bassoon Concerto, for bassoon, strings & continuo in F major, RV 488
4 Allegro non molto 3:11
5 Largo 2:57
6 Allegro 2:19

Violin Concerto, for violin, strings & continuo in C major (“La stravaganza” No. 7), Op. 4/7, RV 185
7 Largo 1:56
8 Allegro 2:13
9 Largo 1:32
10 Allegro 2:22

Flute Concerto, for flute, strings & continuo in G major, RV 438
11 Allegro 3:52
12 Andante 3:26
13 Allegro 3:25

Concerto for strings & continuo in G minor, RV 157
14 Allegro 2:14
15 Largo 1:38
16 Allegro 2:25

Bassoon Concerto, for bassoon, strings & continuo in C major (incomplete), RV 468
17 Allegro 2:35
18 Andante 1:44

Flute Concerto, for flute, strings & continuo in E minor, RV 432
19 Allegro 3:05

Chamber Concerto, for flute, violin, bassoon & continuo in F major, RV 100
20 Allegro 2:40
21 Largo 2:31
22 Allegro 2:39

Concerto for strings & continuo in C minor, RV 119
23 Allegro 2:47
24 Largo 1:33
25 Allegro 1:36

Violin Concerto, for violin, strings & continuo in D major, RV 211
26 Allegro non molto 6:03
27 Larghetto 3:52
28 Allegro 5:52

Katy Bircher (flute)
Peter Whelan (bassoon)
Adrian Chandler (violin, conductor)
La Serenissima

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Antonio Vivaldi era assim
Antonio Vivaldi era assim…

PQP

Duarte Lôbo (1565-1646): Réquiem a 6 Vozes & Missa Vox Clamantis (The Tallis Scholars, Philips)

Duarte Lôbo (1565-1646): Réquiem a 6 Vozes & Missa Vox Clamantis (The Tallis Scholars, Philips)

Foi casual a data desta postagem se dar próxima ao Dia de Finados. Mas o que interessa é a qualidade da música de Duarte Lôbo e o incrível trabalho do Tallis. De forma paradoxal, os renascentistas espanhóis e portugueses criaram uma música religiosa sutil e discreta, mas também muito envolvente, intensa e profunda. Essa música de Réquiem portuguesa renascentista tem muito disso. Quase tudo de concentra nos acordes bonitos. Há a polifonia, claro, mas a ideia parece ser a de criar uma série de acordes bonitos. E aqui eles são lindos. Claro que o Tallis Scholars é fantástico e capricha demais. O que torna essa música ainda mais impressionante é a rotatividade harmônica. As partes internas se movem mais rapidamente do que as externas, criando um contraste entre eternidade e tumulto secular. O som é absolutamente incrível. As linhas vocais fluem, caindo em acordes que podem ser poderosos, delicados, às vezes alegres. É esplêndido. Em nenhum lugar isso é mais evidente do que no Introitus e no Kyrie (faixas um e dois). Quando a gente acha que virá uma grande tristeza, as vozes caem em outro acorde que nos faz sorrir. A Missa Missa Vox Clamantis também é boa.

Duarte Lôbo (1565-1646): Réquiem a 6 Vozes & Missa Vox Clamantis (The Tallis Scholars, Philips)

Requiem For Six Voices (40:24)
1 Introitus 7:12
2 Kyrie 5:11
3 Graduale: Requiem Aeternam 4:18
4 Sequentia Pro Defunctis 5:15
5 Offertorium: Domine Iesu Christe 6:13
6 Sanctus & Benedictus 2:37
7 Agnus Dei I, II & III 2:33
8 Communio: Lux Aeterna 3:09
9 Responsorium Pro Defunctis: Memento Mei 3:55

Missa Vox Clamantis (25:24)
10 Kyrie 4:35
11 Gloria 5:10
12 Credo 7:57
13 Sanctus & Benedictus 4:10
14 Agnus Dei I & II 3:32

Alto Vocals – Adrian Hill, Michael Lees, Richard Wyn Roberts*, Robert Harre-Jones
Bass Vocals – Donald Greig, Francis Steele
Choir – The Tallis Scholars
Conductor – Peter Phillips
Soprano Vocals – Barbara Borden, Deborah Roberts, Ghislaine Morgan (tracks: 10 to 14), Tessa Bonner
Tenor Vocals – Angus Smith, Harvey Brough (tracks: 1 to 9), Paul Agnew (2) (tracks: 1 to 9), Rufus Müller

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Êta, padreco bom de acorde!.

PQP

Gabriel Fauré (1845-1924): "Messe de Requiem”, Op.48 / “Messe des pêcheurs de Villerville” (Herreweghe)

Gabriel Fauré (1845-1924): "Messe de Requiem”, Op.48 / “Messe des pêcheurs de Villerville” (Herreweghe)

Dr. Cravinhos nos envia uma excelente versão do belíssimo Réquiem de Gabriel Fauré, sob responsabilidade de Philippe Herreweghe, acompanhada da reconstrução da “Messe des pêcheurs de Villerville” — outra obra de Fauré — realizada por André Messager. FDP postou recentemente o Réquiem, mas achei interessante postar outra obra análoga de Fauré. Fauré era um melodista algo melancólico, foi aluno de Saint-Saëns, o qual mostrou-lhe o caminho da verdade: Johann Sebastian Bach. É um compositor antiquado, que ouvia mas recusava Wagner. Viveu até 1924, mas sua música parece a do marido da Clara, Robert Schumann, outro refinado e melancólico melodista.

Faure escreveu este Requiem “simplesmente por prazer, não para qualquer evento”. Nele, Fauré reflete uma relação pessoal com a morte, “como uma libertação feliz”.

O registro de Herreweghe é absolutamente notável. Êta homem compreensivo (*)! Como parece ser uma gravação de 2001 [é de 1988, ver ressalva abaixo], é da atual fase ateia de Herreweghe. É como sempre digo, nada como um bom ateu para compreender (olha ele aí de novo!) as coisas da religiosidade…

(*) No sentido de que compreende a todos.

Gabriel Fauré (1845 – 1924) “Messe de REQUIEM” op.48, Version 1893
01 Fauré: Requiem, Op. 48 – 1. Introit & Kyrie
02 Fauré: Requiem, Op. 48 – 2. Offertory
03 Fauré: Requiem, Op. 48 – 3. Sanctus
04 Fauré: Requiem, Op. 48 – 4. Pie Jesu
05 Fauré: Requiem, Op. 48 – 5. Agnus Dei
06 Fauré: Requiem, Op. 48 – 6. Libera Me
07 Fauré: Requiem, Op. 48 – 7. In Paradisum

Gabriel Fauré & André Messager “Messe des pêcheurs de Villerville”
08 Fauré/Messager: Messe Des pêcheurs De Villerville – Kyrie
09 Fauré/Messager: Messe Des pêcheurs De Villerville – Gloria
10 Fauré/Messager: Messe Des pêcheurs De Villerville – Sanctus
11 Fauré/Messager: Messe Des pêcheurs De Villerville – O Salutaris
12 Fauré/Messager: Messe Des pêcheurs De Villerville – Agnus Dei

Agnès Mellon (soprano solo, faixa 4)
Peter Kooy (barítono solo, faixas 2 e 6)
Jean-Philippe Audoli (violino, faixa 11)
La Chapelle Royale
Les Petits Chanteurs de Saint-Louis
Ensemble Musique Oblique
Philippe Herreweghe (regente)

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Gabriel Fauré e seus longos bigodes brancos (1907)

PQP (post original de 2012)
Pleyel (repostagem em 2024) faz a seguinte ressalva: gravação de 1988, lançada no mesmo ano pela Harmonia Mundi

Gustav Mahler (1860-1911): Das Lied von der Erde (A Canção da Terra) (Halász, Donose, Harper, NSO of Ireland)

Gustav Mahler (1860-1911): Das Lied von der Erde (A Canção da Terra) (Halász, Donose, Harper, NSO of Ireland)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um CD que não fica nada a dever aos grandes nomes que abordaram esta obra. A Canção da Terra não é uma peça para amadores. Ao contrário, é para orquestras e maestros de primeira categoria, o que não significa que o menos famoso Michael Halász faça dela a tremenda obra-prima que é. Comecemos pela gravação. Ela tem uma clareza que não pé frequentemente encontrada mesmo nas “gravações top” e é particularmente notável por colocar os cantores em correta relação com a orquestra. Todos tem presença sem sobreposições. Halász não é nada enfadonho: ele percebe a importância da grande obra, mas não se impõe a ela como tantos maestros de Mahler tendem a fazer. Da mesma forma, o ritmo é rápido — poucas leituras duram menos de uma hora –, evitando assim o sentimentalismo aberto e, ao mesmo tempo, permitindo que a obra-prima de Mahler fale por si. Os solistas vão na mesma linha. Donose é um achado, canta seus lieder com beleza atraente e leve. Thomas Harper demonstra, ao menos para mim, um equilíbrio certo entre lirismo e força.

A Canção da Terra (1908) é uma cantata sinfônica — ou uma fusão perfeita entre cantata e sinfonia — sobre textos de Li T’ai Po e outros poetas chineses, na tradução alemã de Hans Bethge. O melhor Mahler parece condensado nesta música que mistura o clássico com as predileções de Mahler pela música popular e folclórica. Sua permanente angústia religiosa e as dúvidas do intelectual se manifestam nesta música pessoalíssima e perfeita, que termina com uma comovente canção de despedida.

Gustav Mahler (1860-1911): Das Lied von der Erde (A Canção da Terra) (Halász, Donose, Harper, NSP of Ireland)

1 Das Trinklied vom Jammer der Erde 08:02
2 Der Einsame im Herbst 09:02
3 Von der Jugend 03:09
4 Von der Schonheit 06:36
5 Der Trunkene im Fruhling 04:26
6 Der Abschied 27:19

Conductor(s): Halász, Michael
Orchestra(s): Ireland National Symphony Orchestra
Artist(s): Ruxandra Donose, Thomas Harper

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Mahler e família

PQP

Clint Mansell (1963): Requiem for a Dream (Kronos Quartet & Clint Mansell)

Clint Mansell (1963): Requiem for a Dream (Kronos Quartet & Clint Mansell)

Nas últimas duas semanas, o número de postagens com música contemporânea tem sido considerável aqui no PQP Bach. Para não quebrar essa lógica, resolvi postar este Cd, pois ele é uma desafio para mim. É importante deveras ser surpreendido por desafios aparentemente inexpugnáveis. Parafraseando Nietzsche posso afirmar que há músicas que são admitidas com o tempo. Ouvi há quase um ano este cd e a impressão primeira não foi boa. Voltei a ouvi-lo ontem e eis que fui acometido por sensações misteriosas. Confesso que desde ontem estou aturdido com as músicas deste CD. É música profunda, cheia de desafios assustadores, quase que fantasmágoricos. O CD é a compilação da trilha sonora do filme Réquiem para um sonho, que ainda não assisti. Todavia, li algumas informações sobre a produção e tive a curiosidade despertada.  Interessante é que tenho o filme. A trilha foi composta por Clint Mansell e pelo fantástico, prolífico, Kronos Quartet. Esteticamente, sinto-me grávido de impressões confusas, distantes, quando ouço esta música. Há música eletrônica, desvarios sonoros, paisagens cheias de efeitos e um cello que me transmite a ideia de um deserto desolado, afastado, silencioso, de sol amarelecido. É ouvir para conferir.

Clint Mansell (1963): Requiem for a Dream (Kronos Quartet & Clint Mansell)

Summer
1 Summer Overture 2:36
2 Party 0:28
3 Coney Island Dreaming 1:04
4 Party 0:36
5 Chocolate Charms 0:25
6 Ghosts Of Things To Come 1:33
7 Dreams 0:44
8 Tense 0:37
9 Dr. Pill 0:42
10 High On Life 0:11
11 Ghosts 1:21
12 Crimin’ & Dealin’ 1:44
13 Hope Overture 2:31
14 Tense 0:28
15 Bialy & Lox Conga 0:45

Fall
16 Cleaning Apartment 1:25
17 Ghosts-Falling 1:11
18 Dreams 1:02
19 Arnold 2:35
20 Marion Barfs 2:22
21 Supermarket Sweep 2:14
22 Dreams 0:32
23 Sara Goldfarb Has Left The Building 1:17
24 Bugs Got A Devilish Grin Conga 0:57

Winter
25 Winter Overture 0:19
26 Southern Hospitality 1:23
27 Fear 2:26
28 Full Tense 1:04
29 The Beginning Of The End 4:28
30 Ghosts Of A Future Lost 1:50
31 Meltdown 3:55
32 Lux Aeterna 3:54
33 Coney Island Low 2:13

Arranged By [Kronos Quartet Performances Arrangements By] – David Lang
Cello – Jennifer Culp
Featuring – Kronos Quartet
Programmed By [All Machines Programmed By] – Clint Mansell
Viola – Hank Dutt
Violin – David Harrington, John Sherba

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Cena de “Requiem for e Dream”.

Carlinus