Sim, Mozart teria ficado feliz. Ouvi o Exsultate, jubilate na Rádio da UFRGS e meu prazer foi quase sexual. Ela canta como a gente sonha ouvir alguém cantar. E então passamos ao CD: é uma jóia após outra. Dizer o quê? Eu adoro a voz de Cecilia Bartoli, amo mesmo. Como deve ser maravilhoso ter a capacidade de abrir a boca e, diferentemente de mim, não dizer bobagens com uma voz feia. Ela efetivamente tem toda uma riqueza musical muito pessoal e própria. E chega de babação.
Mozart Portraits — Cecilia Bartoli
1. Così fan tutte / Act 1 – “Temerari! Sortite!” – “Come scoglio!” 5:50
2. Così fan tutte / Act 2 – “Ei parte…Per pietà” 9:04
3. Così fan tutte / Act 1 – “In uomini, in soldati” 2:42
4. Le nozze di Figaro / Act 3 – “E Susanna non vien!” – “Dove sono i bei momenti” 6:43
5. Le nozze di Figaro / Act 4 – Giunse alfin il momento…Al desio di chi t’adora 7:19
6. Don Giovanni / Act 1 – “Batti, batti, o bel Masetto” 3:48
7. In quali eccessi… Mi tradi, K.540c – (Da Ponte)/Recitative and Aria (No.21bis) for Don Giovanni (version Vienna 1788) 5:48
8. Davidde Penitente, K.469 – 3. Aria: “Lungi le cure ingrate” 4:56
9. Exsultate, jubilate, K.165 14:37
Cecilia Bartoli
György Fischer
Vienna Chamber Orchestra
Pessoal, o negócio é seguinte — vou postando o que ouço, tá? E estou embasbacado com essa versão do Bernard Haitink — sim, meu filho se chama Bernardo, mas não creio que tenha sido uma homenagem consciente ao grande holandês, apenas um compreensível ato falho — para a integral de Mahler. Na verdade, estou tão apaixonado que ontem ouvi sem interrupções as mais de quatro horas e meia da música maravilhosa que ora posto. Toda esta série é com o incrível conjunto do Concertgebouw de Amsterdam. Não vou me derramar com mais elogios para a música, a orquestra e seu regente. Encarem a linha em branco abaixo como se fossem linhas e linhas repletas da mais histérica admiração e dos mais inteligentes argumentos para que você conheça tais obras do modo com Haitink as mostra.
Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonias de 1 a 4 com Bernard Haitink
CD1 Symphony No. 1 in D “Titan”
1. I. Langsam. Schleppend 13:23
2. II. Kraftig bewegt 7:45
3. III. Feierlich und gemessen 10:51
4. IV. Sturmisch bewegt 20:04
Symphony No. 2 in C minor “Resurrection”
5. I. Allegro maestoso 20:27
Royal Concertgebouw Orchestra
Bernard Haitink
CD2 Symphony No. 2 in C minor “Resurrection”
1. II. Andante moderato 10:56
2. III. In ruhig flie ender Bewegung 11:22
3. IV. Urlicht 5:19
4. V. Im Tempo des Scherzos 9:28
5. VI. Maestoso. Sehr zur ckhaltend 7:39
6. VII. Sehr langsam 2:17
7. VIII. Langsam. Miesterioso 6:22
8. IX. Etwas bewegter 8:22
Elly Ameling, soprano; Aafje Heynis, contralto; Netherlands Radio Chorus, Chorus master: Carel Laout
Royal Concertgebouw Orchestra
Bernard Haitink
CD3 Symphony No. 3 in D minor
Part I
1. I. Kräftig. Entschieden 32:09
Part II
2. II. Tempo di minuetto 10:19
3. III. Comodo. Scherzando 16:50
4. IV. Sehr langsam. Misterioso (“O Mensch! Gib acht!”) 8:45
5. V. Lustig im Tempo 4:05
Maureen Forester, contralto; Women’s Chorus of the Netherlands Radio;
Boy’s Chorus of the St Wilibrord Church, Amsterdam
Royal Concertgebouw Orchestra
Bernard Haitink
CD4 Symphony No. 3 in D minor
1. VI. Langsam. Rhuevoll. Empfunden 22:05
Symphony No. 4 in G
2. I. Bedachtig. Nicht eilen 16:27
3. II. In gemachlicher Bewegung 8:37
4. III. Ruhevoll. Poco adagio 19:34
5. IV. Sehr behaglich 8:48
Elly Ameling, soprano (Symphony No. 4)
Maureen Forester, contralto (Symphony No. 3); Women’s Chorus of the Netherlands Radio (Symphony No. 3);
Boy’s Chorus of the St Wilibrord Church, Amsterdam (Symphony No. 3)
Royal Concertgebouw Orchestra
Bernard Haitink
Eu respeito os que defendem outros regentes, mas não vejo ninguém à frente desta gravação de Gardiner para o Réquiem de Verdi. Quem me repassou esta foi algum de vocês, mas, apesar de estar muito agradecido, não lembro quem foi. Coisas do esporte bretão. Relendo os comentários já postados, digo que mais pessoas também consideraram esta gravação imbatível!
Falemos sério: isto aqui está muito mais para ópera do que para um Réquiem. Réquiem é o de Brahms, o de Mozart, o de Fauré e de outros, mas é mesmo assim é muito bom. Drama, drama, drama — o Réquiem de Verdi é um drama humano com Deus como plateia. Ele transpõe toda a intensidade dramática, as paixões e o terror do palco operístico para o texto da missa dos defunteados. A obra não é uma prece serena pela paz eterna, mas um confronto emocional com o medo, o julgamento e a perda. O “Dies Irae” é um furacão orquestral e coral que pinta o Dia da Ira com uma força inigualável. Ai, que meda! Os solistas (soprano, mezzo, tenor e baixo) vivem personagens em conflito, enquanto o coro representa a humanidade aterrorizada perante o divino. Composta em memória do poeta Alessandro Manzoni, a quem Verdi admirava, seu Réquiem é um monumento musical de dor coletiva. Apesar de todo este terror, após a fúria do “Dies Irae”, momentos como o “Lacrimosa” ou a suplicante ária do soprano no “Libera Me” demonstram certa vulnerabilidade dos mortos. Por exemplo, a repetição do “Libera Me” (Livrai-me) no final não é resoluta, mas suplicante e cheia de angústia, terminando a obra num suspiro de incerteza todo cagado de medo.
Giuseppe Verdi (1813-1901): Réquiem e Quatro Peças Sacras (Gardiner)
CD 1
1. Messa da Requiem – 1. Requiem Anne Sofie von Otter 8:50
2. Messa da Requiem – 2. Dies irae The Monteverdi Choir 2:09
3. Messa da Requiem – 2. Tuba mirum Alastair Miles 2:59
4. Messa da Requiem – 2. Liber scriptus Anne Sofie von Otter 4:41
5. Messa da Requiem – 2. Quid sum miser Anne Sofie von Otter 3:42
6. Messa da Requiem – 2. Rex tremendae Anne Sofie von Otter 3:24
7. Messa da Requiem – 2. Recordare Anne Sofie von Otter 4:02
8. Messa da Requiem – 2. Ingemisco Luca Canonici 3:22
9. Messa da Requiem – 2. Confutatis Alastair Miles 4:49
10. Messa da Requiem – 2. Lacrymosa Anne Sofie von Otter 5:45
11. Messa da Requiem – 3. Offertorium Anne Sofie von Otter 10:06
12. Messa da Requiem – 4. Sanctus The Monteverdi Choir 2:41
CD 2
1. Messa da Requiem – 5. Agnus Dei Anne Sofie von Otter 5:01
2. Messa da Requiem – 6. Lux aeterna Anne Sofie von Otter 6:18
3. Messa da Requiem – 7. Libera me Luba Orgonasova 13:29
4. 4 Sacred Pieces (Quattro pezzi sacri) – Ave Maria The Monteverdi Choir 6:05
5. 4 Sacred Pieces (Quattro pezzi sacri) – Stabat Mater The Monteverdi Choir 11:47
6. 4 Sacred Pieces (Quattro pezzi sacri) – Laudi alla vergine Maria The Monteverdi Choir 5:47
7. 4 Sacred Pieces (Quattro pezzi sacri) – Te Deum Donna Brown 14:53
Anne Sofie von Otter
Luba Orgonasova
Alastair Miles
Luca Canonici
Orchestre Révolutionnaire et Romantique
Monteverdi Choir
John Eliot Gardiner
Grandes composições de Brahms interpretadas fantasticamente por esta nova estrela do violino — o russo Vadim Repin — e um regente veterano — Riccardo Chailly. Repin começa bem sua relação com Brahms: a frase A música de Brahms me move para as profundezas do meu ser pode ser grandiloquente, mas só para quem não conhece a densidade do homem que — quem sabe? — comia Clara Schumann. O Concerto de Brahms já fazia parte de seu repertório há bastante tempo, apesar de Repin ter apenas 38 anos, assim como os concertos de Beethoven, Mendelssohn e Tchaikovsky. Riccardo Chailly e a Orquestra Gewandhaus de Leipzig são seus velhos conhecidos porém A última vez que executei o Concerto para Violino de Brahms com Chailly foi há quase dez anos atrás, em uma turnê norte-americana com a Orquestra do Concertgebouw. Pois nesta gravação eles reaparecem tocando demais.
O Concerto está absolutamente sem reparos. Já o Concerto Duplo parece bem mais rápido do que o habitual (talvez eu esteja errando ao considerar aquela gravação de Mutter-Meneses-Karajan como o gold standard, não?). Tal concepção não me incomodou, todavia sinto uma certa intenção de fazê-lo mais brusco e afirmativo, em contraste com a absoluta perfeição do Concerto para violino.
Johannes Brahms (1833 – 1897): Concerto para Violino e Concerto Duplo (Repin / Chailly)
Violin Concerto in D, Op.77
1) 1. Allegro non troppo [22:51]
2) 2. Adagio [9:11]
3) 3. Allegro giocoso, ma non troppo vivace – Poco più presto [7:56]
Concerto for Violin and Cello in A minor, Op.102 4) 1. Allegro [16:43]
5) 2. Andante [7:40]
6) 3. Vivace non troppo – Poco meno allegro – Tempo I [8:29]
Este CD mereceu atenção especialíssima da Gramophone há alguns anos. Puxa, e ele é mesmo bom pra caraglio. Valeu o pequeno investimento. A música de Veracini é inteiramente italiana e de qualidade extraordinária e seu trabalho sobre a Sonata de Corelli é o melhor do CD. É para se ouvir de joelhos. Francesco Maria Veracini (1690-1768) viajou frequentemente pela Europa, tendo sido um dos primeiros violinistas freelancers, numa altura em que o grande objetivo de qualquer músico era obter um posto permanente (veja-se o caso de Bach, por exemplo, de quem Veracini foi contemporâneo). Nascido no seio de uma família de violinistas, fez os estudos musicais com o tio, Antonio Veracini (1659-1733), e não tardou que iniciasse a ronda europeia: Veneza (1711-1712), Londres (1714), Dusseldorf (1715), Londres de novo, Dresden (1717-1722), Florença (1723-33) e regresso a Londres (1741-1745). O virtuosismo de Veracini está bem expresso nos escritos do historiador inglês Charles Burney (1726-1814), um antigo aluno de Thomas Arne (1710-1778): “The year 1714 was rendered an important period for the progress of the violin in this country by the arrival of Geminiani and Veracini, as the abilities of these masters confirmed the sovereignity of the instrument over all others, in our theatres and concerts”. À carreira de violinista, que lhe trouxe fama e fortuna, Veracini juntou a de compositor, tendo escrito música vocal (óperas, cantatas, oratórios, canções), concertos e sonatas para violino (à volta de 60). Veracini faleceu no dia 31 de Outubro de 1768.
John Holloway apresenta uma sonata de cada uma das quatro principais coleções de Francesco Maria Veracini – desde o conjunto inédito, composto em Veneza em 1716, aos dois conjuntos publicados com números de opus de 1721 e 1744, respectivamente, até as inusitadas Dissertazioni de cerca de 1760 –, proporcionando-nos assim facetas sutilmente diferentes desta figura pouco conhecida, mas importante, no cenário violinístico do século XVIII. E embora seja verdade que a força corelliana seja forte nesta obra, ela certamente não obscurece a personalidade musical robusta e confiante de Veracini. As Sonatas Op 2 accademiche, em particular, demonstram como o modelo corelliano pode ser expandido ao se prestar um pouco mais de atenção a algumas de suas possibilidades contrapontísticas e violinísticas não realizadas – um ponto que Veracini deixa ainda mais claro na homenagem explícita que são as Dissertazioni, nas quais ele “preenche” as sonatas Op. 5 de Corelli.
Francesco Maria Veracini (1690 – 1768): Sonatas (Holloway, ter Linden, Mortensen)
1. Sonata No. 1 in G minor (from Sonata a violino solo e basso op. 1) – Overtura. Larga – Allegro 5:40
2. Sonata No. 1 in G minor (from Sonata a violino solo e basso op. 1) – Aria. Affetuoso 4:40
3. Sonata No. 1 in G minor (from Sonata a violino solo e basso op. 1) – Paesana. Allegro 1:51
4. Sonata No. 1 in G minor (from Sonata a violino solo e basso op. 1) – Minuet. Allegro 1:19
5. Sonata No. 1 in G minor (from Sonata a violino solo e basso op. 1) – Giga “Postiglione”. Allegro 4:28
6. Sonata No. 5 in C Major (from Sonata a violino, o flauto solo, e basso) – Largo 2:18
7. Sonata No. 5 in C Major (from Sonata a violino, o flauto solo, e basso) – Allegro 2:17
8. Sonata No. 5 in C Major (from Sonata a violino, o flauto solo, e basso) – Largo 2:53
9. Sonata No. 5 in C Major (from Sonata a violino, o flauto solo, e basso) – Allegro 3:16
10. Sonata No. 1 in D Major (from Dissertazioni… sopra l’opera quinta del Corelli) – Grave – Allegro 3:11
11. Sonata No. 1 in D Major (from Dissertazioni… sopra l’opera quinta del Corelli) – Allegro 2:41
12. Sonata No. 1 in D Major (from Dissertazioni… sopra l’opera quinta del Corelli) – Allegro 1:01
13. Sonata No. 1 in D Major (from Dissertazioni… sopra l’opera quinta del Corelli) – Adagio 2:51
14. Sonata No. 1 in D Major (from Dissertazioni… sopra l’opera quinta del Corelli) – Allegro 2:06
15. Sonata No. 6 in A Major (from Sonate accademiche op. 2) – Siciliana. Larghetto 3:06
16. Sonata No. 6 in A Major (from Sonate accademiche op. 2) – Capriccio. Allegro, e con affetto 5:02
17. Sonata No. 6 in A Major (from Sonate accademiche op. 2) – Andante moderato 3:28
18. Sonata No. 6 in A Major (from Sonate accademiche op. 2) – Largo 5:37
19. Sonata No. 6 in A Major (from Sonate accademiche op. 2) – Allegro assai
John Holloway: violin
Jaap ter Linden: violoncello
Lars Ulrich Mortensen: harpsichord
Eu não sou apaixonado por Chopin, mas amo Pollini. Como esta gravação é muito famosa, deve ser boa. Então, posto e me voy.
Frédéric Chopin (1810-1849): Etudes (Pollini)
1. 12 Etudes, Op.10 – No. 1. in C 1:57
2. 12 Etudes, Op.10 – No. 2. in A minor “chromatique” 1:26
3. 12 Etudes, Op.10 – No. 3. in E “Tristesse” 3:42
4. 12 Etudes, Op.10 – No. 4. in C sharp minor 2:01
5. 12 Etudes, Op.10 – No. 5. in G flat “Black Keys” 1:38
6. 12 Etudes, Op.10 – No. 6. in E flat minor 3:10
7. 12 Etudes, Op.10 – No. 7. in C 1:30
8. 12 Etudes, Op.10 – No. 8. in F 2:20
9. 12 Etudes, Op.10 – No. 9. in F minor 2:06
10. 12 Etudes, Op.10 – No. 10. in A flat 2:03
11. 12 Etudes, Op.10 – No. 11. in E flat 2:16
12. 12 Etudes, Op.10 – No. 12. in C minor “Revolutionary” 2:40
13. 12 Etudes, Op.25 – No. 1 in A flat “Harp Study” 2:21
14. 12 Etudes, Op.25 – No. 2 in F minor 1:26
15. 12 Etudes, Op.25 – No. 3 in F 1:51
16. 12 Etudes, Op.25 – No. 4 in A minor 1:42
17. 12 Etudes, Op.25 – No. 5 in E minor 2:54
18. 12 Etudes, Op.25 – No. 6 in G sharp minor 2:03
19. 12 Etudes, Op.25 – No. 7 in C sharp minor 4:51
20. 12 Etudes, Op.25 – No. 8 in D flat 1:06
21. 12 Etudes, Op.25 – No. 9 in G flat, “Butterfly Wings” 0:56
22. 12 Etudes, Op.25 – No. 10 in B minor 3:56
23. 12 Etudes, Op.25 – No. 11 in A minor “Winter Wind” 3:33
24. 12 Etudes, Op.25 – No. 12 in C minor 2:31
Uma gravação clássica do Beaux Arts Trio e agregados, que deve ser apresentada aos pequepianos. Trata-se de um repertório sem pontos baixos interpretados notavelmente por especialistas no formato de trio e no gênero romântico. Das várias formações do grupo de Menahem Pressler, a deste CD, com Isidore Cohen e Bernard Greenhouse, foi a mais habitual.
Esses trios são uma excelente introdução a Brahms, uma vez que eles são de todas as fases da carreira do compositor. O Beaux Arts oferece a prova definitiva de que é melhor ouvir um conjunto estabelecido do que as colaborações entre superstars das quais algumas gravadoras tanto gostam. Há um diálogo contínuo e instintivo longamente estabelecido entre os três veteranos. A sua abordagem é descontraída, sem os excessos dramáticos que caracterizam muitas interpretações camarísticas de Brahms. Uma joia!
Johannes Brahms (1833-1897): Complete Trios (Beaux Arts)
Disc 1
1 Brahms: Piano Trio No.1 in B, Op.8 – 1. Allegro con brio 10:15
2 Brahms: Piano Trio No.1 in B, Op.8 – 2. Scherzo (Allegro molto) 4:58
3 Brahms: Piano Trio No.1 in B, Op.8 – 3. Adagio 8:10
4 Brahms: Piano Trio No.1 in B, Op.8 – 4. Allegro 6:17
Beaux Arts Trio
5 Brahms: Horn Trio in E flat, Op.40 – 1. Andante – Poco più animato 7:25
6 Brahms: Horn Trio in E flat, Op.40 – 2. Scherzo (Allegro) 7:32
7 Brahms: Horn Trio in E flat, Op.40 – 3. Adagio mesto 7:03
8 Brahms: Horn Trio in E flat, Op.40 – 4. Finale (Allegro con brio) 6:24
Arthur Grumiaux and Francis Orval and György Sebök
Disc 2
1 Brahms: Piano Trio No.2 in C, Op.87 – 1. Allegro 8:50
2 Brahms: Piano Trio No.2 in C, Op.87 – 2. Andante con moto 7:23
3 Brahms: Piano Trio No.2 in C, Op.87 – 3. Scherzo (Presto) 4:13
4 Brahms: Piano Trio No.2 in C, Op.87 – 4. Finale (Allegro giocoso) 5:27
Beaux Arts Trio
5 Brahms: Piano Trio No.3 in C minor, Op.101 – 1. Allegro energico 6:43
6 Brahms: Piano Trio No.3 in C minor, Op.101 – 2. Presto non assai 3:12
7 Brahms: Piano Trio No.3 in C minor, Op.101 – 3. Andante grazioso 4:32
8 Brahms: Piano Trio No.3 in C minor, Op.101 – 4. Allegro molto 4:54
Beaux Arts Trio
9 Brahms: Clarinet Trio in A minor, Op.114 – 1. Allegro 7:44
10 Brahms: Clarinet Trio in A minor, Op.114 – 2. Adagio 8:17
11 Brahms: Clarinet Trio in A minor, Op.114 – 3. Andante grazioso 5:12
12 Brahms: Clarinet Trio in A minor, Op.114 – 4. Allegro 4:16
Bernard Greenhouse and George Pieterson and Menahem Pressler
Grande CD com as Sonatas — uma mais linda do que a outra — deste gênio que foi Arcangelo Corelli. Certamente, este belo trabalho está fora de catálogo. Também estas sonatas já foram postadas por nós, mas não vejo muito problema em revisitá-las, pois são belíssimas. O trio italiano que as interpreta é bastante bom. Enrico Gatti é um especialista do repertório de Corelli. A audição das Sonatas para Violino recuperaram o dia de hoje para mim. Tava uma bosta.
Arcangelo Corelli (Fusignano, 17 de fevereiro de 1653 — Roma, 8 de janeiro de 1713) foi um professor, maestro, violinista e compositor italiano. Pouco se sabe sobre a sua vida. Recebeu formação em Bolonha e Roma, e nesta cidade desenvolveu a maior parte de sua carreira, sendo patrocinado por grandes mecenas aristocratas e eclesiásticos. Embora sua produção integral resuma-se a somente seis coleções de obras publicadas — cinco delas de sonatas para trio ou solo e uma de concertos grossos, com doze peças em cada —, seu reduzido número e os poucos gêneros a que se dedicou estão em proporção radicalmente inversa à vasta fama que elas lhe trouxeram, cristalizando modelos de larga influência em toda a Europa. Das seis coleções, a sexta e última, dos concertos grossos, é a que ganhou o mais duradouro favor da crítica, embora a quinta também seja altamente apreciada. Sua escrita foi admirada pelo equilíbrio, pelo refinamento, pelas suntuosas e originais harmonias, pela riqueza das texturas, pelo majestoso efeito dos conjuntos e pela sua polifonia clara e melodiosa, qualidades tidas como uma expressão perfeita dos ideais clássicos, mesmo vivendo na atmosfera barroca e empregando recursos mais típicos desta escola, como a exploração de contrastes dinâmicos e afetivos, mas sempre temperados por um grande senso de moderação. Foi o primeiro a aplicar em plenitude, com finalidade expressiva e estruturante, o novo sistema tonal que acabava de ser consolidado depois de pelo menos duzentos anos de ensaios preliminares. Era regularmente contratado como regente ou violinista solista para apresentações de óperas, oratórios e outras obras, além de participar ativamente na evolução da orquestra padrão. Como violinista virtuose foi considerado um dos maiores de sua geração, senão o maior de todos. Contribuiu para colocar o violino entre os mais prestigiados instrumentos solistas e para o desenvolvimento de técnicas modernas, além de fazer muitos discípulos. Foi a personalidade dominante na vida musical romana até seus últimos anos e muito estimado internacionalmente, foi disputado pelas cortes e admitido na mais prestigiada sociedade artística e intelectual de seu tempo, a Academia da Arcádia, sendo chamado de “o novo Orfeu”, “o príncipe dos músicos” e outros adjetivos similares, gerando grande folclore. Sua obra já foi objeto de volumosa bibliografia crítica, a discografia cresce sem cessar e suas sonatas ainda são usadas largamente nas academias de música como material didático. Sua posição na história da música ocidental está hoje firmemente estabelecida como um dos principais mestres da passagem do século XVII para o XVIII e como um dos primeiros e maiores classicistas.
Arcangelo Corelli (1653-1713): Sonate a Violino e Violone o Cimbalo (Enrico Gatti)
01. 1. Grave (Sonate I en ré majeur) (3:20)
02. 2. Allegro (Sonate I en ré majeur) (2:29)
03. 3. Allegro (Sonate I en ré majeur) (1:00)
04. 4. Adagio (Sonate I en ré majeur) (2:47)
05. 5. Allegro (Sonate I en ré majeur) (1:39)
06. 1. Preludio: Vivace (Sonate VII en ré mineur) (1:56)
07. 2. Corrente: allegro (Sonate VII en ré mineur) (2:43)
08. 3. Sarabana: Largo (Sonate VII en ré mineur) (2:08)
09. 4. Giga: Allegro (Sonate VII en ré mineur) (2:08)
10. 1. Grave (Sonate II en si bémol majeur) (3:00)
11. 2. Allegro (Sonate II en si bémol majeur) (2:24)
12. 3. Vivace (Sonate II en si bémol majeur) (1:15)
13. 4. Adagio (Sonate II en si bémol majeur) (2:36)
14. 5. Vivace (Sonate II en si bémol majeur) (1:19)
15. 1. Preludio: Largo (Sonate VIII en mi mineur) (4:32)
16. 2. Allemanda: Allegro (Sonate VIII en mi mineur) (1:51)
17. 3. Sarabanda: Largo (Sonate VIII en mi mineur) (2:52)
18. 4. Giga: Allegro (Sonate VIII en mi mineur) (1:53)
19. 1. Adagio (Sonate III en ut majeur) (2:49)
20. 2. Allegro (Sonate III en ut majeur) (2:08)
21. 3. Adagio (Sonate III en ut majeur) (2:59)
22. 4. Allegro (Sonate III en ut majeur) (1:01)
23. 5. Allegro (Sonate III en ut majeur) (2:22)
24. 1. Preludio: Largo (Sonate IX en la majeur) (4:58)
25. 2. Giga: Allegro (Sonate IX en la majeur) (2:34)
26. 3. Adagio (Sonate IX en la majeur) (0:40)
27. 4. Tempo di Gavotta: Allegro (Sonate IX en la majeur) (2:31)
01. 1. Adagio (Sonate IV en fa majeur) (2:16)
02. 2. Allegro (Sonate IV en fa majeur) (2:24)
03. 3. Vivace (Sonate IV en fa majeur) (1:08)
04. 4. Adagio (Sonate IV en fa majeur) (2:16)
05. 5. Allegro (Sonate IV en fa majeur) (2:19)
06. 1. Preludio: Adagio (Sonate X en fa majeur) (2:33)
07. 2. Allemanda: Allegro (Sonate X en fa majeur) (2:12)
08. 3. Sarabanda: Largo (Sonate X en fa majeur) (2:23)
09. 4. Gavotta: Allegro (Sonate X en fa majeur) (0:37)
10. 5. Giga: Allegro (Sonate X en fa majeur) (2:13)
11. 1. Adagio (Sonate V en sol mineur) (3:29)
12. 2. Vivace (Sonate V en sol mineur) (1:53)
13. 3. Adagio (Sonate V en sol mineur) (2:17)
14. 4. Vivace (Sonate V en sol mineur) (1:39)
15. 5. Giga: Allegro (Sonate V en sol mineur) (1:30)
16. 1. Preludio: Adagio (Sonate XI en mi majeur) (2:12)
17. 2. Allegro (Sonate XI en mi majeur) (2:29)
18. 3. Adagio (Sonate XI en mi majeur) (0:41)
19. 4. Vivace (Sonate XI en mi majeur) (1:57)
20. 5. Gavotta: Allegro (Sonate XI en mi majeur) (0:44)
21. 1. Grave (Sonate VI en la majeur) (3:12)
22. 2. Allegro (Sonate VI en la majeur) (2:17)
23. 3. Allegro (Sonate VI en la majeur) (0:59)
24. 4. Adagio (Sonate VI en la majeur) (2:17)
25. 5. Allegro (Sonate VI en la majeur) (2:15)
Um tremendo disco. Houve época em que Keith Jarrett tinha dois quartetos, um estadunidense e um escandinavo. Os dois eram fantásticos, mas sempre preferi o escandinavo. Talvez fosse o repertório, talvez fosse a presença do esplêndido saxofonista norueguês Jan Garbarek. Este concerto, gravado em Tóquio no dia de 16 de abril de 1979, traz algumas das melhores coisas do grupo escandinavo: a espetacular Personal Mountains — impossível de ouvir apenas uma vez — , a canção de Innocence, o quase pop de Chant Of The Soil e também New Dance. Um concerto absolutamente anormal.
Keith Jarrett e seu Quarteto Escandinavo: Sleeper
CD1:
1. Personal Mountains
2. Innocence
3. So Tender
CD2:
1. Oasis
2. Chant Of The Soil
3. Prism
4. New Dance
Personnel:
Keith Jarrett: piano, percussion
Jan Garbarek: tenor and soprano saxophones, flute, percussion
Palle Danielsson: double-bass
Jon Christensen: drums, percussion
Maria Kliegel (1952) é uma estrela na Naxos, o que significa ser muito conhecida dos melômanos e estar fora dos holofotes do grande mundo. Gravou muito e sempre bem, é uma tremenda instrumentista, tanto que foi aclamada por Mstislav Rostropovich como “a melhor violoncelista que já ouvi desde Jacqueline du Pré”. Sua abordagem desta lindas peças de Brahms não pode ser mais perfeita e sensível. ´è um CD para se ouvir de joelhos, sem esquecer da excelente pianista Kristin Merscher. A Sonata Op. 78, aqui presente, é um arranjo da Sonata Nº 1 para Violino e Piano. As outras duas são originalmente para o violoncelo. As duas Sonatas para Violoncelo e Piano de Brahms são obras de uma beleza austera e íntima, verdadeiros diálogos entre dois instrumentos que deixam de ter hierarquia: não há acompanhamento, há conversa — e, por vezes, conflito. A primeira é uma das peças mais densas do romantismo de câmara. Brahms a compôs jovem, mas já com sua assinatura inconfundível de profundidade e rigor estrutural. O primeiro movimento é amplo e meditativo — quase uma confissão. O segundo, um Allegretto quasi menuetto, traz uma elegância contida, com ecos de dança barroca. E o último movimento, inspirado em temas de fugas de Bach, mostra o quanto Brahms enxergava o passado como motor de criação. É uma Sonata que parece nascer da madeira do próprio violoncelo. Mais de vinte anos depois, surge a Segunda Sonata, escrita nos Alpes suíços, em uma das fases mais luminosas de Brahms. Aqui o tom é outro: expansivo, de uma energia quase sinfônica. O violoncelo ganha voz heroica, o piano é orquestral, e juntos constroem uma arquitetura de contrastes — ternura e bravura, serenidade e tempestade. O Adagio affettuoso é um dos momentos mais líricos de toda a música de câmara do século XIX, com um diálogo de rara pureza emocional. Não façam a tolice de não ouvir este CD.
Johannes Brahms (1833-1897): Sonatas para Violoncelo e Piano, Op. 38, 78 e 99 (Kliegel, Merscher)
Cello Sonata No. 1 in E Minor, Op. 38
1 I. Allegro non troppo 10:14
2 II. Allegretto quasi menuetto 05:27
3 III. Allegro 06:56
Violin Sonata No. 1 in G Major, Op. 78 (arr. P. Klengel for cello and piano)
4 I. Vivace ma non troppo 10:51
5 II. Adagio 07:51
6 III. Allegro molto moderato 08:56
Cello Sonata No. 2 in F Major, Op. 99
7 I. Allegro vivace 08:28
8 II. Adagio affettuoso 06:41
9 III. Allegro passionato 07:06
10 IV. Allegro molto 04:36
Minha vida com Mahler foi inaugurada por esta sinfonia, a qual cheguei da forma mais estranha. Fui atrás da música que havia sob o segundo movimento da Sinfonia de Luciano Berio e este era o belíssimo terceiro movimento da Ressurreição. De resto, foi amor à primeira ouvida. É obra grandiosa: 10 trompas, 8 contrabaixos, 8 trompetes, 6 trombones, 4 percussionistas, cantores solistas, coral, etc. Um primeiro movimento enorme, seguido pela comovente cantilena do segundo e o eufórico terceiro. Depois, os últimos movimentos propõem-se a fazer uma representação exterior (se bem que, como Mahler dizia, tudo era representação interior…) do Dia do Juízo Final e da Ressurreição dos mortos. O compositor manda alguns instrumentistas (trompetes, trompas, percussão) para fora do palco. É de lá, dos bastidores, que eles iniciarão um conflito fantasmagórico com a orquestra que está no palco. Quando a orquestra do palco executar o suave tema da redenção, dos bastidores virá o som das trompas e da percussão executando o que Mahler disse representar “as vozes daqueles que clamam inutilmente no deserto”. Obra-prima!
O registro de Kaplan com a Filarmônica de Viena faz inteira justiça a esta grande música. Vale muito a pena ouvir.
P.S. — O disco da DG dividiu os movimentos em infinitas pecinhas, como para mostrar que Mahler amava os contrastes ou mudava de humor com muita facilidade… São 42 faixas…
Gustav Mahler (1860-1911): Symphony No. 2 “Resurrection”
1. 1st Movement – Allegro Maestoso (Totenfeier) – Allegro Maestoso 2:31
2. 1st Movement – Allegro Maestoso (Totenfeier) – Im Tempo Nachgeben 1:03
3. 1st Movement – Allegro Maestoso (Totenfeier) – Wie Zu Anfang 2:42
4. 1st Movement – Allegro Maestoso (Totenfeier) – Sehr Mässig Und Zurückhaltend 0:48
5. 1st Movement – Allegro Maestoso (Totenfeier) – (English Horn) 1:19
6. 1st Movement – Allegro Maestoso (Totenfeier) – Ausdrucksvoll (English Horn & Bass Clarinet) 2:18
7. 1st Movement – Allegro Maestoso (Totenfeier) – Etwas Drängend 1:15
8. 1st Movement – Allegro Maestoso (Totenfeier) – Schnell 0:34
9. 1st Movement – Allegro Maestoso (Totenfeier) – Sehr Langsam Beginnend 0:28
10. 1st Movement – Allegro Maestoso (Totenfeier) – Sehr Getragen (Trumpet & Trombone) 2:32
11. 1st Movement – Allegro Maestoso (Totenfeier) – Molto Pesante 0:23
12. 1st Movement – Allegro Maestoso (Totenfeier) – Tempo I 1:40
13. 1st Movement – Allegro Maestoso (Totenfeier) – Zurückhalten 2:20
14. 1st Movement – Allegro Maestoso (Totenfeier) – Tempo Sostenuto 3:23
1. 2nd Movement – Andante Moderato – Andante Moderato 1:24
2. 2nd Movement – Andante Moderato – Nicht Eilen. Sehr Gemächlich 1:36
3. 2nd Movement – Andante Moderato – In Tempo I Zurückkehren 1:47
4. 2nd Movement – Andante Moderato – Tempo I. Energisch Bewegt 2:42
5. 2nd Movement – Andante Moderato – 3 Bars Before Wieder Ins Tempo Zurückgehen. Tempo I 3:39
6. 3rd Movement – (Scherzo) – In Ruhig Fliessender Bewegung 1:47
7. 3rd Movement – (Scherzo) – (Bassoon & Violas) 0:49
8. 3rd Movement – (Scherzo) – (Piccolo) 0:40
9. 3rd Movement – (Scherzo) – (Cellos & Basses) 0:24
10. 3rd Movement – (Scherzo) – Vorwärts 1:01
11. 3rd Movement – (Scherzo) – Sehr Getragen Und Gesangvoll 1:13
12. 3rd Movement – (Scherzo) – Zum Tempo I. Zurückkehren 2:08
13. 3rd Movement – (Scherzo) – (Trumpets & Trombones) 1:26
14. 3rd Movement – (Scherzo) – (Violas, Cellos & Basses) 1:20
15. 4th Movement – ”Urlicht” – Sehr Feierlich, Aber Schlicht (Choralmässig) Nadja Michael 5:29
16. 5th Movement – Im Tempo Des Scherzos. Wild Herausfahrend 1:38
17. 5th Movement – Langsam 1:20
18. 5th Movement – Langsam 0:24
19. 5th Movement – (Trombone) 1:41
20. 5th Movement – Im Anfang Sehr Zurückgehalten 1:10
21. 5th Movement – Wieder Sehr Breit 3:04
22. 5th Movement – Ritenuto 4:36
23. 5th Movement – Wieder Zurückhaltend 3:43
24. 5th Movement – Sehr Langsam Und Gedehnt (”Der Grosse Appell”) 2:27
25. 5th Movement – Langsam. Misterioso (Chorus: ”Aufersteh’n”) 6:42
26. 5th Movement – Etwas Bewegter (Solo: ”O Glaube”) 3:24
27. 5th Movement – Mit Aufschwung, Aber Nicht Eilen (Duet: ”O Schmerz”) 2:25
28. 5th Movement – Pesante 2:23
Nadja Michael
Latonia Moore
Vienna Philharmonic Orchestra
Gilbert Kaplan30
F.D.P. Bach voltou impossível das férias e nos mandou uma gravação obrigatória. A célebre gravação do pianista romântico Artur Rubinstein com o Guarneri Quartet dos quartetos para piano de Brahms. É notável o quanto o estilo dos executantes adapta-se à música de Brahms. Estes quartetos prescindem de maiores comentários: são música profunda, de primeiríssima qualidade e merecidamente conhecidos e louvados.
Em tempo: nas próximas semanas, F.D.P. Bach nos levará a um tour completo pela música de câmara de Brahms. Teremos as sonatas para piano, as para violino e piano, violoncelo e piano, clarinete e piano, os trios, os quartetos, quintetos, septetos, etc. Preparem-se; fugindo dos trocadilhos, será um verdadeiro porre brahmsiano. Afinal, sabemos que o que todo mundo quer é um carnaval com Brahms, o número 1 (ai, não resisti).
Johannes Brahms (1833-1897): Quartetos para Piano Op. 25 e 60 (Rubinstein e Membros do Guarneri)
1. Piano Quartet No. 1 (Op. 25): Allegro
2. Piano Quartet No. 1 (Op. 25): Intermezzo: Allegro ma non troppo; Trio Animato
3. Piano Quartet No. 1 (Op. 25): Andante con moto: Animato
4. Piano Quartet No. 1 (Op. 25): Rondo alla zingarese: Presto; Meno presto; Molto presto
5. Piano Quartet No. 3 (Op. 60): Allegro ma non troppo
6. Piano Quartet No. 3 (Op. 60): Scherzo: Allegro
7. Piano Quartet No. 3 (Op. 60): Andante
8. Piano Quartet No. 3 (Op. 60): Allegro
Artur Rubinstein, piano
Membros do Quarteto Guarneri
Uma gravação bem velhinha (1990), mas ainda em bom estado. Não é uma interpretação historicamente informada, sendo antes boa por seu espírito correto e pela maravilhosa Stutzmann. Stutzmann é um contralto francês com um timbre escuro, quase andrógino. Suas interpretações de árias de Vivaldi são dramáticas e introspectivas. Não espere aquele “Vivaldi alegrão” –, o papo entre Spivakov e Stutzmann e um diálogo meditativo e refinado. Spivakov evita os excessos, enquanto Stutzmann mergulha no lirismo das árias. Puristas do barroco podem estranhar o uso de orquestra moderna, mas a interpretação é respeitosa e sincera. Stutzmann já foi acusada de ser “too dark for Vivaldi”, mas, vão se foder, né? Essa escuridão vocal dá um peso existencial raro às árias sacras. É um disco para noites de inverno com vinho tinto. Foda-se se estamos na primavera!
Antonio Vivaldi (1678-1741): 3 Concertos e o Stabat Mater (Stutzmann, Spivakov)
Concerto In A/A-dur/La Majeur/La Maggiore, RV158
1 Allegro Molto 2:22
2 Andante Molto 2:26
3 Allegro 2:51
Stabat Mater, RV 621
Contralto Vocals – Nathalie Stutzmann
4 Stabat Mater: Largo 3:07
5 Cuius Animam: Adagissimo 1:43
6 O Quam Tristis: Andante 1:46
7 Quis Est Homo: Largo 3:10
8 Quis Non Posset: Adagissimo 1:40
9 Pro Peccatis: Andante 1:39
10 Eia Mater: Largo 3:34
11 Fac Ut Ardeat: Lento 2:05
12 Amen: Allegro 1:18
Concerto Grosso In D Minor/D-moll/Ré Mineur/Re Minore, RV 565
Cello – Mikhail Milman
Violin – Arkady Futer, Vladimir Spivakov
13 Allegro 4:13
14 Largo E Spiccato 3:18
15 Allegro 2:24
Concerto Grosso In D Minor/D-moll/Ré Mineur/Re Minore, RV 535
Oboe – Alexei Utkin, Mikhail Evstigneev
16 Largo; Allegro 3:41
17 Largo 2:39
18 Allegro Molto
Conductor – Vladimir Spivakov
Orchestra – Moscow Virtuosi
Hoje, amanhã e depois estarei postando a integral das sinfonias de Bruckner com um dos regentes que mais amo, o queridíssimo Günter Wand (1912-2002). Este primeiro trio de CDs — postados em um arquivo — tem como destaque a Sinfonia Nº 3, onde já se nota claros indícios de genialidade em Bruckner, principalmente no primeiro e no delicioso último movimento. O compositor era considerado uma espécie de maluquete, um menino em tamanho grande, por seus contemporâneos. Duvido que você mantenha esta ideia após ouvir o que ele escrevia. O homem era profundo como o oceano. Em silêncio, Bruckner compunha sinfonia atrás de sinfonia e não parecia se importar muito com a opinião das pessoas a respeito, mas gostava de beijar as mãos dos maestros que aceitavam suas enormidades — que sem dúvida são notáveis. (Houve uma vez que tentou beijar os pés de um maestro, mas enfim, deixa pra lá). Penso que Wand dispense apresentações. Uma vez, li uma entrevista dele na Gramophone onde, já velho, dizia que fora convidado para fazer uma integral das sinfonias de Beethoven com a toda a pompa e circunstância possíveis. Na reunião na gravadora, ele, já bem idoso, disse: “Olha, só tem um problema. Estou muito velho para fazer o que todos já fizeram, isto é, quem sabe a gente deixa de lado essa bobagem de Beethoven e faz uma integral perfeita das nove sinfonias de Bruckner?”. É isso que vocês estão baixando.
Anton Bruckner (1824-1896): Integral das Sinfonias (Parte 1 de 3) (Wand)
CD 1
1. Symphony No. 1 in C minor (Vienna Version 1890/91): Allegro 12min13
2. Symphony No. 1 in C minor (Vienna Version 1890/91): Adagio 11min09
3. Symphony No. 1 in C minor (Vienna Version 1890/91): Scherzo: Lebhaft 9min09
4. Symphony No. 1 in C minor (Vienna Version 1890/91): Finale: Bewegt, feurig 15min14
CD 2
1. Symphony No. 2 in C minor (2. Version 1877, publ. by Robert Haas): Ziemlich schnell 19min07
2. Symphony No. 2 in C minor (2. Version 1877, publ. by Robert Haas): Adagio: Feierlich, etwas bewegt 15min42
3. Symphony No. 2 in C minor (2. Version 1877, publ. by Robert Haas): Scherzo: Schnell 7min33
4. Symphony No. 2 in C minor (2. Version 1877, publ. by Robert Haas): Finale: Mehr schnell 16min05
CD 3
1. Symphony No. 3 in D minor (3. Version 1889): Mehr langsam, misterioso 21min25
2. Symphony No. 3 in D minor (3. Version 1889): Adagio: Bewegt, quasi andante 13min42
3. Symphony No. 3 in D minor (3. Version 1889): Ziemlich schnell 6min41
4. Symphony No. 3 in D minor (3. Version 1889): Allegro 12min37
Dino Saluzzi é um veterano compositor e músico argentino. Nasceu em 1935 e tem atualmente 80 anos. Dino toca bandoneón desde sua infância. É um tangueiro muito lírico, talvez em excesso. Bom compositor, quase erudito, ele infelizmente não tem a dureza de Piazzolla. Durante grande parte da sua juventude, Saluzzi viveu em Buenos Aires, tocando com a orquestra Rádio El Mundo. Vivia daquilo, mas às vezes fugia para tocar com pequenos conjuntos mais voltados para o jazz. Foi desenvolvendo um estilo cada vez mais pessoal que acabou por deixá-lo como um vanguardista em seu país. É hoje uma das estrelas da ECM. Tudo começou com Charlie Haden, Palle Mikkelborg and Pierre Favre em Once Upon A Time … Far Away In The South, e depois com Enrico Rava em Volver. Compreende-se, Rava trabalhou muito na Argentina e Haden sempre adorou a América Latina. O resgate para a turma de Eicher foi natural. Atualmente tem um duo com Anja Lechner, que está presentíssima neste El Encuentro. É um bom disco.
Dino Saluzzi – El Encuentro
1 Vals de los dias for bandoneon, violoncello and string orchestra 15:29
2 Plegaria Andina for bandoneon, violoncello, saxophone and string orchestra 17:14
3 El Encuentro for bandoneon, violoncello and string orchestra 21:44
4 Miserere for bandoneon and string orchestra 14:31
Este arquivo é uma imagem de um LP soviético da grande Lubov Timofeyeva. Isto é, é uma longa faixa mp3 com o disco completo. Vale a pena baixar, sim. É uma excelente e muito elegante pianista que valoriza as belas e nada complexas sonatas do mestre Haydn. Eu? Gosto muito. As sonatas para piano de Haydn são um universo de invenção e humor. São a “oficina do gênio” onde Haydn, com irreverência e inteligência, explorou com liberdade as formas que definiriam o classicismo. Mais do que exercícios de forma, são diálogos musicais cheios de surpresa, onde a solenidade convive com o gracejo e uma profunda humanidade. Brendel rende ainda mais neste repertório, é muito mais manhoso, marrento e sutil. À Timofeyeva talvez falte algum bordel, mas mesmo assim ela desempenha maravilhosamente. Experimente!
J. Haydn (1732-1809): Sonatas para Piano (Timofeyeva)
Piano Sonata in G major Hob.XVI No.8 (No.1)
1. Allegro 2. Menuet 3. Andante 4. Allegro
Piano Sonata in C major Hob.XVI No.7 (No.2)
1. Allegro moderato 2. Menuet 3. Finale (Allegro)
Piano Sonata in F major Hob.XVI No.9 (No.3)
1. Allegro 2. Menuet 3. Scherzo (Allegro)
Piano Sonata in G major Hob.XVI G 1 (No.4)
1. Allegro 2. Menuetto 3. Finale (Presto)
Piano Sonata in G major Hob.XVI No.11 (No.5)
1. Presto 2. Andante 3. Menuet
Piano Sonata in C major Hob.XVI No.10 (No.6)
1. Moderato 2. Menuet 3. Finale (Presto)
Piano Sonata in D major Hob.XVII D 1 (No.7)
1. Moderato 2. Menuet 3. Finale (Allegro)
Não vou fazer um post longo a respeito do Copland, meu compositor estadunidense predileto, porque estou me programando pra ir pra Brasília, ver como estão as coisas na filial do Café do Rato Preto. Costumo dizer a meus amigos que Copland é o Villa-Lobos dos States, referindo-me à representatividade nacional de ambos em nível mundial, mas no contexto da história da música estadunidense Copland está mais para um Guerra-Peixe, enquanto o Villa de lá seria Charles Ives.
Ives foi autodidata, conhecia a música de diversos rincões do país em que viveu, internalizou-a de forma difusa e a amalgamou com os estilos em voga na Europa – pra não citar outros pontos semelhantes com o Villa. Copland tinha uma linguagem mais árida no início, atonal, mas se voltou às raízes da música popular e folclórica dos States e do Caribe e clareou as cores instrumentais que usava, do mesmo jeito que Guerra-Peixe abandonou o dodecafonismo e abraçou o nacionalismo no final dos anos 40.
Copland estudou com a magnética e sapiente madame Nadia Boulanger de 1918 a 1921 e virou amigo dela pro resto da vida. Os registros que ele deixou da amizade epistolar entre ambos estão guardados na Biblioteca do Congresso Americano e disponíveis na Internet. Tive a oportunidade de vê-la passando pela rua diversas vezes indo pro famoso La Coupole, antes de eu comprar o Little Black Mouse Café, em 1945. Então ela virou minha habitué, pois eu providenciava café brasileiro autêntico e uma iguaria bem doce, mas dura que só vendo, chamada rapadura.
Boulanger, ao experimentar pela primeira vez a rapadura iguatuense que ofereci, encantou-se não só pelo sabor mas “pela personalidade do alimento”, segundo ela: “É igual à minha: doce, mas de uma doçura que demora a se extinguir, diferente de um chocolate, porque antes de tudo é firme”. Nadia tava quase com 58 anos quando virou minha cliente, mas eu, como muitos dos alunos dela, era apaixonado por aquela figura magra, intelectual e vibrante. A misoginia de Nadia (cogita-se que ela tenha morrido celibatária) foi empecilho para a aproximação afetiva que tantos sonharam.
Vamos aos CDs. Segue pra vocês um álbum duplo com tudo o de melhor da música sinfônica de Copland. Essa é a mais essencial coletânea que vocês podem encontrar dele. Três orquestras, três maestros, nenhuma ressalva. Tenho interpretações mais brilhantes da Primavera apalache, da Fanfarra para o homem comum e de O Salão México, mas estas são igualmente muito boas.
Constam ainda os balés Billy the Kid e Rodeo, os Três quadros sinfônicos (única obra pouco inspirada nessa lista), a suíte da trilha sonora de The red pony (filme adaptado do romance de Steinbeck) e o contagiante Danzón cubano, de muito mais appeal que O Salão México e pelo qual vocês devem começar a ouvir os CDS. Por sinal, lá pelos anos 50 adquiri o Salão México – onde Carlos Chávez insistentemente me oferecia tequila, ainda que eu dissesse que nem de cachaça gosto – e o transformei em mais uma franquia do Café do Rato Preto.
Não há o que explicar sobre as obras. Escutem-nas sem medo de gostar demais delas. Depois vocês procuram saber dos detalhes.
CD 1
1. Danzón Cubano – Eduardo Mata/Dallas Symphony Orchestra
2. Copland: Billy The Kid: The Open Prairie – Leonard Slatkin/Saint Louis Symphony Orchestra
3. Copland: Billy The Kid: Street In A Frontier Town – Leonard Slatkin/Saint Louis Symphony Orchestra
4. Copland: Billy The Kid: Mexican Dance And Finale – Leonard Slatkin/Saint Louis Symphony Orchestra
5. Copland: Billy The Kid: Prairie Night (Card Game At Night) – Leonard Slatkin/Saint Louis Symphony Orchestra
6. Copland: Billy The Kid: Gun Battle – Leonard Slatkin/Saint Louis Symphony Orchestra
7. Copland: Billy The Kid: Celebration (After Billy’s Capture) – Leonard Slatkin/Saint Louis Symphony Orchestra
8. Copland: Billy The Kid: Billy In Prison (His Escape) – Leonard Slatkin/Saint Louis Symphony Orchestra
9. Copland: Billy The Kid: Billy In The Desert – Leonard Slatkin/Saint Louis Symphony Orchestra
10. Copland: Billy The Kid: Billy’s Death – Leonard Slatkin/Saint Louis Symphony Orchestra
11. Copland: Billy The Kid: The Open Prairie Again – Leonard Slatkin/Saint Louis Symphony Orchestra
12. Copland: Appalachian Spring: Very Slowly – Leonard Slatkin/Saint Louis Symphony Orchestra
13. Copland: Appalachian Spring: Allegro – Leonard Slatkin/Saint Louis Symphony Orchestra
14. Copland: Appalachian Spring: Moderato – The Bride And Her Intended – Leonard Slatkin/Saint Louis Symphony Orchestra
15. Copland: Appalachian Spring: Fast – The Revivalist And His Flock – Leonard Slatkin/Saint Louis Symphony Orchestra
16. Copland: Appalachian Spring: Allegro – Solo Dance Of The Bride – Leonard Slatkin/Saint Louis Symphony Orchestra
17. Copland: Appalachian Spring: Meno Mosso – Leonard Slatkin/Saint Louis Symphony Orchestra
18. Copland: Appalachian Spring: Doppio Movimento – Variations On A Shaker Hymn – Leonard Slatkin/Saint Louis Symphony Orchestra
19. Copland: Appalachian Spring: Moderato – Coda – Leonard Slatkin/Saint Louis Symphony Orchestra
CD 2
1. Copland: Fanfare For The Common Man – Enrique Batiz/Orquestra Filarmonica De La Ciudad de México
2. Copland: Rodeo: Buckaroo Holid – Enrique Batiz/Orquestra Filarmonica De La Ciudad de México
3. Copland: Rodeo: Corral Nocturne – Enrique Batiz/Orquestra Filarmonica De La Ciudad de México
4. Copland: Rodeo: Piano Interlude And Saturday Night Waltz – Enrique Batiz/Orquestra Filarmonica De La Ciudad de México
5. Copland: Rodeo: Hoe-Down – Enrique Batiz/Orquestra Filarmonica De La Ciudad de México
6. Copland: El Salon Mexico – Eduardo Mata/Dallas Symphony Orchestra
7. Copland: The Red Pony Suite: I. Morning On The Ranch – Enrique Batiz/Orquestra Filarmonica De La Ciudad de México
8. Copland: The Red Pony Suite: II. The Gift – Enrique Batiz/Orquestra Filarmonica De La Ciudad de México
9. Copland: The Red Pony Suite: III. A) Dream March – Enrique Batiz/Orquestra Filarmonica De La Ciudad de México
10. Copland: The Red Pony Suite: III. B) Circus March – Enrique Batiz/Orquestra Filarmonica De La Ciudad de México
11. Copland: The Red Pony Suite: IV. Walk To The Bunkhouse – Enrique Batiz/Orquestra Filarmonica De La Ciudad de México
12. Copland: The Red Pony Suite: V. Grandfather’s Story – Enrique Batiz/Orquestra Filarmonica De La Ciudad de México
13. Copland: The Red Pony Suite: VI. Happy Ending – Enrique Batiz/Orquestra Filarmonica De La Ciudad de México
14. Copland: Dance Symphony: I. Introduction – Lento – Molto Allegro – Enrique Batiz/Orquestra Filarmonica De La Ciudad de México
15. Copland: Dance Symphony: II. Andante Moderato – Enrique Batiz/Orquestra Filarmonica De La Ciudad de México
16. Copland: Dance Symphony: III. Allegro Vivo – Enrique Batiz/Orquestra Filarmonica De La Ciudad de México
Eduardo Mata / Dallas Symphony Orchestra
Leonard Slatkin / Saint Louis Symphony Orchestra
Orquesta Filarmónica de la Ciudad de México / Enrique Bátiz
CD belíssimo, absolutamente notável e anormal — às vezes parece até uma tese — deste brilhante facefriend que sofre de insônia e que, para relaxar, costuma postar gravações suas feitas a partir de seu iPhone, dando belas explicações sobre cada obra que está estudando… É uma insônia muito produtiva! O multipremiado Mahan Esfahani recebeu todos os prêmios de melhor CD de música barroca de 2014 por suas interpretações das Württemberg Sonatas, de C.P.E. Bach e pelo visto vai de novo com este Time Present and Time Past. Um outro amigo resumiu bem no Facebook o que é este CD:
Muito foda. A seleção do repertório é tão brilhante quanto a interpretação. Fazer-nos escutar o concerto de Bach sobre Vivaldi com uma cadenza de Brahms depois de Reich e Górecki foi um achado. Longa vida ao garoto!!!
Sim, o disco alterna obras barrocas e modernas e… a gente acha natural e que têm tudo a ver. Longa vida a Mahan Esfahani e que possamos ver até onde ele vai chegar. É um cara talentosíssimo, comunicativo e que quebra inteiramente a distância entre si e seu público. Acho que está identificado o Gustav Leonhardt de nosso tempo. Abaixo, ele improvisa com extraordinário talento sobre a Fantasia (sem a fuga) Cromática de Bach.
https://youtu.be/N4Ngo47jy2Y
Alessandro Scarlatti / Górecki / C.P.E. Bach / Geminiani / Reich / J.S. Bach:
Time Present And Time Past
Alessandro Scarlatti
01 06:27 VARIATIONS ON “LA FOLLIA”
Henryk Górecki — HARPSICHORD CONCERTO, OP. 40
02 04:25 1. ALLEGRO MOLTO
03 04:07 2. VIVACE
Carl Philipp Emanuel Bach
04 07:14 12 VARIATIONS ON “LA FOLIA D’ESPAGNE” IN D MINOR, WQ. 118, NO. 9 –
Francesco Geminiani
05 11:45 CONCERTO GROSSO IN D MINOR
Steve Reich
06 16:37 PIANO PHASE FOR TWO PIANOS
Johann Sebastian Bach — HARPSICHORD CONCERTO IN D MINOR, BWV 1052
07 07:49 1. ALLEGRO
08 06:38 2. ADAGIO
09 08:25 3. ALLEGRO (CADENZA: JOHANNES BRAHMS)
G. F. Handel
10. 05:15 Handel Chaconne In G Major For Harpsichord. HWV 435
Não é um CD daqueles para enlouquecer, mas é Vivaldi. É bom de ouvir, sem traumas, sem tensão, sem turbulências desagradáveis. Você bota pra tocar, presta atenção e gosta. Se não prestar atenção, não incomoda. Não é uma música nada perigosa ou hostil, mais parece o time do Grêmio.
Vivaldi (1678-1741): Concerti per molti istromenti RV 538, 562, 566, 569 & 576 (Sardelli)
1. Concerto grosso à 10 stromenti in Re Maggiore RV 562a: Allegro 5:24
2. Concerto grosso à 10 stromenti in Re Maggiore RV 562a: Grave 3:10
3. Concerto grosso à 10 stromenti in Re Maggiore RV 562a: Allegro 3:59
4. Concerto per Sua Altezza Reala di Sassonia in Sol minore RV 576: Allegro 4:20
5. Concerto per Sua Altezza Reala di Sassonia in Sol minore RV 576: Larghetto 2:11
6. Concerto per Sua Altezza Reala di Sassonia in Sol minore RV 576: Allegro 4:04
7. Concerto in Re minore RV 566: Allegro assai 2:43
8. Concerto in Re minore RV 566: Largo 1:50
9. Concerto in Re minore RV 566: Allegro 2:42
10. Concerto in Fa Maggiore RV 538: Allegro 3:23
11. Concerto in Fa Maggiore RV 538: Largo 4:33
12. Concerto in Fa Maggiore RV 538: Allegro 2:45
13. Concerto in Fa Maggiore RV 569: Allegro 4:53
14. Concerto in Fa Maggiore RV 569: Grave 2:27
15. Concerto in Fa Maggiore RV 569: Allegro 4:54
Com um sorriso de compreensão ao nada descortês Revoltado dos comentários do último post de Sonatas de Mozart, passo a fazer algumas postagens de Haydn. Este CD é uma curiosidade: trata-se de uma gravação antiga, era de meu pai e teoricamente deveria ser ruim, por ser da brasileira Movie Play… Vocês sabem que os maestros Duvier e Pitamic talvez nem tenham existido! Só que amo as sinfonias deste CD, a qualidade de som é muito boa (no Filósofo, depois piora), acho as interpretações excelentes e é esta a versão que prefiro (do Filósofo). Tentei várias outras: a de Bernstein, a do Orpheus Chamber Orchestra e as de outras orquestras e regentes. Nada feito. O cedezinho da Movie Play é imbatível em meu coração avesso à grifes. Segundo o opúsculo de Peter Gammond – com o qual concordo – Haydn teria sido tão grande quanto Mozart se tivesse sido mais infeliz. Só quando teve um contrato a cumprir é que ganhou aquela pitada de drama que o fez criar suas monumentais últimas sinfonias. O estresse fez-lhe um bem imenso. Só um homem com um coração duro como pedra é capaz de compor coisas tão incondicionalmente sorridentes e luminosas quanto algumas de suas obras. Adoro Haydn. Ouço demais suas Missas. O apelido “O Filósofo” para a Sinfonia No. 22 é um dos mais intrigantes e discutidos da história da música. A resposta não é simples, pois Haydn não deu esse título à obra. Ele surgiu posteriormente e é amplamente aceito que se deve a uma combinação de fatores estruturais e atmosféricos. A sinfonia começa com um movimento lento (Adagio), o que era extremamente incomum para uma abertura de sinfonia no período clássico inicial. As sinfonias normalmente abriam com um movimento rápido e energético. Este Adagio solene e contemplativo imediatamente estabelece um caráter sério, pensativo e “filosófico”. É uma sinfonia tão boa que até o minueto é legal! Já “A Galinha” e “O Urso” têm seus apelidos justificados pela própria música e não precisamos explicar nada.
F. J. Haydn (1732-1809): Sinfonias Nros. 22, “O Filósofo”, 82, “O Urso”, e 83, “A Galinha” (Duvier, Pitamic)
Symphony No.22 In E Flat ‘The Philosopher’
1 Adagio 6:41
2 Presto 3:11
3 Menuetto 3:10
4 Finale: Presto 3:24
Symphony No.82 In C Major ‘L’Ours’
5 Vivace Assai 8:09
6 Allegretto 7:13
7 Menuetto 4:47
8 Finale: Vivace Assai 4:08
Camerata Romana
Eugen Duvier
Symphony No.83 In G Minor ‘La Poule’
9 Allegro 7:22
10 Andante 8:50
11 Menuetto 4:17
12 Finale: Vivace 3:47
Um excelente CD! É dos repertórios barrocos mais conhecidos, só que, aqui, o solista e o conjunto responsável pela interpretação são esplêndidos. Interpretado pelo flautista sueco Dan Laurin e pelo Drottningholm Baroque Ensemble esta é uma gravação deliciosa, que realmente se destaca no vasto catálogo de gravações de Vivaldi. Existe um diálogo sempre feliz e equilibrado entre o solista e o grupo. A flauta não domina de forma opressiva; em vez disso, integra-se na textura orquestral, permitindo que os detalhes das cordas brilhem. Os andamentos rápidos são eletrizantes. Vivaldi muitas vezes escreve árias para o instrumento solista nos andamentos lentos, e Laurin canta-as com sensibilidade. A gravação em si é de excelente qualidade, capturando a calorosa acústica do ambiente e a riqueza dos timbres dos instrumentos históricos. Uma joia.
Antonio Vivaldi (1678-1741): Concertos para Flauta (Laurin, Drottningholm Baroque Ensemble)
1. Concerto in C minor RV441, 1. Allegro non molto
2. Concerto in C minor RV441, 2. Largo
3. Concerto in C minor RV441, 3. Allegro
4. Concerto in C major RV444, 1. Allegro non molto
5. Concerto in C major RV444, 2. Largo
6. Concerto in C major RV444, 3. Allegro molto
7. Concerto in F major RV433, La tempesta di mare, 1. Allegro
8. Concerto in F major RV433, La tempesta di mare, 2. Largo
9. Concerto in F major RV433, La tempesta di mare, 3. Presto
10. Concerto in C major RV443, 1. Allegro
11. Concerto in C major RV443, 2. Largo
12. Concerto in C major RV443, 3. Allegro molto
13. Concerto in F major RV434, 1. Allegro ma non tanto
14. Concerto in F major RV434, 2. Largo e cantabile
15. Concerto in F major RV434, 3. Allegro
16. Concerto in G minor RV439, La notte, 1. Largo
17. Concerto in G minor RV439, La notte, 2. Presto, Fantasmi
18. Concerto in G minor RV439, La notte, 3. Largo
19. Concerto in G minor RV439, La notte, 4. Presto
20. Concerto in G minor RV439, La notte, 5. Largo, Il Sonno
21. Concerto in G minor RV439, La notte, 6. Allegro
Drottningholm Baroque Ensemble
Dan Laurin: recorder
Gravação:
1991-06-21/13, Västerled Church, Stockholm, Sweden
Não é o melhor dos negócios misturar Bach com outros compositores. Há opções mais inteligentes. Não obstante, este CD é excelente. O concerto que abre o CD — música conhecidíssima — é muito bonito, depois vêm algumas composições mais ou menos obscuras, fechando com a obra-prima que é o Prelúdio, Fuga e Allegro, de papai. Lindberg é um dos alaudistas mais respeitados da atualidade. Seu som é claro e expressivo. Para esta gravação, ele toca um teorba (é assim em português?) — um alaúde de braço longo com cordas graves adicionais –, que seria mais apropriado para o repertório italiano. A teorba produz um som mais rico, profundo e ressonante do que o alaúde comum, preenchendo magnificamente o espaço sonoro no papel de líder e solista. É importante notar que Vivaldi escreveu originalmente estes concertos não para o alaúde, mas para a mandola (um outro instrumento da família do alaúde). As adaptações de Lindberg para o teorba são lindas, soando perfeitamente naturais. A gravadora sueca Bis, quando produz música barroca, acerta sempre. Sei lá por quê. Grande disco.
Antonio Vivaldi (1678-1741): Obra completa para alaúde italiano + Giovanni Zamboni (?-?): Sonata + J. S. Bach (1685-1750): Prelúdio, Fuga e Allegro (Lindberg, Drottningholm Baroque Ensemble)
Antonio Vivaldi – Concerto In D Major
01 – Concerto In D Major: I. (Allegro Guisto)
02 – Concerto In D Major: II. Largo
03 – Concerto In D Major: III. Allegro
Nils-Erik Sparf, violin
Tullo Galli, violin
Kari Ottesen, cello
Alf Petersen, violone
Maria Wieslander, organ
Antonio Vivaldi – Trio Sonata In G Minor
04 – Trio Sonata In G Minor: I. Andante Molto
05 – Trio Sonata In G Minor: II. Larghetto
06 – Trio Sonata In G Minor: III. Allegro
Jacob Lindberg , lute
Nils-Erik Sparf, violin
Kari Ottesen, cello
Maria Wieslander, organ
Antonio Vivaldi – Trio Sonata In C Major
07 – Trio Sonata In C Major For Violin, Lute And Basso Continuo, RV 82: I. Allegro…
08 – Trio Sonata In C Major For Violin, Lute And Basso Continuo, RV 82: II. Larghe…
09 – Trio Sonata In C Major For Violin, Lute And Basso Continuo, RV 82: III. Allegro
Jacob Lindberg , lute
Nils-Erik Sparf, violin
Kari Ottesen, cello
Maria Wieslander, organ
Antonio Vivaldi – Concerto In D Minor
10 – Concerto In D Minor For Viola D’Amore, Lute And Orchestra: I. Allegro (Moderato)
11 – Concerto In D Minor For Viola D’Amore, Lute And Orchestra: II. Largo
12 – Concerto In D Minor For Viola D’Amore, Lute And Orchestra: III. Allegro
Giovanni Zamboni – Sonata In C Minor
13 – Sonata In C Minor For Archlute: I. Preludio
14 – Sonata In C Minor For Archlute: II. Alemanda
15 – Sonata In C Minor For Archlute: III. Giga
16 – Sonata In C Minor For Archlute: IV. Sarabanda
17 – Sonata In C Minor For Archlute: V. Gavotta
Jacob Lindberg, teorba
J.S.Bach – Prelude, Fugue & Allegro In E Flat Major
18 – Prelude, Fugue And Allegro In E Flat Major For Lute, BVM 998: I. Prelude
19 – Prelude, Fugue And Allegro In E Flat Major For Lute, BVM 998: II. Fugue
20 – Prelude, Fugue And Allegro In E Flat Major For Lute, BVM 998: III. AllegroJacob Lindberg , lute
Este é realmente um EXCELENTE CD duplo. Trata-se da reedição de dois discos do Palladian, de 1993 e 1994. Imaginem que o Palladian contava com Rachel Podger em suas fileiras e quem Podger pode! (Vamos lá tradutor automático, dê um jeito nisso!). Essas gravações receberam vários prêmios (incluindo dois Diapason d’Or, um para cada CD) e soam hoje tão sensacionais quanto de seu lançamento.
É música do século XVII. O primeiro CD recebe o curioso nome de An Excess Of Pleasure (com direito a um job do compositor Blow) e apresenta obras de compositores ingleses e italianos que viveram e trabalharam na Inglaterra ou que venderam obras para ingleses. A música é excelente — alguns dos compositores são muito famosos, como Vivaldi ou Purcell. O segundo é uma coleção veneziana de nome ainda mais estranho — The Winged Lion — mas afirmo-lhes que tudo é bom demais. A técnica de cada músico é absolutamente magistral, especialmente os solos de Rachel Podger e Pamela Thorby, que são tocados com uma clareza e agilidade impressionantes. O grande trunfo do Palladian Ensemble não é apenas a habilidade individual, mas a forma como eles tocam juntos. Há um constante e delicado diálogo entre a flauta e o violino, com o alaúde e o violoncelo fornecendo um acompanhamento rico e inventivo. A gravação transborda vida, alegria e ritmo. É impossível não ser cativado pelo evidente prazer que os músicos tiveram ao gravar. A seleção de peças é variada, permitindo contrastes entre o estilo inglês, a elegância corelliana e o fogo veneziano, mantendo o ouvinte engajado do início ao fim. An Excess Of Pleasure / The Winged Lion é considerada uma gravação de referência para este repertório. O primeiro CD, An Excess of Pleasure dá foco à música instrumental inglesa e italiana do final do século XVII e início do XVIII. Ele captura o espírito hedonista e virtuosístico da época. As peças são cheias de energia, dança e invenção melódica. No segundo CD, o “Leão Alado” é o símbolo de São Marcos, o padroeiro de Veneza. Este CD é uma homenagem à efervescência musical da Serenissima República. A música veneziana era conhecida por sua grandiosidade, cor e o estilo “concertato” (contraste entre grupos sonoros). Mesmo em formações de câmara, essa dramaticidade está presente.
Vários compositores barrocos: An Excess Of Pleasure / The Winged Lion (Palladian Ensemble)
Nicola Matteis (fl. 1670)
Ayres for the Violin
1-2 ‘Aria spagnuola a due corde’ 2:45
1-3 ‘Diverse bizzarie Sopra la Vecchia Sarabanda o pur Ciaconna’ 4:41
Matthew Locke (1621/2 – 1677)
Broken Consort in D
1-4 Pavan 4:47
1-5 Ayre 1:37
1-6 Galliard 1:34
1-7 Ayre 1:39
1-8 Saraband 1:19
Christopher Simpson (c. 1605 – 1669)
1-9 Divisions on ‘John come kiss me now’ 4:45
John Blow (1649 – 1708)
Sonata in A
1-10 ‘Slow’ 3:08
1-11 (Untitled) 1:11
1-12 ‘Brisk’ 2:16
Biagio Marini (c. 1587 – 1663)
1-13 Sonata 5:20
Anon (c. 1660)
1-14 Ciaconna 3:53
Francesco Geminiani (1687 – 1762)
Scots Airs
1-15 ‘Auld Bob Morrice’ 3:01
1-16 ‘Lady Ann Bothwell’s Lament’ 2:42
1-17 ‘Sleepy Body’ 2:18
Nicola Matteis (fl. 1670)
Ayres for the Violin
1-18 ‘Andamento con divisione’ 2:14
1-19 ‘Aria’ 1:01
1-20 ‘Grave’ 2:10
1-21 ‘Ground in D, la sol re per fa la mano’ 3:03
Henry Purcell (1659 – 1695)
1-22 Two in One Upon a Ground 2:49
Nicola Matteis (fl. 1670)
1-23 Bizzarie all’imor Scozzese (Ground after the Scotch Humour) 4:17
Marco Uccellini (1603 – 1680)
2-3 Sonata Quarto (Op. 5 1649) 5:01
Antonio Vivaldi (1676 – 1741)
Concerto in F major RV 100
2-4 Allegro 2:23
2-5 (Untitled) 2:47
2-6 Allegro 2:42
Giovanni Battista Buonamente (d. 1642)
Suite ( Book III 1626)
2-7 ‘Gagliarda seconda’ 1:42
2-8 ‘Corrente terza e quarta’ 1:29
2-9 ‘Brando terza’ 2:58
2-10 ‘Avanti il Brando’ 1:02
2-11 ‘Brando Quarto’ 1:23
Chamar este CD de The Essential Clarinet é um certo exagero. Deixar de fora as Sonatas para clarinete e piano de Brahms, o Quinteto Op. 115 e o também Quinteto K. 581 e o Concerto K. 622 de Mozart é falta grave. O que une estas peças é a onipresente figura de Benny Goodman, o cara que encomendou todas elas. Aliás, encomendou uma para Bartók (Contrastes) que é esplêndida. Mas aqui temos, certamente, a melhor peça escrita por Aaron Copland, a célebre incursão jazzística de Stravinsky (Ebony Concerto), uma excelente composição de Bernstein e um bom Concerto de Corigliano (prazer em conhecer). Richard Stoltzman não me pareceu um clarinetista tão essencial, mas seu repertório é de primeira linha, sem dúvida. Bom disco!
Aaron Copland (1900-1990): Concerto for Clarinet, String, Harp and Piano / Igor Stravinsky (1882-1971): Ebony Concerto / Leonard Bernstein (1918-1990): Prelude, Fugue and Riffs / John Corigliano (1938): Concerto for Clarinet and Orchestra (Stoltzman)
Richard Stoltzman · The Essential Clarinet
Aaron Copland (1900-1990): Concerto for Clarinet, String, Harp and Piano
1. Concerto for Clarinet, Strings, Harp and Piano 17:53
Leonard Bernstein (1918-1990): Prelude, Fugue and Riffs
5. Prelude, Fugue and Riffs 7:24
John Corigliano (1938): Concerto for Clarinet and Orchestra
6. Concerto for Clarinet and Orchestra: Cadenzas 9:18
7. Concerto for Clarinet and Orchestra: Elegy 11:15
8. Concerto for Clarinet and Orchestra: Antiphonal Toccata 9:33
Richard Stoltzman, clarinete
London Symphony Orchestra
Lawrence Leighton-Smith
Olha, eu não gostava de Tchaikovski, eu chegava a desprezá-lo. Talvez fosse por influência de Otto Maria Carpeaux, lido há milênios, ou por desconhecer a obra do russo. Porém, sempre fui tarado pela música de Shostakovich. Quando FDP Bach postou todas as sinfonias do Tchai, ouvi-as por uma simples razão:
Eu confio no gosto de FDP Bach,
FDP Bach gosta de Tchaikovsky,
Será que esse negócio de não gostar de Tchai não é uma pose adquirida por aí?
E o fenômeno aconteceu, deu-me o estalo. Ouvindo atentamente as sinfonias de Tchai, eu reconheci nelas várias sementes, várias ideias que seriam desenvolvidas nas sinfonias de Shosta nelas. Ou seja,
Eu amo Shosta
Shosta ama Tchai
Deveria eu amar Tchai?
Hum… A resposta hoje é: sim! Ouçam a Abertura de Romeu e Julieta. Há ali todo um Shostakovich a ser amadurecido, ali está a alma russa e as melodias russas segundo Shostakovich. Resultado: não falo mais mal de Tchaikovski. Confiram! Ouçam a Abertura Romeu e Julieta e digam-me se não há nela um Shosta mais meloso, mais delicado. Hein? Hein? Ah, e Shostakovich adorava Tchaikovski, há comprovações por todo lado. Porém, tal amor nunca foi tão tangível para mim antes de ouvir a citada Abertura.
Tchaikovsky: Abertura Romeu e Julieta & Suíte Quebra-Nozes (Karajan)
01 Romeo and Juliet – Fantasy Overture after Shakespeare
The Nutcracker
02 Suite from the ballet Op.71
03 Marche – Tempo di marcia viva
04 Danse de la Fee Dragee – Andanate non troppo
05 Dance de Trepak – Tempo di Trepak, molto vivace
06 Dance arabe – Allegretto
07 Dance chinoise – Allegro moderato
08 Dance des mitlitons – Moderato assai
09 Valse des fleurs – Tempo de valse