Vaughan Williams / Delius / Walton: Greensleeves · The Lark Ascending · Summer Night on the River · On Hearing the First Cuckoo in Spring (Zukerman / Black / Orquestra de Câmara Inglesa / Barenboim)

Vaughan Williams / Delius / Walton: Greensleeves · The Lark Ascending · Summer Night on the River · On Hearing the First Cuckoo in Spring (Zukerman / Black / Orquestra de Câmara Inglesa / Barenboim)

Contemplativo and very english, este CD me encheu o saco. Há poucas boas músicas eruditas inglesas entre os dois gênios maiores da ilha: Purcell e Britten. O romance imensamente popular e “quintessencialmente inglês” de Vaughan Williams para violino e orquestra, The Lark Ascending,  recebeu muitas gravações. Não há nenhuma evidência que sugira que o próprio compositor tenha considerado a peça de alguma forma excepcional, então por que ele se transformou no sucesso clássico que quase todo mundo conhece? Enquanto outrora este romance despretensioso era ouvido como uma evocação direta dos 12 versos de George Meredith que prefaciam a partitura, o público mais amplo de hoje desconhece em grande parte a sua fonte poética. A etiqueta “quintessencialmente inglesa” aplicável aos versos vitorianos parece cada vez mais inadequada para explicar o apelo global da música. Em 2011, quando a rede de rádio pública de Nova York perguntou aos ouvintes o que eles gostariam de ouvir no 10º aniversário do 11 de setembro, The Lark Ascending ficou em segundo lugar, atrás de Adagio de Barber. Eu não entendo. E vocês?

Vaughan Williams / Delius / Walton: Greensleeves · The Lark Ascending · Summer Night on the River · On Hearing the First Cuckoo in Spring (Zukerman / Black / Orquestra de Câmara Inglesa / Barenboim)

1 Fantasia sobre “Greensleeves” para orquestra de cordas, harpa e duas flautas (1934)
Composta por – Ralph Vaughan Williams
4:29
Concerto para oboé e orquestra de cordas em lá menor (1944)
Composta por – Ralph Vaughan Williams
Oboé – Neil Black (3)
2 1. Rondo Pastoral: Allegro Moderato 6:54
3 2. Minueto e Musette: Allegro Moderato 2:48
4 3. Finale (Scherzo): Presto 8:54

Duas peças para pequena orquestra
Composta por – Frederico Delius
5 1. Ao ouvir o primeiro cuco na primavera (1912) 7:12
6 2. Noite de verão no rio (1911) 5:41

Duas Aquarelas (1938)
Organizado por – Eric Fenby
Composta por – Frederick Delius
7 1. Lento, Ma Non Troppo 2:44
8 2. Alegremente, mas não rápido 2:10
9 Intermezzo (da ópera “Fennimore e Gerda”) (1909-10)
Composta por – Frederico Delius
5:50

Duas peças para cordas da música do filme “Henrique V” (1943-44)
Composta por – William Walton *
10 1. Passacaglia: Morte de Falstaff 2:47
11 2. “Toque seus lábios macios e parte” 2:01
12 The Lark Ascendente (Romance para violino e orquestra) (1914, Rev. 1920)
Composta por – Ralph Vaughan Williams
Violino – Pinchas Zukerman

Maestro – Daniel Barenboim
Orquestra – Orquestra de Câmara Inglesa

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

PQP

Michel Richard Delalande (1657-1726): Simphonies pour les Soupers du Roy (Paillard)

Michel Richard Delalande (1657-1726): Simphonies pour les Soupers du Roy (Paillard)

Na boa, sabem aquelas músicas que são usadas no cinema para a entrada de reis e rainhas? Pois bem, Delalande é o autor da maioria. É um especialista em babar ovos, ao que parece. Bem, é um emprego. Quantos de nós não poderíamos ser considerados perfeitos baba-ovos? Escuta, você é empregado? Admira seu chefe? Faz tudo o que ele quer só para que ele não fique na sua cola? Bem, este é o caminho. As “Sinfonias para os Sopros do Rei” são um blow job de primeira linha. Música boa para colocar quando da primeira visita do sogro em casa ou quando aquele sujeito com um ego imenso entra no recinto. No mais, Paillard e sua turma estão muito bem.

Michel Richard Delalande (1657-1726): Simphonies pour les Soupers du Roy (Paillard)

Concert De Trompettes Pour Les Festes Sur Le Canal De Versailles
1 Premier Air 1:33
2 Deuxième Air 0:56
3 Troisième Air : Chaconne En Écho 2:15
4 Quatrième Air : 1er Menuet, Cinquième Air : 2ème Menuet (Trio De Hautbois) 2:05
5 Sixième Air : Air En Écho, Fanfare 1:24

Premier Caprice Ou Caprice De Villers-Cotterets
6 Fièrement Et Détaché ; Gracieusement. Un Peu Plus Gay ; Viste 4:29
7 Augmentation, 1er Air Neuf : Gracieusement Sans Lenteur – Vif, Suitte De L’Ancien 3:04
8 Trio : Doucement – Augmentation, 2e Air Neuf (Fièrement) 5:31
9 Suitte De L’Ancien : Vivement, Doucement, Vivement 2:05

Deuxième Fantaisie Ou Caprice Que Le Roy Demandoit Souvent
10 Un Peu Lent : Vite : Doucement 6:19
11 Gracieusement : Gayement : Vivement 3:36

Troisième Caprice
12 1er Air : Gracieusement 2:30
13 2e Air : Mineur 2:14
14 3e Air : Presto 1:32
15 4e Air : Gigue (Gracieusement) 1:54
16 5e Air : Quator (Doucement) – Prélude 3:59
17 6e Air : Vif 1:38

Concert de trompettes pour les Festes sur le canal de Versailles
Premier Caprice ou Caprice de Villers-Cotterets
Deuxième Fantaisie ou Caprice que le Roy demandoit souvent
Troisième Caprice

Orchestre de Chambre Jean-Francois Paillard
Jean-Francois Paillard

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Delalande: sonhando com Reis e Rainhas
Delalande: ai, vem cá, meu Rei…

PQP

Brahms / Schoenberg: Quarteto para Piano, Op. 25 (Arranjo para Orquestra de Arnold Schoenberg) (Comissiona)

Brahms / Schoenberg: Quarteto para Piano, Op. 25 (Arranjo para Orquestra de Arnold Schoenberg) (Comissiona)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Na minha opinião, trata-se do melhor Quarteto para Piano já escrito. E Schoenberg arranjou-o para orquestra, assim como fez com prelúdios e fugas para órgão de Bach e muitas outras obras. Afora o luxuoso tratamento que lhe dá Schoenberg, a música de Brahms é de primeiríssima linha, coisa de louco mesmo. Não deixem de ouvir. Só não se apavorem, todos os 4 movimentos do Quarteto estão em uma só faixa. O Quarteto de Brahms foi estreado em Hamburgo no ano de 1861. Schoenberg orquestrou a obra em 1937, e ela foi estreada pela Filarmônica de Los Angeles sob a batuta do então diretor musical Otto Klemperer.

Schoenberg explicou a motivo da orquestração quase um ano após a estreia. Ele escreveu:

1. Eu gosto da peça,

2. Ela raramente é tocada,

3. E é sempre muito mal tocada, porque quanto melhor o pianista, mais alto ele toca e não se ouve nada das cordas. Queria uma vez ouvir tudo e consegui. (*)

(*) Pobrezinho, ele não viveu para conhecer as gravações do Beaux Arts, Amadeus e vários outros de nossa época…

Brahms / Schoenberg: Quarteto para Piano, Op. 25 (Arranjo para Orquestra de Arnold Schoenberg)

1. Piano Quartet in G Minor, Op. 25 – Allegro 13:42
2. Piano Quartet in G Minor, Op. 25 – Intermezzo (Allegro, ma non troppo) 8:40
3. Piano Quartet in G Minor, Op. 25 – Andante con moto 10:18
4. Piano Quartet in G Minor, Op. 25 – Rondo alla zingarese 8:53

Baltimore Symphony Orchestra
Sergiu Comissiona

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Ele diz que Comissiona, mas até agora não vi a cor do dinheiro

PQP

Serguei Prokofiev (1891-1953): Suíte Romeu e Julieta, Op. 64 (Salonen)

Serguei Prokofiev (1891-1953): Suíte Romeu e Julieta, Op. 64 (Salonen)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

O balé Romeu e Julieta de Prokofiev é uma composição dividida em três atos e treze cenas. Foi estreada no dia 11 de janeiro de 1940 no teatro Kirov, em Leningrado, e é, obviamente, baseado na tragédia homônima de William Shakespeare. Prokofiev extraiu deste balé três suítes orquestrais (Op. 64, 64a e Op. 101), além de uma seleção ainda mais reduzida adaptada para o piano (Op. 75). Bem. quem procura esta Suíte não precisa ir além deste magnífico CD. Este é um disco extraordinário e eu gostaria que a CBS tivesse contratado Esa-Pekka Salonen para fazer a versão completa do balé. Tudo começa por Prokofiev, claro, ao selecionar os itens que constariam da Suíte. Eles são admiravelmente paralelos à narrativa, mas também estão dispostos de forma a tornar a escuta contínua muito prazerosa. A execução orquestral é maravilhosamente feliz em seus detalhes: “Julieta – A Jovem” é cativantemente leve e graciosa, enquanto a mais robusta “Máscaras” tem apontamentos rítmicos soberbamente nítidos. O contorno melódico de Salonen é comovente na “Dança do Amor” com um toque das cordas maravilhosamente livre e expressivo, enquanto que, mais tarde, o “Adeus antes da despedida” é igualmente tocante. As duas danças que seguem a “Dança do Amor” fazem um contraste encantador. A “Dança Folclórica” é de total alegria, com violinos delicados contra sopros jocosos e a “Dança com Bandolins” é picantemente colorida com grande efeito. Depois, a “Serenata da Manhã” oferece outro interlúdio de bandolim antes do poderoso desfecho dramático de encerramento. Uma joia!

Serguei Prokofiev (1891-1953): Suíte Romeu e Julieta, Op. 64 (Salonen)

1 A Ordem do Duque 1:36
2 Interlúdio 2:08
3 Preparativos para o baile 1:41
4 Julieta – A Jovem 3:13
5 Chegada dos convidados 3:32
6 Máscaras 2:36
7 Dança dos Cavaleiros 5:50
8 A cena da varanda 1:18
9 Variação de Romeu 1:07
10 Dança de amor 4:53
11 Dança folclórica 3:23
12 Dançar com bandolins 1:51
13 Tybald luta contra Mercutio 1:19
14 Romeu resolve vingar a morte de Mercúcio 2:10
15 Final: Ato II 2:03
16 Adeus antes da despedida 4:58
17 Serenata da Manhã 2:27
18 Funeral de Julieta 5:37
19 Morte de Julieta 3:34

Orquestra Filarmônica de Berlim
Esa-Pekka Salonen

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Prokofiev na mesma cama com Nikolay Nabôkov: não é nada disso que vocês estão pensando!

PQP

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Sinfonias Nº 15 e 6 (Noseda)

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Sinfonias Nº 15 e 6 (Noseda)

Esta gravação certamente não é uma de minhas first choices shostakovichianas. O italiano Gianandrea Noseda torna o trágico ultratrágico, deixa tudo mais lento e quer nos matar do coração. Em sua cruzada pelo trágico, ele pisoteia o que há de sarcástico em Shostakovich, o que é crime inafiançável. A Sinfonia nº 15, Op. 141, foi gravada logo após sua composição em 1971, com a regência do filho do compositor, Maxim. Muitas gravações seguiram essa leitura sombria ao considerar a obra um testemunho diante da morte. No entanto, essa não é a única maneira de ver a questão. Por um lado, a sinfonia contém várias citações, e a da abertura Guilherme Tell, de Rossini , no primeiro movimento, é bastante espirituosa. O final, nem se fala. A Sinfonia nº 6, Op. 54, de 1939, não é de das obras sinfônicas tocadas com maior frequência. Os críticos stalinistas notaram com desaprovação os aspectos mais experimentais da obra, com sua estrutura incomum, com cada movimento mais rápido que o anterior. A leitura de Noseda capta bem isso. Mas, sei lá, faltou Rússia (ou URSS) a Noseda.

Sinfonia nº 15 em lá maior, op. 141
1 I. Alegretto 8:30
2 II. Adagio. Largo. Adagio. Largo 16:03
3 III. Alegreto 4:28
4 4. Adagio. Alegretto. Adagio. Alegretto 15:56

Sinfonia nº 6 em si menor, op. 54
5 I. Largo 17:42
6 II. Alegro 6:37
7 III. Presto 7:29

London Symphony Orchestra
Gianandrea Noseda, regente

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Shostakovich jogando xadrez com a morte

PQP

Johannes Brahms (1833-1897): Os 2 Concertos para Piano, Scherzo, 4 Baladas, Klavierstucke (Kovacevich / Davis)

Johannes Brahms (1833-1897): Os 2 Concertos para Piano, Scherzo, 4 Baladas, Klavierstucke (Kovacevich / Davis)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Quantas vezes FDP Bach postou estas gravações? Muitas, ele as ama. Porém, como há pouco tempo saiu com nova capa, juntos e tals, vamos repostar. Mas o texto é de FDP! Vai que é tua, meu rapaz.

Aqui, sobre o CD1:

A obra pianística de Brahms apareceu com pouca frequência aqui no PQPBach. Lembro de um cd de Kristian Zimerman, cujo link já desapareceu há muito tempo, e só. Claro que falo das obras para piano solo, não de seus monumentais concertos para piano.

Resolvi então trazer este repertório com meu pianista favorito nele, Stephen Kovacevich, gravações estas realizadas entre o final dos anos 60 e início dos anos 80.

Tenho uma relação muito particular com este pianista, foi ele quem me apresentou o Concerto nº2, e sua leitura me cativou imediatamente, e desde então cultivo um carinho muito especial por esta gravação. Infelizmente Kovacevich meio que sumiu dos palcos durante alguns anos, se não me engano por problemas de saúde, mas pelas últimas notícias que li, ele está novamente ativo, realizando performances pelos palcos do mundo inteiro.

O primeiro cd dessa caixa traz o monumental Concerto nº1, em uma versão mais “light”, eu diria, não tão soturna, mais romântica do que e as que estamos acostumados a ouvir. É deslumbrante acompanhar o embate entre piano e orquestra, em um duelo sem vencedores.

Stephen Kovacevich, Colin Davis e a Sinfônica de Londres estão impecáveis, no apogeu de suas carreiras.

E aqui sobre o CD2:

Se Stephen Kovacevich tivesse realizado apenas essa gravação do Concerto nº 2 para Piano e Orquestra de Brahms, junto com Colin Davis e a Sinfônica de Londres, lá nos idos dos anos 70, já poderia ser colocado no Hall of Fame dos grandes pianistas do século XX. Já comentei anteriormente que tenho uma relação muito pessoal com essa gravação, desde que a comprei, lá em 1987 ou 88. Brahms para mim ainda era um compositor um tanto quanto obscuro. Sua obra ainda era uma incógnita para mim. Ainda era o tempo do LP. Lembro que comprei em uma promoção, dois pelo preço de um, junto dele veio um LP com as Danças Eslavas de Dvorák, na versão de Antal Dorati, outro primor da indústria fonográfica. Bendita a hora em que o gerente daquela loja de discos no centro de Florianópolis resolveu dar uma geral no setor de clássicos, e tirar aqueles álbuns encalhados, que não vendiam.

Já colocamos em discussão por aqui diversas vezes, e não canso de afirmar que considero este Concerto nº 2 para Piano e Orquestra de Brahms o melhor Concerto já escrito pelo ser humano, uma obra que faz parte do cânone cultural ocidental. Um diamante lapidado com cuidado e esmero por este gigante alemão, Johannes Brahms.

E o californiano Stephan Kovacevich, filho de pai croata e mãe norte-americana, junto com Colin Davis e a Sinfônica de Londres, naqueles inspiradores anos 70, conseguiram extrair a essência da obra, aquilo que ela tem de mais profundo. Impossível ouvir essa gravação e ficar imune à sua beleza.

Deliciem-se, então, mortais.

Johannes Brahms (1833-1897): Os 2 Concertos para Piano, Scherzo, 4 Baladas, Klavierstucke (Kovacevich / Davis)

Concerto para piano nº 1 em ré menor, op. 15
1-1 Maestoso – Poco Più Moderato 21:29
1-2 Adágio 15:19
1-3 Rondo Allegro Non Troppo 10:59

1-4 Scherzo em mi bemol menor, op. 4 9:46

4 Baladas, op. 10
1-5 Nº 1 em Ré Menor 3:52
1-6 Nº 2 em D 5:12
1-7 Nº 3 em si menor 3:41
1-8 Nº 4 em B 5:59

Concerto para piano nº 2 em si bemol, op. 83
2-1 Allegro Non Troppo 17:55
2-2 Allegro Appassionato 8h30
2-3 Andante – Più Adagio 14:32
2-4 Allegretto Grazioso – Un Poco Più Presto 9:06

Klavierstucke Op. 76
2-5 Nº 1 Capricho em Fá Sustenido Menor 2:35
2-6 Nº 2 Capricho em Si Menor 2:54
2-7 Nº 3 Intermezzo em apartamento 2:24
2-8 Nº 4 Intermezzo em Si bemol 2:16
2-9 Nº 5 Capricho em dó sustenido menor 2:49
2-10 Nº 6 Intermezzo em A 2:52
2-11 Nº 7 Intermezzo em Lá Menor 2:33
2-12 Nº 8 Capricho em C 2:53

Steven Kovacevich
London Symphony Orchestra
Sir Colin Davis

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Argerich, Kovacevich e suas duas filhas.

PQP

 

Ferdinand Ries (1784-1838): Os Quartetos para Flauta Completos (Oxalys)

Ferdinand Ries (1784-1838): Os Quartetos para Flauta Completos (Oxalys)

Um belo CD. Ries é excelente. Filho de um músico da corte de Bonn, Franz Ries, Ferdinand aprendeu piano quando criança com Beethoven. Em outubro de 1801, foi enviado por seu pai para Viena, onde Beethoven o colocou sob sua proteção. Em troca, Ries tornou-se indispensável para Ludwig, ajudando-o com os aspectos práticos da composição, lidando com editores, encontrando alojamentos para o mestre e, em geral, cuidando dele enquanto sua audição diminuía. Foi Ries quem encontrou alojamento para Beethoven na Pasqualati Haus, onde Beethoven permaneceu por mais tempo do que em qualquer outro lugar e que hoje é um Museu. Beethoven geralmente considerava a bondade de Ries como obrigação, muitas vezes tratando-o mal e culpando-o por problemas pelos quais não era responsável. Ries nunca permitiu que isso prejudicasse o amor e o respeito que tinha por Beethoven. Em 1813, deixou Viena para sempre. Estabeleceu-se em Londres em 1813, casando com uma inglesa. Em 3 de abril de 1816, Beethoven escreveu a Ries: “… Todos os meus bons votos, meu caro R, e os meus melhores cumprimentos à sua querida esposa e também a todas aquelas lindas inglesas a quem as minhas saudações podem dar prazer…”. Um mês depois, ele escreveu: “… Minhas melhores saudações à sua esposa. Infelizmente não tenho esposa. Encontrei apenas uma que, sem dúvida, nunca possuirei. No entanto, não odeio as mulheres… “. Como membro da Sociedade Filarmônica de Londres, Ries foi incansável na promoção da música de Beethoven e fundamental para garantir-lhe a encomenda da nova sinfonia que se tornaria a Nona. Ele deixou Londres em abril de 1824, após dar um concerto de despedida, e mudou-se a esposa para Godesberg. Ele acumulou uma riqueza considerável com o ensino e a redação, mas perdeu grande parte dela quando o banco londrino, em que investia, faliu. Por volta de 1830, mudou-se para Frankfurt e em 1834 para Aachen, onde foi nomeado chefe da orquestra da cidade e da Singakademie. Mas as funções do cargo não lhe deixaram satisfeito e ele regressou a Frankfurt dois anos depois. Ele morreu com apenas cinquenta e três anos. Ferdinand Ries foi excelente pianista e compositor prolífico, deixando cerca de 180 obras, incluindo sinfonias, óperas, oratórios, música de câmara e peças para piano solo. Como um dos colaboradores mais próximos de Beethoven, as suas opiniões a respeito do compositor – reunidas num livro que publicou com Franz Wegeler em 1838 – são inestimáveis.

Ferdinand Ries (1784-1838): Os Quartetos para Flauta Completos (Oxalys)

Quartet WoO 35 Nr. 1 In D Minor
1-1 Allegro
1-2 Adagio Con Moto
1-3 Scherzo. Vivace
1-4 Finale. Allegro Molto

Quartet WoO 35 Nr. 2 In G. Minor
1-5 Andante. Allegretto
1-6 Adagio Con Moto, Cantabile
1-7 Allegro Vivace

Quartet WoO 35 Nr. 3, In A Minor
1-8 Allegro Non Troppo
1-9 Largo
1-10 Menuetto. Moderato
1-11 Rondo Grazioso. Allegretto

Quartet Op.145, In C Minor
2-1 Allegro Con Brio
2-2 Larghetto Cantabile
2-3 Scherzo. Allegro Vivace
2-4 Allegro All’Espagnola

Quartet Op.145, Nr 2, In E Minor
2-5 Allegro Moderato
2-6 Andante
2-7 Menuetto Molto Moderato
2-8 Rondo. Allegro Moderato

Quartet Op.145, Nr. 3, In A Major
2-9 Allegro
2-10 Scherzo. Vivace
2-11 Adagio
2-12 Allegro

Cello – Martijn Vink (2)
Ensemble – Oxalys
Flute – Toon Fret
Viola – Elisabeth Smalt
Violin – Shirly Laub

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

PQP

.: interlúdio :. Wynton Marsalis Septet: Blue Interlude

.: interlúdio :. Wynton Marsalis Septet: Blue Interlude

IM-PER-DÍ-VEL !!! Um dos melhores CDs de jazz que já ouvi !!!

Com Wynton Marsalis, exuberância, energia e musicalidade de alto nível nunca são um problema. Este deve ser um dos melhores conjuntos de médio porte do trompetista, um septeto, com o pianista Marcus Roberts, o trombonista Wycliffe Gordon, os saxofonistas Wessell Anderson e Todd Williams , o baixista Reginald Veal e o baterista Herlin Riley. É também mérito de Marsalis ele permitir uma sólida interação de grupo e muito espaço para seus companheiros não apenas se expandirem, mas também incluírem suas obras escritas no repertório. A maior parte desse material é extenso e é um teste para a resistência da banda, mas um prazer para quem ouve. A faixa-título tem  mais de 37 minutos, trata-se de um grandioso tratado sobre romance, com solos longos, seções de compactas e cheias de detalhes. “The Jubilee Suite” tem apenas 12 minutos, ecoando hinos de clarim em uma moderna Nova Orleans. “And the Band Played On” é uma marchona linda e cômica e “Brother Veal” exala uma sensação calorosa em um swing fácil, com o sax de Williams como ponto de referência. A última peça, “Sometimes It Goes Like That”, é a melodia mais complexa, usando o típico andamento variável e dispositivos melódicos que tornam uma obra de jazz de Marsalis reconhecível. A arte da capa e o título podem indicar que este foi um interlúdio azul na vida pessoal de Marsalis traduzido em música.

.: interlúdio :. Wynton Marsalis: Blue Interlude

1 Brother Veal
Written-By – W. Marsalis*
3:23

2 Monologue For Sugar Cane And Sweetie Pie
Piano, Voice [Spoken Word] – Wynton Marsalis
5:55

3 Blue Interlude (The Bittersweet Saga Of Sugar Cane And Sweetie Pie)
Written-By – W. Marsalis*
37:14

4 And The Band Played On
Written-By – W. Gordon*
5:22

The Jubilee Suite
Written-By – T. Williams*
(12:20)
5.1 I. Day To Day
5.2 II. Running And Rambling
5.3 III. Grace

6 Sometimes It Goes Like That
Written-By – W. Marsalis*
7:11

Alto Saxophone – Wessell Anderson
Bass – Reginald Veal
Drums – Herlin Riley
Piano – Marcus Roberts
Tenor Saxophone, Soprano Saxophone, Clarinet – Todd Williams
Trombone – Wycliffe Gordon
Trumpet – Wynton Marsalis

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Fazendo trabalhos como “Blue Interlude” pode fazer cara de metido.

PQP

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas BWV 51 & 208 (Failoni / Antál)

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas BWV 51 & 208 (Failoni / Antál)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Um disquinho que tenho há muito tempo e a que sempre retorno. É uma bela interpretação deste grupo húngaro para a Naxos velha de guerra e, principalmente para o velho Bach. E as duas Cantatas são lindas, claro! Johann Sebastian Bach compôs a cantata Jauchzet Gott in allen Landen, BWV 51, em Leipzig. A obra é a única Cantata religiosa de Bach escrita para soprano e trompete solo. Ele a compôs para uso geral (ogni tempo), ou seja, não para uma data específica do calendário eclesiástico, embora a tenha usado no 15º domingo depois da Trindade. Sua primeira apresentação foi em 17 de setembro de 1730, em Leipzig. Was mir behagt, ist nur die muntre Jagd, BWV 208, também conhecida como Cantata de Caça, é uma cantata secular composta provavelmente para o aniversário do duque Cristiano de Saxe-Weissenfels, que era um caçador entusiasta, em 23 de fevereiro de 1713. A ária “Schafe können sicher weiden” é a parte mais conhecida da Cantata. E merece ser conhecida mesmo! É a mais antiga cantata secular sobrevivente de Bach, composta enquanto ele trabalhava como organista da corte em Weimar.

J. S. Bach (1685-1750): Cantatas 51 & 208 (Failoni / Antál)

Jauchzet Gott em allen Landen!, BWV 51
1 Ária: Jauchzet Gott em Allen Landen! 04:34
2 Recitativo: Wir beten zu dem Tempel an 02:18
3 Ária: Hochster, mache deine Gute 05:08
4 Coral: Sei Lob und Preis mit Ehren 03:55
5 Final: Aleluia! 02:30

Was mir behagt, ist nur die muntre Jagd, BWV 208, “Hunt Cantata”
6 Recitativo: Was mir behagt, ist nur die muntre Jagd! (Soprano) 00:41
7 Ária: Jagen ist die Lust der Gotter (Soprano) 02:23
8 Recitativo: Wie? Schonste Gottin! Quer dizer? (Tenor) 01:04
9 Ária: Willst du dich nicht mehr ergotzen (Tenor) 04:21
10 Recitativo: Ich liebe dich zwar noch! (Soprano, Tenor) 02:17
11 Recitativo: Ich, der ich sonst ein Gott in diesen Feldern bin (Baixo) 00:27
12 Ária: Ein Furst ist seines Landes Pan! (Baixo) 02:48
13 Recitativo: Soll denn der Pales Opfer hier das letzte sein? (Soprano) 00:37
14 Ária: Schafe konnen sicher weiden (Soprano) 03:45
15 Recitativo: So stimmt mit ein (Soprano) 00:20
16 Lebe, Sonne dieser Erden (Refrão) 02:33
17 Dueto: Entzucket uns beide (Soprano, Tenor) 01:52
18 Ária: Weil die wollenreichen Herden (Soprano) 01:44
19 Ária: Ihr Felder und Auen, último grunend euch schauen (baixo) 02:43
20 Ihr lieblichste Blicke! Seu freudige Stunden! (Coro) 03:58

Maestro(s): Antál, Mátyás
Orquestra(s): Orquestra de Câmara Failoni de Budapeste
Coro(s): Coro da Rádio Húngara
Artista(s): Gáti, István ; Kertesi, Ingrid ; Mukk, Jozsef ; Nemeth, Judite ; Paszthy, Julia

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Antál Mátyás, como dizem os húngaros.

PQP

G. F. Handel (1685-1759): Ariodante (Minkowski)

G. F. Handel (1685-1759): Ariodante (Minkowski)

Considerada a ópera mais perfeita de Handel, Ariodante apresenta algumas das árias mais emblemáticas do repertório barroco. Tem três atos, com libreto anônimo em italiano, baseado na obra de Antonio Salvi. A estreia foi realizada no Covent Garden, Londres, em 8 de janeiro de 1735. Apesar do sucesso inicial, caiu no esquecimento por mais de duzentos anos. Uma edição da partitura foi publicada no início dos anos 1960, a partir da Hallische Händel Ausgabe. Na década de 1970, o trabalho foi relançado e voltou ao repertório regular de óperas barrocas. Inspirado no Orlando furioso de Ariosto, o libreto nos transporta para a Escócia medieval, onde o amor entre o cavaleiro Ariodante e Ginevra é frustrado pelas intrigas sombrias de Polinesso. Mas uma reviravolta final salvará o herói do desespero e da cegueira, num inesperado final feliz…

G. F. Handel (1685-1759): Ariodante (Minkowski)

Ouverture
1-1 (Without Tempo Indication) 3:25
1-2 (Without Tempo Indication) 1:40

Atto Primo
Scena 1
1-3 Vezzi, Lusinghe, E Brio 2:21
1-4a Ami Dunque, O Signore? 0:50

Scena 2
1-4b Ginevra?/ Tanto Ardire?
1-5 Orrida Agli Occhi Miei 2:14

Scena 3
1-6 Orgogliosa Beltade! 0:28
1-7 Apre Le Luci 3:15

Scena 4
1-8 Mie Spiranze, Che Fate? 0:26
1-9 Coperta La Frode 3:31

Scena 5
1-10 Qui D’Amor, Nel Suo Linguaggio? 2:10
1-11 T’Amerò Dunque Sempre, Idolo Mio 0:41
1-12 Prendi Da Questa Mano 1:36

Scena 6
1-13 Non Vi Turbate 1:13
1-14 Volate, Amori 3:30

Scena 7
1-15 Vanne Pronto, Odoardo 0:39
1-16 Voli Colla Sua Trombra 3:41

Scena 8
1-17 Oh! Felice Mio Core! 0:11
1-18 Con L’Ali Di Costanza 6:16

Scena 9
1-19 Conosco Il Merto Tuo, Cara Dalinda 1:25
1-20 Spero Per Voi, Si, Si 3:26

Scena 10
1-21 Dalinda, In Occidente 0:32
1-22 Del Mio Sol Vezzosi Rai 4:41

Scena 11
1-23 Ah! Che Quest’Alma Amante 0:11
1-24 Il Primo Ardor 3:02

Scena 12
1-25a Pare, Ovunque Mi Aggiri 0:44

Scena 13
1-25b E Qual Propizia Stella
1-26 Sinfonia 0:45
1-27 Se Rinasce Nel Mio Cor 1:05
1-28 Si Godete Al Vostro Amor 0:54
1-29 Gavotte 0:57
1-30 Musette I: Lentement 2:03
1-31 Musette II: Andante 0:48
1-32 Allegro 1:37
1-33 Si Godete Al Vostro Amor 0:58

Atto Secondo
Scena 1
2-1 Sinfonia 1:10
2-2a Di Dalinda L’Amore 1:36

Scena 2
2-2b Eccolo, O Amico
2-3 Tu, Preperati A Morire 3:48
2-4 Ginevra? / O Mio Signore! 0:24
2-5 Tu Vivi, E Punito 3:14

Scena 3
2-6 E Vivo Ancora? 0:24
2-7 Scherza Infida In Grembo Al Drudo 11:52

Scena 4
2-8 Lo Stral Ferì Nel Segno 0:35
2-9 Se Tanto Piace Al Cor 3:02

Scena 5
2-10 Felice Fu Il Mio Inganno 0:12
2-11 Se L’ Inganno Sortisce Felice 3:55

Scena 6
2-12 Andiam, Fidi, Al Consiglio 1:21
2-13 Invida Sorte Avara 5:32

Scena 7
2-14 Mi Palpita Il Core 2:12
2-15a Sta’ Lieta, O Principessa! 2:24

Scena 8
2-15b Mio Re! / Lurcanio! Oh Dei!
2-16 Il Tuo Sangue, Ed Il Tuo Zelo 3:47

Scena 9
2-17 Quante Sventure Un Giorno 0:22

Scena 10
2-18 A Me Impudica? 2:08
2-19 Il Mio Crudel Martoro 9:25
2-20 Entrée Des Songes Agréables 1:55
2-21 Entrées Des Songes Funestes 1:31
2-22 Entrée Des Songes Agréables Effrayés 0:50
2-23a Combat Des Songes Funestes Et Agréables 1:42
2-23b Che Vidi? Oh Die!

Atto Terzo
Scena 1
3-1 Numi! Lasciarmi Vivere 1:43
3-2 Perfidi! Io Son Tradita! 1:17
3-3 Cieca Notte, Infidi Sguardi 6:09

Scena 2
3-4 Ingrato Polinesso! 0:15
3-5 Neghittosi, Or Voi Che Fate? 2:32

Scena 3
3-6 Sire, Deh, Non Negare 0:28
3-7 Dover, Giustizia, Amor 3:06
3-8a Or Venga A Me La Figlia 1:13

Scena 4
3-8b Ecco La Figlia / Padre: Ahi, Dolce Nome!
3-9 Io Ti Bacio, O Mano Augusta 3:20
3-10 Figlia, Da Dubbia Sorte 0:33
3-11 Al Sen Ti Stringo, E Parto 3:37

Scena 5
3-12 Così Mi Lascia Il Padre? 0:22
3-13 Si, Morrò 1:28
3-14a Sinfonia 2:40

Scena 6
3-14b Arrida Il Cielo Alla Giustizia

Scena 7
3-14c Ferma, Signor

Scena 8
3-14d E Dalinda Dov’è?
3-15 Dopo Notte, Atra E Funesta 6:45

Scena 9
3-16 Dalinda! Ecco Risorge 0:26
3-17 Dite Spera, E Son Contento 4:29

Scena 10
3-18 Da Dubbia Infausta Sorte 0:50
3-19a Manca, Oh Dei! 1:20

Scena 11
3-19b Sinfonia
3-20 Figlia! Innocente Figlia! 1:07
3-21 Bramo Aver Mille Vite 4:28

Scena Ultima
3-22 Ognuno Acclami Bella Virtute 2:00
3-23 (Balletto) 1:17
3-24 Rondeau 0:48
3-25 Sa Trionfar Ognor Virtute In Ogni Cor 1:36

Ariodante: Anne Sofie von Otter
Ginevra: Lynne Dawson
Polinesso: Ewa Podles
Dalinda: Verónica Cangemi
Lurcanio: Richard Croft
Il Re di Scozia: Denis Sedov
Odoardo: Luc Coadou

Les Musiciens du Louvre
dir. Marc Minkowski

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

G. F. Handel: Feioso, né?
G. F. Handel: Feioso, né?

PQP

J. S. Bach (1685-1750): Sonatas para Viola da Gamba e outras obras (ter Linden / Egarr)

J. S. Bach (1685-1750): Sonatas para Viola da Gamba e outras obras (ter Linden / Egarr)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Após postarmos a versão de Maisky e Argerich com violoncelo e piano modernos, nada melhor do que voltar às origens.

Aliás, esta é a interpretação que mais amo destas Sonatas. Um trabalho notável!

Esta é a quarta nova gravação das Sonatas para Viola da Gamba de Bach que chegou até nós este ano, prova, sem dúvida, da merecida popularidade destas peças atraentes e melodiosas. Se tivesse que escolher apenas um CD para representar a música instrumental de câmara de Bach, talvez não houvesse melhor conjunto de obras para escolher do que estas. Jaap ter Linden e Richard Egarr entram num campo bastante disputado, que inclui inclusive um grande número de violoncelistas modernos que foram incapazes de resistir a esta música fantástica. Porém, creio que a dupla deste CD surge como séria candidata ao pódium. (Gramophone, trecho de resenha livremente traduzida, datada de dezembro de 2000)

Bach: Sonatas para Viola da Gamba e outras obras

1. Sonata in G Major BWV 1027 – Adagio
2. Sonata in G Major BWV 1027 – Allegro ma non tanto
3. Sonata in G Major BWV 1027 – Andante
4. Sonata in G Major BWV 1027 – Allegro Moderato

5. Capriccio in B-flat Major BWV 992 – Arioso, Adagio
6. Capriccio in B-flat Major BWV 992 – Double
7. Capriccio in B-flat Major BWV 992 – Adagiosissimo
8. Capriccio in B-flat Major BWV 992 – Double
9. Capriccio in B-flat Major BWV 992 – Allegro Poco
10. Capriccio in B-flat Major BWV 992 – Fuga

11. Sonata in D Major BWV 1028 – Adagio
12. Sonata in D Major BWV 1028 – Allegro
13. Sonata in D Major BWV 1028 – Andante
14. Sonata in D Major BWV 1028 – Allegro

15. Capriccio in E Major BWV 993

16. Sonata in G Minor BWV 1029 – Vivace
17. Sonata in G Minor BWV 1029 – Adagio
18. Sonata in G Minor BWV 1029 – Allegro

Jaap ter Linden: Viola da gamba
Richard Egarr: harpsichord

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Assim é a viola da gamba de Vassily Genrikhovich
É assim que Vassily Genrikhovich vê sua viola da gamba

PQP

Jean Sibelius (1865-1957): Sinfonia Nº 5 / En Saga (Ashkenazy / Philharmonia)

Jean Sibelius (1865-1957): Sinfonia Nº 5 / En Saga (Ashkenazy / Philharmonia)

Uma excelente gravação de Vladimir Ashkenazy! Ele e a Philharmonia gravaram as sinfonias e os poemas sinfônicos de Sibelius nas décadas de 1970 e 1980. Todas são performances excelentes. Eu tenho esse disco há muitos anos e gosto demais dele. Ashkenazy traz à tona o calor expressivo, a cor e o drama do compositor. Prefiro a gravação de Rattle com a CBSO, mas este CD está muito longe de ser insatisfatório. A sempre popular 5ª Sinfonia é mais um passo na busca de Sibelius pela compactação sinfônica, objetivo plenamente alcançado na 7ª. O poema sinfônico En Saga também está lindo neste CD. Quando digo que prefiro Rattle, não estou falando mal de Vladi, repito. Afinal, creio que estou falando de parte do Olimpo dos registros do compositor finlandês.

Jean Sibelius (1865-1957): Sinfonia Nº 5 / En Saga (Ashkenazy / Philharmonia)

Sinfonia nº 5 em mi bemol maior, op. 82
1 I. Tempo Molto Moderado 13:08
2 II. Andante Mosso, Quasi Allegretto 9:23
3 III. Allegro Molto 8:46

4 En Saga 19:18

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Siba em versão gangster.

PQP

W. A. Mozart (1756-1791): Don Giovanni (Jacobs)

W. A. Mozart (1756-1791): Don Giovanni (Jacobs)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

O que posso dizer de um Don Giovanni com a Orquestra Barroca de Freiburg sob a regência de René Jacobs? Eu achei que nem precisava ouvi-lo para entregar-me a Don Juan, mas ouvi e o resultado foi o esperado. Entreguei-me a ele desde os primeiros compassos. Olha, é tão bom que nem parece ópera, ops, melhor dizendo, este Don Giovanni pode ser ouvido como se fosse um concerto sem maiores problemas.

Anos atrás, Maria Callas — que não era exatamente uma débil mental –, criticou os artistas que costumam cantar e tocar Mozart como se estivessem nas “pontas dos pés”. René Jacobs obedece à diva: disse que seus cantores deviam usar “apenas a voz”. O resultado são 3 CDs de música onde a gente não precisa pular os recitativos. Os personagens estão plenamente desenvolvidos, com o conjunto instrumental fornecendo o suporte perfeito para a ação. É um verdadeiro drama musical: às vezes suave, às vezes bombástico, às vezes hilariante, às vezes austera e terrível, cheia daqueilo que o século XVIII chamava de “Sturm und Drang”. Ponto.

W. A. Mozart (1756-1791): Don Giovanni

Disc: 1
1. Ouvertura
2. No.1 Introuzione: Notte E Giorno Faticar
3. Recitativo: Leporello, Ove Sei?
4. Recitativo: Ah Del Padre In Periglio/No.2 Recitativo Accomp.: Ma Qual Mai S’offre, O Dei
5. Duetto: Fuggi, Crudele, Fuggi!
6. Recitativo: Orsu, Spicciati Presto
7. No.3 Aria: Ah Chi Mi Dice Mai
8. Recitativo: Chi E La?
9. No.4 Aria: Madamina, Il Catalogo E Questo
10. Recitativo: In Questa Forma Dunque
11. No.5 Coro: Giovinette Che Fate All’amore
12. Recitativo: Manco Male E Partita
13. No.6 Aria: Ho Capito, Signor Si
14. Recitativo: Alfin Siam Liberati
15. No.7 Duettino: La Ci Darem La Mano
16. Recitativo: Fermati Scellerato
17. No.8 Aria: Ah Fuggi Il Traditor
18. Recitativo: Mi Par Ch’oggi Il Demonio Si Diverta
19. Recitativo: Ah Ti Ritrovo Ancor/No.9 Quartetto: Non Ti Fidar, O Misera
20. Recitativo: Povera Sventurata!
21. No.10 Recitativo Accomp.: Don Ottavio, Son Morta!
22. Aria: Or Sai Chi L’onore
23. Recitativo: Come Mai Creder Deggio
24. No.10a Aria: Dalla Sua Pace

Disc: 2
1. Recitativo: Lo Deggio Ad Ogni Patto
2. No.11 Aria: Fin Ch’han Dal Vino
3. Recitativo: Masetto: Senti Un Po’
4. No.12 Aria: Batti, Batti, O Bel Masetto
5. Recitativo: Guarda Un Po’ Come Seppe
6. No.13 Finale: Presto Presto Pria Ch’ei Venga/Su Svegliatevi, Da Bravi
7. Tra Quest’arbori Celeta
8. Bisogna Aver Coraggio
9. Riposate, Vezzose Ragazze
10. No.14 Duetto: Eh Via Buffone
11. Recitativo: Leporello/Signore
12. No.15 Terzetto: Ah Taci, Ingiusto Core
13. Recitativo: Amico, Che Ti Par?/Recitativo: Eccomi a Voi!
14. No.16 Canzonetta: Deh Vieni Alla Finestra
15. Recitativo: V’e Gente Alla Finestra!/Recitativo: Non Ci Stanchiamo
16. No.17 Aria: Meta Di Voi Qua Vadano
17. Recitativo: Zitto! Lascia Ch’io Senta/Ahi Ahi! La Testa Mia!
18. No.18 Aria: Vedrai, Carino
19. Recitativo: Di Molte Faci Il Lume
20. No.19 Sestetto: Sola Sola In Buio Loco/Ferma, Briccone

Disc: 3
1. Recitativo: Dunque Quello Sei Tu/Recitativo: Ah Pieta…/Recitativo: Ferma, Perfido, Ferma…
2. Recitativo: Restati Qua!
3. No.21a Duetto: Per Queste Tue Manine
4. Recitativo: (Amico…) Guarda Un Po’come Stretto
5. Recitativo: Andiam, Andiam, Signora
6. No.21b Recitativo Accompagnato: In Quali Eccessi, O Numi
7. Aria: Mi Tradi Quell’alma Ingrata
8. Recitat.: Ah Ah Ah Ah, Questa E Buona
9. No.22 Duetto: O Statua Gentillissima
10. Recitativo: Calmatevi, Idol Mio
11. No.23 Recitativo Accompagnato: Crudele! Ah No, Mio Bene!
12. Rondo: Non Mi Dir, Bell’idol Mio
13. Recitativo: Ah, Si Segua Il Suo Passo
14. No.24 Finale: Gia La Mensa E Preparata
15. L’ultima Prova
16. Don Giovanni, a Cenar Teco
17. Ah Dove E Il Perfido
18. Recitativo: Dunque Quello Sei Tu
19. No.20 Aria: Ah Pieta, Signori Miei
20. Recitativo: Ferma, Perfido, Ferma
21. No.21 Aria: Il Mio Tesoro Intanto

Johannes Weisser, Don Giovanni
Lorenzo Regazzo, Leporello
Alexandrina Pendatchanska, Donna Elvira
Olga Pasichnyk, Donna Anna
Kenneth Tarver, Don Ottavio
Sunhae Im, Zerlina
Nikolay Borchev, Masetto
Alessandro Guerzoni, Il Commendatore

Freiburger Barockorchester
RIAS Kammerchor
René Jacobs

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Querida... Meu amor...
Querida… Meu amor…

PQP

.: interlúdio :. Jack DeJohnette: Extra Special Edition

.: interlúdio :. Jack DeJohnette: Extra Special Edition

DeJohnette cometeu uma indiscutível obra-prima em 1979 com este sensacional Special Edition. E, bem, depois foi para outras plagas ser o notável baterista que sempre foi. Tentou outros discos autorais até que resolver botar o nome de Extra Special Edition num deles. Era um perfeito engana-bobo. Eu caí. Comprei a merda. A adição de Bobby McFerrin ao grupo do baterista deveria ter sido uma vantagem:  o cantor pode fazer muito com sua voz, desde substituir um contrabaixo até usar seu falsete como uma trompa. Porém, este CD de temas majoritariamente original, não só carece bons temas como também não consegue ter um desenvolvimento real, particularmente nas faixas que incluem McFerrin. A coisa geralmente começa no que poderia muito bem ser o meio e termina de forma inconclusiva, com muitas das peças sendo pouco mais do que riffs funky para a seção rítmica. Apesar de alguns momentos fortes (principalmente do pianista Michael Cain ), apenas Seventh D e Summertime (ambas instrumentais) merecem ser ouvidas uma segunda vez.

.: interlúdio :. Jack DeJohnette: Extra Special Edition

1 Numoessence
Composed By – Bobby McFerrin, Gary Thomas, Jack DeJohnette, Lonnie Plaxico
5:24
2 Elmer Wudd?
Composed By – Bobby McFerrin, Jack DeJohnette, Michael Cain
8:36
3 Then There Was Light
Composed By – Bobby McFerrin, Michael Cain
4:57
4 You Can Get There
Composed By – Bobby McFerrin, Gary Thomas, Jack DeJohnette, Lonnie Plaxico, Marvin Sewell, Michael Cain
4:44
5 Inside The Kaleidoscope
Composed By – Bobby McFerrin, Gary Thomas, Jack DeJohnette, Lonnie Plaxico
3:25
6 Ha Chik Kah
Composed By – Bobby McFerrin, Gary Thomas, Jack DeJohnette, Lonnie Plaxico, Marvin Sewell, Michael Cain
5:19
7 Seventh D
Composed By – Jack DeJohnette
8:19
8 Rituals Of Spring
Composed By – Jack DeJohnette
5:56
9 Liquid Over Tones
Composed By – Jack DeJohnette
1:40
10 Speaking In Tongues
Composed By – Bobby McFerrin, Gary Thomas, Jack DeJohnette, Lonnie Plaxico, Marvin Sewell, Michael Cain
6:08
11 Summertime
Composed By – DuBose Heyward, George Gershwin
10:00
12 Memories Of Sedona
Composed By – Jack DeJohnette, Lonnie Plaxico, Michael Cain
5:39

Acoustic Bass – Lonnie Plaxico (faixas: 1, 4 to 8, 10 to 12)
Acoustic Guitar – Marvin Sewell (faixas: 1, 4, 5)
Alto Flute – Gary Thomas (faixas: 8)
Drums – Jack DeJohnette (faixas: 2, 4, 6 to 11)
Electric Guitar – Marvin Sewell (faixas: 6 to 8, 10, 11)
Keyboards [Electric Keyboards] – Michael Cain (faixas: 2)
Keyboards [Electronic Keyboards] – Michael Cain (faixas: 6, 8, 10, 12)
Keyboards [Korg OIW Keyboard] – Jack DeJohnette (faixas: 9)
Ocarina – Jack DeJohnette (faixas: 12)
Percussion – Paul Grassi (faixas: 1, 4 to 6, 8, 10)
Percussion [Log Drums] – Jack DeJohnette (faixas: 1, 5, 12)
Piano – Michael Cain (faixas: 2 to 4, 6 to 8, 10, 11)
Soprano Saxophone – Gary Thomas (faixas: 6, 10)
Tenor Saxophone – Gary Thomas (faixas: 1, 4, 5, 7, 11)
Triangle – Jack DeJohnette (faixas: 8)
Vocals – Bobby McFerrin (faixas: 1 to 3, 5 to 7, 10)
Whistling – Bobby McFerrin (faixas: 4)

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Jack DeJohnette

PQP

Georg Philipp Telemann (1681-1767): Aberturas para Cravo (Hoeren)

Georg Philipp Telemann (1681-1767): Aberturas para Cravo (Hoeren)

O cravista Harald Hoeren compreende e explora claramente o amplo conhecimento de Telemann sobre os diversos estilos utilizados nessas aberturas. Embora todos os seis comecem tipicamente no chamado estilo francês, logo se afastam desse curso, desviados pela imaginação inventiva de Telemann. Talvez o exemplo mais impressionante aqui esteja na Abertura IV. A abertura Lento Allegro soa como algo que François Couperin poderia ter escrito. Parte de um clima particularmente sombrio e evolui para uma série de alegres elaborações contrapontísticas. Também está incluído no CD o Concerto em Si menor de Telemann, TVV 33:1. Esta obra foi originalmente composta para violino e orquestra, mas foi perdido e hoje existe apenas no arranjo para cravo do próprio compositor. Ao contrário das Aberturas, este concerto é uma peça mais simples e direta, o final perfeito para um programa de aventuras incessantes. O som da CPO é impressionante: o cravo de Hoeren oferece ampla intimidade sem sacrificar o timbre (muitas gravações recentes de cravo são microfonadas muito de perto, fazendo o instrumento soar monstruosamente mecânico).

Georg Philipp Telemann (1681-1767): Aberturas para Cravo (Hoeren)

Overture, Suite For Harpsichord In G Major (VI Overtures No. 1), TWV 32:5 (10:45)
1 Overture I: Lento. Allegro
2 Overture I: Larghetto E Scherzando
3 Overture I: Allegro

Overture, Suite For Harpsichord In A Major (VI Overtures No. 2), TWV 32:6 (11:11)
4 Overture II: Lento. Allegro
5 Overture II: Largo E Scherzando
6 Overture II: Presto

Overture, Suite For Harpsichord In F Major (VI Overtures No. 3), TWV 32:7 (11:40)
7 Overture III: Lento. Allegro
8 Overture III: Dolce E Scherzando
9 Overture III: Allegro

Overture, Suite For Harpsichord In E Minor (VI Overtures No. 4), TWV 32:8 (12:04)
10 Overture IV: Lento. Allegro
11 Overture IV: Moderato E Scherzando
12 Overture IV: Allegro – Piacevole – Allegro

Overture, Suite For Harpsichord In E Flat Major (VI Overtures No. 5), TWV 32:9 (10:26)
13 Overture V: Lento. Allegro
14 Overture V: Suave E Scherzando
15 Overture V: Vivace

Overture, Suite For Harpsichord In B Minor (VI Overtures No. 6), TWV 32:10 (10:44)
16 Overture VI: Lento. Allegro
17 Overture VI: Pastorello, Tempo Giusto
18 Overture VI: Allegro

Concerto For Harpsichord In B Minor, TWV 33:Anh.1 (7:37)
19 Movement 1: Allegro
20 Movement 2: Adagio
21 Movement 3: Allegro

Harpsichord – Harald Hoeren

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Auf Wiederhören!

PQP

Stravinsky / Chopin / Beethoven / Webern / Liszt / Debussy / Mozart / Bach: The Art of Maurizio Pollini

Stravinsky / Chopin / Beethoven / Webern / Liszt / Debussy / Mozart / Bach: The Art of Maurizio Pollini

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Quando Maurizio Pollini completou 70 anos, a DG fez-lhe esta homenagem em 3 CDs. A boa curiosidade que são seleções pessoais do pianista de suas gravações para a Deutsche Grammophon: de Petrushka de Stravinsky e Estudos de Chopin a concertos de Beethoven e Mozart. Também inclui sua primeira e rara gravação de sua premiada performance do Primeiro Concerto para Piano de Chopin em Varsóvia, em 1960. Ganhei este álbum de alguém — desculpe, esqueci de quem. Os 3 CDs vêm acoplados num um livro de capa dura colorido de 120 páginas, com muitas fotos e a discografia completa de Pollini na DG. Para um fã do pianista, imperdível é pouco.

Aliás, em junho deste ano, o grande pianista nos deu um belo susto. Aos 81 anos, ele esqueceu da obra que estava tocando e se atrapalhou totalmente. Pior, passou a tocar uma que viria depois e passou longe de seus habituais e altíssimos padrões de interpretação. Tudo aconteceu no imenso Royal Festival Hall, do Southbank Center, local onde vi Pollini tocar esplendidamente em fevereiro de 2014. A primeira peça do programa, o Arabesque de Schumann, foi interpretada lindamente de memória, mas em seguida, em vez da anunciada Fantasia de Schumann, ele começou uma Mazurka de Chopin, que deveria vir no segundo bloco. Ele pareceu se perder (ou possivelmente lembrou de que estava na peça errada) e de repente parou e saiu do palco por alguns minutos. Voltou com uma partitura da Fantasia de Schumann e começou a tocá-la, mas continuou folheando as páginas aparentemente ao acaso. Algumas das páginas estavam soltas e foram parar no chão, então ele caiu em verdadeira confusão, muitas vezes parando e arruinando qualquer senso de fluxo da música. Deve ter sido muito triste de assistir. Pollini sempre foi perfeito, imaculado, dando grande sentido a cada nota. Na segunda metade, um vira-páginas esteve presente e a execução foi muito mais parecida com o que temos experimentado com ele nos últimos anos. Foi certamente uma bela execução, mas também com algumas notas erradas e passagens confusas. Ele toca há décadas de memória, sempre. É claro que ele foi aplaudido de pé, mas nenhum bis foi oferecido. A experiência deve tê-lo abalado.

Para tirar o gosto amargo do parágrafo acima, coloco aqui o texto que publiquei em meu perfil do Facebook logo após ver Pollini p0wela primeira vez ao vivo em 18 de fevereiro de 2014:

“Hoje foi um dia especialíssimo e irrepetível — quem sabe? — em Londres. Eu e Elena assistimos ao concerto de Maurizio Pollini no Royal Festival Hall, sala principal do Southbank Center. O programa era vasto, mas centrado em peças de Chopin e Debussy. Ele tocou o primeiro livro dos prelúdios do francês e peças esparsas do primeiro. O concerto foi dedicado por Pollini à memória de Claudio Abbado. Talvez isso explique a recolocação no programa da Sonata nº 2 para piano, Op. 35, cujo terceiro movimento é a célebre Marcha Fúnebre. Tudo isso contribuiu para que a eletricidade estivesse no ar. Mas talvez o melhor seja passar a palavra para a Elena, que não tinha tido ainda muito contato com Pollini, enquanto que eu o conheço desde os anos 70, chamo-o de deus no PQP Bach e considero-o um dos maiores artistas vivos de nosso planeta, tão vulgar. No intervalo, após uma série de Chopins, a Elena já me dizia: “Ele tem altíssima cultura musical e concisão. Enquanto o ouvia, pensava em diversas formas de reciclagem: ecológica, emocional, psíquica… Sua interpretação é a de um asceta que pode tudo, mas demonstra humildade e grandeza em trabalhar apenas para a música. Pollini não fica jogando rubatos e efeitos fáceis para o próprio brilho, mas me fez rezar e chorar. Que humanidade, que sabedoria! Depois desse concerto, minha vida não será a mesma”. Foi a primeira vez que vi Pollini em ação, após ouvir dúzias de seus discos. Acho que não vou esquecer da emoção puramente musical — pois ela existe, como não? — de ouvir meu pianista predileto. Para Pollini ser absolutamente fabuloso, só falta o que não quero que aconteça e que já ocorreu com Abbado.

Stravinsky / Chopin / Beethoven / Webern / Liszt / Debussy / Mozart / Bach: The Art of Maurizio Pollini

Three Movements From Petrushka
Composed By – Igor Stravinsky
1-1 Danse Russe: Allegro Giusto 2:32
1-2 Chez Petrouchka 4:18
1-3 Le Semaine Grasse: Con Moto – Allegretto – Tempo Giusto – Agitato 8:28

12 Etudes, Op.25
Composed By – Frédéric Chopin
1-4 No: 1 In A Flat Major: Allegro Sostenuto 2:13
1-5 No: 2 In F Minor: Presto 1:27
1-6 No: 3 In F Major: Allegro 1:53
1-7 No: 4 In A Minor: Agitato 1:41
1-8 No: 5 In E Minor: Vivace 2:56
1-9 No: 6 In G Sharp Minor: Allegro 2:04
1-10 No: 7 In C Sharp Minor: Lento 4:52
1-11 No: 8 In D Flat Major: Vivace 1:04
1-12 No: 9 In G Flat Major: Allegro Assai 0:57
1-13 No: 10 In B Minor: Allegro Con Fuoco 3:58
1-14 No: 11 In A Minor: Lento – Allegro Con Brio 3:32
1-15 No: 12 In C Minor: Molto Allegro, Con Fuoco 2:31

Piano Sonata No: 32 In C Minor, Op.111
Composed By – Ludwig van Beethoven
1-16 Maestoso – Allegro Con Brio Ed Appassionato 8:47
1-17 Arietta: Adagio Molto Semplice E Cantabile 17:22

Variations For Piano, Op.27
Composed By – Anton Webern
1-18 Sehr Maassig 1:53
1-19 Sehr Schnell 0:40
1-20 Ruhig Fliessend 3:26

2-1 Polonaise In F Sharp Minor, Op.44 – Tempo Di Polacca-Doppio Movimento, Tempo Di Mazurka-Tempo I
Composed By – Frédéric Chopin
10:51
2-2 Polonaise In A Flat Major, Op.53 “Heroic” – Maestoso
Composed By – Frédéric Chopin
7:02

Piano Concerto No: 5 In E Flat Major, Op. 73 “Emperor”
Composed By – Ludwig van Beethoven
Conductor – Karl Böhm
Orchestra – Wiener Philharmoniker
2-3 Allegro 20:28
2-4 Adagio Un Poco Mosso – Attaca 8:02
2-5 Rondo: Allegro 10:15

2-6 La Lugubre Gondola I, S200 No: 1
Composed By – Franz Liszt
4:04
2-7 R.W. – Venezia, S201
Composed By – Franz Liszt
3:45

Preludes, Book 1
Composed By – Claude Debussy
2-8 VI: Des Pas Sur La Neige. Triste Et Lent. 3:45
2-9 Vii: Ce Qu’A Vu Le Vent D’Ouest. Anime Et Tumultueux. 3:06
2-10 X: La Cathedrale Engloutie Profondement Calme 6:10

Piano Concerto No: 24 In C Minor, K. 491
Cadenza – Salvatore Sciarrino
Composed By – Wolfgang Amadeus Mozart
Leader – Maurizio Pollini
Orchestra – Wiener Philharmoniker
3-1 Allegro 12:33
3-2 Larghetto 8:12
3-3 Allegretto 9:23

The Well-Tempered Clavier, Book 1 – “Prelude And Fugue In C Sharp Minor”, Bwv 849
Composed By – Johann Sebastian Bach
3-4 Praeludium IV 2:43
3-5 Fuga IV 4:48

The Well-Tempered Clavier, Book 1 – “Prelude And Fugue In G Major”, Bwv 860
Composed By – Johann Sebastian Bach
3-6 Praeludium XV 0:57
3-7 Fuga XV 2:52

Piano Concerto No: 1 In E Minor, Op. 11
Composed By – Frédéric Chopin
Conductor – Jerzy Katlewicz
Orchestra – Warsaw Philharmonic Orchestra*
3-8 Allegro Maestoso 16:10
3-9 Romance: Larghetto 9:44
3-10 Rondo: Vivace 9:32

Conductor – Jerzy Katlewicz (faixas: CD 3 (8 to 10)), Karl Böhm (faixas: CD 2 (3 to 5))
Orchestra – Warsaw Philharmonic Orchestra* (faixas: CD 3 (8 to 10)), Wiener Philharmoniker (faixas: CD 2 (3 to 5); CD 3 (1 to 3))
Piano – Maurizio Pollini (faixas: All Tracks)

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Foto de PQP Bach no citado recital.

PQP

.: interlúdio :. Cannonball Adderley: Somethin` Else

.: interlúdio :. Cannonball Adderley: Somethin` Else

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Somethin’ Else é um álbum do ano de 1958 do saxofonista Julian “Cannonball” Adderley, álbum reconhecido como um marco no estilo cool e hard bop. Este álbum conta com importantes contribuições de Miles Davis, em uma de suas poucas gravações para o selo Blue Note Records. Muitos críticos e jazzistas consideram Somethin’ Else um dos maiores álbuns de jazz de todos o tempos. A extensão da liderança de Davis ou co-liderança no álbum é contestada. Miles toca primeiro em diversos solos, e, de acordo com as notas do encarte, escolheu a maioria do material — ele continuaria a tocar Autumm Leaves e Love for Sale pela vida afora. Ele também compôs a faixa-título, sugerindo a Adderley incluir Dancing in the Dark no disco (faixa em que Davis não aparece). No blues One for Daddy-O escrita pelo irmão de Adderley, Nat, para o DJ Holmes da rádio de Chicago, Davis pode ser ouvido dizendo a seu produtor Alfred Lion: “Era isso que você queria, Alfred?” A colaboração entre Adderley e Miles continuaria em 1959 com o álbum Kind of Blue, talvez o maior disco de jazz de todos os tempos. O álbum também apresenta Art Blakey na bateria, com Hank Jones no piano e Sam Jones no contrabaixo. Relançamentos em CD, como este que temos aqui, incluíram uma faixa bônus, às vezes chamada Bangoon ou Allison’s Uncle. A música é de autoria de Hank Jones, e tende mais ao hard bop do que as outras. Apresenta um sensacional solo de Art Blakey. O título refere-se ao fato que a sessão realizou-se logo depois de a esposa do irmão de Adderley (Nat), ter dado à luz a uma menina chamada Allison.

.: interlúdio :. Cannonball Adderley: Somethin` Else

1 Autumn Leaves 10:58
2 Love For Sale 7:03
3 Somethin’ Else 8:12
4 One For Daddy-O 8:21
5 Dancing In The Dark 4:04
6 Bangoon 5:05

Cannonball Adderley – Saxofone, Líder
Miles Davis – Trompete
Hank Jones – Piano
Sam Jones – Contrabaixo
Art Blakey – bateria

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Miles e Cannonball

PQP

Georg Philipp Telemann (1681-1767): Concertos para Viola da Gamba (Perl / Freiburger Barockorchester)

Georg Philipp Telemann (1681-1767): Concertos para Viola da Gamba (Perl / Freiburger Barockorchester)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Querido pequepiano, não pense nem por um momento que você já ouviu tudo o que há para ouvir de Georg Philipp Telemann! Ele puxará seu tapete no próximo CD que você ouvir. Não só ele foi provavelmente o compositor mais prolífico do seu século — menos de um décimo do total da sua obra sobrevivente foi gravada até agora — mas também, como Hille Perl expressa nas notas deste CD, “nenhum outro compositor enriqueceu tanto a vida musical de seu tempo com tão imensa variedade de estilos, técnicas e experimentos.” É uma piada comum nos conjuntos barrocos que Telemann poderia compor música mais rápido do que eles a tocam. E a música tocada aqui pela diva da gamba Hille Perl e pelos doze músicos da Freiburger Barockorchester é tudo menos fácil ou trivial. Ela é COMPLEXA e SUBLIME. É tudo o que Telemann tem de melhor: espirituoso, musicalmente generoso, dramático, até mesmo grandiloquente, e brilhantemente idiomático para a viola da gamba, aquele instrumento tão proeminente na música barroca e que logo se tornaria extinto na orquestra romântica. Hille Perl é uma “força da natureza”, uma pessoa extasiada pela música que, desde a mais tenra infância, dela emana como a sexualidade de uma Marilyn Monroe. Não há nada de acadêmico ou excessivamente culto em seu estilo. Ela é.

Georg Philipp Telemann (1681-1767): Concertos para Viola da Gamba (Perl)

Sonata In B-Minor For Violin, Viola Da Gamba & Basso Continuo
1 Largo 3:34
2 Vivace 3:18
3 Andante 4:40
4 Allegro 2:32

Concerto In E For Violin, Viola Da Gamba & Basso Continuo
5 Allegro 4:05
6 Largo 3:17
7 Allegro 3:39

Concerto In A For Viola Da Gamba, 2 Violins & Basso Continuo
8 Soave 3:07
9 Allegro 1:59
10 Adagio 2:45
11 Allegro 3:28

Suite In D For Viola Da Gamba, Strings & Basso Continuo
12 Ouverture 5:07
13 La Trompette 1:39
14 Sarabande 2:23
15 Rondeau 2:27
16 Bourée 1:46
17 Courante & Double 3:52
18 Gigue 2:30

Concerto In G For Viola (Da Gamba), Strings & Basso Continuo
19 Largo 3:35
20 Allegro 2:56
21 Andante 4:35
22 Presto 4:01

Hille Perl – Viola da gamba
Freiburger Barockorchester, dir Petra Mullejans
Ensemble – Freiburger Barockorchester
Harpsichord [Cembalo] – Torsten Johann
Lute – Lee Santana
Luthier – Ingo Muthesius
Viola – Christa Kittel, Sabine Dziewior
Viola da Gamba – Hille Perl
Violin – Annelies Van Der Vegt, Brian Dean, Gerd-Uwe Klein, Karin Dean, Kathrin Tröger, Sabine Dziewior
Violin [2nd solo violin] – Christa Kittel (faixas: 8 to 11)
Violin, Leader – Petra Müllejans
Violoncello – Ute Petersilge
Violone – Matthias Müller (13)

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Hille Perl

PQP

Franz Schubert (1797-1828): Obras Completas para Violino e Piano (Kubizek, Berner)

Franz Schubert (1797-1828): Obras Completas para Violino e Piano (Kubizek, Berner)

Mais um disco — agora duplo — com este repertório de que tanto gosto. Este lançamento de 2023 me pareceu muito satisfatório e não é nem pelo pianoforte e pelo violino sem vibrato e essas coisas técnicas, mas pela interpretação altamente cantante, perfeitamente schubertiana. Ouvi e fiquei feliz e isto não é pouca coisa em minha vida. Bem jovem, entre março de 1816 a agosto de 1817, Franz Schubert compôs quatro sonatas para violino. Todos as quatro foram publicadas após a morte do compositor: as três primeiras — D. 384, 385 e 408 –, como Sonatinas em 1836 (Op. posth. 137), e a última –, D. 574 –, como Duo em 1851 (Op. posth. 162). Schubert compôs ainda duas peças para violino e piano, respectivamente em outubro de 1826 e dezembro de 1827: um Rondo, D. 895 , publicado durante a vida do compositor (Op. 70), e uma Fantasia, D. 934, estreada em janeiro de 1828, menos de um ano antes da morte do compositor. As sonatas de 1816–1817 respiram uma atmosfera intimista, não exigindo grande virtuosismo de seus intérpretes, enquanto as peças de 1826–1827, compostas para o violinista Josef Slavík, são mais exigentes e possuem um caráter mais extrovertido. Schubert era um violinista talentoso e já havia composto extensivamente para violino, incluindo mais de uma dúzia de quartetos de cordas quando começou a escrever sonatas para violino aos 19 anos.

Franz Schubert (1797-1828): Obras Completas para Violino e Piano (Kubizek, Berner)

CD 1
Sonata for Violin and Piano in D Major, D 384 (1816)
1. Allegro molto 04:27
2. Andante 04:00
3. Allegro vivace 04:18

Sonata for Violin and Piano in A Minor, D 385 (1816)
4. Allegro moderato 06:29
5. Andante 06:13
6. Menuetto. Allegro 02:09
7. Allegro 04:45

Sonata for Violin and Piano in G Minor, D 408 (1816)
8. Allegro giusto 04:32
9. Andante 04:30
10. Menuetto 02:19
11. Allegro moderato 03:58

CD 2
Rondo for Violin and Piano in B Minor, D 895 (1826)
1. Andante 03:12
2. Allegro 12:29

Sonata for Violin and Piano in A Major, D 574 (1817)
3. Allegro moderato 08:56
4. Scherzo. Presto 04:13
5. Andantino 03:39
6. Allegro vivace 05:26

Fantasia for Violin and Piano in C Major, D 934 (1827)
7. Andante molto 03:44
8. Allegretto 05:29
9. Andantino 10:18
10. Tempo I 01:19
11. Allegro vivace – Allegretto – Presto 04:47

Total Time: 01:51:19

Maria Kubizek, violino
Christoph Berner, piano

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Maria Kubizek não é bisneta do presidente Juscelino Kubitschek.

PQP

Francis Poulenc (1899-1963): Gloria, Stabat Mater, Litanies à la Vierge noire (Hickox)

Francis Poulenc (1899-1963): Gloria, Stabat Mater, Litanies à la Vierge noire (Hickox)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Por favor, não deixem este CD passar em brancas nuvens. É espetacular. Encontrei-o perdido na estepe russa, numa caçada aos mp3. Obra-prima absoluta do grande compositor francês (estranho, não?) Francis Poulenc. Creio que devo ter em casa alguma outra versão do Stabat mater, pois era coisa bem conhecida minha, que não mais o relacionava a Poulenc. Ou então sua presença em minha mente deve-se à Rádio da Universidade, sabe-se lá. Richard Hickox é um mestre da música vocal e confesso que o fato de ter captutado o CD deveu-se mais a ele do que a Poulenc. Gosto muito da série de música de câmara de Poulenc que a Naxos publicou há cerca de 10 anos. É compositor de primeira linha.

Minha contribuíção às missas, réquiens, orátórios e outras coisas diabólicas que estão sendo postadas por FDP Bach, vem com este extraordinário CD, com o Réquiem de Verdi e com obras de Pärt. Isto, é claro, se FDP não tiver tais obras em seus planos.

Mas, olha, recomendo fortemente este CD. Disco de beleza arrepiante, coisa de primeira. Quem não gostar dos 128 Kb, que o compre!

Poulenc – Gloria, Stabat Mater, Litanies à la Vierge noire (Hickox)

Gloria, for soprano, chorus & orchestra, FP 177
1. Gloria: Gloria in excelsis Deo 2:56
2. Gloria: Laudamus te 3:08
3. Gloria: Domine Deus 4:48
4. Gloria: Domine Fili unigenite 1:19
5. Gloria: Domine Deus, Agnus Dei 7:08
6. Gloria: Qui sedes ad dexteram Patris 6:31

Stabat Mater, for soprano, chorus & orchestra, FP 148
7. Stabat Mater: Stabat mater dolorosa 4:11
8. Stabat Mater: Cujus animam gementem 1:00
9. Stabat Mater: O quam tristis 2:52
10. Stabat Mater: Quae moerebat 1:25
11. Stabat Mater: Quis est homo 1:22
12. Stabat Mater: Vidit suum 3:37
13. Stabat Mater: Eja mater 1:01
14. Stabat Mater: Fac ut ardeat 2:20
15. Stabat Mater: Sancta mater 3:00
16. Stabat Mater: Fac ut portem 3:40
17. Stabat Mater: Inflammatus et accensus 2:05
18. Stabat Mater: Quando corpus 4:44

Litanies à la Vierge Noire, for women’s chorus & organ (or strings & timpani), FP 82
19. Litanies à la vierge noire: Notre-Dame de Roc-Amadour 9:59

Catherine Dubosc, soprano
Westminster Singers
The City of London Sinfonia
Richard Hickox

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Poulenc e seu melhor amigo

PQP

Steve Reich (1936): Drumming / Six Pianos / Music for Mallet Instruments, Voices and Organ

Steve Reich (1936): Drumming / Six Pianos / Music for Mallet Instruments, Voices and Organ

Junto a Adams e Riley, Reich forma o trio de ouro do minimalismo estadunidense. Aqui, neste sensacional álbum duplo da Deutsche Grammophon, temos a parte da obra dedicada ao tema ritmo. Drumming veio antes da extraordinária Music for 18 Musicians, de 1974, onde o que é feito em Drumming assume forma verdadeiramente grandiosa.

Reich não é apenas um compositor genial, mas é dado a dar definições absolutamente exatas sobre a posição da música e dos compositores em nosso tempo. Sempre penso em uma de suas mais importantes lições, a mais bachiana das delas:

Todos os músicos do passado, começando na Idade Média, estavam interessados na música popular. A música de Béla Bartók se fez inteiramente com fontes de música tradicional húngara. E Igor Stravinsky, ainda que gostasse de nos enganar, utilizou toda a sorte de fontes russas para seus primeros balés. A grande obra-prima Ópera dos Três Vinténs, de Kurt Weill, utiliza o estilo de cabaret da República de Weimar. Arnold Schoenberg e seus seguidores criaram um muro artificial, que nunca existiu antes. Minha geração atirou o muro abaixo e agora estamos novamente numa situação normal. Por exemplo, se Brian Eno ou David Bowie recorrem a mim e se músicos populares reutilizam minha música, como The Orb ou DJ Spooky, é uma coisa boa. Este é um procedimento histórico habitual, normal, natural.

 

Steve Reich

E agora ele fala deste CD:

Durante um ano, entre o outono de 1970 e o outono de 1971, eu trabalhei naquela que acabou a mais longa peça que compus. Drumming dura cerca de uma hora e meia e é dividida em quatro partes que são executadas sem pausa. Eu escolhi instrumentos que estão todos normalmente disponíveis nos países ocidentais (embora os bongôs tenham origem na América Latina, as marimbas na África, e em última análise, o glockenspiel derive de instrumentos da Indonésia), sintonizados com nossa escala diatônica temperada própria. Uso-os musicalmente dentro do contexto das minhas obras anteriores.
Seis Pianos (1973) surgiu da idéia que eu tinha há vários anos para fazer uma peça para todos os pianos em uma loja especializada. A peça que resultou é mais modesta, mas soa incontrolável. São seis pianos brincando uma música ritmicamente complexa. Os pianistas têm de estar fisicamente bem juntos de forma a ouvir um ao outro claramente ou não conseguirão interpretar a obra.
Enquanto trabalhava em Seis Pianos eu comecei uma outra composição que parecia cresceu espontaneamente a partir de um padrão de marimba simples. A Música para instrumentos de percussão, vozes e órgão foi concluída em maio de 1973, e trata de dois  processos rítmicos interrelacionados. Espero que alguém possa gostar das peças.

 

Steve Reich, 1974

Steve, eu adorei, mas meus vizinhos vieram saber o que estava acontecendo. Expliquei-lhes e segui a audição sem baixar o volume.

Steve Reich (1936): Drumming / Six Pianos / Music for Mallet Instruments, Voices and Organ

CD 1:
Drumming (for 4 pairs of tuned bongo drums, 3 marimbas, 3 glockenspiels, 2 female voices, whistling and piccolo )
1) Part I (24:35)
Drums [Small Tuned] – Bob Becker, James Preiss, Russ Hartenberger

2) Part II (25:19)
Marimba – Ben Harms, Bob Becker, Cornelius Cardew, Glen Velez, Russ Hartenberger, Steve Chambers, Steve Reich, Tim Ferchen*
Voice – Jay Clayton, Joan La Barbara

3) Part III (15:40)
Glockenspiel – Bob Becker, Glen Velez, James Preiss, Russ Hartenberger
Piccolo Flute – Leslie Scott
Whistling – Steve Reich

CD 2:
1) Part IV (18:57)
Drums [Small Tuned] – Steve Chambers, Steve Reich, Tim Ferchen*
Glockenspiel – Ben Harms, Cornelius Cardew, James Preiss
Marimba – Bob Becker, Glen Velez, Russ Hartenberger
Piccolo Flute – Leslie Scott
Voice – Jay Clayton, Joan La Barbara

2) Six Pianos (24:14)
Bob Becker, Glen Velez, James Preiss, Russ Hartenberger, Steve Chambers, Steve Reich – Pianos

3) Music for Mallet Instruments, Voices and Organ (18:32)
Glockenspiel – Ben Harms, Glen Velez
Marimba – Bob Becker, Russ Hartenberger, Steve Reich, Tim Ferchen*
Organ [Electric] – Steve Chambers
Percussion [Metallophone] – James Preiss
Voice – Janice Jarrett, Joan LaBarbara*
Voice [Melodic Patterns With Marimbas] – Jay Clayton

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

Reich em seu ambiente

PQP

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Concertos para Violoncelo Nº 1 e Nº 2 (Rostropovich / Svetlanov)

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Concertos para Violoncelo Nº 1 e Nº 2 (Rostropovich / Svetlanov)

Este disco tem ares de bootleg. Trata-se da gravação de um Concerto com muita gente tossindo, som mais ou menos e com um Rostropovich entusiasmado, até cometendo alguns errinhos, o mesmo valendo para a orquestra. É de uma certa Russian Disc e os concertos aconteceram em 29 de setembro de 1966 e 25 de setembro de 1967, dia do aniversário de 61 anos de Shostakovich. Não que registros ao vivo me incomodem — gosto muito delas, sinto a atmosfera de concerto como o ar de minha infância. Os erros… Quem se importa com eles se Rostrô está defendendo a música com toda a garra e sensibilidade que a obra e seu amigo Shosta merecem? Eu amo esses dois concertos, sendo que o segundo faz parte do meu Olimpo pessoal. Depois, Rostrô regravou de forma espetacular essas obras no ocidente com Ozawa, em discos que você tem que ouvir (aqui o Nº 1, aqui o Nº 2) , pois o violoncelista esteve em contato com o compositor durante a feitura dos concertos e estes devem ser o mais próximo dos desejos do mesmo. Mas esta gravação meio sujinha também é muito boa!

Dmitri Shostakovich (1906-1975): Concertos para Violoncelo Nº 1 e Nº 2 (Rostropovich / Svetlanov)

Cello Concerto No. 1 in E flat major
1 Allegretto 5:48
2 Moderato 10:09
3 Cadenza – Attacca 4:34
4 Allegro con moto 4:20

Cello Concerto No. 2
5 Largo 14:47
6 Allegretto 4:12
7 Allegretto 15:07

Mstislav Rostropovich, violoncelo
USSR Symphony Orchestra
Yevgeny Svetlanov, regência

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Rostropovich em 1968

PQP

Franz Schubert (1797-1828): An Die Musik (Lieder) (Ameling / Baldwin)

Franz Schubert (1797-1828): An Die Musik (Lieder) (Ameling / Baldwin)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Mais um disco maravilhoso de Elly Ameling cantando Schubert. Por anos ouvi este vinil que guardo até hoje. Ameling está perfeitamente à vontade, como se estivesse entre amigos, no centro de uma schubertíada. É uma felicidade ouvi-la tranquila a desfiar sua sensibilidade sobre as melodias do maior inventor melódico de todos os tempos. Schubert canta, Elly também. Estas gravações dos anos 70 foram adoráveis em sua época e ainda não perderam o viço. Ameling era o soprano mais doce, clara e comovente que cantava lieder e a Philips gravou-a cantando 26 LPs de Schubert. As performances são primorosas. Ameling torna a música fundida a seu espírito. Sábia, mas também inocente, vivaz e incandescente, a voz de Ameling respira o ar puro do mundo de Schubert.

Franz Schubert (1797-1828): An Die Musik (Lieder) (Ameling , Baldwin)

«An Die Music» D.547 2:46
«Schwestergruß» D.762 6:26
«Sei Mir Gegrüßt» D.741 3:20
«Die Blumensprache» D.519 1:47
«An Den Mond» D.296 4:55
«Abendbilder» D.650 5:03
«Frühlingssehnsucht» D.957/5 3:02
«Erster Verlust» D.226 1:56
«Nachthymne» D.687 4:56
«Die Sterne» D.684 3:34
«Der Knabe» D.692 1:36
«Wiegenlied» D.498 2:50
«Bertas Lied In Der Nachte» D.653 4:22

Piano – Dalton Baldwin
Voz Soprano – Elly Ameling

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Elly: não dá pra não amar.

PQP

.: interlúdio :. Wynton Marsalis: Levee Low Moan

.: interlúdio :. Wynton Marsalis: Levee Low Moan

Um bom CD. Adoro Marsalis, mas ouvi este disco sem real entusiasmo apesar do incrível apuro técnico e musicalidade do septeto de Marsalis. As harmonias são lindas, mas nenhum dos temas é particularmente memorável e, embora os solos individuais sejam bons, não acontece muita coisa. No geral, é uma homenagem bastante estranha ao blues. Na verdade, o principal significado deste conjunto é que, aqui o grande trompetista reuniu pela primeira vez o núcleo do seu septeto. Musicalmente esta trilogia pode ser contornada. ouça as gravações mais recentes de Marsalis. Não obstante, este é um álbum relaxante. Wynton Marsalis é um músico, compositor, líder de banda, aclamado educador e um dos principais defensores da cultura americana. Ele é o primeiro artista de jazz a tocar e compor em todo o espectro do gênero, desde as raízes de Nova Orleans até o bebop e o jazz moderno. Ao criar e executar uma ampla gama de músicas para quartetos e big bands, de conjuntos de música de câmara a orquestras sinfônicas, de sapateado a balé, Wynton expandiu o vocabulário do jazz e criou um corpo vital de trabalho que o coloca entre os mais importantes músicos de nosso tempo.

.: interlúdio :. Wynton Marsalis: Levee Low Moan

1 Levee Low Moan 11:12
2 Jig’s Jig 8:47
3 So This Is Jazz, Huh? 7:00
4 In The House Of Williams 10:05
5 Superb Starling 11:38

Bass – Reginald Veal
Drums – Herlin Riley
Piano – Marcus Roberts
Saxophone – Todd Williams, Wessell Anderson
Trumpet – Wynton Marsalis
Written-By – Todd Williams (faixa 4), Wynton Marsalis

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Sorry, Wynton

PQP

Jean Sibelius (1865-1957): Sinfonias Nº 4 e 7 (Berglund / Helsinki)

Jean Sibelius (1865-1957): Sinfonias Nº 4 e 7 (Berglund / Helsinki)

Boas gravações de Sibelius realizadas por Paavo Berglund (1929-2012) e uma orquestra finlandesa! A Sinfonia Nº 4 (1911) sempre me pareceu uma planície vasta, plana e gelada, talvez da Lapônia, com o compositor meditando em silêncio. Berglund a torna mais melancólica do que nunca, A coisa fica mais lenta à medida que avança. Sibelius sentiu que estava perto da morte quando escreveu a peça; no entanto, ele permaneceria vivo por mais quarenta e seis anos. Um alarme falso. Mais tarde, Sibelius disse sobre a sinfonia, citando o autor sueco Strindberg: “Ser humano é miséria.” Não espere muita alegria aqui. A última sinfonia de Sibelius, a de Nº 7 (1924), é de longe a mais curta, combinando quatro movimentos em uma obra fluida. Paavo Berglund e a Filarmônica de Helsinque lidam bem com isso criando uma versão majestosa. Francamente, no entanto, a maioria das outras gravações do Sétima tendem a empalidecer em comparação com o legendário registro de Mravinski com a velha Filarmônica de Leningrado. Mas Berglund é uma boa alternativa.

Jean Sibelius (1865-1957): Sinfonias Nº 4 e 7 (Berglund / Helsink)

Sinfonia nº 4 em lá menor, op. 63
1 I. Tempo Molto Moderato, Quasi Adagio 9:38
2 II. Allegro Molto Vivace 4:41
3 IIl. Tempo Largo 9:55
4 4. Alegro 9:57

Sinfonia nº 7 em dó, op. 105 (em um movimento)
5 adágio 7:14
6 Un Pochett. Meno Adágio 3:01
7 5 compassos antes: Poco Rallentando Al Adagio 6:48
8 Presto – Poco A Poco Rallentando Al Adagio 4:18

Maestro – Paavo Berglund
Orquestra – Orquestra Filarmônica de Helsinque

BAIXE AQUI — DOWNLOAD HERE

Sibeluis faceiro com a nova loção capilar.

PQP