Nunca deixo de me admirar com a beleza indescritível destas sonatas, mesmo já as ouvindo há décadas. É como se a cada audição novas camadas vão sendo expostas, que nos apresentam novas perspectivas e possibilidades. Exemplo clássico de uma sonata de Brahms, não temos aqui o piano como mero acompanhante do violoncelo. Ao contrário, ele ajuda no processo de exploração dos temas e como que põe mais lenha na fogueira, ajudando a esquentar ainda mais o que já está fervendo. Confiram a fuga inicial do terceiro movimento do op. 38, uma prova de fogo para os músicos, pois há como uma explosão de emoções reprimidas, outra característica da obra do genial compositor. Ao mesmo tempo em que o nível técnico exigido vai as alturas o nivel de concentração tem de ser absoluto.
Existem excepcionais gravações destas obras, lembro de Rostropovich ao lado de Rudolf Serkin, por exemplo. Mas a nova geração mostra aqui que podem sim nr estas outras possibilidades e perspectivas citadas acima, e o talento imenso do violoncelista Daniel Müller-Schott cumpre essa função com brilhantismo, ao lado do incrível pianista Francesco Piemontesi, outro nome que vem se destacando nos últimos anos. Müller-Schott é um músico tão especial que se deu ao trabalho de adaptar a magnífica Sonata para Violino nº1, op. 78, uma das mais belas obras de Brahms, para o violoncelo. E por incrível que pareça, o fez com tanta propriedade que é difícil acreditar em um primeiro momento que não foi composta originalmente para aquele instrumento.
Costumo dizer que Brahms é para poucos. Não é um compositor fácil de agradar aos seus ouvintes, ele vai no fundo do poço, não deixando pedra sobre pedra. Seus temas ultra românticos são explorados a exaustão com a incrível capacidade que apenas os grandes mestres tem no uso de poucas notas, mas ao mesmo tempo, deixam a responsabilidade para os instrumentistas de mostrar a que vieram. Um músico pouco afeito a emoções, mais técnico que emotivo, digamos, teria uma certa dificuldade de se expor tanto. E se não se expor, lamento informar que ele não entendeu a obra.
1 – Sonata for cello and piano no. 1 in E minor, Op. 38 Allegro Non Troppo
2 – Sonata for cello and piano no.1 in E minor, Op. 38 Allegretto Quasi Menuetto
3 – Sonata for cello and piano no.1 in E minor, Op. 38 Allegro
4 – Sonata for cello and piano in D major, Op. 78 Vivace Ma Non Troppo
5 – Sonata for cello and piano in D major, Op. 78 Adagio
6 – Sonata for cello and piano in D major, Op. 78 Allegro Molto Moderato
7 – Sonata for cello and piano no. 2 in F major, Op. 99 Allegro Vivace
8 – Sonata for cello and piano no. 2 in F major, Op. 99 Adagio Affettuoso
9 – Sonata for cello and piano no. 2 in F major, Op. 99 Allegro Passionato
10 – Sonata for cello and piano no. 2 in F major, Op. 99 Allegro Molto
Daniel Müller-Schott – Cello
Francesco Piemontesi – Piano
Não conhecia o Astor Trio até ter acesso a esse CD. Temos aqui uma formação diferente das que estamos acostumados: um violão, um contrabaixo acustico e uma viola, para a alegria de nosso colega Bisnaga, um entusiasta e praticamente amador do instrumento (segundo suas próprias palavras). E esses três encaram obras imortais de dois compositores idem: Bach & Piazzolla, começando pela magnífica Sonata em Si Menor, BWV 1014, que conhecemos originalmente para violino e cravo, adentrando sem maiores problemas em algumas das principais obras do argentino. Retorna posteriormente a Bach, com outra obra prima imortal, a Sonata BWV 1016, encerrando o disco com a trinca ‘Adios Nonino’, ‘Libertango’, e ‘Oblivion’, fechando com chave de ouro um Disco técnicamente perfeito e muito sensível.
A transição entre Bach e e Piazzolla ocorre sem sustos, naturalmente. A alegria melancólica da obra do genial compositor argentino se expressa divinamente nas cordas da viola tremendamente bem tocada de Alexander Prushinskiy, e nos remete àqueles ambiente esfumaçados, escuros e tensos dos cabarés que vimos nos filmes noir. A impressão que nos passa é que um casal de dançarinos de Tango irá surgir a qualquer momento. E a atualizadíssima leitura das Sonatas de Bach é um deleite para os ouvidos mais acostumados às interpretações historicamente informadas, como as de John Holloway ou mais recentemente, de Rachel Podger, um primor de atualização da técnica de execução barroca.
O Astor Trio é um conjunto que não teme desafios, e encarar estes petardos deve tê-los deixado temerosos da recepção de tal projeto. Mas posso lhes garantir que o que os senhores vão ouvir aqui é puro deleite auditivo, que exala uma tremenda musicalidade e principalmente, sensibilidade e respeito aos respectivos compositores.
Pensei muito na postagem deste Natal. Diversas cantatas de papai me vieram à cabeça, entre outras coisas, como oratórios de Haendel, de Mendelssohn, enfim, ouvi muita coisa nestes últimos dias, inclusive um Stabat Mater magnífico de Dvorák, que virá com o devido tempo. Mas resolvi mudar um pouco, e trazer um pouco de alegria e diversão para este dia de Natal.
Tive o privilégio de assistir a um belíssimo concerto neste final de semana com a Orquestra do Castelo de Schömbrunn, diretamente de Viena. O repertório foi dedicado quase que exclusivamente à Família Strauss, e algumas árias desta “Viúva Alegre”, cantada por uma excelente soprano, cujo nome não lembro, mas enfim, belíssimo espetáculo, que deixou a todos os presentes encantados.
Voltei para casa empolgado e fui atrás de uma gravação dessa opereta de Léhar, cujas canções já ouço desde minha infância, e encontrei essa excelente versão da Filarmônica de Viena, curiosamente regida pelo maestro inglês John Eliot Gardiner com seu sempre perfeito The Monteverdi Choir, e com um elenco que trazia ao menos três cantores bem conhecidos, o baixo Brynn Terfel, a soprano Cheryl Studer, além de Barbara Booney.
Diversão garantida, grandes canções, excelente interpretação de todos os solistas, enfim, é para descontraí-los neste Natal.
Aproveitando a ocasião, deixo aqui para todos nossos leitores-ouvintes um Feliz Natal e um 2010 repleto de realizações.
Franz Léhar (1870-1948): A Viúva Alegre
01 – Verehrteste Damen und Herren
02 – Camille, ich muss mit Ihnen sprechen!
03 – So kommen Sie! ‘s ist niemand hier!
04 – Dialog_ Nun, Njegus, haben Sie meine Botschaft überbracht_
05 – Achtung, meine Herren
06 – Dialog_ Camille! – Ja_
07 – Also, Njegus, hier bin ich – O Vaterland
08 – Dialog_ Ich habe schon die vierte Nacht nicht geschlafen!
09 – Dialog & Ja, was_ – Ein trautes Zimmerlein
10 – Dialog &’Damenwahl! Hört man rufen rings im Saal!
11 – Ich bitte, hier jetzt zu verweilen – Es lebt’ eine Vilja
12 – Dialog_ Gospodina, dieses vaterländische Fest könnte nicht
13 – Heia, Mädel, aufgeschaut
14 – Dialog & Wie die Weiber man behandelt
15 – Dialog_ Mein tapferer Reitersmann!
16 – Dialog & und Romanze Mein Freund! Vernunft!
17 – Dialog_ Ah, die Baronin und der Herr Rosillon
18 – Ha! Ha! – Wir fragen, was man von uns will!
19 – Dialog_ Also, also, also
20 – Tanz-Szene
21 – Dialog_ Graf Danilowitsch& Ja, wir sind es, die Grisetten
22 – Dialog_ Exzellenz, Exzellenz, Graf, eine Expressdepesche!
23 – Lippen schweigen
24 – Dialog_ Exzellenz! Exzellenz! Diesen Fächer hat man in Pavillon gefunden!
25 – Ja, das Studium der Weiber ist schwer
Baron Mirko Zeta – Bryn Terfel
Valencienne – Barbara Booney
Graf Danilo Danilowitch – Boje Skovhus
Hannah Glawari – Cheryl Studer
Camille de Rosillon – Rainer Trost
Vicomte Cascada – Karl Magnus Fredricksson
Raoul de St. Brioche – Uwe Pepper
Njegus – Heinz Zednik
Wiener Philharmoniker
The Monteverdi Choir
John Eliot Gardiner
Carlos Kleiber tinha o dom de transformar em ouro tudo o que tocava, tal qual um Rei Midas. Suas gravações, apesar de infelizmente não terem sido tantas, foram, em sua maioria, no mínimo excepcionais. Possuía uma personalidade muito forte, explorava à exaustão os músicos que trabalhavam consigo. Era filho de um importante maestro das primeiras décadas do século XX, Erich Kleiber, com o qual teve um relacionamento muito conturbado, o que, segundo biógrafos, influenciou tremendamente sua maneira de relacionar-se com outras pessoas. Músicos de orquestras famosas, como a própria Filarmônica de Viena contaram que Carlos Kleiber humilhava os músicos nos ensaios, tentando extrair deles o máximo de desempenho. Existem alguns documentários no youtube que valem a pena serem assistidos para os senhores conhecerem melhor esse excepcional maestro. Algumas de suas gravações são antológicas, como seu Beethoven, com a Quinta e Sétima Sinfonias, que já trouxemos aqui, e esta estupenda, histórica gravação da Quarta Sinfonia de Brahms, um dos maiores registros fonográficos do século XX. È para se ouvir de joelhos, diversas vezes.
Johannes Brahms (1833-1897): Symphonie nº 4 – Carlos Kleiber, Wiener Philharmoniker
01 – Brahms – Symphonie No. 4 in E minor, Op. 98 – I. Allegro non troppo
02 – Brahms – Symphonie No. 4 in E minor, Op. 98 – II. Andante moderato
03 – Brahms – Symphonie No. 4 in E minor, Op. 98 – III. Allegro giocoso – Poco meno presto – Tempo I
04 – Brahms – Symphonie No. 4 in E minor, Op. 98 – IV. Allegro energico e passionato – Piu allegro
Este com certeza foi um dos discos mais aguardados de 2021, desde os primeiros comentários e releases da Warner já fiquei ansioso por seu lançamento. E não canso de dizer que valeu a espera. Não por acaso, a prestigiosa revista Gramophone, entre outras revistas especializadas, o listou como um dos principais lançamentos do ano. e alçou o nome de Beatrice Rana ao dos grandes pianistas da atualidade, fato já comprovado em outros lançamentos da pianista.
Beatrice Rana é uma jovem pianista italiana, apenas 28 anos de idade, e depois desta extraordinária execução destes dificílimos estudos de Chopin, fico pensando em quais serão seus projetos para o futuro? Qual preciosidade irá nos entregar? Por que, convenhamos, lançar um CD com estudos de Chopin ainda tão no início de carreira pode ser uma temeridade, não acham?
Desde o início do CD já entendemos que o assunto será tratado com muita seriedade, porém com leveza. Intensa nos momentos em que assim é exigido, suave nos momentos mais líricos, mas em ambos os casos, o que ouvimos é pura poesia. A impressão que tenho é que procura o tempo todo conter os impetos de seu sangue italiano. Vejam esse vídeo do Youtube para entenderem do que estou falando:
A própria Warner disponibiliza outros vídeos desta gravação. Vale a pena assistir e entender o processo de formação de uma estrela. Ainda vamos ouvir falar muito dessa mocinha.
01. 12 Études, Op. 25- No. 1 in A-Flat Major, -Aeolian Harp-
02. 12 Études, Op. 25- No. 2 in F Minor
03. 12 Études, Op. 25- No. 3 in F Major
04. 12 Études, Op. 25- No. 4 in A Minor
05. 12 Études, Op. 25- No. 5 in E Minor
06. 12 Études, Op. 25- No. 6 in G-Sharp Minor
07. 12 Études, Op. 25- No. 7 in C-Sharp Minor
08. 12 Études, Op. 25- No. 8 in D-Flat Major
09. 12 Études, Op. 25- No. 9 in G-Flat Major, -Butterfly-
10. 12 Études, Op. 25- No. 10 in B Minor
11. 12 Études, Op. 25- No. 11 in A Minor, -Winter Wind-
12. 12 Études, Op. 25- No. 12 in C Minor
13. Scherzo No. 1 in B Minor, Op. 20
14. Scherzo No. 2 in B-Flat Minor, Op. 31
15. Scherzo No. 3 in C-Sharp Minor, Op. 39
16. Scherzo No. 4 in E Major, Op. 54
Já foram vários os pedidos para que este álbum fosse postado, mas sempre fomos protelando. Hoje, conversando com um amigo (que me lembrou do dia 25), resolvi encarar.
O que podemos falar sobre “Kind of Blue”, considerado pela crítica especializada o melhor álbum de jazz já gravado, aquele que encabeça a maior parte das listas de Top 10 desde seu lançamento em 1959, o maior sucesso de vendas da carreira de Miles, aquele que segundo reza a lenda a Columbia, e posteriormente a Sony, jamais deixaram de prensar, seja em LP, seja em CD, um disco por muitos considerados perfeito, difícil de se encontrar um momento que possa ser considerado mais fraco? Sem palavras… Coltrane, Cannonball Aderley, Bill Evans, Paul Chambers, Winton Kelly e Jimmy Cobb.. poucas formações foram tão fantásticas quanto esta..
E BlueDog respondeu na mesma data:
Kind of Blue em tópicos rápidos:
• Gravado em 22 de março (lado A, as três primeiras faixas) e 09 de abril de 1959 (lado B)
• Lançado em 17 de agosto daquele mesmo ano
• O álbum mais vendido da história do jazz
• E um dos mais importantes e influenciais de toda a música
• Nasceu do esgotamento do bebop diante da criatividade de Miles
• E do seu encontro com um livro chamado Lydian Chromatic Concept of Tonal Organization
• Kind of Blue, em termos de composição, foi precedido pela faixa Milestones, do disco homônimo de 58
• Marca o surgimento do jazz modal – baseado em escalas, ao invés de acordes
• E disso, um retorno à melodia, ao invés do duo técnica + velocidade do bebop
• É um disco que flui fácil nos ouvidos à primeira audição; na segunda, se percebe a enorme complexidade dos temas
• Gênio? disse Bill Evans: “Miles conceived these settings (as escalas) only hours before the recording dates.
“So What” consists of a mode based on two scales: sixteen measures of the first, followed by eight measures of the second, and then eight again of the first. “Freddie Freeloader” is a standard twelve bar blues form. “Blue in Green” consists of a ten-measure cycle following a short four-measure introduction. “All Blues” is a twelve bar blues form in 6/8 time. “Flamenco Sketches” consists of five scales, each to be played “as long as the soloist wishes until he has completed the series”.
• Evidentemente, a banda também não sabia quase nada sobre o que gravaria ao chegar no estúdio
• Wynton Kelly, que havia substituído Bill Evans há pouco no grupo de Davis, toca apenas “Freddie Freeloader”
• E Cannonball Adderley não participa de “Blue in Green”
• Sobre a obra, definiu Chick Corea: “It’s one thing to just play a tune, or play a program of music, but it’s another thing to practically create a new language of music, which is what Kind of Blue did.”
Este cão, que não sabe contar – e muito menos entende de teoria musical – apenas esmigalha informação disponível, e lembranças, para os leitores. Assim como não esquece da melhor crônica que já leu sobre Kind of Blue, escrita no blog de Rafael Galvão – e compartilha. Inadvertidamente, a copio abaixo. É também resenha do livro de Ashley Kahn sobre Kind of Blue. Leiam logo, antes que ele descubra.
Há algo de desgraçado no jazz. Algo que faz com que ninguém o ouça impunemente, que condena aquele que o conhece a nunca mais conseguir voltar atrás, a nunca mais se contentar de verdade com menos que aquilo; algo que eleva, para sempre, os padrões pelos quais se julga a música, qualquer tipo de música, não apenas a popular.
É difícil, para aquele que ouve o trompete de Louis Armstrong, ouvir qualquer outra música com trompete e não exigir que tenha a mesma qualidade, a mesma qualidade dramática, a mesma síncope, o mesmo swing — em última instância, as mesmas notas altas e desesperadas. E isso vale também para o piano, para o trombone, para o saxofone. É no jazz que a banda de música tradicional atinge o ápice, que eleva a arte de tocar esses instrumentos à perfeição.
O jazz é a forma superior de música popular. É o que de melhor fez um século que viu a música erudita se diluir em redundâncias medíocres como as trilhas para cinema ou grandes vazios como a música experimental, e que teve como principal trilha sonora o rock e o pop, galhos menos floridos do mesmo tronco que gerou o jazz.
E Kind of Blue, disco de Miles Davis, é a forma superior de jazz. Nunca mais o jazz atingiria um ponto semelhante, de perfeição quase absoluta. Foi ali, em um disco com a participação de mestres como John Coltrane e Bill Evans, gravado em duas sessões, com o primeiro take sendo o que valia, que o jazz atingiu a perfeição. Kind of Blue é um desses discos fundamentais por uma razão: é perfeito. Das notas iniciais de So What à última nota de All Blues, o que se tem não é a apenas a obra-prima do que chamavam jazz modal; é uma síntese de tudo o que o jazz tinha feito até aquele momento, do dixieland ao bebop: é a música popular elevada ao nível máximo que ela pode alcançar, quase ao nível da música erudita tradicional.
Embora tenham sido Louis Armstrong e Duke Ellington a dar ao jazz o status de arte, foi aquela geração — Charlie Parker, Dizzy Gillespie, Miles Davis e John Coltrane, pela ordem — que elevou o jazz ao ponto máximo da música ocidental. Uma geração ambiciosa, consistente, que explodia os limites da música e apontava uma infinidade de caminhos ao mesmo tempo em que solidificava, com um talento nunca mais igualado, uma tradição de 50 anos de jazz. Infelizmente, quase na mesma época surgiria Ornette Coleman com uma nova mudança, e a porteira seria aberta para bobagens como free jazz e fusion; mas isso não importa. Ouve Ornette Coleman quem quer e quem gosta. O importante, mesmo, é que há um disco que explica, sem sequer uma palavra, o que é o jazz, que concentra em cinco faixas cinqüenta anos do mais assombroso gênero musical que o século XX criou. E esse disco é Kind of Blue.
A Barracuda, do Freddy Bilyk, lançou no começo deste ano um livro que conta a saga desse disco: “Kind of Blue — A história da obra prima de Miles Davis“, de Ashley Kahn, conta a história desse disco de maneira inteligente e simples. Contextualiza o disco em sua época e nas trajetórias de seus músicos, sem perder tempo com fofocas e explorações sensacionalistas ou simplesmente mundanas de detalhes pouco importantes, como os problemas com drogas que praticamente todos eles enfrentaram.
Kahn mostra o processo de criação das músicas, explicando a razão de cada termo utilizado com clareza e simplicidade notáveis. Detalha cada sessão, e explica cada música de um jeito simples mas completo. Explica por que o disco foi tão importante. E explora o legado de um álbum que foi recebido sem tanta euforia, mas que aos poucos se consolidou como o disco mais importante da história do jazz.
A importância de Miles Davis pode ser medida pelo que ele disse em um jantar na Casa Branca. Naquela ocasião, ele não mentiu. E Kind of Blue foi uma dessas revoluções. Talvez não tão importante, do ponto de vista “revolucionário”, quanto Birth of Cool; mas um disco estupidamente superior.
Por explorar com simplicidade um assunto tão fascinante mas ao mesmo tempo tão complexo, “Kind of Blue” é um daqueles livros indispensáveis para quem gosta de jazz, mas também para músicos que querem saber como pode funcionar uma sessão de gravação. É importante, também, para compositores que buscam densidade em seu processo criativo.
Há alguns anos, a Gabi me convidou para escrever uma coluna sobre jazz no site da Antena 1. A resposta foi a costumeira, uma recusa, mas dessa vez não foi apenas pela falta de tempo crônica: eu sabia que jamais poderia escrever sobre jazz porque isso requer uma erudição que eu, definitivamente, não tenho. Palavras e expressões como diatônica, escala cromática, modalismo não fazem parte do meu vocabulário habitual. E ler “Kind of Blue” me deixou com a certeza de que eu estava certíssimo ao dizer não. Mas, ainda mais que isso, me deu o conforto de saber que um sujeito como Ashley Kahn pode tornar essas palavras difíceis compreensíveis até para mim.
Miles Davis – Kind of Blue
01 – So What
02 – Freddie Freeloader
03 – Blue In Green
04 – All Blues
05 – Flamenco Sketches
06 – Flamenco Sketches (Alternate Take)
Miles Davis – Trompete
Julian “Cannonball” Adderley – Saxofone Alto (exceto “Blue in Green”)
John Coltrane – Saxofone Tenor
Bill Evans – Piano (exceto “Freddie Freeloader”)
Wynton Kelly – Piano ( em “Freddie Freeloader”)
Paul Chambers – Contrabaixo
Jimmy Cobb – Bateria
Eis um CD adorável para se ouvir em um sábado de tarde, no primeiro dia de suas férias, assim podendo relaxar para melhor poder apreciar. Quando se fala em interpretação historicamente informada logo nos vem os nomes de Harnoncourt e seus fiéis parceiros, os irmãos Kuijken. Olhando as gravações que já postamos desses irmãos o nome que mais se destaca é o do irmão violinista, Sigiswald, infelizmente relegando a um segundo plano o irmão flautista, Barthold. Mas que família talentosa, não acham ???
Este Cd que ora vos trago pertencia à coleção Vivarte, da gravadora Sony, que muito nos brindou com gravações excepcionais, que iam do barroco ao romantismo, mas sempre do viés do historicamente informado. Temos aqui Concertos para Flauta compostos por contemporâneos de Mozart e de Haydn, e claro, de Beethoven. Stamitz, Xavier-Richter, Haydn, Gluck, compositores do período clássico. Não temos Mozart, o que é uma pena.
O Grupo Tafelmusik acompanha Barthold com a mesma eficiência e categoria de sempre dirigido pela violinista Jeanne Lamon, recentemente falecida, nos brinda com uma direção segura, correta, sem se deixar cair em armadilhas. Espero que apreciem, eu gostei bastante.
Concerto For Flute, Strings, 2 Oboes, 2 Horns And Basso Continuo In G Major, Op. 29
Composed By – Carl Stamitz
1 I. Allegro
2 II. Andante Non Troppo Moderato
3 III. Rondo – Allegro
Concerto For Flute, Strings And Basso Continuo In E Minor
Composed By – Franz Xaver Richter
4 I. Allegro Moderato
5 II. Andantino
6 III. Allegro Non Troppo Presto
Concerto For Flute, Strings And Basso Continuo In G Major
Composed By – Johann Stamitz
7 I. Allegro
8 II. Adagio
9 III. Presto
Concerto For Flute, Strings, 2 Horns And Basso Continuo In D Major
Composed By – Joseph Haydn, Leopold Hofmann
10 I. Allegro Moderato
11 II. Adagio
12 III. Allegro Molto
13 Orphée Et Eurydice ; Ballet Des Ombres Heureuses
Composed By – Christoph Willibald Gluck
Creio que ouvi mais música francesa em 2021 do que ouvi em praticamente minha vida inteira. Compositores que conhecia apenas de nome me foram apresentados, e puder conferir que havia vida na música francesa além de Debussy, Ravel e Saint-Säens. Claro que falo com relação ao período que compreendia o século do XIX e início do Século XX. E mesmo assim ainda me considero em débito com os três compositores citados acima. Gostaria de ouvi-los mais, e mesmo se eu deixar como projeto de aposentadoria, ainda assim não teria tempo suficiente para ouvir tanta coisa.
As ‘descobertas’ referem-se a Poulenc, Chausson e Fauré, uma trinca que lamento não ter ouvido com tanta atenção até hoje. Claro que poderia me desculpar alegando a falta de acesso a esse material, e que apenas com o advento da Internet consegui conhecê-los e claro, ouvi-los. Tive em um primeiro momento de me curar do vício adquirido ouvindo os compositores alemães e austríacos do Barroco e do Romantismo, e prestando atenção, por exemplo, em Saint-Säens e seu magnífico Primeiro Concerto para Violoncelo, comecei a perceber e entender sua linguagem tão única, tão pessoal.
Este belo CD que ora vos trago é um primor de execução, temos um solista jovem (nasceu em 1976), e que resolveu, assim como eu, ver o que a música francesa tinha a oferecer para si, enquanto violoncelista. O resultado é uma das melhores gravações que já tive a oportunidade de ouvir do Concerto de Saint-Säens, e olha que a concorrência é grande. A maturidade artística de Müller-Schott se sobressai em cada nota que extrai de seu instrumento, seja em peças mais introvertidas, como a ‘Elégie’ de Fauré, em um arranjo para Violoncelo e Orquestra, ou namorando com a modernidade de Honneger em seu Concerto para Violoncelo. O músico não teme em encarar um repertório tão diferente (ouçam a pequena ‘cadenza’ do Segundo Movimento do Concerto de Honneger para poderem apreciar ainda mais sua versatilidade).
Claro que nessa seleção não poderia faltar Lalo e seu Concerto em Ré menor. Fico feliz ao ver que mesmo após a morte de gigantes como Fournier, Rostropovich ou Starker, as novas gerações vem mostrando a que vieram, preenchendo aquelas lacunas com talento, virtuosismo e amor à causa. Claro que ao nome de Müller-Schott posso acrescentar os nomes de outros jovens talentosos, como Sol Gabetta, Gautier Capuçon, entre outros, e mais recentemente, o formidável Sheku Kanneh-Mason, cujo último álbum quero trazer para os senhores assim que possível.
Então vamos ao que viemos. Espero que apreciem este belíssimo CD, recentemente lançado. Eu gostei muito.
Cello Concerto No. 1 In A Minor, Op. 33, R. 193
Composed By – Camille Saint-Saëns
1 I. Allegro Non Troppo
2 II. Allegretto Con Moto
3 III. Allegro Non Troppo
4 Élégie, Op. 24 (Version For Cello & Orchestra)
Composed By – Gabriel Fauré
Cello Concerto In C Major, H. 72
Composed By – Arthur Honegger
5 I. Andante
6 II. Lento
7 III. Allegro Marcato
Cello Concerto In D Minor
Composed By – Édouard Lalo
8 I. Prélude. Allegro Maestoso
9 II. Intermezzo. Andantino Con Moto. Allegro Presto
10 III. Introduction. Andante. Allegro Vivace
11 Romance In F Major, Op. 36, R. 195 (Version For Cello & Orchestra)
Composed By – Camille Saint-Saëns
Daniel Müller-Schott – Cello
Deutsches Symphonie-Orchester Berlin
Alexandre Bloch – Conductor
FDP: Vamos então concluir esta coleção com chave de ouro, trazendo “Die Sieben letzten Worte unseres Erlöseres am Kreuze”, ou seja, As Sete últimas palavras de Cristo na Cruz, e a belissima “Schöpungsmesse”, a Missa da Criação, que cita algumas frases musicais desse imenso oratório.
Volto a sugerir a leitura do booklet, que traz uma excelente contextualização histórica das obras gravadas magistralmente por Harnoncourt e seu Concentus musicus Wien, apoiados por este que não canso de dizer que é um dos maiores grupos corais do mundo, o Arnold Schöenberg Choir. Para os que não dominam o inglês, usem o Google Translator e um bom dicionário.
Pleyel: Quando Haydn compôs as suas últimas missas, já era uma celebridade internacional, após um sucesso estrondoso na Inglaterra com suas últimas sinfonias. Especialmente as duas últimas missas, compostas após o sucesso do oratório A Criação, que em poucos meses foi ouvido e incensado em Viena, Budapeste, Paris, Amsterdam, São Petersburgo… Em 1801 um Jornal constatava: “Nunca uma obra musical causou tamanha sensação ou teve uma audiência tão grande quanto a Criação de Haydn.”
Então o Haydn dessas últimas missas é um pouco como o Garcia Marquez após Cem anos de solidão, como Beethoven após a Nona ou Picasso após Guernica: um mestre de renome internacional, sem precisar mais provar nada pra ninguém. Imaginem o que representava, para o renome do Príncipe e da Princesa de Esterházy, ter um compositor de tal fama internacional como seu leal servidor… Foi sob o patrocínio dos Esterházy – após o período em que Haydn esteve sem patrão e foi a Londres ganhar dinheiro – que foram compostas essas seis últimas missas, entre 1796 e 1802.
Franz-Joseph Haydn (1732-1809):
CD 5
“Die Sieben letzten Worte unseres Erlöseres am Kreuze”, Hob.XX:2
01 – Intruduzione
02 – I ‘Vater, vergib ihnen’
03 – II ‘Führwahr, ich sag es dir’
04 – III ‘Frau, hier siehe deinen Sohn’
05 – IV ‘Mein Gott, mein Gott’
06 – Introduzione
07 – V ‘Jesus rufet’
08 – VI ‘Es ist vollbracht’
09 – VII ‘Vater, in deine Hande’
10 – Terremoto ‘Er ist nicht mehr’
Inga Nielsen – Soprano
Margareta Hintermeier – Mezzo Soprano
Anthony Rolf Johnson – Tenor
Robert Holl – Bass baritone
Arnold Schöenberg Choir
Concentus musicus Wien
Nikolaus Harnoncourt – Conductor
CD 6
Missa “da Criação”, “Schöpungsmesse”, Hob. XXII:13, Si bemol maior
01 – I. Kyrie – Adagio
02 – Allegro moderato
03 – II. Gloria
04 – Quonian
05 – III. Credo
06 – Et incarnatus
07 – Et resurrexit
08 – IV. Sanctus
09 – V. Benedictus
10 – VI. Agnus Dei
11 – Dona nobis pacem
FDP: Sempre fico impressionado com a qualidade dos corais haydnianos, desde a primeira vez que ouvi o oratório “A Criação” e aquela que considero sua obra máxima, “As Estações” (sim, podem jogar as pedras para dizer que estou maluco e que a “Criação” é A obra absolutamente imbatível do repertório haydniano) que postei aqui já há alguns anos atrás, e cujos links já devem ter ido pras cucuias, como dizem aqui pelo sul. Mas isso é outra história, porque o que temos aqui é a magnífica “Harmoniemesse”, e para variar, Harnoncourt e sua troupe dão um show.
Pleyel: Os corais em latim das missas Haydn são realmente divinos. Porém, na cantata secular em italiano “Qual Dubbio Ormai?” (Qual dúvida agora?) o coro chega só no último movimento, dá a impressão de que se atrasaram e chegaram na festa já quando a comida estava esfriando. O destaque dessa cantata é a ária para soprano com cordas e uma elaborada parte para teclado obbligato, tocada por um órgão nesta gravação do Concentus musicus Wien. Essa cantata, o Te Deum e o Stabat Mater, são obras de quando Haydn tinha seus trinta e poucos anos, enquanto a “Harmoniemesse”, ele escreveu aos setenta. O nome da missa não foi dado por Haydn: vem da grande quantidade de instrumentos de sopro na orquestração, pois uma “Banda de Harmonia” era o nome alemão para um conjunto de sopros. Naquele momento (1802) o Príncipe Esterházy tinha recontratado os músicos (dois clarinetista, dois fagotistas, etc) que haviam sido dispensados uns anos antes em um momento de relativa pindaíba da família, momento em que Haydn foi duas vezes a Londres ganhar uns trocados de outros patrões e o resto é a história das suas últimas sinfonias (1791-95).
O Stabat Mater, de 1767, tem características da fase de Haydn chamada Sturm und Drang, marcada por forte expressividade e contrastes. A obra foi publicada em Paris e Londres, com cópias também em Madri e Itália. Foi, portanto, um dos primeiros sucessos internacionais de Haydn.
Franz-Joseph Haydn (1732-1809): CD 3 Harmoniemesse, Missa Hob.XXII:14, Si bemol maior
01 – Kyrie
02 – Gloria In Exelsis Deo
03 – Gratias Agimus Tibi
04 – Quoniam Tu Solas Credo
05 – Credo In Unum Deum
06 – Et Incarnatus Est
07 – Et Resurrexit Tertia Die
08 – Sanctus
09 – Benedictus Agnus Dei
10 – Agnus Dei
11 – Dona Nobis Pacem Cantata “Qual Dubbio Ormai?, Hob.XXIVa:4
12 – Recitativo accompagnato: Qual dubbio ormai?
13 – Aria: Se ogni giorno Prence invito
14 – Recitativo Saggio il pensier
15 – Coro: Scenda propzio un raggio Te Deum, Hob.XXIIIc:1, Dó maior
16 – Te Deum Laudamus
17 – Te Ergo Quasumus
18 – Aeterna Fac Cum Sanctis Tuis
Eva Mei – Soprano
Elizabeth von Magnus – Mezzo Soprano
Herbert Lippert – Tenor
Oliver Widmer – Bass baritone
Arnold Schoenberg Choir
Concentus musicus Wien
Nikolaus Harnoncourt – Conductor
CD 4 Stabat Mater, Hob.XXbis
01 – Stabat Mater Dolorosa
02 – O Quam Tristis Et Afflicta
03 – Quis Est Homo
04 – Quis Non Posset Contristari
05 – Pro Peccatis Suae Gentis
06 – Vidit Suum Dulcem Natum
07 – Eia Mater, Fons Amoris
08 – Sancta Mater, Istud Agas
09 – Fac Me Vere Tecum Flere
10 – Virgo Virginum Praeclara
11 – Flammis Ocri Ne Succedar
12 – Fac Me Cruce Custodiri
13 – Quando Corpus Morietur
14 – Paradisi Gloria
Barbara Bonney – Soprano
Elizabeth von Magnus – Mezzo Soprano
Herbert Lippert – Tenor
Alaistair Miles – Bass Baritone
Arnold Schoenberg Choir
Concentus musicus Wien
Nikolaus Harnoncourt – Conductor
FDP: Fontes seguras me contaram que a “Nelsonmesse” seria a favorita de PQPBach, que continua em suas férias sabáticas, refletindo sobre o futuro do blog. Mas se for, podemos dizer que o gosto requintado e refinado de nosso mentor intelectual continua apurado. Com certeza, essa missa é uma das mais belas obras de Haydn. E nas mãos de Harnouncourt, e com as vozes do “Arnold Schoenberg Choir” fica ainda mais bela.
Gostaria também de lembrar que nosso querido Nikolaus Harnoncourt é um descendente direto dos Habsburgo, a família real que governou o Império Austro-Húngaro por mais de 200 anos. Abaixo dos Habsburgo, estava a família dos Príncipes de Esterházy, donos de imensas terras ali na região da atual fronteira entre Áustria e a Hungria, e que foram os principais “patrões” do mesmo Haydn, por mais de quarenta anos. Maiores detalhes e informações vão estar no excelente booklet.
Pleyel: A “Nelsonmesse” ganhou esse apelido alguns anos após sua estrreia, porque foi tocada durante a visita do Almirante Nelson a Viena em 1800. Esse Almirante inglês derrotou Napoleão na Batalha do Nilo em 1798, ano em que foi composta a missa citada. A Áustria dos Habsburgos estava sob constante ameaça de ser invadida e aquela derrota dos franceses representou um pequeno alívio. Apelidos à parte, o título que o próprio Haydn deu à obra foi Missa in Angustiis (Missa em angústia). É a única missa de Haydn em um tom menor, com um clima de ansiedade, marcado pelo trompete e percussão. Outra grande gravação é a de Trevor Pinnock/English Concert.
Franz-Joseph Haydn (1732-1809): ‘Missa in augustiis’ – “Nelsonmesse”, Hob. XXII:11
1. Kirie
2. Gloria
3. Credo
4. Sanctus
5. Bendictus
6. Agnus Dei
7. Te Deum, Hob. XXIIXc:2
Luba Organasova – Soprano
Elisabeth von Magnus – Mezzo Soprano
Deon van der Walt – Tenor
Alaistair Miles – Bass baritone
Arnold Schoenberg Choir
Concentus musicus Wien
Nikolaus Harnoncourt – Conductor
Ouvi alguns estalos em meu estabilizador de energia e isso me fez temer uma queda, o que tornaria minha tarde extremamente enfadonha. Moro em um apartamento sem graça, no meio de um bairro sem graça, em uma cidade sem muitos atrativos, então meus ‘hobbys’ são a música e o cinema. Já passei tardes dentro de uma sala de cinema, às vezes assistindo o mesmo filme por duas sessões seguidas, para melhor apreciar detalhes que tinham passado na primeira sessão. Aprendi isso com uma querida amiga, cinéfila até a alma, até fez uma Pós Graduação na área quando morava na Europa, lá nos anos 90. Antes disso frequentávamos as salas de cinema com tanta frequência que já éramos conhecidos das moças que vendiam ingresso, ou dos antigos ‘lanterninhas’.
A repetição se tornou uma constante em minha vida. A apreciação daquilo que chamamos de música clássica, ou até mesmo do Jazz, que é o caso desta postagem, exige que prestemos mais atenção ao que ouvimos do que quando ouvimos alguma rádio, por exemplo. No serviço, por exemplo, gosto de ouvir uma rádio de Florianópolis, que acompanho há décadas. Meus colegas não iriam entender se eu deixasse estes Cds tocando como música ambiente. É uma música que exige atenção, antes de tudo. Lembro que quando adquiri esta caixa a ouvi durante o resto daquele ano inteiro. Eram os tempos dos Discman, e eu levava o meu para cima e para baixo o tempo todo. Alguns Cds riscaram, o que me obrigou a adquiri-los novamente, pagando os olhos da cara, ou então pedindo emprestados os de meus amigos para gravá-los, quando começaram a chegar os primeiros gravadores de Cds, o que foi o caso dessa série do Keith Jarrett, série de shows na célebre casa de Jazz novaiorquina, a Blue Note.
São seis CDs, um mais espetacular que outro, nunca consegui decidir qual o melhor. Os trouxe já há mais de uma década, nos primórdios do PQPBach. Jarrett e seus colegas recriam clássicos do cancioneiro norte-americano, e eles fazem isso de uma forma única, dando viva voz a improvisação. É uma releitura muito pessoal, altamente intuitiva, que traz três músicos no ápice de sua capacidade técnica e criativa.
Mas vamos ao que viemos. Espero que apreciem. Eu particularmente amo essa caixa, e tenho certeza de que ela vai me acompanhar até o último de meus dias.
Cd 1
1 In Your Own Sweet Way
2 How Long Has This Been Going On
3 While We’re Young
4 Partners
5 No Lonely Nights
6 Now’s The Time
7 Lament
CD 2
1 I’m Old Fashioned
2 Everything Happens To Me
3 If I Were A Bell
4 In The Wee Small Hours Of The Morning
5 Oleo
6 Alone Together
7 Skylark
8 Things Ain’t What They Used To Be
CD 3
1 Autumn Leaves
2 Days Of Wine And Roses
3 Bop-Be
4 You Don’t Know What Love IsMuezzin
5 When I Fall In Love
CD 4
1 How Deep Is The Ocean
2 Close Your Eyes
3 Imagination
4 I’ll Close My Eyes
5 I Fall In Love Too Easily_The Fire Within
6 Things Ain’t What They Used To Be
Cd 5
1. On Green Dolphin Street
2. My Romance
3. Don’t Ever Leave Me
4. You’d Be So Nice To Come Home To
5. La Valse Bleue
6. No Lonely Nights
7. Straight, No Chaser
CD 6
1. Time After Time
2. For Heaven’s Sake
3. Partners
4. Desert Sun
5. How About You
Keith Jarrett – Piano
Gary Peacock – Double Bass
Jack DeJohnette – Drums
Como prometido, eis Pollini interpretando o concerto nº 12, K. 414, além do de nº 24, K. 491. Sou sincero ao admitir que prefiro esta versão à versão de Brendel. E só o PQP mesmo para trazer uma gravação dessas, ainda quentinha, recém saída dos fornos da Deutsche Grammophon [postagem original de 2008]. Eis o comentário da amazon:
Product Description
About that recording, The Times [London] stated: ‘ You hear a man in love…he plays Mozart with real feeling, leading us into the music s depth, its inner melodies, never content with the surface…the music always moves forward, developing, growing, with the subtlest range of colours…These are performances of conversational intimacy.’
When one is in love, one can never get enough, so Pollini has done it again: in summer 2007 he and the Vienna Philharmonic recorded the early, cheerful Piano Concerto in A, K. 414 and the famous C minor Concerto, K. 491, a mature work of brooding pathos.
Once again, Pollini and the Vienna Philharmonic work without a conductor, in front of a live audience in Vienna s famous Musikverein, parlaying their deep mutual understanding and respect into one of the noblest and most profound Mozart experiences imaginable.
Quando baixei esta versão, algumas semanas atrás, jamais poderia imaginar que era tão recente. Peço desculpas pela informação errada que passei na postagem anterior, atribuindo esta gravação ao ano de 2006.
Temos aqui um Pollini maduro, nos brindando com um Mozart alegre, brilhante e cheio de vida, e à frente de sua tão conhecida Filarmônica de Viena. E o grau de intimidade entre ambos (solista e orquestra) é tão grande que dispensaram um maestro.
Saboreiem este belíssimo cd.
Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) Concertos para piano nº 12, k. 414 e nº 17. k. 491
01. Piano Concerto No.12 A major, K.414 – I – Allegro
02. Piano Concerto No.12 A major, K.414 – II – Andante
03. Piano Concerto No.12 A major, K.414 – III – Rondeau. Allegretto
04. Piano Concerto No.24 C minor, K.491 – I – Allegro
05. Piano Concerto No.24 C minor, K.491 – II – Larghetto
06. Piano Concerto No.24 C minor, K.491 – III – Allegretto
Maurizio Pollini – Piano
Wiener Philarmoniker (Live, 2007)
Dois dos mais belos e famosos concertos para piano de Mozart, na interpretação de Maurizio Pollini. Mais dois belos momentos do italiano Pollini frente à sua orquestra tão conhecida, a Filarmônica de Viena.
Um comentarista da amazon reclama do barulho da audiência, mas confesso que ouvi apenas os aplausos finais, que não creio que desmereçam a qualidade do cd. Já tivemos excepcionais intérpretes destes concertos aqui no blog, como Géza Anda e o próprio Brendel em sua tradicional versão com a ASMF. Mas confesso que ainda prefiro uma antiga gravação de Malcolm Billson e Trevor Pinnock, que um dia tive em LP, ou então minha primeira gravação do concerto nº 21, com o Rubinstein. Ouvi tanto esta fita cassete que ela arrebentou.
Enfim, mais um belo momento, para quem quiser tirar suas conclusões, ou simplesmente queira ouvir outra versão destes concertos, nas mãos de um exímio instrumentista que se revela um regente competente. Também, com esta orquestra …
Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) Concertos para piano nº 17, K. 453, e nº 21, K. 467
1. Piano Concerto No.17 in G, K.453 – 1. Allegro
2. Piano Concerto No.17 in G, K.453 – 2. Andante
3. Piano Concerto No.17 in G, K.453 – 3. Allegretto
4. Piano Concerto No.21 in C, K.467 – 1. Allegro
5. Piano Concerto No.21 in C, K.467 – 2. Andante
6. Piano Concerto No.21 in C, K.467 – 3. Allegro vivace assai
Maurizio Pollini – Piano, conductor
Wiener Philarmoniker (Live, 2005)
FDP: Ainda dentro da minha modesta comemoração ao aniversário de Haydn, resolvi trazer mais um pacotaço do mestre austríaco, desta vez com outro mestre, descendente direto da família Habsburgo: Nikolaus Harnoncourt, recentemente falecido [em 2016, primeira repostagem desses CDs], e já devidamente reverenciado e homenageado aqui no PQPBach.
Estas missas são um dos pontos altos da imensa obra de Haydn, e Harnoncourt lhe dá a devida e merecida atenção, dirigindo seu excelente conjunto ‘Concentus Musicus Wien’ e o excepcional ‘Arnold Schoenberg Choir’ , e rodeado de excelentes solistas. Vale cada minuto de audição.
Pleyel: Estou repostando essas gravações que FDP trouxe no aniversário de 180 anos de Haydn em 2012. Já começamos com uma das minhas obras preferidas de Haydn, a Missa in tempore belli (Missa em tempos de guerra), nome escrito pelo compositor no alto da partitura. Desde 1792 os Habsburgos estava em guerra com a França Revolucionária, e em 1796, ano em que essa missa foi composta, uma estrela em ascensão chamada General Napoleão Bonaparte vencia várias batalhas na Itália e podia invadir Viena a qualquer momento. Naquela época, era estritamente proibido defender a paz, que significaria uma rendição contra aqueles bárbaros que mataram Maria Antonieta, tia do então Imperador da Áustria. Então o que Haydn fez foi dar enorme ênfase, no trecho final da missa (Agnus Dei), àquela velha frase “Cordeiro de Deus… dai-nos a paz.”
Mas é uma paz em tempos de guerra, tempos revolucionários, tempos imprevisíveis, e Haydn expressa esse clima bélico com o rufar dos tambores… Não conheço outra obra da tradição católica que utilize percussões com tanta intensidade quanto essa, que tem em alemão o apelido Paukenmesse (missa do tímpano).
Franz-Joseph Haydn (1732-1809):
01 – ‘Missa in tempore belli’ HobXXII9 c-dur – I. Kyrie
02 – ‘Missa in tempore belli’ HobXXII9 c-dur – II. Gloria
03 – ‘Missa in tempore belli’ HobXXII9 c-dur – III. Credo
04 – ‘Missa in tempore belli’ HobXXII9 c-dur – IV. Sanctus
05 – ‘Missa in tempore belli’ HobXXII9 c-dur – V. Bendictus
06 – ‘Missa in tempore belli’ HobXXII9 c-dur – VI. Agnus Dei
07 – Salve Regina HobXXIIb2 g-moll – I. Salve regina
08 – Salve Regina HobXXIIb2 g-moll – II. Eja ergo, advocata nostra
09 – Salve Regina HobXXIIb2 g-moll – III. Et Jesum
Dorothea Röschmann – Soprano
Elisabeth von Magnus – Mezzo-Soprano
Herbert Lippert – Tenor
Oliver Widmer – Bass Baritone
Arnold Schoenberg Choir
Concentus musicus Wien
Nikolaus Harnoncourt – Conductor
Sem dúvidas, eis um CD pra mostrar os talentos virtuosísticos de Augustin Hadelich, exuberante violinista italo-germânico. Ao lado da Filarmônica de Londres ele traz duas das principais obras para violino do repertório romântico, a saber, o Concerto de Tchaikovsky, talvez o mais famoso dos concertos para violino já compostos, e a extraordinária Sinfonia Espanhola, de Édouard Lalo. São duas obras que dispensam apresentações, já as trouxemos aqui com diversos outros intérpretes.
Detalhe a destacar é que são registros gravados ao vivo, com direito a palmas, etc. E nas duas obras temos uma demonstração do talento deste incrível violinista, que vem se destacando nestes últimos anos. Recentemente lançou uma elogiada gravação das Sonatas e Partitas para Violino Solo, de Bach, se não me engano, já também postada por aqui.
Gosto de ouvir novas versões de obras tão conhecidas e gravadas. Todos temos nossas gravações favoritas, mas sangue novo sempre traz novas possibilidades. São registros cheios de vigor e intensidade e muito envolventes. Impossível ficarmos alheios à elas. Desde Heifetz, passando por Oistrakh, Francescatti, Milstein, Szeryng, todos excepcionais músicos que deram sua contribuição para as possíbilidades de interpretação destas obras, enfim, já há muito tempo venho colecionando gravações delas. Gostei de todas, e Augustin Hadelich com certeza já inscreveu seu nome no rol destes grandes músicos.
01. Violin Concerto in D Major, Op. 35, TH 59 I. Allegro moderato
02. Violin Concerto in D Major, Op. 35, TH 59 II. Canzonetta Andante –
03. Violin Concerto in D Major, Op. 35, TH 59 III. Finale Allegro vivacissimo
04. Symphonie espagnole, Op. 21 I. Allegro non troppo
05. Symphonie espagnole, Op. 21 II. Scherzando Allegro molto
06. Symphonie espagnole, Op. 21 III. Intermezzo Allegretto non troppo
07. Symphonie espagnole, Op. 21 IV. Andante
08. Symphonie espagnole, Op. 21 V. Rondo Allegro
Augustin Hadelich – Piano
London Philharmonic Orchestra
Vassily Petrenko – Conductor (faixas 1 a 3)
Omer Meir Webber – Conductos (4 a 8)
Mais um CD com a parceria Temmingh & Mields, e como não poderia ser diferente, mais um CD com o selo “IM-PER-DÍ-VEL !!” do PQPBach. Assim ele nos é apresentado na capa do Disco:
“Instrumental variations for recorder and baroque ensemble, inspired by early baroque tunes and English Songs”.
Ambos os solistas vem se destacando nos últimos anos, e afirmando-se como os grandes músicos que são. Sim, trata-se de um CD barroco, ou pré barroco, mas não encontramos aqui nenhum daqueles ‘excessos’ de alguns grupos historicamente informados. Temos sim uma leitura moderna, atualizada, mas sem perder aquele frescor, ainda mais com a delicadíssima voz de Dorothee Mields e o som único, com um timbre limpo, fluído das flautas doces de Stefan Temminghs. Ele se utiliza dos mais variados instrumentos, com as mais diversas afinações. Lembro que quando criança me colocaram para aprender a tocar Flauta Doce, e ainda tenho a minha velha Yamaha, e por incrível que pareça, quarente e cinco anos depois, ela não desafinou. De vez em quando dou limpada nela e arrisco algumas notas. Meus cachorros uivam, minha esposa me olha com o canto dos olhos, aí entendo o recado e a guardo novamente.
Cada faixa desse CD é uma jóia sendo lapidada, nada falta, nada sobra, mesmo nas faixas instrumentais. Meu único lamento é que não tenha conhecido isso antes. Temos obras de compositores anônimos, desconhecidos, para mim, é claro, e famosos, como Geminiani, Purcell e Dowland.
1 John Come Kiss Me Now
2 Lady Ann Bothwel’s Lament
3 Lady Ann Bothwel’s Lament
4 Engels Nachtegaeltje
5 A Division On A Ground By Mr. Eccles
Written-By – Solomon Eccles
6 An Irish Tune
7 An Irish Tune
8 Flow My Tears
Written-By – John Dowland
9 Lachrimae Pavan
Written-By – Johann Schop
10 When Daphne Did From Fair Phoebus Fly
11 Doen Daphne D’over Schoone Maeght
12 Faronells Ground (From The Division Flute)
13 The King’s Health, Sung To Farrinel’s Ground
Written-By – Thomas D’Urfey*
14 Greensleeves
15Can Love Be Controul’d?
Written-By – Frederick Nussen
16 Can Love Be Controul’d By Advice?
Written-By – Johann Christoph Pepusch
17 Toccata (Improvisation)
18 Dido’s Lament
Written-By – Henry Purcell
Dorothee Mields – Soprano
Stefan Temminghs – Recorder
The Gentleman´s Band.
Mesmo soando um tanto quanto datada hoje, na segunda década do Século XXI, não posso negar que ‘Carmina Burana” é uma obra que ainda me impacta. Meu primeiro contato com ela foi no terrível filme de Pier Paolo Pasolini, ‘Saló ou os 120 Dias de Sodoma’, e o uso que o lendário cineasta italiano fez da obra me embrulha o estômago até hoje. Ele ignora que se tratam de peças que celebram os prazeres da vida, para mostrar o lado negro e sórdido do ser humano.
Essa gravação que ora vos trago encontrei na Internet, não é a minha favorita, mas não podemos negar os méritos do então jovem maestro italiano Ricardo Muti, frente a toda a força da incrível Orquestra Philharmonia e seu excelente coro, além dos ótimos solistas Arleen Auger, John Van Kesteren e Jonathan Summers.
Enjoy it …
Carl Orff – Carmina Burana – Ricardo Muti, Philharmonia Chorus & Orchestra
01 – Carmina Burana, Pt. 1 “Fortuna Imperatrix Mundi”- O Fortuna
02 – Carmina Burana, Pt. 1 “Fortuna Imperatrix Mundi”- Fortune plango vulnera
03 – Carmina Burana, Pt. 2 “Primo vere”- Veris leta facies
04 – Carmina Burana, Pt. 2 “Primo vere”- Omnia sol temperat
05 – Carmina Burana, Pt. 2 “Primo vere”- Ecce gratum
06 – Carmina Burana, Pt. 2 “Primo vere”, Uf dem anger- Tanz
07 – Carmina Burana, Pt. 2 “Primo vere”, Uf dem anger- Floret silva nobilis
08 – Carmina Burana, Pt. 2 “Primo vere”, Uf dem anger- Chramer, gip die varwe mir
09 – Carmina Burana- Reie
10 – Carmina Burana, Pt. 2 “Primo vere”, Uf dem anger- Were diu werlt alle min
11 – Carmina Burana, Pt. 3 “In taberna”- Estuans interius
12 – Carmina Burana, Pt. 3 “In taberna”- Olim lacus colueram
13 – Carmina Burana, Pt. 3 “In taberna”- Ego sum abbas Cucaniensis
14 – Carmina Burana, Pt. 3 “In taberna”- In taberna quando sumus
15 – Carmina Burana, Pt. 4 “Cour d’amours”- Amor volat undique
16 – Carmina Burana, Pt. 4 “Cour d’amours”- Dies, nox et omnia
17 – Carmina Burana, Pt. 4 “Cour d’amours”- Stetit puella
18 – Carmina Burana, Pt. 4 “Cour d’amours”- Circa mea pectora
19 – Carmina Burana, Pt. 4 “Cour d’amours”- Si puer cum puellula
20 – Carmina Burana, Pt. 4 “Cour d’amours”- Veni, veni, venias
21 – Carmina Burana, Pt. 4 “Cour d’amours”- In trutina
22 – Carmina Burana, Pt. 4 “Cour d’amours”- Tempus est iocundum
23 – Carmina Burana, Pt. 4 “Cour d’amours”- Dulcissime
24 – Carmina Burana, Pt. 5 “Blanziflor et Helena”- Ave formosissima
25 – Carmina Burana, Pt. 6 “Fortuna Imperatrix Mundi”- O Fortuna (Reprise)
Soprano Vocals – Arleen Auger
Tenor Vocals – John Van Kesteren
Baritone Vocals – Jonathan Summers
Philharmonia Chorus London, Southend Boys’ Choir
Philharmonia Orchestra London
Ricardo Muti – Conductor
Como não poderia deixar de ser, esse ano vem sendo bem complicado, lapsos de memória me traem constantemente, inclusive esqueci de botar os links para download da primeira parte desta postagem, mas felizmente foi um problema facilmente resolvido. Espero que não aconteça novamente.
Venho ensaiando uma mudança em minhas postagens, mas não consigo sair do trivial feijão com arroz. Não estou dizendo que esta magnífica série de Zoltán Kocsis interpretando Debussy e Ravel seja algo que possamos considerar trivial, ao contrário. Mas tentarei trazer outras opções para os senhores, além do meus barrocos, clássicos e românticos de sempre.
Nestes dois últimos Cds, temos a divina “Suite Bergamasque”, com o indefectível ‘Clair de Lune’, com certeza a obra mais famosa de Debussy. E no último CD Kocsis junta forças com o amigo Iván Fischer para nos apresentar os dois Concertos para Piano de Ravel, o em Sol Maior, e o composto para ser interpretado pela mão esquerda. Coisa de gênio, não acham ?
3.01. Children’s Corner I. Doctor Gradus Ad Parnassum
3.02. Children’s Corner II. Jimbo’s Lullaby
3.03. Children’s Corner III. Serenade for the Doll
3.04. Children’s Corner IV. The Snow Is Dancing
3.05. Children’s Corner V. The Little Shepherd
3.06. Children’s Corner VI. Golliwogg’s Cakewalk
3.07. Pour le piano I. Prélude
3.08. Pour le piano II. Sarabande
3.09. Pour le piano III. Toccata
3.10. Estampes I. Pagodes
3.11. Estampes II. Soirée Dans Grenade
3.12. Estampes III. Jardins Sous la Pluie
3.13. La Plus Que Lente (L. 121)
3.14. Nocturne (L. 82)
3.15. Valse Romantique (L. 71)
3.16. Ballade Slave (L. 70)
3.17. Le Petit Nègre (L. 114)
3.18. Élégie (L. 38)
3.19. Pièce Pour Piano (Morceau de Concours) (L. 108)
3.20. Mazurka (L. 67)
3.21. Danse (Tarantelle Styrienne) (L. 69)
Cd 4
4.01. Suite bergamasque I. Prélude
4.02. Suite bergamasque II. Menuet
4.03. Suite bergamasque III. Clair de Lune
4.04. Suite bergamasque IV. Passepied
4.05. Fantasy for piano and orchestra Andante Ma Non Troppo-Allegro Giusto
4.06. Fantasy for piano and orchestra Lento e Molto Espressivo
4.07. Fantasy for piano and orchestra Allegro molto
4.08. Piano Concerto in G I. Allegramente
4.09. Piano Concerto in G II. Adagio Assai
4.10. Piano Concerto in G III. Presto
4.11. Piano Concerto for the left hand in D I. Lento
4.12. Piano Concerto for the left hand in D II. Allegro
4.13. Piano Concerto for the left hand in D III. Tempo I
Essa postagem foi minha estréia no PQPBach. Incrível que já tenha se passado tanto tempo, como diz a famosa expressão, “o tempo passa, o tempo voa”. Podemos nos orgulhar de sermos um dos primeiros blogs de música clássica no Brasil, anteriormente conversávamos em grupos especializados no saudoso Orkut, e foi ali que conheci o próprio PQPBach. Trocamos alguns Cds, discordamos sobre algumas gravações e imediatamente nos tornamos amigos. Eu recém tinha me formado, e também me mudara de cidade, e batia perna distribuindo currículos. No estresse do dia a dia, postar no PQPBach foi uma forma de relaxar, ouvir novamente meus discos favoritos, e conversar com pessoas que tinham o mesmo gosto que o meu. Até então, eu era apenas um melômano, colecionava discos, gastando praticamente boa parte de meu salário na sua aquisição.
Muitos blogs vieram e se foram, outros ficaram. As próprias gravadoras acabaram se adaptando a realidade, então surgiram alguns sites maiores, como o Avaxhome, ou o Israbox, se tornaram grandes fornecedores de conteúdo multimídia, fossem CDs, fossem livros digitais, ou até mesmo filmes. Os até então odiados MP3 se tornaram ainda mais frequentes, e as gravadoras tiveram de se adaptar. Era como se essas gravadoras e os próprios estúdios holywoodianos entendessem que seria bobagem lutar contra a maré da ‘revolução’ que se instalava por meio da Internet. E os engenheiros de som criaram novos formatos, para compensar a tal da perda de qualidade que o processo de conversão do áudio original para MP3 causava, surgindo assim os arquivos .FLAC, com melhor qualidade (mais perceptível para quem possui equipamentos de som de Alta Fidelidade). O aumento da velocidade de transmissão de dados também contribuiu para essa evolução. De ridículos 1 mb/s proporcionados pelos antigos modem adsl de quando comecei a postar, tivemos um aumento exponencial, e graças a instalação de cabeamento de fibra ótica, hoje as operadoras nos oferecem planos com velocidade de até 1, 5 TB / s, impensável até há alguns anos.
Mas o que importa é que o PQPBach conseguiu completar quinze anos. Alguns novos colegas chegaram, outros vieram e nos deixaram, um querido membro do grupo veio a falecer, o nosso saudoso Ammiratore, enfim, entre idas e vindas, continuamos firmes em nossa proposta original, proporcionar música de qualidade para nossos leitores – ouvintes. Como o Vassily faz questão de realçar, não nos preocupamos com quantidade, e sim com a qualidade. Alguns amigos me perguntam até hoje o que eu ganho com tanto empenho e trabalho. Respondo sempre que minha recompensa é a satisfação dos nossos leitores / ouvintes.
E é aos senhores que agradeço nestas comemorações.
E esse CD com o qual iniciei minha contribuição é muito especial.
No mar de gravações disponíveis das sinfonias de Beethoven, quase todo mundo tem suas preferências. Por isto, é surpreendente que as gravações do berlinense Carlos Kleiber (1930-2004) tenham se tornado um consenso nos últimos anos. Excêntrico e considerado um gênio por outros regentes, Kleiber tinha um repertório menor do que o comum dos maestros, os quais costumam aceitar qualquer empreitada. Gravou poucas óperas e poucos autores sinfônicos, mas suas intervenções, principalmente em Beethoven e Brahms, mereceram sempre os elogios mais rasgados. A gravação da 5ª Sinfonia de Beethoven, vinda diretamente do acervo de F.D.P. Bach, recebeu considerações nestes termos: “É como se Homero tivesse retornado para nos recitar a Ilíada”.
E, bem, trata-se de um Homero de extraordinária energia e entusiasmo. Não poderíamos iniciar melhor a participação de Beethoven no P.Q.P. Bach.
1. Symphony No. 5 In C Minor, Op. 67: 1 – Allegro con brio
2. Symphony No. 5 In C Minor, Op. 67: 2 – Andante con moto
3. Symphony No. 5 In C Minor, Op. 67: 3 – Allegro
4. Symphony No. 5 In C Minor, Op. 67: 4 – Allegro
5. Symphony No. 7 In A Major, Op. 92: 1 – Poco sostenuto – vivace
6. Symphony No. 7 In A Major, Op. 92: 2 – Allegretto
7. Symphony No. 7 In A Major, Op. 92: 3 – Presto
8. Symphony No. 7 In A Major, Op. 92: 4 – Allegro con brio
Vienna Philharmonic Orchestra
Reg.: Carlos Kleiber
Talvez por influência do colega René Denon tenho ouvido muita música francesa. Compositores que até então me eram desconhecidos, como Poulenc ou Chausson, me foram apresentados e imediatamente me senti atraído por sua obra. O “Poéme” de Ernst Chausson, é uma das mais belas obras compostas ali naquele conturbado início de século XX, com direito a guerra mundial, revolução e tudo o mais.
Esta série que ora vos trago foi gravada pelo então jovem pianista húngaro Zoltán Kocsis ainda lá nos anos 80. Trata-se de um registro altamente elogiado, que por algum motivo inexplicável, nunca tinha aparecido aqui por aqui. São quatro CDs ao todo, vou trazer dois de cada vez, para melhor ser apreciado.
Zoltán Kocsis morreu em 2016, com meros 64 anos. E não por acaso estou postando essa caixa neste dia, pois foi a exatos cinco anos que este grande músico faleceu, muito jovem. Foi um dos grandes intérpretes da obra de Bártok, de quem gravou praticamente tudo, e tornou-se também um excelente maestro, sendo diretor da Orquestra Filarmônica Nacional da Hungria até o final de sua vida. É presença constante por aqui.
Comecemos pelos ‘Préludes’ e pelas ‘Images’, obras fundamentais do repertório pianístico, e também uma prova de fogo para os pianistas. Os grandes nomes que deixaram suas marcas em registros históricos destas obras, como Michelangeli e Giesseking, devem ter ficado orgulhosos quando ouviram esses CDs.
CD 1
1.01. Préludes – Book 1 I. Danseuses de Delphes
1.02. Préludes – Book 1 II. Voiles
1.03. Préludes – Book 1 III. Le Vent Dans la Plaine
1.04. Préludes – Book 1 IV. Les Sons Et Les Parfums Tournent Dans L’air Du Soir
1.05. Préludes – Book 1 V. Les Collines D’Anacapri
1.06. Préludes – Book 1 VI. Des Pas Sur la Neige
1.07. Préludes – Book 1 VII. Ce Qu’a Vu Le Vent D’ouest
1.08. Préludes – Book 1 VIII. La Fille Aux Cheveux de Lin
1.09. Préludes – Book 1 IX. La Sérénade Interrompue
1.10. Préludes – Book 1 X. La Cathédrale Engloutie
1.11. Préludes – Book 1 XI. La Danse de Puck
1.12. Préludes – Book 1 XII. Minstrels
1.13. Préludes – Book 2 I. Brouillards
1.14. Préludes – Book 2 II. Feuilles Mortes
1.15. Préludes – Book 2 III. La Puerta del Vino
1.16. Préludes – Book 2 IV. Les Fées Sont D’exquises Danseuses
1.17. Préludes – Book 2 V. Bruyères
1.18. Préludes – Book 2 VI. General Lavine – Eccentric
1.19. Préludes – Book 2 VII. La Terrasse Des Audiences Du Clair de Lune
1.20. Préludes – Book 2 VIII. Ondine
1.21. Préludes – Book 2 IX. Hommage À S. Pickwick, Esq., P.P.M.P.C.
1.22. Préludes – Book 2 X. Canope
1.23. Préludes – Book 2 XI. Les Tierces Alternées
1.24. Préludes – Book 2 XII. Feux D’artifice
CD 2
2.01. Images – Book 1 I. Reflets Dans L’eau
2.02. Images – Book 1 II. Hommage À Rameau
2.03. Images – Book 1 III. Mouvement
2.04. Images – Book 2 I. Cloches À Travers Les Feuilles
2.05. Images – Book 2 II. Et la Lune Descend Sur Le Temple Qui Fût
2.06. Images – Book 2 III. Poissons D’or
2.07. Images oubliées Lent (mélancolique Et Doux)
2.08. Images oubliées Souvenir Du Louvre (Sarabande)
2.09. Images oubliées Quelques Aspects de Nous N’irons Plus Au Bois Parce Qu’il Fait un Temps Insupportable
2.10. Images oubliées D’un Cahier D’esquisses
2.11. Images oubliées L’Isle joyeuse
2.12. Deux arabesques No. 1 Andante Con Moto
2.13. Deux arabesques No. 2 Allegretto Scherzande
2.14. Hommage à Haydn
2.15. Rêverie
2.16. Page D’album (Pour L’oeuvre Du Vêtement Du Blessé)
2.17. Berceuse héroïque
Vamos então concluir esta série Haitink / Bruckner em grande estilo: suas últimas três sinfonias. Estou disponibilizando também o décimo primeiro CD desta caixa, que traz o Te Deum, só para não deixar a coleção incompleta.
Espero que tenham gostado. Bernard Haitink foi um dos maiores regentes da atualidade, sem dúvida alguma. Por isso faço questão de apresentá-lo a quem não o conhece.
SYMPHONY NO.7 IN E MAJOR mi majeur · E-Dur 29
I Allegro moderato
II Adagio: Sehr feierlich und sehr langsam
III Scherzo: Sehr schnell – Trio: Etwas langsamer
IV Finale: Bewegt, doch nicht schnell
SYMPHONY NO.8 IN C MINOR ut mineur · c-Moll Robert Haas Edition, 1939
I Allegro moderato
II Scherzo: Allegro moderato – Trio: Langsam
III Adagio. Feierlich langsam, doch nicht schleppend
IV Finale: Feierlich, nicht schnell
SYMPHONY NO.9 IN D MINOR (Original version, 1894) ré mineur · d-Moll
I Feierlich, misterioso
II Scherzo: Bewegt, lebhaft – Trio: SchnellIII Adagio: Langsam, feierlich
TE DEUM WAB 45
I Te Deum laudamus soprano, contralto, tenor, chorus
II Te ergo soli III Aeterna fac chorus
IV Salvum fac soli, chorus
V In te, Domine, speravi soli, chorus
Elly Ameling soprano ·
Anna Reynolds contralto
Horst Hoffmann tenor ·
Guus Hoekman bass
Groot Omroepkoor (Netherlands Radio Choir)
Chorus master: Anton Krelage
Dando prosseguimento a esse ciclo Bruckner / Haitink / RCO, hoje teremos as sinfonias de nº 4, 5 e 6. A Quarta Sinfonia talvez seja a mais popular do compositor. Foi por meio dela que conheci este construtor de imensas catedrais sonoras, como li certa vez em algum lugar.
Para quem não sabe, não se tratam de registros recentes do maestro com sua querida orquestra. Ao contrário, são lá dos anos 60, quando Haitink encarou a difícil tarefa de assumir a direção desta orquestra. Nos próximos cinquenta anos suas identidades vieram a se fundir e se confundir. Foi ele quem a tornou a Orquestra do Concertgebouw de Amsterdam a melhor orquestra dos últimos cinquenta anos, desbancando as poderosas Filarmônicas de Viena e de Berlim. E isso não sou eu apenas quem estou afirmando. A crítica especializada já há muitos anos confirma isso.
Mas vamos ao que viemos. Bruckner com seu principal regente do final do século XX, e deste início de século XX, Bernard Haitink.
SYMPHONY NO.4 IN E FLAT MAJOR “ROMANTIC”
I Bewegt, nicht zu schnell
II Andante, quasi allegretto
III Scherzo: Bewegt – Trio: Nicht zu schnell, keinesfalls schleppend
IV Finale: Bewegt, doch nicht zu schnell
SYMPHONY NO.5 IN B FLAT MAJOR
I Introduction: Adagio – Allegro (Mäßig)
II Adagio (Sehr langsam)
III Scherzo: Molto vivace (schnell) – Trio: Im gleichen Tempo
24 IV Finale: Adagio – Allegro moderato
SYMPHONY NO.6 IN A MAJOR
I Majestoso
II Adagio. Sehr feierlich
III Scherzo: Nicht schnell – Trio: Langsam
IV Finale: Bewegt, doch nicht zu schnell
Bernard Haitink – Conductor
Royal Concertgebouw Orchestra
Dou continuidade ao “Festival Haitink”, um desejo antigo, que agora, com a morte do grande maestro, resolvi trazer para os senhores. Algumas postagens serão novas, outras atualizações de links. Haitink gravou muito, principalmente com a sua amada “Orquestra do Concertgebow de Amsterdam”, além de outras prestigiosas orquestras européias e norte americanas. Claro que será um trabalho colaborativo, todos os colegas do blog irão participar.
Inicio aqui um ciclo das sinfonias de Bruckner sempre sob responsabilidade de Bernard Haitink, um dos maiores e mais importantes maestros da atualidade, uma verdadeira lenda nos tablados. Ele tem o toque de Midas, tudo o que grava é ouro, ainda mais quando está à frente da poderosíssima Orquestra do Concertgebouw, de Amsterdam.
Em outras palavras, Bruckner-Haitink-RCO é mais que sinônimo de qualidade, é sinônimo de excelência. E esta postagem está sendo uma singela e inocente homenagem aos seus 90 anos de idade, que completa hoje, dia 04 de março. A gravadora DECCA recém lançou duas caixas com gravações de Haitink, uma é esta que estou trazendo, dedicada a Bruckner, e outra dedicada a Mahler. Só pauleira, só material de primeira linha e qualidade.
“A pesquisa completa de Bernard Haitink sobre as sinfonias de Bruckner deve muito a um edifício, o Amsterdam Concertgebouw, um dos grandes templos culturais do século 19, e à sua orquestra residente. Também se fortaleceu com o espírito de recuperação pós-guerra e com o crescimento econômico renovado na Holanda, que impulsionou a gigante holandesa de eletrônicos Philips e sua gravadora homônima. Ao escrever a série Bruckner de Graminkhone de Haitink, o radialista e musicólogo Deryck Cooke captou a essência de um ciclo que continua a manter seu lugar entre os melhores do catálogo. “Não posso pagar a Haitink nenhum tributo maior do que dizer que, quaisquer que sejam as reservas que eu possa ter sobre o desempenho deste ou daquele movimento, o efeito geral de cada sinfonia é tal que não consigo pensar em nada melhor, e poucos como bons”.
Assim se inicia o texto de apresentação do booklet deste Ciclo poderosíssimo, que tenho o orgulho de possuir, assim como o de Mahler.
SYMPHONY N0.0 IN D MINOR ré mineur ·
Symphonie in d-Moll “Die Nullte”
1 I Allegro 14.29
2 II Andante 13.01
3 III Scherzo: Presto – Trio: Langsamer und ruhiger 6.34
4 IV Finale: Moderato – Andante – Allegro vivace 9.47
SYMPHONY NO.1 IN C MINOR (Linz version, 1866) ut mineur (Version de Linz) · c-Moll (Linzer Fassung)
5 I Allegro molto moderato 12.01
6 II Adagio 13.02
7 III Scherzo: Lebhaft
8 IV Finale: Bewegt, feurig 12.39
SYMPHONY NO.2 IN C MINOR ut mineur · c-Moll Robert Haas Edition, 1938
9 I Ziemlich schnell 17.40
10 II Adagio. Feierlich, etwas bewegt 15.10
11 III Scherzo: Schnell 8.11
12 IV Finale: Mehr schnell – Sehr schnell 17.20
SYMPHONY NO.3 IN D MINOR (Second version, 1877) ré mineur “Wagner-Symphonie” (Version de 1877) d-Moll (Fassung von 1877)
13 I Gemäßigt, mehr bewegt, misterioso 19.20
14 II Adagio. Bewegt, quasi andante 14.42
15 III Scherzo: Ziemlich schnell 6.58
16 IV Finale: Allegro
Com a lentidão habitual do nosso SAC, respondemos aqui à pergunta do René em comentário de 2019: Estas são as gravações que foram lançadas em LP no Brasil, nos anos setenta e oitenta? Com aquelas capas com pinturas de castelos e sempre emolduradas? Inclusive a Sinfonia No. 4, “Romântica”, foi lançada em uma coleção nas bancas, com excelentes gravações da Philips?
Sim, ao que tudo indica é uma reedição das mesmas gravações, feitas entre 1965 e 71. É o que diz o excelente site discogs.
Então chegamos finalmente àquele que muitos consideram o mais belo e mais perfeito Concerto para Piano já composto. Sua composição data de 1809, e desde sua estréia já foi aclamado e ovacionado como a obra prima que é, a suprema realização de Beethoven em seu mais caro e querido instrumento, o piano. A grandiloquência da obra, com sua abertura estonteante, deu-lhe a alcunha de “Imperador”.
E como comentei na primeira postagem desta série, considero esta gravação da dupla Perahia / Haitink contando com a cumplicidade dessa magnífica orquestra holandesa, como uma das melhores já realizadas. Serve para mim como padrão de referência para esse concerto, quando ouço alguma outra versão. O velho LP, comprado há uns trinta anos atrás, está ali na prateleira. Ele já me acompanhou em diversas mudanças, e provavelmente me acompanhará até o final de meus dias. O valor sentimental dele é muito grande para ser vendido.
Mas chega de lero-leros e óbvios ululantes e vamos ao que viemos, dando por concluído a postagem dessa magnífica integral dos Concertos para Piano de Beethoven com esse timaço, que não canso de repetir, bate um bolão, tornando cada um destes discos facilmente classificáveis como “IM-PER-DÍ-VEIS” !!!!
P.S. Dedico essa série a nosso colega Vassilly, que confidenciou-nos certa vez que de vez em quando troca e-mails com Murray Perahia e Andre Watts. Pediria inclusive ao Vassily que assim que possível, transmitir os cumprimentos a Mr. Perahia por essa magnífica gravação, da parte de um grande admirador de seu talento.
Ludwig van Beethoven – Piano Concerto no.5 in E flat major, Op. 73, ‘Emperor’
01. Piano Concerto no.5 in E flat major, Op. 73, ‘Emperor’; I. Allegro
02. Piano Concerto no.5 in E flat major, Op. 73, ‘Emperor’; II. Adagio un poco moto
03. Piano Concerto no.5 in E flat major, Op. 73, ‘Emperor’; III. Rondo Allegro
Murray Perahia – Piano
Royal Concertgebow Orchestra
Bernard Haitink – Conductor