Rameau – Fux – Bach
Suítes Orquestrais
EUBO
Lars Ulrik Mortensen
O nome Lars Ulrik Mortensen cruzou meu caminho pela primeira vez quando ouvi os concertos para vários cravos de Bach, na gravação da Archiv Produktion, o ramo da Deutsche Grammophon especializada em música antiga. Os principais cravistas do set são Trevor Pinnock e Kenneth Gilbert, seguidos dos nomes de Lars e Nicholas Kraemer. Estes dois últimos – excelentes músicos – eu desconhecia na época da gravação deste disco. Lars tinha sido aluno de Trevor Pinnock, que além de reger é um espetacular cravista.
Estava assim na expectativa de postar um disco para apresentar Lars como protagonista, mas também com um certo aplomb, para nossos leitores e seguidores. Como cravista ele tem ótimos discos como os que trazem a música de Buxtehude ou de Frescobaldi. Mas acabei optando por este, no qual ele atua como regente da ótima orquestra EUBO. Isso também nos dá a oportunidade de apresentar um álbum atraente para os amantes da música barroca e para os que querem descobrir ou expandir um pouco mais seu repertório neste tipo de música.
O disco tem três suítes orquestrais e traça um breve panorama deste delicioso gênero musical. A primeira delas é uma suíte obtida reunindo dez números musicais da ópera Zoroastre de Jean-Philippe Rameau, que foi quase contemporâneo de Bach, Handel e Scarlatti. Inicialmente ele produziu muita música para cravo e ficou famoso por publicações em teoria musical. Ao chegar aos cinquenta anos, como se dizia lá em terras de minha meninice, garrou a compor óperas e nunca mais parou. E foi tão bem nesta toada que em Paris chegou-se a estabelecer uma regra – não mais do que duas óperas de Rameau por ano.
Zoroastre foi levada aos palcos pela primeira vez em 1749 e passou por grandes remodelações para outra apresentação em 1756 (ano do nascimento do zauber Mozart). Foi um enorme sucesso. Tinha de tudo, magia, efeitos especiais que demandavam um grande orçamento e muita boa música. As óperas apresentadas em Paris naqueles dias tinha entremeados em sua ação, números de balé e os dez movimentos que compões a suíte eram estes trechos de música para dançar. Isso é então uma típica suíte – uma sequência de danças encabeçada pela abertura (ouverture). Outros exemplos de Suítes de Rameau são as das óperas Les Boréades, Dardanus, Castor et Polux, Naïs. Comece com este Zoroastre, regido pelo Lars Ulrik Mortensen.
Pois as suítes orquestrais francesas fizeram tanto sucesso que ganharam vida própria fora da ópera, começaram a ser apresentadas em outros países. Os pragmáticos compositores germânicos perceberam e começaram a produzir suítes como um gênero independente da ópera. As duas outras peças do disco são exemplos disto.
Johann Joseph Fux foi longevo, nasceu antes de Bach em 1660 e viveu 81 anos – um feito notável para aqueles dias. Fux passou sua vida em Viena e chegou a servir três imperadores da dinastia Habsburgo e a julgar pelo quadro que temos dele era bastante rígido e formal. Foi mais famoso como teórico musical do que como compositor. Seus escritos sobre contraponto foram lidos por Bach, Haydn, Mozart e Beethoven. Que feito!! Mas, a julgar pela Suíte a 7 que nos encanta aqui, com sua abertura e mais cinco movimentos de dança, deixa-nos com gostinho de quero mais.
Assim como Fux, Bach não escreveu ópera, mas quatro lindas suítes orquestrais e a primeira delas completa o álbum.
Jean-Philippe Rameau (1683 – 1764)
Suíte de Zoroastre
- Entreé des Mages
- Contredance
- Loure
- Gavotte em rondeau
- Rigaudons
- Sarabande
- Air des Espirits infernaux
- 2e Air des Espirits infernaux
- Air en rondeau
- Ballet figuré
Johann Joseph Fux (1660 – 1741)
Abertura a 7, em ré menor
- Ouverture
- Menuet
- Adagio
- Presto
- Gigue
- Aria
Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)
Suíte Orquestral No. 1 em dó maior, BWV 1066
- Ouverture
- Courante
- Gavotte I / II
- Forlane
- Menuet I / II
- Bourée I / II
- Passepied I / II
European Union Baroque Orchestra
Lars Ulrik Mortensen
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FLAC | 297 MB
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MP3 | 320 KBPS | 136 MB
Momento ‘The Book is on the Table’: The orchestral suite was written to entertain, and these three great examples do not disappoint, from the fluid orchestral sound of Rameau to the clean and crisp approach of his German contemporary, Johann Fux. And to round things off, one of Johann Sebastian Bach’s very finest orchestral works: a tour de force of rhythm and melody.
Uma das melhores suítes de Bach!
Se você gostou deste disco, poderá tentar também estes aqui:
Suítes Orquestrais de Bach: https://pqpbach.ars.blog.br/2019/12/18/j-s-bach-1685-1750-suites-orquestrais-concerto-italiano-rinaldo-alessandrini/
Suíte de Les Indes Galantes, de Rameau: https://pqpbach.ars.blog.br/2020/04/19/rameau-1683-1764-les-indes-galantes-frans-bruggen-philippe-herreweghe-kenneth-gilbert-pierre-hantai-skip-sempe/
A melhor gravação das Suítes de Bach, segundo o PQP Bach: https://pqpbach.ars.blog.br/2019/08/08/j-s-bach-1685-1750-as-quatro-suites-orquestrais/
Aberturas de Telemann: https://pqpbach.ars.blog.br/2019/08/26/g-p-telemann-1681-1767-water-music-alster-overture/
Lully, outro francês: https://pqpbach.ars.blog.br/2020/01/19/jean-baptiste-lully-1632-1687-symphonies-ouvertures-airs-a-jouer/
Aproveite!
René Denon
PS: Gostei particularmente da capa deste álbum: Doces de Vidro de Murano!!
¡Gracias por compartir tan buena música!
Olá, Miguel Angel!
Obrigado por enviar a mensagem! Este sinal nos dá muita alegria e renova nossas energias.
Espero que tudo esteja bem com você!
Forte abraço do
René