Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Piano Concertos nº 4 & 5 – Curzon, Knappertsbusch, Wiener Philharmoniker

Vamos voltar no tempo, mais especificamente entre 1957 e 1958, nos estúdios da gravadora DECCA, quando três gigantes da música, três titãs, eu diria, se reuniram para gravar os dois últimos concertos para piano de Beethoven: o pianista inglês Sir Clifford Curzon, o maestro alemão Hans Knappterbusch e a Orquestra Filarmônica de Viena. Sim, eu sei, já se passaram sessenta e poucos anos, diversos outros pianistas e maestros fizeram gravações memoráveis dessas obras depois disso, mas e daí? Sempre precisamos nos ancorar nos ombros de gigantes para podermos visualizar o futuro, não acham? E foram esses velhinhos aí que estabeleceram os alicerces para o que viria depois. Além disso, depois da epopéia beethoveeniana do colega Vassily em 2020, haveria a necessidade de mais gravações do gênio de  Bonn aqui no PQPBach? Bem, eu diria que Beethoven nunca é demais.

Hans Knappterbusch não era muito afeito aos estúdios. Seu elemento era o palco, ainda mais se fosse no Festival wagneriano de Bayreuth, ao qual esteve associado durante quase toda sua vida profissional. Só nesse festival ele regeu o “Parsifal” 55 vezes (???).  Durante muitos anos seu nome também era muito ligado à Filarmônica de Viena, onde era muito querido. John Culshaw assim descreveu essa relação:

Não é sempre que existe um verdadeiro vínculo de afeto entre uma orquestra e um maestro, e especialmente no caso de uma orquestra com uma tradição tão longa e orgulhosa como a Filarmônica de Viena. Os membros mais velhos ainda falam com admiração sobre Furtwängler e Richard Strauss. Eles falam com profundo respeito pelas memórias de Erich Kleiber e Clemens Krauss e Bruno Walter. Para outros, ainda vivos, eles têm sentimentos mistos que vão do ódio à admiração. Mas por Hans Knappertsbusch, eles tinham amor“.(Wikipedia). 

Herr Knapp feliz da vida depois de saber que ia aparecer no PQPBach.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sir Clifford Curzon foi um pianista inglês nascido em 1907 e falecido em 1982, e foi aluno de Arthur Schnabel e Wanda Landowska, Dominou como poucos o repertório clássico e romântico, sendo um grande especialista em Mozart, Beethoven, Schubert e Beethoven. Assim como Knappterbusch, não era muito fã dos estúdios de gravação e seus registros só foram lançados após sua morte.

Sir Clifford testando o Steinway da sede da PQP Inc. em Londres.

 

 

 

 

 

 

 

 

Como comentei acima, estas gravações foram realizadas entre 1957 e 1958. Em se tratando de músicos deste nível, o que temos aqui são registros históricos, altamente elogiados pela crítica especializada. No site da Amazon os clientes foram quase unânimes em dar cinco estrelas, e com razão. Na minha humilde opinião temos aqui uma das mais belas gravações do Concerto nº4, um primor de execução e sensibilidade artística.

 

Piano Concerto No. 4 In G Major, Op. 58
First Movement: Allegro Moderato (Cadenza By Beethoven)
Second Movement: Andante Con Moto
Third Movement: Rondo (Vivace) (Cadenza By Beethoven)

Piano Concerto No. 5 (“Emperor”) In E Flat Major, Op. 73
First Movement: Allegro
Second Movement: Adagio Un Poco Mosso
Third Movement: Rondo (Allegro)

Sir Clifford Curzon – Piano
Wiener Philharmoniker
Hans Knappterbusch – Conductor

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

3 comments / Add your comment below

  1. Uma gravação que resistiu muito bem ao tempo! A qualidade do som não se compara com as gravações atuais, mas a qualidade da interpretação é extraordinária.

    1. Ando meio displicente com o blog, meu caro RN, e só agora vi seu comentário. Agradeço e fico feliz que também tenhas admirado essa gravação, apesar de antiga. Se dependesse de mim, eu rechearia o PQPBach com esses registros antigos, mas precisamos dar voz à nova geração, que vem fazendo um belíssimo trabalho. Agora mesmo estou ouvindo uma gravação realizada em 1946 do Segundo Concerto de Rachmaninov com o Arthur Rubinstein, igualmente belíssima, como não poderia deixar de ser, mas minha cota de jurássicos anda meio que estourando.

  2. Tô contigo, FDP Bach, tanto no “Beethoven nunca é demais” quanto no “Sempre precisamos nos ancorar nos ombros de gigantes para podermos visualizar o futuro”. Vivo muito bem no passado, dando uma passeada de vez em quando no presente e retornando ao porto seguro dos clássicos. Muito obrigado por compartilhar.

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