Hoje é aniversário de nosso querido, saudoso Ammiratore e, por mais que quiséssemos, não conseguiríamos colocar em palavras a falta que ele nos faz. Assim, claro, vamos homenageá-lo com música.
Eu lhe alcancei esta gravação algumas semanas dele inaugurar sua imensa empreitada de publicar e comentar a obra completa de seu amado Verdi, que prossegue com o empenho e a minúcia do colega Alex DeLarge. Eu a recomendei primordialmente, como já decerto perceberam, pela presença da única obra de câmara deixada por Verdi: seu quarteto de cordas, uma peça despretensiosa, competentemente escrita durante um hiato ocioso na produção de “Aida”, e estreada diante de tão só alguns amigos. Aqui, ela tem uma roupagem orquestral dada por Arturo Toscanini e uma leitura muito hábil por André Previn, que mantém as texturas límpidas e muito afeitas à graça do original.
Menos óbvia, mas igualmente significativa, é a ligação entre Ammiratore e a obra que abre a gravação. O quarteto de cordas em Dó sustenido menor de Beethoven – certamente sua mais extensa, e provavelmente sua mais ambiciosa obra do gênero – não escapou ao projeto BTHVN 250, que nosso amável amigo acompanhou e comentou com entusiasmo durante todo 2020. Ele gostou tanto das publicações que teve a gentileza de me escrever em privado, agradecendo pelo empenho em completar o projeto, que muito o inspirou a encarar seu extenso Projeto Verdi. Além disso, ele também me era grato por apresentar-lhe obras de Ludwig que ele nunca antes conseguira antes acessar, como os últimos quartetos de Beethoven, que lhe teriam sido revelados (vejam como era gentil!) pelas minhas publicações. Passamos algum tempo a comentar pormenores dessas obras visionárias, até que ele mencionou que nenhuma delas lhe parecia tão sinfônica quanto o imenso Op. 131. Alcancei-lhe então esta gravação de Previn, que conduz o arranjo de Dmitri Mitropoulos ante os filarmônicos de Viena, para que pudesse experimentar a obra tocada pelas forças de uma orquestra.
Se não sei se ele a chegou a escutá-la, certamente nós outros o faremos agora, em sua memória – para que, enquanto a escutamos, também a escute o Ammiratore, lá nas Esferas.
Em nome de todos colaboradores do PQP Bach,
Vassily Genrikhovich
Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)
Quarteto para dois violinos, viola e violoncelo em Dó sustenido menor, Op. 131
Arranjo para orquestra de cordas por Dmitri Mitropoulos (1896-1960)
1 – Adagio, ma non troppo e molto espressivo
2 – Allegro molto vivace – attaca:
3 – Allegro moderato – attaca:
4 – Andante, ma non troppo e molto cantible – Andante moderato e lusinghiero – Adagio – Allegretto – Adagio, ma non troppo e semplice – Allegretto – attaca:
5 – Presto – Molto poco adagio – attaca:
6 – Adagio quase un poco andante – attaca:
7 – Allegro
Giuseppe Fortunino Francesco VERDI (1813-1901)
Quarteto para dois violinos, viola e violoncelo em Mi menor
Arranjo para orquestra de cordas por Arturo Toscanini (1867-1957)
8 – Allegro
9 – Andantino
10 – Prestissimo
11 – Scherzo – Fuga
Wiener Philharmoniker
André Previn, regência
Bela homenagem…
Realmente, o compare Ammiratore deixou um vazio e muitas saudades…
Ele era gentil e sua curiosidade pela música enorme…
Ele me deixou uma mensagem nesta postagem:
https://pqpbach.ars.blog.br/2020/04/29/butterworth-1885-1916-parry-1848-1918-bridge-1879-1941-musica-para-orquestra-de-camara-english-string-orchestra-william-boughton/#comments
que mostra isso!
Será sempre lembrado com carinho…
Abraço, compadre Ammiratore!
René
Bonita homenagem, de fato.
Aproveito para observar que deve ter havido um problema na conversão da faixa 7, que não está completa.
Abraços,
Olá, Sergio,
Grato pelo comentário, e também por apontar o problema na conversão, que já foi corrigido.
Abraços!
Saudades de Ammiratore, que me ensinava a gostar (ainda mais) de ópera!!!
Nossa homenagem e gratidão ao colega Ammiratore, pela sensibilidade e contribuição ao PQP Bach. Congratulações ao Vassily pelo registro…
Não deu para comentar na postagem certa, não sei por que, mas comento aqui: obrigado pelas Sacred Songs, do Silvestrov.