Ainda não consigo acreditar que esta ópera nunca havia sido postada aqui no PQPBach. Provavelmente foi por esquecimento. Todos achavam que ela já havia aparecido por aqui, porém nunca nenhum dos colegas postou.
Vamos suprir esta falha. Uma obra prima desta envergadura é obrigatória na CDteca de qualquer fã da boa música. E como ando bonzinho ultimamente por ter conseguido consertar meu computador, vou lhes antecipar o presente de Natal, com direito a libreto e tudo.
O verbete sobre Gluck em português na Wikipedia é um dos mais completos que já tive a oportunidade de ler. Bem pesquisado, amparado em boa bibliografia, pode-se identificar que quem o escreveu conhece o assunto. Por isso lhes passo o link. O texto abaixo foi tirado de lá:
“A ocasião para levar à cena a sua primeira ópera reformada ocorreu em 5 de outubro de 1762 por ocasião dos festejos em homenagem ao imperador Francisco I. A coreografia foi de Gasparo Angiolini e a cenografia de Giovanni Maria Quaglio. O libreto de Calzabigi para Orfeo ed Euridice era radical. Ao contrário de todas as versões anteriores da lenda grega levadas aos palcos, a ação começa com Euridice já morta. Os personagens são reduzidos a três: Orfeu, que domina a cena na maior parte do tempo, Euridice e o deus Amor, além de um coro que assume várias funções. A poesia é simples, leve e nobre e o coro desempenha papel fundamental em toda a trama. A inspiração principal do libretista foi o teatro clássico; dizia: “Reduzido à forma da tragédia grega, o drama [cantado] tem o poder de despertar a piedade e o terror e atuar sobre a alma da mesma forma que as tragédias faladas”. Apesar disso, ele rejeitou o cânone aristotélico da unidade de ação e deu liberdade ao desenvolvimento. Em termos musicais, Gluck baniu a ária da capo (AABBAA), inibindo os excessos de virtuosismo dos cantores. Não há espaço para improvisações e os recitativos acompanhados se tornaram tão importantes para a evolução do enredo quanto as árias, bailados e coros. A história dos amantes é narrada muito direta e intensamente, inserida em uma arquitetura integrada e contínua, sem as repetições e interrupções que caracterizavam a ópera italiana. Foi essencial para o sucesso a extraordinária performance do castrato Gaetano Guadagni no papel de Orfeu. Dono de uma voz poderosa e treinado pelo ator David Garrick, levou para a caracterização do personagem um profundo entendimento da proposta de Gluck e um vasto repertório de movimentos e gestos que enfatizavam o texto e aproveitavam a dinâmica da música.[12][13]
Na versão francesa de 1774, estreada em 2 de agosto no Palais Royal e intitulada Orphée et Eurydice, várias coisas importantes foram modificadas. Orfeu foi cantado por um tenor e teve sua parte rearranjada, a orquestração mudou e foram acrescentadas várias árias e cenas de dança. O efeito não se perdeu: artigos na imprensa parisiense louvaram a obra entusiasticamente dizendo que ela exibia o poder prodigioso que a Antiguidade atribuía à Música: o poder de tocar as almas, e registros do público se multiplicavam dizendo-se “transportados para o coração de um templo grego”, ou “imersos no tempo das antigas tragédias”. Outros diziam-se perturbados e iam às lágrimas, “tomados das mais violentas emoções”.
Embora no mito original Orfeu no fim perca sua Eurídice para sempre por violar um voto feito aos deuses, e ao contrário de outras versões de outros autores, na sua ópera o final é feliz, o erro de Orfeu é perdoado pelo Amor e o herói é recompensado por sua fidelidade à amada, que lhe é restituída, encerrando a obra com um alegre bailado. Após as dificuldades o bem é recompensado e o equilíbrio é restaurado. Isso significava que o destino não era pré-determinado, ou pelo menos não tão absolutamente como no drama grego, e sua música inovadora provava que a mudança era possível, apelando a uma sensibilidade emergente em um público novo, que buscava uma âncora para anseios difusos. A proposta de Gluck e seus amigos era a proposta de uma revolução moral e social, tanto quanto estética, como foi reconhecido ainda em sua geração, especialmente pelos franceses. Orfeo é a obra mais popular de Gluck, uma de suas realizações mais importantes e um marco na história da música ocidental. Berlioz fez uma adaptação pesadamente rearranjada da versão francesa, muito estimada no século XIX e ainda executada.”
1. Orfeo ed Euridice, Wq. 30 – Overtura
2. Orfeo ed Euridice (Orphée et Euridice) – Act 1 – “Ah, se intorno a quest’urna funesta”
3 Orfeo ed Euridice (Orphée et Euridice) – Act 1 – “Basta, basta, o compagni!”
4 Orfeo ed Euridice (Orphée et Euridice) – Act 1 – Ballo (Larghetto)
5 Orfeo ed Euridice (Orphée et Euridice) – Act 1 – “Ah, se intorno a quest’urna funesta”
6 Orfeo ed Euridice (Orphée et Euridice) – Act 1 – “Chiamo il mio ben così”
7 Orfeo ed Euridice (Orphée et Euridice) – Act 1 – “T’assiste Amore!”
8 Orfeo ed Euridice (Orphée et Euridice) – Act 1 – “Gli sguardi trattieni”
9 Orfeo ed Euridice (Orphée et Euridice) – Act 1 – “Che disse? che ascoltai?”
10 Orfeo ed Euridice, Wq. 30 / Act 2 – Ballo (Maestoso) – “Chi mai dell’Erebo”
11 Orfeo ed Euridice, Wq. 30 / Act 2 – “Deh! placatevi con me”
12 Orfeo ed Euridice, Wq. 30 / Act 2 – “Misero giovane”
13 Orfeo ed Euridice, Wq. 30 / Act 2 – Ballo (Andante)
14 Orfeo ed Euridice (Orphée et Euridice) – Act 2 – “Che puro ciel, che chiaro sol”
15 Orfeo ed Euridice (Orphée et Euridice) – Act 2 – “Vieni a’ regni del riposo”
16 Orfeo ed Euridice (Orphée et Euridice) – Act 2 – Ballo (Andante)
17 Orfeo ed Euridice (Orphée et Euridice) – Act 2 – “Anime avventurose”
Disc 2
1 Orfeo ed Euridice (Orphée et Euridice) – Act 3 – “Vieni, segui i miei passi”
2 Orfeo ed Euridice (Orphée et Euridice) – Sung in Italian/Vienna version (1762) – Act 3 – “Vieni, appaga il tuo consorte!”
3 Orfeo ed Euridice, Wq. 30 / Act 3 – “Qual vita è questa mai”
4 Orfeo ed Euridice, Wq. 30 / Act 3 – “Che fiero momento”
5 Orfeo ed Euridice, Wq. 30 / Act 3 – “Ecco un nuovo tormento”
6 Orfeo ed Euridice, Wq. 30 / Act 3 – “Che farò senza Euridice?”
7 Orfeo ed Euridice (Orphée et Euridice) – Act 3 – “A finisca e per sempre”
8 Orfeo ed Euridice (Orphée et Euridice) – Act 3 – Maestoso – Ballo: 1. (Grazioso) 2. Allegro 3. Andante 4. Allegro
9 Orfeo ed Euridice, Wq. 30 / Act 3 – “Trionfi Amore!”
Derek Lee Ragin (mez) Orfeo
Sylvia McNair (sop) Euridice
Cyndia Sieden (sop) Amore
Monteverdi Choir
English Baroque Soloists
John Eliot Gardiner Conductor
BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE
[mp3-320 kbps] – 2 CDs – 301 MB
Link restaurados em 28 de Dezembro de 2023 por RD
Expirou… que pena!
Restaurado!
Aproveite!
Feliz 2024!
RD
Gluck é um dos meus compositores preferidos, as mais belas óperas daquele período, tenho várias versões de suas óperas, mas ele é pouco divulgado, o que considero um absurdo.