Ludwig van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Violino e Piano, “Kreutzer” e “Primavera”

Esta gravação dispensa apresentações, correto? É um super hiper ultra clássico da discografia mundial. Claro que a gravação envelheceu. Envelheceu muito. Nos anos 70, os violinistas serravam seus instrumentos logo que ouviam o nome Beethoven. Hoje, ninguém faria isso. Mas o repertório, o que dizer? Resolvi postar porque o Doni reclamou da ausência de Perlmans e eu estou passando por um estranho e inédito período de consideração e bondade… Agora, o motivo que levou a Tolstói dar o nome de Sonata à Kreutzer àquela terrível (e ótima) novela.. Ah, isso ninguém compreende.

Agora, vou dizer uma coisa procês. Respeito a Kreutzer, mas gosto mais da Primavera.

#prontofalei

L. van Beethoven (1770-1827): Sonatas para Violino e Piano, “Kreutzer” e “Primavera”

1. Sonata for Violin and Piano No.9 in A, Op.47 – “Kreutzer” – 1. Adagio sostenuto – Presto 11:49
2. Sonata for Violin and Piano No.9 in A, Op.47 – “Kreutzer” – 2. Andante con variazioni 16:29
3. Sonata for Violin and Piano No.9 in A, Op.47 – “Kreutzer” – 3. Finale (Presto) 8:49

4. Sonata for Violin and Piano No.5 in F, Op.24 – “Spring” – 1. Allegro 9:51
5. Sonata for Violin and Piano No.5 in F, Op.24 – “Spring” – 2. Adagio molto espressivo 6:27
6. Sonata for Violin and Piano No.5 in F, Op.24 – “Spring” – 3. Scherzo (Allegro molto) 1:14
7. Sonata for Violin and Piano No.5 in F, Op.24 – “Spring” – 4. Rondo (Allegro ma non troppo) 6:48

Itzhak Perlman, violino
Vladimir Ashkenazy, piano

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Perlman e Ashkenazy combinando tomar um chope depois do trampo.

PQP

10 comments / Add your comment below

  1. Boa noite PQPianos!

    Permita-me contar a história do nome do livro.

    Beethoven conheceu um violinista mulato chamado George Bridgetower , filho de mãe polonesa e pai negro. E esse mulato fazia um tremendo sucesso na época, revelando-se desde cedo um prodígio ao violino, tendo sua precocidade comparada a de Mozart.
    Só o que rapaz também fazia sucesso com as mulheres, e não escondia isso. Após um concerto com o próprio Beethoven em Viena, onde tocaram a novíssima sonata do mestre que, tão impressionado com o rapaz, deu a ela o subtítulo “Sonata per un mulatico lunatico”, após beberem um pouco o jovem pegador violinista repara numa bela moça e começa a fazer comentários sobre ela para Beethoven… Era uma moça que o mestre estava a cortejar…

    Beethoven, enciumado e furioso, pegou de volta a partitura e rasurou a dedicatória feita ao jovem pegador.

    Mas era uma grande obra, a quem dedica-la? Rudolphe Kreutzer era o grande violinista europeu da época, e Beethoven decidiu a ele dedicar a obra.

    (Vale ressaltar que o Kreutzer não quis tocar a sonata porque era difícil demais…)

    Ou seja, Tolstói deu esse nome a obra pois o ciúme foi que deu nome à sonata, e o ciúme é o tema do livro.

    Espero ter esclarecido melhor.

    Abraços!

  2. Postagem estupenda PQP!
    Aproveito para agradecer, também, ao Samuel Mello. Comentário esclarecedor.
    Dizem as más línguas que Tolstói não tinha um ótimo juízo estético, nunca li o seu livro que tem como objeto a arte, “O que é Arte?”, mas em breve o lerei.

  3. Ainda sobre a reação de Kreutzer e à novela de Tolstoi. De acordo com Tranchefort, no “Guia de Música de Câmara”, Kreutzer “recusou-se sempre a tocar esta sonata – que declarou “ininteligível” – em público.” Assim, pode ser que a recusa de Kreutzer não tenha necessariamente sido por dificuldades técnicas, mas pelo fato de, como muito de seus contemporâneos, muitas vezes não aceitarem as inovações do mestre. A mesma fonte cita que, na época, um crítico do “Allgemeine Musikalische Zeitung” escreveu, a propósito desta sonata, que Beethoven “tinha levado a preocupação de originalidade até o grotesco.” Em relação a novela de Tolstoi, assinala que “o verdadeiro corpo-a-corpo entre os instrumentos” teria levado o escritor russo a tomá-la “por símbolo de paixão fatal e devastadora.”

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