.:interlúdio:. Keith Jarrett – La Scala

.:interlúdio:. Keith Jarrett – La Scala

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Apresento este belíssimo CD de Keith Jarrett. Trata-se de um concerto solo gravado teatro La Scala em 1995 que difere um pouco de outros que Jarrett gravou antes e depois. Há uma Parte I de 45 minutos de uma improvisação lenta e triste, belíssima. FDP me disse que é apaixonado por este trabalho. A Parte II é mais moderninha e também excelente. A surpresa fica para uma interpretação de Over the Rainbow ao final. Ficou bonito.

Keith Jarrett – La Scala

1. La Scala – Part I
2. La Scala – Part II
3. Over the Rainbow (Arlen, Harburg)

Keith Jarrett, piano

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Bora pra lá, gente!
Bora pra lá, gente!

PQP

Friedrich Gulda (1930-2000): Jazz Works – com J.J.Johnson, Freddie Hubbard, Sahib Shihab e Eurojazz Orchestra

IMG_20160602_080123bNão se enganem: isto não é uma “curiosidade” que “talvez valha a pena baixar”… É Música com M Maiúsculo.

Não se costuma pensar em Gulda como compositor e sim como pianista – e muitas vezes como um pianista questionável por suas ousadias heterodoxas, mesmo tendo sido professor de gente como Marta Argerich e Claudio Abbado – mas aqui Gulda comparece não só como pianista, mas também como band leader e autor das três composições, cuja proposta vamos deixar que ele mesmo explique:

    Music for Four Solists and Band No. 1 é uma nova obra em uma série de composições em que venho tentando abrir para o jazz as formas clássicas maiores (sonata, sinfonia, concerto etc.). Creio que até agora o jazz se confinou em formas muito estritas e esquemáticas – quase só a da canção ou balada de 32 compassos e do blues de 12 compassos. Hoje muitos músicos jovens vêm se dando conta da limitação dessas formas, e tentam libertar-se delas de golpe, abrindo mão de toda e qualquer forma e jogando fora tudo o que foi legado pela tradição (free jazz).

    Eu acredito que há outra saída: não é apenas explodindo as formas que o jazz teve até agora que seus limites podem ser dilatados, mas também mediante o seu enriquecimento através das grandes formas clássicas. Europeu que sou, este último caminho me parece o mais frutífero. Tenho a sensação de que simplesmente ainda não foram percebidas as possibilidades que nossa grande tradição musical oferece ao jazz. Longe de esgotadas, essas possibilidades são novas e vigorosas. Os jazzistas europeus se miram em New Orleans, Harlem ou no South Side de Chicago, mas nem assim conseguem assimilar a tradição do negro americano em sua plenitude. Nunca entendi por que não recorrem mais intensamente à sua própria tradição!

    A Music for Four Solists and Band é uma obra para quatro solistas – trompete, trombone, sax barítono alternado com flauta, e piano – na forma clássica de concerto em três movimentos: 1º: Forma-de-sonata com uma introdução lenta, exposição, desenvolvimento, reexposição e coda. – 2º: Balada com um e meio “choruses” (variações), com introdução e cadência do piano. – 3º: Rondó. […]  (Traduzido por Ranulfus)

Ou seja: a cooperação entre tradição clássica e jazz que Gulda propõe e realiza não é um maneirismo: uma descaracterização de composições clássicas interpretando-as à maneira de jazz, nem uma descaracterização do jazz interpretando-o à maneira clássica (p.ex. em arranjos para orquestra sinfônica): trata-se de “jazz de verdade” – em suas características harmônicas, melódicas, rítmicas, tímbricas, prosódicas, etc. – que apenas faz uso complementar de técnicas composicionais originárias da tradição europeia. E a isso este monge só pode voltar o entusiasmo devido a uma realização intelectual do mais alto nível!

Nas duas outras peças do disco vemos um caminho misto: o “Minueto” não se restringe a um uso de forma: este mescla, sim, materiais melódicos, rítmicos, harmônicos, bem como estilos de interpretação, de origem europeia e jazzística. Que cada um avalie como lhe aprouver; da minha parte, não deixo de achar uma peça encantadora.

Já no “Prelúdio e Fuga”, peça para piano solo que conclui o disco, temos um prelúdio (forma livre) em que predomina a vertente europeia, e uma fuga (forma fortemente regrada) onde predomina o jazz: bem o contrário do que seria de esperar, no que talvez possamos ver mais um exemplo da verve intelectual do Sr Friedrich. (Vale ainda notar que mais tarde esta Fuga foi gravada mais de uma vez pelo recém-falecido Keith Emerson – inclusive no álbum ao vivo Welcome back, my friends, to the show that never ends, postado aqui recentemente pelo colega FDP, onde mesmo um fã de E.L.& P., como eu, tem que reconhecer que Keith não se saiu muito bem).

Digno de nota, ainda, que colaborem com Gulda neste seu projeto cinco dos maiores jazzistas estadunidenses da segunda metade do século XX – quatro deles negros: além dos solistas nomeados logo abaixo, Ron Carter foi o baixista e Mel Lewis o baterista da “Eurojazz Band”, ao lado de nove jazzistas nascidos de fato na Europa.

Finalmente: esta postagem marca a volta do “monge Ranulfus” à arte da digitalização do vinil, que aprendeu em 2010 com o colega Avicenna e chegou a praticar até outubro daquele ano, tendo aí que deixá-la de lado devido a contingências da vida. Restabelecidas agora as condições mínimas, Ranulfus ainda não sabe com que frequência conseguirá praticá-la, mas mesmo assim informa que tem cerca de 50 LPs (ou vinis) à espera. Por essa e por muitas outras razões esta postagem vai carinhosamente dedicada ao “decano do PQP”, nosso querido Avicenna!

Friedrich Gulda:
M
USIC FOR 4 SOLOISTS AND BAND No.1   [M4SB1] 
01 Primeiro movimento  9’38”
02 Segundo movimento  8’25”
03 Terceiro movimento  6’44”

04 MINUET (da suíte Les Hommages) 6’47”

05 PRELUDE AND FUGUE 4’11”

Freddie Hubbard (1938-2008), trompete
J. J. Johnson (1924-2001), trombone
Sahib Shihab (Edmond Gregory) (1925-1989), sax barítono e flauta
Friedrich Gulda (1930-2000): piano, composição e direção
Eurojazz Orchestra
Gravado na Áustria em 1965
Digitalizado em 2016 por Ranulfus, com assistência de Daniel S.,
a partir do LP remasterizado em estéreo lançado na Alemanha nos anos 70.

.  .  .  .  .  .  .  BAIXE AQUI – download here – FLAC: 210 MB

.  .  .  .  .  .  .  BAIXE AQUI – download here – MP3 320 kbps: 80 MB

Ranulfus

F. J. Haydn (1732-1809): Sinfonias Nros. 44, 48 e 49

F. J. Haydn (1732-1809): Sinfonias Nros. 44, 48 e 49

haydn

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Para não se alegrar com Haydn, só mesmo embriagado ou muito louco. Que compositor e que interpretação esta de Daniel Barenboim com a Orquestra de Câmara Inglesa! Este CD não existe na Europa. Ele faz parte da Deutsche Grammophon Collection, vendida apenas — creio –no Brasil, América do Sul e Península Ibérica. Trata-se de uma garimpagem nos bons CDs da DG, o que não desmerece o resultado, muito pelo contrário. E, bem, se você não ficar feliz ouvindo a Sinfonia Maria Teresa, chame o Dr. Simão Bacamarte porque há uma corrente e uma árvore aguardando por você num manicômio.

F. J. Haydn (1732-1809): Sinfonias Nros. 44, 48 e 49

01. 1.Allegro Con Brio – Symphony N. 44 In E Minor ‘Trauer’
02. 2.Menuetto – Allegretto – Canone In Diapason – Symphony N. 44 In E Minor ‘Trauer’
03. 3.Adagio – Symphony N. 44 In E Minor ‘Trauer’
04. 4.Finale – Symphony N. 44 In E Minor ‘Trauer’.

05. 1.Allegro – Symphony N. 48, In C Major ‘Maria Theresia’.
06. 2.Adagio – Symphony N. 48, In C Major ‘Maria Theresia’
07. 3.Menuetto – Trio – Menuetto – Symphony N. 48, In C Major ‘Maria Theresia’
08. 4.Finale – Allegro – Symphony N. 48, In C Major ‘Maria Theresia’

09. 1.Adagio – Symphony N. 49, In F Minor ‘La Passione’
10. 2.Allegro Di Molto – Symphony N. 49, In F Minor ‘La Passione’
11. 3.Menuet – Symphony N. 49, In F Minor ‘La Passione’
12. 4.Finale – Presto – Symphony N. 49, In F Minor ‘La Passione’

English Chamber Orchestra
Daniel Barenboim

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Haydn: meio fora de moda, mas QUE COMPOSITOR!
Haydn: meio fora de moda, mas QUE COMPOSITOR!

PQP

Antonín Dvořák (1841-1904): Cello Concerto In B Minor, Op. 104, etc. – Weilerstein, Belohlávek, CPO

814aq2JXfWL._SL1400_Que o Concerto para violoncelo de Dvořák é uma das mais belas obras já compostas para o instrumento não há dúvida, e é difícil postarmos uma versão desta obra que possa ser considerada de menor qualidade. Quando trazemos um músico do nível de Rostropovich ou Fournier, ou até mesmo quando trazemos uma instrumentista menos conhecida como Alisa Weilerstein o nível parece que permanece o mesmo. A música extraordinária de Dvořák parece que faz com que o instrumentista ultrapasse seus próprios limites, buscando no coração o que pode faltar de técnica ou experiência.

Alisa Weilerstein tem 34 anos, e já possui uma sólida carreira internacional, se apresentando com as principais orquestras do planeta, ao lado de maestros como Daniel Baremboim, com quem toca o Concerto de Elgar, e Jiri Belohlávek.

01 Dvorak Cello Concerto In B Minor, Op. 104 – 1. Allegro
02 Cello Concerto In B Minor, Op. 104 – 2. Adagio, Ma Non Troppo
03 Cello Concerto In B Minor, Op. 104 – 3. Finale_ Allegro Moderato

Alisa Weilerstein – Cello
Czech Philharmonic Orchestra
Jiri Belohlávek – Conductor

04 Lasst Mich Allein, Op. 82
05  Rondo In G Minor, Op. 94
06 Goin’ Home
07  Songs My Mother Taught Me, Op. 55_4
08  Silent Woods, Op. 68_5
09 Slavonic Dance #8 In G Minor Op. 46_8

Alisa Weilerstein – Cello
Anna Pollonsky – Piano

DOWNLOAD HERE – BAIXE AQUI

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Alisa Weilerstein em ação

.: interlúdio :. Pat Metheny – The Unity Sessions. Cuong Vu Trio Meets Pat Metheny

Pacotaço duplo com dois petardos recém lançados pelo Pat Metheny. PQPBach me intimou a postar estes cds depois que fiz propaganda deles no Facebook, tipo menino faceiro porque ganhou um sorvete.
No primeiro, Metheny retorna com sua Unity Band, um quarteto sem piano mas com sax. No segundo, ele se reúne ao trompetista Cuong Vu, velho conhecido dos que acompanham a carreira do guitarrista há mais tempo. Basta lembrar do excelente “Speaking of Now”, de 2002, onde Vu nos é apresentado com todo o seu talento e virtuosismo.
Nos dois cds, não podemos dizer que apenas Metheny se destaca, pois o talento dos músicos com quem toca é indiscutível. Mas é ele quem norteia, é ele quem dá o rumo. A inconfundível timbragem de sua guitarra se destaca no meio dos experimentalismos do trompete de Vu.
Aviso: os que não estão familiarizados com o jazz moderno que essa galera vem tocando podem estranhar um pouco a sonoridade, mas basta ouvirem algumas vezes que garanto que irão gostar e muito,principalmente o cd que conta com a participação do trio de Cuong Vu.

00-pat_metheny-the_unity_sessions-web-2016Pat Metheny – The Unity Sessions

1. Adagia
2. Sign of the Season
3. This Belongs to You
4. Roof Dogs
5. Cherokee
6. Genealogy
7. On Day One
8. Medley Phase DanceMinuanoMidwestern NightsThe Sun in MontrealOmaha CelebrationAntoniaLast Train Home
9. Come and See
10. Police People
11. Two Folk Songs
12. Born
13. Kin (–)
14. Rise Up
15. Go Get It

Pat Metheny – Guitars
Chris Potter – Clarinet (Bass), Flute, Guitar, Sax (Soprano), Sax (Tenor)
Antonio Sanchez – Drums
Ben Williams – Bass

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frontCuong Vu & Pat Metheny – Cuong Vu Trio Meets Pat Metheny (2016)

1. Acid Kiss
2. Not Crazy (Just Giddy Upping)
3. Seeds of Doubt
4. Tiny Little Pieces
5. Telescope
6. Let’s Get Back
7. Tune Blues

Pat Metheny Guitars
Ted Poor Drums
Stomu Takeishi Bass
Cuong Vu Trumpet

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