Mozart Camargo Guarnieri (1907-1993) – Obra sacra integral [Acervo PQPBach] [link atualizado 2017]

Lindo!!!

(Postado originalmente em 19 de abril de 2013, agora repostado com opção em formato FLAC)

Eu já estava com problemas internos por haver passado um tempo sem postar nada de música brasileira. Hoje sarei! E volto com um peso-pesado: Camargo Guarnieri. O cara é foda!

O tieteense Mozart Camargo Guarnieri tinha um pai fissurado em óperas: seus outros dois irmãos se chamavam Verdi e Rossini Camargo Guarnieri. Seu pai era barbeiro, mas ganhava a vida também como flautista, tocava em bailes e cinemas da pequena Tietê. Sua mãe era pianista. É de se esperar que, numa família como essas, as crianças saíssem inclinadas à música. E foi o que aconteceu: todos os filhos do casal tiveram iniciação musical com os pais desde muito pequenos. Talvez os pais de Mozart nunca imaginassem o quão longe o filho iria com a música, tornando-se um dos principais maestros e compositores do país.

Depois do primeiro e indiscutível lugar pertencente a Villa-Lobos no panteão dos compositores brasileiros do século XX , é bastante comum que coloquem Camargo Guarnieri logo ali do ladinho. O cara é muito bom e faz jus ao prenome de Mozart (ainda que não seja classicista). Suas obras, especialmente as sinfônicas e pianísticas, são de grande complexibilidade e denotam a mente brilhante do filho do barbeiro-flautista de Tietê.

Hoje postamos aqui a obra sacra integral de Camargo Guarnieri. Não é uma maravilha de CD, pois o coral tem alguns problemas (o timbre do conjunto não está muito bem limpo, há momentos em que se percebe as sopranos exagerando nos vibratos). No entanto, vale muito baixar o álbum, pois algumas peças são as únicas gravações que conheço: mal de música erudita brasileira: por ser pouco gravada, muitas vezes não temos muita opção.

Mais pra frente postaremos mais desse gênio que foi Camargo Guarnieri.

Apesar de qualquer senão, ouça, ouça! A obra de Guarnieri é belíssima! Deleite-se!

Mozart Camargo Guarnieri (1907-1993)
Obra Sacra Integral

01. Salmo 23 (O Senhor é meu pastor)
02. Ave Maria – 1980
03. Ave Maria – 1937
04. Em Memória de meu Pai – Versículo do livro de Hebreus 13:6
05. Louvação ao Senhor (Salmo 150)
Missa Dilígite, “Amai-vos uns aos outros”
06. I. Kirie
07. II. Gloria
08. III. Sanctus e Benedictus
09. IV. Agnus Dei
Canto de Amor aos meus irmãos do mundo
10. I. Lento
11. II. Contemplativo
12. III. Confiante

Coral Camargo Guarnieri
Orquestra organizada para esta gravação
Flávio Santos, regente
2004

 

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

FLAC (223Mb) encartes a 5.0 Mpixel
MP3 (109Mb) encartes a 5.0 Mpixel

Partituras e outros que tais? Clique aqui

 

O grande Camargo Guarnieri.

Bisnaga

15 comments / Add your comment below

  1. A Missa Diligite é uma das coisas mais fofas que já ouvi. Tive a chance de conhecê-la na Osesp; porém, infelizmente, nunca mais soube dela.

    Triste saber que um cara da estatura de Guarnieri é preterido em favor de caras bem inferiores. A própria peça que tocaram depois, de Florent Schmitt, era chaaaaata de doer… parecia Villa-Lobos de tão ruim.

  2. Uma pena maior é que a maioria do povo brasileiro não têm muita cultura e uma das consequências é não conhecer Camargo Guarnieri, um verdadeiro orgulho nacional, assim como Villa-Lobos.

  3. É um absurdo que tanta coisa dos mais importantes compositores brasileiros não tenha sido decentemente registrada. O descaso com grande parte da obra do Villa-lobos costuma ser justificado com o discurso de que muito do que ele compôs é desnecessariamente prolixo e frouxo na forma (o que nem sempre é injusto, aliás), mas seria um dislate dizer a mesma coisa de qualquer obra do Camargo Guarnieri, um compositor de rigor invulgar no trato da forma, sempre clara e meticulosamente trabalhada. E se você não consegue um registro de primeira, digamos, de uma obra pra violoncelo e orquestra do Camargo Guarnieri, que é “O 2º”, imagina como é tratado o legado de Guerra-Peixe, Cláudio Santoro, Lorenzo Fernandez…

  4. realmente é revoltante o tratamento que os bons músicos brasileiros recebem do próprio Brasil. mas é isso aí, vivemos num país de ignorantes e quem dita a moda é a rede globo pelas novelas e programas, tipo luciano huk, regina casé e faustão, que enfiam guela a baixo funk e e essas porcarias como a música “genuinamente nacional”. um dia desses conversando com minha mãe enquanto ela via a regina casé (minha mãe gosta do programa) lá tava ela falando que quem não gosta de pagode e funk não é brasileiro. enquanto isso paulinho da viola é desconhecido do grande público, agora um gordão que vive fazendo música pra globo tá sempre lá, aparecendo. e outra, e esses compositores nõ pagam jabá para aparecer. bom que teve uma novela aí que usou a bachiana n 4 como trilha sonora, mas acho que foi um aso isolado para esconder o lixo que são nossios meios de comunicação. só conhece coisa boa mesmo quem procura fundo e topa com este blog maravilhoso!
    uma pena pois camargo guarnieri é muito fino, os choros dele são ótimos, principalmente o para piano e orquestra.

  5. Caramba… Magnífico!

    Falta muita, mas muita divulgação no erudito nacional. O Camargo é um grande compositor, mas infelizmente é tão esquecido pelo povo brasileiro quanto o Villa.

  6. Ouvi a Missa Dilígete uma vez, realizada pelo coro da Camerata Antiqua de Curitiba. Confesso que NÃO sou muito chegado a Camargo Guarnieri: reconheço ali um grande artesão, dono de técnica extraordinária, mas por alguma razão não mexe comigo. Mas ESSA peça mexeu! Fiquei embasbacado pela sua qualidade, e pensando sobre como podemos deixar quase desconhecida uma música assim!

      1. Nãoi temos especificamente essas. Mas o ColalUSP já executou parte dessas peças aqui postadas.
        Talvez se você entrar em contato com eles, te passem alguma coisa.

  7. Ah, sobre a gravação propriamente dita… sou só eu que achei o coro meio esquisito, até desafinado em alguns momentos? Obs.: Meu parâmetro para achar que é a interpretação, e não a música, é a minha dileta Missa Diligite.

    Mas pode ser só impressão minha.

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