Franz Liszt (1811-1886) – Piano Concertos & Totentanz – Zimerman, Ozawa, BSO

517rL2lZ4TL._SL500_AA280_Liszt é um compositor um tanto quanto negligenciado e esquecido aqui no PQPBach. Na verdade, nenhum de seus membros é fã confesso do compositor. O consideram muito cheio de firulas, e capaz de escrever obras que saem de lugar algum para nenhum lugar. Muito conteúdo e pouca substância. Sua gigantesca obra pianística serviu apenas para alimentar seu ego gigantesco, compondo obras que apenas ele conseguiria executar. Bem dito, estou apenas repetindo críticas que ouvi e li a seu respeito, e não representam o ponto de vista deste que vos escreve, FDPBach. Posso não ser o maior fã, mas gosto muito de diversas obras suas, como estes concertos que ora vos trago.
Para suprir um pouco a demanda, vou postar alguns cds como obras que considero fundamentais do repertório lisztiniano. E começo com esta gravação especial dos Concertos para Piano. Ela já foi postada aqui mesmo nos pimórdios do PQP, mas os links se foram há muito tempo. Kristian Zimerman é acompanhado pelo incansável Seiji Ozawa e sua Boston Symphony Orchestra. Trata-se de uma gravação de referência destas obras, sempre reeditada pela Deutsche Grammophon.

1 Piano Concerto No.1 In E Flat Major, S.124 – I. Allegro Maestoso – Tempo giusto
2 Piano Concerto No.1 In E Flat Major, S.124 – II. Quasi Adagio- Alegretto Vivace. Allegro animatto
3 Piano Concerto No.1 In E Flat Major, S.124 – III. Allegro Marziale Animato – Presto
4 Piano Concerto No.2 In A Major, S.125 – I. Adagio Sostenuto Assai – Allegro Agitato assai.
5 Piano Concerto No.2 In A Major, S.125 – II. Allegro Moderato – Allegro Deciso
6 Piano Concerto No.2 In A Major, S.125 – III. Marziale Un Poco meno Allegro
7 Piano Concerto No.2 In A Major, S.125 – IV. Allegro Animato -Stretto (Molto Accelerando)
8 Totentanz (Danse Macabre) Paraphrase On ‘Dies Irae’

Kristian Zimerman – Piano
Boston Symphony Orchestra
Seiji Ozawa – Conductor

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19 comments / Add your comment below

  1. Ninguém pode negar que Liszt quis impressionar com a sua música, afinal de contas, ele era um “homem de shows”. O pianista apoiou um romantismo mais teatral, mas isso não rebaixa de forma alguma a sua importância pra música.

    E sim, ele tinha um ego gigantesco, mas será que ele só compunha por conta disso? Seria quase a mesma coisa que dizer que Mahler não tinha objetivo algum em compor uma sinfonia para mil instrumentistas, a não ser demonstrar sua brilhante capacidade de orquestrar melodias.

    Mas eu compreendo os que não apreciam Liszt, eu também evito ele naqueles dias de mau humor.

  2. Liszt tinha imenso talento para a composição, isso é inquestionável. Creio que, quando Liszt brincava de ser um compositor “convencional”, como um “segundo Chopin”, tudo dava mais certo. Porém, quando insistia em querer reinventar a roda… digamos que não dava tão certo. O problema é que sua obra é uma constante alternância entre essas duas tendências, com forte ênfase na segunda. Mas mesmo assim acertava de vez em quando. No fim das contas, creio que as geniais rapsódias húngaras – uma espécie de “mix” do Liszt mais convencional com o experimental – são, no conjunto, seu maior acerto.

  3. Se Liszt estivesse vivo hoje, teríamos um¨ Remake¨ de sua vida.
    Concertos lotados, mulheres encantadas e seduzidas ,a mídia e
    os paparazzi não dando folga , nossos olhos e ouvidos fascinados;
    e por fim um Listz de batina se aproximando de Deus.
    O melhor intérprete da obra pianística de Liszt foi seu conterrâneo
    Georges Cziffra. Um abraço do Dirceu.

  4. Sinceramente não entendo por que tantas críticas a Liszt. Ele era um gênio; sempre fui atraído mais à sua música do que mesmo a de Chopin (e olha que gosto muito de Chopin). Não tem porque especular que um compositor componha por causa de ego, isso soa ridículo. Um compositor compõe música que expresse seus sentimentos, música que seus ouvintes possam apreciar, e, em alguns casos, até mesmo sob encomenda (sim, sendo pagos). A quem diz tudo isso de Liszt, sugiro que quando o ouvirem prestem atenção à música.

  5. Obrigadão, FDP! Poxa, Zimmerman é um de meus pianistas favoritos!
    Vanderson, Liszt realmente foi um grande compositor, mas daí para dizer que era gênio é certamente um exagero. Não dá para dizer que ele está no mesmo nível de Brahms, Chopin, Beethoven ou Stravinsky.

    E não digo isso para detonar Liszt ou porque eu o deteste. Eu mesmo não considero vários de meus compositores favoritos como gênios – por exemplo, Grieg, Sibelius e Holst. Na verdade, eu não sei nem se consideraria Strauss (outro de meus absolutos favoritos) como , especificamente.

    1. Ora, aí surge o problema das definições! O que é ‘gênio’? Eu, pessoalmente, não gosto da forma como o termo é utilizado, isto é, taxando, de forma incompreensível, um grande talento como algo não-humano, ou sei lá o quê. Além disso, tem a questão do gosto pessoal ou da compreensão de quem opina. Assim, quem não gosta de Chopin ou de Strawinsky, por exemplo, não os considera ‘gênios’. Por outro lado, simpatizo mais com o termo ‘genial’, como uma qualidade do que é feito de forma excepcional ou que tem notável talento. Para mim Bach é o mais genial dentre todos os compositores, mas nem por isso deixo de achar os “Poemas sinfônicos” e os “Concertos” de Liszt obras absolutamente geniais.

        1. Calma, calma! Eu não quis agredir ninguém! Meu comentário se referiu mais ao que disse o “He will be Bach”. Por favor, releia o texto novamente. Não era contra você nem contra Liszt, que como disse é pra mim um dos grandes compositores. Sua definição de ‘gênio’ como “pessoa com inteligência ou um talento extraordinário” não bate com o conceito de “He will be Bach”, que não considera Liszt, Grieg ou Sibelius como gênios. Mas será que eles não eram pessoas com inteligência e talento extraordinários?

    2. É claro que ele era um gênio; ou vai me dizer que a única coisa que ele fazia era desenhar ao acaso um monte de notas numa partitura? Isso requer talento, inteligência e grande maestria. Por isso acho ele um gênio.

      1. Concordo contigo Caro Vanderson.É só uma questão de ouví-lo com mais frequência que tudo começa a fazer e ter sentido e o cara era para lá de fenomenal. Um abraço do Dirceu.

      2. Ei, peraí, pearí!!! 🙂

        Eu não disse que Liszt era ruim, só que não era gênio. Pode ter sido muito bom, brilhante, extraordinariamente talentoso (e acho isso mesmo) etc., mas gênio, com certeza não.

        E genialidade não é algo sobre-humano – pelo contrário: simpatizo demais com a humanidade para achar que Brahms não pode ter sido humano, ou que Shakespeare não possa ter sido uma pessoa só. É que é uma palavra que acaba sendo banalizada, então, prefiro restringi-la aos casos realmente extremos da curva.

        Pensem assim: tem os compositores “AAA” e os compositores “AA”. Na categoria AAA, entram Bach, Beethoven, Brahms, Chopin… Já no grupo AA entram um monte de cara excelentes, como Liszt, Sibelius, Grieg e Strauss. Ou seja, não é porque não os considero gênios que acho que eles escrevinhavam notas aleatoriamente (quem fazia isso eram Debussy e Schönberg, hahahahaha!).

        1. Mozart, para mim, é um dos exemplos perfeitos de como se pode ser especificamente gênio sem inovar na forma. Bach é outro.

          Hm, definir gênio é uma discussão que vai loooonge…. mas não me incomodo, desde que tenha trilha sonora. 😀

  6. Gosto muito de Liszt! Acho melódico e fico embasbacado com a virtuosidade necessária, principalmente para os 12 Estudos Transcendentais (que acho que nunca vi aqui pelo blog…)
    Entretanto, tenho de confessar; acho que muita gente do blog (e os que passeiam por aqui) tem uma certa síndrome de Boulez – mais humildade ao falar dos caras, galera! Uma coisa é não gostar, outra é dizer que o cara não é bom, só queria aumentar o ego (pelo amor de Deus, qual dos Grandes é conhecido pela modéstia?), ou ia do “nada para o nada”. Assim como Boulez, era melhor ter dito simplesmente que não é fã de determinados cânones da música. Reforçar a opinião dizendo, nas entrelinhas, que o cara não é bom me soa como a eterna dor de corno…

  7. Ola a todos,
    Sou frequentador do PQP já ha algum tempo. Aliás devo confessar (envergonhado, por nunca ter feito nenhum comentário) que aproximadamente 20% do meu acervo foi ou baixado aqui mesmo ou peguei a referência e baixei a obra pelo Ru-Tracker – Site Russo. Não sou de comentar muito, mas já confessei minha falta, peço desculpas e pronto, não dá para fazer mais do que isso. Bom e onde quero chegar? Isso é para que os frequentadores deste belo blogue não entendam o meu comentário a seguir (Sobre Liszt) como sendo de alguem que acabou de chegar. E meu comentário é simples e direto. Gosto da obra de F. Liszt. Os toques as vezes fúnebres, dramáticos e trágicos. Tem algo de “noturno” de soturno, de lugrube em algumas de suas composições. Isso me agrada mais do que os madrigais. Aliás, essa magnífica e fantástica Música Classica (no sentido de não ser popular), é cheia de enigmáticos mistérios – Redundância pura – A começar por algumas capas de velhos vinis, histórias excêntricas envolvendo seus compositores e suas obras, e, as próprias partituras parecem-se com antigos e sagrados pergaminhos escritos em uma linguagem apropriada a verdadeiros “iniciados”. Exagero? Não mesmo. Quantos internautas existem? E, quantos se interessam por este tipo (perdão) gênero musical? Salve Liszt! Sua obra é genial, sem que necessariamente ele tenha que receber a pecha de gênio. Aliás, toda boa obra sobrevive sem seu mestre, enquanto “este” por melhor e maior que seja jamais sobreviverá a própria obra. Tenho dito.
    Grato – Abraço,
    J.Farias-PE

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