Giacomo Puccini (1858-1924) – La Boheme – Netrebko – Villazon

Esta é a minha ópera pucciniana favorita e “Che Gelida Manina” é a minha ária favorita no universo da ópera. Se for fazer uma comparação com a “Tosca”, diria que já a ouvi algumas dezenas de vezes a mais. Sei lá, por algum motivo o trágico me atrai, e a dor dos personagens me comove. Vá entender… também reconheço que quando ouvi essa ópera pela primeira vez me encontrava em um momento um tanto quanto delicado de minha vida, morrendo de amores por alguém que até que me dava bola, porém não se decidia na vida. Não, não foi com ela que me casei.
Ouvi muito a Mirela Freni e o Nicolai Gedda cantando essa ópera. Meu velho LP já sumiu nas areias do tempo, e definitivamente a Anna Netrebko, apesar da beleza, deixa muito a desejar no papel da frágil Mimi. O Rodolfo do Villazon tem um pouco mais de personalidade. Pronto, falei… e sei que vou levar pedradas. Justiça se faça: eles podem não ser melhores que a Callas, que a a Freni, que o Pavarotti, ou que o Franco Corelli, mas formam um belíssimo par.
Li na amazon que existem 85 gravações dessa ópera no mercado atualmente. Cacete… e a pergunta do editor era: havia necessidade de mais uma? Não vou entrar no mérito dessa discussão. Com certeza, uma diva no nível da Netrebko precisaria de um registro gravado de sua interpretação, ao vivo, por sinal, e a Deutsche Grammophon não iria permitir essa falha em sua discografia, enfim.
A história de um grupo de amigos em Paris é conhecida, são poetas, pintores, artistas, enfim, que vivem com o pouco que conseguem, e gastam em bebida e mulheres, não necessariamente nessa ordem. O poeta Rodolfo se apaixona pela costureira, a frágil Mimi, sua vizinha, que, num belo dia, bate em sua porta para pedir uma xícara de açuçar. Uma pobre miserável, eu diria. Como se trata de Puccini eles se apaixonam no instante em que se conhecem e o Rodolfo canta a maravilhosa ária “Che Gelida Manina”, e a pobre Mimi se derrete por ele, respondendo com outra obra prima puciniana, “Si, Mi chiamono Mimi”. O resto da ópera traz outros bons momentos, mas esse início é de levar às lágrimas até o mais enrrustido e bruto ser humano.
Ousaria dizer que se o bom Giacomo tivesse composto apenas estas duas árias já teria contribuido muito para a história da música ocidental.
Preparem seus lenços de papel, já que se trata de Puccini é claro que vai ter alguma tragédia no final, e divirtam-se.

Giacomo Puccini (1858-1924) – La Bohème

CD 1

1. La Bohème / Act 1 – “Questo Mar Rosso”
2. La Bohème / Act 1 – Pensier profondo”
3. La Bohème / Act 1 – “Legna!”
4. La Bohème / Act 1 – “Si può”
5. La Bohème / Act 1 – “Io resto”
6. La Bohème / Act 1 – “Chi è là?”
7. La Bohème / Act 1 – “Si sente meglio?”
8. La Bohème / Act 1 – “Che gelida manina”
9. La Bohème / Act 1 – “Sì. Mi chiamano Mimì”
10. La Bohème / Act 1 – “Ehi! Rodolfo!”
11. La Bohème / Act 1 – “O soave fanciulla”
12. La Bohème / Act 2 – “Arranci, datteri!”
13. La Bohème / Act 2 – Chi guardi?
14. La Bohème / Act 2 – “Viva Parpignol”
15. La Bohème / Act 2 – Ch’io beva del tossico!
16. La Bohème / Act 2 – “Quando m’en vo”
17. La Bohème / Act 2 – “Chi l’ha richiesto?…Caro! – Fuori il danaro!”

CD 2

1. La Bohème / Act 3 – “Ohè, là, le guardie!” – “Aprite!”
2. La Bohème / Act 3 – “Sa dirmi, scusi” Anna Netrebko
3. La Bohème / Act 3 – “Mimi!” – “Speravo di trovarvi qui”
4. La Bohème / Act 3 – “Marcello. Finalmente!”
5. La Bohème / Act 3 – “Mimì è una civetta”
6. La Bohème / Act 3 – “Mimì è tanto malata!”
7. La Bohème / Act 3 – “Donde lieta uscì”
8. La Bohème / Act 3 – “Dunque è propio finita!”
9. La Bohème / Act 4 – “In un coupé?”
10. La Bohème / Act 4 – O Mimì, tu più non torni
11. La Bohème / Act 4 – Che ora sia?
12. La Bohème / Act 4 – “Gavotta”
13. La Bohème / Act 4 – “C’è Mimì…”
14. La Bohème / Act 4 – “Vecchia zimarra, senti”
15. La Bohème / Act 4 – “Sono andati”
16. La Bohème / Act 4 – “Che avvien?”
17. La Bohème / Act 4 – “Che ha detto il medico?”

Anna Netrebko
Rolando Villazon
Boaz Daniel
Nicole Cabel
Stephane Degout
Vitaliy Kowaljow

Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunks
Bertrand de Billy – Conductor

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FDPBach

8 comments / Add your comment below

  1. FDP:

    Achei muito boa a iniciativa de postar óperas por aqui!! Era algo que realmente faltava.

    Foi muito bom começar pelo mais popular dos compositores da ópera italiana (Puccini). Gosto muito dele, embora reconheça suas limitações técnicas.

    Contudo, peço a vocês que postem óperas com os cantores da “velha guarda”, principalmente na La Bohéme, que teve grandes intérpretes no passado.

    Villazón e Netrebko são sofríveis. O mexicano anda cometendo os mesmos erros de vários tenores do passado e já desafinou diversas vezes em pleno palco. Sua voz está seriamente comprometida e, ao que parece, não terá vida longa. A russa é uma atriz de mão cheia, tem o registro médio excelente, mas parece que esquece os agudos em casa.

    Excelentes Rodolfos: Gigli, Di Stefano, Gedda, Kraus, Bergonzi, Pavarotti, Carreras, etc.

    Como Mimi temos: Callas, Tebaldi, Cabalé, Sutherland, Bidu Sayão, Mirela Freni, Anna Moffo, Renata Scotto, etc.

    Gravações que indico: 1956 – Callas, Di Stefano, Panerai, Moffo, Scalla, Votto; 1959 – Bergonzi, Tebaldi, Bastianini, Ac de Sta Cecilia, Serafim; 1972 – Pavarotti, Freni, Harwood, Panerai, Berlin Philarmonnic, Karajan; 1979 – Scotto, Kraus, Milnes, Neblett, National Philarmonic Orchestra, Levine.

    Uma gravação interessante: 1951 – Bidu Sayão, Di Stefano, Valdengo, Siepi, MET, Cleva – gravação ao vivo

    Para mim, não há par melhor interpretar o casal Rodolfo/Mimi que Callas e Di Stefano. Isoladamente, é o maior par tenor/soprano da ópera no século XX.

  2. Agradeço as indicações, Fábio. Mas a minha proposta é apenas a de tornar mais acessível estas obras e são estas as gravações que tenho disponíveis atualmente. Não sou um colecionador fanático de óperas, e das que você indicou tenho apenas a gravação da Callas para a Bohéme. Já tive a Madame Butterfly da Scotto, porém o cd riscou, e acabei jogando-o fora.Da Callas, pretendo postar um Rigolleto, meu acervo dela é limitado, e quando me pedem, sugiro a visita ao site do Falsário Chicote, este sim um especialista na área. O avaxhome, por exemplo, já postou uma coleção completa dela, com trocentos volumes.

  3. FDP, embora tenha feito toda aquela cena no tópico de Tosca, saiba que eu gosto de Puccini. E gosto muito de Verdi também — sim, um wagneriano como eu gostando de Verdi… esse mundo não está certo.

    Eu ouço ópera desde muito cedo, então aprendi a gostar dos mais variados estilos. Claro que tenho minhas preferências — Mozart, Wagner e Strauss não me deixam mentir —, e até mesmo dentro da obra de Puccini gosto mais de algumas que de outras — por exemplo, prefiro La fanciulla del West ou até Madama Butterfly —, mas em geral sou bastante aberto a todas elas.

    Quanto às minhas gravações, tentarei fazer uma lista do que eu tenho aqui, mas peço-lhe paciência. Catalogar tudo será um trabalho para o qual não disponho de tempo atualmente.
    Posso dizer-lhe que tenho pelo menos uma gravação de todas as óperas de Mozart, Wagner, Verdi, Strauss, Tchaikovsky e daqueles compositores que possuem pouco repertório operístico, como Beethoven, Bartók, Debussy, Berg, Saint-Saëns… geralmente destes tenho mais de duas versões.

    Enfim, se alguma coisa lhe interessar, sá dar um toque e eu mando as informações pra você (e o cd, é claro!).

    PS. Não te respondi naquele outro tópico porque você deve ter bloqueado os comentários. huahuahuahua…

  4. Olha! vcs postaram Puccini1 achei q nunca fariam isso! HAuhauhauha
    Nunca diga Nunca! ein PQP Bach
    O Proximo será La bella Turandot? HAuhauAHuAhUA

  5. Putz, não tenho Turandot, F.F. Mas o amigo falsário chicote tem dezenas de gravações no blog dele, listado aí ao lado como “o criminoso sempre volta…”

  6. La Bohème é uma de minha óperas favoritas.O duo Freni-Pavarotti na gravação de 1972 ( Von Karajan ) é imbatível. No vídeo Pavarotti inviabiliza tudo com sua figura “guarda-roupa de casal”. É aí que brilha Carreras , pois é
    excelente ator e magnífico tenor, nos vídeos com a Caballé(1980) e Stratas
    (1982).Corelli , Domingos e Bergonzi têm as tessituras pesadas demais para o papel.
    Kraus tem o timbre muito feio , anasalado, o que é uma pena, pois tem muita técnica, Quem mais ? A dupla Callas & di stefano , numa gravação mais antiga é perfeita.

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