Giuseppe Verdi (1813-1901) – Abertura da ópera A Força do Destino, Franz Liszt (1811-1886) – Poema Sinfônico No. 3, 'Os Prelúdios' e Pyotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893) – Sinfonia No. 5 in E menor, Op. 64

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Devo fazer alguns esclarecimentos sobre esta postagem: (1) A atuação de Valery Gergiev. Ele tem sido, para mim, um dos maestros mais maduros e importantes da atualidade. Gosto bastante da sua condução. (2) As obras que aparecem neste post fazem parte da minha caminhada como admirador da música dita clássica. Desde a adolescência tenho ouvido estas peças. A Abertura da ópera A Força do Destino de Verdi possui uma orquestração envolvente, cheia, repleta de um espírito de força. (3) Apesar de não ser uma ouvinte “assíduo” das peças de Liszt, eu tenho uma imensa admiração pelo Poema Sinfônico ‘Os Prelúdios'” cuja orquestração possui aquela carga dramática de algumas obras de Wagner. Os Prelúdios é resultado de um Liszt maduro. A obra surgiu a partir de textos de Alphonse de Lamartine (1790-1869), considerado um dos mais importantes poetas românticos franceses – admirado não apenas pela excelência literária, mas também pelo seu papel na revolução popular de 1848. (4) Das seis sinfonias de Tchaikovsky que receberam numeração, a que mais gosto é a de número 5. Aqui, ela aparece de modo digno de elogios. Claro, a melhor versão desta Sinfonia que já ouvi foi feita por Mravinsky (encontrada aqui no PQP Bach. Foi postada por FDP, um entusiasmado ouvinte da obra de Tchaikovsky). Por enquanto, ouçamos este extraordinário post ao vivo sob a condução do russo Valery Gergiev. Boa apreciação!

Giuseppe Verdi (1813-1901) – Abertura da ópera A Força do Destino
01. Abertura da ópera A Força do Destino

Franz Liszt (1811-1886) – Poema Sinfônico No. 3, ‘Os Prelúdios
02. Poema Sinfônico No. 3, ‘Os Prelúdios’

Pyotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893) – Sinfonia No. 5 in E menor, Op. 64
03. Andante – Allegro con anima
04. Andante cantabile, con alcuna licenza – Moderato con anima
05. Valse- Allegro moderato
06. Andante maestoso – Allegro vivace

Vienna Philharmonic Orchestra
Valery Gergiev, regente

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Carlinus

15 comments / Add your comment below

  1. Pessoal, o blog está carente de Wagner, apenas 12 posts e nem todos são obras completas e gravações clássicas.

    Que tal postar o Fliegende Hollander do Solti?

  2. Orkut, tenho deixado as postagens referentes a Wagner nas mãos de gente que entende mais do assunto, como vocês da Comunidade Richard Wagner Brasil. Nosso acervo é deveras limitado, tenho poucas gravações do ciclo do Anel, umas 4, no máximo, não tenho este Holandês Voador do Solti em CD, apenas em vinil. Quando nos fazem estas solicitações sempre indico sua comunidade, aliás, diga-se de passagem, belo trabalho o que vocês fazem lá para a divulgação da obra de Wagner.

  3. CVL, fiquei impressionado ao saber que você escuta Tchaikovsky. Geralmente o vejo inamistoso para com os românticos ou pós-românticos. Boa surpresa!

    Orkut, FDP respondeu muito bem. Não dá para fazer um trabalho tão bom como você faz lá na sua Comunidade Richard Wagner. Lá tem tudo o que queira do compositor. E outra: pelo que você já observou, postamos aquilo que ouvimos e (falo por mim) escuto muito pouco a música de Wagner.

    Para se postar Wagner, não se pode disponibilizar qualquer gravação. Os amantes da música do alemão sabem disso. Wagner é grande, imenso, e as exigências para poder postá-lo seguem tal proporção. Como FDP falou acima, sempre que alguém questiona pela existência das obras de Wagner aqui no PQP Bach, recomendamos a sua página – que é excelente. Um dos maiores trabalhos da América Latina para divulgar o compositor.

    Tenho pouca coisa de qualidade do compositor e posso postar. Mas para isso, preciso de disposição, pois não são todos os dias que estamos preparados para música de Wagner.

    Abraços!

  4. Ah, não. Gosto, sim, Carlinus. É impossível alguém começar a apreciar música clássica sem ter contato com o repertório romântico.

    Respondi até a uma questão parecida com essa quando tu postasse um CD com a Marcha Eslava, o Galo de Ouro e a Segunda Rapsódia húngara, do qual gostei muito.

    Pra ser claro, é preciso eu discernir duas coisas na minha relação com o repertório romântico.

    1. Só gosto de compositores machos-alfa (cf. Silvio Koerich). Melhor explicando, de compositores cuja música soe macho-alfa, isto é, seja imponente: Beethoven, Tchaikóvski (esse nunca foi macho-alfa na vida sexual, como sabemos – nem macho mesmo), Saint-Saëns (esse pendeu pros dois lados), Berlioz, Liszt, Wagner (o sinfônico, não o opertístico), Bruckner, Offenbach, Dvorák, as aberturas de Verdi…

    Assim, não gosto da bicheza (favor continuar entendo como figura de linguagem) de Chopin, Schumann e de boa parte de Schubert. É delicadeza e escapismo demais pra mim. Dá pra ver que este ano foi uma agonia no âmbito com essas efemérides.

    Ficam à margem dessa minha idiossincrasia: Brahms, do qual não consigo gostar de modo algum (e ao passar dos anos tenho tentando investigar isso do ponto de vista metafísico), e – noutro extremo – Strauss (que é meu romântico preferido, depois de Beethoven e Tchai), porque consegue mostrar que a alegria, sem frivolidade, tem espaço no universo da música dita séria.

    2. Passei a ter proposital aversão ao repertório romântico por sua hegemonia injustificável nas salas de concerto, as quais se dessintonizaram gravemente com o que foi produzido de bom no séc. XX e agora no XXI. Mais do que isso, transformaram-se num grande reduto de gosto ultra-conservador, daquele povo que diz gostar de “boa música” mas não tem a menor capacidade de refletir sobre ou de sofisticar esse conceito de “boa música”.

    Uma exemplo mais claro desse esquema mental é o de quem gosta de Bach, Mozart e Beethoven – até aí tudo bem, porque o que é tido como excelente se pereniza ao longo do tempo – mas vai morrer sem ter feito um esforço pra ouvir e compreender o que veio depois de Debussy e Stravínski. Poxa, depois de 10 ou 20 anos de repertório standard, será que a pessoa não enjoa? (A não ser, claro, que a pessoa escute música clássica como distração ou relax).

    Na verdade, esses são apreciadores de museus sonoros e não sabem.

    Daí que se for pra ouvir compositores românticos, vou às fontes certas: FDP e Carlinus.

  5. Prezado CVL,

    Compositores Macho-Alfa X Bicheza. hahaahaha SENSACIONAL!!!

    Dou 10 pro seu comentário, embora discorde em relação a Brahms.

    Apesar do repertório romântico ser o meu favorito, reconheço que sua hegemonia não só na sala de concertos, mas tambem na produção de CDs e DVDs, é prejudicial a música dos séculos XX e XXI. Tanto é que tirando Debussy e Stravinsky como você bem citou, eu não conheço quase nada.

    Daí faço minha pergunta, que música desta época, soaria para você (utilizando sua figura de linguagem) como macho-alfa?

    Sds

  6. Oi, Ludwig. Depois me lembrei que há um terceiro compositor romântico no meu limbo apreciativo, o qual não curto muito mas também não desgosto: Mendelssohn – acho-o muito maneirista, mas suas obras corais são vigorosas.

    Respondendo sua pergunta. Do romantismo pra cá, a dicotomia macho-alfa x bicheza torna-se obsoleta e é substituída pela categorização senhor-de-si x porra-louca/cabeça-oca, isto é, os que sabem dizer algo através da música (por mais complexo que nos soe) versus aqueles que não ligam lé com cré ou não têm nada a dizer e passam a vida a enrolar.

    Alguns senhores-de-si que me vêm à mente agora: Ives, Gershwin, Stravínski (nos balés russos e em algumas obras neoclássicas), Bartók, Messiaen, Penderécki, Ligeti, Glass e Reich nos anos 60 a 80, Schnittke, Berio, Tan Dun. No Brasil: Villa-Lobos e Guarnieri; Jorge Antunes, Edino Krieger, Marlos Nobre, Eli-Eri Moura, Gilberto Mendes, Amaral Vieira (dentre esses seis, é preciso saber por onde começar e o que ouvir).

    Porras-loucas: expoentes da música concreta, eletrônica, eletroacústica e da vanguarda dos anos 60 (serialismo integral, happening, minimalismo californiano, fluxus etc.) Gosto de todas essas manifestações, mas da forma como elas foram depois apropriadas por compositores mais novos, desvencilhados do cerebralismo e da contestação aos conceitos de arte daquela época. Na verdade, muitos desses porras-loucas foram intelectuais até demais, chegando à arrogância extrema. Vide Boulez.

    Cabeças-ocas: fico devendo para outra ocasião porque estou fazendo uma revisão desse conceito.

  7. cvl, acredito que as pessoas que ficam somente nesse repertório standard, na verdade só ouvem esse tipo de musica pra dormir. Os outros compositores mais ousados necessitam de um esforço maior do ouvinte; esforço esse que compensa e muito depois de bem assimilados.

    PS: não esquece que o Vanderson te enviou um e-mail Carlinus…

  8. fdpbach, fiquei muito orgulhoso com o seu comentário sobre a comunidade RWB e ter me reconhecido como parte dela. Vc tb anda por aquelas bandas?

    Sabe o que acontece? O dono da comunidade não apóia divulgação de versões “piratas” de material ainda em catálogo (apenas bootlegs, broadcasts e gravações não oficiais…), portanto não posso fazer este tipo de solicitação por lá! Mas tudo bem, se vc não tem paciência!

    Obrigado pela atenção! Abraço
    Orkut ex machina

  9. Carlinus, obrigado a vc também pela atenção e comentários elogiosos. Na verdade a comunidade não é minha, longe disso, sou apenas um admirador e membro recente!

    Abraços a todos. Admiro MUITO o pessoal daqui.

  10. Orkut, mesmo sendo broadcasts e bootlegs, o acervo da RWB é imbatível. Posso te propor uma coisa? Uma postagem em parceria, você entraria com seu conhecimento do universo wagneriano e eu entraria com o material. Pensei numa postagem (creio que a versão que tenho seja bootleg) do ciclo do Anel do Sinopoli, tão elogiado e pouco conhecido. Que me dizes? Aliás, chegou a sair uma versão oficial desta versão do Sinopoli? Lembro que era a favorita de alguns peso pesados lá da RWB, como o saudoso Velius.

  11. Caros, falando em Tchaikovsky, não encontrei no blog o Sexteto de Cordas em ré menor “Souvenir de Florence”, op. 70.
    Poderiam postá-lo?

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