Já há algum tempo que eu tencionava postar a integral das sinfonias de Schumann e a ocasião do bicentenário de seu nascimento é um bom ensejo para isso. Como estou bastante disposto nesta noite, resolvi principiar hoje mesmo. Confesso que não sou um conhecedor profundo do trabalho sinfônico de Schumann. Já ouvi bastante a Sinfonia No. 1, “Primavera”. É um trabalho bem ao gosto romântico. Pelo que parece, Schumann possuía certos receios em se iniciar pelo mundo das sinfonias. Somente após ter conquistado a fama com os lieder e com as peças para piano, o compositor construiu seu primeiro trabalho. Foi encorajado pela sua esposa Clara Schumann. A Sinfonia “Primavera” ficou pronta em um mês e teve sua estréia em 1841, sob à batuta de Mendelssohn. Outro trabalho sinfônico que gosto do compositor é a sua sinfonia no. 3, “Renana”, que não estará presente nesta primeira postagem. Serão ao todo três postagens. Ainda não ouvi Gardiner em ação, mas acredito que seja um trabalho respeitável. Assim, aparecem nesta postagem: A Sinfonia em Sol menor, Zwickau, que foi deixada incompleta; a Sinfonia No. 1, “Primavera” e a Abertura, Scherzo e Finale em Mi, que Schumann considerava a sua segunda sinfonia, mas que não ficou assim conhecida para a posteridade. Boa apreciação!
Robert Schumann (1810-1856) – Sinfonia em G menor – “Zwickau” WoO 29, Sinfonia em B flat menor – “Primavera”, Op. 39 e Abertura, Scherzo e Finale em Mi, Op. 52
Sinfonia em G menor – “Zwickau” WoO 29 (1832-33)
1. Moderato – Allegro
2. Andantino quasi allegretto – Intermezzo quasi Scherzo- Allegro assai – Anadantino
Sinfonia em B flat menor – “Primavera”, Op. 39(1841)
03. Andante un poco maestoso – Allegro molto vivace
04. Larghetto
05. Scherzo- Molto vivace
06. Allegro animato e grazioso
Abertura, Scherzo e Finale em Mi, Op. 52 (1841)
07. Overture- Andante con moto – Allegro
08. Scherzo- Vivo
09. Finale- Allegro molto vivace
Orchestre Révoluitionaire et Romantique
John Eliot Gardiner, regente
Carlinus
[restaurado por Vassily em 23/5/2020]
Importante mencionar que a Orquestra Revolucionária e Romântica é uma orquestra de instrumentos de época, que adota “práticas historicamente informadas”. São gravações muito distantes das gravações clássicas de Szell, Kubelík e Sawallisch, por exemplo (sem contar Bernstein ou Sinopoli, os extremados). Acho uma abordagem atraente. As gravações de Herreweghe, próximas, também são bacanas.
Gardiner, há pouco tempo, resolveu encarar as sinfonias de Brahms com a ORR. Brahms com instrumentos de época é sandice, mas Gardiner é um super regente e as interpretações são, no mínimo, bem interessantes.
Obrigado, José Eduardo, pelo adendo.
Abraços!
Uma bela postagem, Carlinus.
Eu nunca fui um vasto conhecedor de Schumann, ele sempre me passou despercebido, mas considerando as obras que estou conhecendo até então posso considerá-lo como um compositor formidável.
Qualquer hora destas posto aqui a integral das sinfonias de Beethoven que o Gardiner fez com esta mesma orquestra. Os mais puristas vão torcer o nariz, alguns vão me xingar, mas vale a experiência.
São gravações muito legais, FDP.