Schnittke (1934 -1998): Symphony no.1

Depois de 1970, com as barreiras destruídas, o mundo da música clássica não experimentou algo que pudéssemos chamar de “nova escola”. Pelo menos não tão significativa como o classicismo, romantismo ou serialismo. Como não há escola, podemos dizer que a liberdade é máxima. Por outro lado, o compositor não tem uma estrutura onde se amparar. Diferente de um Beethoven ou Wagner que expandiram o classicismo e o romantismo até a última fronteira, o compositor contemporâneo não tem base onde se fundamentar e nem o que desenvolver, tudo é vácuo.
E porque fui escolher esse ano, 1970? Pois nesse período nascia uma obra que define bem esse período de desamparo e esgotamento que viviam os novos compositores – a Sinfonia n.1 de Alfred Schnittke. Essa obra também é conhecida com a “sinfonia esquizofrênica”. Ela tem a estrutura clássica de 4 movimentos e depois…loucura. Ela tem similaridades com a Sinfonia de Berio, nas inúmeras citações de obras clássicas, no fechamento de um ciclo e a procura de um outro; mas Schnittke também vai ao submundo, “suja” sua obra com temas vulgares, não faz vistas grossas ao mundo que o cercava. A obra é “feia” mesmo, mas não podemos escapar, é de fundamental importância.
A sinfonia n.1 é uma caricatura do mundo esquizofrênico de Schnittke…e do nosso.

CDF

Faixas:
1. I. Senza tempo – Moderato – Allegro – Andante
2. II. Allegretto
3. III. Lento
4. IV. Lento
5. V. Aplause

Performed by Royal Stockholm Philharmonic Orchestra
with Carl-Axel Dominique
Conducted by Leif Segerstam

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

18 comments / Add your comment below

  1. Caracas, onde estive nesses últimos 34 anos? Nunca tinha ouvido falar nesse compositor cujo nome é uma verdadeira sopa de letrinhas. Mas gosto de inovações e obras esquizofrênicas.
    Vou conferir! Obrigado por mais este post CDF!

  2. Essa sinfonia é doidaça mesmo. Neste exato momento estou ainda na metade do segundo movimento e já rolou Beethoven, Mozart, A cavalgada das valquírias, free jazz, fanfarra, R&B, Varèse, bluegrass, Cage, o cacete a quatro…

  3. A música contemporânea é extremamente chata e fazer feiúra é muito fácil. Parece aqueles quadros do Mondrian, à semelhança de azulejos de banheiro, que todos acham bonitos porque ninguém quer parecer inculto.

  4. Tenho uma porrada. Não postei nada porque, em conversa antiga com o CDF, quis esperar o que ele iria botar.

    Cairiam bem seis os concertos grossos ou ao menos o n° 3.

  5. CVL referia-se aos vários estilos presentes senti algo próximo de Krzysztof Penderecki em alguns momentos, o que é maravilhoso.
    Não conhecia o compositor e foi um balde de água fria, mais um grande músico que passarei a contemplar.

  6. Olá, fazia tempo que não via vosso sítio (andava baixando ultimamente quase exclusivamente no AvaxHome), mas qual não foi minha (mui feliz) surpresa ao ver aqui disponíveis diversas obras do Pe. José Maurício Nunes Garcia e aquele disco do Gilberto Mendes, com o moteto Santos Football Music.
    Gostaria que postassem mais música brasileira moderna e contemporânea, que são dificílimos de encontrar (principalmente os contemporâneos).
    E gostaria de pedir um disco, que uma vez consegui baixar no Soulseek, mas nunca mais vi em lugar nenhum, o Clichê Music do Tim Rescala.

    Obrigado.

Deixe um comentário para cvl Cancelar resposta