Arnold Schoenberg (1874 – 1951): Concerto para Violino

O concerto para violino de Schoenberg é uma das obras mais importantes da música e é um absurdo que seja tão desconhecida do público. Esta obra foi escrita logo após a chegada do compositor aos Estados Unidos, no começo dos anos 1930. O mestre deixou seu país devido ao delírio nazista, talvez por isso esta obra seja tão angustiada. Obra dificílima e totalmente dodecafônica. Mas quem seria louco pra dizer que este concerto é frio ou artificial? Se não me falha a memória a obra é retratada por Thomas Mann no seu famoso livro Doutor Fausto como obra de seu personagem principal, Adrian Leverkühn.

Mesmo assim, é raríssimo encontrar um disco com este concerto para violino. Só existem gravações relativamente antigas. Alguns dizem que pelo fato de exigir “seis dedos na mão esquerda”, o músico fica intimidado. Ora, só por isso? Bem, já que a maioria dos marmanjos treme ao desafio, só mesmo uma bela garota como Hilary Hahn para trazer esta obra-prima à tona.

A outra obra do disco é o já manjado concerto de Sibelius que, para ser sincero, ainda não ouvi. Na verdade, depois da gravação de Heifetz, não ouço esta peça com mais ninguém.

1. Violin Concerto, Op.36 – 1. Poco Allegro
2. Violin Concerto, Op.36 – 2. Andante grazioso
3. Violin Concerto, Op.36 – 3. Finale. Allegro
4. Violin Concerto in D minor, Op.47 – 1. Allegro moderato
5. Violin Concerto in D minor, Op.47 – 2. Adagio di molto
6. Violin Concerto in D minor, Op.47 – 3. Allegro, ma non tanto

Violin: Hilary Hahn
Swedish RSO
Conductor Esa-Pekka Salonen

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26 comments / Add your comment below

  1. Mas o de BERG é mais importante, ”Em memória de um Anjo”, e pelo que vejo, não foi postado ainda.
    O concerto de Berg foi feito em homenagem a morte da filha de W. Gropius[da Bauhaus] com Alma Mahler[toc,toc,toc….3x na madeira], composto para ser um tipo de Réquiem da menina,parece que não deu muita sorte também para Berg que empacotaira logo depois,salvo engano…..toc,toc,toc,….na madeira, e de baixo para cima…eu hein, a tal de Alma Mahler….

  2. No Dr Fausto o envolvimento do personagem é com a 32 do Beethoven ,não? Na verdade, apesar de ter o livro,eu o conheço apenas por citações e resumos.

  3. Kaissor…..”Mas o de BERG é mais importante…”

    Bem, é muito mais gravado e executado que o de Schoenberg. Devo colocar este concerto de Berg aqui, no futuro.

    “Dr Fausto o envolvimento do personagem é com a 32 do Beethoven ,não?”

    Também.

  4. Por mais que eu goste do Heifetz em várias coisas… mas, puxa, no Concerto de Sibelius? Você já tentou Christian Ferras com Herr Karajan?

  5. Sr. CDF, desta vez acertaste em cheio nos comentários.

    Sim, o Heifetz é a grande referência no Sibelius, e a versão de Ferras também é obrigatória. Esse CD realmente vale pelo bom Schoenberg, apenas. O Sibelius da Hillary Hahn realmente é meia-boca, sem entrar em detalhes técnicos inapropriados.

    Sim, o concerto de Schoenberg é muito importante e subestimado, muito embora o Berg seja bem mais popular. E o Berg é mais popular porque, dentre outras razões, é muito mais acessível tecnicamente – traduzindo, muito mais fácil de tocar e de ouvir – ótima relação custo-benefício para um intérprete. Ao contrário de Sibelius, você não vai encontrar gravações deste concerto com Heifetz, Ferras e outros figurões (com a corajosa exceção de Perlman, do que tenho notícia).

    1. Otimo link, realmente Schoenberg é raro.
      Meu violinista favorito é o Heifetz sem duvida, mas as gravações dele, para o Concerto de Sibelius, são muito rapidas.
      A que eu ouvi e acho melhor até hoje é a de Nigel Kennedy.

  6. Também assino em baixo do comentário! Depois de ouvir Heifetz em Sibelius, fica difícil imaginar outra interpretação. A interpretação que eu tenho desse belo concerto é um cd da DG Francesa (aquela série entrée), tocado por Shlomo Mintz e James Levine conduzindo a Orquestra Filarmonica de Berlim.

    Entretanto… ao fechar os olhos, só me vem à cabeça a cristalina, limpida, e inconfundível sonoridade de Heifetz.

  7. No Doutor Fausto o personagem Adrian Leverkühn realmente se envolve com a sonata no.32 de Beethoven depois do colóquio do seu professor Kretschmar, mas eu acredito que a referência de CDF foi quanto ao final do livro quando o compositor escreve um concerto para violino dedicado a seu amigo. Eu não sei se ele se baseou no Schoenberg, mas sei que ele tinha reuniões frequentes com o T.Adorno para discutir sua descrição das composições de Adrian, além da correção das informações musicais. E, se não me falha a memória, ele descreve tal concerto como sendo quase tonal, começando com um acorde superposto de dó maior, si bemol maior e ré maior, e então ele passa a compor modulando entre estas tonalidades.

    E já que eu passei por aqui, não me custa nada: toc, toc, toc, na madeira, de baixo para cima.

    Abraço a todos.

  8. ora, estive ouvindo a última Sonata do Beethoven , a Op.111.
    e me respondam:
    aquilo no meio do último movimento (a Arietta) é jazz ou é só impressão minha???? a bagunça começa aos 6minutos e 24 segundos de música.
    é Beethoven mesmo ou o Pollini deu uma exagerada???

  9. É Beethoven mesmo Organista!

    Aquilo tudo é lindo demais!

    Essa arieta é um dos momentos máximos da carreira de Beethoven!

    E pensar que esse movimento na realidade é um conjunto de variações de um mesmo tema. Um tema aparentemente insignificante que parece mais um balbucio de uma criança, como bem caracterizou PQP.

    Na verdade a ultima sonata é um marco. Ela une as duas formas mais difíceis e geniais da música: Fuga e variações. O primeiro movimento é em estilo fugal, e o segundo movimento, variações.

    E, Pollini…. Bem. Deixa pra la.

  10. E afinal de contas o quê nos arrebata na 32 é a sua ”estranheza”, característica para lá de importante em uma obra de Arte, como diz H.Bloom. Infelizmente alguns colegas de comunidade da Laís,do ”Eu acredito”, FILISTEUS, não entendem isso: A Arte nasce da inquietude da natureza humana.
    Por isso o Bach de sua obra final[ultimos 20 anos] é muitíssimo mais interessante,não que o resto da obra não seja grande; por isso Beethoven, em qualquer período, sempre nos arrebata, até hoje!

  11. “Eu não sei se ele se baseou no Schoenberg, mas sei que ele tinha reuniões frequentes com o T.Adorno para discutir sua descrição das composições de Adrian, além da correção das informações musicais.”

    Você quer dizer Thomas Mann, certo?

  12. Segundo a wikipedia, Adrian Leverkuhn foi inspirado em Josef Matthias Hauer, compositor que, anos antes de Schoenberg, propos um método de composição com os 12 tons.

  13. serei sincero: Berg, com certeza, da Hilary é excepcional. Mas não é bom dizer que só o Sibelius do Heifetz é bom. Digo isso porque a gravação do Christian Ferras é incrivelmente emocionante e me deixa sem palavras e creio que muitos concordariam com a minha opinião!!!

  14. Endosso a opinião de que o Sibelius dela ficou devendo muito aos grandes. O “seu” Moses foi bonzinho quando falou em imprecisões técnicas, a china é prendada de técnica mas tropeçou feio nos ritmos.

    Existem muitas versões antigas do Sibelius, em pencas, que dão um banho de violino nessa guria.

    No entanto, pro Schönberg dela, tiro o chapéu.

  15. Caótico, insano, carregado de bastante tensão e desprovido de qualquer grau de piedade. Simplesmente de outro mundo (Já estou acostumado a ouvir bandas dissonantes e de compassos tortos [p/ ex., Meshuggah], mas Schoenberg… nem é preciso dizer muito mais sobre ele… o caos sonoro me atrai.).

    Há uma gravação de 71, também da DG, dos concertos p/ violino do Schoenberg e do pupilo Berg (respectivamente interpretados por Zvi Zeitlin e Henryk Szeryng]) e o Conc. p/ piano do Schoenberg (Op.42) [interpretado por Alfred Brendel], que ainda não foi postado. Todos sob a batuta de Kubelik e a Bavarian Radio Symph. Orch.

    Recomendo.
    Se alguém quiser que eu o poste aqui, estou pronto pra atender.
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    Quanto ao Sibelius, Heifetz é tradição, mas a minha gravação favorita é com a (esplêndida, mas ainda pouco conhecida) Lisa Batiashvili (Neste Sibelius, Lisa o toca com a mesma naturalidade de alguém que toca as sonatas de Bach pra violino.)

    Do pouco tempo que estou escutando Música Clássica e descobrindo o gênero (desde março, eu acho), esta foi a mulher que mais conseguiu me marcar profundamente com sua música.
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    Já que o assunto aqui também é Beethoven, eu vasculhei os posts relacionados com o compositor por aqui e vi que não tem o tradicionalíssimo Concerto p/ Violino, Op.61.

    Nesse caso, recomendo muito uma versão recente, mas ainda assim, magistral e transcendente, interpretada (e regida) também pela Lisa que eu acabei de citar um pouco acima. É realmente de ficar nas nuvens. Não vão se decepcionar nem um pouco.

    Obrigado.

  16. Tudo bem… Eu vou postar esse álbum com os Concertos do Berg e do Schonberg. Irei colaborar com este blog.
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    Ano: 1971 – Selo: Deutsche Grammophon

    Orquestra: Symphonie-Orchester des Bayerischen Rundfunks (ou Bavarian Radio Symphony Orchestra)

    Regente: Rafael Kubelik
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    [Alban Berg (1885-1935)] Concerto p/ Violino (As 2 primeiras faixas)

    I. Andante – II. Allegro. Adagio.

    Solista: Henryk Szeryng (violino)
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    [Arnold Schoenberg (1874-1951)] Concerto p/ Piano, Op.42 (Faixas 3 a 6)

    I. Andante – II. Molto allegro – III. Adagio – IV. Giocoso (Moderato)

    Solista: Alfred Brendel (piano)
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    [Schoenberg] Conc. p/ Violino, Op.36 (faixas 7 a 9)

    I. Poco allegro. Vivace – II. Andante grazioso – III. Finale (Allegro)

    Solista: Zvi Zeitlin (violino)
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    http://www.mediafire.com/?rndhnjmxtmj

    Espero ter ajudado um pouco. Obrigado.

  17. Caro Paulo,

    Também tenho este incrível cd que é a melhor porta de entrada para a música de Schoenberg e Berg. Agradeço sua colaboração.

  18. O mais importante desse post é esta menina.Por isso sugiro que apreciem a trilha sonoro do filme A Vila, intepretada por este violino poderosamente glacial!

  19. Acho que ouvi o concerto de Schoenberg somente uma vez, não gostei, soa moderno demais para mim! Agora do Sibelius, é um dos meus favoritos, tenho várias gravações:

    Oistrakh – Ormandy (minha gravação favorita)
    Oistrakh – Rozhdestvensky.em CD e DVD
    Heifetz – 2 gravações, com Hendl e Beecham
    Cho-Liang Lin – Esa-Pekka Salonen (neste mesmo CD tem o concerto do conterrâneo do Sibelius, Nielsen, que também é muito legal
    Gidon Kremer – Ricardo Mutti
    Szeryng – Rozhdestvensky
    Ferras – Karajan (a mais famosa)

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    Não tenho a gravação, mas gosto muito da versão do Shlomo Mintz com o Salonen que tem no youtube, embora Mintz seja bastante controverso, esta é surpreendente.

    E uma curiosidade, a versão favorita do próprio Sibelius, era a gravação de Ida Haendel, já ouvi também, mas para mim acho lenta demais.

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