Este é um dos cds que mais tenho ouvido nos últimos dois anos, não entendo porque demorei tanto a compartilhá-lo com os amigos. Trata-se de um álbum com obras de compositores franceses compostas nos extremos do século XX, ou seja, início, com os Les Six Satie, Milhaud e Auric e final do século com Françaix e Fetler. Satie nos presenteia com seu balé Parade, música que mais tenho escutado já há um bom tempo. De Milhaud temos a polêmica e empolgante Le Boeuf Sur Le Toit, pantomima baseada em canções brasileiras. A alegre, ritmada e cheias de emoções Ouverture é uma das poucas peças de Auric que tive a oportunidade de ouvir. Completam o álbum dois compositores que eu nunca tinha ouvido falar, mas que me empolgaram bastante, Jean Françaix nos brinda com seu despretensioso e singelo, mas muito bonito Concertino para Piano e Orquestra e Paul Fetler com os Contrasts para Orquestra, obra que me surpreendeu bastante, com passagens rápidas e ritmadas, bem ao meu gosto. Enfim, um álbum que vale a pena ouvir.
Parade (Ballet Realiste On A Theme Of Jean Cocteau)
Composed By – Erik Satie
Orchestra – London Symphony Orchestra*
(14:27)
1.1 Choral – Prelude de Rideau Rouge – Prestidigitateur Chinois 5:16
1.2 Petite Fille Americaine 3:51
1.3 Acrobates 2:56
1.4 Final – Suite au “Prelude du Rideau Rouge” 2:24
2 Le Boeuf Sur le Toit (Ballet, After Jean Cocteau)
Composed By – Darius Milhaud
Orchestra – London Symphony Orchestra*
18:35
3 Ouverture
Composed By – Georges Auric
Orchestra – London Symphony Orchestra*
7:51
Concertino For Piano And Orchestra
Composed By, Piano – Jean Françaix
Orchestra – London Symphony Orchestra*
4 1. Presto Leggiero 1:51
5 2. Lent 1:44
6 3. Allegretto; Rondeau 4:15
Contrasts For Orchestra
Composed By – Paul Fetler
Orchestra – Minneapolis Symphony Orchestra
7 1. Allegro Con Forza 4:03
8 2. Adagio 5:24
9 3. Scherzo: Allegro Ma Non Troppo 3:52
10 4. Allegro Marciale – Presto 4:58
Regente: Antal Dorati, com as orquestras acima citadas.
Reapresentamos aqui este belíssimo projeto: a Aurora Luminosa, que desfila quatro dos maiores nomes do romantismo/nacionalismo brasileiro: Carlos Gomes, o maior compositor de óperas do continente americano; Leopoldo Miguez, autor Hino à Proclamação da República; Alexandre Levy, de obra muito pequena (faleceu precocemente, aos 28 anos…) mas de grande caráter nacionalista; e Alberto Nepomuceno, o cara que todo compositor do início do modernismo brasileiro queria ser…
Para ajudar, temos uma das melhores orquestras do país, a Sinfônica Nacional, comandada pela batuta sensível de Ligia Amadio. Já tive a oportunidade de vê-la regendo em São Paulo: há muito amor, sentimento e candura em sua condução, o que é perfeito para músicas do romantismo.
As peças são fenomenais! Ouça, ouça! Abaixo, o texto original do colega Strava, com o excerto do texto do encarte do CD. Este projeto foi realizado pela Orquestra Sinfônica Nacional da Universidade Federal Fluminense em conjunto com o Ministério da Educação para comemorar os 45 anos da OSN-UFF e com o intuito de divulgar a música sinfônica brasileira gratuitamente na Internet através do Portal Domínio Público.
Obras
Werther – Alexandre Levy Repleta de Lirísmo, Werther é inspirada na obra de Goethe – Os sofrimentos do jovem Werther, de 1774, um dos pontos de partida para o estabelecimento da imagem trágica do herói romântico, que, ironicamente, seria encarnada pelo próprio Levy em 1892, quando morreu prematura e misteriosamente, aos 28 anos de idade.
Alvorada – Carlos Gomes Lo schiavo possui intenções claras de exaltar o movimento abolicionista brasileiro. Dedicada à Princesa Isabel, estreou no Imperial Teatro D. Pedro II, no Rio de Janeiro em 2 de Setembro de 1889. Hoje, pode causar certa estranheza serem índios os escravos retratados nessa ópera e não negros africanos; o fato é que Carlos Gomes optou pela etnia indígena para não desgostar ainda mais D. Pedro II que, sabia ele, aceitara a abolição da escravatura muito a contragosto. Da partitura de Lo schiavo fazem parte oito das mais belas páginas orquestrais de Carlos Gomes: é a Alvorada, que retrata o nascer de um novo dia na floresta tropical, quando se ouvem a brisa nas folhagens, toques de corneta de uma frota portuguesa ao longe, voos de pássaros, gorjeios de uma sabiá e ecos de um imponente hino marcial, tudo estruturado em harmonia ímpar. A riqueza de suas nuances melódicas tem impressionado ouvintes de todas as épocas, em qualquer parte do Brasil ou do mundo.
Avè libertas – Leopoldo Miguez O poema sinfônico Avè libertas, composto em 1890 para comemorar o primeiro ano da Proclamação da República e dedicado ao Marechal Deodoro, segue a fórmula romântica de exaltação nacionalista, inspirada na Europa e mantendo o espírito libertário da época, o mesmo que marca o refrão do Hino à Proclamação da República, cuja música é de sua autoria.
Série Brasileira – Alberto Nepomuceno Estreada, na versão integral para orquestra, em 1897, a Série Brasileira é um marco na música nacionalista brasileira, utilizando temas que evocam canções e melodias bastante populares, hoje incorporados à memória coletiva nacional. Sua qualidade composicional é indiscutível, e o “Batuque” (a Quarta da série) ganhou destaque internacional: foi muitas vezes executado isoladamente por orquestras do mundo todo.
Fonte: Os textos sobre as obras foram retirados do encarte do cd – Pesquisa textual – Robson Leitão.
Uma ótima audição!
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Aurora Luminosa – Música Brasileira no Alvorecer do Século XX
Alexandre Levy (São Paulo, SP, 1864 — São Paulo, SP, 1892)
01. Werther
Antônio Carlos Gomes (Campinas, SP, 1836 – Belém, PA, 1896)
02. Alvorada, da ópera Lo Schiavo
Leopoldo Miguez (Niterói, RJ, 1850 – Rio de Janeiro, RJ, 1902)
03. Avè Libertas
04 Alberto Nepomuceno (Fortaleza, CE, 1864 – Rio de Janeiro, RJ, 1920)
Movimentos:
– Alvorada na serra
– Intermédio
– A sesta na rede
– Batuque
Orquestra Sinfônica Nacional – UFF
Lígia Amadio, regente
Rio de Janeiro, 2006
ATENDENDO A DIVERSOS PEDIDOS ESTOU MAIS UMA VEZ RENOVANDO OS LINKS DESTA HISTÓRICA POSTAGEM, UMA DE MINHAS FAVORITAS, NÃO APENAS PELA QUALIDADE DA MÚSICA MAS TAMBÉM PELO TALENTO DESTE MÚSICO EXTRAORDINÁRIO CHAMADO PIERRE BOULEZ.
IM-PER-DÍ-VEL !!!
Link revalidado por PQP, que não admite que esta extraordinária, notável, imbatível caixa esteja indisponível. (Pequena apresentação da repostagem de 2014)
Várias vezes declaramos aqui no PQP Bach nossa admiração e apreço pelo compositor hungaro Bèla Bartók. E também já declarei minha admiração pelo regente e compositor francês Pierre Boulez. Admiro mais sua carreira como regente, pois conheço pouco sua obra enquanto compositor.
Mas Boulez é o grande nome nesta caixa que ora começo a postar para os senhores. Desde a primeira vez que o ouvi como regente foi admiração imediata, digamos assim. Trata-se de um maestro mais afeito ao repertório do século XX, com poucas incursões no repertório do século XIX, com destaque para sua leitura de Wagner, polêmica, porém com grandes qualidades, de acordo com os especialistas da área, quando esteve à frente do Festival de Bayreuth, Mahler, do qual creio que já gravou todas as sinfonias, acho, e, é claro, Debussy, Boulez, na minha modesta opinião, é o grande intéprete da obra orquestral de Debussy.
Mas é no repertório do século XX que Boulez se encontra em casa. Bartók, Stravinsky, Berg, Schöenberg, Prokofiev, citando apenas alguns, entre dezenas de outros, tem no francês o seu referencial.
Esta caixa que estou começando a postar tem muitos méritos. Detalhe: são as gravações realizadas na Deutsche Grammophon. as realizadas pela antiga CBS, atual Sony, são outra história.
O nosso colega de blog CDFBach nos propôs há umas semanas atrás fazermos uma lista das nossas melhores postagens. Ao contrário dele, não sou muito afeito a listas. Resolvi então responder outra questão: quem era o grande compositor do Século XX na minha opinião, eu, FDPBach, reconhecidamente um romântico inveterado, com pouquíssimas incursões no século XX, escolher dentre dezenas de compositores que nem conheço? Escolhi então aquele que mais me atrai, e que melhor conheço: Bela Bartók. E no meio de diversas gravações que possuo, acho que o Boulez foi o regente que melhor conseguiu sintetizar aquilo que defino como o melhor para mim quando se trata desse compositor.
Listas são de gosto pessoal, e tenho certa dificuldade de realizá-las. Alguns mais céticos, ou críticos, poderão perfeitamente discordar de minhas opiniões, e de meus gostos. Dou-lhes toda razão, e é óbvio também que encontro alguns pontos fracos na caixa, que serão colocados no momento oportuno.
Béla Bartók – Four Orchestral Pieces, Op.12 (sz51), Concerto for Orchestra (Sz116)
CD 1
01 – Concerto for two pianos, Percussion and Orchestra – 1 Assai Lento
02 – Concerto for two pianos, Percussion and Orchestra – 2 Lento Ma Non Troppo
03 – Concerto for two pianos, Percussion and Orchestra – 3 Allegro Ma Non Troppo
04 – Concerto for violin and Orchestra 1 – 1 Andante Sostenuto
05 – Concerto for violin and Orchestra 1 – 2 Allegro giocoso
06 – Concerto for viola and Orchestra – 1 Moderato
07 – Concerto for viola and Orchestra – 2 Adagio Religioso
08 – Concerto for viola and Orchestra – 3 Allegro vivace
01 – Prologue – ‘The Tale Is Old’ – ‘Here We Are Now’
02 – Judith – ‘Is This Really Bluebeard’s Castle’
03 – Judith – ‘Ah, I See Seven Great Shut Doorways’
04 – First Door – Judith – ‘Woe!’ – ‘What Seest Thou’
05 – Second Door – Bluebeard – ‘What Seest Thou’
06 – Third Door – Judith – ‘Mountains Of Gold!’
07 – Fourth Door – Judith – ‘Ah! Lovely Flowers’
08 – Fifth Door – Bluebeard – Look, My Castle Gleams And Brightens’
09 – Sixth Door – Judith – ‘I Can See A Sheet Of Water’
10 – Bluebeard ‘The Last Of My Doors Must Stay Shut’
11 – Judith – ‘Now I Know It All, O Bluebeard’
12 – Bluebeard – ‘Hearts That I Have Loved And Cherished’
01 – Cantata Profana I. there was once an old man
02 – II. but their father grew impatient
03 – III. Volt egy oreg apo
04 – The Wooden Prince – Introduction
05 – First Dance
06 – Second Dance
07 – Third Dance
08 – Fourth Dance
09 – Fifth Dance
10 – Sixth Dance
11 – Seventh Dance
01 – The Miraculous Mandarin, Op. 19, Sz 73- Beginning (Allegro)
02 – First seduction game- the shabby old rake (Moderato)
03 – Second seduction game
04 – Third seduction game (Sostenuto)
05 – The Mandarin enters and remains immobile in the doorway… (Maestoso)
06 – The girl sinks down to embrace him… (Allegro)
07 – The tramps leap out, seize the Mandarin and tear him away from the girl
08 – Suddenly the Mandarin’s head appears between the pillows and he looks longingly at the gio
09 – The terrified tramps discuss how they are to get rid of the Mandarin at last. (Agitato)
10 – The body of the Mandarin begins to glow with a greenish blue light. (Molto moderato)
11 – She resists no longer; they embrace (Più mosso – Vivo)
12 – Music for Strings, Percussion and Celesta, Sz 106- Andante tranquillo
13 – Allegro
14 – Adagio
15 – Allegro molto
Eu, como um grande entusiasta da obra de Satie, quero compartilhar essa pequena joia musical.
“Sketches of Satie” é uma coletânea de composições originais para piano de Erik Satie, rearranjadas e tocadas pelos irmãos Steve (violão) e John Hackett (flauta). As peças foram tão bem transcritas para flauta e violão que é difícil acreditar, principalmente para os leigos, que não tenham sido originalmente compostas para estes instrumentos.
Os fãs do grupo Genesis, não serão surpreendidos pelo virtuosismo de Steve Hackett, ex-guitarrista da banda britânica. A revelação aqui é seu irmão John, que toca de forma tão natural e fluente, que demonstra uma inspiração quase divina.
A performance dos irmãos apresenta uma assombrosa e hipnótica, beleza exótica. Steve Hackett mostra aqui, porque é um dos melhores e mais versáteis violonistas (guitarristas) do mundo, cedendo os holofotes para seu irmão, ele exibe sem constrangimentos, uma admirável e irrestrita modéstia.
Uma ótima audição!
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— Sketches of Satie —
1. Gnossienne No. 3 (2:24)
2. Gnossienne No. 2 (1:56)
3. Gnossienne No. 1 (3:18)
4. Gymnopédie No. 3 (2:36)
5. Gymnopédie No. 2 (2:52)
6. Gymnopédie No. 1 (3:55)
7. Pièces Froides No. 1 Airs À Faire Fuir I (2:46)
8. Pièces Froides No. 1 Airs À Faire Fuir II (1:36)
9. Pièces Froides No. 2 (2:05)
10. Avant Dernières Pensées (Idylle à Debussy) (0:57)
11. Avant Dernières Pensées (Aubade à Paul Dukas) (1:11)
12. Avant Dernières Pensées (Méditation à Albert Roussel) (0:54)
13. Gnossienne No. 4 (2:41)
14. Gnossienne No. 5 (3:20)
15. Gnossienne No. 6 (1:41)
16. Nocturnes No. 1 (3:31)
17. Nocturnes No. 2 (2:14)
18. Nocturnes No. 3 (3:36)
19. Nocturnes No. 4 (2:49)
20. Nocturnes No. 5 (2:27)
Continuando a minha verdadeira compulsão por Poulenc e a música francesa do século XX, quero chamar a atenção para o singular e apaixonante Concert Champêtre, que assim como o Concerto para Cravo de Falla, logo se transformou numa das minhas peças prediletas para o instrumento. Este concerto para cravo e orquestra foi composto entre 1927 e 1928 para a cravista polonesa Wanda Landowska, que foi responsável pela composição de várias outras peças, no revival do século XX para o instrumento, como por exemplo: o Concerto para Cravo e Cinco Instrumentos e O Retábulo de Mestre Pedro de Manuel de Falla.
A peça escrita nos tradicionais três movimentos de concerto, rápido-lento-rápido, evoca o período Barroco, quando o cravo era um instrumento comum, tanto em termos de sua linguagem melódica e harmônica, quanto em sua estrutura.
Boa audição!
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Francis Poulenc: Concert Champêtre / Suite Française / Sinfonietta etc
Sinfonietta pour orchestre
1. I. Allegro con fuoco (8:37)
2. II. Molto vivace (5:54)
3. III. Andante cantabile (7:22)
4. IV. Finale (6:24)
Concert Champêtre
5. I. Allegro molto (10:36)
6. II. Andante (6:04)
7. III. Finale (8:06)
Hommage à Albert Roussel for small orchestra
8. Pièce brève sur le nom d’Albert Roussel (2:07)
Variations sur le nom de Marguerite Long
9. Bucolique (2:26)
10. Fanfare (2:51)
Deux Marches et un Intermède 11. I. Marche (1889) (1:34)
12 II. Intermède champêtre (1:49)
13. III. March (1937) (1:50)
Suite française for small orchestra
14. I. Bransle de Bourgogne (1:22)
15. II. Pavane (2:25)
16. III. Petite marche militaire (1:06)
17. IV. Complainte (1:29)
18. V. Bransle de Champagne (1:41)
19. VI. Sicilienne (1:53)
20. VII. Carillon (1:37)
Pascal Rogé, cravo
Orchestre National de France, Charles Dutoit