Isaac Albéniz (1860-1909): Iberia (versão orquestral de Peter Breiner)

Isaac Albéniz (1860-1909): Iberia (versão orquestral de Peter Breiner)

Esse álbum espetacular já estava upado desde janeiro deste ano, mas por um motivo e outro, acabei esquecendo de fazer a postagem. Hoje, cá estou, tentando reparar esta tremenda infâmia.

Gosto demais da música espanhola do século XX e tenho na suite de Albéniz um modelo de música espanhola da melhor qualidade. Composta originalmente para piano entre 1905 e 1909, como podemos apreciar na postagem de FDP Bach de julho de 2009, Iberia é uma peça estilisticamente expressionista. Esta obra foi altamente elogiada por Debussy e Messiaen, sendo considerada por este último, como uma das peças mais brilhantes já compostas para o rei dos instrumentos.

Tenho o prazer de apresentar aqui, uma versão orquestral muito bem elaborada por Peter Breiner, que foi muito feliz na adaptação para orquestra de uma peça tão caracterizadamente pianística, procurando ser o mais fiel possível a obra original.

Uma ótima audição!

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Albéniz-Breiner: Iberia (Orchestral Version)

Book I
01. Evocacion 05:46
02. El Puerto 04:33
03. El Corpus en Sevilla 07:58

Book II
04. Rondena 06:05
05. Almeria 09:38
06. Triana 04:06

Book III
07. El Albaicin 07:24
08. El Polo 05:58
09. Lavapies 06:19

Book IV
10. Malaga 05:08
11. Jerez 09:08
12. Eritana 04:37

Moscow Symphony Orchestra
Igor Golovschin

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Isaac Albéniz fazendo-se de cowboy dândi.
Isaac Albéniz fazendo-se de cowboy dândi.

Marcelo Stravinsky

Isaac Albéniz (1860-1909): Suite Espanhola para Orquestra

Isaac Albéniz (1860-1909): Suite Espanhola para Orquestra

Isaac Albeniz, assim como Mozart, foi uma criança prodígio, aos 4 anos já se apresentava em público, porém, o talentoso espanhol viveu um pouco mais, até os 48 anos. Foi um rapaz muito rebelde. Aos 12 anos embarcou clandestinamente em um navio, fugindo para Argentina. Nesse período, ganhou a vida tocando em bares, até que conseguiu organizar uma série de concertos, o que lhe rendeu uma certa quantia, permitindo-lhe viajar para a Cuba, Porto Rico e Estados Unidos. Nos Estados Unidos batalhou bastante, chegando a trabalhar como porteiro de cais, de forma paralela, continuava tocando piano, ganhando dinheiro suficiente para voltar a Europa. No ano seguinte aos 13 anos, foi aceito no Conservatório de Leipzig.

A maior parte de sua produção musical foi para piano, mas é em transcrição para violão que sua Suite Espanhola é mais ouvida, seja ao vivo ou em gravações.  O grande regente espanhol Rafael de Burgos, compelido pela vivacidade e força da música de Albeniz, pegou sete peças da Suite Espanhola [com exceção de Cuba (Capricho)] e mais a canção espanhola “Cordoba” e arranjou-as para orquestra. Seu sucesso foi total, ao transferir a música de teclado para orquestra, o que nem sempre é uma tarefa fácil – podemos citar como exemplo famoso, o arranjo de Ravel para Quadros de uma Exposição de Mussórgsky. A música de Albéniz está impregnada com o sabor mais forte e mais colorido da música ibérica, nunca soando, nem um pouco, kitsch. Algumas dessas seleções estão impregnadas de uma atmosfera sensual das localidades do sul espanhol, descritas, também, por Debussy em sua Iberia.

Fontes de pesquisa: Wikipédia e Audad

Uma ótima audição!

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Albéniz-De Burgos: Suite Espanhola para Orquestra

Suite Espanhola
01 Castilla (Seguidillas) 2:30
02 Asturias (Leyenda) 6:27
03 Aragon (Fantasia) 5:05
04 Cadiz (Cancion) 4:52
05 Sevilla (Sevillanas) 4:15
06 Granada (Serenata) 5:36
07 Cataluna (Corranda) 3:01

08 Cordoba 5:30

New Philharmonia
Rafael Frühbeck De Burgos

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Linda franjinha, não?
Albéniz: desgrenhado sexy

Marcelo Stravinsky

Ariel Ramírez (1921-2010): Misa Criolla (com José Carreras); Guido Haazen (1921-2004): Missa Luba; Anônimo: Misa Flamenca + Guido Haazen (1921-2004): Missa Luba e Canções Congolesas [link atualizado 2017]

SEN-SA-CIO-NAIS!!!
As missas que ora apresentamos são obras emblemáticas e históricas! As três, belíssimas, marcam a abertura da Igreja Católica após o Concílio Vaticano 2º (1962-1965), quando, entre outras tantas mudanças, o rito romano deixou de ser em latim e passou a se celebrar nas línguas locais.
Cronologicamente, a primeira das três peças é a Missa Luba, composta pelo missionário belga Guido Haazen (nome de batismo Mauritz Jan Lodewyjk Haazen) em 1958, quando ele estava em missão no Congo. Haazen adaptou os cânticos tradicionais da missa católica, ainda em latim, aos ritmos e instrumentos locais, o que em si, em época ainda anterior ao Concílio, era bastante arrojado e provavelmente não seria aceito pela Igreja se já não se estivessem indicando sinais de mudanças. A sua missa alterna entre comoventes momentos de placidez e de lamento, com uma formação extremamente singela: um coro e 4 instrumentos de percussão (para que mais que isso, se ele consegue efeito tão belo?).
Seguindo a linha do tempo, a talvez primeira missa completa composta na língua do país tenha sido a Misa Criolla, de Ariel Ramírez, um dos grandes compositores da Argentina. foi terminada ainda em 1964, antes do fim do Concílio. Ramírez mescla à formação e impostação clássica de coro os instrumentos andinos de sua terra, de forte ligação com os povos indígenas de lá, tomando ainda o cuidado para que cada cântico tivesse as características de um ritmo tradicional platino diferente. Disso resulta uma obra riquíssima, ainda mais valorizada com a presença da potente e precisa voz de José Carreras, na gravação que ora lhes oferecemos, e na qual o compositor está presente no piano e na harpa! Detalhe: a Misa Criolla é a peça argentina mais gravada e conhecida mundialmente. Há uma outra versão aqui no PQPBach, ainda mais arrebatadora que a de Carreras, com Mercedes Sosa, mas eu recomendo que vocês conheçam as duas gravações.
Por fim, a mais recente de todas, mas organizada apenas dois anos depois do dito concílio, a Misa Flamenca, é um arranjo de Ricardo Fernandez de Latorre, José Torregrosa e José María Moreno de músicas da missa para o ritmo tão característico da Andaluzia, resultando em sonoridades extremamente ricas e inusitadas, dado que o flamenco é geralmente cantado em solo e, em geral, não admite coros, que nesta peça harmonizaram-se perfeitamente com a forma tradicional. É interessante perceber o tanto que os volteios e meirismos característicos do ritmo guardam das canções árabes: a influência musical dos mouros muçulmanos, que por séculos dominaram a Península Ibérica, transparece até mesmo na música católica! É uma dessas belas misturas que o mundo nos proporciona!
Há uma outra versão, de sonoridade bastante distinta, da Missa Luba, regida pelo próprio padre Guido Haazen. Quando o missionário chegou ao Congo, formou, unindo 45 crianças de 9 a 14 anos e 15 professores da escola de Kamina, um coro que recebeu o nome de Les Troubadours du Roi Baudouin (Os Trovadores do Rei Baudouin). Esse grupo acabou por apresentar-se por seis meses na Europa, levando a música da África para terras distantes e não acostumadas àquela sonoridade. Nessa gravação, diferentemente do som encorpado e redondo que predomina nas técnicas tradicionais da música de concerto, aparecem as vozes rasgadas, típicas dos cantos africanos, distanciando a percepção da música do padrão erudito e acercando-a da forma tradicional dos povos negros. Há ainda, uma reunião de sete músicas cerimoniais congolesas, que mantém, após a audição da missa, a ligação com o divino.
Confira as sonoridades que esses autores proporcionaram à humanidade! Ouça!

Misa Criolla (1964)
Ariel Ramirez (Santa Fé, 1921 – Buenos Aires, 2010)
01. Misa Criolla – Kyrie (vidala-baguala)
02. Misa Criolla – Gloria (carnavalito-yaraví)
03. Misa Criolla – Credo (chacareira trunca)
04. Misa Criolla – Sanctus (carnaval cochabambino)
05. Misa Criolla – Agnus Dei (estilo pampeano)

Missa Luba (sobre temas tradicionais do Congo) (1958)
Padre Guido Haazen (Antuérpia, 1921 – Bonheiden, 2004)
06. Missa Luba – Kyrie
07. Missa Luba – Gloria
08. Missa Luba – Credo
09. Missa Luba – Sanctus
10. Missa Luba – Agnus Dei

Missa Flamenca (1967)
Anônimo
Arr. Ricardo Fernandez de Latorre, José Torregrosa, José María Moreno
11. Misa Flamenca – Kyrie (La Caña)
12. Misa Flamenca – Gloria (Cantes de Málaga)
13. Misa Flamenca – Credo (Cantes Gitanos)
14. Misa Flamenca – Sanctus (Cantes del Campo)
15. Misa Flamenca – Agnus Dei (Cantes de Cádiz)

Misa Criolla
José Carreras, tenor
Grupo Huancara, instrumentos latinos (Ariel Ramírez, piano e harpa; Domingo Gura, Jorge Padín, percussão; Arsenio Zambrano, charango; Lalo Gutierrez, violão; Raúl Barboza, acordeom)
Coral Salvé Laredo
José Luís Ocejo, regente
Sociedade Coral Bilbao
Gorka Sierre, regente
José Luís Ocejo, regente

Missa Luba
Muungano Nacional Choir (Quênia)
(acompanhado de percussão com djembe, conga, ngoma e guiro)
Boniface Mganga, regente

Misa Flamenca
Andalusian Instrumental Ensemble (Rafael Romero, Pericón de Cádiz, Chocolate, Pepe “El Culata”, Los Serranos, vocais; Victor Monje “Serranito”, Ramón Algeciras, violões)
Coro Maitea
Coro Easo
José Torregrosa, regente

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Mas deixe um comentariozinho…

Missa Luba e Canções Tradicionais do Congo
Padre Guido Haazen (Antuérpia, 1921 – Bonheiden, 2004)
01. Missa Luba – Kyrie
02. Missa Luba – Gloria
03. Missa Luba – Credo
04. Missa Luba – Sanctus
05. Missa Luba – Benedictus
06. Missa Luba – Agnus Dei
07. Dibwe Diambula Kabanda (canção de matrimônio)
08. Lutuku Y a Bene Kanyoka (canto de tristeza/luto)
09. Ebu Bwale Kemai (dança de casamento)
10. Katumbo (Dança)
11. Seya Wa Mama Ndalumba (celebração conjugal)
12. Banana (canção de guerreiros)
13. Twai Tshinaminai (canto de trabalho)

Les Troubadours du Roi Baudouin
Guido Haazen, regente

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Ouça! Deleite-se!

Bisnaga

Manuel de Falla (1876 — 1946) – Obras Para Piano [link atualizado 2017]

 

Sabemos que Manuel de Falla foi um gênio da música erudita espanhola, mas o que muitos não sabem é que ele foi extremamente severo consigo mesmo, quer dizer, com sua obra. Falla se cansava com facilidade e seu perfeccionismo, além de fazê-lo perder muito tempo, causando-lhe desgaste de energia, foi motivo para a destruição de muitas de suas partituras, por estas não estarem dentro de seu padrão pessoal de estética.

O propósito desta postagem é compartilhar, principalmente o concerto, que na minha opinião, é um dos mais espetaculares já compostos, o Concerto para Cravo, Flauta, Oboé, Clarineta, Violino e Violoncelo. O cd traz também uma versão para piano do mesmo concerto.

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Manuel de Falla: Obras Para Piano

01 Nocturno (1896) 4:12

02 Vals-capricho (1900) 3:25

Piezas españolas 16:04
03 Aragonesa 3:09
04 Cubana 4:02
05 Montañesa (Paisaje) 4:55
06 Andaluza 3:58

07 Fantasía Bætica (1909) 13:04

09 Homenage (1920) 2:50
Pieza para guitarra escrita para “Le Tombeau de Debussy”, en arreglo para piano del autor

10 Pour Le Tombeau de Paul Dukas (1935) 3:45

Concerto Per Clavicembalo, Flauto, Oboe, Clarinetto, Violino e Violoncello (1926) 13:17
11 Allegro 3:09
12 Lento 5:59
13 Vivace 4:07

Concerto Per Piano, Flauto, Oboe, Clarinetto, Violino e Violoncello (1926) 14:39
14 Allegro 3:37
15 Lento 6:41
16 Vivace 4:20

Joaquín Achúcarro, piano y clave
Miembros de la Orquesta Sinfónica de Londres
Eduardo Mata, director

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Marcelo Stravinsky
Repostado por Bisnaga