Que Mozart é gênio todos sabemos e não temos dúvidas, mas confesso que sua música é tão perfeitinha que acaba não me agradando ou não me empolgando verdadeiramente. Mozart é uma espécie de Beatles da música clássica, algumas pessoas “leigas” sempre escutam e dizem: “Eu gosto dessa música!”, então chega outro que conhece um pouco mais e diz: “Isso é Mozart!”. Com os Beatles acontece algo parecido. Todo mundo gosta de uma determinada música e muitos não tinham a menor ideia que se tratava de Beatles. Mas retirem o que eu disse sobre Mozart no que diz respeito ao Quinteto para Clarineta – esse sim, é fantástico e não canso de ouvir nunca. Talvez tenha exagerado um pouco no meu parecer sobre Mozart, mas é bem próximo disso!
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Wolfgang Amadeus Mozart tinha 17 anos quando terminou seu primeiro concerto para piano e orquestra. Para um talento tão precoce, foi uma chegada relativamente tardia ao gênero que lhe renderia algumas de suas ricas criações. Mas, em comparação, a mais antiga sinfonia de Mozart data de seus 8 anos; aos 10, compôs uma série de sonatas para violino, e um par de óperas dois anos mais tarde.
No entanto, assim que Mozart descobriu as possibilidades oferecidas pelo concerto para piano passou a cultivá-lo entusiasticamente pelo resto de sua carreira. Ele deu ao mundo aproximadamente duas dúzias de obras originais, nessa forma musical, durante dezoito anos que lhe restaram (os quatro primeiros concertos foram meros arranjos feitos por seus amigos J. C. Bach e outros músicos para trabalhos de sua infância), partituras que continuam a impressionar e deleitar por sua graça, ingenuidade e força expressiva.
Na verdade, Mozart não descobriu o potencial inerente ao concerto para piano a ponto de criá-lo sozinho. Porém suas realizações fizeram com que o gênero evoluísse, de um patamar modesto no qual a orquestra servia principalmente como moldura para o brilho do solista, para um drama absorvente, apresentando dois personagens complexos. O piano e a orquestra não apareciam apenas em alternância, como ocorria nos concertos dos predecessores de Mozart, mas frequentemente em diálogo íntimo, fundindo suas vozes para criar inconsúteis texturas musicais ricamente coloridas.
A orquestra havia se expandido, do coro básico de cordas que satisfizera os compositores de concerto por quase um século, com os recém adicionados instrumentos de sopro assumindo papéis de especial destaque. Mozart equilibrou esse conjunto mais vigoroso, criando partes de brilho excepcional para teclado. O resultado foi um concerto para piano de nível totalmente superior – mais ambicioso, mais intrincado, mais profundo – a todos anteriormente concebidos.
Fonte: encarte do cd.
Uma ótima audição!
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Coleção Grandes Compositores Vol. 06: W.A. Mozart (II)
DISCO A
Concerto para Piano Nº 27 em Si Bemol, K. 595
01. Allegro (14:31)
02. Larghetto (8:58)
03. Allegro (9:25)
Emil Gilels, piano
Orquestra Filarmônica de Viena, Karl Böhm
Sinfonia Nº 38 em Ré, K. 504 “Praga”
04. Adágio – Allegro (17:40)
05. Andante (11:28)
06. Finale: Presto (7:41)
Orquestra Filarmônica de Viena, James Levine
DISCO B
Quinteto para Clarineta em Lá, K. 581
01. Allegro (9:35)
02. Larghetto (7:04)
03. Minueto (7:19)
04. Allegretto con variazioni (10:18)
Quarteto Allegri
Jack Brymer, clarineta
Fantasia em Dó Menor, K. 475
05. Adágio – Allegro – Andantino – Più allegro – Tempo I (13:07)
Mitsuko Uchida, piano
Sonata para Piano Nº 14 em Dó Menor, K. 457
06. Molto allegro (5:18)
07. Adágio (8:09)
08. Allegro assai (4:12)
Mitsuko Uchida, piano
BAIXE AQUI – DOIS DISCOS / DOWNLOAD HERE – TWO DISCS
Marcelo Stravinsky