Direto do Túnel do Tempo
Em 1991 comprei um CD comemorativo pelos 200 anos desde a morte de Mozart, que reunia algumas das suas obras de câmara. Os CDs eram ainda recentes e as gravadoras buscavam qualquer ocasião para buscar gravações de seus arquivos para lançar no mercado. Deu um pouco de trabalho, mas consegui reconstruir virtualmente os LPs originais dos quais as três peças do CD foram retiradas. Aqui está o primeiro deles – uma combinação não muito usual do único trio com piano de Ravel com um dos trios com piano compostos por Mozart.
A gravação é do início dos anos sessenta, mas o ouvido rapidamente se ajusta e podemos desfrutar de um lindo programa de música de câmara interpretada por excelentes músicos que também mantinham uma grande amizade.
O pianista Louis Kentner (1905 – 1987) era húngaro de nascimento e sua formação musical foi na Hungria. Foi aluno de Leo Weiner e de Zoltán Kodály. Acompanhado por orquestra regida por Otto Klemperer interpretou o Segundo Concerto de Bartók pela primeira vez na Hungria. Posteriormente mudou-se para a Inglaterra. Sua primeira mulher, Ilona Kabós era pianista e eles apresentaram em 1942 a première da versão revisada da Sonata para dois pianos e percussão de Bartók. O casamento terminou em 1945 e ele casou-se então com Griselda Gould, irmã de Diana Menuhin, esposa de Yehudi Menuhin. Eles se aproximaram, tornaram-se amigos e passaram a se apresentar juntos e também em trio, com o violoncelista Gaspar Cassadó, como na gravação da postagem. Kentner era especialista em música de Liszt e dos húngaros, mas passou também a se dedicar à música de compositores ingleses de sua época. Foi o pianista na première do Concerto para Piano de Michael Tippett, por exemplo.
Yehudi Menuhin (1916 – 1999) dispensa apresentações, foi um dos maiores violinistas de seu tempo e também uma figura respeitada no universo musical. Deu grande contribuição para a divulgação de música clássica e foi o apresentador de uma interessante série sobre música produzida e apresentada pela BBC, que também resultou em um alentado livro. Com mente bastante aberta, Menuhin fez parcerias com músicos de diferentes áreas, como Wilhelm Kempff, Stephane Grappelli e Pandit Ravi Shankar.
Gaspar Cassadó (1897 – 1966) nasceu em Barcelona, em uma família musical e teve muito cedo seus talentos reconhecidos. Aos nove anos apresentou um concerto e foi notado por Pablo Casals, que se ofereceu para ensiná-lo. Cassadó tornou-se um dos mais famosos alunos de Casals, com quem manteve amizade por toda a vida. Cassadó também estudou piano com Enrique Granados e composição com Manuel de Falla, tendo assim uma formação musical completa.
Maurice Ravel (1875 – 1937)
Trio em lá menor
- Modéré
- Pantoum (Assez Vif)
- Passacaille (Très Large)
- Final (Animé)
Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791)
Trio In E Major, K. 542
- Allegro
- Andante Grazioso
- Allegro
Louis Kentner, piano
Yehudi Menuhin, violino
Gaspar Cassadó, violoncelo
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MP3 | 320 KBPS | 95 MB
Never a pianist of virtuoso display, Kentner used his talents strictly for musical ends. Although identified particularly with the music of Chopin and Liszt, he always completely absorbed himself in a work when studying it, often delivering an interpretation that could sound introverted, particularly in his later years.
Yehudi Menuhin was a rich enigma: a gentle spirit tied to an implacable will: a perfectionist who loved amateurs and young beginners; an ascetic who relished down-to-earth pleasures.
Cassadó began his professional career as a cellist, and his playing was known for its evocative, lyrical quality and impeccable technique. His unique interpretations, coupled with his technical virtuosity, made him a sought-after performer across Europe.
Aproveite!
René Denon