F. J. Haydn (1732-1809): Concertos para Cravo e Violino (Dantone, Accademia Bizantina)

F. J. Haydn (1732-1809): Concertos para Cravo e Violino (Dantone, Accademia Bizantina)

Para finalizar este festival de concertos de Haydn, trazemos hoje este de 2010 da Accademia Bizantina. O primeiro concerto é mesmo que fecha o último CD de Haydn postado por mim. É a única repetição dentre os nove postados. Finalmente livre dos maneirismos ornamentais de seu início de carreira, Dantone nos traz um Haydn cheio de musicalidade. O disco é excelente e feliz como o compositor.

F. J. Haydn (1732-1809): Concertos para Cravo e Violino (Dantone, Accademia Bizantina)

1. Harpsichord Concerto In D Major Hob.XVIII:11 – 1. Vivace 8:36
2. Harpsichord Concerto In D Major Hob.XVIII:11 – 2. Un Poco Adagio 6:33
3. Harpsichord Concerto In D Major Hob.XVIII:11 – 3. Rondo All’Ungherese Allegro Assai 4:50

4. Violin Concerto In G, H.VIIa No.4 – 1. Allegro Moderato 9:33
5. Violin Concerto In G, H.VIIa No.4 – 2. Adagio 6:21
6. Violin Concerto In G, H.VIIa No.4 – 3. Allegro 3:47

7. Clavier Concerto In F, H.XVIII No.6 With Solo Violin – 1. Allegro Moderato 7:46
8. Clavier Concerto In F, H.XVIII No.6 With Solo Violin – 2. Largo 8:10
9. Clavier Concerto In F, H.XVIII No.6 With Solo Violin – 3. Presto 3:37

Ottavio Dantone, cravo e regência
Stefano Montanari, violino
Accademia Bizantina

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Haydn:
Haydn:

PQP

F. J. Haydn (1732-1809): Concertos para Piano (Staier, Freiburg Baroque Orchestra)

F. J. Haydn (1732-1809): Concertos para Piano (Staier, Freiburg Baroque Orchestra)

Aqui estão os três concertos para piano de Haydn tocados com pianoforte. Os intérpretes são grandes especialistas neste gênero de repertório, um luxo. Se Andreas Staier é um dos maiores pianistas e cravistas da nova geração, afirmo que a a Orquestra Barroca de Freiburg é o conjunto de melhor sonoridade que tenho ouvido. Suas gravações das obras dos filhos de Bach, meus irmãos, são esplêndidas e vocês deveriam tê-las. Destaque para o primeiro e último concertos. Para tocar Haydn adequadamente, é necessário uma boa dose de humor. Staier e von der Goltz nos demonstram claramente tal fato. Staier chega a ser excessivo no último movimento do terceiro concerto… Vocês identificarão facilmente o acorde a que me refiro. CD da Harmonia Mundi alemã.

E nunca duvidem das previsões futebolísticas deste que vos fala. O post de ontem foi escrito pela manhã, quando já prevíamos a derrocada gremista e vascaína, deixando o São Paulo livre para fazer uma grande festa no próximo domingo. Já que o meu Inter não conseguiu nada no Brasileiro, melhor que nosso odioso adversário local fique também de fora, apesar da clasificação quase certa para a Libertadores.

Haydn – Concertos para Piano

1. Concerto Pour Pianoforte Et Cordes En Sol Majeur, Hob.XVIII:4: I. Allegro 10:27
2. Concerto Pour Pianoforte Et Cordes En Sol Majeur, Hob.XVIII:4: II. Adagio 8:28
3. Concerto Pour Pianoforte Et Cordes En Sol Majeur, Hob.XVIII:4: III. Finale. Rondo Presto 5:58

4. Concerto Pour Pianoforte, Violon Et Cordes En Fa Majeur, Hob.XVIII:6: I. Allegro Moderato 7:20
5. Concerto Pour Pianoforte, Violon Et Cordes En Fa Majeur, Hob.XVIII:6: II. Largo 8:37
6. Concerto Pour Pianoforte, Violon Et Cordes En Fa Majeur, Hob.XVIII:6: III. Presto 3:47

7. Concerto Pour Pianoforte Et Orchestre En Ré Majeur, Hob.XVIII:11: I. Vivace 8:31
8. Concerto Pour Pianoforte Et Orchestre En Ré Majeur, Hob.XVIII:11: II. Un Poco Adagio 6:13
9. Concerto Pour Pianoforte Et Orchestre En Ré Majeur, Hob.XVIII:11: III. Rondo All’Ungarese 4:52

Andreas Staier, piano
Freiburg Baroque Orchestra
Gottfried von der Goltz

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Staier: fazendo misérias no pianoforte.

PQP

F. J. Haydn (1732-1809): Three Favorite Concertos (Marsalis, Yo-Yo Ma, Cho-Liang Lin)

F. J. Haydn (1732-1809): Three Favorite Concertos (Marsalis, Yo-Yo Ma, Cho-Liang Lin)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Três concertos, três instrumentos solistas, três regentes, três maestros, nove movimentos, todos de Haydn, formam este espetacular CD. A Sony catou em seu catálogo o que de melhor tinha do compositor e saiu isso aqui. O disco recebeu 5 avaliações na Amazon, todas com a nota máxima. Deveria ir lá e dar a sexta nota cinco. Que beleza de CD. Um raio de sol e alegria.

F. J. Haydn (1732-1809): Three Favorite Concertos

1. Concerto In E-Flat Major For Trumpet And Orchestra: I – Allegro
2. Concerto In E-Flat Major For Trumpet And Orchestra: II – Andante
3. Concerto In E-Flat Major For Trumpet And Orchestra: III – Allegro
Wynton Marsalis
National Philharmonic Orchestra
Raymond Leppard

4. Concerto In D Major For Cello And Orchestra, Op. 101: I – Allegro moderato
5. Concerto In D Major For Cello And Orchestra, Op. 101: II – Adagio
6. Concerto In D Major For Cello And Orchestra, Op. 101: III. – Allegro
Yo-Yo Ma
English Chamber Orchestra
José Luís García

7. Concerto In C Major For Violin And String Orchestra, Hob. VIIa, No. 1: I – Allegro moderato
8. Concerto In C Major For Violin And String Orchestra, Hob. VIIa, No. 1: II – Adagio
9. Concerto In C Major For Violin And String Orchestra, Hob. VIIa, No. 1: III – Presto
Cho-Liang Lin
Minnesota Orchestra
Neville Marriner

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"Um CD que me faz justiça, porra", disse Haydn para nossa reportagem.
“Um CD que me faz justiça, porra”, disse Haydn para nossa reportagem.

PQP

J.S. Bach: Cantatas BWV 54, 82, 170 (Iestyn Davies, Arcangelo, Jonathan Cohen)

Este disco é o irmão do outro postado dias atrás também com cantatas para alto de J.S. Bach. Também aqui, o órgão tem espaço para brilhar, ao contrário da grande maioria das cantatas, na qual esse instrumento faz parte do continuo junto com outros como cravo, viola da gamba, violoncelo, alaúde, etc. O continuo, na música daquele período, não tinha uma instrumentação obrigatória: por exemplo, podemos imaginar que se um talentoso contrabaixista estava visitando a cidade ele se juntava ao grupo naquele dia em específico. Quando um instrumento era realmente obrigatório, usava-se a palavra obbligato, indicando que aquele instrumento é essencial, não devendo ser omitido nem substituído.

Esses dois discos gravados pelos ingleses Davies/Cohen/Arcangelo abrangem todas as cantatas de Bach para alto. Além das três estreadas em 1726 (BWV 35, 169, 170), há também a BWV 54, estreada em Weimar por volta de 1715, e a BWV 82 – Ich habe genug, uma das mais famosas cantatas. Esta última estreou em Leipzig para voz de baixo (1727), depois foi transposta para soprano (1731) e para alto (1747), o que mostra que ela já era popular na época. Tanto a BWV 54 como a 82, como aliás a grande maioria das cantatas de Bach, não têm sofisticados solos para órgão. Nelas, o órgão se funde com o violoncelo e outros instrumentos do continuo, o que apenas acentua o encontro raro e significativo da voz com o órgão naquelas três cantatas de 1726. Naquele momento, Bach “descobriu” os duetos de alto com órgão, descoberta comparável à “descoberta” do clarinete por Mozart e do tímpano por Haydn: um encontro do compositor já maduro com sons que o estimularam por mares nunca dantes navegados. Encontro influenciado por coincidências da vida, algo que os esotéricos talvez relacionariam a uma conjunção de estrelas e os religiosos poderia chamar de milagre.

J.S. Bach: Cantatas BWV 54, 82, 170 (Iestyn Davies, Arcangelo, Jonathan Cohen)
1-5. Cantata “Vergnügte Ruh”, BWV 170
6-9. Cantata “Widerstehe doch der Sünde”, BWV 54
10. “Ich liebe den Höchsten”, BWV 174 – Sinfonia
11-15. Cantata “Ich habe genug”, BWV 82

IESTYN DAVIES countertenor
with CAROLYN SAMPSON soprano / JOHN MARK AINSLEY tenor / NEAL DAVIES bass-baritone
MARK WILLIAMS organ
ARCANGELO / JONATHAN COHEN conductor

Recorded in St Jude-on-the-Hill, Hampstead Garden Suburb, London, 2015

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Um dos órgãos que Bach tocou, na igreja de Arnstadt, Alemanha

Pleyel

In Memoriam Arthur Moreira Lima – Coleção Meu Piano/Três Séculos de Música para Piano – Parte 7 de 11: Volumes 9, 10, 16 & 32 (Ernesto Nazareth I/Johann Sebastian Bach/Astor Piazzolla/Ernesto Nazareth II)

Para honrar a memória e celebrar o legado extraordinário de Arthur Moreira Lima, um dos maiores brasileiros de todos os tempos, publicaremos a integral da coleção Meu Piano/Três Séculos de Música para Piano – seu testamento musical – de 16 de julho, seu 85° aniversário, até 30 de outubro de 2025, primeiro aniversário de seu falecimento. Esta é a sétima das onze partes de nossa eulogia ao gigante.


Partes:   I   |   II   |   III   |   IV   |   V   |   VI   |   VII   |   VIII   |   IX   |     |   XI

Teatro Municipal do Rio de Janeiro, 16 de agosto de 1966. Depois de iniciar seu exigente programa com a Fantasia de Schumann e a Sexta Sonata de Prokofiev, e antes de fechá-lo com os vinte e quatro Prelúdios de Chopin, o quase moscovita Arthur Moreira Lima, de visita ao pago, viu-se compelido pela bruta força da lei a tocar uma cota de peças brasileiras. Inimigo do óbvio, como sempre, guardou seus muitos Villa-Lobos nas mangas da casaca e tascou as notas inventadas por um seu conterrâneo nascido não tão longe dali, no morro do Nheco. Era a valsa de um pianeiro – pois assim chamavam os pianistas populares, ou de “bossa”, em seu tempo -, de um operário do piano que sonhara com as ribaltas dos grandes teatros, mas tivera que ganhar a vida a dar aulas e tocar em saraus, alguns dos quais frequentados por Luísa, a avó de Arthur. E assim, décadas depois de ser barrada daquele mesmo palco, por ser fruto de um pianeiro e, portanto, acharem-na indigna das salas de concerto, que a grande música de Ernesto Nazareth foi ouvida pela primeira vez no Municipal e o nosso herói começou a dar o maior cavalo de pau de sua vida.

Tocar Nazareth no Municipal era tão improvável que o redator se embananou na descrição do programa e criou um compositor híbrido polono-brasileiro, Ernesto N. Chopin.

Além de “Coração que Sente“, Arthur tocou o “Batuque“. A plateia veio abaixo e a crítica, surpreendentemente, guardou seus tomates. “Com a mesma independência que moveu Moreira Lima a colocar Nazareth entre Schumann, Prokofieff e Chopin”, escreveu um deles, “deve-se assinalar aqui que foram essas breves composições as mais comoventes de toda a noite”. Arthur lembraria, décadas mais tarde, da sensação causada por seu arrojo:

Me orgulho de ter podido contribuir para esse revival de Nazareth numa época em que ele andava meio esquecido, meio fora de moda. Mas como eu ia esquecer, se cresci ouvindo minha avó tocar aqueles tangos todos? É uma imagem que guardo viva comigo: eu pequeno, na casa da rua Dois de Dezembro, no Catete, ouvindo minha avó tocar o piano de armário dela: ‘Famoso’, ‘Escorregando’, ‘Odeon’, ‘Brejeiro’ e o próprio ‘Coração que sente'”

Na década seguinte, o então semivienense estava em nova visita à terrinha. Seu amigo, o jornalista e crítico musical Sérgio Cabral, chamou-o para almoçar. Entre chopes e ante um bobó de camarão, apresentou-lhe um outro amigo, um publicitário que se urdira da túnica de produtor fonográfico e embarcara na mais ambiciosa, desenfreada e maravilhosa iniciativa até então vista de criar uma gravadora movida tão só a grande Música Brasileira. Arthur Moreira Lima e Marcus Pereira se adoraram à primeira vista, e bastou a centelha de duas palavras de Cabral – “Ernesto Nazareth” – para que recém-amigos se incendiassem com a ideia de gravar aquela grande música. Saíram de lá com o plano firme de um álbum duplo com obras do Mestre do Morro do Nheco, cuja lista preliminar Arthur já rabiscara no primeiro papel que encontrou. Em alguns meses, naquele mesmo ano da graça de 1974, ele adentraria um estúdio londrino para de lá sair, em meros dois dias, com vinte e cinco faixas gravadas. “Arthur Moreira Lima Interpreta Ernesto Nazareth”, lançado no ano seguinte, vendeu sensacionais duzentas mil cópias, e rendeu um segundo tomo, lançado em 1977, com outras vinte e quatro obras e o seguinte veredito do crítico José Ramos Tinhorão, do Jornal do Brasil:

[O disco cumpre o papel de] exorcizar, definitivamente, o preconceito de dependência cultural europeia da elite brasileira, segundo a qual somente autores consagrados merecem interpretação recitalista”

Óbvio que assinamos com o relator.


O sucesso da dobradinha Ernesto/Arthur transformou aquele carioca que tocava mais russamente que os próprios russos no xodó de chorões do Brasil inteiro, e no glúteo favorito dos pontapés de tanta gente obtusa. Inaugurava-se, assim, um dos passatempos favoritos de seus pares no Brasil: falar dele com desdém, certamente incensado pela inveja, a que Arthur, às gargalhadas, sempre deu de ombros até o fim de seus dias.  “Dizem que vou ao cinema para torcer pelo bandido”, ria nosso herói, talvez a reconhecer que, para muitos compatriotas incompreensivos, ele próprio era um pouco bandido – um gauche da Música.

Os gauches, claro, sempre se atraem. Em inda outra visita à terrinha, em 1979, já nas saideiras de Barcelona, quase com um pé de volta ao Rio, o novo Rei do Tango Brasileiro encontrou o Demiurgo do Tango Argentino. Astor Piazzolla estava em turnê pelo Brasil, e Arthur aproveitou o ensejo para realizou o antigo sonho de conhecer o ídolo. Não deixaria de fazê-lo, por óbvio, em grande estilo: ofereceu seus préstimos de fã, melômano e afiado hispanohablante a uma emissora de televisão e dela ganhou a incumbência de, com credenciais de repórter impromptu, entrevistar a azeda fera. O que era para ser um curto encontro acabou virando, entre incontáveis veja-bens e che-boludos, uma noite virada em animada charla. Adoraram-se instantaneamente e tornaram-se amigos para toda a vida. Ainda mais que a admiração pela grande música do mestre argentino, Arthur identificava-se com o longo exílio e, sobretudo, com a incompreensão experimentada por Astor em seu país natal, onde era, entre outros impropérios, “el asesino del tango“, acusado de distorcer aquele sacrossanto tesouro cultural argentino com tacapes de música de concerto e de corroê-lo com ácidos jazzísticos.

A devoção a Piazzolla, pensava ele ao sair do memorável encontro, teria que ser eternizada em disco. Levou quase vinte anos para gravá-lo. Astor, que morrera em 1991, chegou mesmo a legar ao amigo brasileiro a distinta dedicatória de uma peça inédita, para que dela fizesse a primeira gravação: um tango para piano solo composto em 1953 em Paris, nos tempos em estudara com Nadia Boulanger, e que deveria chamar-se “Tango” (“sencillamente ‘Tango’, Arthur, nada más“), mas acabou publicada como “Tango Preludio”. Tocá-la, claro, não seria qualquer problema – o que lhe tirava o sono era preencher o restante do álbum, transpondo para um teclado e tão só dez dedos toda a complexidade das composições de Piazzolla para o bandoneón e seu conjunto. Ao conhecer o genial Laércio de Freitas, suspirou em alívio: não só descobriu a quem confiaria a tarefa, com também fez outro amigo para o resto de seus dias:


ARTHUR MOREIRA LIMA – MEU PIANO/TRÊS SÉCULOS DE MÚSICA PARA PIANO
Coleção publicada pela Editora Caras entre 1998-99, em 41 volumes
Idealizada por Arthur Moreira Lima
Direção artística de Arthur Moreira Lima e Rosana Martins Moreira Lima


Volume 9: ERNESTO NAZARETH I

Ernesto Júlio de NAZARETH (1863-1934)

1 – Odeon
2 – Escorregando
3 – Duvidoso
4 – Batuque
5 – Fon-Fon
6 – Apanhei-Te Cavaquinho
7 – Brejeiro
8 – Pássaros em Festa
9 – Bambino
10 – Sarambeque
11 – Carioca
12 – Turuna
13 – Quebradinha
14 – Dirce
15 – Improviso

Arthur Moreira Lima, piano

Gravações: American Institute of Arts, Nova York, Estados Unidos, 1982.
Produção e engenharia de som: Judith Sherman
Coordenação geral: Jay K. Hoffman
Coordenação da produção: Manuel Luiz da Silva
Piano: Steinway & Sons, Hamburgo
Remasterização: Rosana Martins Moreira Lima, na Cia. de Áudio, São Paulo, 1998.

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Volume 10: JOHANN SEBASTIAN BACH

Johann Sebastian BACH (1685-1750)

1 – Prelúdio em Dó Menor, BWV 999
2 – Prelúdio para órgão em Sol menor, BWV 535 (transcrição para piano de Aleksandr Siloti)

Partita no. 1 em Si bemol maior, BWV 825
3 – Praeludium
4 – Allemande
5 – Courante
6 – Sarabande
7 – Menuet I & II
8 – Gigue

9 – Invenção a duas vozes em Ré menor, BWV 775

Fantasia Cromática e Fuga em Ré menor, BWV 903
10 – Fantasia
11 -Fuga

Partita no. 2 em Dó menor, BWV 826
12 – Sinfonia
13 – Allemande
14 – Courande
15 – Sarabande
16 – Rondeau
17 – Capriccio

Arthur Moreira Lima, piano

Gravação: St. Philip’s Church, Londres, Reino Unido, 1998.
Engenharia de som: Peter Nicholls
Piano: Steinway & Sons, Hamburgo
Produção, edição e masterização: Rosana Martins Moreira Lima, na Cia. de Áudio, São Paulo, 1998.

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Volume 16: ASTOR PIAZZOLLA

Astor Pantaleón PIAZZOLLA (1921-1992)
Arranjos de Laércio de Freitas (1941-2024)

Tangata, Silfo y Ondina
1 – Fugata
2 – Soledad
3 – Finale

4 – Libertango

Das Cuatro Estaciones Porteñas:
5 – Invierno Porteño

6 – Decarisimo
7 – Oblivion

Astor PIAZZOLLA

8 – Tango-Preludio (dedicado a Arthur Moreira Lima)

Astor PIAZZOLLA
Arranjos de Laércio de Freitas

9 – Onda Nueve
10 – Balada para un Loco
11 – Adiós, Nonino

Arthur Moreira Lima, piano

Gravação: St. Philip’s Church, Londres, Reino Unido, 1997.
Engenharia de som: Peter Nicholls
Piano: Steinway & Sons, Hamburgo
Produção, edição e masterização: Rosana Martins Moreira Lima, na Cia. de Áudio, São Paulo, 1998.

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Álbum publicado originalmente no PQP Bach pelo colega CVL em 2008, nessa postagem aqui, que não lhe mostrava a capa e contracapa maravilhosas:


 


Volume 32: ERNESTO NAZARETH II

Ernesto NAZARETH

1 – Elegantíssima
2 – Ameno Resedá
3 – Tenebroso
4 – Ouro sobre Azul
5 – Nenê
6 – Labirinto
7 – Confidências
8 – Famoso
9 – Mercedes
10 – Vem cá, Branquinha
11 – Turbilhão de Beijos
12 – Você bem Sabe
13 – Pinguim
14 – Floraux
15 – Coração que Sente

Arthur Moreira Lima, piano

Gravações: American Institute of Arts, Nova York, Estados Unidos, 1982.
Produção e engenharia de som: Judith Sherman
Coordenação geral: Jay K. Hoffman
Coordenação da produção: Manuel Luiz da Silva
Piano: Steinway & Sons, Hamburgo
Remasterização: Rosana Martins Moreira Lima, na Cia. de Áudio, São Paulo, 1998.

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BÔNUS: as históricas gravações de Ernesto Nazareth para o selo Discos Marcus Pereira, que já tínhamos publicado aqui, em ripagens muito melhores que as anteriormente disponibilizadas.

ARTHUR MOREIRA LIMA INTERPRETA ERNESTO NAZARETH, VOLUME 1 (1975)

Disco 1
Fon Fon
Confidências
Retumbante
Faceira
Turuna
Ameno Resedá
Batuque
Coração que sente
Duvidoso
Turbilhão de Beijos
Labirinto
Apanhei-te Cavaquinho

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Disco 2
Famoso
Fidalga
Floraux
Nenê
Mercedes
Odeon
Brejeiro
Eponina
Escovado
Passaros em festa
Sarambeque
Vem cá, branquinha
Você bem sabe

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ARTHUR MOREIRA LIMA INTERPRETA ERNESTO NAZARETH, VOLUME 2 (1977)

Disco 1
Bambino
Crê e Espera
Tenebroso
Favorito
Perigoso
O Futurista
Plangente
Dirce
Subtil
Quebradinha
Meigo
Espalhafatoso

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Disco 2
Carioca
Escorregando
Adieu
Sustenta a… Nota
Yolanda
Elegantíssima
Expansiva
Janota
Ouro sobre azul
Improviso
Dora
Pinguin

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“7ª parte da entrevista do pianista Arthur Moreira Lima a Alexandre Dias, em que ele falou sobre sua participação como jurado em um concurso de choro no final da década de 1970, época em que presenciou o renascimento do choro. Falou sobre sua parceria com Elomar, que resultou nos discos Parcelada malunga e ConSertão, e também comentou sobre seu LP Com licença, lançado no início da década de 1980, consolidando sua dedicação à música brasileira. Também mencionou o recital e disco “Bach Meets Chopin” que realizou com João Carlos Martins, e as gravações que ele fez de obras de Chopin, que resultando na gravação da maior parte de seus ciclos, e todas suas obras para piano e orquestra. Falou sobre sua histórica regravação de obras de Ernesto Nazareth em 1982, que teve reconhecimento internacional, e comentou sobre sobre a sua participação na gravadora independente L’Art, da qual ele era um dos sócios.”

 

Em homenagem a Fluminense Moreira Lima, estamos a montar um álbum de figurinhas dos campeões da Copa Rio de 1952. Na imagem, o atacante Mário Pedro, o Marinho (1926-2005).

Vassily

Banchieri, Vecchi, Dowland, Holborne, etc.: Commedia Musicale (Musica Antiqua Ambergensis)

Banchieri, Vecchi, Dowland, Holborne, etc.: Commedia Musicale (Musica Antiqua Ambergensis)

Quando a gente encontra um CD com este nome, o mínimo que se espera é que ele seja engraçado. Este tem alguns bons momentos de comédia, mas acaba mesmo por se surpreender pela qualidade do Musica Antiqua Ambergensis. Um disco bem divertido, ao gosto de Clara Schumann (*) e seus elisabetanos. Bem, talvez seja um CD hilariante, mas faltam os textos pra gente poder rir junto. De qualquer maneira, triste não é.

(*) Ex-participante do PQP Bach. Era uma portuguesa admiradora de Schubert e dos “isabelinos”. Ela sumiu.

Banchieri, Vecchi, Dowland, Holborne, etc.: Commedia Musicale (Musica Antiqua Ambergensis)

Adriano Banchieri Madrigalkomödie “Festino”
01 – Chi Brama Havere (5 St.) – Il Diletto Moderno Per Introduzione (1. Szene) 2:18
02 – Qui Vi Siamo (5 St.) – Gl’ Amanti Morescano (Moresca In Aria Spagnoletta) (7. Szene) 1:22
03 – Contraponto Bestiale Alla Mente (5 St.) (12. Szene) 1:34
04 Anonymous– Pastorella (4 St. Instrumental) 1:18
05 Ludwig Senfl– Mag Ich, Herzlieb, Erwerben Dich 2:34
06 Tobias Wipacher– Geigt auf (4 St.) Regensburg 1614 2:27
07 Hans Leo Haßler– HerzliebZu Dir Allein (5 St.) 2:48
08 Johann Hermann Schein– Suite 15 In G: 1. Padouna (5 St.) – 2. Gagliarda (5 St.) – 3. Courente (5 St.) – 4. Allemande (4 St.) – 5. Tripla (4 St.) 6:14
09 Johann Hermann Schein– So Dir Mein Liebes Brüderlein (5 St.) 3:03
Horatio Vecchi* Madrigalkomodie “Le Veglie Dei Siena” – Prima Veglia (Seconda Proposta)
10 – E Voi Signora Laura (6 St.) (4. Szene) 1:07
11 – Villanella Son Io Ma Bella (3 St.) Imitatione della Villanella (5. Szene) 1:26
12 – O Che Sciolta Favella (6 St.) Applauso (6. Szene) 0:57
13 Anonymous– A L’Entrada (Balada) 1:45
14 Moniot D’Arras– Ce Fu En Mai 2:01
15 Pierre-Francisque Caroubel– Bransle Double De Poictu – Bransle Gay Double (4 St. Instrumental) 1:49
16 Antonio Cebrián– Lágrimas (Canción) (4 St.) 1:36
17 John Dowland– Awake, Sweet Love 2:29
18 John Dowland– Fine Knacks For Ladies 1:56
19 Anthony Holborne– Alman “The Honeysuckle” (5 St. Instrumental) 1:49
20 John Dowland– Woeful Heart 2:40
21 John Dowland– Shall I Sue? 1:47
22 Martin Peerson– Locke Up, Fair Lids (4 St.) 3:03
Horatio Vecchi* Madrigalkomödie “Le Veglie Dei Siena” (Seconda Veglia I Varii Homori Della Musica Moderna)
23 – Fate Silentio (6 St.) – Proemio 2:23
24 – Si Grav’é L Mio Dolore (6 St.) 3:27
25 – Viva La Gioia (5 St.) – L’humor Sveggghiato 1:33
26 – Di Marmo Sete Voi (5 St.) – L’humor Licentioso 2:11
27 – Qual’honor (6 St.) – Complimenti Del Principe A Vegliatori 1:26

Musica Antiqua Ambergensis

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Este cara aí é o Bachieri.

PQP

Aaron Copland (1900-1990): The Complete Music for Solo Piano (Smit)

Aaron Copland (1900-1990): The Complete Music for Solo Piano (Smit)

Este post ficou sem minha inútil introdução por culpa da NET. Mas agora ela finalmente voltou e vocês vão ter que me engolir! Copland não é somente aquele compositor de obras representativas dos States e que Lenny traçou, o compositor também tem boa produção para piano, produto principalmente de seus anos jovens de estudo com Nadia Boulanger, em Paris. Há peças realmente obscuras — complicadíssimas — que revelam que Schoenberg não era estranho a ele. Há outras espaçosas, alegres e estimulantes como suas obras mais famosas para orquestra. E há coisas lindíssimas, como a genial e curtinha Midday Thoughts, escrita quando Copland tinha 82 anos e já estava às portas do Alzheimer. O pianista Smit é um velho amigo e colaborador do compositor. Ninguém melhor do que ele para interpretar esta integral.

Aaron Copland (1900-1990): The Complete Music for Solo Piano

Disc 1
1 Scherzo Humoristique: The Cat and the Mouse (1920)
2 Piano Variations (1930)
3 In Evening Air (1966)
4 Passacaglia (1922)
Piano Sonata (1939-41)
5 I. Molto moderato
6 II. Vivace
7 III. Andante sostenuto
Two Piano Pieces (1982)
8 Midday Thoughts
9 Proclamation
Three Moods (1920-1921)
10 embittered
11 wistful
12 jazzy

Disc 2
1 Petite Portrait (1921)
2 Sentimental Melody (1926)
3 Piano Fantasy (1955-57)
Four Piano Blues (1926-48)
4 Freely Poetic (for Leo Smit)
5 Soft and Languid (for Andor Foldes)
6 Muted and Sensuous (for William Kapell)
7 With Bounce (for John Kirkpatrick)
8 Midsummer Nocturne (1947)
9 The Young Pioneers (1936)
10 Sunday Afternoon Music (1936)
11 Down A Country Lane (1962)
12 Night Thoughts (Homage to Ives) (1972)

Leo Smit, piano

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Copland deveria ser mais conhecido, né?
Copland deveria ser mais conhecido, né?

PQP

Erik Satie (1866-1925): Socrate, hino e melodias (Hannigan, de Leeuw)

Erik Satie (1866-1925): Socrate, hino e melodias (Hannigan, de Leeuw)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Mais um CD de qualidade extraordinária tendo como estrela o soprano Barbara Hannigan. Como 2016 foi o ano do 150º aniversário de nascimento de Erik Satie, Barbara Hannigan e Reinbert de Leeuw apresentam, com grande intensidade expressiva, o mundo sonoro fascinante deste compositor e pianista francês. Hannigan e Leeuw nos permitem descobrir e experimentar composições vocais quase esquecidas de Satie: Trois Mélodies, Trois Autres Mélodies e Hymne. O trabalho principal e título do álbum é a composição Socrate composta por três partes – Portrait de Socrate, Les Bords d’Illissus e Mort de Socrate: música que soa clara, transparente e frágil.

Hannigan e Leeuw durante um papo no jardim
Hannigan e Leeuw durante um papo no jardim

Erik Satie (1866-1925): Socrate, hino e melodias

01. Trois Melodies: Les Anges
02. Trois Melodies: Elegie
03. Trois Melodies: Sylvie
04. Trois Autres Melodies: Chanson
05. Trois Autres Melodies: Chanson medievale
06. Trois Autres Melodies: Les fleurs
07. Hymne
08. Socrate: Portrait de Socrate
09. Socrate: Les Bords d’illissus
10. Socrate: Mort de Socrate

Barbara Hannigan, soprano
Reinbert De Leeuw, piano

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Barbara Hannigan penteia-se para encontrar os fãs de nosso blog
Barbara Hannigan penteia-se para encontrar seus fãs de nosso blog

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – The Sonatas for Piano and Cello – Richter, Rostropovich

Creio que esta seja a terceira vez que estou postando este CD, que considero um de meus favoritos. A qualidade da música e dos músicos envolvidos não deixa dúvidas: esta provavelmente é uma das melhores gravações já realizadas destas obras. 

Este é um daqueles cds fundamentais em minha discoteca, um daqueles que me acompanharia se fosse para viver em uma ilha deserta. A dupla formada por Sviatoslav Richter e Mstislav Rostropovich é a minha favorita para este repertório, desde que comprei esse mesmo cd em formato de LP duplo, há uns vinte e sete anos ou mais. E ainda o tenho guardado ali no armário. Enfim, um cd fundamental, obrigatório. E tenho dito e mais não preciso dizer.

CD 1
01. No. 1- I. Adagio sostenuto – Allegro
02. No. 1- II. Rondo (Allegro vivace)
03. No. 4- I. Andante – Allegro vivace
04. No. 4- II. Adagio – Tempo d’andante – Allegro vivace
05. No. 5- I. Allegro con brio
06. No. 5- II. Adagio con molto sentimento d’affetto
07. No. 5- III. Allegro – Allegro fugato

CD 2
01. No. 2- I. Adagio sostenuto ed espressivo – Allegro molto piu tosto presto
02. No. 2- II. Rondo (Allegro)
03. No. 3- I. Allegro ma non tanto
04. No. 3- II. Scherzo (Allegro molto)
05. No. 3- III. Adagio cantabile – Allegro vivace

Sviatoslav Richter – Piano
Mstislav Rostropovich – Cello

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Rostropovich e um cachorrinho

FDPBach

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 6 (Münchner Philharmoniker, Celibidache)

Anton Bruckner (1824-1896): Sinfonia Nº 6 (Münchner Philharmoniker, Celibidache)

R-7419421-1441138225-2995.jpegSigamos destemidamente em nosso empreendimento. Desta vez, surge a maravilhosa sinfonia número 6. Para ser franco, cada vez que escuto Bruckner, mais impressiono com Bruckner. Como alguém como ele, sujeito capenga, tímido, de alma frágil, compôs trabalhos tão atordoadores? Confesso que não gostava de Bruckner. Achava o seu trabalho demasiadamente extravagante, habitado por divagações forçadas. Cansava-me com facilidade quando ouvia qualquer das suas obras. O “repisamento”, uma impressão de circularidade, a força julgada, em alguns casos, desnecessária, afastou-me por muito tempo desse católico inveterado. Até que um dia, a música de Bruckner me abraçou com força. Não pude me desvencilhar de seu abraço fatal. Hoje, quando o ouço, faço questão de ligar o volume do meu som numa altura considerável. Sei que os vizinhos me olham obliquamente, mas não ligo. Outro dia estava ouvindo a Quarta Sinfonia do mesmo Bruckner com Harnoncourt e alguém comentou: “Só tu mesmo… Tu é doido!”. Forcei um riso de complacência, mas fiquei interiormente a rir em meu silêncio exultante. Cheguei a uma teoria: as sinfonias de Bruckner, Mahler e Shostakovich só podem ser apreciadas quando em volume máximo. Que os vizinhos reclamem; que continuem com os sorrisos de escárnio. Bruckner é uma galáxia e eu me perco nele. Boa apreciação!

Anton Bruckner (1824-1896) – Sinfonia No. 6 em Lá maior
01. Applause I
02. I. Majestoso
03. II. Adagio. Sehr feierlich
04. III. Scherzo. Nicht schnell – Trio. Langsam
05. IV. Finale. Bewegt, doch nicht zu schnell
06. Applause II

Münchner Philharmoniker
Sergiu Celibidache, regente
Gravado ao vivo em Munique, 1991

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Celibidache foi um grande talento e especialista em Bruckner.
Celibidache ensaiando: ele foi um grande talento e especialista em Bruckner.

Carlinus

Anton Bruckner (1824-1896) – Symphony No. 4 in E-flat major “Romântica” (Münchner Philharmoniker, Celibidache)

Postado inicialmente em 6 de novembro de 2010.

Mais uma sinfonia dessa imperdível integral. A “Romântica” de Bruckner, como também é conhecida a Quarta Sinfonia, foi gravada em 1874 e passou por inúmeras revisões até o ano de 1888. Revisionismo era uma palavra que seguiu a carreira de Bruckner. Muitas das suas sinfonias passaram por imensas “remodelagens”. Talvez isso fosse uma traço da insegurança do compositor. Embora a Sinfonia No. 4 tenha o nome de “Romântica”, ela não segue o ideário do “amor romântico” do século XVIII. Bruckner segue um programa medieval, inspirado nas óperas Lohengrin e Siegfried de Richard Wagner. Esqueçamos Wagner e nos fixemos em Bruckner, num dos trabalhos mais belos e populares do seu repertório. Confesso que não gostei tanto da versão do Celibidache. As versões com o Abbado e com o Harnoncourt ficaram bem melhores. Com Abbado eu já postei; com Harnoncourt, ainda postarei. Não deixe de ouvir. Boa apreciação!

Anton Bruckner (1824-1896) – Sinfonia No. 4 em Mi bemol maior – “Romântica”
01 – I – Bewegt, nicht zu schnell
02 – II – Andante quasi Allegretto
03 – III – Scherzo. Bewegt – Trio. Nicht zu schnell. Keinesfalls schleppend
04 – IV – Finale. Bewegt, doch nicht zu schnell

Edition: Robert Haas

Total time: 79:11

Münchner Philharmoniker
Sergiu Celibidache, regente
Gravado ao vivo em Munique, 1991

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Beethoven e Bruckner em vitral na Catedral de Linz, circa 1920

Carlinus

Nota de Pleyel ao repostar: a gravação da 4ª de Bruckner por Harnoncourt/Concertgebouw (aqui) é diametralmente oposta a esta aqui. Eu amo as duas.

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 2 “Ressurreição” (Rattle)

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 2 “Ressurreição” (Rattle)

ABSOLUTAMENTE IM-PER-DÍ-VEL !!!

Se Mahler, em toda a sua vida, tivesse escrito apenas o terceiro movimento da Ressurreição, já teria um lugar garantido na história da música. Mas há o resto, e que resto! Obra espetacular e fundamental na obra de Mahler, a Sinfonia Ressurreição se utiliza de um enorme contingente de músicos. A orquestra é ora tratada convencionalmente, ora separada em pequenos grupos de câmara, tornando-se de poderosa para rarefeita, de delicada para violenta, como se estivesse sofrendo a melhor das psicoses maníaco-depressivas.

Mahler foi o maior regente de seu tempo e sabia o que estava fazendo. A “Ressurreição” é obra cheia de surpresas e que não hesita em utilizar alguns recursos pouco convencionais. Há, por exemplo, grupos de instrumentos que tocam fora do palco. Explico o motivo: os dois últimos movimentos da sinfonia propõem-se a fazer uma representação exterior (se bem que, como Mahler dizia, tudo era representação interior…) de nada menos que o Dia do Juízo Final e da Ressurreição dos mortos. Para tanto, o autor manda alguns instrumentistas (trompetes, trompas, percussão) para fora do palco e de lá, dos bastidores, eles iniciam um conflito fantasmagórico com a orquestra que está no palco. Quando a orquestra do palco executa o suave tema da redenção, de fora vem o som das trompas e da percussão executando o que Mahler dizia representar “as vozes daqueles que clamam inutilmente no deserto”. Depois começa a marcha dos ressuscitados no Juízo Final. Em meio a este tema, as trompas e os trompetes que estão lá atrás nos bastidores – representando agora a enorme multidão de almas penadas -, enchem o ar com seus apelos vindos de todos os lados do palco.

Todo este aparato propõe-se simplesmente a responder à pergunta: “Por que se vive?”.

Jorge de Sena, em 1967, escreveu o seguinte poema sobre esta música:

MAHLER: SINFONIA DA RESSURREIÇÃO

Ante este ímpeto de sons e silêncio,
ante tais gritos de furiosa paz,
ante o furor tamanho de existir-se eterno,
há Portas no Infinito que resistam?

Há infinito que resista a não ter portas
para serem forçadas? Há um paraíso
que não deseje ser verdade? E que Paraíso
pode sonhar-se a si mesmo mais real que este?

Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonia Nº 2 “Ressurreição” (Rattle)

1. Allegro maestoso
2. Andante Moderato
3. In ruhig fliessender bewegung
4. Urlicht. Sehr feierlich, aber schlicht
5. Im Tempo des Scherzos.
Wild herausfahrend
Wieder sehr breit
Ritardando…Maestoso
Wieder zuruckhaltend
Langsam. Misterioso
Etwas bewegter
Mit Aufschwung aber nicht eilen

Birmingham Symphony Orchestra with
Arleen Auger, Dame Janet Baker
Conducted by Simon Rattle

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Mahler sendo pai e marido.

PQP

Georg Philipp Telemann (1681-1767): Kleine Cammer-Music (Camerata Köln)

Georg Philipp Telemann (1681-1767): Kleine Cammer-Music (Camerata Köln)

Se você gosta de música barroca de câmara bem tocada, com bom equilíbrio, estilo sem afetações, com instrumentos originais, esse CD Kleine Cammer-Music da Camerata Köln é um ótimo download. É ideal tanto para ouvintes que desejam mergulhar no universo de Telemann quanto para quem quer ficar tranquilo num fim de tarde ou em leituras, como faz a moça da capa. (Ou aquilo seria uma partitura?) Dá até para esquecer uma derrota em Gre-Nal. Quem espera interpretações extremamente livres ou ornamentadas pode achar contida esta versão mais contida. A Camerata Köln opta por elegância e clareza, transparência sonora e diálogo entre os instrumentos, em vez de virtuosismo pavão.

Georg Philipp Telemann (1681-1767): Kleine Cammer-Music (Camerata Köln)

Kleine Cammer-Music (Petite Musique De Chambre)
Partita 1 For Oboe And B.c. In B Flat Major / B-Dur, TWV 41:B1 (6:31)
1 Con Affetto 1:53
2 Aria 1. Presto 1:17
3 Aria 2. Dolce 2:38
4 Aria 3. Vivace 1:06
5 Aria 4. Largo 2:14
6 Aria 5 0:38
7 Aria 6. Largo 0:51

Partita 6 For Recorder And B.c. In E Flat Major / Es-Dur, TWV 41:Es1 (5:20)
8 Affettuoso 1:52
9 Aria 1. Presto 0:48
10 Aria 2. Vivace 1:13
11 Aria 3. Tempo Di Ciacona 1:20
12 Aria 4. Allegro 0:43
13 Aria 5. Allegro 1:46
14 Aria 6. Tempo Di Minuetto 2:21

Partita 4 For Viola Da Gamba And B.c. In G Minor / G-Moll, TWV 41:G2 (10:17)
15 Grave 1:59
16 Aria 1. Allegro 0:51
17 Aria 2. Allegro 1:53
18 Aria 3. Tempo Di Minuetto 0:57
19 Aria 4. Allegro 1:44
20 Aria 5. Tempo Giusto 1:24
21 Aria 6. Allegro Assai 2:07

Partita 3 For Oboe And B.c. In C Minor / C-Moll, TWV 41:c1 (8:40)
22 Adagio 1:27
23 Aria 1. Presto 0:46
24 Aria 2. Vivace 1:01
25 Aria 3. Vivace 1:15
26 Aria 4. Allegro 0:37
27 Aria 5. Vivace 1:27
28 Aria 6. Presto 0:57

Partita 2 For Transverse Flute And B.c. In G Major / G-Dur, TWV 41:G2 (10:51)
29 Siciliana 1:25
30 Aria 1. Allegro 1:07
31 Aria 2. Allegro 1:26
32 Aria 3. Vivace 0:56
33 Aria 4. Affettuoso 2:38
34 Aria 5. Presto 0:43
35 Aria 6. Tempo Di Minuetto 2:36

Partita 5 For Violin And B.c. In E Minor / E-Moll, TWV 41:e1 (9:29)
36 Andante 1:20
37 Aria 1. Vivace 1:23
38 Aria 2. Presto 0:57
39 Aria 3. Vivace 1:02
40 Aria 4. Siciliana 2:39
41 Aria 5. Vivace 1:24
42 Aria 6. Presto 0:44

Cello – Rainer Zipperling
Ensemble – Camerata Köln
Flute – Michael Schneider (2)
Harpsichord, Organ [Trunk Organ] – Sabine Bauer
Oboe – Hans-Peter Westermann
Traverso [Transverse Flute] – Karl Kaiser
Viola da Gamba – Julie Borsodi
Violin – Mary Utiger

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The Rolling Stones

PQP

G. F. Handel (1685-1759): Handel Arias (Danielle de Niese, Christie)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

O aparecimento de Danielle de Niese foi assombroso. Imaginem que ela estrou no Met com 19 anos… Em 2007, aos 28, fez sua estreia com este disco que hoje disponibilizamos para vocês. Hoje, ela já tem 46 e cresceu bem bonita. Este CD trata-se de um notável recital de árias de óperas de Handel, algumas familiares e outras relativamente obscuras. A forma espontânea de de Niese dá-nos a fantasia de que está cantando apenas para seu próprio prazer. Faz as pirotecnias exigidas por Handel com leveza, bom humor e segurança, mas está também em casa na gravidade emocional dos lamentos Lascia Ch’io Pianga, de Rinaldo, e Piangerò la sorte mia, de Giulio Cesare. William Christie conduz maravilhosamente a Les Arts Florissants. Um disco espetacular. Não gostou? Morra!

G. F. Handel (1685-1759): Handel Arias (Danielle de Niese)

1. Giulio Cesare / Act 3 – “Da tempeste il legno infranto” 6:16
2. Rinaldo / Act 2 – “Lascia ch’io pianga” 5:02
3. Alcina / Act 1 – Tornami a vagheggiar 4:32
4. Teseo, HWV 9 / Act 2 – Dolce riposo 3:51
5. Teseo, HWV 9 / Act 2 – Ira, sdegni…O stringerò nel sen 4:36
6. Apollo e Dafne (La terra è liberata) – Aria: “Felicissima quest’alma” 5:49
7. Ariodante HWV 33 / Act 2 – “Il mio crudel martoro” 11:11
8. Rinaldo / Act 2 – Vo’ far guerra 7:31
9. Amadigi di Gaula / Act 1 – Ah! Spietato! 5:33
10. Semele HWV 58 / Act 3 – Myself I shall adore 7:34
11. Giulio Cesare / Act 3 – “Piangerò la sorte mia” 6:20
12. Semele HWV 58 / Act 1 – Endless Pleasure, Endless Love 3:32

Danielle de Niese
Les Arts Florissants
Conducted by William Christie

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Danielle é um espanto só.

PQP

G. F. Handel (1685-1759): Il Delirio Amoroso (Dessay / Haïm)

G. F. Handel (1685-1759): Il Delirio Amoroso (Dessay / Haïm)

A soprano Natalie Dessay e a cravista e regente Emmanuelle Haim unem-se neste belo programa de duas cantatas solo de Handel, além de uma importante ária de Aci, Galatea e Polifemo (a versão italiana, não a em inglês, composta dez anos depois). Estas duas musicistas francesas já tinham unido suas forças em duas magníficas gravação de 2004: L’Orfeo de Monteverdi e outro Handel delicioso: Arcadian Duets. A voz de Dessay fez dela uma famosa intérprete de Mozart e músicas do bel canto, mas ultimamente ela tem feito incursões por Strauss e Massenet. No entanto, ela parece especialmente adequada para Handel. Le Concert d’Astrée é uma excelente orquestra. A cantata de abertura, Il Delirio Amoroso, com texto do cardeal Pamphili, é o lamento de Clori sobre a morte de Tirsi e inclui solos de destaque para oboé, violino, violoncelo e flauta. Da mesma forma, a ária de Aci – a mais longa e indiscutivelmente a melhor faixa do disco – enfatiza o solo vocal através de um instrumental brilhante que, paradoxalmemente, serve para lembrar o narrador de sua solidão. Parecido com a cantata de abertura, mas mais conciso, Mi palpita il cor também lida com a angústia de amor perdido e, novamente, um solo de oboé faz dueto com Dessay em contraponto melódico. Um baita disco.

G. F. Handel (1685-1759): Il Delirio Amoroso (Dessay / Haïm)

1) Introduzione
2) Recitative: Da Quel Giorno Fatale
3) Aria (Allegro): Un Pensiero Voli In Ciel
4) Recitative: Ma Fermati Pensier
5) Aria: Per Te Lasciai La Luce
6) Recitative: Non Ti Bastava Ingrato
7) Aria: Lascia Omai Le Brune Vele
8. Recitative: Ma Siamo Giunti In Lete
9) Entrée
10) Minuet: Inquesto A Mene Piaggie Serene
11) Recitative: Si Disse Clori
12) Minuet
Aci, Galatea E Polifemo
13) Aria: Qui L’augel Da Pianta In Pianta Lieto Vola (Aci)
Mi palpita Il Cor
14) Adagio: Mi Palpita Il Cor
15) Allegro: Agitata É L’alma Mia
16) Recitativo: Tormento E Gelosia
17) Aria (Largo): Ho Tanti Affanni In Petto
18) Recitativo: Clori Dite Mi Lagno
19) Aria (Allegro): S’un Di M’adora La Mia Crudele

Natalie Dessay, soprano
Le Concert D’Astrée
Emmanuelle Haïm, direction

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Dessay e Haïm trabalhando para você.

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827) – Complete Sonatas for Piano & Violin – Midori Seiler, Jos van Immerseel

Estou renovando aqui uma postagem lá de 2018, nem tão antiga assim, mas mesmo assim, muita água já passou por baixo da ponte. Vale conferir, os dois intérpretes aqui são feras e referências em seus instrumentos. Além disso, é Beethoven, pôxa, com uma abordagem ‘diferente’. 

Por que nunca nos cansamos de postar cds com obras de Beethoven? Ora, porque se trata de Beethoven … mais do que isso se torna redundante falar ou explicar.
Achei esta coleção em um velho HD externo que estava guardado já há algum tempo, e me supreendi ao ouvi-lo, não que ouvir o pianista van Immerseel ainda me supreenda, mas a sonoridade dos instrumentos, não digo apenas do pianoforte, mas o som do violino de Midori Seiler é incrível. Soa por vezes rústico, nos oferecendo um Beethoven diferente daquele que estamos acostumados a ouvir, principalmente aquelas leituras mais românticas por assim dizer.
Amo estas obras, e não canso de ouvi-las, talvez nunca canse, e esta é daquelas gravações que se possível devem ser ouvidas com um bom fone de ouvido para podermos melhor captar os detalhes da obra.
Lembro de que se trata de interpretações com instrumentos de época, com dois especialistas na área, o piano de Immerseel foi construído em 1888 e o violino de Midori é um violino barroco construido com modelo de um instrumento do século XVIII, semelhante ao utilizado por Beethoven na composição destas obras.

CD 1

01. Violin Sonata No.5 in F major, op.24 ‘Spring’ – I. Allegro
02. Violin Sonata No.5 in F major, op.24 ‘Spring’ – II. Adagio molto espressivo
03. Violin Sonata No.5 in F major, op.24 ‘Spring’ – III.Scherzo. Allegro molto
04. Violin Sonata No.5 in F major, op.24 ‘Spring’ – IV. Rondo. Allegro ma non troppo
05. Violin Sonata No.1 in D major, op.12, no.1 – I. Allegro con brio
06. Violin Sonata No.1 in D major, op.12, no.1 – II. Tema con variazoni.
07. Violin Sonata No.1 in D major, op.12, no.1 – III. Rondo. Allegro
08. Violin Sonata No.2 in A major, op.12, no.2 – I. Allegro vivace
09. Violin Sonata No.2 in A major, op.12, no.2 – II. Andante più tosto allegretto
10. Violin Sonata No.2 in A major, op.12, no.2 – III. Allegro piacèvole
11. Violin Sonata No.3 in E flat major, op.12, no.3 – I. Allegro con spirito
12. Violin Sonata No.3 in E flat major, op.12, no.3 – II.Adagio con molta espressione
13. Violin Sonata No.3 in E flat major, op.12, no.3 – III. Rondo Allegro molto

CD 2

1 Sonata No. 6 in A, Op. 30 No. 1: I. Allegro
2 Sonata No. 6 in A, Op. 30 No. 1: II. Adagio molto espressivo
3 Sonata No. 6 in A, Op. 30 No. 1: III. Allegretto con variazioni
4 Sonata No. 7 in C Minor, Op. 30 No. 2: I. Allegro con brio
5 Sonata No. 7 in C Minor, Op. 30 No. 2: II. Adagio cantabile
6 Sonata No. 7 in C Minor, Op. 30 No. 2: III. Scherzo. Allegro
7 Sonata No. 7 in C Minor, Op. 30 No. 2: IV. Finale. Allegro
8 Sonata No. 10 in G, Op. 96: I. Allegro moderato
9 Sonata No. 10 in G, Op. 96: II. Adagio espressivo
10 Sonata No. 10 in G, Op. 96: III. Scherzo. Allegro
11 Sonata No. 10 in G, Op. 96: IV. Poco allegretto – Adagio espressivo – Allegro

CD 3

1 Sonata No. 4 in A Minor, Op. 23: I. Presto
2 Sonata No. 4 in A Minor, Op. 23: II. Andante scherzoso più allegretto
3 Sonata No. 4 in A Minor, Op. 23: III. Allegro molto
4 Sonata No. 8 in G, Op. 30 No. 3: I. Allegro assai
5 Sonata No. 8 in G, Op. 30 No. 3: II. Tempo di minuetto ma molto moderato e grazioso
6 Sonata No. 8 in G, Op. 30 No. 3: III. Allegro vivace
7 Sonata « Kreutzer » No. 9 in A, Op. 47: I. Adagio sostenuto – Presto
8 Sonata « Kreutzer » No. 9 in A, Op. 47: II. Andante con variazioni
9 Sonata « Kreutzer » No. 9 in A, Op. 47: III. Presto

Midori Seiler – Violin
Jos Van Immerseel – Pianoforte

CD 3 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE

CDS 1 E 2 – BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE 

FDP
 

.: interlúdio :. Wilbur Harden & John Coltrane: Tanganyika Strut (1958) / John Coltrane: Kulu Sé Mama (1965)

Dois discos pouco conhecidos de John Coltrane, discos com nome um tanto complicado de se pronunciar, mas a música não é complicada. O de 1965 é da fase em que Coltrane queria expandir seu quarteto e trouxe músicos adicionais incluindo o saxofonista Pharoah Sanders, mas o conjunto da obra é menos vanguardista do que outros discos dos últimos anos de vida de John Coltrane. E o de 1958 é da época em que Coltrane tocava frequentemente com Miles Davis, mas aqui o trompetista que divide a liderança do grupo é outro, Wilbur Harden (1924 – 1969). Harden toca também o flugelhorn, com seu som mais agudo que o do trompete. Os arranjos aqui são bem convencionais mas os solos… acho que geniais e impressionantes não são palavras inadequadas.

Wilbur Harden & John Coltrane: Tanganyika Strut
1. Tanganyika Strut – 9:57
2. B.J. – 4:32
3. Anedac – 5:12
4. Once in a While – 9:28
Recorded on June 24 and May 13 1958.

John Coltrane: Kulu Sé Mama
1. Kulu Sé Mama (Juno Sé Mama) (18:50)
2. Vigil (9:51)
3. Welcome (5:24)

John Coltrane — tenor saxophone
McCoy Tyner — piano (tracks 1, 3)
Jimmy Garrison — double bass (tracks 1, 3)
Elvin Jones — drums
Frank Butler — drums, vocals (track 1)
Pharoah Sanders — tenor saxophone, percussion (track 1)
Donald Rafael Garrett — clarinet, double bass, percussion (track 1)
Juno Lewis — vocals, percussion, conch shell, hand drums (track 1)
Recorded:
United Western Recorders, Hollywood, California, October 14, 1965 (track 1)
Van Gelder Studio, New Jersey, June 10-16, 1965 (tracks 2, 3)

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – Tanganyika Strut

BAIXE AQUI – DOWNLOAD HERE – Kulu Sé Mama

John Coltrane e Bob Thiele, produtor de álbuns como Ballads, A Love Supreme e Kulu Se Mama

Pleyel

Carmina Burana — Le Mystere de la Passion (Século XIII) (Ensemble Organum, Marcel Pérès)

Carmina Burana — Le Mystere de la Passion (Século XIII) (Ensemble Organum, Marcel Pérès)

IM-PRES-SIO-NAN-TE !!!

Impressionante mesmo que faz o Ensemble Organum de Marcel Pérès neste CD duplo. Há trechos sublimes e outros decididamente fantasmagóricos (ouvir a faixa 2-19 [39], por exemplo). Mas vamos a alguns detalhes.

Originário do mosteiro de Benediktbeuren, o manuscrito de Carmina Burana incluía muito pouca música religiosa. O Grande Mistério da Paixão é uma das raras peças realmente sacras. Composta durante o século XIII, enquadra-se admiravelmente na tradição dos dramas litúrgicos e apresenta uma teatralização dos personagens que prenuncia os grandes mistérios do século XV. Obra-prima de um certo classicismo medieval, essa paixão foi encenada em 1988 pelo Atelier Lyrique du Rhin, em colaboração com o Ensemble Organum. Em alguns momentos, parece canto gregoriano, depois há solos vocais de grande beleza e virtuosismo. Vale a pena conhecer. Os idiomas são variados. Uma loucura.

Este título foi lançado pela primeira vez em 1990.

Mas Carmina Burana? Pois é. Carmina Burana (em português: “Canções de Beuern”, sendo “Beuern” uma redução de Benediktbeuern, município situado na Baviera) é o título, em latim, de um manuscrito de 254 poemas e textos dramáticos, datados, em sua maioria, dos séculos XI e XII, sendo alguns do século XIII. As peças são, em geral, picantes, irreverentes e satíricas e escritas em latim medieval, embora algumas tenham sido escritas em médio-alto-alemão, com alguns traços de francês antigo ou provençal. Há também partes macarrônicas, numa mistura de latim vernáculo com alemão ou francês.

Carmina Burana – Le Mystere de la Passion

Procession Des Rameaux
1-1 Hymne Vexilla Regis 4:29
1-2 Antiphone Cum Appropinquaret Dominus Jerosolyman 4:41
1-3 Antiphone Cum Audisset Populus 4:22
1-4 Hymne Gloria Laus 3:08
Scène De Marie-Madeleine
1-5 Marie-Madeleine Mundi Delectatio 2:10
1-6 Intervention Du Marchand Michi Confer, Venditor 1:29
1-7 Première Intervention De L’Ange O Maria Magdalena 1:15
1-8 Intervention De L’Amant Wol Dan, Minnekliche Chint 0:36
1-9 Deuxième Intervention De L’Ange O Maria Magdalena 1:15
1-10 Courtisane Mundi Delectatio 2:01
1-11 Troisème Intervention De L’Ange O Maria Magdalena 1:31
1-12 Remords De Marie-Madeleine Heu, Vita Preterita 1:22
1-13 Quatrième Intervention De L’AngeDico Tibi 0:35
1-14 Renoncement De Marie-Madeleine Hinc, Ornatus Seculi 1:33
1-15 Chantres: Accessit Ad Pedes Iesu 3:51
1-16 Prière De Marie-Madeleine Iesus Troest Der Sele Min 1:05
1-17 Jésus: Absolution de Marie-Madeleine Fides Tua Salvum Te Fecit 1:44
1-18 Lamentation De Marie-Madeleine Sur Ses Péchés Awe, Awe 2:54
Scène De Lazare
1-19 Procession D’Enterrement: Antiphone Ego Sum Resurrectio Et Vita 3:27
1-20 Résurrection De Lazarre 2:34
1-21 Profession De Foi De Lazare: Repons: Si Ambulem In Medio Umbre Mortis 4:56
Trahison De Judas
1-22 Judas O Pontifices, O Viri Magni Consilii 1:31
Procession Avant La Messe
1-23 Repons Ingrediente Domino 3:26
Messe Des Rameaux
1-24 Introït Domine, Ne Longe Facias 6:29
1-25 Graduel Tenuisti Manum Dexteram Mean 7:34
Messe Des Rameaux
2-1 Trait Deus, Deus Meus 12:25
Passion De Notre Seigneur Jésus-Christ
2-2 Jésus Au Mont Des Oliviers 5:36
2-3 Arrestation De Jésus 5:15
2-4 Prière Des Saintes Femmes: Repons Angelis Suis 4:23
2-5 Reniement De Pierre Comprehendentes Autem Eum 2:17
Le Procès
2-6 Conseil Des Grands-Prêtres Collegerunt Pontifices 4:17
2-7 Repons Astiterunt Reges Terrae 2:41
2-8 Jésus Devant Pilate Et Hérode 1:09
2-9 Repons Astiterunt Reges 0:59
2-10 Jésus Devant Pilate 1:14
Flagellation De Jésus
2-11 Repons Omnes Amici Mei 2:33
2-12 Dernier Dialogue Entre Pilate Et Jésus 3:25
2-13 Repentir De Judas Penitet Me Graviter 1:26
2-14 Lamentation Des Femmes De Jérusalem Pendant Le Chemin De Croix 2:09
Le Golgotha
2-15 Crucifixion 2:02
2-16 Lamentation De Marie Awe, Awe 5:21
2-17 Flete Fideles 3:22
2-18 Marie Planctus Ante Nescia 5:29
2-19 Jean Et Dernières Paroles Du Christ 3:07
Déposition
2-20 Hymne Crux Fidelis 7:32

Ensemble Organum
Marcel Pérès

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O monastério de Benediktbeuern.

PQP

In Memoriam Arthur Moreira Lima – Coleção Meu Piano/Três Séculos de Música para Piano – Parte 6 de 11: Volumes 4, 8, 21 e 26 (Beethoven/Mozart & Haydn/Mozart/Mozart II)

Para honrar a memória e celebrar o legado extraordinário de Arthur Moreira Lima, um dos maiores brasileiros de todos os tempos, publicaremos a integral da coleção Meu Piano/Três Séculos de Música para Piano – seu testamento musical – de 16 de julho, seu 85° aniversário, até 30 de outubro de 2025, primeiro aniversário de seu falecimento. Esta é a sexta das onze partes de nossa eulogia ao gigante.


Partes:   I   |   II   |   III   |   IV   |   V   |   VI   |   VII   |   VIII   |   IX   |     |   XI

No minuto derradeiro do concerto [no. 3] de Rachmaninoff, durante a coda, em meio ao crescendo da orquestra rumo ao apoteótico final da peça, Arthur levantou os olhos do piano e se deixou levar. Admirou entorpecido aquela deslumbrante sala lotada, como quem sonha acordado. Atrás de si, era fitado por um gigantesco retrato de Tchaikovsky. Os dedos agiam por conta própria no teclado. Nesses segundos, ele teve a dimensão do momento, a exata sensação de que uma fase de sua vida terminava, num espetacular rito, diante dos melhores do planeta. Desceu a mão com força descomunal no último acorde, levantou-se quase saltando e foi aplaudido com furor. Quase vinte minutos. Soltou um grito primal, entre lágrimas, mandando a modéstia, e o resultado do concurso, às favas:

– P***a, consegui… Eu cheguei até aqui…, repetia, enquanto se curvava em agradecimentos.


Nesse trecho de “O Piano e a Estrada” (Casa Maior Editora, 2009 – fora de catálogo, mas facilmente disponível no grande brique da interné), Marcelo Mazuras descreve a epifania que abraçou Arthur Moreira Lima nos momentos derradeiros de sua gloriosa participação no Concurso Tchaikovsky de 1970, na Grande Sala do Conservatório de Moscou. Favorito do público (“Arthur – nosso“, lembram?), aclamado pelos pares (como o gigante Emil Gilels, que o chamou de “um artista maduro, com sua própria paleta de sons” num edital do Pravda para os 250 milhões de soviéticos), e veterano de mais vivências do que parecia caber em seus recém-feitos trinta anos, nosso herói punha assim um fim a seu período formativo para dar partida no resto de sua vida.

Com duas filhas pequenas, Beatriz e Martha (um nome que é prova cabal de que a disputa com La Argerich em 1965 não deixou qualquer ressentimento, só admiração), e sem a bolsa do Ministério da Cultura da União Soviética, poderia haver alguma preocupação com carnês a pagar. Arthur, todavia, parece ter dispensado o anticlimático ritual de passagem que aflige todos os formandos, aquela memorável noite em que se vai dormir estudante e se acorda desempregado. Afinal, as muitas láureas nos concursos, aqueles moedores implacáveis de tantos bons pianistas, garantiram chuvas de convites. Seu equipamento era o melhor possível: a reputação de virtuoso jovem e carismático; mãos que coriscavam um repertório de vinte e quatro concertos e tantos quantos programas de recitais solo; um som tão russo quanto o dos grandes mestres daquela Escola; e um passaporte brasileiro que permitia uma liberdade de movimentos muito maior que a de seus colegas soviéticos, sempre amarrados por autorizações de saída, vistos de entrada e arapongas de butuca.

A supernova do piano contemplou brevemente a possibilidade de voltar ao Brasil, mas os prantos e o tilintar do chumbo que de cá ouvia disseram-lhe que não, não era ainda hora de voltar. Disposto a afinal colocar em seus bornais algo além de rublos, e já com alguns anos de gravações e concertos programados em várias repúblicas da União Soviética, Arthur escolheu então sua nova morada: seria Viena, uma metrópole tão encharcada de Arte quanto Moscou, donde poderia com facilidade lançar incursões para os dois lados da férrea Cortina.

Deu muito certo, certo até demais: sua agenda abarrotada fez seu apartamento vienense receber quase mais pernoites de colegas ilustres, como o amigo Emil Gilels e a supracitada Martha Argerich, que dele próprio. Em alguns anos, talvez saudoso de algo do calor e da radiação ultravioleta de sua São Sebastião natal, o carioca zarparia para Barcelona, acompanhando a esposa, a diplomata e pianista Eliana. Mal conseguiu gastar os solados das chinelas catalãs, ocupadíssimo que estava com intensas turnês. Numa delas, num dia de clima especialmente miserável na brumenta Glasgow, rodeado por escoceses de sotaque tão espesso que não conseguia entender, enfim perguntou-se:

– O que eu tô fazendo aqui???

A grande ficha caíra. No final da Década de Sangue e Chumbo, o Brasil estava cada vez mais a chamar de volta sua tanta gente que partira em aviões e rabos de foguete. Nosso herói, enfim, atenderia seu chamado, não sem antes iniciar uma guinada de repertório e rumos que culminaria, anos mais tarde, na boleia dum caminhão-teatro, com o mais épico capítulo da história do Piano Brasileiro.


ARTHUR MOREIRA LIMA – MEU PIANO/TRÊS SÉCULOS DE MÚSICA PARA PIANO
Coleção publicada pela Editora Caras entre 1998-99, em 41 volumes
Idealizada por Arthur Moreira Lima
Direção artística de Arthur Moreira Lima e Rosana Martins Moreira Lima


Volume 4: BEETHOVEN – SONATAS FAMOSAS

Ludwig van BEETHOVEN (1770-1827)

Sonata para piano no. 8 em Dó menor, Op. 13, “Patética”
1 – Grave – Allegro di molto e con brio
2 – Andante cantabile
3 – Rondo: Allegro

Sonata para piano no. 14 em Dó sustenido menor, Op. 27 no. 2, “Luar”
4 – Adagio sostenuto
5 – Allegretto
6 – Presto agitato

Sonata para piano no. 23 em Fá menor, Op. 57, “Appassionata”
7 – Allegro assai
8 – Andante con moto
9 – Allegro ma non troppo

Arthur Moreira Lima, piano

Gravação: St. Philip’s Church, Londres, Reino Unido, 1997
Engenheiro de som: Peter Nicholls
Idealização e direção musical: Arthur Moreira Lima
Idealização, direção musical, produção e edição: Rosana Martins Moreira Lima
Piano: Steinway & Sons, Hamburgo
Remasterização: Rosana Martins Moreira Lima

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Volume 8: MOZART & HAYDN

Wolfgang Amadeus MOZART (1756-1791)

Concerto para piano e orquestra n° 22 em Mi bemol maior, K. 482
1 – Allegro (cadenza: Arthur Moreira Lima)
2 – Andante
3 – Allegro (cadenza: Arthur Moreira Lima)

Franz Joseph HAYDN (1732-1809)

Concerto para piano e orquestra em Sol maior, Hob. XVIII:4
4 – Allegro moderato
5 – Adagio
6 – Rondo: Presto

Arthur Moreira Lima, piano
Orquestra de Câmara de Moscou
Rudolf Barshai, regência

Gravações: Estúdio no. 1 da Rádio de Moscou, União Soviética, 1971 (Mozart) e 1974 (Haydn)
Engenheiro de som: Igor Veprintsev
Produção: Larysa Abelyan
Piano: Steinway & Sons, Hamburgo
Remasterização: Rosana Martins Moreira Lima, na Cia. de Áudio, São Paulo, 1998.

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Volume 21: MOZART – SONATAS CÉLEBRES

Wolfgang Amadeus Mozart

Sonata para piano em Lá menor, K. 310
1 –  Allegro maestoso
2 -Andante cantabile con espressione
3 – Presto

Sonata para piano em Fá maior, K. 332
4 – Allegro
5 – Adagio
6 – Allegro assai

Sonata para piano em Ré maior, K. 576
7 – Allegro
8 – Adagio
9 – Allegretto

Arthur Moreira Lima, piano

Gravação: Rosslyn Hill Chapel, Hampstead, Londres, Reino Unido, 1999
Engenheiro de som: Peter Nicholls
Idealização e direção musical: Arthur Moreira Lima
Idealização, direção musical, produção e edição: Rosana Martins Moreira Lima
Piano: Steinway & Sons, Hamburgo
Remasterização: Rosana Martins Moreira Lima

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Volume 26: MOZART II

Wolfgang Amadeus MOZART

Concerto para piano e orquestra n° 23 em Lá maior, K. 488
1 – Allegro
2 – Adagio
3 – Allegro assai

Rondó em Ré maior para piano e orquestra, K. 382
4 – Allegretto grazioso

Arthur Moreira Lima, piano
Orquestra de Câmara de Moscou
Rudolf Barshai, regência

Gravações: Estúdio no. 1 da Rádio de Moscou, União Soviética, 1971
Engenheiro de som: Igor Veprintsev
Produção: Larysa Abelyan
Piano: Steinway & Sons, Hamburgo
Remasterização: Rosana Martins Moreira Lima

Sonata para piano em Lá menor, K. 331
5 – Andante grazioso – Tema con variazioni
6 – Menuetto
7 – Alla turca: Allegretto

Gravação: Rosslyn Hill Chapel, Hampstead, Londres, Reino Unido, 1999
Engenheiro de som: Peter Nicholls
Idealização e direção musical: Arthur Moreira Lima
Idealização, direção musical, produção e edição: Rosana Martins Moreira Lima
Piano: Steinway & Sons, Hamburgo
Remasterização: Rosana Martins Moreira Lima, na Cia. de Áudio, São Paulo, 1998.

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Dentro da insana agenda de Arthur como astro internacional nos anos 70, destaca-se sua relação muito especial com o Japão. A notória devoção japonesa ao Chopin polonês – que outro país do mundo tem uma Revista Chopin mensal? – converteu-se, naturalmente, em muito apetite pela arte do Chopin de Estácio, que voltaria ao país por doze anos consecutivos, legando-nos, entre outros, estes frutos colhidos do pomar do – quem mais? – Instituto Piano Brasileiro:



Um primoroso LP da Denon/Nippon Columbia (1976) com som imaculado e uma leitura das valsas de Chopin ainda melhor que sua outra, lançada na década seguinte.


Um dos recitais da maratona (doze concertos em vinte dias) da primeira visita de Arthur ao Japão, em 1976, que também rendeu o álbum acima.



Outro álbum primoroso da Denon/Nippon Columbia, totalmente dedicado a Chopin (1978)



Outro recital, de inda outra maratona japonesa, no mesmo 1984 em que Arthur fez sua gravação legendária do Rach 3.


Shopan wa suki desu ka?

 


“6ª parte da entrevista do pianista Arthur Moreira Lima a Alexandre Dias, em que ele falou sobre o disco de Chopin que gravou pela Marcus Pereira em 1976, sua ligação com o Japão nesta época, e o novo repertório que passou a explorar nesta época, ligando-se a músicos populares, incluindo músicos de choro, como Época de Ouro e Waldir Azevedo. Comentou sobre como foi sua volta ao Brasil, em meio a uma plena carreira internacional de sucesso, falou sobre outros LPs que gravou pela Marcus Pereira e Kuarup, e sobre sua admiração por Radamés Gnattali, com quem teve bastante contato, chegando a gravar e estrear obras suas. Por fim, falou sobre sua admiração por outro grande mestre, o Laércio de Freitas, que fez os arranjos de músicas de Piazzolla que Arthur depois gravou em disco.”

 

 

Em homenagem a Fluminense Moreira Lima, seguimos com o álbum de figurinhas dos campeões da Copa Rio de 1952. Na imagem, o  imberbe lateral-esquerdo João Ferreira, vulgo Bigode (1922-2003). Escalado para a infame tarefa de marcar Alcides Ghigghia no Maracanazo de 16 de julho de 1950, só não foi mais massacrado pela opinião pública que o arqueiro Barbosa após o tento da virada uruguaia. A conquista da Copa Rio, em 1952, foi sua redenção no mesmo gramado que antes o condenara – e, não, não encontrei qualquer imagem do moço com o adereço piloso homônimo.

Vassily

Beethoven (1770-1827): Grande Fuga e Quarteto Op. 132 (Narratio Quartet)

Beethoven (1770-1827): Grande Fuga e Quarteto Op. 132 (Narratio Quartet)

Um muito querido amigo montou este CD para mim com duas obras da caixa de 4 CDs ao lado. O disco ficou assim: inicia pela Grande Fuga e termina com o Op. 132, o meu quarteto preferido. Acho que o amigo sabia do meu amor pelo Op. 132 e por certas interpretações da Grande Fuga. Porém, quando o ouvi pela primeira vez, achei que era o Quarteto Op. 130, mais ligado à Grande Fuga, ou seja, não reconheci meu lindo quartetão. Também pudera, era outra música — os holandeses do Narratio Quartet usam instrumentos de época para se aproximarem da sonoridade histórica dos séculos XVIII-XIX. Então, eles tocam os quartetos de Beethoven com cordas de tripa e os arcos típicos do século XIX. Também aplicam práticas de interpretação historicamente informadas: comedidos vibrati, uso de deslizamento entre notas, tempos mais flexíveis e articulação que busca lembrar como se tocava na época de Beethoven. Até aí, tudo bem, só que sei lá. Tanto sei lá que meus ouvidos discordariam da hipotética frase “Narratio Quartet toca Beethoven como se estivéssemos em 1820”. Por exemplo, o último movimento do 132 é um Allegro Appassionato que me pareceu incompatível com a forma de narração adotada pelos meninos do quarteto (sim, escrevi “Tempos mais flexíveis” ali atrás, não sou tão trouxa). São muitas vírgulas e travessões num texto que deve fluir como uma dança, na minha opinião. O som é sempre lindo mas algumas escolhas parecem meio malucas. Não tenho nada contra, só que às vezes não dá certo. E às vezes dá, pois há momentos realmente lindos, como em alguns trechos do Fugão e do imenso movimento central do 132. Vale muito conferir.

Beethoven (1770-1827): Grande Fuga e Quarteto Op. 132 (Narratio Quartet)

1 Grande Fuga, Op.133

2 String Quartet Op. 132 in A Minor – I. Assai sostenuto. Tempo Allegro
3 II. Allegro ma non tanto
4 III. Heiliger Dankgesang eines Genesenen an die Gottheit, in der lydischen Tonart
5 V. Alla marcia, assai vivac
6 V. Allegro appassionato

Narratio Quartet:
Johannes Leertouwer, violin (Antonius et Hieronymus Fr. Amati, Cremona 1619)
Franc Polman, violin (Pieter Rombouts, Amsterdam ca. 1690)
Viola de Hoog, cello (Giovanni Battista Guadagnini, Milan ca. 1750, on loan from NMF)
Dorothea Vogel, viola (Ludovico Rastelli, Genoa, ca. 1800)

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O nome da violoncelista é Viola. Essa escapou por pouco.

PQP

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Os 5 Concertos para Piano (Pletnev)

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Os 5 Concertos para Piano (Pletnev)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

Apenas pelo fato de serem os cinco concertos para piano de Beethoven já seria imperdível. Só que devemos somar a isso o fato de estarmos frente uma gravação que é um belo petardo desferido pela Deutsche Grammophon em 2007 e que agora chega aos privilegiados ouvidos pequepianos. Pletnev, Gansch e a Orquestra Nacional russa realizam um prodígio que você deve ouvir. Pletnev é um pianista de pianistas, um cara efetivamente genial. Trata-se de um gênio renascentista — pianista, maestro, compositor e empreendedor cultural, foi ele quem fundou a Orquestra Nacional Russa em 1990 — a primeira orquestra independente do Estado pós-URSS. Sua técnica é assombrosa: seu piano combina delicadeza impressionista com potência romântica, sempre com gestos minimalistas, seja ao piano, seja regendo. Suas interpretações são sempre uma mistura de profundidade intelectual e emoção crua.

Os discos saíram assim: o primeiro com os concertos 1 e 3, o segundo com os 2 e 4 e o terceiro com o quinto. PQP pôs na ordem para vocês. Os três últimos são registros de gravações ao vivo em que havia — sim, sei, lugar-comum — eletricidade no ar.

Ludwig van Beethoven (1770 – 1827):
Os Concertos para Piano (completo)

Piano Concerto No.1 in C major, Op.15
1) 1. Allegro con brio [13:37]
2) 2. Largo [10:19]
3) 3. Rondo (Allegro scherzando) [8:49]

Piano Concerto No.2 in B flat major, Op.19
1) 1. Cadenza: Ludwig van Beethoven [13:45]
2) 2. Adagio [8:28]
3) 3. Rondo (Molto allegro) [6:11]

Piano Concerto No.3 in C minor, Op.37
4) 1. Allegro con brio [15:55]
5) 2. Largo [8:58]
6) 3. Rondo (Allegro) [9:58]

Piano Concerto No.4 in G, Op.58
4) 1. Allegro moderato [19:29]
5) 2. Andante con moto [5:02]
6) 3. Rondo (Vivace) [10:31]

Piano Concerto No.5 in E flat major Op.73 -“Emperor”
1) 1. Allegro [20:03]
2) 2. Adagio un poco mosso [7:17]
3) 3. Rondo (Allegro) [10:26]

Mikhail Pletnev
Russian National Orchestra
Christian Gansch

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Mikhail Pletnev dando uma canja no Concertgebouw de Amsterdam

PQP

Anton Bruckner (1824-1896): As Três Missas (Jochum)

Anton Bruckner (1824-1896): As Três Missas (Jochum)

IM-PER-DÍ-VEL !!!

As três Missas estão entre as maiores composições de Bruckner e merecem o mesmo respeito de suas sinfonias. Na minha opinião, são as mais belas obras sacras do século XIX. Os textos da liturgia católica estão em latim e as contribuições corais e dos solistas desta gravação são impecáveis ​​no fraseado e beleza de tom. Jochum foi um monstro! Sobre Bruckner, o famoso e já citado Manual do Blefador nos ensina:

É costume dizer que Bruckner foi um homem muito simples — praticamente um menino natural, falam alguns. Se, depois de ouvir uma de suas sinfonias, você ainda achar que ele era simples, então você não é o tipo de pessoa que deveria estar lendo este livro. De fato, Bruckner era profundo como o oceano. Era também organista e organistas estão longe de ser homens simples. Outro erro comum a seu respeito é equipará-lo a Mahler. A única coisa que tinham em comum era o gosto pelas sinfonias longas. Enquanto Mahler queria realmente que as pessoas gostassem e desfrutassem de suas sinfonias, Bruckner não poderia ter se importado menos com isso. Em meio a toda a grana que rolava em Viena no meio musical em fins do século XIX, Bruckner silenciosamente gostava de escrever sinfonias e missas imensas e difíceis, e não poupava esforços para não parecer artista — usava cabelo curto e bigodinho. Só Elgar conseguia parecer menos músico.

(E segue, terminando assim…)

Desista, Bruckner simplesmente não compôs pequenas peças recomendáveis.

Anton Bruckner (1824-1896): As Três Missas (Jochum)

Mass No.1 in D minor for soloists, chorus and orchestra
1. Kyrie
2. Gloria
3. Credo
4. Sanctus
5. Benedictus
6. Agnus Dei

Mass No.2 in E minor
7. Kyrie
8. Gloria
9. Credo

CD2
Mass No.2 in E minor
1. Sanctus
2. Benedictus
3. Agnus Dei

Mass No.3 in F minor (Original version)
4. Kyrie
5. Gloria
6. Credo
7. Credo (cont.)
8. Sanctus
9. Benedictus
10. Agnus Dei

Edith Mathis
Marga Schiml
Wieslaw Ochman
Elmar Schloter
Karl Ridderbusch
Maria Stader
Claudia Hellmann
Ernst Haefliger
Kim Borg
Anton Nowakowski

Symphonieorchester und Chor des Bayerischen Rundfunks
Eugen Jochum

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Bruckner e sua cara de eletricista incompetente aposentado: vai nessa
Bruckner e sua cara de eletricista incompetente aposentado. Vai nessa…

PQP

John Baptist Cramer (1771-1858): Quinteto para piano, Op. 79 e Franz Schubert (1797-1828): Quinteto para piano, Op. 114 (D. 667) – A Truta

John Baptist Cramer (1771-1858): Quinteto para piano, Op. 79 e Franz Schubert (1797-1828): Quinteto para piano, Op. 114 (D. 667) – A Truta

Com instrumentos originais de época, este é um disco muito especial. Tem uma obra de um compositor desconhecido e a justamente célebre Truta de Schubert. Não conhecia a música de John Baptist Cramer. Este compositor nasceu na Alemanha, mas foi levado à Inglaterra quando ainda era criança. Começou a estudar piano muito jovem e conseguiu se estabelecer como um grande pianista. Dizem que chegou a ser respeitado por Beethoven. Foi o editor inglês do Concerto no. 5 para piano e orquestra – “Imperador” – do mesmo Beethoven. Estabeleceu uma amizade gratificante com o autor da Nona Sinfonia. Compôs obras respeitáveis — sonatas para piano, nove concertos para piano e música de câmara. Neste CD que ora posto, surge o Quinteto para Piano, Op. 79, de 1832, para essa formação (piano, violino, viola, violoncelo, contrabaixo) que foi utilizada pela 1ª vez por Johann Nepomuk Hummel, de quem o quinteto pegou emprestado o nome. A outra obra do CD — A PRINCIPAL — é o Quinteto para piano em Lá maior, Op. 114 de Schubert, também conhecido como “A Truta”, pela qual tenho uma grande paixão. Composta em 1819, circulou apenas em manuscritos durante a vida de Schubert e foi publicada um ano após sua morte. Não deixe de ouvir. Boa apreciação!

John Baptist Cramer (1771-1858) – Quinteto para piano in Si bemol maior, Op. 79 (1832)
01. Allegro moderato
02. Adagio cantabile
03. Rondo (allegro)

Franz Schubert (1797-1828) – Quinteto para piano em Lá maior, Op. 114 (D. 667) – A Truta (1819)
04. Allegro vivace
05. Andante
06. Scherzo
07. Theme with variations (andatino-allegretto)
08. Finale (allegro giusto)

Nepomuk Fortepiano Quintet
Jan Insinger, violoncelo
Elisabeth Smalt, viola
Riko Fukuda, pianoforte
Franc Polman, violino
Pieter Smithuijsen, contrabaixo

Recorded: 2007

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Vocês não esperavam um linguado, né?
Vocês não esperavam um linguado, né?

Carlinus / PQP / Pleyel

DESAFIO PQP Bach! –> Brahms (1833 – 1897): Concerto para Piano No. 1 em ré menor ֍

DESAFIO PQP Bach! –> Brahms (1833 – 1897): Concerto para Piano No. 1 em ré menor ֍

Eu acho o concerto em ré menor a maior obra que alguém já escreveu e as grandiosidades estão ali, mesmo antes que o piano toque uma só nota, no grande tutti… Ele não é Beethoven, não é Mozart, não é Wagner, mas eu prefiro o (concerto) em ré menor mais do que qualquer concerto dos ditos grandes compositores.

[Dito por Kovacevich, que não é o pianista da gravação, em uma entrevista por ocasião do relançamento de suas gravações para a Philips]

Desafio Revelado

Pianista: Peter Donohoe

Orquestra: The Philharmonia

Regente: Yevgeny Svetlanov

O Ernesto apontou logo cedo pela manhã o correto nome dos artistas, mas deixei mais um pouco a brincadeira no ar. Posteriormente, luisque também indicou o nome do pianista… Mas, apesar da rapidez das descobertos, pelas mensagens do Adilson e do Otavio Ferraz, valeu a pena esticar um pouco mais a brincadeira, uma vez que ela pode ter provocado o ato de ouvir um pouco mais atentamente essa linda gravação. Fico muito feliz com as mensagens, mostrando o interesse pela postagem…

Quanto as cocadas, estão ainda em suspenso, pois assim como foi apontado pelo Adilson, pode ter havido intervenção da IA no lance, que está desde então submetido ao VAR do PQP Bach. Aguardem…

A imagem mais comum de Brahms é de um senhor barbudo, velhusco, que pelo menos para mim, lança uma sombra de seriedade sobre a sua música. Essa impressão é reforçada pelo título de algumas de suas peças, como o Réquiem Alemão e Quatro Canções Sérias. Para fechar o cortejo, uma nota outonal, nostálgica, deixada pelas suas últimas peças para piano e pelas obras de câmara com clarinete – que eu adoro, vamos deixar isso bem claro…

A música desta postagem é um contraste com essa imagem – é música que pulsa com vida, cintilante – reflete um momento de juventude e vigor, que eu percebi bem nesse disco.

Pensei bem pouco (como quase sempre) e decidi apresentá-la na série Desafios do PQP Bach, que tem andado meio esquecida. Só para lembrar nossos assíduos 32 leitores e informar aos eventuais recém-chegados ao blog, o desafio consiste em adivinhar o nome dos artistas que gravaram o disco. Essa brincadeira surgiu da ideia de ouvir a música, a interpretação, sem pré-julgamentos, sem a influência dos nomes na capa do disco. Assim mesmo como naquelas situações nas quais ligamos um rádio e pegamos uma música em andamento e ficamos a dar tratos na bola. Só que aqui, já antecipamos a música, apenas os artistas ficam anônimos. Mas, como acreditamos na importância em dar os créditos aos artistas, após um tempo da postagem no ar ou assim que algum arguto nauta revelar a correta identidade dos misteriosos artistas, editamos a postagem para que a verdade seja apregoada.

Então é isso, vocês já sabem, quem acertar os nomes dos artistas que apresentam aqui o grande e maravilhoso Concerto No. 1 para Piano de Brahms ganhará tantos downloads grátis quantos quiser, a tradicional cocada do PQP Bach (ao vencedor, as cocadas!) e a glória do reconhecimento de todos os nossos visitantes!!

Johannes Brahms (1833 – 1897)

Piano Concerto No. 1 in D minor, Op. 15

  1. Maestoso
  2. Adagio
  3. Rondo: Allegro non troppo

Pianista: a ser revelado

Orquestra: ….

Regente: em breve…

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MP3 | 320 KBPS | 110 MB

Descrição da abertura do concerto em um site de uma famosa orquestra, lembrando as palavras de Kovacevich, no início da postagem: Tímpanos estrondosos, cascatas de trinados duplos e uma tensão harmônica opressiva sublinham a sensação de uma paisagem sonora titânica, quase primitiva, desde o início. Apesar de toda a sua autoconsciência em relação à tradição, Brahms apresenta suas ideias com confiança inabalável. Após essa exposição orquestral, o pianista solo entra com um novo tema suavemente melancólico. Brahms justapõe o cataclismo do material de abertura com um lirismo suavemente reflexivo — os extremos que definem esse movimento gigantesco — e, assim, intensifica o drama inerente de tragédia e consolação do concerto.

Aproveite!

René Denon

Hannes está esperando o seu palpite…

Antonio Vivaldi (1678-1741): L’Arte della Trascrizione (Accademia Del Ricercare, Pietro Busca)

Antonio Vivaldi (1678-1741): L’Arte della Trascrizione (Accademia Del Ricercare, Pietro Busca)

Disco excelente e do qual encontrei referências mínimas na rede. Como “trascrizione” significa “transcrição”, deve tratar-se de transcrições que Vivaldi fez de outros compositores. Valem a pena, viu? São músicas barrocas de primeira linha, certamente de origem italiana, muito bem interpretadas pela obscura Accademia del Ricercare, dirigida pelo desconhecido Pietro Busca. São transcrições para uma ou duas flautas. Em minha última visita à Veneza, encontrei vários conservatórios com conjuntos próprios, produzindo e vendendo bons CDs. Tenho alguns, até. Gravadora Tactus? CD 042? Sei lá. Só sei que é um bom CD de música barroca italiana! A “Follia” final tem baixo contínuo de escola de samba. É muito bom. Não perguntem muita coisa. Quem puder esclarecer, esclareça!

Antonio Vivaldi (1678-1741): L’Arte della Trascrizione (Accademia Del Ricercare, Pietro Busca)

Sonata In Mi Minore Per Flauto In La, Flauto Di Voce E Basso Continuo Op. V N. 18 (= 6) RV. 72
1 Preludio. Largo 3:03
2 Allemanda. Allegro 2:23
3 Air Menut. Allegro 1:52

Sonata In Mi Bemolle Maggiore Per Due Flauti Contralto E Basso Continuo Op. I N. 10 RV. 78
4 Preludio. Adagio 1:30
5 Allemanda. Allegro 2:35
6 Gavotta. Presto 2:05

Sonata In Si Minore Per Flauto Di Voce E Basso Continuo Op. V N. 16 RV. 35
7 Preludio. Largo 3:08
8 Allemanda. Allegro 2:33
9 Corrente. Allegro 2:10

Sonata In Do Minore Per Due Flauti Contralto E Basso Continuo (MS Lund) RV. 74
10 Andante 4:05
11 Allegro 2:58
12 Andante 2:59
13 Allegro assai 1:51

Sonata In Do Maggiore Per Due Flauti Soprano E Basso Continuo Op. I N. 3 RV. 61
14 Adagio 1:22
15 Allemanda. Allegro-Adagio 2:47
16 Sarabanda. allegro 1:27

Sonata In Mi Minore Per Due Flauti Di Voce E Basso Continuo Op. I N. 2 RV. 67
17 Grave 1:45
18 Corrente. Allegro 2:01
19 Giga. Allegro 2:03
20 Gavotta. Allegro 1:00

Sonata In Si Bemolle Maggiore Per Flauto COntralto E Basso Continuo Dalle “VI Sonates Pour Violoncelle” N. 6 RV. 46
21 Largo 1:59
22 Allegro 2:24
23 Largo 2:30
24 Allegro 2:32

Sonata La “Follia”
25 “Follia” In Sol Minore Per Due Flauti Contralto E Basso Continuo Op. I N. 12 RV. 63 9:16

Baroque Guitar, Theorbo – Ugo Nastrucci
Cello – Linda Murgia
Conductor – Pietro Busca
Ensemble – Accademia Del Ricercare
Flute – Lorenzo Cavasanti, Manuel Staropoli
Harpsichord [Clavicembalo] – Claudia Ferrero

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