Prokofiev – Britten
Bizet
Sinfonias
Opheus Chamber Orchestra
Clássica, Simples e ‘em dó maior’ são os nomes de três lindas sinfonias que surgiram ao lado de obras gigantescas do gênero, mas que nunca deixaram de encantar as audiências, desde que se tornaram conhecidas.
Prokofiev escreveu sua Sinfonia Clássica, a primeira de sua carreira, inspirado nas obras de Haydn e Mozart. Ele estudava também regência naqueles dias e as aulas eram sobre como reger as sinfonias de Haydn. Isso deve ter sido ponto de partida para esse ‘exercício de composição’, especialmente para quem compunha essencialmente para piano, durante os fins de 1916 e setembro de 1917. Você deve ter percebido que isso foi exatamente no período em que ocorreu a Revolução de 1917. Veja mais detalhes sobre essa obra nessa interessante página aqui.
Quando nossos músicos e professores de inclinação clássica (que na minha opinião nada mais são do que falsos clássicos) ouvirem esta sinfonia, começarão a gritar sobre mais um ato atrevido cometido por Prokofiev e que ele não pode nem deixar Mozart em paz em seu túmulo, mas teve que perturbá-lo com suas mãos sujas, espalhando dissonâncias sujas de Prokofiev entre as pérolas clássicas puras – mas meus verdadeiros amigos entenderão que o estilo de minha sinfonia é realmente mozartiano e clássico, e então irão apreciá-lo, e o público provavelmente ficará feliz por ela ser descomplicada e alegre e, claro, aplaudirá. S.P.
Benjamin Britten foi um dos grandes compositores ingleses e o ingleses são especialmente ‘found’ de música para orquestras de cordas. Britten compôs sua Simple Symphony exatamente para uma orquestra de cordas, ainda bem jovem e usando temas que havia composto em sua infância. Eu gosto particularmente dos títulos dos movimentos, a primeira letra do adjetivo igual à do substantivo que lhe segue, como Boisterous Bourrée ou Frolicsome Finale.
Georges Bizet foi um dos maiores talentos musicais vindos ao mundo, mas nos deixou poucas obras, mesmo considerando sua relativamente curta vida. É claro, Carmen é a sua obra prima, mas essa sua Sinfonia em dó maior é mais uma prova de sua genialidade. Foi composta quando ele tinha 17 anos e já era aluno do Conservatório de Paris há 7 anos. Tudo indica que a obra foi criada tendo como exemplo a Sinfonia No. 1 de seu professor, Charles Gounod, enquanto o mesmo a compunha. As notas que estou lendo aqui atestam que a obra do aluno de longe superou a do mestre, mesmo tendo-lhe tomado algumas coisas por emprestado. Fiquei curioso para ouvir a obra do Gounod. Mesmo assim, a Sinfonia de Bizet nunca foi executada durante seus dias e nem chegou a ser por ele mencionada em sua correspondência. Só foi descoberta em 1935 e não deixou de fazer sucesso desde então. A primeira vez que a ouvi foi em um LP no qual Leopold Stokowski regia a National Philharmonic Orchestra e que incluía também a ótima Sinfonia Italiana de Mendelssohn.
Sergei Prokofiev (1891–1953)
Sinfonia No. 1 em ré maior, Op. 25 ‘Classical’
- Allegro
- Larghetto
- Gavotta (Non troppo allegro)
- Finale (Vivace)
Benjamin Britten (1913–76)
Sinfonia Simples, Op. 4
- Boisterous Bourrée
- Playful Pizzicato
- Sentimental Saraband
- Frolicsome Finale
Georges Bizet (1838–75)
Sinfonia em dó maior
- Allegro (Allegro vivo)
- Andante (Adagio)
- Scherzo (Allegro vivace)
- Finale (Allegro vivace)
Edward William Elgar (1857–1934)
- Salut d’amour, Op. 12 (Gil Shaham, violin)
Orpheus Chamber Orchestra
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MP3 | 320 KBPS | 154 MB
Esse disco é uma pequena joia na ótima discografia da Orpheus Chamber Orchestra, aquela que toca sem maestro. Tudo é primoroso, inclusive a capa do disco, da arte de Joan Miró.
Aproveite!
René Denon