Se alguém reclamasse que temos postado pouca música antiga, eu teria que aceitar a crítica. Então, pago parcialmente a dívida com um disco muito especial. Dizem que se trata de uma das melhores recriações da música antiga. Ou da pré-antiga… Porque estamos falando em até 1000 anos antes de Cristo. A avaliação dos musicólogos sobre este trabalho é a mais favorável possível. Trata-se de um disco absolutamente notável do ponto de vista histórico. Os historiadores da arte vão chorar ouvindo. Preparem os lenços para eles.
Music of the Ancient Sumerians, Egyptians & Greeks
Music from c. 1950 B.C. to 300 A.D.
A.D. é Anno Domini ou depois de Cristo
(Including the world’s oldest notated music)
performed on voice, lyres, kithara, pandoura, double reed pipes,
flutes & other ancient instruments.
1. Musical Excerpts….Anon. (2nd c. AD)
2. Lament…Anon. (2nd or 3rd c. AD)
3. Fragment 1…Anon. (2nd c. AD)
4. Paean…Anon. (3rd or 4th c. AD)
5. Trochaic fragment….Anon. (3rd c. AD)
6. Four settings of a line from “Epitrepontes” by Menander…Anon.(3rd c.AD)
7. Excerpts mentioning Eros and Aphrodite…Anon. (2nd or 3rd c. AD)
8. Musical excerpt…Anon. (3rd c. AD)
9. Hypolydian excerpt…Anon. (2nd or 3rd c. AD)
10. Fragment 3…Anon. (3rd c. AD)
11. A zaluzi to the gods…Anon. (c. 1225 BC)
12. Hurrian Hymns 19 and 23…Anon. (c.1225 BC)
13. Hurrian Hymns 13 and 12…Urhiya/Anon. (c. 1225 BC)
14. Hurrian Hymn 2…Anon. (c. 1225 BC)
15. Hurrian Hymn 8…Urhiya (c. 1225 BC)
16. Hurrian Hymn 5…Puhiya(na) (c. 1225 BC)
17. Hurrian Hymns 4, 21 and 22… Anon. (c. 1225 BC)
18. Hurrian Hymns 7 and 10…Anon. (c. 1225 BC)
19. Hurrian Hymns 16 and 30…Anon. (c.1225 BC)
20. Musical Instructions for “Lipit-Ishtar, King of Justice” (c. 1950 BC)
21. Trumpet call…Anon./Plutarch
22. Isis sistrum rhythm…Anon./Apuleius
23. Theban banquet scene…Anon. (14th c. BC)
24./25. Harp pieces (A) (B)…Anon. (7th or 6th c. BC)
Gayle Stuwe Neumann (strings, voice, percussion)
Philip Neuman (winds, strings, percussion, voice)
Ensemble De Organographia
É sempre uma tarefa complicada escrever sobre Carlo Gesualdo da Venosa (1566-1613) por conta de certos dados de sua biografia, um tanto quanto peculiares, que terminam por ser de alguma forma incontornáveis. O escriba então se vê frente ao dilema entre a omissão de fatos de grande magnitude, por um lado, e do risco perene de que esses temas contaminem de forma indevida a apreciação geral de sua obra, cuja excepcional qualidade por si só transcende e muito as discussões mais, digamos, folhetinescas de sua biografia.
O fato é que na noite de 16 de outubro de 1590 Gesualdo flagrou sua esposa, Maria D’Avalos, em flamejante adultério com Fabrizio Carafa, terceiro Duque de Andria e sétimo Conde de Ruovo. Os amantes foram assassinados a sangue frio no ato, no palazzo San Severo, em Nápoles. Após uma breve investigação, Gesualdo foi declarado inocente, já que teria apenas agido em legítima defesa da honra.
Seu segundo casamento, com Leonora D’Este, tampouco foi feliz. Ela o acusou diversas vezes de uma série de abusos, passando grande tempo longe. O passar dos anos fez com que Gesualdo mergulhasse no isolamento e na depressão e em acusações de envolvimento com ocultismo e bruxaria. Gesualdo morreu eu seu castelo em Avellino, na Campânia, em 8 de setembro de 1613.
Há um filme muito interessante sobre ele feito pelo brilhante cineasta alemão Werner Herzog. Gesualdo: Morte para Cinco Vozes (“Tod für fünf Stimmen”), de 1995, faz um entrelace interessantíssimo entre música e vida, biografia e encenação, documentário e ficção. Percursos por seu castelo e locais importantes de sua vida são entrecortados por performances de alguns de seus madrigais. Os madrigais, aliás, são o coração espiritual e estético de sua obra, que também compreende dois ciclos de canções sacras e uma coletânea de música destinada à Semana Santa.
Para comemorar o aniversário de Carlo Gesualdo da Venosa, neste dia 30 de março (e que, por uma singela coincidência, também é o aniversário deste que escreve estas linhas), o post traz a integral dos madrigais, com seis livros compostos entre 1594 e 1611. Esta integral foi reunida em uma caixa pelo selo Naxos, com interpretação do conjunto vocal Delitiaæ Musicæ sob regência de Marco Longhini.
Os madrigais de Gesualdo são algumas das peças mais belas e extraordinárias já escritas para grupos vocais. São intrincadas construções harmônicas e cromáticas, complexos contrapontos que resultam em obras profundamente expressivas e sentimentais. São verdadeiros feitos da experiência humana neste planetinha azul que vaga cego pelo espaço, pequenas catedrais musicais em miniatura.
Ainda que sejam essencialmente seculares, os madrigais têm um efeito que acessa outros planos para além da pura experiência acústica e física. Em outras palavras, são composições tão poderosas que parecem ter a capacidade de fazer o ouvinte mergulhar em alguma espécie de oração durante o ato da escuta. É fácil perder-se no tempo e no espaço se escutamos esses discos com a atenção que eles, suavemente, exigem de nós.
São obras que carregam consigo uma beleza terrivelmente trágica, algo que cala fundo na alma e que é muito complicado de ser traduzido em palavras. Agradeço, desde já, aos que porventura quiserem dividir, nos comentários, um pouco das impressões e emoções causadas por essa poderosa obra.
Sempre penso nesses ciclos de madrigais de Gesualdo e de Claudio Monteverdi (1567-1643) como veementes exemplos do poder que a música tem sobre nós. Que grandeza o ser humano pode atingir com apenas cinco vozes! Quanta beleza, quanta paixão, quanta vida (e quanta morte) cabem em cada um desses madrigais. É música de uma grandeza infinita…
***
“ (…) Quase uma mania, Gesualdo. Pois eles o amavam, claro, e cantar seus às vezes quase incantáveis madrigais demandava um esforço que se prolongava no estudo dos textos, procurando a melhor forma de aliar os poemas à melodia, como o príncipe de Venosa fez, à sua maneira obscura e genial. Cada voz, cada tom devia encontrar aquele centro esquivo do qual surgiria a realidade do madrigal, e não uma das tantas versões mecânicas que às vezes escutavam em discos para comparar, para aprender, para ser um pouco Gesualdo, príncipe assassino, senhor da música. (…)
Este é um trecho do conto “Clone”, do livro Amamos tanto a Glenda, de Julio Cortázar, publicado em 1980 (aqui em tradução de Josely Vianna Baptista, Cia. das Letras, 2021). Os madrigais de Gesualdo são um protagonista desse interessante conto. Um pequeno indício material de como a vida e a obra do príncipe de Venosa influenciaram diversos artistas ao longo dos últimos séculos.
Para evitar um post gigantesco com uma lista imensa de faixas dos álbuns, elas serão reunidas em um arquivo de texto que integra o download. Grosso modo, os discos estão divididos da seguinte forma:
CD 1: Primeiro Livro de Madrigais
CD 2: Segundo Livro de Madrigais
CD 3: Terceiro Livro de Madrigais
CD 4: Quarto Livro de Madrigais
CD 5: Quinto Livro de Madrigais (parte um)
CD 6: Quinto Livro de Madrigais (parte dois) & Sexto Livro de Madrigais (parte um)
CD 7: Sexto Livro de Madrigais (parte dois)
Chega a dar vontade de voltar no tempo e curtir um feudalismo (bem, com Bolsonaro foi isso, não?), tal a qualidade do Gothic Voices. Mas nada garante que fôssemos encontrar um grupo tão bom por lá… Então, melhor cheirar a fumaça de nosso tempo do que retornar ao século XIII. Além do mais, a presença da igreja devia ser sufocante. Em nenhuma outra época a influência da Igreja foi mais vasta. Mas também foi o século das grandes catedrais góticas de Colônia, Chartres, Reims, Auxerre, Amiens, Salisbury, Westminster, Burgos, Toledo… Apesar de que este CD esteja muito mais para o secular do que para o sacro. Bem, as grandes universidades da Europa foram fundadas no século XIII. A Universidade de Paris recebeu o seu alvará em 1215. Um ano antes, um enviado do Papa confirmara o estatuto da recém-criada Universidade de Oxford. Em 1210, S. Francisco de Assis conseguiu a aprovação papal para a regra que estabelecera para a sua pequena comunidade de pregadores errantes. De todos os santos medievais, foi ele quem gozou de maior popularidade dentro e fora da Igreja. Ascético mas alegre, poeta por natureza, criador do presépio de Natal, pregando aos pássaros, chegou a visitar o sultão para tentar convertê-lo ao Cristianismo, utilizando métodos mais próximos dos Evangelhos do que o comportamento dos cruzados. Uma das primeiras disciplinas a florescer neste novo ambiente intelectual foi a lógica formal, que conheceu novos progressos graças à recuperação do corpus integral de Aristóteles. E deu, né? Embriaguem-se de século XIII, meus amigos pequepianos!
O Casamento do Céu e do Inferno: Motetos e Canções do Século XIII
1. Je ne chant pas – Talens m’est pris
2. Trois sereurs – Trois sereurs – Trois sereurs
3. En tous tans que vente bise
4. Plus bele que flours – Quant revient – L’autrier jouer
5. Par un matinet – He, sire! – He, bergier!
6. De la virge Katerine – Quant froidure – Agmina milicie
7. Trop volentiers chanteroie
8. Ave parens – Ad gratie
9. Super te Jerusalem – Sed fulsit virginitas
10. A vous douce debonnaire
11. Mout souvent – Mout ai este en dolour
12. Can vei la lauzeta mover
13. Quant voi l’aloete – Diex! je ne m’en partire ja
14. En non Dieu – Quant voi la rose
15. Autres que je ne sueill fas
16. Je m’en vois – Tels a mout
17. Festa januaria
Obras de compositores franceses anônimos e de Blondel de Nesle, Colin Muset, Jehannot de l’Escurel, Bernart de Ventadorn e Gautier de Dargies.
Quando ouvi este CD ela primeira vez, o Quixote completava 400 anos. Eu estava perante uma contribuição distinta para a celebração do 4º centenário da obra-prima de Cervantes. Eu ouvia um trabalho que não era a “música nos tempos do…”, nem uma associação de um compositor ao mito com base unicamente na sua coincidência no tempo, nem uma obra inspirada no romance, mas precisamente aquela que todos sentiam falta: uma espécie de “trilha sonora” do Quixote, as próprias referências citadas pelo livro. Ou seja, aquilo que apimenta o grande trabalho de Cervantes e algumas de suas Novelas Exemplares são coletadas e executadas com amor e respeito. Romances e canções alternam-se com danças como chaconnes, folías e jácaras, criando uma paisagem musical bonita e precisa, na qual o bom leitor localizará facilmente as aventuras do nosso herói.
O disco marcava também o reencontro de José Miguel Moreno com seu renovado grupo, o Orphénica Lyra, após alguns anos. Nuria Rial, com uma voz que nos eleva a alturas sublimes de beleza, sensibilidade e agilidade, compartilha a cena com uma surpreendente Raquel Andueza, e ambos os sopranos se juntam à voz de Jordi Domenech. Um absurdo de perfeição. No âmbito instrumental, temos um conjunto que sabe transmitir o sabor da era cervantina: Eligio Quinteiro, Fernando Paz, Fahmi Alqhai e Álvaro Garrido, conduzido da vihuela por um Moreno em pleno comando de seus poderes.
Música en el Quijote: Romances, songs, instrumental pieces
01 Luys Milán: Pavana VI
02 Anónimo: Al alva venid
03 Juan Arañés: Chacona
04 Luys Milán: Romance de Durandarte
05 Alonso Mudarra: Gallarda
06 Francisco Guerrero: Prado verde y florido
07 Anónimo: Qué me queréis, caballero
08 Anónimo: Romance de Don Gayferos
09 Antonio Martín Y Coll: Canarios
10 Anónimo: Madre, la mi madre
11 Anónimo: Ay luna que reluces
12 Anónimo: Jácaras
13 Alonso Mudarra: Fantasía X, sobre la folía
14 Luys Milán: Romance de Valdovinos
15 Antonio Martín Y Coll: Villanos
16 Anónimo: Qué bonito niño chiquito
17 Alonso Mudarra: Beatus ille
18 Antonio de Ribera: Romance de Cardenio
19 Diego Coll: Recercada segunda
20 Gabriel: De la dulce mi enemiga
21 Anónimo: Romance del Marqués de Mantua
22 Diego Pisador: Flérida, para mí dulce
23 Anónimo: Al villano se la dan
24 Luys de Narváez: Romance de Conde Claros
25 Diego Ortiz: Recercada octava
26 Juan Arañés: Chacona: A la vida bona
Intérpretes: Orphénica Lyra : Nuria Rial, soprano; Raquel Andueza, soprano; Jordi Domenech, countertenor; Eligio Quinteiro, Renaissance guitar; Fernando Paz, recorders; Fahmi Alqhai, viola da gamba; Álvaro Garrido, percussion; José Miguel Moreno, vihuela y dir.
Nicolas Vallet foi um alaudista e compositor holandês nascido na França. Vallet, um huguenote, nasceu em Corbeny, mas fugiu da França para a Holanda por motivos religiosos. Em Amsterdam, ele trabalhou como músico autônomo, professor de alaúde e dono de uma escola de dança. Seu trabalho principal, este Le Secret des Muses, contém composições e instruções para o alaúde renascentista de 10 cordas. Apareceu, em duas partes, em 1615 e 1616. Foi uma das últimas composições a aparecer para este instrumento, antes de ser suplantado pelo alaúde barroco.
O disco é uma joia da melhor lavra da grande Harmonia Mundi. Paul O’Dette é um genial alaudista e dá enorme vida às composições de Vallet.
Paul O’Dette é um dos maiores alaudistas da atualidade e este disco está bem acima do padrão habitual da música antiga. A técnica de O`Dette é soberba, permitindo-lhe a liberdade de fazer essa música realmente brilhar. Também tem profunda compreensão e conhecimento da música do período. Seu alaúde soa esplendidamente e foi lindamente gravado pela Harmonia Mundi.
Nicolas Vallet (ca.1583-ca.1642): Le Secret des Muses
Secretum musarum, lutebook
1 Prelude
2 Passemmeze En B Mol
3 Bouree D’Avignon
4 Courante
5 Gaillarde De Comte Essex
6 Boerinneken
7 Les Pantalons
Work(s)
8 Praeludium
9 Allemande Fortune Helas Pourquoy
10 Fantasie La Mendiante
11 Soet Robbert
Secretum musarum, lutebook
12 Gaillarde
13 Fantasie
14 Pavanne En Forme De Complainte
15 Carillon De Village
16 Onse Vader In Hemelryck
Work(s)
17 Praeludium
Secretum musarum, lutebook
18 Courante
19 La Sarabande Espagnolle
20 Guillemette
21 Courante La Vallette
22 Courante De Mars
23 La Chacona
24 Une Jeune Fillette
25 Onder De Lindegröne
26 La Princesse
27 L’avignonne
28 Slaep Soete Slaep
O Codex de Chantilly é um manuscrito medieval que contém peças num estilo conhecido como Ars subtilior, sendo uma das principais fontes para a música desta escola. A maioria das composições presentes no Codex de Chantilly data de entre 1350 e 1400. São 112 peças no total, a maioria de autores franceses, e são todas polifônicas. O manuscrito mostra exemplos da maioria dos gêneros cultivados nas cortes da época, como baladas, rondeaux, virelais e motetos isorrítmicos. Alguns são ritmicamente complexos e escritos em uma notação fantasiosa e ornamentada, como o rondeau de Baude Cordier Belle, bonne, sage.
Preservado no Museu Condé de Chantilly, na França, sob número MS 564, traz músicas dos seguintes compositores: Johannes Symonis, Jehan Suzay, Pierre des Molins, Goscalch, Solage, Baude Cordier, Grimace, Guillaume de Machaut, Jean Vaillant, Franciscus Andrieu, Cunelier, Trebor e Jacob Senleches.
Peças do ‘Codex de Chantilly’ (Airs de Cour du XIV Siècle)
1 Cunelier Se Galaas Et Le Puissant Artus (Ballade, Fol. 38)
2 Guido (14) Dieux Gart (Rondeau, Fol. 25)
3 Anonymous Sans Joie Avoir (Ballade, Fol. 23)
4 Guido (14) Or Voit Tout (Ballade, Fol. 25v)
5 Anonymous Toute Clerté (Ballade, Fol. 13)
6 Baude Cordier Tout Par Compas (Rondeau – Canon, Fol. 12)
7 Baude Cordier Belle, Bonne, Sage (Rondeau, Fol. 11v)
8 Goscalch En Nul Estat (Ballade, Fol. 39v)
9 Jacob de Senleches La Harpe De Mellodie (Fol. 43v)
10 Solage Fumeux Fume Par Fumée (Rondeau, Fol. 59)
11 François Andrieu Armes, Amours (Double Ballade, Fol. 52)
12 Anonymous Adieu Vous Di (Fol. 47)
Esta encantadora coleção de canções renascentistas e músicas de dança seguiu os passos de uma coleção similar de música escocesa do mesmo período, On the Banks of Helicon, e foi seguida alguns anos depois por The Mad Buckgoat, que focou na música antiga na Irlanda. Dos três álbuns, o escocês é o melhor, mas o Watkins Ale é o segundo. O programa baseia-se em material conhecido (“There Were Three Ravens”, “Green Sleeves”) e obscuro, misturando a melancólica música de John Dowland e Thomas Morley com danças e melodias obscenas. A atuação do Baltimore Consort é requintada, como sempre, com reconhecimento especial ao flautista Chris Norman e a gambista Mary Anne Ballard. Eles sabem tocar de forma gentil e elegante, também sabe se distanciar. Bom disco!
Watkins Ale — Music of the English Renaissance
1 The Buffens 1:35
2 Nuttmigs And Ginger 3:05
3 Green Garters 2:40
4 There Were Three Ravens 7:38
5 Howells Delight 1:12
6 Goe From My Window 3:55
7 Green Sleeves 5:04
8 La Sampogna 1:58
9 Unto The Prophet Jonas I Read 5:57
10 The Carmans Whistle 4:50
11 Galliard Can Shee Excuse 1:17
12 Lachrimae Pavin 4:48
13 The Quadro Pavin 2:18
14 Singers Jig 0:27
15 Grimstock 2:27
16 De La Tromba Pavin 3:20
17 Jewes Daunce 1:34
18 Pavane Quadro And Galliard 2:30
19 Joyne Hands 1:31
20 Watkins Ale 6:37
The Baltimore Consort:
Cittern, Bass Viol – Mark Cudek
Lute – Ronn McFarlane
Soprano Vocals – Custer LaRue
Tenor Viol, Bass Viol – Larry Lipkis
Treble Viol, Tenor Viol – Mary Anne Ballard
Wooden Flutes – Chris Norman
Antes de tudo, é importante dizer que aqui não tem música de Carl Orff!!! Esta é a música medieval do século XIII extraída do Codex ” Buranus ” , aka ” Codex Latinus Monacensis ” mantido na Biblioteca Nacional da Baviera , em Munique. Carmina Burana (latim; em português: “Canções da Beuern” , sendo “Beuern” uma abreviação de Benediktbeuern) é o nome dado a poemas e textos dramáticos manuscritos do século XIII. As peças são em sua maioria picantes, irreverentes e satíricas e foram escritas principalmente em latim medieval, algumas partes em médio-alto-alemão e alguns com traços de Francês antigo ou provençal. Há também partes macarrônicas, uma mistura de latim vernáculo, alemão ou francês. Os manuscritos refletem um movimento europeu “internacional”, com canções originária de Ocitânia (atual sudoeste da França), França, Inglaterra, Escócia, Aragão, Castela e do Sacro Império.
Wellington Mendes complementa: estas canções contidas no Codex de Burano são o legado de uma curiosa classe musical da Idade Média, os Goliardos. Monges, intelectuais, poetas e cancioneiros, que itineravam entre as escolas e universidades europeias. Se diziam seguidores de um lendário Bispo Golias, que levara na juventude uma vida errante. Suas canções, como já bem diz o texto, são picarescas, satirizando os costumes, desmandos do poder, hipocrisia da Igreja, fracasso das cruzadas – nem o Papa escapava; canções hedonistas de louvor ao vinho e à vida desregrada, lamentações de clérigos destituídos de seus privilégios e de estudantes pobres; algumas delas francamente licenciosas. Enfim, sofreram a repreensão da igreja, sendo proibidos de dizerem missas, de cantarem suas sátiras, sendo decretado que os clérigos não deveriam ser bufões nem goliardos.
Carmina Burana Sacri Sarcasmi
1 Bonum Est Confidere 4:33
2 Adtende Lector! 0:42
3 Dic Christi Veritas 2:37
4 Dic Christi Veritas 6:17
5 Heu Nostris Temporibus 1:36
6 Flete Pehorrete 4:33
7 Ad Cor Tuum Reverte 5:53
8 Curritur Ad Vocem 2:13
9 Omittamus Studia 7:15
10 Carmen Ante Litteram [D.D. Sherwin] 3:34
11 Fas Et Nefas 2:49
12 Procurans Odium 2:32
13 Ave Nobilis Venerabilis 3:24
14 La Quarte Estampie Royal 2:15
15 Tempus Transit Gelidum 4:47
16 Olim Sudor Herculis 7:38
17 Eunt Ambe Virgines 1:52
18 Frigus Hinc Est Horridum 3:32
La Reverdie:
Voice – Matteo Zenatti
Voice, Arp, Teutonic Zithar – Ella De Mircovich
Voice, Flute, Vielle – Livia Caffagni
Voice, Lute, Psaltery – Claudia Caffagni
Voice, Mute Cornet, Percussion – Doron David Sherwin
Voice, Vielle, Symphonia, Bells – Elisabetta De Mircovich
Voice, Voice Actor – Andrea Favari
Uma alma bondosa da Espanha, “drivers66”, informa-nos que o presente LP foi digitalizado para CD em 1992 e, para completar a gentileza, ripou o CD e nos enviou os links. Repostamos, pois, o álbum com novos e excelentes links e com a faixa 6 completa. ¡Gracias!
Ao que tudo indica esta gravação, realizada em 22 e 23 de abril de 1975 e lançada pela Telefunken alemã, nunca foi relançada em CD – o que é espantoso, pois parece ter sido a primeira a chamar ampla atenção mundial para um certo casal de músicos catalães: Montserrat Figueras, soprano especializada em técnicas de canto anteriores ao bel canto padronizado dos 1700 e 1800, e Jordi Savall, violista da gamba que, como todos sabem, no início do século XXI estaria consagrado como um dos maiores regentes mundiais de música antiga. Em 1975 os dois estavam casados havia 7 anos – como permaneceriam até a morte de Montserrat em 2011, com 69 anos – e há um ano haviam fundado o Grupo Hespèrion XX (depois Hespèrion XXI).
Além do casal, participaram da gravação Janneke van der Meer ao violino, Pere Ros ao violone (espécie de contrabaixo), e ao cravo ninguém menos que Ton Koopman, que também viria a ser um dos mais respeitados regentes de música antiga do início do século XXI, além de renomado organista.
A esta altura vocês devem estar doidos para baixar e ouvir, portanto faço só mais uma observação: quem está acostumado a associar a palavra “barroco” a Vivaldi, Handel e J.S. Bach pode estranhar esta música e pensar que os espanhóis estavam barbaramente defasados em relação ao resto da Europa… Acontece que esse rótulo cobre um período bastante amplo – equivalente ao decorrido entre 1850 e 2000, pra terem ideia. Nesta analogia, a música deste disco teria sido toda composta até 1880, enquanto Bach ou Vivaldi estariam no auge da sua atividade por volta de 1980: um intervalozinho desprezível em que a música não mudou nada, como podem ver… Enfim: o barroco antigo deste disco ainda é quase renascença – e sendo assim atinge em cheio a sensibilidade deste arcaico monge que vos escreve.
Junto aos arquivos de áudio vocês encontrarão, em baixa e em alta definição (jpg e tiff), o escaneamento da capa e contracapa da edição brasileira do disco, e na contracapa um erudito texto de um certo Karl Ludwig Nikol sobre o repertório. Remeto os interessados ao arquivo Contra-capa.tiff para não sobrecarregar o texto aqui –
… sobretudo porque ainda é preciso apresentar os créditos ao nosso grande e querido Avicenna, que foi quem resgatou magistralmente o som desta gravação do velho vinil em que se encontrava aprisionado. Só não conseguiu com os últimos 24 segundos da faixa A.6, irremediavelmente perdidos num defeito de fabricação do único exemplar desse LP a que tivemos acesso. Estou seguro de que vocês concordarão que a omissão desses 24 segundos é desprezível diante do valor do conjunto.
E, como diz Lope de Vega na faixa 2 (num dos pares de versos mais belos que já conheci): Já é tempo de recolher, soldados da minha memória!
MUSICA BARROCA ESPAÑOLA
01 – Autor desconhecido (entre 1580 e 1650): O, que bien que baila Gil (romance de Lope de Vega – 1562-1630)
02 – Autor desconhecido (1628): Ya es tiempo de recoger (romance de Lope de Vega – 1562-1630)
03 – Bartolomé de Selma y Salaverde (?-~1640): Canzona a due nº XIII
04 – Mateo Romero (?-~1647): Romerico florido (folia a 2)
05 – Mateo Romero (?-~1647): Hermosas y enojadas (romance a 3)
06 – Bartolomé de Selma y Salaverde (?-~1640): Corrente I y II a 2
07 – Juan Hidalgo (1612-1685): Cuydado, pastor
08 – Juan Hidalgo (1612-1685): Trompicávalas, amor
09 – Bartolomé de Selma y Salaverde (?-~1640): Fantasía sobre El Canto del Caballero (1638)
10 – Juan Hidalgo (1612-1685): Crédito es de mi decoro
11 – Juan Hidalgo (1612-1685): Tonante Diós!
12 – Juan Hidalgo (1612-1685): De las luces que el mar(recitativo e solo de Minerva)
13 – Bartolomé de Selma y Salaverde (?-~1640): Canzona a due nº XI
14 – Miguel Martí Valenciano (17..): Ay del amor
15 – Juan de Navas (17..): La Rosa que reyna
Montserrat Figueras – soprano Janneke van der Meer – violino Jordi Savall – viola da gamba Pere Ros – violone Ton Koopman – cravo Gravado em Amsterdã em 22 e 23/04/1975
Terceiro álbum de uma das combinações de som mais curiosas da música atual: a do saxofonista norueguês Jan Garbarek mais o principal grupo vocal da Grã-Bretanha, The Hilliard Ensemble. O primeiro álbum, Officium, vendeu cerca de 1 milhão de cópias, e foi um dos 20 álbuns clássicos / jazz mais vendidos da primeira década deste século. O saxofone de Garbarek faz uma “quinta voz livre”. O Hilliard é especialista em música sacra barroca e pré-barroca. Com Garbarek, o conjunto não perde seu estilo, mas ganha em alcance musical e emocional. Neste CD, eles vão mais a Oriente. O foco central é a música da Armênia com base em adaptações de Komitas Vardapet, baseando-se tanto na música sacra medieval quanto na tradição do Cáucaso. O Hilliard estudou essas peças durante visitas à Armênia e suas características encoraja alguns voos apaixonados de Garbarek. Também estão incluídas Most Holy Mother Of God de Arvo Pärt em uma leitura a cappella, cantos bizantinos, duas peças de Jan Garbarek, incluindo uma nova versão de We are the stars, além do Alleluia, Nativitas de Perotin. Sou indiferente ao disco, mas tem gente que fica louca por ele.
Jan Garbarek / The Hilliard Ensemble: Officium Novum
01 – Ov zarmanali [Komitas] 04:11
02 – Svjete tihij [Byzantine chant] 04:14
03 – Allting finns [Jan Garbarek] 04:18
04 – Litany 13:06
05 – Surb, surb [Komitas] 06:40
06 – Most Holy Mother of God [Arvo Pärt] 04:34
07 – Tres morillas m’enamoran [Spanish anonymous] 03:32
08 – Sirt im sasani [Komitas] 04:06
09 – Hays hark nviranats ukhti [Komitas] 06:25
10 – Alleluia. Nativitas [Pérotin] 05:20
11 – We are the stars [Jan Garbarek] 04:09
12 – Nur ein Weniges noch [Giorgos Seferis] 00:19 Read By – Bruno Ganz 0:19
Jan Garbarek (sax soprano e tenor)
The Hilliard Ensemble (David James, contra-tenor, Rogers Covey-Crump, tenor, Steven Harrold, tenor, Gordon Jones, barítono)
Kiya Tabassian é um músico iraniano que emigrou para Montreal em 1990. Em 1998, ele fundou o Constantinopla (ou Constantinople), um conjunto com base em Montreal, que ganhou reputação internacional por sua justaposição única de fontes musicais antigas e as tradições vivas do Oriente Médio. O grupo gravou 15 CDs até hoje. Eu acho que este é o primeiro CD deles, mas pode ser que não seja. Só sei que é muito bom, de extrema sensibilidade e delicadeza. Eu curti muito. Espero que vocês também gostem. A música antiga tem sido rara por aqui, não? Aliás, tem sido cada vez mais esquecida pelas gravadoras e, talvez, pelos músicos.
Constantinopla: Música da Idade Média e do Renascimento
1 Branle de la Haye 4:16
2 Branle d’Ecosse 2:54
3 Branle du village 5:56
4 Pazzo e Mezzo 2:04
5 Harbi 2:19
6 Yekchoubeh 1:22
7 Saltarello: Saltarello 2:55
8 Estampie anglaise 4:34
9 Sospitati dedit egros 2:48
10 Mignone allons: Mignonne allons 3:35
11 Saltrello: Saltarello 2:37
12 La tricotea 2:39
13 So ell Enzina 2:49
14 Tres morillas 2:22
15 Danza alta, sobre “la Spagna”: Danza Alta 3:44
16 Un amiga tengo: Un’amiga tengo, hermano 1:31
17 Tir’alla, que non quiero 2:36
18 Callabaza no se 2:39
19 Al alva venid 2:33
20 Rodrigo Martinez 2:04
21 Fata la parte 2:58
22 Pedro, y bien te quiero 1:24
23 Todos los bienes del mundo 5:10
Um bom disco, discreto e delicado, muito especialmente pela presença de Giuseppe Zambon como contratenor. Classificamos o CD como de autoria anônima porque não há certeza de nada. Pode ser de autoria da lista abaixo, pode não ser. Era o Século de Ouro em Veneza. Na época, o alaúde era o parceiro ideal da voz, cumprindo a parte das outras vozes para que um diletante pudesse executar, com o acompanhamento, uma peça polifônica, dando origem a um novo tipo de repertório, para voz solo e alaúde, em que Dowland, na Inglaterra, por exemplo, se torna especialista. Mas tudo começou em Veneza. A parte instrumental passa a ser um personagem musical que concerta com a voz, como fará o piano no lied romântico.
Alaúde e Voz na Veneza do Século XVI
1 –Francesco Spinacino Recercar
2 –Bartolomeo Tromboncino Or Che ´l Ciel E la Terra
3 –Francesco Spinacino Recercar
4 –Vincenzo Capirola Ti(entalora) Baleto Da Balar Bello
5 –Bartolomeo Tromboncino Su,su,leva,alza Le Ciglia
6 –Joan Ambrosia Dalza Tartar de Corde Recercar
7 –Paulo Scotti* O Tempo, O Ciel Volubil
8 –Franciscus Bossinensis Sotto Un Verde Alto Cupresso
9 –Franciscus Bossinensis Io Non Compro Piu Speranza
10 –Peregrinus Cesena Recercar Primo
11 –Peregrinus Cesena Non Posso Abandinarte
12 –Joan Maria Da Crema* Recercar Undecimo
13 –Joan Maria Da Crema* Recercar Tredecimo
14 –P. Verdelot / A. Willaert Madonna Per Voi Ardo
15 –P. Verdelot / A. Willaert Quando Amor I Belli Occhi
16 –Petro Paulo Borrono* Fantasia
17 –Petro Paulo Borrono* Pescatore Che Va Cantando
18 –P. Verdelot / A. Willaert Amor Se D´hor In Hor
19 –P. Verdelot / A. Willaert Quanto Sia Lieto Il Giorna
20 –Francesco Da Milano* Cecercar
21 –Francesco Da Milano* Cecercar
22 –Jacques Arcadelt Il Bianco E Dolce Cigno
23 –Cipriano De Rore Ancor Che Col Partire
Giuseppe Zambon, contra-tenor
Massimo Lonardi, alaúde
O que dizer dos discos de Jordi Savall? Talvez o mais sensato seja logo falar que são excepcionais, necessários mesmo. E o mais razoável seria falar deles na forma de um poema. Ele é artista de tal qualidade que não saiu de moda, apesar de a música antiga ser hoje pouco ouvida em comparação com o que era nos anos 70, por exemplo. Ele nos prova que o conhecimento histórico é tão importante quanto o conhecimento científico e, quando ouço suas aulas sobre nosso passado musical, ganhou alguns centímetros.
The Spirit of Gambo – English consort and solo viol music (1570-1680)
1. Tye – Sit Fast a 3 (1570) 7:35
2. Dowland – Lacrimae Gementes a 5 4:25
3. Dowland – The Earl of Essex Galiard 1:31
4. Hume – Harke, harke (Bass-Viol) 2:05
5. Hume – A Souldiers Resolution 4:02
6. Coprario – Fantasia V a 3 3:37
7. Coprario – Almaine III (3 Lyra-Viols) 3:12
8. Coprario – Coranto (3 Lyra-Viols) 2:20
9. Gibbons- Fantasie X a 3 4:34
10. Gibbons – In Nomine a 4 2:20
11. Ferrabosco II – Almaine (Lyra-Viol) 4:06
12. Ferrabosco II – Coranto I 1:29
13. Ferrabosco II – Coranto II 1:46
14. Jenkins – The bell Pavan 5:53
15. Corkine – Walsingham (Lyra-Viol) 3:18
16. Corkine – The Punckes delight 1:45
17. Locke – Fantazie 3:30
18. Locke – Courante 1:03
19. Locke – Ayre 3:17
20. Locke – Saraband 1:22
21. Anonyme – The Lancashire Pipes (Lyra-Viol) 6:03
22. Purcell – Fantasia IX a 4 (23 June 1680) 5:08
23. Purcell – Fantasia upon one note a 5 3:03
Um bom disco. Peças de sabor popular e antigo, apesar de que Goya (1776-1828) não foi tão antigo assim. La Real Cámara e o soprano Marta Almajano levam a coisa com dignidade. Eu esperava algo mais agitado ou apaixonado, já que os biógrafos atribuem a Goya todo o tipo de aventuras quando jovem, como a de ter se tornado toureiro em Roma e ter se envolvido em inúmeras aventuras amorosas. Além disso, parte importante de sua obra é bizarra e estranha, em referência à moral e à alma humana.
Vários compositores: Música en Tiempos de Goya Anônimos, José Castell, Pablo Esteve, Antonio Guerrero, Blas de Laserna, Francisco Courcelle, Domenico Scarlatti, Nicolás Conforto, etc.
1. El Zorongo del Naváo
2. El Dulce de América
3. Sequidillas a solo ‘El hombre en el matrimonio’
4. Overture for 2 violins
5. Agraviado Arianate: Rezitado
6. Agraviado Arianate: Copla
7. Ruiseñor que volando
8. La bella Serrana: El Meloncillo
9. Contradanza del aire
10. El abuelo y la nieta: Quando Bastiana
11. El abuelo y la nieta: Piensa en la Nobia el Nobio
12. La bella Serrana: Porfía por porfía
13. Contradanza del avestruz
14. Ah! va ese disparate: Ay, Cupidillo
15. Lamentación 2 del Viernes Santo de Tiple Solo, violines con sordina y violón obligado
16. Sinfonia No.5 for 2 violins and continuo in A minor
17. Il Barbaro m’affretta: Recitativo
18. Il Barbaro m’affretta: Aria
Marta Almajano, soprano
La Real Cámara
Emilio Moreno
Existe a Música Antiga, o Barroco e há Savall. A abordagem do gambista, violoncelista e regente Jordi Savall à música pré-barroca é tão talentosa e interessada, que parece de um gênero diferente. É um grande mestre que, de forma inesperada e paradoxal, “renova” a música antiga, revelando como ela pode ser, quando interpretada com sensibilidade e senso de estilo. Para completar, Savall promove diálogos interculturais em seus discos e, sem palavras, faz-nos pensar.
Música Antiga com Jordi Savall e o Hesperion XX: Folias & Canarios
1 Folias (Pavana Con Su Glosa) Composed By – Antonio de Cabezón 2:03
2 Fantasia Composed By – Alonso Mudarra 2:45
3 Tiento De Falsas Composed By – Joan Cabanilles* 4:02
4 Jàcaras Composed By – Gaspar Sanz 2:15
5 Canarios Composed By – Gaspar Sanz 2:01
6 Paduana Del Re Composed By – Anonyme* 2:18
7 Saltarello Composed By – Anonyme* 1:10
8 Arpegiatta Composed By – Girolamo Kapsberger* 1:43
9 Gallarda Composed By – Giacomo De Gorzanis* 1:35
10 Canarios Composed By – Girolamo Kapsberger* 2:07
11 Si Ay Perdut Mon Saber Composed By – Jordi Savall, Ponç d’Ortafà* 3:59
12 La Mariagneta Composed By – Anon*, Jordi Savall 1:48
13 Con Que La Lavaré Composed By – Anonyme* 2:19
14 El Pare I La Mare Composed By – Anonyme*, Jordi Savall 3:39
15 Paradetas Composed By – Andrew Lawrence King*, Lucas Ruiz De Ribadayaz* 3:19
16 Clarines Y Trompetas Composed By – Gaspar Sanz 5:29
17 Fantasia Composed By – Joan Cabanilles* 2:33
18 Toccata & Chiaccona Composed By – Alessandro Piccinini 3:44
19 Todo El Mundo En General Composed By – Francisco Correa De Arauxo 3:57
20 Canarios Composed By – Anonyme*, Jordi Savall 2:19
Este CD é uma seleção de música antiga da Hungria, uma parte da Europa raramente incluída em coleções desse gênero. São peças incomuns, inusitadas, animadas e encantadoras, cada uma muito diferente das outras na textura e tom, interpretadas por instrumentos de época… Alguns bem estranhos. Um dos melhores discos de música antiga que ouvi nos últimos tempos. Ouvi-lo é como se você estivesse sentado com o Clemencic Consort numa pequena sala, cercado por um som muito rico e diferente.
Danças Antigas da Hungria
1. Ungarische Tanze Des 17. Jahrhunderts: Otodik Tancz
2. Ungarische Tanze Des 17. Jahrhunderts: Duch Pane swu Swatuny
3. Ungarische Tanze Des 17. Jahrhunderts: U naseho Barty: (Erdelyi Hajdutanc: Chodila, chodila)
4. Ungarische Tanze Des 17. Jahrhunderts: Pro Clarinis XXIII & XXII
5. Ungarische Tanze Des 17. Jahrhunderts: Chorea hungarica: (Chorea Tancz)
6. Ungarische Tanze Des 17. Jahrhunderts: Pargamasca: (Corant, Sarabanda, Coranta, Gagliarda)
7. Ungarische Tanze Des 17. Jahrhunderts: Tantz: (Chorea Tantz, Ritka)
8. Ungarische Tanze Des 17. Jahrhunderts: O Gloriosa Domina
9. Ungarische Tanze Des 17. Jahrhunderts: Alia chorea n 8: (Lopatkowany tanecz, Klobucky tanecz, Proportio, Alia chorea – Alia hungarica)
10. Ungarische Tanze Des 17. Jahrhunderts: Pro Clarinis III & XI
11. Ungarische Tanze Des 17. Jahrhunderts: Lapozskas tancz: (Tancz, Apor Lazar tancza)
12. Ungarische Tanze Des 17. Jahrhunderts: Olach tancz (1st part) – (Alia chorea, Alia polonica, Nerada robyla, Olach tancz (2nd part))