IM-PER-DÍ-VEL !!!
O que dizer? Que eu amo Hermeto? Sim, direi isto. Que não perdi nenhum show dele que passou perto de mim? Sim, direi. Que uma vez faltei ao trabalho porque estava trabalhando em Pelotas, tinha que voltar naquela manhã, mas vi no jornal que ele estava na cidade e iria se apresentar naquela noite? Fiquei lá, óbvio. Voltei um dia depois e disse com sinceridade pro meu chefe o motivo da minha falta. E ele ficou tão apalermado que disse meio puto para eu ir trabalhar. Não falou comigo por uma semana, mas não me demitiu.
Hermeto Pascoal (1936) é um compositor, arranjador e super e multi-instrumentista brasileiro. Toca acordeão, flauta, piano, saxofone, flauta, violão, baixo e diversos outros instrumentos. Hermeto é uma figura significativa na história da música brasileira, reconhecido principalmente por suas habilidades em orquestração e improvisação, além de ser produtor musical e colaborador de diversos álbuns nacionais e internacionais. Conhecido como “O Bruxo” ou “O Campeão”, ele frequentemente faz música com objetos não convencionais, como bules, brinquedos infantis e animais, bem como teclados, acordeão de botões, melódica, saxofone, violão, flauta, voz, vários metais e instrumentos folclóricos. Talvez por ter crescido no campo, usa a natureza como base para suas composições, como em sua Música da Lagoa, em que os músicos borbulham água e tocam flautas imersos em uma lagoa: uma emissora de televisão brasileira de 1999 o mostrou solando a certa altura, cantando em um copo com a boca parcialmente submersa na água. Há muita controvérsia em relação ao local onde ele nasceu, com várias fontes dizendo que ele nasceu em Olho d’Água Grande ou Lagoa da Canoa, ambas cidades de Alagoas. Hermeto nasceu com estrabismo e é portador de albinismo, o que fez com que ele não tivesse que trabalhar na roça desde a infância por ele não poder se expor muito ao sol.
Quando saiu da roça, vocês sabem o que aconteceu. Pesquisem, né?
Ah, aqui vocês têm o também genial Slaves Mass.
Quem quiser piratear os meus discos, pode ficar à vontade. Desde que seja para ouvir uma boa música. (…) Mesmo o meu trabalho em gravadoras, o povo tem mais é que piratear tudo. Isso não é revolução. O que queremos é mostrar essa música universal. Porque isso não toca em rádio nem aparece na capa do jornal. Sabe o que Deus falou? Muita gente pensa que é só para transar. Mas, não. “Crescei e multiplicai-vos”. Isso é em todos os sentidos. Vamos crescer na maneira de ser e multiplicar o que tem de bom. Sem barreiras. A música é universal. Eu toco no mundo inteiro e é sempre lotado. Eu só cheguei a isso porque os meus discos são pirateados, estão à vontade na Internet.
Hermeto Paschoal: A Música Livre De Hermeto Paschoal
Bebê 4:21
Carinhoso 6:34
Plin 2:34
Sereiarei 4:38
Asa Branca 4:17
Gaio Da Roseira 14:37
Hermeto Pascoal: Cérebro Magnético
A1 Voz E Vento
A2 Música Das Nuvens E Do Chão
A3 Dança Da Selva Na Cidade Grande
A4 Amor, Paz E Esperança
A5 Diálogo
B1 Correu Tanto Que Sumiu
B2 Festa Na Lua
B3 Eita Mundo Bom!
B4 Religiosidade
B5 Arrasta Pé Alagoano
B6 Vou Esperar
B7 Auriana
B8 Banda Encarnação
Hermeto Pascoal & Grupo – Só Não Toca Quem Não Quer
De Sábado Prá Dominguinhos 4:35
Meu Barco 0:50
Viagem 4:25
Zurich 9:30
O Correio 0:49
Intocável 3:00
Suíte Mundo Grande 4:03
Cancão Da Tarde 2:35
Mente Clara 2:13
Ilha Das Gaivotas 4:49
Rebuliço 2:36
Quiabo 5:14
Itiberê Orquestra Família e Hermeto Pascoal: Hermetismos Pascoais – ao Vivo em SP (2002)
1. Apresentação
2. Preto Velho
(Itiberê Zwarg) – Itiberê Orquestra Família e Hermeto Pascoal
3. Suíte do Parque Infantil / Suíte do Realejo
(Itiberê Zwarg) – Itiberê Orquestra Família
4. Na Carioca
(Itiberê Zwarg) – Itiberê Orquestra Família e Hermeto Pascoal
5. Passando o Ano a Limpo
(Itiberê Zwarg) – Itiberê Orquestra Família
6. Agalopada
(Itiberê Zwarg) – Itiberê Orquestra Família e Hermeto Pascoal
7. Pedra Vermelha
(Itiberê Zwarg) – Itiberê Orquestra Família
8. Esse Mambo É Nosso
(Itiberê Zwarg) – Itiberê Orquestra Família e Hermeto Pascoal
9. Feitinha pra Nóis
(Hermeto Pascoal) – Itiberê Orquestra Família
10. No Varal
(Itiberê Zwarg) – Itiberê Orquestra Família e Hermeto Pascoal
11 Improviso 1
(Hermeto Pascoal) – Hermeto Pascoal
12. Improviso 2
(Hermeto Pascoal) – Hermeto Pascoal
13. Improviso 3
(Hermeto Pascoal) – Hermeto Pascoal
14. Improviso 4
(Hermeto Pascoal) – Hermeto Pascoal
15. Menina Ilza
(Hermeto Pascoal) – Hermeto Pascoal
Itiberê Orquestra Família:
Mariana Bernardes – voz e percussão
Mariana – flauta
Carolina – flauta e viola
Letícia – flauta
Aline – flauta, flautim, flauta baixo e clarinete
Joana – clarinete e clarone
Pedro – trompete e melofone
Flávio – trompete
Sidney – sax alto, sax tenor, sax soprano e flauta
Thiago – sax alto, sax tenor
Janjão – trombone
Bernardo Ramos – guitarra
Luciano – guitarra e violão
Miguel – guitarra e violão
Cristiano – bandolim e violão
Vitor Gonçalves – piano e sax alto
João – piano, sanfona e percussão
Renata – violino
Isadora – violino
Maria Clara – violoncelo
Pedro – violoncelo
Bruno – baixo acústico e baixo elétrico
Mayo – baixo acústico e baixo elétrico
Pedro Albuquerque – baixo acústico
Pedro Christiano – tuba e baixo elétrico
Ajurinã – bateria, percussão e gaita
Georgia – percussão e bateria
Mingo – percussão e bateria
Itiberê Zwarg: arranjos e regência
Show realizado no Sesc Consolação em 10 de abril de 2002, no projeto “Hermetismos Pascoais”.

PQP



















Um absurdo de bom este Hamilton de Holanda. Tudo é bom neste CD ao vivo. As interpretações, as composições — das 8 faixas, 4 são de Hamilton — e, vocês sabem, quando é Milton é bom. Hamilton tem uma longa discografia seja suas próprias composições ou homenagens a alguns de seus ídolos. Ele lançou suas gravações em sua própria gravadora independente, Brasilianos, ou em parceiros mundiais como Universal, ECM, MPS, Adventure Music. Ele entende que a indústria musical precisa de definições de categorias para a música que toca, como por exemplo Jazz, Brazilian Jazz, Brazilian Popular Music; mas para ele a inspiração transcende os rótulos, é algo que cresce livremente sem a necessidade de ser definido. Gosta de se explicar como um explorador musical em busca de beleza e espontaneidade. Dividiu o palco ou gravou com Wynton Marsalis, Chick Corea, The Dave Mathews Band, Paulinho da Costa, Chucho Valdes, Egberto Gismonti, Ivan Lins, Milton Nascimento, Joshua Redman, Hermeto Pascoal, Gilberto Gil, Richard Galliano, John Paul Jones, Bela Fleck, Stefano Bollani entre muitos outros.
Não sei de onde saiu este CD. Não sei de quem ganhei. Não conheço o All your gardening needs, não sei é uma pessoa ou um grupo. É algo super pirata, bastante bom e divertido, que veio num CD vagabundo da MultiLaser. Mas o conteúdo não é nada vagabundo. (Vagabundo é Bolsonaro). São trabalhos bastante ousados sobre canções e falas de Adoniran Barbosa (1910-1982). Um Adoniran elétrico, computadorizado, um pogréssio, enfim. Creio que eu não precise dizer quem foi Adoniran. O brasileiro que veio aqui e desconhece este gênio está convidado a sair deste blog. Imediatamente! O brasileiro que não conhece “Trem das Onze”, “Tiro Ao Álvaro”, “Saudosa Maloca”, “Prova de Carinho” e “Samba do Arnesto” não merece o ar que respira.

Homenageamos com essa postagem o maior acordeonista brasileiro, Severino Dias de Oliveira, o Sivuca. Ficou mundialmente conhecido por seus arranjos e por seu dom ao tocar a sanfona, foi cultuado por fãs e instrumentistas, entretanto, nesse disco, felizmente, Sivuca deixou também sua voz gravada em algumas faixas. Participação de Fagner na faixa “No tempo dos quintais”, de Glorinha Gadelha na faixa “Macho e fêmea”, ambas composições de autoria do Sivuca em parceria com Paulinho Tapajós e participação especial de Clara Nunes na faixa “Estrela guia”, de Sivuca e Paulo César Pinheiro. Arranjos e regência de Sivuca, produção de Sivuca, Glórinha Gadelha e Talmo Scaranari, entre sambas e músicas instrumentais, uma obra prima, destaque para “Te pego na mentira” de Sivuca e Glorinha Gadelha.

















IM-PER-DÍ-VEL !!!

Edu e Bethânia (1966)
Camaleão (1978)
Tempo Presente (1980)
Elis Canta Edu (2009)
Tantas marés (2010)
IM-PER-DÍ-VEL !!!
A quarta versão, lançada pela Deutsche Grammophon (!) em 2003, é a da baiana Virgínia Rodrigues, descoberta por Caetano Veloso nos anos 90. Dona de um belíssimo vozeirão negro de tessitura grave, às vezes acho que Virgínia compartilha um pouco com Mônica Salmaso aquela famosa questão da interpretação meio plana, igual demais (observação que tantas pedradas já me rendeu). Um pouco. Pois no fundo ela sabe muito mais do que é que está falando… Além disso, achei os belíssimos os arranjos instrumentais e de vozes, onde há. Detalhe: este CD atinge 12 faixas pela inclusão do samba Lapinha, que eu nunca havia visto antes relacionado aos Afro-Sambas – mas, enfim, já o seu título não é Afro-Sambas e sim “Mares Profundos”.
Já a quinta, de 2008, parte para uma formação supostamente mais “clássica”: o coro a vozes. O pessoal do Coral UNIFESP (da Universidade Federal de São Paulo) convidou nada menos que sete arranjadores, alguns que chegaram a resultados belíssimos, outros bons porém mais dentro do já convencional em termos de coralização da MPB. O trabalho é perfeito em termos de afinação, precisão… mas, engraçado, não sinto que essa música ganhe mais “classicidade” por isso. Para ser honesto, sinto que os Afro-Sambas são mais grande música que nunca justo nas duas gravações iniciais, com a participação de Baden, apesar de todos os desafinos. Ainda assim, este CD do Coral UNIFESP é um trabalho que ouço com frequência e prazer, e não deixo de recomendar que vocês baixem e ouçam!
Embora várias das peças tenham se tornado standards em vozes como a de Elis Regina, o conceito do ciclo ficou esquecido por muito tempo. Três décadas depois (1995) o violonista Paulo Belinatti se juntou à recém-surgida cantora Mônica Salmaso, e fizeram a gravação de que muitos podem dizer: “essa é clássica”: virtuosismo instrumental constante, voz cristalina pairando límpida sobre isso o tempo todo… mas… sim, é uma gravação notável, porém… honestamente, não sinto que tenha alma. A voz límpida de Salmaso me parece atravessar tudo com a indiferença de uma beldade gélida e morta. Tudo igual, igual, igual.
Por outro lado o próprio Baden – que viveu a maior parte da vida na Europa, inquestionado como um mestre maior do seu instrumento – já havia feito uma segunda gravação integral em 1990, com o Quarteto em Cy e mais alguns instrumentistas. Esquisitíssima por outras razões: Baden também não era cantor. Tem momentos em que sustenta uma nota longa a quase meio tom de distância de onde deveria estar… e, no entanto, é artista até o fundo dos ossos e com essa mesma nota desafinada me faz correr lágrimas contínuas – não porque esteja doendo no ouvido, mas de beleza pura mesmo. Estado de graça. Vá-se entender!!




Tamba Trio – Avanço — 1963
A Música De Edu Lobo Por Edu Lobo (Com a Participação do Tamba Trio) — 1964

IM-PER-DÍ-VEL !!!











